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Planeamento regional e urbano 1 O PLANEJAMENTO URBANO e REGIONAL estuda, desenvolve e aplica projetos para ordenar o crescimento das cidades, subúrbios e até mesmo regiões rurais. Seu principal objetivo é planejar e construir espaços que minimizem problemas decorrentes dos processos de urbanização, como poluição e engarrafamentos. Agestão,como processo de mobilização e organização dos diversos agentes sociais e dearticulação institucionalem todas as fases de planejamento regional,éindispensável paraque as atividades socioambientais tenham maior sustentabilidade, menor degradação e impacto. 2 Os mais antigos registros arqueológicos encontrados de ruínas de cidades remontam à Revolução Neolítca, por volta de 4.000 a 3.000 a.C.. A constituição das cidades na Antiguidade tinha por objetivo ser centro de comércio eou também como fortificações de guerra contra inimigos. Percebe-se nas cidades do período o início da divisão do trabalho e a utilização de meios de troca, como conchas e pedras semipreciososas, no comércio. As cidades surgiram inicialmente como pequenas aldeias às margens de rios, e com o crescimento populacional e das atividades passaram a constituir cidades mais complexas. Os principais locais de surgimento das cidades foram ao longo dos vales dos rios Tigres e Eufrates, na Mesopotâmia; do Nilo, no Egito; do rio Indo, na Índia; do Yang-Tsé- Kiang e Hoang-HO na China; e do San Juan, na Meso-América. De maior complexidade de atividades, foi necessário criar Estados para a defesa militar e a construção de grandes obras (de irrigação, templos, canais etc.), em um processo de formação das civilizações - termo relacionado aos povos que vivem em cidades. No território europeu, a primeira civilização de destaque foi a grega, cujos registros das cidades-Estado remontam aos séculos VIII a VI a.C.. As cidades gregas eram centros comerciais, religiosos, políticos e artísticos, com autonomia organizacional em relação às demais. As cidades gregas mais conhecidas foram Atenas e Esparta, que durante séculos dominaram o comércio no Mar Egeu e em parte do Mediterrâneo, deixando também como importante legado aspectos filosóficos, políticos (democracia), jurídicos, militares e artísticos que até hoje são perceptíveis. Centro do Império, Roma é um exemplo da centralidade dos espaços urbanos para a formação das civilizações Centro do Império, Roma é um exemplo da centralidade dos espaços urbanos para a formação das civilizações Entretanto, o caso de maior notoriedade de uma cidade da Antiguidade é Roma. Do mito do surgimento da cidade, a partir dos irmãos gêmeos alimentados por uma loba, formou-se o maior império do período, cuja capital era Roma. A partir da República, os romanos expandiram-se por toda a Europa e grande parte da Ásia, dominando econômica, militar e culturalmente por séculos essas regiões. Curiosamente, é a partir do declínio do Império Romano que se vê a perda de importância das cidades no ocidente europeu. Com as invasões dos povos bárbaros e a destruição que inicialmente acarretaram, os habitantes destes locais se viram forçados a irem para o campo atrás de refúgio e segurança em terras de latifundiários. Da criação de comunidades nestes latifúndios verificou-se a formação dos feudos, que deram o caráter rural ao período medieval. Causa-efeito Os processos de industrialização e urbanização estão intrinsecamente interligados. Foi com os avanços e transformações proporcionados, por exemplo, pelas Revoluções Industriais na Europa que esse continente concebeu o crescimento exponencial de suas principais cidades, aquelas mais industrializadas. Ao mesmo tempo, o processo de urbanização intensifica o consumo nas cidades, o que acarreta a produção de mais mercadorias e o aumento do ritmo da atividade industrial. A industrialização é um dos principais fatores de transformação do espaço geográfico, pois interfere nos fluxos populacionais, reorganiza as atividades nos contextos da sociedade e promove a instrumentalização das diferentes técnicas e meios técnicos, que são essenciais para as atividades humanas. A atividade industrial, por definição, corresponde ao arranjo de práticas econômicas em que o trabalho e o capital transformam matérias-primas ou produtos de base em bens de produção e consumo. 2 Carta de atenas Cartas de Atena - Resumo No que diz respeito à Carta de Atenas, principalmente a de 1933, é a preocupação que se tem em relação a arquitetura em um período de grande crescimento urbano. Há ai dois seguimentos diferentes a serem levados em conta: os arquitetos voltados designadamente à ação de conservação do patrimônio arquitetônico e urbano e os domínios voltados as propostas de inovação do chamado Movimento Moderno (na arquitetura e também no urbanismo). Foi esse Movimento Moderno, ocorrido no período entre as duas Guerras Mundiais, que potencializou o determinismo e confiança dos arquitetos da época, fazendo com que estes buscassem e procurassem novas tecnologias além de confrontar as necessidades da população em geral. Diane Ghirardo observa que, em meados da década de 1930, a doutrina do Movimento Moderno é reinterpretada como classicismo monumental, especialmente com o patrocínio dos regimes totalitários, percebendo assim a importância dada aos monumentos na Carta. O principal objetivo da carta de 1931 é trazer para pauta as principais preocupações encaradas naquele período: os aspectos legais, os técnico-construtivos e os princípios norteadores da ação de conservação. O documento alega a necessidade de concepção e fortalecimento de organizações nacionais e internacionais, de modo operativo e consultivo, voltadas à preservação e restauro do patrimônio. Vale ressaltar a importância dada a preocupação com a legislação de cada país e com a necessidade de se constituir princípios habituais entre os signatários, mesmo que integrados às condições locais, principalmente para assegurar o predomínio do direito coletivo sobre o individual. A Carta de 1933 resume a visão do “Urbanismo Racionalista”, tendo como principais aspectos debatidos a necessidade de planejamento regional e infra-urbano, a implantação do zoneamento, através da separação de usos em zonas distintas, de modo a evitar o conflito de usos incompatíveis, a submissão da propriedade privada do solo urbano aos interesses coletivos, a verticalização dos edifícios situados em amplas áreas verdes, a industrialização dos componentes e a padronização das construções. Segundo o documento o Estado e a administração pública são mecanismos imparciais que, percebendo o bem comum, ajustariam sua ação pela julgada “racionalidade inerente ao conhecimento técnico e científico”. Para o CIAM, a preservação do legado do passado é um tipo de consentimento que se faz à história, tendo uma avaliação altamente seletiva, onde analisa o bem monumental afastado do contexto urbano em que está inserido. A principal diferença entre as duas Cartas de Atenas acredito ser os objetivos específicos que cada documento trás. A Carta de 1931 foi criada por profissionais da restauração com o intuito de estabelecer uma orientação. Já a Carta de 1933 trata-se das resoluções de um congresso reunido para debater e impulsionar os novos rumos para a cidade moderna. 3 Ebenezer Howard e a Cidade-Jardim Posted on13 outubro, 2008AuthorRenato Saboya16 Comentários Baseando-se em grande parte na observação das péssimas condições de vida da cidade liberal, Ebenezer Howard, em livro publicado originalmente em 1898, propôs umaalternativa aos problemas urbanos e rurais que então se apresentavam. O livro “To-morrow” (chamado “Garden-cities of To-morrow” na segunda edição, em 1902) apresentou um breve diagnóstico sobre a superpopulação das cidades e suas conseqüências. Segundo ele, essa superpopulação era causada sobretudo pela migração proveniente do campo. Era, portanto, necessário equacionar a relação entre a cidade e o campo. Howard (1996) fez uma síntese das vantagens e dos problemas tanto de um ambiente como de outro. Ambos atuariam como “ímãs”, atraindo as pessoas para si. Características do campo: Falta de vida social; Beleza da natureza; Desemprego; Terra ociosa; Matas; Bosques, campinas, florestas; Jornada longa/salários baixos; Ar fresco – aluguéis baixos; Falta de drenagem; Abundância de água; Falta de entretenimento; Sol brilhante; Falta de espírito público; Carência de reformas; Casas superlotadas; Aldeias desertas; Características da cidade: Afastamento da Natureza; Oportunidades Sociais; Isolamento das multidões; Locais de entretenimento; Distância do trabalho; Altos salários monetários; Aluguéis e preços altos; Oportunidades de emprego; Jornada excessiva de rabalho; Exército de desempregados; Nevoeiros e seca; Drenagem custosa; Ar pestilento e céu sombrio; Ruas bem iluminadas; Cortiços e bares; Edifícios palacianos; Em síntese, a cidade era o espaço da socialização, da cooperação e das oportunidades, especialmente de empregos, mas padecia de graves problemas relacionados ao excesso de população e à insalubridade do seu espaço. Por outro lado, o campo era o espaço da natureza, do sol e das águas, bem como da produção de alimentos, mas também sofria de problemas como a falta de empregos e de infra-estrutura, além de uma carência de oportunidades sociais. A chave para a solução dos problemas da cidade, segundo Howard, era reconduzir o homem ao campo, através da criação de atrativos – ou “ímãs” – que pudessem contrabalançar as forças atratoras representadas pela cidade e pelo campo. Ele argumentou que havia uma terceira alternativa, além das vidas urbana e rural, que seria o que ele chamou de Cidade-Campo (Town-Country). Nessa alternativa, os dois imãs fundiriam-se num só, aproveitando o que há de melhor em cada um deles, e dessa união nasceria “uma nova esperança, uma nova vida, uma nova civilização”(HOWARD, 1996, p. 110). Com efeito, a proposta de um novo tipo de cidade feita por Howard representou uma ruptura na concepção existente na época, e teve grande influência no pensamento urbanístico posterior (HALL, 2002). O desenho da Cidade-Jardim O modelo proposto, chamado de Cidade-jardim, deveria ser construído numa área que compreenderia, no total, 2400 hectares, sendo 400 hectares destinados à cidade propriamente dita e o restante às áreas agrícolas. O esquema feito para a cidade assume uma estrutura radial, sendo composto por 6 bulevares de 36 metros de largura que cruzam desde o centro até a periferia, dividindo-a em 6 partes iguais. No centro, seria prevista uma área de aproximadamente 2,2 ha, com um belo jardim, sendo que na sua região periférica estariam dispostos os edifícios públicos e culturais (teatro, biblioteca, museu, galeria de arte) e o hospital. O restante desse espaço central destinar-se-ia a um parque público de 56 ha com grande áreas de recreação e fácil acesso. Ebenezer Howard e a Cidade-Jardim Posted on13 outubro, 2008AuthorRenato Saboya16 Comentários Baseando-se em grande parte na observação das péssimas condições de vida da cidade liberal, Ebenezer Howard, em livro publicado originalmente em 1898, propôs uma alternativa aos problemas urbanos e rurais que então se apresentavam. O livro “To-morrow” (chamado “Garden-cities of To-morrow” na segunda edição, em 1902) apresentou um breve diagnóstico sobre a superpopulação das cidades e suas conseqüências. Segundo ele, essa superpopulação era causada sobretudo pela migração proveniente do campo. Era, portanto, necessário equacionar a relação entre a cidade e o campo. Howard (1996) fez uma síntese das vantagens e dos problemas tanto de um ambiente como de outro. Ambos atuariam como “ímãs”, atraindo as pessoas para si. Características do campo: Falta de vida social; Beleza da natureza; Desemprego; Terra ociosa; Matas; Bosques, campinas, florestas; Jornada longa/salários baixos; Características da cidade: Afastamento da Natureza; Oportunidades Sociais; Isolamento das multidões; Locais de entretenimento; Distância do trabalho; Altos salários monetários; Aluguéis e preços altos; Ar fresco – aluguéis baixos; Falta de drenagem; Abundância de água; Falta de entretenimento; Sol brilhante; Falta de espírito público; Carência de reformas; Casas superlotadas; Aldeias desertas; Oportunidades de emprego; Jornada excessiva de rabalho; Exército de desempregados; Nevoeiros e seca; Drenagem custosa; Ar pestilento e céu sombrio; Ruas bem iluminadas; Cortiços e bares; Edifícios palacianos; Em síntese, a cidade era o espaço da socialização, da cooperação e das oportunidades, especialmente de empregos, mas padecia de graves problemas relacionados ao excesso de população e à insalubridade do seu espaço. Por outro lado, o campo era o espaço da natureza, do sol e das águas, bem como da produção de alimentos, mas também sofria de problemas como a falta de empregos e de infra-estrutura, além de uma carência de oportunidades sociais. A chave para a solução dos problemas da cidade, segundo Howard, era reconduzir o homem ao campo, através da criação de atrativos – ou “ímãs” – que pudessem contrabalançar as forças atratoras representadas pela cidade e pelo campo. Ele argumentou que havia uma terceira alternativa, além das vidas urbana e rural, que seria o que ele chamou de Cidade-Campo (Town-Country). Nessa alternativa, os dois imãs fundiriam-se num só, aproveitando o que há de melhor em cada um deles, e dessa união nasceria “uma nova esperança, uma nova vida, uma nova civilização”(HOWARD, 1996, p. 110). Com efeito, a proposta de um novo tipo de cidade feita por Howard representou uma ruptura na concepção existente na época, e teve grande influência no pensamento urbanístico posterior (HALL, 2002). O desenho da Cidade-Jardim O modelo proposto, chamado de Cidade-jardim, deveria ser construído numa área que compreenderia, no total, 2400 hectares, sendo 400 hectares destinados à cidade propriamente dita e o restante às áreas agrícolas. O esquema feito para a cidade assume uma estrutura radial, sendo composto por 6 bulevares de 36 metros de largura que cruzam desde o centro até a periferia, dividindo-a em 6 partes iguais. No centro, seria prevista uma área de aproximadamente 2,2 ha, com um belo jardim, sendo que na sua região periférica estariam dispostos os edifícios públicos e culturais (teatro, biblioteca, museu, galeria de arte) e o hospital. O restante desse espaço central destinar-se-ia a um parque público de 56 ha com grande áreas de recreação e fácil acesso. A cidade jardim é um modelo de cidade concebido por Ebenezer Howard, no final do século XIX, consistindo em uma comunidade autônoma cercada por um cinturão verde num meio-termo entre campo e cidade. A ideia era aproveitar as vantagens do campo eliminando as desvantagens da grande cidade, mas nem sempre pode ser um sinônimo de ecocidade. História A noção de cidadejardim foi primeiro apresentada através do livro To-morrow a Peaceful Path to Real Reform (1898), mais tarde revisado e editado como Garden Cities of Tomorrow em 1902. Em 1899 foi fundada a Garden Cities Association cujo objetivo foi o de divulgar o modelo e efetuar a sua construção. 4 O que é infraestrutura? De modo geral, podemos dizer que a infraestrutura é o conjunto de elementos que estimula o desenvolvimento socioeconômico de uma região. Suas quatro áreas macro influenciam no deslocamento de pessoas e mercadorias e também no processo produtivo do local, o que resulta no crescimento econômico. São eles: Saneamento: aqui, podemos incluir a coleta de lixo, o fornecimento de água tratada, a coleta e o tratamento do esgoto doméstico e industrial, além da limpeza de vias públicas. Esses serviços são fundamentais para a prevenção de doenças e o aumento da qualidade de vida e bem-estar da população Transporte: o investimento em mobilidade urbana e na construção de estradas, aeroportos, ferrovias, hidrovias e portos é fundamental para o desenvolvimento econômico, uma vez que repercute no deslocamento de pessoas e mercadorias Energia: esse é um dos principais serviços de infraestrutura, tanto a geração quanto a distribuição dela, visto que a energia é importante para o abastecimento de residências, empresas e indústrias, além de propriedades do campo e veículos Telecomunicação: é essencial para a troca de informações entre pessoas e empresas de diversas localizações, ou seja, para a realização de negócios. Isso pode ser feito através de celular, telefone fixo, internet, rádio e outros meios É possível observar que a infraestrutura é importante para o desenvolvimento de um país em todos os âmbitos, desde o ramo da construção até a redução da pobreza. Falaremos mais sobre isso logo à frente. Estrutura x Infraestrutura Como já vimos, a infraestrutura serve de base para o desenvolvimento de um local. Já a estrutura corresponde à materialização disso. No dicionário, a palavra é definida como algo que está construído ou organizado. Um exemplo ajuda a compreender as diferenças entre os conceitos. Os portos são estruturas fundamentais para que um país consiga exportar seus produtos. Dali saem as mais variadas mercadorias a partir de navios, com destinos a nações no exterior. A construção do porto, então, é uma estrutura. Já a infraestrutura, nesse caso, se refere a tudo o que viabiliza o processo de exportação. Isso engloba não apenas os portos, mas também as rodovias por onde as cargas chegam até ali, os meios de comunicação que aproximam fornecedores de clientes e que tornam possível organizar e coordenar a operação. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 4 a) Reciclagem: Consiste, basicamente, da reintrodução dos resíduos no processo de produção. É uma prática que precisa ser difundida, especialmente pela economia da energia gasta nos processos de produção e pela diminuição na utilização de matéria- prima virgem. Entretanto, para ser viabilizada em maior escala, torna-se inevitável a adoção de políticas voltadas à regulamentação e incentivos ao setor. Compostagem: Constitui-se no processo biológico de decomposição da matéria orgânica contida em restos de origem animal ou vegetal. Esse processo tem como resultado final um produto – o composto orgânico – que deve permitir sua aplicação no solo sem ocasionar riscos ao meio ambiente. É muito praticado no meio rural. Para ser aplicado aos resíduos sólidos urbanos, necessita-se de um rigoroso processo de triagem de sua fração orgânica para livrá-lo de componentes tóxicos ou perigosos. Aterro Sanitário: É a forma de disposição final de resíduos sólidos no solo, em local devidamente impermeabilizado, mediante confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais. Incineração: É o processo de redução de peso e volume do lixo pela combustão controlada. A incineração é utilizada, atualmente, no Brasil, apenas para o tratamento de resíduos hospitalares e industriais. É bastante difundida em países desenvolvidos e com pouca extensão territorial e, normalmente, associada à produção de energia. 4 b)
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