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� � � Caso Concreto 1 Caso concreto: O Brasil é um Estado pautado na legalidade e necessita garantir aos seus cidadãos acesso efetivo aos direitos e garantias fundamentais previstos em sua carta constitucional. Em caso de violação de direitos materiais, em que medida o conteúdo jurídico regulado pelo Direito Processual garante o cumprimento do mandamento constitucional do art. 5o, XXXV da CRFB 88? R = O art. 5º da CRFB 88 menciona que “todos são iguais perante à lei, sem distinção de qualquer natureza”, e no seu inciso XXXV é afirmado que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”, tal descrição diz respeito ao princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, pois nenhuma norma ou situação poderá retirar ou impedir que o sujeito exerça seu direito de recorrer ao Poder Judiciário para evitar que sofra algum tipo de lesão. A exemplo prático, em caso de ausência de recursos materiais, é garantido o acesso à justiça através da lei da gratuidade 1950 e da defensoria pública. Neste sentido, o direito processual é um meio fundamental para o acesso ao direito material, em atendimento também ao princípio do acesso à Justiça para todos, de maneira igualitária, isonômica, e direcionadas para cada caso. Caso Concreto 2escrição Caso concreto: Ao examinarmos a Exposição de Motivos do Código de Processo Civil (Lei 13.105/15) podemos perceber que existem preocupações e soluções do processualista contemporâneo em assegurar o acesso à justiça, ao destacar, logo no primeiro momento que "Um sistema processual civil que não proporcione à sociedade o reconhecimento e a realização dos direitos, ameaçados ou violados, que têm cada um dos jurisdicionados, não se harmoniza com as garantias constitucionais de um Estado Democrático de Direito". Considerando a evolução histórica do Direito Processual no Brasil é correto afirmar que o legislador sempre teve tais preocupações e soluções? O Código de Processo Penal, bem como a Consolidação das Leis do Trabalho, também contemplam normas jurídicas com escopo para atender as garantias constitucionais de quem procura o Poder Judiciário em tais áreas R = Não, até a formulação do código de 1939 as leis processuais eram esparsas, com a elaboração do código de 1973 houve a consolidação das normas processuais, porém foram criadas numa época ainda dita ditatorial; de 1973 até 2015 várias reformas foram realizadas para atualizar e adequar o código às novas demandas sociais, já que não condizia com a realidade democrática pós 1988. Vale ressaltar que o novo código CPC 2015 sofreu influência dos estudos de Capeletti de 1971 que abordou e propôs as denominadas “ondas renovatórias” nos assuntos jurisdicionais, levando em consideração uma mudança ideológica em prol dos Direitos Humanos, ao acesso às garantias fundamentais das partes do processo civil, o que garantiu uma nova maneira de interpretar o processo civil, de acordo com o neoconstitucionalismo, denominado como fenômeno e uma releitura do Direito em conformidade aos princípios constitucionais, e isto vem ocorrendo nas decisões atuais nos que diz respeito às matérias do Código Penal e da CLT, que embora sejam consolidações antigas, tem sido interpretados em conformidade à nova Constituição e seus princípios. Caso Concreto 3Descrição Caso concreto: Clóvis ingressou com uma ação judicial em face da Mineradora Pó Forte S/A e o juiz julgou improcedente o pedido, antes mesmo da citação da ré, informando da existência de precedente e que por tal razão, outros princípios processuais, tais como o contraditório e ampla defesa não precisam ser respeitados nesses casos, considerando a CRFB 88 e o Código de Processo Civil. Fundamentou ainda que estaria sendo aplicado, entre outros, o princípio constitucional da razoável duração do processo. O posicionamento do juiz tem base legal e constitucional? R = Não, pois a fundamentação incompleta do juiz não teve base legal, uma vez que, os princípios constitucionais e processuais do contraditório e da ampla defesa não foram respeitados, o que deve ser sempre observados na prática jurisdicional em de acordo com o neoconstitucionalismo. Neste sentido, havendo conflito entre os princípios, é necessário que o juiz se utilize da razoabilidade para não prejudicar uma das partes, a fim de garantir a pacificação social e o exercício da democracia num sistema jurídico seguro, o que não ocorreu no caso relatado. Caso Concreto 4 Antônio Pedro, brasileiro, viúvo, professor aposentado, recebe mensalmente cerca de R$2.000,00 (dois mil reais) e após realizar uma série de exames no hospital público de sua cidade é diagnosticado com artrite reumatoide. Considerando o estágio avançado da doença e as fortes dores do paciente, o médico receita um medicamento que reduz drasticamente os sintomas e inibe a progressão da enfermidade, porém, cada caixa com 30 (trinta) comprimidos custa R$ 10.000,00 (dez mil reais). Precisando de duas caixas por mês para seu tratamento, Pedro não vê outra solução e procura a Defensoria Pública que, por sua vez, ingressa em juízo pleiteando em sede de tutela provisória de urgência a entrega do medicamento pelo Município. Conclusos os autos, o juiz indeferiu o pedido nos seguintes termos: - Indefiro o pedido, pois ausentes os requisitos da tutela requerida. Sem prejuízo do direito material que está sendo tutelado (direito à vida), houve ofensa a algum princípio processual, considerando o texto utilizado pelo juiz? R = O princípio da Motivação ou das decisões motivadas foi desrespeitado, assim como o próprio CPC/2015 que prevê em seu artigo 298: "na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso", neste sentido, se fazia necessário o juiz apontar os requisitos que embasaram tal decisão. Caso Concreto 5o Caso concreto: Um aluno resolveu conhecer as dependências do Núcleo de Prática Jurídica de sua faculdade e encontrou um assistido que resolveu relatar seus problemas enquanto o advogado não retornava. O assistido disse que foi mandado embora do seu trabalho, após uma grande discussão com seu chefe, por suposto roubo de mercadorias ocorrido no shopping. O assistido é segurança patrimonial do shopping e tentava explicar à chefia direta e aos policiais a dinâmica da ocorrência, mas foi em vão. Diz que foi humilhado, xingado e por último, desligado por suposta “justa causa”, por não ter impedido o roubo. Quando o advogado chegou, ouviu atentamente a história e disse que existem elementos de direito material civil, trabalhista e até mesmo penal, dependendo da extensão das ofensas, o que demandaria maior análise. O assistido ficou satisfeito e disse que queria fazer “tudo junto”, de modo que um só juiz visse todos os assuntos, uma vez que estariam relacionados entre si. O advogado explicou que não é possível, seja pelos distintos órgãos do Poder Judiciário, seja pelas regras da disponibilidade ou indisponibilidade do exercício da ação. O aluno não entendeu a explicação e aproveitou para perguntar ao advogado como é a divisão do Jurisdição no Brasil. Considerando o caso acima, comente a resposta do advogado, contextualizando a divisão da Jurisdição no Brasil com base em nosso ordenamento jurídico. R = Jurisdição é a representação da função do Estado, que resolve os conflitos de maneira definitiva (coisa julgada e o ato perfeito), imperativa (soberania do Estado) e imparcial, analisando os elementos e normas abstratas do direito material direcionando-as para a realidade dos casos concretos. A divisão da Jurisdição no Brasil se baseia no poder exercido pelo próprio Estado, na função que corresponde aos órgãos que atuam como agentes do Estado, e na atividade representada pela ação do juiz. Sua divisão estrutural baseia-se em: 1 - Tribunais Superiores (esfera Federal); 2 - Justiça Comum (Justiça Federal por meio dos Tribunais Federai e Estadual por meio dos Tribunais de Justiça), possui competência residual, pois é responsável por julgar matérias que não sejam da competência dos demais segmentos do Judiciário – Federal, do Trabalho, Eleitoral e Militar, e; 3 - Justiça Especializada (ramos especiais do direito eleitoral, trabalhista, militar) outro tipo de jurisdição que trata de temáticas específicas, separando-se da chamada Justiça comum sendo disciplinada por leis processuais próprias. Esta distribuição fornece maior sentido de organização, de divisão de funções e distribuição competências a partir de temáticas gerais ou especializadas. Caso Concreto 6scrição Antônio Pedro, brasileiro, viúvo, professor aposentado, recebe mensalmente cerca de R$2.000,00 (dois mil reais) e após realizar uma série de exames no hospital público de sua cidade é diagnosticado com artrite reumatóide. Considerando o estágio avançado da doença e as fortes dores do paciente, o médico receita um medicamento que reduz drasticamente os sintomas e inibe a progressão da enfermidade, porém, cada caixa com 30 (trinta) comprimidos custa R$ 10.000,00 (dez mil reais). Precisando de duas caixas por mês para seu tratamento, Pedro não vê outra solução e procura a Defensoria Pública que, por sua vez, ingressa em juízo pleiteando a entrega do medicamento pelo Município. Ao final da fase de conhecimento o juiz acolheu o pedido requerido sem qualquer fundamentação. a) Qual a espécie de tutela jurisdicional buscada por Antônio junto a jurisdição? Justifique e explique juridicamente R = Trata-se de procedimento de tutela antecipada, pelo qual o juiz não pode decidir sem uma fundamentação concreta e razoável, e nem tampouco, o paciente poderá aguardar o processo jurisdicional convencional, tendo em vista a necessidade de celeridade já que está em risco sua saúde. b) Em virtude dos princípios constitucionais processuais a decisão proferida pelo magistrado está correta? Justifique e explique juridicamente. R = Não, pois o princípio da Motivação ou das decisões motivadas foi desrespeitado, assim como o próprio CPC/2015 que prevê em seu artigo 298: "na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso", neste sentido, se fazia necessário o juiz apontar os requisitos que embasaram tal decisão. Caso concreto 07: Questão nº 1. Ana e José são casados, pelo regime da comunhão parcial de bens, há 25 anos e pretendem se divorciar de forma consensual. São pais de 02 filhos maiores, capazes e não possuem bens imóveis. O casal procurou o advogado Marcos Paulo para saber qual a melhor forma de efetivar o divórcio. O advogado informou que não poderia atender aos anseios de Ana e José, pois a única forma de realizar o divórcio é através de uma ação judicial litigiosa. Indaga-se: a) A informação prestada pelo advogado está correta? Explique e Justifique juridicamente. R = A informação prestada pelo advogado está completamente equivocada, pois a partir do momento que o casal procurou consultoria para saber qual a melhor forma de efetivar o divórcio, há uma abertura para o divórcio consensual. Vale ressaltar a possibilidade do Divórcio Extrajudicial por meio da Lei nº 11.441/2007 em que altera dispositivos da Lei no 5.869/1973 – Código de Processo Civil, possibilitando a realização de inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual por via administrativa, assim traz a possibilidade que seja feito o divórcio pela via extrajudicial direto no cartório, sendo necessário que haja a apresentação de um rol de documentos para dar andamento, assistidos por advogado comum ou advogados de cada uma das partes. Caso concreto 08: Gabriel procura a advogada Maria Cristina com o objetivo de ajuizar uma ação de indenização por danos materiais, no valor de R$ 25.000,00, em face da Caixa Econômica Federal. Dias depois a advogada ajuizou ação em face da Caixa Econômica Federal na 1ª Vara Federal de São Paulo. Indaga-se: a) Agiu corretamente a advogada ao ajuizar ação na Vara Federal? Explique e justifique juridicamente R = O advogado não agiu corretamente, pois a ação deveria ser direcionada para o Juizado Especial Federal. b) Eventual conflito de competência entre Vara Cível Federal e Juizado Especial Federal, localizados na mesma cidade, deve ser decidido por qual Tribunal? Justifique as respostas R = Numa situação de eventual conflito de competências de duas varas na mesma sessão jurisdicional (mesma região), o Tribunal Regional Federal deverá ser acionado. Caso concreto 09: O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face de Armando Volta, em virtude do mesmo ter supostamente praticado o crime previsto no art. 171, parágrafo 3º do CP, já que vinha recebendo benefício previdenciário manifestamente indevido. O processo criminal tramitou perante uma das Varas Federais Criminais da Seção Judiciário do Rio de Janeiro, culminando pela prolação de uma sentença penal condenatória. Neste mesmo ato decisório, o magistrado determinou que o denunciado deve ressarcir o INSS (autarquia federal) da importância de R$ 50.000,00, que seria o montante indevidamente recebido em virtude da sua conduta criminosa. Indaga-se: A) Pode o magistrado, lotado em juízo especializado em matéria criminal, efetuar a liquidação dos prejuízos cíveis sofridos? Justifique a resposta juridicamente. R = Não, o magistrado não poderá liquidar os prejuízos cíveis, devendo remeter os autos para a vara competente. B) Levando-se em consideração à autonomia ou independência da responsabilidade civil e criminal, podemos afirmar que a responsabilidade civil é independente da criminal e por este motivo é possível questionar sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, ainda que estas questões já tenham sido decididas no juízo criminal? R = A responsabilidade civil difere da responsabilidade criminal, neste sentido, o mesmo fato pode produzir efeitos no âmbito civil e criminal, e como cada um dos juízes decidirá conforme sua convicção, é fato afirmar que há possibilidade do mesmo fato ser considerado existente para um e inexistente para outro, gerando julgados totalmente diferentes. Caso concreto 10: Cláudio é credor de Rogério de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). No dia aprazado para pagamento da dívida as partes fizeram novação para que Rogério parcelasse a dívida em 3 parcelas mensais e sucessivas de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Após receber a primeira parcela, Cláudio por cautela, temendo não receber as demais, ajuizou ação em face de Rogério e sua mulher Marina. Neste caso, qual (ias) condição (ões) da ação verifica-se (verificam-se) ausente (s)? E ainda, como deve proceder o magistrado? R = No caso relatado, há ausência dos elementos referentes à necessidade e ao direito e interesse de agir, pois não há direito violado, uma vez que ainda há prazo para pagamento, e à legitimidade, já que umas das partes (mulher) não possui relação com o caso. Neste contexto, de acordo com o art. 485, IV e VI, Lei nº 13105/15: “ O juiz não resolverá o mérito quando: IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;” Assim, o juiz deverá decidir o pedido sem a resolução do mérito, e Cláudio só poderá ingressar com uma nova ação caso Rogério não cumpra com o combinado. Caso concreto 11: Descrição: João, menor impúbere, representado por sua mãe, Madalena, pleiteou perante o Poder Judiciário a declaração de paternidade, com alteração do registro civil da criança para incluir Pedro como seu legítimo pai, bem como o pagamento de pensão alimentícia. Em relação ao caso narrado, tem-se qual classificação da ação? Justifique a sua resposta. R = Trata-se de ação declaratória (reconhecimento da paternidade) e condenatória (pagamento de pensão alimentícia) ambos vinculados ao processo de conhecimento. Caso Concreto 12 Descrição Caso concreto: Cristiano deve a Theodoro a quantia de R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais). Perante a inadimplência de Cristiano, que não honrou o compromisso dentro do prazo pactuado para pagamento, Theodoro ajuizou ação com o objetivo de receber o seu crédito. Diante dos fatos, indaga-se: a) A ação proposta por Theodoro encaixa-se em qual espécie de processo? R = Procedimento comum (devido o valor). b) Theodoro poderia ter proposto a sua demanda perante o Juizado Especial Cível (Lei n. 9.099/95)? R = Sim, devido o valor de até 40 salários mínimos poderá ser demandado ao juizado especial.
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