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Conceito Evolutivo de espécie

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Conceito de espécie 
Afinal , O que é espécie ? 
Espécie pode ser definida como um conjunto de indivíduos muito 
semelhantes, capazes de cruzar entre si e gerar filhos férteis, isto é, que 
também sejam capazes de se reproduzir. 
Existem mais de vinte conceitos de espécie publicados, entretanto, 
atualmente, a definição mais conhecida é aquela proposta por Mayr, 
denominada de conceito biológico de espécie. Abaixo iremos listar alguns 
conceitos de espécie . 
 
 
Conceito Biológico de Espécie 
 
De acordo com o conceito biológico de espécie (CBE), espécies são 
agrupamentos de populações naturais intercruzantes, reprodutivamente 
isolados de outros grupos com as mesmas características. 
Definição proposta por Mayr em 1963. Esse conceito foi apoiado 
fortemente por vários fundadores importantes da síntese moderna tais 
como, Theodosius Dobzhansky, Ernst Mayr e Julian Huxley e consiste no 
conceito de espécie mais aceito entre os zoólogos. 
Trata-se de um conceito horizontal de espécie, pois definem as espécies 
em um dado momento e especifica que indivíduos pertencem a que 
espécie, naquele instante. Ele não é chamado biológico por tratar de taxa 
biológica, mas porque a sua definição é biológica. Ele utiliza critérios que 
não têm sentido quando se trata do mundo inanimado. 
 Antes da definição de espécie proposta por Mayr, os conceitos anteriores 
de espécies eram baseadas em propriedades que poderiam ser aplicados 
tanto a objetos inanimados como a seres vivos. O conceito de Mayr era 
verdadeiramente biológico pois, quando comparado a conceitos 
anteriores a ele, baseia-se em propriedades que são únicas para os 
sistemas biológicos, inclui propriedades como a reprodução e cruzamento. 
Objetos inanimados como rochas e minerais não se reproduzem desta 
forma, não formam populações ou linhagem, os seres vivos formam. 
Os membros de uma espécie, de acordo com esse conceito, constituem 
em uma comunidade reprodutiva, pois cônjuges potenciais procuram uns 
aos outros com a finalidade de se reproduzir, constituem em uma unidade 
ecológica onde os indivíduos que as compõem interagem com indivíduos 
de outras espécies nas quais dividem o ambiente em que vivem e uma 
unidade genética que consiste de um patrimônio gênico em 
intercomunicação, nas quais um indivíduo é meramente um veículo 
temporário com uma pequena porção do conteúdo total do patrimônio 
gênico. 
O conceito biológico enfatiza o fato de que a espécie consiste de 
populações, são reais e têm uma coesão interna devido ao programa 
genético, historicamente desenvolvido, compartilhado por todos os 
indivíduos que a compõe. 
De acordo com o conceito biológico, uma espécie passou a ser definida, 
basicamente, como um grupo de organismos ou uma população de 
organismos isoladas reprodutivamente de outros grupos ou 
populações. Portanto, a capacidade de grupos ou organismos de 
populações se entrecruzarem e deixarem descendentes férteis ou não, 
passou a ser o critério chave para definir limites entres as espécies. 
Populações que, mesmo separadas geograficamente, mantiveram a 
capacidade de se entrecruzarem e produzirem descendentes férteis 
quando em contato eventual, seriam consideradas como integrantes de 
uma mesma espécie, a despeito de quaisquer outras diferenças entre elas. 
Controversas : 
• Necessidade de muitos conhecimentos da Biologia. 
• Aplicação restrita a organismos de fertilização cruzada. 
• População temporalmente fechada. 
 
Exemplos : Homem e a mulher , cachorro e cadela, gato e gata . 
 
Conceito Evolutivo de espécie 
O conceito evolutivo no qual uma espécie é uma linhagem evoluindo 
separadamente de outras, foi proposto por G.G. Simpson para permitir a 
classificação de espécies fósseis e vivas. 
 Numa forma modificada, Wiley diz que uma “espécie evolutiva é uma 
única linhagem de populações de organismos ancestral-descendente que 
mantém sua identidade separada de outras linhagens < no espaço e no 
tempo> e que tem suas tendências evolutivas e destino histórico”. 
Ocorreu, portanto, uma abordagem completamente diferente dos demais 
conceitos, pois inclui a ideia de história evolutiva e é compatível com 
vários modos de especiação. A maior força está no fato das espécies 
terem unidade histórica, em contraposição a certas fraquezas, onde se 
destacam como principais a ambiguidade do “destino evolutivo ” e o fato 
de que em sendo as feições igualmente relevantes, elas poderem dar 
informação contraditória. 
Este conceito releva o critério do descendente comum. Os grupos sexuais 
ou assexuais estão incluídos neste conceito. As espécies filogenéticas são 
unidades estritamente monofiléticas. Para uma utilização estrita da 
sistemática cladística, só o conceito filogenético de espécies pode ser 
considerado. Este conceito menospreza detalhes do processo evolutivo e 
fornece-nos um critério que nos permite descrever espécies sem 
necessidade de estudos pormenorizados dos processos evolutivos. Alguns 
defensores do conceito filogenético de espécie não desprezam a 
importância do estudo dos processos evolutivos, mas dizem que o 
primeiro passo para o estudo do processo evolutivo é ter um retrato da 
história da vida. Isto significa reconstruir o modelo do descendente 
comum com o maior detalhe possível, a partir da mais pequena unidade 
taxinómica que tenha uma história com descendentes comuns. 
Para Mayr (1988), esse conceito utiliza termos vagos como “mantém sua 
identidade” (isso incluiria barreiras geográficas?), “tendência evolutiva” 
(conceito muito controverso, uma vez que essas “tendências” só poderiam 
ser observadas em reconstruções históricas com base em um registro 
fóssil completo e, ainda assim, seriam meramente descrições da evolução 
de uma dada linhagem e de alguns dos seus atributos) e “destino 
histórico”. 
Controversas : Necessidade de conhecimento temporal 
espécies distintas. 
Exemplo : Neste exemplo, as linhagens A e B de salamandras Ensatina são 
uma tem um ancestral comum que indivíduos de outras espécies não tem. 
 
 
Conceito Ecológico de Espécie 
“ Uma espécie é uma linhagem que ocupa uma zona adaptativa 
minimamente diferente de qualquer outra linhagem em sua distribuição, e 
que evolui separadamente de todas as outras linhagens fora desta 
distribuição” (L. Van Valen, 1976). Em outras palavras, o que Van Valen fez 
foi levantar a questão, em uma época (década de 70) em que todos 
pareciam estar apenas preocupados com o fluxo gênico para definir 
espécies, de que a seleção natural pode ser responsável por manter uma 
espécie separada da outra, já que cada uma ocupa uma zona adaptativa 
diferente das outras. 
O conceito Ecológico das espécies são definidas por um conjunto de 
condições que determina o local de vida, o papel do indivíduo na 
natureza, que permite a sobrevivência, a reprodução dos organismos , 
chama-se Nicho ecológico . 
Critério utilizado : Nicho ecológico 
A espécie pode ser organizada como um “ Uma série de organismos que 
exploram um mesmo conjunto de nichos ecológicos , incluindo diferentes 
estágios de vida . “ 
Os nichos Correspondem aos achados de um considerável corpo de 
pesquisa ecológica o qual sugere que espécies ocupam “zonas 
adaptativas” que são determinadas e reforçadas pelos recursos 
explorados e hábitats ocupados. No entanto sua ligação com a genética é 
fraca, falta dimensão evolutiva e está rigidamente vinculada aos nichos 
ecológicos determinando espécies. É preciso considerar que mesmo em 
diferentes estádios de vida um organismo poderá ocupar diferentes 
nichos. O melhor que pode ser dito é que os processos ecológicos 
influenciam aspectos fenéticos e genéticos das espécies. 
Vale ressaltar queHabitat é o ambiente físico em que determinado ser 
vivo mora, caça, se reproduz e se desenvolve, o nicho ecológico, por outro 
lado, consiste no modo de vida do animal e na maneira como ele se 
relaciona com o habitat. 
→ Nicho ecológico – dentro de um espaço dimensional, com um eixo em 
cada um dos n fatores ambientais, temperatura, tamanho de presa, 
salinidade, concentração de cobre, etc e que juntos, constituem 
ambientes que conduzem à sobrevivência e reprodução de uma 
população. 
O nicho ecológico pode ser dividido em dois tipos: 
 Nicho Ecológico Fundamental: considera o conjunto das condições e de 
recursos que permitem a manutenção de uma população viável, na 
ausência de outras espécies. 
 Nicho Ecológico Realizado: considera os mesmos fatores, mas na 
presença de competidores e predadores. 
 
As espécies são definidas por : 
adaptação > nicho ecológico > agrupamentos fenéticos discretos – sem 
intermediários 
Controversas : Espécies diferentes podem ter nichos ecológicos muito 
similares o que dificultaria a delimitação da espécie. 
Exemplo : A onça pintada 
Habitat: 
A onça pintada vive em florestas da América do Norte, Central e Sul. 
 
Nicho: A onça-pintada é um animal de hábito noturno. É um animal 
carnívoro e alimenta-se de veados, capivaras, macacos, antas, tatus, 
tamanduás, jacarés, cobras, peixes, porco-selvagem e diversas aves. 
São animais territorialistas, demarcando seu território com urina, 
excrementos e marcas de garras, sobretudo, nas árvores. 
Os machos encontram as fêmeas pelo odor e pelas vocalizações que 
realizam durante a época de acasalamento. 
 
 
Conceito Reconhecimento de 
Espécie 
Uma espécie é um conjunto de organismos que podem reconhecer uns 
aos outros como potênciais parceiros. 
 (H. Paterson, 1985)– Espécies são definidas como a população mais 
inclusiva (no sentido de conjunto mais abrangente) de organismos 
individuais biparentais que compartilham um sistema de fertilização 
comum. Paterson (1985) percebeu que isolamento é irrelevante para 
entender a especiação (particularmente quando esta se dá em alopatria, 
ou seja, populações disjuntas, separadas no espaço geográfico). O que 
importa são os mecanismos de fertilização que garantem a fecundação e a 
reprodução intra-específica. 
 Basicamente este é o outro lado da moeda do conceito de isolamento e 
ao invés de procurarmos adaptações que impedem o fluxo gênico entre 
espécies diferentes passamos a olhar estas adaptações como mecanismos 
que facilitam a troca gênica entre indivíduos de uma mesma espécie. Por 
exemplo, rituais de corte e sinais de acasalamento têm outras funções que 
apenas impedir o fluxo gênico entre espécies distintas. Eles podem 
funcionar na supressão do escape ou do comportamento agressivo no 
animal cortejado; podem atuar na sincronização das atividades 
reprodutivas; persuadir o parceiro em potencial a continuar a corte; a 
coordenação no tempo e espaço dos padrões de acasalamento; a 
orientação dos parceiros para a cópula e finalmente a fertilização em si. 
Controversas : Necessidade de conhecimento temporal 
 Exemplo: Lagartos Cnemidophorus uniparens. 
 Esta espécie é totalmente constituída de fêmeas que se reproduzem de 
forma assexuada via partenogênese. Nestes lagartos inseminação e 
isolamento pré-zigótico são totalmente irrelevantes já que a reprodução é 
estritamente partenogenética. No entanto, as fêmeas mostram um 
comportamento elaborado de corte que é similar ao comportamento de 
machos em espécies proximamente relacionadas. Estes comportamentos 
servem como gatilhos neuroendócrinos que coordenam os eventos 
reprodutivos. Obviamente o comportamento de corte nestes lagartos 
facilita a reprodução, mas o isolamento reprodutivo é totalmente 
irrelevante. 
 
Conceitos Coesão de espécie 
“Uma espécie é a população mais inclusiva de indivíduos que tem o 
potencial para a coesão fenotípica através de mecanismos intrínsecos de 
coesão” (A. R. Templeton, 1989). Que mecanismos de coesão são estes? 
Alan Templeton é um geneticista de populações e, para ele, o principal 
objetivo do conceito de coesão é lançar alguma luz sobre o processo de 
especiação. Sendo assim, ele incorporou no seu conceito os mecanismos 
evolutivos já conhecidos por vocês: fluxo gênico, seleção natural e deriva 
genética. 
Fluxo gênico neste sentido pode ser visto tanto de uma forma negativa 
(como no conceito de isolamento), ao impedir ou reduzir ao mínimo a 
troca de material genético entre populações de espécies diferentes, como 
de uma forma positiva (como no de reconhecimento), se o encaramos 
como mecanismos (adaptações) facilitando a troca de material genético e 
reprodução entre indivíduos de uma mesma espécie. O papel da seleção 
também já foi parcialmente discutido no conceito ecológico de espécie. 
Uma outra perspectiva sobre a seleção como um mecanismo causando 
coesão fenotípica é pensar no seu papel de jogar parte da variação 
genética fora e, ao mesmo tempo, manter certas variantes genéticas na 
população. Ao fazer isto, a seleção está estabelecendo relações de 
ancestralidade-descendência entre genes (e os indivíduos que os 
carregam) e, portanto, determinando a coesão fenotípica das espécies. 
O conceito de coesão evita então dois grandes problemas que os 
conceitos baseados apenas em fluxo gênico compartilham entre si: Muito 
sexo e pouco sexo! 
Pouco sexo : Em rotíferos por exemplo as espécies assexuadas são até 
mais bem delimitadas que as sexuadas. Em organismos assexuados, 
portanto, outras forças devem estar mantendo a coesão fenotípica 
observada, e estas forças devem ser a seleção natural e a deriva genética 
atuando no sentido de estabelecer relações de ancestralidade-
descendência. 
Muito sexo : Isto se refere ao fato de que diversas espécies, 
particularmente em grupos mais complexos (em termos de organização) 
como os vertebrados e as plantas com flores, frequentemente 
apresentam as linhagens divididas em Syngameons. Syngameons se refere 
a grupos de espécies proximamente relacionadas que ainda têm a 
capacidade de trocar genes na natureza mas que se comportam como 
unidades evolutivas independentes. 
Controversas: Fluxo gênico neste sentido pode ser como de uma forma 
negativa (como no conceito de isolamento), ao impedir ou reduzir ao 
mínimo a troca de material genético entre populações de espécies 
diferentes, como de uma forma positiva (como no de reconhecimento), se 
o encarar como mecanismos (adaptações). 
Exemplo: Lobos e coiotes 
Eles são morfologicamente, ecologicamente e genéticamente distintos. 
Lobos caçam em bandos, têm uma estrutura familiar, são sociais e 
apresentam uma morfologia bem diferente da do coiote. Por outro lado 
os coiotes são solitários no seu comportamento de caça e não podem ser 
confundidos de forma alguma com os lobos em termos de morfologia. 
Mas ainda hoje estas duas espécies são capazes de híbridar na natureza 
sendo o híbrido fértil e viável (o lobo-vermelho é, na verdade, híbrido 
entre lobos e coiotes). No entanto, apesar da troca de genes que já dura 
pelo menos 500.000 anos, lobos e coiotes, apesar de não satisfazer o 
critério de isolamento, são de fato duas linhagens evolutivas 
independentes. 
 
Conceitos Filogenético de espécie 
O conceito filogenético explica que organismos da mesma espécie 
compartilham uma única característica derivada que não está presente 
em outros grupos. 
Às ideias iniciais de Simpson e Wiley vieram agregar-se vários tipos de 
conceito filogenético de espécie, no qual os indivíduos que pertencem a 
uma espécie contém todos os descendentes de uma única população de 
ancestrais, ou seja, são monofiléticos.Define-se espécie então como “o 
menor agrupamento diagnosticável de organismos individuais, dentro dos 
quais há um padrão de ancestralidade e descendência”. Assim a premissa 
implícita no conceito filogenético é que a classificação deve refletir a 
relação ramificada entre as espécies, a qual é indicada por um 
cladograma. 
Este conjunto de ideias foi desenvolvido por J. Cracraft e outros, 
especificamente como resposta ao crescimento do uso da cladística na 
classificação. Nesta, apenas apomorfias são usadas para unir grupos, 
assim compatibilidade reprodutiva e hibridização livre, supostamente não 
podem ser usados nas definições de espécie, pois são caracteres originais 
ou plesiomórficos. 
O conceito filogenético de espécie é definido como um grupo irredutível 
de 
organismos, diagnosticavelmente diferente de outros grupos, e intimamen
te ligado a um modelo parental de ancestralidade e descendência. 
Este conceito releva o critério do descendente comum. Os grupos sexuais 
ou assexuais estão incluídos neste conceito. As espécies filogenéticas são 
unidades estritamente monofiléticas. Para uma utilização estrita da 
sistemática cladística, só o conceito filogenético de espécies pode ser 
considerado. Este conceito menospreza detalhes do processo evolutivo e 
fornece- nos um critério que nos permite descrever espécies sem 
necessidade de estudos pormenorizados dos processos evolutivos. Alguns
defensores do conceito filogenético de espécie não desprezam a importân
cia do estudo dos processos evolutivos, mas dizem que o primeiro 
passo para o estudo do processo evolutivo é ter um retrato da história da 
vida. Isto significa reconstruir o modelo do descendente comum com o ma
ior 
detalhe possível, a partir da mais pequena unidade taxinómica que tenha 
uma história com descendentes comuns. 
Controversas : 
•Não há limites claros para os caracteres que podem ser considerados 
para a caracterização da espécie . 
•confunde história dos caracteres com história dos organismos 
•classificações mudam com mais dados. 
 •cria uma “inflação” taxo 
 
 
Exemplo: 
Exemplo de árvore filogenética, a Árvore filogenética da Vida. 
 
 
Conceito Fenético de espécie 
O conceito de espécie fenética aplica a classificação fenética à categoria 
das espécies. Ou seja, é uma classificação baseada em fenótipos no qual 
uma espécie é um conjunto de organismos que se assemelham um com o 
outro e que são distintos de outros conjuntos. 
 Nem sempre a classificação fenética concorda com a filogenética. Um 
aspecto fenético que é credor de observação é que a mesma não se baseia 
em uma teoria sobre o motivo de a vida ter organização diversa. Em 
contrapartida, os conceitos ecológicos e biológicos são teóricos ou 
explicativos definindo a espécie em termos dos métodos que 
aparentemente explicam a existência das espécies. Não é teórico nem 
explicativo, o conceito fenético simplesmente registra a existência das 
espécies. 
Controversas: 
– Definição de “mais parecidos” é arbitrária; 
– Caracteres podem não ser ecologicamente importantes; 
– Espécies fósseis ou raras podem ser “crípticas”; 
– Existem espécies altamente polimórficas; 
 
Exemplo: No caso dos animais vaca, peixe pulmonado e salmão, pela 
classificação fenética, os peixes estão mais próximos entre si, ao passo 
que na classificação filogenética, a vaca e o peixe pulmonado estão mais 
próximos entre si. 
Conceito Morfológico de espécie 
O Conceito Morfológico é de longe o mais utilizado na classificação dos 
organismos, desde antes de Lineu até hoje. Entretanto, esse conceito é 
prejudicado por inúmeros exemplos de polimorfismo. Organismos de uma 
população morfologicamente distintos, seja por características genéticas, 
seja por variação fenotípica induzida pelo ambiente, seriam classificados 
em espécies distintas se levados em consideração apenas a morfologia. 
Espécies crípticas oferecem uma outra dificuldade ao método baseado 
exclusivamente na morfologia. 
Outro entrave desse conceito, são os híbridos que podem possuir 
características intermediárias àquelas apresentadas pelos parentais, 
rompendo a descontinuidade prévia (muitas plantas morfologicamente 
muito distintas podem se cruzar gerando indivíduos com características 
intermediárias). Como prever a persistência de um intermediário? Ainda 
assim, o grau de descontinuidade necessário para que se reconheça uma 
espécie não é objetivo e acaba ficando a cargo de cada taxonomista. 
A década de 30 e 40, foi marcada pelo desenvolvimento dos estudos 
genéticos e com eles a elaboração de modelos explicativos para a variação 
dos organismos. Dobzansky sugeriu que pertenceriam a mesma espécie 
aqueles indivíduos capazes de se reproduzirem, gerando descendentes 
viáveis. Nessa mesma época, Mayr estava desenvolvendo a teoria de 
especiação geográfica e em vez de considerar a capacidade reprodutiva 
como essencial na definição, ele favoreceu a capacidade de isolamento; 
seria o isolamento, não o cruzamento, que manteria a identidade de uma 
espécie e permitiria o aparecimento de descontinuidades entre grupos. 
Foi estabelecido o Conceito Biológico de Espécie (CBE). Na realidade, a 
importância de características reprodutivas no reconhecimento de 
espécies já havia sido sugerida muito antes, mas de maneira mais 
informal. 
Ao usar uma propriedade relativa à outra espécie (isolamento), o CBE não 
oferece uma definição independente. Ele define um membro da categoria 
a partir de outro membro dessa mesma categoria. É importante enfatizar 
que o mesmo problema está presente no Conceito Morfológico. 
Procurando eliminar essa deficiência, Paterson redefiniu o conceito de 
Mayr, o qual ele denominou Conceito de Isolamento, propondo o 
Conceito de Reconhecimento. Para Paterson, o importante para o 
surgimento e a perpetuação de uma espécie não seria seu isolamento 
para com as demais espécies, mas a manutenção de um Sistema de 
Reconhecimento Coespecífico de Parceiros. 
Controversas: 
•Espécies crípticas 
•Espécies politípicas 
•Dimorfismo sexual 
•Plasticidade fenotípica 
Exemplos : mimetismo em borboletas, ou convergências morfológicas em 
aves 
 
Conceito Lineano de espécie 
Para Lineu, todas as espécies poderiam ser reconhecidas por suas 
características estruturais típicas, que as distinguiriam de outras espécies. 
Com o desenvolvimento da Biologia, passou-se a incluir a reprodução 
como critério-chave na conceituação de espécie; os indivíduos de uma 
espécie devem ser capazes de se cruzar em condições naturais, 
produzindo descendentes férteis. Na natureza, portanto, as espécies estão 
reprodutivamente isoladas umas das outras. 
A Taxonomia de Lineu foi desenvolvida por Carolus Linnaeus (Conhecido 
normalmente como Carl von Linné, ou em português como Carlos Lineu) 
no Século XVIII durante a grande expansão da história natural. 
Lineu classifica as coisas vivas em uma hierarquia, começando com os 
Reinos. Reinos são divididos em Filos. Filos são divididos em classes, então 
em ordens, famílias, gêneros e espécies e, dentro de cada um em 
subdivisões. Grupos de organismos em qualquer uma destas classificações 
são chamados taxa (singular, taxon), ou phyla, ou grupos taxonómicos. 
Uma qualidade da Taxonomia de Lineu é que ela pode ser usada para 
desenvolver um sistema simples e prático para organizar dos diferentes 
tipos de organismos vivos. O aspecto mais importante é o uso geral da 
nomenclatura binominal, a combinação de um nome genérico e de um 
nome específico, para identificar a espécie. Deste modo, a todas as 
espécies pode se dar um único e estável nome. 
Regras para o nomeamento a classificaçãoapropriados para todos os tipos 
de organismos vivos sob o sistema taxonômico de Lineu tem sido 
adotadas por biólogos profissionais. As regras que governam a 
nomenclatura e classificação das plantas e dos fungos estão contidas no 
Código Internacional de Nomenclatura Botânica, mantido pela Associação 
Internacional para a Taxonomia das Plantas. Códigos similares existem 
para animais e bactérias. Cientistas seguem estes códigos de modo que os 
nomes dos organismos possam ser os mais claros e estáveis possíveis. 
Controversas: esse conceito só se aplica a organismos com reprodução 
sexuada. Bactérias, por exemplo, que se reproduzem assexuadamente, 
não podem ter suas espécies definidas pelo critério reprodutivo. 
Exemplo: (syriacus ) o hibisco da síria é unicamente identificado pelo 
binome Hibiscus syriacus. Nenhuma outra espécie de planta pode ter esse 
binome .

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