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Simone de Beauvoir – Porque Sou Feminista?
Em “Porque sou Feminista” Jean-Louis Servan-Schreiber entrevista Simone de Beauvoir, em 1975, para o programa “Questionnaire”. Neste contexto, Simone conta um pouco mais em um tom de reflexão e desconstrução o conteúdo de sua obra “O Segundo Sexo” (1949), um marco teórico do feminismo no século XX. Se no livro a autora revela o quão problemático é a normatividade, no documentário de Schreiber não poderia ser diferente. 
Em relação ao tratamento da mulher como um ser secundário e a origem da opressão e exploração por parte dos homens, é possível afirmar que remete a origem dos tempos, quando a força física era importante, os mais fortes tinham todo o poder. Ao longo da história, os homens diminuíram a mulher, para que ela não pudesse ser sucedida economicamente, e se apoiasse no homem e dependesse dele. Por exemplo, na idade média, as mulheres dominavam a medicina, tinham muitos conhecimentos sobre ervas e medicamentos, dando muito poder a elas, isso amedrontava os homens. Por isso foram perseguidas como bruxas, e posteriormente proibidas de exercer a medicina se não tivessem cursado em certas escolas, nos quais estas não eram aceitas. Hoje não há mais essa vontade de tomar da mulher, mas sim que ela permaneça no lugar onde ela está. 
Durante a formação da mulher na sua infância, são depositadas estruturas nela, estruturas estas que estão tão impregnadas na sociedade que levamos de maneira normativa, porém que que fazem uma grande contribuição para o pensamento adulto machista da mulher. Como durante a adolescência, o menino terá independência, porém com a menina é diferente, os pais vão querer que ela fique em casa, ajudando a mão nas tarefas domésticas e se preparando para a vida de casada. Nos contos de fadas se vê muito isso, fazem do menino um príncipe encantado, um aventureiro, que salvará a princesa “perfeita” no castelo, criando assim homens exibicionistas e mulheres recatadas.
O trabalho de criação dos filhos e cuidar da casa, é dever de ambos. Porém na sociedade atual ainda existe a ideia de que os homens são os provedores financeiros da família e que as cuidariam do lar e da criação dos filhos. Muitas deixam de trabalhar fora de casa para assumirem essa função, não remunerada e não reconhecida pela sociedade, ou também realizam ambas as funções, que é extremamente cansativo. Essa cultura é reforçada o tempo todo pelos meios de comunicação, nas propagandas de produtos de limpeza, por exemplo, as protagonistas são mulheres. A mídia propaga o mito de que as mulheres nascem para cuidar, que têm mais jeito com os filhos. Mas isso não passa de uma construção social, pois as mulheres e os homens são educados de formas diferentes e levados a cumprir papéis divergentes.
 
Uma grande conquista para o feminismo foi legalização do aborto. Para Simone de Beauvoir, a legalização é somente o primeiro passo para que haja uma libertação muito maior, para a partir daí falar em emancipação da mulher. Em 5 abril de 1971, o Nouvel Observateur publicou um manifesto assinado por Simone de Beauvoir que ficou conhecido como o “Manifesto das 343”. No documento, ela e outras mulheres admitiam ter feito aborto ilegal e exigiam que o governo francês garantisse às mulheres o direito à contracepção gratuita e ao aborto legal. O documento pretendia pressionar o governo francês, obrigá-lo a encarar que o aborto acontecia livremente, sem que o Estado tomasse nenhuma atitude. Com mulheres tão famosas assumindo o suposto “crime”, não poderiam mais ignorar o debate. Assinar o documento, naquele momento, era defender mais de um milhão de mulheres francesas que faziam abortos ilegais a cada ano, muitas delas morrendo.
Outra conquista feminina relevante foi o Direito ao voto, estabelecido pela Constituição Federal em 1932, quando as mulheres passaram a ocupar maior espaço no eleitorado do País. O feminismo possibilitou também que, em 1934, o Brasil elegesse Carlota Pereira Queiróz, como sua primeira deputada. Naquele mesmo ano, a Assembleia Constituinte assegurou a igualdade entre os sexos, o direito ao voto, a regulamentação do trabalho feminino e a igualdade salarial. 
Nos anos 80, as feministas lutaram contra a violência às mulheres. E conseguiram grandes avanços como o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), criado em 1985, com objetivo de eliminar a discriminação e aumentar a participação feminina nas atividades políticas, econômicas e culturais. A Lei do Feminicídio, por exemplo, sancionada em 2015, conseguiu atrair olhares para a morte de mulheres colocando-o entre os piores crimes e diminuiu a tolerância nesses casos. Mas, talvez, a mais conhecida das ações de proteção às vítimas seja a Lei Maria da Penha, dentre as várias mudanças, a lei aumenta o rigor nas punições das agressões contra a mulher. 
Ter independência econômica significa muito mais do que ter renda, salário, ou poder comprar sapatos com seu dinheiro. Para as mulheres, independência econômica é sinônimo de cidadania. Agora é a mulher que comanda seu destino, deixou de ser uma subordinação do homem para ser dona do seu próprio nariz. Toda a evolução feminina começou com os estudos. A mulher, nos séculos passados, não tinha tanto acesso aos estudos como hoje. A partir do momento em que ela começou a estudar, desenvolveu a capacidade de analisar como ela era maltratada por seus maridos, começaram a criticar as posições de simples donas de casa que elas tinham. Desta forma, começaram a surgir mais mulheres que estudavam para crescer, trabalhavam para juntar dinheiro e futuramente serem independentes, não se casando por dinheiro ou por status de família, mas agora casando inteiramente por amor.
Sexismo é a atitude que justifica a discriminação entre os seres humanos por seu sexo. Um dos casos mais comuns de sexismo é o pensamento que a cor rosa está relacionada ao gênero feminino, e o azul ao gênero masculino. O sexismo também age ao se estipular um comportamento padrão para homens e mulheres. Uma das consequências da sociedade sexista é o preconceito homofóbico, onde se espera que o homem ou uma mulher tenha determinado comportamento, e quando não os demonstra, acaba sendo alvo de discriminação. 
No feminismo, cada pessoa é livre para tomar suas próprias decisões. Por isso é possível ser feminista e querer se maquiar todos os dias ou usar saltos impossíveis. Também não te proíbe sonhar com um casamento tradicional. O que não pode haver é exigir que as outras mulheres vivam como você. Como o casamento por obrigação, por exemplo, aquele casamento que fazem da mulher uma escrava, atualmente a mensagem da mídia é: “Como manter um homem”, “Como encontrar um homem”. E mesmo que você seja uma profissional ou tenha uma empresa, para a mídia para você ser completa de verdade precisa de um homem. Com os homens é diferente. Então, as mulheres são criadas para achar que o casamento é muito importante. Os homens não. O mesmo acontece com a maternidade escrava e o trabalho doméstico imposto a mulher. Isso é um grande problema que precisa ser solucionado urgentemente, por isso que movimentos como o feminismo são necessários. É preciso que as mulheres se enxerguem com um novo olhar para que possa evoluir. É indispensável que haja a união e a conversa entre as mulheres para que elas tomem consciência de que são oprimidas e exploradas.
Escola Cinderela - Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio.
Estudantes: Mariana Ramos Lopes Nº: 16
Serie: 2º E.M. Turma: Única Turno: Matinal 
Professor (a): Edja Valença
Disciplina: Filosofia 
Síntese:
Simone de Beauvoir – Porque Sou Feminista?
Lajedo - PE
02 de Junho de 2017

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