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ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 
 CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
DISCIPLINA: FISIOLOGIA 
 2
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO NOS GRUPOS DE DISCUSSÃO E AULAS PRÁTICAS 
 
NOS GD'S VOCÊ É AVALIADO NOS SEGUINTES ITENS: 
1- Conhecimento teórico 
2- Clareza e objetividade 
3- Importância clínica 
4- Recursos audiovisuais 
5- Maturidade emocional 
NAS AP'S VOCÊ É AVALIADO NOS SEGUINTES ITENS: 
1- Preparo teórico mínimo 
2- Leitura prévia do roteiro 
3- Participação e desempenho (não cruze os braços e demonstre interesse) 
4- Iniciativa e criatividade (não seja um parasita e use sua inteligência) 
5- Maturidade emocional 
 
 
 
 3
 
REFLEXOS AUTONÔMICOS NA ESPÉCIE HUMANA 
 
II - REFLEXOS VISCERAIS: 
Na manutenção da constância do meio interno (HOMEOSTASE), a participação integrada 
de vários sistemas orgânicos é evidente. Entretanto dois desses sistemas se destacam: sistema endó-
crino e sistema nervoso visceral (SNA simpático e parassimpático). Este manifesta suas ações atra-
vés de uma grande variedade de reflexos envolvendo a participação de praticamente todos os setores 
do organismo. Procura-se demonstrar a seguir alguns desses reflexos. 
 
1. Reflexo fotomotor: solicite que um aluno olhe um ponto iluminado (janela ou lâmpada). Verifi-
que no centro da íris o diâmetro da pupila em cada olho. Peça-lhe que cubra os olhos com as 
mãos durante cerca de 10 segundos, não deixando penetrar luz entre os dedos nem comprimindo 
os globos oculares (os olhos permanecerão abertos e o aluno continuará como que "olhando" o 
tal "ponto iluminado"). Ordene então que ele retire uma das mãos e, na mesma fração de segun-
do, olhe o que acontece com o diâmetro da pupila recém descoberta. Midríase ou miose? 
Repita o mesmo procedimento observando agora o outro olho. Este é o reflexo fotomotor 
direto ou à luz direta. 
Obs.: Para saber o que se passa com a pupila do olho que em cada experiência não está recebendo 
luz, pesquise o reflexo fotomotor consensual conforme o seguinte procedimento: 
• com uma lanterna faça incidir luz em apenas um dos olhos do examinando e, enquanto parte do 
grupo verifica o diâmetro da pupila do olho iluminado (reflexo fotomotor direto), parte verifica o 
diâmetro da pupila do olho oposto (reflexo fotomotor consensual). 
2. Reflexo espino-ciliar: beliscar, com o grau de surpresa possível, a pele da "nuca" do aluno exa-
minado e verificar o que sucede com os diâmetros das pupilas. 
3. Reflexo bradicárdico: os alunos determinarão a freqüência cardíaca palpando os pulsos das arté-
rias radiais do grupo, por 30 segundos. Em seguida o examinando mergulhará a face em uma ba-
cia com água um pouco fria, durante 15 segundos. Após isto, aguardar 5 segundos e, da mesma 
forma anterior, determinar novamente a freqüência de pulso por 30 segundos. 
 
Observações: 
a) Para facilitar a determinação da freqüência de pulso durante o mergulho, os examinadores devem 
permanecer palpando os pulsos radiais mesmo enquanto o cobaio estiver com a face submersa. 
b) Solicite os dados das outras equipes e faça então a média das freqüências cardíacas (freqüências 
de pulso) antes e depois do mergulho. 
Compare os resultados e diga que manobra deveria ser realizada para comprovar que os re-
sultados obtidos não são devidos à interrupção da respiração. 
* Deverão ser consultados textos de NEUROANATOMIA no sentido de facilitar a identificação das 
estruturas (receptores, vias, centros e efetuadores) acionados nos reflexos somáticos e viscerais es-
tudados, é obrigatório. Outro aspecto que não pode ser esquecido é o de que cada resultado deve ser 
analisado com a maior profundidade possível antes de se emitir qualquer conclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4
 
 
AÇÕES REFLEXAS SOMÁTICAS NA ESPÉCIE HUMANA 
Objetivo: estudar algumas manifestações reflexas (atos reflexos) somáticas. 
É importante que se conheça os reflexos observados em condições normais no ser humano 
quando determinados estímulos são aplicados em partes específicas de seu corpo. Se uma resposta 
normal é obtida, indica que as estruturas do correspondente arco reflexo (receptor, via aferente, 
centro de integração, neurônio eferente e efetuador) estão intactas. Os atos reflexos podem se 
mostrar exacerbados, discretos ou ausentes. A ausência temporária ou as alterações temporárias da 
resposta reflexa não devem ser encaradas de imediato como resultantes de uma patologia afetando 
componentes do arco reflexo. Podem significar, em muitos casos, a simples predominância de in-
fluências "facilitatórias" ou "inibitórias" de estruturas superiores do sistema nervoso sobre o centro 
de associação de determinado arco reflexo. 
Muitas atividades coordenadas por setores mais "inferiores" do sistema nervoso, podem ser 
modificadas consciente ou inconscientemente por estruturas mais "superiores". Desta forma, quando 
reflexos estão sendo testados, convém que a pessoa sob observação fique à vontade e com a atenção 
voltada para algo "distante". 
 
I - REFLEXOS SOMÁTICOS 
1. Reflexo plantar: esfregue a ponta de um objeto (alfinete, lápis, chave etc.,) ao longo da planta do 
pé, próximo ao lado medial. Qual a resposta observada? Como se chama o tipo extensor do re-
flexo plantar? Seu aparecimento no adulto indica o quê? 
2. Reflexo corneal: toque a córnea gentilmente com a ponta de um lenço de papel (aproxime-o pelo 
lado). Qual o resultado? Toque agora a esclerótica e compare as respostas reflexas. Que importân-
cias práticas tem o reflexo corneal? 
Obs.: os dois reflexos acima são reflexos somáticos superficiais. 
3. Reflexo patelar: percuta o ligamento patelar (logo abaixo da rótula) com um martelo de borra-
cha. A pessoa deve estar sentada de forma que as pernas balancem livremente. Em seguida pes-
quise o reflexo com a perna em vários graus de flexão e veja em que ângulo a resposta é mais 
efetiva. 
Faça a pessoa agarrar fortemente os punhos e puxá-los em sentidos opostos (manobra de 
Jendrassik), pesquise o reflexo com e sem a manobra e observe as respostas. 
4. Reflexo aquileu: com o martelo de borracha faça ligeira percussão sobre o tendão de Aquiles. A 
pessoa deve estar com os joelhos apoiados sobre uma cadeira de forma que o pé relaxe livremen-
te. Repita no outro membro. 
5. Reflexo tricipital: bata com o martelo de borracha sobre o tendão de inserção do tríceps braquial, 
a 2 cm do cotovelo. A pessoa deve estar com o braço repousando sobre uma das mãos do exami-
nador de forma que o antebraço balance livremente. 
 
 
Observações 
a) O reflexo desencadeado pelo estiramento discreto de um músculo esquelético qualquer é conhe-
cido como reflexo miotático ou de estiramento. A resposta reflexa sempre será a contração sub-
sequente do músculo estimulado. O que é o reflexo miotático inverso? 
b) Os reflexos tendinosos são também chamados reflexos profundos. 
 5
SISTEMA SENSORIAL 
 A maioria das atividades do sistema nervoso é iniciada pela experiência sensorial que emana dos 
receptores sensoriais, quer sejam visuais, auditivos, táteis ou de outros tipos de receptores. A expe-
riência sensorial pode causar uma reação imediata, ou sua memória pode ser armazenada no cérebro 
por minutos, semanas ou anos, vindo posteriormente auxiliar na emissão de respostas aos mesmos 
estímulos. 
 A porção somática do sistema sensorial transmite as informações sensoriais dos receptores vindas 
de todas as partes do corpo. Estas informações entram no sistema nervoso via nervos periféricos e 
são conduzidas para áreas sensoriais múltiplas na medula espinhal, na substância reticular da ponte, 
bulbo e do mesencéfalo, no cerebelo, no tálamo e nas áreas somestésicas do córtex cerebral. 
 Objetivo: Estudar os receptores periféricos e suas propriedades. 
 Procedimentos: 
1. Colocar em uma baciaágua a 50 ºC e em outra água a 10 ºC. Introduza o dedo indicador na água 
quente por 15 segundos ou o quanto resistir. Espere um pouco e introduza a mão inteira. Em qual 
experimento a sensação foi menos suportável? 
Introduza um dedo durante 15 segundos e após a mão inteira por outros 15 segundos, na bacia com 
água quente. Com a outra mão, na mesma bacia, introduza primeiro a mão inteira e depois o dedo, 
15 segundos cada. Alternando a introdução do dedo e da mão, o que foi possível constatar? 
Repetir o experimento com a bacia com água fria. Compare as sensações que experimentou nos dois 
testes. 
 
2. Preparar uma bacia com água a 10 ºC, outra com água a 50 ºC e bandeja com água a 33 ºC. 
Colocar simultaneamente uma das mãos em água a 50 ºC e a outra mão na água a 10 ºC, durante 2 
segundos. Após colocar ambas as mãos na bandeja com água a 33 ºC. Qual a sensação sentida em 
cada mão nas três temperaturas testadas? 
 
3. Preparar um tubo de ensaio com gelo triturado, e outro água a 50 ºC. 
Aplicar sobre a fronte o tubo de ensaio com gelo durante 15 segundos. Anote o tempo de persistên-
cia da sensação de frio após a retirada do tubo. 
Repita o experimento deixando o tubo de ensaio com gelo durante um minuto. 
Anote novamente o tempo de persistência da sensação de frio após a retirada do tubo. 
Refaça o experimento com o mesmo colega, porém utilizando o tubo de ensaio com água a 50 ºC. 
 
4. Colocar água quente (temperatura superior a 60 ºC) em dois Becker. Encoste um becker nos lá-
bios e no outro introduza um dedo, simultaneamente. m qual teste foi mais difícil resistir à tempera-
tura? 
 
5. Escreva com o dedo na testa do colega de olhos fechados, as letras b ou d, bem como, p ou q 
(ambas as letras devem ser minúsculas e "em forma"). Qual a letra que o colega conseguiu identifi-
car? 
 
6. Carimbar o colega no dorso da mão, na lateral do dedo indicador, na parte ventral do antebraço, 
na face e nas costas. Com um compasso, com aberturas diferentes, pesquisar a distância mínima em 
que o colega percebe claramente dois pontos estimulados. É necessário que as duas pontas do com-
passo sejam tocadas sobre o colega simultaneamente. Comparar as respostas das diferentes regiões 
do corpo e justificar os resultados. 
 6
 
Assinale os resultados no quadro 1, com um X quando o colega perceber os dois pontos, com uma + 
quando perceber apenas um ponto e 0 quando não houver percepção. 
 
Quadro 1. Medida da distância mínima percebida entre dois pontos estimulados segundo região do 
corpo pesquisada. 
Parte do corpo pesquisada 6 cm 5 cm 4 cm 3 cm 2 cm 1,5 cm 1 cm 0,5 cm 
Indicador 
Dorso da mão 
Antebraço 
Face 
Costas 
 
Observação: 
Nas experiências 1 a 3, utilize a escala do quadro abaixo para quantificar as sensações do colega, em 
cada experimento. 
SENSAÇÕES SIMBOLOGIA 
Morno 
Frio 
x 
0 
Quente 
Muito Frio 
xx 
 00 
Muito quente 
Frio congelante 
Xxx 
 000 
Sensação Insuportável Xxxx 
 0000 
 
Análise dos Resultados: 
Após a realização de todos os testes os alunos devem confrontar seus achados para reconhecer as 
variações de respostas possíveis entre os outros colegas de classe. 
 
 7
 
AUSCULTA CARDÍACA 
 
Objetivo: familiarizar os alunos com a técnica de ausculta das bulhas cardíacas. 
Procedimento: aplicar a membrana do estetoscópio sobre cada foco de ausculta e observar: núme-
ro, intensidade e altura das bulhas, grande e pequeno silêncios, freqüência e ritmo cardíaco. 
Observações 
1. A ausculta será realizada com o auxílio do estetoscópio (ausculta mediata), porém pode também 
ser realizada com o ouvido aplicado sobre a região precordial (ausculta imediata). 
2. O aluno deverá respirar tranqüilamente. Para que melhor sejam percebidas as bulhas cardíacas, 
deverá fazer breves apnéias. 
3. Certas distorções das bulhas cardíacas chamam-se sopro. 
4. Embora existam focos secundários para ausculta, são os seguintes os focos primários, nos quais 
você deve pesquisar os ruídos: 
4.1. FOCO MITRAL: localizado na sede do "ictus cordis", ou seja, no 4º ou 5º espaço intercos-
tal esquerdo, entre a linha mamilar e a para-esternal, a cerca de 8cm da linha mediana anteri-
or. 
4.2. FOCO TRICÚSPIDE: localizado no segmento inferior do esterno, junto à base do apêndi-
ce xifóide. 
4.3. FOCO PULMONAR: localizado na extremidade esternal do 2º espaço intercostal esquerdo, 
junto à borda esternal. 
4.4. FOCO AÓRTICO: localizado na extremidade esternal do 2º espaço intercostal direito, jun-
to à borda esternal. 
Obs.: feita a ausculta em repouso, proceder ausculta após 2 minutos de exercício leve. 
 
 
 8
 
ESTUDO DO PULSO E DA PRESSÃO ARTERIAL NO HOMEM 
 
I) PULSO ARTERIAL: 
Objetivo: em todas as artérias superficiais se pode praticar a palpação do pulso. Em geral utiliza-se 
a artéria radial ou as artérias radiais simultaneamente. O objetivo básico é medir a freqüência car-
díaca através da freqüência do pulso uma vez que, em condições fisiológicas, elas são iguais. Desta 
forma, constata-se o número de ciclos cardíacos ocorridos em cada minuto, ou seja, a freqüência 
cardíaca. Palpando-se a artéria deve-se ter também como objetivo o estudo das seguintes caracterís-
ticas do pulso: 
• ritmo - regularidade temporal das pulsações (definirá um pulso rítmico ou arrítmico) 
• amplitude - intensidade das pulsações (definirá um pulso forte ou fraco). 
Procedimento: aplique ao longo da artéria radial (terço distal do rádio) as polpas do 2º e 3º quiro-
dáctilos, exercendo discreta compressão. A secção da artéria tomará configuração elíptica e voltará 
à condição cilíndrica em cada fase sistólica, com a chegada da onda de pulso gerada em função da 
ejeção ventricular. O choque mecânico (pulso arterial) será transmitido às polpas digitais e assim 
será percebido. 
 
Observações 
1. Palpe simultaneamente as artérias radial e carótida e responda: 
a) a freqüência é a mesma em ambas? Porquê? 
b) o ritmo é o mesmo em ambas? Porquê? 
c) a amplitude é a mesma em ambas? Porquê? 
2. Para confecção do relatório utilize as médias dos dados coletados e tabule-os no quadro anexo. 
 
II) PRESSÃO ARTERIAL: 
Objetivo: familiarizar o aluno com os métodos esfigmomanométricos de medida da pressão arterial 
(medida indireta). Apesar de indireta a avaliação, os dados obtidos são bastante próximos dos valo-
res reais, ou seja, daqueles que seriam determinados através da introdução de um cateter intra-
arterial (medida direta). 
Procedimento 
1) Método palpatório 
a) Desinflar o manguito e aplicá-lo contornando o braço de um membro do grupo, de forma que o 
bordo inferior do manguito esteja 2 ou 3 cm acima do cotovelo. 
b) Palpar o pulso da artéria radial ao nível da extremidade distal do rádio. 
c) Inflar o manguito 30 mmHg acima do nível em que se verificar o desaparecimento do pulso radi-
al. 
d) Desinflar lentamente o manguito e verificar no manômetro o nível do reaparecimento do pulso 
radial. A pressão lida neste exato momento corresponderá à pressão sistólica (única perceptível 
por este método). 
 
2) Método auscultatório 
a) Idêntico ao item “a” do método anterior. 
b) Palpar o pulso da artéria braquial medialmente ao tendão de inserção do bíceps. Colocar nesta 
região a membrana do estetoscópio já devidamente adaptado aos ouvidos. 
c) Inflar o manguito até 200 mmHg. Desinflar lentamente, olhando para o manômetro e com a aten-
ção voltada para os sons que logo você ouvirá. A pressão sistólica será aquela indicada no ma-
nômetro no momento exato em que o som da pulsação braquial começar a ser ouvida. A pressão 
diastólica será aquela indicada no momento em que o som deixar de ser ouvido ou mudar de in-
tensidade (ou tonalidade). 
10 
 9
 
Observações 
1. Com o objetivo de conhecer e familiarizar-se com a metodologia,na primeiro horário da aula 
prática, todos os estudantes devem participar exercitando ao máximo as medições do pulso e da 
pressão arterial, ora como examinador ora como cobaio. 
2. Nas medições antes do exercício, aguardar pelo menos dois minutos para repetir os procedimen-
tos em nova posição. 
3. Para o preenchimento das tabelas abaixo, nos dois horários seguintes da AP, cada grupo deve 
escolher apenas dois alunos para as medições (um homem e uma mulher). 
4. O exercício constará de caminhada rápida durante 5 minutos. O estudante cobaio levará o tensi-
ômetro já adaptado ao braço. As medidas após o exercício serão realizadas com o indivíduo em 
posição ortostática (para comparação com a medida anterior feita em idêntica posição). 
5. Ao confeccionar o relatório trabalhe com as médias calculadas a partir dos dados de 03 alunos e 
03 alunas. 
6. Não confundir média das pressões obtidas, com pressão arterial média (PAM). A título de exer-
cício calcule a PAM com os dados individuais e com os dados médios obtidos? A fórmula abai-
xo, embora não seja a melhor para este cálculo, é a mais elementar. O ideal seria fazer a integra-
ção da curva de pressão arterial. 
 
 
 PS - PD 
 PAM = PD + ------------- 
 3 
 
III) Dependência Postural da Pressão Arterial (decúbito) 
- Meça a frequência Cardíaca (FC), a pressão sistólica e a pressão diastólica de um voluntário que 
está sentado há 5 minutos. Para a medida da FC pode-se contar os batimentos palpados na artéria 
radial. Conte os batimentos em 15 segundos e multiplique por quatro. 
- O voluntário deve, então, ficar em decúbito dorsal por 5 minutos sobre o colchonete. Ao final des-
se período, a FC, a pressão sistólica e a pressão diastólica devem ser novamente aferidas com o vo-
luntário ainda deitado. 
- Tomadas essas medidas, o voluntário deve ficar rapidamente em pé (alguém tem que ampará-lo 
para protegê-lo se houver queda) e imediatamente a FC, a pressão sistólica e a pressão diastólica. 
- Após 5 minutos em pé, meça novamente a FC e as pressões sistólica e diastólica do voluntário. 
 
 
 10
TABELA PARA COLETA DE DADOS 
 
 PULSO 
(bpm) 
PRESSÃO ARTERIAL (mmHg) 
 FREQUÊNCI
A(bpm) 
MÉTODO PALPATÓRIO MÉTODO 
AUSCULTATÓRIO 
 ALUNO M F M F M F 
 POSIÇÃO / / 
 ORTOSTÁ- / / 
TICA (PO) / / 
 MÉDIA / / 
DECÚBITO / / 
DORSAL / / 
 / / 
 MÉDIA / / 
IMEDIATA
MENTE 
 / / 
APÓS / / 
LEVANTAR / / 
 MÉDIA / / 
 P.ORTOST. / / 
APÓS / / 
5 MINUTOS / / 
 MÉDIA / / 
 
 
 
APÓS 05 MINUTOS DE EXERCÍCIO 
 PULSO (bpm) PRESSÃO ARTERIAL 
(mmHg) 
 FREQUÊNCIA 
(bpm) 
AMPLITUDE RITMO MÉTODO 
AUSCULTATÓRIO 
 ALUNO M F M F M F M F 
POSIÇÃO / / 
ORTOSTÁ- / / 
TICA / / 
 MÉDIA / / 
 
 11
 
MECÂNICA RESPIRATÓRIA 
 
Objetivo: demonstrar em que consiste, do ponto de vista físico, as fases do ciclo respiratório (inspi-
ração e expiração). 
Procedimento: 
1. Sacrificar o animal por anestesia com éter etílico e, em seguida, fixar o animal na prancha de 
cortiça (decúbito dorsal); 
2. Fazer uma incisão longitudinal na linha média do pescoço até a base do externo. Divulsionar a 
musculatura pré-traqueal e expor a traquéia. Introduzir a tesoura fechada ao nível da fúrcula es-
ternal para produzir penumotórax e, em seguida, abrir o tórax do animal; 
3. Remover o coração seccionando os vasos da base. Retirar cuidadosamente o conjunto “traquéia-
pulmões”; 
4. Montar o conjunto “caixa torácica-pulmões artificial “ (veja figura abaixo) 
 
5. Realizar os seguintes experimentos: 
a. simular um ciclo respiratório através da “contração” e “relaxamento” do “diafragma”. Obser-
ve atentamente tudo o que se passa no que se refere a: volume da caixa torácica, pressão in-
terpleural, volume pulmonar, pressão intrapulmonar e fluxo de ar. Esta observação facilita-
rá a confecção do relatório quanto aos gráficos solicitados; 
b. ocluir a “traquéia” e repetir o experimento anterior; 
c. adapte uma seringa à “traquéia” e injete pequena quantidade de ar. Em seguida oclua momen-
taneamente a “traquéia” enquanto retira a seringa. Desobstrua a “traquéia” e observe que os 
pulmões, em função de sua própria elasticidade, retornam às dimensões de repouso expulsan-
do o ar passivamente (em repouso a expiração é passiva); 
Obs.: Cada experiência deve ser repetida e analisada várias vezes no sentido de possibilitar o enten-
dimento da mecânica da respiração normal (item ‘a’), de uma obstrução das vias respiratórias 
(item ‘b’) e de um tipo de respiração artificial (item ‘c’). 
Confeccione gráficos demonstrativos do comportamento das variáveis (ordenadas) em fun-
ção das fases do ciclo respiratório. Não sendo possível utilizar dados quantitativos, suponha as vari-
ações do ponto de vista qualitativo. (Muitos textos possuem tais gráficos. Consulte-os antes da AP). 
 
 12
 
Volume da 
caixa torácica 
 (mL) 
 
 
 
 
 
 
 
Pressão inter- 
pleural 
(mmHg) 
 
 
 
 
 
 
 
Volume 
pulmonar 
(mL) 
 
 
 
 
 
 
Pressão 
alveolar 
(mmHg) 
 
 
 
 
 
 
 
Fluxo de ar 
 (mL) 
 
 
 
 
 
 INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO 
 13
CARACTERÍSTICAS DA RESPIRAÇÃO E AUSCULTA PULMONAR NA ESPÉCIE 
HUMANA 
 
 Objetivo: estudar aspectos importantes associados à atividade respiratória no ser huma-
no. 
 Procedimento e experiências: 
 Um estudante despirá o tórax e sentará de forma a permitir que se observem os movi-
mentos simétricos de expansão/retração da caixa torácica em cada ciclo respiratório. 
 1 - Com uma fita métrica, contorne o tórax 5 cm acima do apêndice xifóide e meça a 
"circunferência" torácica na inspiração e na expiração ; 
 2 - Com a mesma fita métrica, contorne o abdome e meça a "circunferência" abdominal 
na inspiração e na expiração; 
 Obs.: interprete os resultados analisando as variações nos diâmetros da caixa torácica, 
em decorrência dos movimentos das costelas e do diafragma, em cada fase do ciclo respiratório. 
 3 - Solicite que o aluno-cobaio faça algumas respirações ligeiramente forçadas (com a 
boca e nariz semi-obstruídos); 
 Obs.: analise a participação de novos músculos neste tipo de respiração. 
 4 - Aplique a membrana de um estetoscópio sobre a traquéia e ouça o chamado som tra-
queal ou bronquial; 
 5 - Aplique a membrana do estetoscópio numa região do tórax (5º espaço intercostal di-
reito, por exemplo) e ouça o som ou murmúrio vesicular; 
 -Responda: 
 O som bronquial e o murmúrio vesicular são inspiratórios, expiratórios ou ambos? 
 Quando se ampliam os movimentos respiratórios, estes sons aumentam ou diminuem de 
intensidade? 
 6 - Coloque a cinta e "sanfona" do pneumógrafo em torno do tórax do aluno-cobaio (nu-
ma altura onde os movimentos se mostrem mais amplos), e ajuste tudo de forma a obter o melhor 
registro dos movimentos respiratórios no quimógrafo girando lentamente. Isto permitirá a observa-
ção e análise das experiências subsequentes; 
 Obs.: O aluno-cobaio não deverá observar os registros no quimógrafo, para não interferir 
conscientemente. 
 7 - Faça, durante alguns segundos, o registro da respiração tranqüila (respiração em re-
pouso). 
Obs.: O gráfico permitirá: 
 a) ver claramente a inspiraçãoe expiração em cada ciclo respiratório; 
 b) determinar a frequência respiratória (FR); 
 c) ter uma idéia da amplitude dos movimentos respiratórios, ou seja, do volume corrente. 
 8 - Observe o gráfico após as seguintes modalidades de interferências: 
 a) sorrir; 
 b) tossir; 
 c) ler alto; 
 d) concentrar-se em um problema matemático; 
 e) sofrer um inesperado estímulo doloroso (um beliscão , por exemplo); 
 f) beber um copo d`água; 
 g) simular estar fumando. 
 Obs.: Comparar com o gráfico do item-7; 
 9 - Efeito do CO2: 
 Após alguns segundos de respiração tranqüila, solicite ao aluno-cobaio que respire ar de 
dentro de um saco plástico por um breve intervalo de tempo (01 a 02 minutos). Observe as altera-
ções na amplitude e FR ao alongo do tempo (meça a FR a cada 15 segundos e, no relatório, faça 
18 
 14
tabela e gráfico respectivos. Repita este procedimento nos 02 minutos após a retirada do saco plás-
tico); 
 10 - Efeito de uma apnéia voluntária: 
 Após breve registro de respiração tranqüila (controle), solicite do aluno-cobaio que faça 
uma inspiração profunda e em seguida permaneça sem respirar pelo tempo que suportar. Registre 
até normalizar; 
 11 - Efeito de uma hiperpnéia voluntária: 
 Após breve registro de respiração tranqüila (controle), solicite do aluno-cobaio que inspi-
re rápida e profundamente por alguns segundos (10 a 30 s), deixando em seguida que a respiração 
permaneça involuntária. Registre até normalizar; 
 12 - Efeito de uma apnéia voluntária após uma hiperpnéia voluntária: 
 Após breve registro de respiração tranqüila (controle), solicite do aluno-cobaio que inspi-
re rápida e profundamente por alguns segundos (10 a 30 s) e em seguida permaneça sem respirar 
pelo tempo que suportar. Registre até normalizar; 
 13 - Efeito do exercício físico: 
 Registre alguns segundos de respiração tranqüila (controle). Desligue o tubo de borracha 
do tambor de Marey do pneumógrafo e solicite que, sem retirar a cinta, o aluno-cobaio faça alguns 
saltos, flexões e extensões dos membros etc. por cerca de 20 segundos. Religue o sistema e registre. 
 Obs.: 1) Para efeito de familiarização defina os seguintes termos: apnéia, eupnéia, dis-
pnéia, taquipnéia, bradipnéia, polipnéia, hiperpnéia e respiração apnêustica. 
 15
 
 CONTROLE DA GLICEMIA 
 
A glicose é um metabólito essencial para o organismo. Alguns tipos celulares, como os 
neurônios e as hemácias, dependem exclusivamente de glicose para produzir energia na forma de 
ATP. Em vista disso, a concentração plasmática de glicose (glicemia) deve ser mantida dentro de 
limites estreitos de variação. Um indivíduo normal apresenta glicemia de jejum na faixa de 70 a 
110 mg/dL. Mesmo em situações extremas, como no jejum, a concentração plasmática de glicose 
não diminui de modo marcante. Esse é um requisito fundamental para que o cérebro não entre em 
falência energética e as hemácias não sejam destruídas (Newsholme, 1984). Sem glicose, as células 
nervosas e as hemácias não produzem ATP em quantidades suficientes e morrem por apoptose 
(quando há pequena redução de ATP) ou necrose (quando há redução muito intensa). 
No estado alimentado, os carboidratos da dieta são digeridos e absorvidos e, como consequência, 
há elevação da glicemia. A maior oferta de glicose em um curto período de tempo (período pós-
prandial) estimula a liberação de insulina pelas ilhotas de Langerhans do pâncreas. Esse hormônio atua 
estimulando a captação de glicose pelos tecidos dependentes de insulina, tecido adiposo e músculo 
esquelético; esses dois tecidos respondem por cerca de 55% da massa total do organismo. Portanto, 
um aumento no consumo de glicose pelos tecidos citados causa rápida redução da glicemia. A 
insulina é um hormônio tipicamente anabólico e estimula a via de acúmulo de glicogênio (glicogênio-
gênese) no fígado e no músculo esquelético. 
Durante o período inter-refeição, quando não há mais o aporte de glicose proveniente do tubo 
digestivo, a manutenção da glicemia passa a depender da própria produção pelo organismo, o que 
ocorre no fígado e rins, conforme já mencionado. Nessas condições, a concentração plasmática de 
insulina diminui e a dos hormônios contra-reguladores (glucagon, adrenalina, cortisol e GH) se 
eleva. Como resultado das alterações hormonais mencionadas e da ativação simpática, ocorre 
estimulação da glicogenólise e da gliconeogênese aumentando a liberação de glicose para a 
corrente sanguínea. 
Um aspecto também importante na manutenção da glicemia é a oferta de substratos 
energéticos alternativos. A utilização de ácidos graxos pelo tecido muscular causa redução no 
consumo de glicose, fenómeno este descrito inicialmente em músculo cardíaco e denominado 
ciclo glicose-ácidos graxos por Philip Randle. Há evidências de que esse ciclo também ocorre no 
músculo esquelético. Assim, a elevação das concentrações plasmáticas de ácidos graxos, que ocorre em 
condições de jejum e exercício, causa redução marcante na utilização de glicose pelo músculo, 
participando de modo decisivo na manutenção da glicemia. 
Objetivo: Estudar os efeitos da insulina, adrenalina, glucagon e cortisol sobre os valores 
plasmáticos de glicose. 
 
Procedimento: 
Marcar com antecedência para que um aluno permaneça em jejum por, no mínimo, 8 horas. 
Para a coleta de sangue no período pós-prandial, deve ser ingerido, de 15 a 30 minutos antes 
da coleta, uma certa quantidade de alimento. 
Os efeitos do jejum e da refeição sobre a glicemia serão avaliados pela coleta de uma 
pequena gota de sangue da polpa do dedo e posterior determinação da glicose em glicosímetro. 
Se possível, incluir um paciente diabético que normalmente faz ou deveria fazer controle da sua 
glicemia. 
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Aperte a polpa do dedo e, após limpeza do local com álcool e algodão, faça uma ligeira 
perfuração com estilete. Pressione o dedo para que o sangue saia. Coloque o sangue na fita, espere 
alguns segundos (conforme recomendação da sua fita de escolha) e leia no glicosímetro. O valor 
será dado em mg por 100 mL de sangue. 
 
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO DA PRÁTICA: 
É possível observar que, no período pós-prandial, a concentração plasmática de glicose aumenta, 
enquanto no jejum a glicemia torna-se menor. Normalmente, a concentração plasmática de 
glicose no jejum varia de 70 a 100 mg/dL. No período pós-prandial, a faixa varia de 120 a 180 
mg/dL. No diabético, os valores de glicose no sangue estarão muito elevados, acima de 200 mg/dL 
(DeGroot, 1995). 
Por que a glicemia diminui no jejum e aumenta no diabético em relação ao controle? Qual o 
grupo controle desses experimentos? Quais os principais hormônios envolvidos nesse processo? 
Como eles atuam diminuindo ou aumentado a glicemia? Qual seria o controle mais apropriado 
para o seu estudo?

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