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Relatório de Aulas Práticas

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RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS 
 
 
 
 
 
CURSO: FISIOTERAPIA DISCIPLINA: AVALIAÇÃO FUNCIONAL 
POLO: Brasilia – Asa Sul DF 
ALUNA: Fabiana Rodrigues Jansen 
RA.: 2295825 
DATA: 03/11/2023 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO___________________________________________________________03 
2 RESULTADOS E DISCUSSÕES____________________________________________04 
AULA 01 ROTEIRO 1 - Avaliação Neurológica_________________________________04 
AULA 02 ROTEIRO 1 - Avaliação Neurológica_________________________________10 
AULA 03 ROTEIRO 1 - Avaliação do Sistema Respiratório ______________________17 
AULA 04 ROTEIRO 1 - Avaliação do Sistema Circulatório________________________22 
AULA 04 ROTEIRO 2 - Avaliação Postural ____________________________________26 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS_________________________________________________28 
4 REFERÊNCIAS ILUSTRATIVAS____________________________________________29 
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS__________________________________________31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente relatório abordará os assuntos referentes a avaliação funcional, 
disciplina que discute os principais testes neurológicos, como: avaliação da sensibilidade; 
trato protopático; propriocepção; avaliação dos reflexos; tônus muscular, entre outros. 
Neste relatório se encontra ainda a avaliação da coordenação motora e estratégia de 
equilibrio. 
Na evolução dos estudos foi avaliado ainda o sistema respiratório, utilizando: 
inspeção estática: formas do tórax; inspeção dinâmica: frequência respiratória e ausculta. 
No decorrer das aulas foi avaliado também o sistema circulatório, utilizando o exame 
periférico; a inspeção; palpação e medindo a pressão arterial; na sequência foi medida 
frequência cardiaca e medição de pulso. 
Ainda nesse relatório é discutido sobre a avaliação postural de maneira estática, 
foram observadas e identificas alterações posturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Aula 1, Roteiro 1 – Avaliação Neurológica 
Com o inicio dos relatos de avaliação neurológica, o objetivo era práticar à 
avaliação e identificação de alterações no sistema nervoso central através da avaliação 
da sensibilidade, dos reflexos e do tônus muscular. 
Iniciando-se pela sensibilidade, discutiu que a aprendizagem motora e o 
desempenho motor estão ligados à sensibilidade. 
Conforme uma tarefa motora é praticada, o indivíduo aprende a 
antecipar e corrigir ou modificar movimentos de acordo com inputs 
sensitivos organizados e integrados pelo sistema nervoso central, que usa 
essa informação para influenciar o movimento pelo controle por feedback 
e feedforward (O’SULLIVAN, SCHMITZ, FULK, 2018). 
Iniciando-se pela sensibilidade superficial ou exteroceptiva, após explicação sobre 
a avaliação, passou para a divisão de grupos, uns fazendo papel de paciente e outros de 
terapeuta, trocando-se os papéis num segundo momento. 
Paciente deveria ficar em posição sentada ou deitada, confortável e relaxado, e o 
terapeuta deveria explicar o teste ao paciente. 
Iniciando com os olhos abertos e em um segundo momento, a visão do paciente era 
oclusa, realizando o teste. 
Foi explicado que a sensibilidade superficial deve ser avaliada sob três aspectos: tátil, 
doloroso e térmico. 
O teste térmico não foi realizado em aula, mas explicado em detalhes. 
Ainda foi alertado a respeito dos testes, pois devem ser realizados ao mesmo 
tempo, de forma aleatória, para evitar somação de estímulo não questionandod o 
terapeuta ao paciente se sentiu algo, para não induzir comportamento, mas aguardar que 
o paciente relate sobre o que sentiu. Somente então o terapeuta deve perguntar o que 
sentiu e onde. O resultado da avaliação da sensibilidade tátil pode ser: anestesia 
(desaparecimento de uma modalidade sensorial); hipoestesia (diminuição da intensidade 
ou duração sensorial produzida por um estímulo); normoestesia (sem 
alteração da sensibilidade); e hiperestesia (aumento da intensidade ou duração sensorial 
produzida por um estímulo). 
Já a avaliação da sensibilidade dolorosa pode levar aos seguintes resultados: 
analgesia (perda da sensação dolorosa); hipoalgesia (diminuição do limiar cutâneo para 
estímulos nocivos, ou seja, dolorosos); normoalgesia (sensação dolorosa normal) e 
hiperalgesia (aumento do limiar cutâneo para estímulos nocivos, ou seja, dolorosos) 
Seguiu então para a prática, onde foi utilizado um material pontiagudo para 
aplicação de estímulos dolorosos e pincel para avaliação do tato grosso (tato protopático). 
Foi apresentado o estesiômetro (instrumento para examinar a percepção tátil) de 
sete monofilamentos de polietileno e nylon, de cores e espessuras diferentes. O próprio 
equipamento indica os pontos que devem ser testados e os resultados que podem ser 
alcançados com o teste. 
Figura 1 
 
Fonte: Acervo Pessoal. 
No uso do equipamento foi impressionante ver como a sensibilidade, ainda que 
sem disfunções neurológicas, é diferente. 
Abaixo, algumas imagens da realização desses testes: 
Figura 2 
 
Fonte: Acervo Pessoal. 
Na sequência, passou-se à avaliação da sensibilidade profunda ou proprioceptiva, 
em que se avalia o paciente quanto ao sentido de posição e ao sentido de movimento 
(cinestesia). Foram divididos grupos para avaliação da sensibilidade profunda. Para tanto, 
o paciente deveria ficar em posição sentada, confortável e 
 relaxado, e o terapeuta deveria explicar o teste ao paciente e em seguida, a visão do 
paciente era oclusa. Para avaliar a cinestesia, o membro ou articulação avaliado é 
movimentado passivamente por meio da amplitude de movimento, devendo-se pedir ao 
paciente que indique verbalmente a direção do movimento enquanto o membro é 
movimentado. 
Por fim, para avaliar o sentido de posição, o membro ou articulação é movimentado 
e mantido em uma posição estática, devendo-se pedir ao paciente que relate verbalmente 
a posição e replique a posição do membro ou articulação com o membro oposto. 
Os resultados possíveis para a avaliação da sensibilidade 
profunda são alterada ou preservada. (CORREA, 2020) 
Realizadas estas avaliações, passou-se, então, à avaliação dos reflexos. Para a 
avaliação dos reflexos miotáticos, deve-se realizar uma percussão sobre o tendão 
muscular com o paciente em posição confortável e relaxado, sendo essencial a 
comparação dos resultados obtidos entre os dois hemicorpos . 
De acordo com os resultados obtidos, pode-se avaliar a intensidade dos reflexos, 
classificados em: ausente; hiporreflexia (diminuição da resposta do reflexo); normal; 
hiperreflexia (aumento da resposta do reflexo); e hiperrreflexia com aumento da área 
reflexógena (aumento da resposta do reflexo com resposta também de aumento no 
músculo correspondente ao tendão avaliado). 
Foram, então, praticados os seguintes reflexos: bicipital, tricipital, estilorradial, 
patelar e calcâneo. Para avaliação do reflexo bicipital, deve-se percutir sobre o tendão 
distal do bíceps com o braço do paciente levemente fletido, sendo esperada como 
resposta flexão do cotovelo e leve supinação. 
Abaixo, algumas fotos da realização desse teste: 
Figura 3 
 
Fonte: Acervo Pessoal. 
Para o reflexo tricipital, deve-se percutir sobre o tendão distal do tríceps com o 
braço do paciente em abdução de 90° de ombro e flexão de 90° de cotovelo. A resposta 
esperada é a extensão do cotovelo. 
Figura 4 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
Durante a demonstração do teste o reflexo do paciente não era propriamente o 
esperado, pois este era acompanhado de uma contração do tronco. Na sequência, foi 
realizado o teste do reflexo estilorradial. No qual é realizada a percussão sobre o tendão 
do músculo braquiorradial com antebraço do paciente em posição neutra. Espera-se 
como resposta leve pronação e flexão dos dedos. 
Figura 5 
 
Fonte: Acervo Pessoal. 
Na sequência, foi realizado o teste do reflexopatelar, percutindo-se sobre o tendão 
patelar com o joelho do paciente fletido a 90°. A resposta esperada era a extensão do 
joelho. 
Figura 6 
 
Fonte: Acervo Pessoal. 
Enfim, foi realizado o teste do reflexo calcâneo, percutindo-se sobre o tendão do 
calcâneo com o tornozelo do paciente neutro. Espera-se como resposta flexão plantar do 
tornozelo. 
Figura 7 
 
Fonte: Acervo Pessoal. 
Foi justificado que poderia não ser possível visualizar o reflexo em todos, o que 
poderia gerar uma classificação “ausente”, não atribuindo isso unicamente à falta de 
reflexo, mas também à falha na sua realização ou mesmo ao excesso de tentativas. 
A avaliação do tônus muscular visa a identificar a tensão de 
repouso e a reatividade dos músculos ao alongamento passivo (CORREA, 
2020). 
O tônus pode ser caracterizado como: hipertônico (tônus aumentado e acima dos 
padrões normais em repouso); normal; ou hipotônico (tônus reduzido e abaixo dos níveis 
normais em repouso) . 
A avaliação pode ser realizada em três fases: observação inicial, 
avaliação do movimento passivo e dos reflexos miotáticos (de 
estiramento) e controle motor voluntário. (CORREA, 2020). 
A observação inicial pode revelar a presença de movimentos anormais ou de 
postura dos membros ou do corpo. Assim, padrões motores estereotipados (sinergismos 
anormais) são sugestivos de presença de anormalidades do tônus. Movimentos flutuantes 
involuntários podem significar distonia e a completa ausência de movimentos 
espontâneos pode indicar flacidez. Já a postura em posições fixas (antigravitacionais) 
pode ser sugestiva de espasticidade. A palpação, de sua vez, pode trazer informações 
sobre o estado de repouso dos músculos. 
Para realização dos testes do movimento passivo, o paciente deve 
ser instruído a relaxar, permitindo que o terapeuta sustente e movimente 
o membro. Todos os movimentos são avaliados, com particular atenção 
aos identificados como problemáticos no período da observação inicial 
(CORREA, 2020). 
Durante o teste do movimento passivo, o terapeuta deve manter contatos manuais 
firmes e constantes, movendo o membro aleatoriamente, numa frequência baixa e 
constante. 
Quando o tônus é normal, o membro se move facilmente e o terapeuta é capaz de 
alterar a direção e a velocidade sem sentir resistências anormais. Membros hipertônicos 
geralmente transmitem uma impressão de rigidez e resistência ao movimento e membros 
flácidos parecem pesados e não reativos. Movimentos mais velozes intensificam as 
respostas e aumentam a qualidade de resistência oferecida por um músculo espástico. 
A rigidez oferece uma resistência mais constante a todas as velocidades de movimentos. 
Um súbito afrouxamento indica sinal de canivete. 
A determinação do tônus deve ser realizada com base na comparação com as 
respostas de um membro normal. Após o teste de movimento passivo, é necessário 
especificar e classificar o grau de espasticidade como severa ou moderada. Para isso, a 
escala de Ashworth modificada é a mais utilizada, sendo esses os parâmetros: 0: não 
há aumento do tônus; 1: discreto aumento do tônus, manifestado por uma resistência 
mínima ao final do movimento, quando a articulação afetada é fletida ou estendida; 1+: 
discreto aumento do tônus, manifestado por contração associada a uma resistência 
 
mínima durante o restante do movimento (menos da metade da amplitude de 
movimento); 2: aumento mais pronunciado do tônus durante a maior parte da amplitude 
de movimento, mas a movimentação passiva é facilmente realizada;3: aumento 
considerável do tônus durante a maior parte da ADM, mas a movimentação passiva é 
realizada com dificuldade;4: articulação afetada rígida em flexão ou extensão. 
Aula 2, Roteiro 1 – Avaliação Neurológica 
Com a evolução dos relatos sobre avaliação neurológica, essa aula trouxe como 
objetivo avaliar e identificar as alterações no sistema nervoso central e periférico, em 
especial, a avaliação da coordenação motora grossa e fina. 
Coordenação é a capacidade de executar movimentos regulares controlados. Os 
movimentos coordenados se caracterizam por uma velocidade, distância, direção, ritmo 
e tensão muscular apropriados. 
Incoordenação e deficiência de coordenação são termos gerais 
usados na descrição do funcionamento motor anormal, caracterizado por 
movimentos desajeitados, estranhos, irregulares ou inacurados (CORREA, 
2020). 
Foram discutidos ainda os propósitos da coordenação motora, a saber: avaliar a 
capacidade dos músculos ou grupos musculares que operam em conjunto na execução 
de uma tarefa ou atividade funcional; auxiliar nas metas e nos objetivos dos planos 
terapêuticos; proporcionar uma base para o desenvolvimento de um programa de 
exercícios terapêuticos para melhora da coordenação; auxiliar na determinação de 
métodos para ensino, simplificação e adaptação de uma atividade terapêutica; determinar 
os efeitos da intervenção terapêutica no movimento coordenado ao longo do tempo. 
A avaliação da coordenação motora se divide em duas categorias: (i) 
atividades motoras grossas, que envolvem grandes grupos musculares; e 
(ii) atividades motoras finas, que envolvem grupos musculares pequenos 
e avaliam destreza e habilidade de manipulação (CORREA, 2020). 
Foi apresentado ainda uma outra subdivisão de testes de equilibrio, a saber: dedo 
ao nariz (índex-nariz); dedo ao dedo do terapeuta (index-index); teste do rebote; teste 
calcanhar-joelho e diadococinesia. 
No teste índex-nariz, o ombro do paciente é abduzido a 90° com 
o cotovelo estendido. O paciente é convidado a trazer a ponta do dedo 
indicador à ponta do seu nariz. Pode-se alterar a posição inicial de partida 
para observar o desempenho em diferentes planos de movimento 
(O’SULLIVAN, SCHMITZ, FULK, 2018). 
No teste índex-índex do examinador, o paciente e o fisioterapeuta sentam-se de 
frente um para o outro. O dedo indicador do fisioterapeuta é colocado na frente do 
paciente. O paciente é convidado a tocar o dedo indicador do fisioterapeuta com a ponta 
do seu dedo indicador. A posição do dedo do fisioterapeuta pode ser alterada durante o 
teste para observar a capacidade de alterar a distância, direção e força do movimento. 
No teste do rebote, o paciente é posicionado com o cotovelo flexionado. O 
fisioterapeuta aplica resistência manual suficiente para produzir uma contração 
isométrica do bíceps. A resistência é subitamente liberada. Normalmente, o grupo 
muscular oposto (tríceps) irá se contrair e “frear” o movimento do membro. Muitos outros 
grupos musculares podem ser testados à procura desse fenômeno, como os abdutores 
de ombro ou flexores e extensores do cotovelo. 
No teste calcanhar-joelho, em decúbito dorsal, o paciente é convidado a tocar 
alternadamente o joelho e o hálux com o calcanhar do membro inferior oposto. No 
decorrer da aula, o teste foi realizado sentado. 
Enfim, a diadococinesia refere-se à capacidade de realizar movimentos alternados 
e sucessivos, sendo avaliada por meio de movimentos alternados de pronação e de 
supinação das mãos ou de flexão e extensão dos pés. A diadococinesia aparece alterada, 
nas síndromes cerebelares. 
Seguindo para à prática, os foram divididos grupos, e alguns dos testes acima 
realizados com os olhos fechados. Foi observado que, quando fechados os olhos, 
aumenta, o nível de dificuldade na realização do teste. 
Abaixo, algumas fotos dos testes que não demandam equilíbrio: 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8 - índex-nariz 
 
Fonte: Acervo pessoal 
Figura 9 – índex-nariz com olhos fechados 
 
Fonte: Acervo pessoal 
Figura 10 – índex-index 
 
Fonte: Acervo pessoal 
 
Figura 11 – calcanhar-joelho 
 
Fonte: Acervo pessoal 
Seguiu, então, à avaliação dos equilíbrios estático e dinâmico. 
A manutenção da estabilidade postural é uma tarefa complexa que requer 
do sistema nervoso central (SNC) a perfeita integração e a utilização 
adequada das informações de três sistemassensoriais importantes para 
essa função: sistemas vestibular, visual e somatossensorial 
(KOPCZYNSKI, 2012). 
O sistema vestibular tem seus receptores localizados no ouvido interno e sinaliza 
a posição e a movimentação da cabeça em relação à ação da gravidade. Assim, quando 
o corpo sofre perturbações em sua estabilidade, na maioria das vezes, promove 
repercussões sobre a orientação da cabeça, gerando repostas motoras tônicas 
automáticas e específicas de acordo com a direção da movimentação da mesma, com 
objetivo de realinhá‐la ao sentido da força gravitacional. Essas respostas motoras acabam 
por reorientar também o corpo, colaborando para a retomada da estabilidade. 
O sistema visual proporciona informações sobre a posição e a distância entre os 
objetos e as estruturas ao redor do corpo. Assim, quando o sistema visual acusa que está 
havendo redução ou aumento dessas distâncias, o SNC traduz essa informação como 
deslocamento do corpo e possível instabilidade eminente, produzindo respostas motoras 
específicas e estabilizantes. 
Já o sistema somatossensorial proporciona informação sobre a posição e o 
movimento dos segmentos do corpo no espaço e sobre as superfícies de apoio. Seus 
receptores periféricos estão na pele, nos músculos e nas articulações. 
A aplicação da vibração, por meio da estimulação dos fusos 
neuromusculares, causa a ilusão de maior comprimento muscular, o que gera 
respostas motoras tônicas, por parte dos sistemas de controle de equilíbrio, que 
 tentam estabilizar a perturbação não real percebida pelo sistema nervoso do 
indivíduo (KOPCZYNSKI, 2012). 
Quando o conjunto de informações provenientes dos sistemas visual, vestibular e 
somatossensorial não é integrado adequadamente pelo SNC ou quando uma ou mais 
informações sensoriais não estão disponíveis em função dos danos ao sistema nervoso, 
podem ocorrer respostas motoras inadequadas. 
As características e condições musculares também têm participação determinante 
no bom controle do equilíbrio e agem como complementadores das funções dos sistemas 
sensoriais e motores. A elasticidade muscular comprometida, ou seja, a presença de 
encurtamentos musculares, limita as amplitudes de movimentos articulares e pode trazer 
problemas de alinhamento corporal, impedindo o corpo de manter em equilíbrio. 
Para tentar manter ou reposicionar o centro de massa do corpo sobre a base de 
suporte, o sistema nervoso utiliza, basicamente, duas formas de ajuste do tônus muscular: 
os ajustes tônicos antecipatórios (mudanças na atividade muscular tônica de base, 
somadas a modificações biomecânicas, que ocorrem anteriormente a uma perturbação 
postural previsível), e os ajustes tônicos compensatórios (resposta a uma perturbação 
inesperada percebida pelo sistema de receptores periféricos e informada aos centros do 
SNC para que respostas motoras específicas sejam produzidas). 
A avaliação do equilíbrio é investigada com o paciente na posição 
ereta equilíbrio estático) e durante a marcha (equilíbrio dinâmico). Na 
impossibilidade de o paciente se manter em pé, o equilíbrio é avaliado na 
posição sentada (CORREA, 2020). 
São formas de avaliar os equilíbrios estático e dinâmico de um paciente: de pé em 
postura normal e confortável; de pé com base estreita de sustentação; de pé com um pé 
diretamente diante do outro (dedo de um dos pés toca o calcanhar do outro pé); de pé 
sobre um dos pés; deslocar inesperadamente o equilíbrio (ao mesmo tempo, proteger o 
paciente de quedas); de pé, alternar entre flexão do tronco, flexão lateral do tronco para 
ambos os lados e o retorno ao normal; andar colocando o calcanhar de um dos pés 
diretamente adiante do dedo do outro pé; andar ao longo de uma linha reta desenhada 
ou marcada no assoalho; andar para o lado e para trás; marchar no lugar; parar e reiniciar 
abruptamente a caminhada ou alterar a velocidade das atividades durante a 
deambulação; andar em círculos e alternar direções; andar sobre os calcanhares ou 
sobre a ponta dos pés. 
Foi demonstrado ainda, o Sinal de Romberg, em que o paciente deve permanecer 
em posição ortostática, pés unidos e olhos fechados. O teste será positivo, ou seja, o 
paciente apresenta comprometimento do equilíbrio estático, se forem evidenciadas 
oscilações corpóreas, podendo haver queda em qualquer direção. 
 Algumas vezes, somente a utilização de manobras especiais – paciente colocar 
um pé na frente do outro, posição de Tandem, ou se manter apoiado num pé só, permite 
evidenciar o sinal de Romberg. 
Após a explicação passou-se para a realização dos testes de equilíbrio. Onde 
foram testados tanto o equilíbrio estático quanto o dinâmico, nas mais diversas posições, 
tendo sido possível evidenciar, diferenças na capacidade de se equilibrar, sem que isso 
tenha por causa qualquer lesão do sistema nervoso. 
Figura 12 – equilíbrio estático 
 
Fonte: Acervo pessoal 
Figura 13 – equilíbrio dinâmico 
 
Fonte: Acervo pessoal 
 
 
 
Finalmente passou a discutir as estratégias motoras do equilíbrio, iniciando pela 
estratégia de tornozelo que faz parte do controle da inclinação anteroposterior na postura 
ortostática, sendo o primeiro ajuste postural compensatório utilizado para restabelecer o 
centro de massa a uma posição de estabilidade. Essa estratégia é mais utilizada quando 
há pequenas perturbações e a superfície de apoio é estável, sofrendo influência da 
amplitude de movimento (ADM) e da força dos músculos do tornozelo. 
Para avaliação da estratégia de tornozelo, o terapeuta faz pequenas oscilações no 
paciente em superfície estável. Também podemos observar essa estratégia quando o 
indivíduo se encontra em superfície instável, pois requer maiores ajustes posturais. 
A estratégia de quadril controla o movimento do centro de massa, produzindo o 
movimento largo e rápido nas articulações do tronco anterior e do quadril. Esta estratégia 
é utilizada para recuperar o equilíbrio em resposta a perturbações mais rápidas e 
maiores, ou quando a superfície de apoio é mais instável ou menor que os pés. Enfim, a 
estratégia do passo ocorre quando as estratégias sem deslocamento (tornozelo e quadril) 
são insuficientes para recuperar o equilíbrio, dessa forma, um passo é utilizado para 
realinhar a base de sustentação sobre o centro de massa. Essa estratégia tenta adaptar 
o corpo novamente ao equilíbrio diante de uma perturbação na qual o centro de 
gravidade ultrapassa o limite da estabilidade do indivíduo. 
Para avaliação da estratégia de passo, é possível realizar uma oscilação rápida e 
intensa do paciente, fazendo com que haja o deslocamento do centro de massa. Após, 
passa a realizar testes das estratégias de equilíbrio. Durante a prática foi utilizada uma 
bola suíça para realização de deslocamentos do centro de massa, tendo sido possível 
verificar que, em sedestação, a estratégia para retornar ao equilíbrio é descendente, 
iniciando-se pelos músculos abdominais e torácicos para após acionar os músculos da 
coxa e perna. 
Abaixo, algumas fotos dos exercícios realizados em sala: 
Figura 14 
 
Fonte: Acervo pessoal 
 
Figura 15 
 
Fonte: Acervo pessoal 
 Aula 3, Roteiro 1 – Avaliação do Sistema Respiratório 
O objetivo nesta aula foi o de avaliar e identificar as alterações no sistema 
Respiratório. 
O sistema respiratório é composto por diferentes partes, sendo 
que todas elas possuem sua importância e podem tanto estar em perfeito 
estado quanto estarem comprometidas, prejudicando o indivíduo 
(CORREA, 2020). 
No decorre da aula foi instruido que a avaliação do sistema respiratório deve ser 
iniciada pela inspeção estática, com o paciente na posição de pé, com o tórax descoberto, 
alinhado e evitando as distorções de postura e em relaxamento. Quando o paciente não 
puder ficar em pé, a inspeção deverá sermfeita preferencialmente na posição sentada. 
Para a inspeção lateral, o paciente deverá flexionaros ombros e apoiar com as 
palmasdas mãos a nuca. 
No momento da avaliação primeiro deve-se ter uma visão de todo o tórax, 
comparando-se um lado com o outro para verificar possíveis assimetrias e anormalidades 
instaladas, devendo-se observar e anotar cicatrizes, escoriações, hematomas, trofismo 
muscular e coloração da pele. 
Ás formas do tórax também foram avaliadas, e pode ser normolíneo, longilíneo ou 
brevilíneo, sendo todas esses formas normais de tórax. Para sua classificação, é utilizado 
o Ângulo de Charpy ou ângulo epigástrico, formado pelas duas rebordas costais. O tórax 
será normolíneo ou mediolíneo se o Ângulo de Charpy for igual a 90º; brevilíneo se o 
Ângulo de Charpy for maior do que 90º; longilíneo se o Ângulo de Charpy for menor do 
que 90. Quando divididos em grupos, todos que foram avaliados possuiama o tórax do 
tipo normolíneo. 
 
 
Figura 16 
 
Fonte: Acervo pessoal 
Já as deformidades do tórax podem ser de origem congênita, por conta das 
alterações gerais ou por doenças do aparelho respiratório. O tórax patológico pode ser 
classificado em: tórax em tonel, enfisematoso, inspiratório, em barril ou globoso, em que 
ocorre o aumento dos diâmetros anteroposterior e transverso, as costelas se encontram 
horizontalizadas, assim como o diafragma, além do apagamento das fossas supra e 
infraclaviculares, abauladas, e a cifose torácica. O ângulo de Charpy tem mais de 90 ºC. 
A impressão é de que, ao olhar para o tórax, o paciente está constantemente inspirando, 
frequente no paciente enfisematoso; tórax expiratório, chato, paralítico ou tísico, em que 
há uma diminuição do diâmetro anteroposterior com predominância do diâmetro 
longitudinal. A impressão é de que o paciente está em constante expiração e por isso é 
também conhecido como tórax em expiração permanente. O paciente costuma ter 
pescoço longo, clavículas saltadas, costelas bem oblíquas, fossas supra e 
infraclaviculares bem marcadas, espaços intercostais bem visíveis e normalmente 
afundados, assim como a borda interna das clavículas e os processos espinhosos da 
coluna torácica salientes. 
O tórax paralítico pode ser de origem congênita ou adquirida,como ocorre na 
tuberculose pulmonar extensa; tórax raquítico ou em peito de pombo ou cariniforme 
(pectus carinatum), caracterizado por alterações dos diâmetros torácicos com 
achatamento das faces laterais e anteriorização do esterno, conhecido como peito de 
pombo. Os pacientes apresentam um afundamento (depressão) na inserção 
diafragmática, conhecido como sulco de Harrison e nódulos nas articulações 
condrocostais chamado de rosário raquítico; tórax infundibuliforme ou pectus escavatum, 
caracterizado por uma depressão/afundamento da metade inferior do esterno, que se 
estende até o apêndice xifoide. É frequentemente congênito e pode ser encontrado no 
raquitismo. Quanto à deformidade, atinge somente o terço inferior do esterno, sendo o 
tórax chamado de tórax de sapateiro; tórax cifótico, lordótico e escoliótico, resultado das 
curvaturas anormais da coluna vertebral. Na cifose ocorre o 
exagero da convexidade posterior da coluna dorsal; na lordose há convexidade anterior 
da coluna dorsal; na escoliose ocorre o desvio lateral da coluna dorsal. Via de regra, essa 
anomalia é congênita, mas pode ser encontrada na osteomalácia. 
Após, deve-se realizar a inspeção dinâmica do tórax do paciente. Para tanto, o 
paciente deve estar tranquilo, sem alteração na frequência respiratória. 
Os tipos respiratórios são: misto ou toracoabdominal (costoabdominal): expansões 
abdominal (diafragmática) e costal ocorrem simultaneamente. Esse tipo é melhor 
observado quando o paciente está em pé ou sentado; torácico ou costal: os movimentos 
são mais visíveis na parte superior do tórax (pela maior atividade dos músculos 
intercostais). Ocorre em lesões parenquimatosas das bases pulmonares, afecções 
dolorosas do diafragma ou patologicamente (aumento da pressão abdominal ascite) e 
fisiologicamente na gravidez; abdominal ou diafragmático: ocorre uma distensão 
abdominal devido à ampla excursão diafragmática. São frequentes em alterações 
patológicas das regiões apicais, nas afecções dolorosas do tórax, como pleuris e fraturas. 
Em pacientes muito emagrecidos, podemos encontrar o fenômeno de Litten, uma 
movimentação diafragmática visível; paradoxal: assincronismo entre o movimento 
abdominal e o torácico com retração abdominal à inspiração (sinal de Hoover). 
Na parte prática da aula, foram realizados os diversos tipos de respiração (com 
exceção da paradoxal), tentando observar as diferenças entre elas. Quanto à frequência 
respiratória, foi abordado ser o número de respirações por minuto, contada pela 
quantidade de vezes que uma pessoa realiza os movimentos inspiratórios e expiratórios 
durante 1 minuto. 
Em condições basais, normalmente, a frequência respiratória é de 16 a 20 
respirações por minuto para homem; de 18 a 24 para mulher; e de 25 a 30 para as 
crianças. A frequência respiratória aumentada é polipneia. Quando os movimentos 
respiratórios se tornam superficiais, além do aumento da frequência, denomina-se 
taquipneia. Podem causar polipneia as lesões pulmonares ou pleurais que restrinjam o 
campo da hematose,insuficiência cardíaca, alterações gerais (febre, anemia e 
intoxicações), lesões do sistema nervoso e estados psiconeuróticos. 
 Quanto a Bradipneia ocorre quando a frequência respiratória diminui e pode ser 
sintoma de obstruções brônquicas, hipertensão intracraniana, acidoses metabólicas 
graves (como a da uremia) e diabetes. 
Passando à ausculta, pode ser ela realizada de forma imediata ou direta e mediata 
ou indireta. A ausculta direta é feita pela aplicação do pavilhão auricular sobre a parede 
torácica, e a indireta é realizada com o auxílio do estetoscópio. 
 
A direta tem a vantagem de ser mais rápida, pois a área respiratória explorada a 
cada aplicação do ouvido é ampla, maior que a atingida pelo método indireto. A ausculta 
direta, contudo, é pouco utilizada, pois a indireta apresenta maior comodidade tanto para 
o avaliador como para o paciente. Para realização da ausculta, deve-se estar com o 
paciente em pé ou sentado, com o tórax parcialmente ou totalmente descoberto. Não se 
deve auscultar o paciente com roupa. Na impossibilidade de auscultar o paciente em pé 
ou sentado, faz-se o exame em decúbito dorsal e lateral. Para maior facilidade, deve-se 
solicitar que o paciente respire com a boca entreaberta, sem fazer ruído, devendo os 
movimentos respiratórios ser regulares e de igual amplitude respiratória, evitando-se 
movimentos respiratórios muito amplos ou superficiais. 
A ausculta, assim como os outros métodos, deve ser realizada de 
maneira ordenada, na face posterior, anterior e lateral; primeiramente em 
um hemitórax e depois no outro e, em seguida, comparativamente 
(CORREA, 2020). 
A ausculta do sistema respiratório evidencia dois sons distintos de acordo com a 
região examinada. Sobre a laringe e a traqueia tem-se um ruído de grande intensidade 
formado por vibrações de alta frequência, com predominância da fase expiratória, 
denominado ruído laringotraqueal. 
Na superfície do tórax, tem-se um ruído mais suave, onde predomina a 
fase inspiratória; está relacionado à passagem de ar pelas porções periféricas do 
tecido pulmonar, conhecido por murmúrio vesicular. O aumento ou a diminuição 
da intensidade do murmúrio vesicular estão intimamente relacionados à livre 
circulação do ar nas vias aéreas e à expansibilidade do parênquima pulmonar, 
repercutindo alterações funcionais restritivas e obstrutivas (SARMENTO, 2016). 
Em condições normais, o murmúrio vesicular pode apresentar variações de sua 
intensidade na dependência da amplitude dos movimentos respiratórios da elasticidade 
da parede torácica e da região do tórax. No homem, é mais intenso nas regiões 
infraclaviculares e infraescapulares; na mulher, predomina nas regiõesanterossuperiores; nas crianças, o murmúrio vesicular é mais intenso e de tonalidade 
mais elevada do que no adulto. 
Em condições normais, o ruído laringotraquial é mal transmitido pelo parênquima 
pulmonar. Porém, quando houver condições que favoreçam sua transmissão até a 
superfície torácica, é possível auscultar um ruído caracterizado por uma fase expiratória 
mais aguda, intensa e duradoura do que a inspiratória, o chamado sopro. 
Os sopros, segundo as variações de sua intensidade, altura e timbre, podem ser 
classificados em: sopro tubário ou tubárico: ocorre quando o ar passa pelo brônquio 
pérvio situado no seio da consolidação parenquimatosa; sopro cavitário: de tonalidade 
grave, tem timbre especial devido à presença da cavidade que funciona como um 
 
ressoador (ocorre pelo turbilhonamento do ar ao entrar dentro de uma cavitação no 
parênquima); sopro anfórico: constituído por um som fundamental grave sobre o qual se 
atestam sobretons agudos, o que lhe confere um timbre musical característico, podendo 
ser encontrado no pneumotórax e em grandes cavidades vazias, com mais de 7 
centímetros de diâmetro, de paredes lisas e tensas; sopro pleural: ocorre devido à 
condensação decorrente do colapso pulmonar, causada pelo líquido pleural e pela 
compressão dos brônquios que tomam forma de bico de clarineta. 
Quando da realização da prática, foi consideravelmente difícil discriminar os ruídos 
normais do pulmão, tendo sido audível com mais facilidade o ruído laringotraquial. 
Figura 17 
 
Fonte: Acervo pessoal 
Os ruídos respiratórios audíveis em condições anormais são denominados 
sons adventícios, podendo ter sua origem na árvore brônquica, vias 
aéreas distais ou no espaço pleural (SARMENTO, 2016). 
Com a evolução dos relatos, foram conhecidos os sons pulmonares anormais, a 
saber: os estertores roncantes e sibilantes: ambos possuem a mesma origem, traduzindo 
uma obstrução parcial dos brônquios. Quando houver secreções espessas nos grandes 
brônquios, ocorrem os roncos. Os roncos são ruídos intensos, de tonalidade grave, que 
ocupam as duas fases da respiração, podendo, por vezes, ser ouvidos a distância, não 
só pelo avaliador, como também pelo próprio paciente. Corresponde às vibrações que, 
na palpação, são chamadas de frêmito brônquico. Os roncos podem alterar-se, 
desaparecer ou mudar de lugar tanto com a respiração como a tosse devido à 
mobilização das secreções intrabrônquicas. Os sibilos são ruídos bastante agudos, 
muitas vezes também ouvidos a distância, que podem ser localizados ou generalizados. 
Nessa última eventualidade, acompanham-se de intensa dispneia, como ocorre no 
acesso de asma brônquica. São mais intensos na expiração, por conta da dificuldade que 
o ar encontra para sair. 
Seguindo com os sons estertores crepitantes, que são ruídos finos, homogêneos, 
de mesma altura, timbre e intensidade, sendo auscultados apenas na fase inspiratória. 
Denominados estertores alveolares, justamente porque são produzidos pelo 
deslocamento das paredes dos alvéolos, causados pela entrada de ar no seu interior. Em 
razão do local onde são produzidos, não são modificados pela tosse. O estertor crepitante 
indica sempre um comprometimento alveolar, tal como ocorre na pneumonia, no infarto 
pulmonar e na fase inicial do edema agudo do pulmão. 
Ainda conhecendo os sons, foram estudados os estertores subcrepitantes são 
ruídos mais grossos e de tonalidade mais grave do que os estertores crepitantes, 
assemelhando-se ao arrebentamento de pequenas bolas. Diferem entre si quanto à 
altura, à intensidade e ao timbre; e são encontrados no fim da inspiração e no começo da 
expiração. Originam-se no conflito entre a corrente aérea e as secreções líquidas 
existentes na luz bronquiolar, podendo ser modificados pela tosse; atrito pleural, nas 
inflamações da pleura, por se tornar rugosa, seu deslizamento se torna doloroso, 
originando vibrações que podem ser percebidas pela palpação e pela ausculta (atrito 
pleural). O atrito pleural se localiza comumente nas regiões laterais do tórax, é mais 
audível no fim da inspiração e no começo da expiração, acentua-se com a pressão do 
estetoscópio sobre o tórax e com a inspiração profunda e não influenciado pela tosse. 
Não havia entre os avaliados, ninguém que estivesse com qualquer alteração no 
sons pulmonares. Por fim, passou-se à ausculta da voz, que deve ser realizada 
comparando-se regiões simétricas do tórax, de maneira ordenada e sistemática, 
enquanto o paciente pronuncia, em voz natural, a expressão trinta e três. 
Em condições normais, ouve-se um ruído indistinto, não sendo 
possível identificar a articulação da palavra, ruído denominado 
broncofonia normal, que varia a intensidade conforme a região e a 
tonalidade da voz (CORREA, 2020). 
 
Aula 4, Roteiro 1 – Avaliação do Sistema Circulatório 
A partir desta aula serão avaliadas e identificadas as alterações no sistema 
cardiovascular. 
O sistema cardiovascular, também conhecido como sistema 
circulatório, é responsável por bombear o sangue arterial (rico em 
oxigênio) proveniente dos pulmões para todo o corpo e direcionar o 
sangue venoso (sangue desoxigenado) até o coração. Esse ciclo se refaz 
para garantir o bom funcionamento das circulações arterial e venosa 
(CORREA, 2020). 
O sistema circulatório é composto pelo coração e pelos vasos sanguíneos 
(artérias veias e capilares) e as suas funções são: transportar os gases 
resultantes da respiração e necessários para a respiração 
celular; transportar nutrientes e substâncias resultantes do metabolismo; 
transportar elementos do sistema imunitário (CORREA, 2020). 
No exame físico da circulação periférica, é possível avaliar, inspecionar e palpar 
os tecidos periféricos e, com exames complementares, analisar a integridade dos vasos 
sanguíneos. A inspeção se dá pela comparação dos membros que estão sendo avaliados. 
Deve-se observar a presença de anormalidades na pele, assimetrias, alterações no tecido 
subcutâneo, camada muscular e coloração dos membros superiores e dos membros 
inferiores bilateralmente. 
Na palpação, deve-se avaliar temperatura, edema, elasticidade da pele e 
enchimento capilar. Para avaliar temperatura, se realiza palpação cuidadosa nas 
extremidades das mãos e dos pés bilateralmente. Alterações da temperatura nessas 
extremidades podem indicar distúrbios circulatórios. 
Para avaliação do edema, deve-se pressionar a região dos membros inferiores por 
cerca de 10 segundos e perceber se há a presença de edema, bem característico de 
sobrecarga de volume na circulação, por conta da retenção de líquidos, ou presença de 
edema, que se dá em casos de obstrução venosa local. 
Para avaliar a elasticidade da pele, deve-se pinçar com o polegar e o indicador 
uma prega da pele, incluindo o tecido subcutâneo. Em situações de normalidade, a prega 
se desfaz rapidamente, mas se desfizer lentamente indica sinal de desidratação. 
Para avaliar o enchimento capilar, deve-se comprimir a pele em uma área suspeita 
de acometimento vascular e, ao retirar a compressão, contar o tempo em que a pele 
recupera a coloração normal. Esse retorno deve ocorrer em até 5 segundos. 
Após explicação a respeito da avaliação, iniciou-se a demonstração da palpação 
das artérias, na sequência iniciou práticas seguindo os exemplos. A artéria carótida 
comum é palpável na região anterior do músculo esternocleidomastoideo, devendo ser 
pressionada na direção caudal, realizando-se o procedimento bilateralmente para 
comparar a frequência, o ritmo, a amplitude e a regularidade dos pulsos. 
A artéria subclávia é palpável acima do terço médio da clavícula, com o 
examinador posicionado anteriormente ou posteriormente ao paciente. A artéria axilar, 
talvez a mais difícil de ser localizada, é palpável no vértice da região axilar, com o ombro 
em abdução de 90°. O pulso pode ser avaliado com os dedos no cavado axilar. 
A artéria braquial é palpada nadireção da superfície medial do terço médio do 
braço entre o compartimento muscular anterior e posterior. A artéria radial, talvez a mais 
fácil de ser localizada, é palpada no terço distal do antebraço anteriormente entre os 
tendões do músculo abdutor (lateralmente) longo do polegar e do músculo flexor ulnar 
do carpo (medialmente). 
 
Igualmente, a artéria ulnar é palpada no terço distal do antebraço anteriormente 
na altura do processo estiloide ulnar. A artéria femoral é palpável ao nível do trígono 
femoral no ponto médio entre a sínfise púbica e a espinha ilíaca anterossuperior. 
Finalmente, a artéria tibial posterior é palpável posteriormente ao maléolo medial. 
Na realização prática, a artéria ulnar, radial e carótida comum foram as mais fáceis 
de ser palpadas. A braqueal e a femoral, apesar de localizadas, demandaram um pouco 
mais de concentração para sua identificação. 
Durante a prática, foi realizada a oclusão da artéria ulnar e radial, levando à uma 
parcial isquemia da circulação na mão. Quando liberado o fluxo, a cor vermelha se 
espalha pelas palmas das mãos, pela retomada forte do fluxo sanguíneo. 
 
Com a evolução dos relados acerca do sistema circulatório passou-se, então ao 
aprendizado e prática da aferição da pressão arterial. 
A mensuração dos níveis de pressão arterial (PA) é realizada por 
um método indireto com técnica auscultatória, muito confiável e utilizada 
na prática clínica no dia a dia para aferição da PA. Ela é resultante do 
funcionamento da bomba cardíaca ventricular esquerda, bem como da 
resistência vascular periférica. É descrita como pressão arterial sistólica 
(PAS), que reflete a pressão arterial máxima de sangue durante a sístole 
ventricular e de pressão arterial diastólica (PAD), que reflete a pressão 
arterial mínima durante a diástole ventricular (enchimento dos ventrículos) 
(CORREA, 2020). 
Alguns dispositivos são necessários para que o procedimento técnico e manual 
seja realizado de maneira correta, como o esfigmomanômetro e o estetoscópio, 
equipamentos essenciais e utilizáveis para o manejo adequado dos níveis de PA. 
Durante a mensuração da PA, um manguito é aplicado e insuflado na parte 
superior do braço. Essa insuflação deve ser o suficiente para assegurar que a artéria 
braquial seja completamente ocluída e, em sequência, o diafragma do estetoscópio é 
colocado sobre a artéria braquial na altura da fossa cubital. Nesse ponto, ainda não 
devem ser auscultados ruídos durante a ausculta. 
Em seguida, a pressão do manguito deve ser reduzida gradualmente por meio de 
uma válvula de controle em que a pressão na artéria esteja apenas acima da pressão do 
manguito. Na sequência, uma pequena quantidade de sangue pode passar através do 
antebraço durante a sístole, caracterizando os ruídos pulsantes. 
Durante a desinsulflação do manguito, diversos ruídos podem ser auscultados, os 
denominados sons de Korotkoff, determinantes e audíveis na PAS e PAD, que são 
representativos das oscilações na parede arterial durante o impulso do sangue no ciclo 
cardíaco. 
Os sons de Korotkoff são compostos por fases: fase 1: os ruídos se assemelham a 
batimentos que começam gradualmente e aumentam de intensidade. Esses ruídos 
surgem como resultado das paredes dos vasos batendo umas contra as outras durante 
a diástole. O início dos ruídos dessa fase é equivalente à pressão máxima na artéria, ou 
seja, a pressão sanguínea sistólica; fase 2: os ruídos se tornam mais suaves e longos, 
sendo considerados como um som agudo devido à turbulência do fluxo sanguíneo. fase 
3: os ruídos ficam mais claros e se tornam novamente firmes e altos; fase 4: os ruídos vão 
gradualmente silenciando, pois a pressão na artéria braquial se tornou tão baixa que as 
paredes da artéria não se tocam mais durante a diástole; fase 5: os ruídos desaparecem 
logo que a artéria é menos comprimida do que a pressão mínima (diastólica) no vaso 
sanguíneo, caracterizado como fase de silêncio. 
Na realização da prática, os ruídos mais facilmente identificáveis foram os da fase 
1 e fase 5, quando acabam os ruídos. 
 
Figura 18 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
É parte essencial da avaliação do paciente, que a pressão arterial seja aferida nos 
dois braços, com o paciente deitado, sentado e em pé, anotando os valores. 
 Quanto à frequência cardíaca, trata-se do número de contrações que o coração 
realiza por minuto, podendo ser contados manualmente em qualquer lugar do corpo onde 
haja pulsação arterial, sendo as artérias radial e a carótida as mais utilizadas para o 
manejo desse procedimento. 
 
 
Seguiu, então, a realizar a contagem da frequência cardíaca, utilizando-se um 
cronômetro para monitorar os segundos/minutos durante a contagem da frequência 
radial, Para tanto, palpou-se inicialmente a artéria radial e, num segundo momento, a 
artéria carótida, deve-se realizar evitando o uso do polegar, pois ele possui seu próprio 
pulso. 
Aula 4, Roteiro 2 – Avaliação Postural 
Finalizando as aulas práticas desta disciplina foi abordado a avaliação postural, 
com o objetivo de avaliar e identificar as alterações posturais no paciente. Conhecer 
sobre a avaliação postural é fundamental para todos os fisioterapeutas, no entanto, não 
basta saber os métodos clássicos ou tecnológicos, deve-se compreender o que 
realmente é a postura e quais fatores a influenciam, para que a relação clínica e as 
avaliações sejam realizadas de forma correta. 
Durante a avaliação foi identificada uma leve elevação do ombro direito em relação 
ao esquerdo, bem como uma inclinação lateral da cabeça. O quadril estava alinhado, não 
haviam curvaturas anormais na coluna vertebral. Os joelhos estavam levemente 
hiperestendidos, sem valgo ou varo, e os pés estavam alinhados. 
 
 
Figura 19 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
Durante as práticas de avaliação postural, foi identificado ainda um pé que realiza 
a marcha em pronação, o que foi confirmado, e na sequência foi demonstrado como um 
suporte medial auxiliaria o alinhamento do tendão. 
Figura 20 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Realizar a descrição das aulas prática de avaliação funcional, contribuiram bastante 
para a revisão e a fixação dos conteúdos estudados anteriormente. 
 Nestas aulas práticas foi possível realizar associações das avaliações com as 
patologias existentes e mais comuns, como por exemplo a maneira com que é realizada 
a ativação muscular para o controle e equilibrio. 
 Concluo esse relatório com um conhecimento mais claro a respeito dos tipos de 
avaliação, que é a parte principal e essencial de qualquer tratamento fisioterapêutico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. FIGURAS E ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 
Arquivo pessoal. 
Figura 2 
Arquivo pessoal. 
Figura 3 
Arquivo pessoal. 
Figura 4 
Arquivo pessoal. 
Figura 5 
Arquivo pessoal. 
Figura 6 
Arquivo pessoal. 
Figura 7 
Arquivo pessoal. 
Figura 8 
Arquivo pessoal. 
Figura 9 
Arquivo pessoal. 
Figura 10 
Arquivo pessoal. 
Figura 11 
Arquivo pessoal. 
Figura 12 
Arquivo pessoal. 
Figura 13 
Arquivo pessoal. 
 
Figura 14 
Arquivo pessoal. 
Figura 15 
Arquivo pessoal. 
Figura 16 
Arquivo pessoal. 
Figura 17 
Arquivo pessoal. 
Figura 18 
Arquivo pessoal. 
Figura 19 
Arquivo pessoal. 
Figura 20 
Arquivo Pessoal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CORREA, Juliana Barbosa. Avaliação Funcional. São Paulo: Editora Sol, 2020. 
KOPCZYNSKI, Marcos C. Fisioterapia em Neurologia. Barueri: Editora Manole, 2012. 
Ebook. 
ISBN 9788520451748. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451748/. Acesso em: 02 nov. 
2023. 
O’SULLIVAN, Susan B.; SCHMITZ, Thomas J.; FULK, George D. Fisioterapia: avaliação 
e tratamento 6a ed.. Barueri: Editora Manole, 2018. E-book. ISBN 9786555762365. 
Disponívelem: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555762365/. 
Acesso 
em: 02 nov. 2023. 
SARMENTO, George Jerre V. Fisioterapia respiratória de A a Z. Barueri: Editora Manole, 
2016. E-book. ISBN 9788520459577. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520459577/. Acesso em: 02 nov. 
2023.