Buscar

Dos delitos e das penas fichamento

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

FACULDADES INTEGRADAS AGES
Campus de TUCANO
THEREZA ELIZABETH OLIVEIRA SANTOS 
DOS DELITOS E DAS PENAS 
Fichamento apresentado no curso de Bacharelado em Direito, da Faculdade AGES de Tucano, como um dos pré-requisitos para obtenção da nota parcial da disciplina Teoria das Penas e Crimes Contra a Pessoa.
Professor (a): Esp. Carlos Alberto Novaes Machado 
Tucano2019 
REFERÊNCIA DA OBRA 
BECCARIA, Cesar. Dos delitos e das penas. 2. ed. São Paulo: Edipro, 1999.
CITAÇÕES DIRETAS REPRESENTATIVAS 
Formadas algumas sociedades, logo se estabeleceram novas, na necessidade em que se ficou de resistir às primeiras, e assim viveram essas hordas, como tinham feito os indivíduos, num contínuo estado de guerra entre si. As leis foram as condições que reuniram os homens, a princípio independentes e isolados sobre a superfície da terra. (p. 9)
“Cada homem tem sua maneira própria de ver; e o mesmo homem, em diferentes épocas, vê diversamente os mesmos objetos. ” (p. 12)
[...] o sistema atual da jurisprudência criminal apresenta aos nossos espíritos a ideia da força e do poder, em lugar da justiça; é porque se lançam, indistintamente, na mesma masmorra, o inocente suspeito e o criminoso convicto; é porque a prisão, entre nós, é antes um suplício que um meio de deter um acusado; é porque, finalmente, as forças que defendem externamente o trono e os direitos da nação estão separadas das que mantêm as leis no interior, quando deveriam estar estreitamente unidas. (p. 15)
“Lei sábia e cujos efeitos são sempre felizes é a que prescreve que cada um seja julgado por seus iguais; porque, quando se trata da fortuna e da liberdade de um cidadão, todos os sentimentos inspirados pela desigualdade devem silenciar. ” (p. 16)
Outra contradição entre as leis e os sentimentos naturais é exigir de um acusado o juramento de dizer a verdade, quando ele tem o maior interesse em calá-la. Como se o homem pudesse jurar de boa fé que vai contribuir para sua própria destruição! Como se, o mais das vezes, a voz do interesse não abafasse no coração humano a da religião! (p. 21)
A tortura é muitas vezes um meio seguro de condenar o inocente fraco e de absolver o celerado robusto. É esse, de ordinário, o resultado terrível dessa barbárie que se julga capaz de produzir a verdade, desse uso digno dos canibais, e que os romanos, mau grado a dureza dos seus costumes, reservavam exclusivamente aos escravos, vítimas infelizes de um povo cuja feroz virtude tanto se tem gabado. (p. 23)
“A infâmia não é um sentimento sujeito às leis ou regulado pela razão. É obra exclusiva da opinião. Ora, como a tortura torna infame aquele que a sofre, é absurdo que se queira lavar desse modo a infâmia com a própria infâmia. ” (p. 25)
Podem distinguir-se duas espécies de delitos. A primeira é a dos crimes atrozes, que começa pelo homicídio e que compreende toda a progressão dos mais horríveis assassínios. Incluiremos na segunda espécie os delitos menos hediondos do que o homicídio. (p. 27)
“À medida que os suplícios se tornam mais cruéis, a alma, semelhante aos fluidos que se põem sempre ao nível dos objetos que os cercam, endurece-se pelo espetáculo renovado da barbárie. ” (p. 31)
“O rigor do castigo causa menos efeito sobre o espírito humano do que a duração da pena, porque a nossa sensibilidade é mais fácil e mais constantemente afetada por uma impressão ligeira, mas frequente, do que por um abalo violento, mas passageiro. ” (p. 33)
A grandeza do crime não depende da intenção de quem o comete, como erroneamente o julgaram alguns: porque a intenção do acusado depende das impressões causadas pelos objetos presentes e das disposições precedentes da alma. Esses sentimentos variam em todos os homens e no mesmo indivíduo, com a rápida sucessão das idéias, das paixões e das circunstâncias. (p. 45)
“A honra só é, pois, um princípio fundamental nas monarquias temperadas, onde o despotismo do senhor é limitado pelas leis. A honra produz quase, numa monarquia, o efeito que produz a revolta nos Estados despóticos. ” (p 51)
Essas leis são simplesmente o ruído das impressões tumultuosas que produzem certos fatos particulares; não podem ser o resultado de combinações sábias que pesam numa mesma balança os males e os bens; não é para prevenir os delitos, mas pelo vil sentimento do medo, que se fazem tais leis. (p. 62)
É melhor prevenir os crimes do que ter de puni-los; e todo legislador sábio deve procurar antes impedir o mal do que repará-lo, pois uma boa legislação não é senão a arte de proporcionar aos homens o maior bem-estar possível e preservá-los de todos os sofrimentos que se lhes possam causar, segundo o cálculo dos bens e dos males desta vida. (p. 67)
“O sábio tem necessidades e interesses que o vulgo desconhece; é para ele uma necessidade não desmentir, em sua conduta pública, os princípios que estabeleceu nos seus escritos e o hábito que adquiriu de amar a verdade por si mesma. ” (p. 70)
TEXTO CRÍTICO
		A presente obra “Dos delitos e das penas” de Cesare Beccaria, por meio da essência propostas nos capítulos, apresenta ao leitor um breve e aprofundado estudo acerca de como a humanidade deveria ser respeitada ao se punir os delitos, penas, a vigilância e principalmente da passagem das sociedades disciplinares as sociedades de controle, salientando seus elementos, numa análise principiológica dos crimes. Diante das problemáticas vividas nos séculos, pode- se enfatizar as situações passadas por Beccaria ao decorrer dos eventos. A pena criminal era aplicada pela vítima ou seus familiares, ou seja, era o tempo da vingança privada.	
		Essa figura dramática possui genealogia eminente, na ocasião descrita nos séculos XVII e XVIII, mais conhecido como “século das luzes” que defendia o racionalismo e ia contra os regimes tenebrosos que eram adotados na época. Com a evolução histórica desse século, penas corporais saiam de cena, para dar espaço ás penas privativas de liberdade, a reclusão (crimes mais graves) será cumprida nos regimes fechados, semiaberto e aberto, já a pena de detenção (crimes de menor gravidade) será cumprida nos regimes semiaberto e aberto. Não obstante, o pensamento de Beccaria era que as penas deveriam ser proporcionais ao delito, atestando que são injustas a salvação pública. A pena sem suavidade e ilegalidade é aquilo que rompe a ordem constituída, enquanto o castigo com humanidade é um ato menos crítico que não traz crise ao sistema, tendo assim, violência na primeira e ideologias na segunda. A partir daí, houve a instituição de penas sensíveis. Em suma, na iminência das provas dos delitos Beccaria relata que podem ser perfeitas ou imperfeitas e o crime deve ser fixado pela lei e não por torturas. 
		Em seguida, o autor aborda sobre o os possíveis desvios que ocorrem ao interpretar uma lei, diante dos vocábulos vagos, deve-se atender mais as particularidades e à intenção de quem ater-se mais ao sentido do que às palavras e as línguas das leis, e observando ainda que qualquer dialeto nos fatos faz variar também o direito. Ele argumenta que os juízes não deveriam interpretar as leis penais, elas deveriam ser impostas pelo Estado que assume o monopólio da justiça e do magistério punitivo, tornando a pena pública. Cumpre observar que um prisioneiro, por exemplo, pode voltar a se socializar e o objetivo é que nunca se deve interceder.
		Defronte das fases de evolução da revolução de lutas diretamente ligadas as políticas, num contexto de detenção penal, o delinquente consegue unir as duas linhas divergentes da justiça penal promovida pelos reformadores do século XVIII. A penalidade é um meio de gerir as ilegalidades riscar limites de tolerância dar espaço a alguns e pressionar outros, perpassando ainda a visão dá pouparão sobre o ato da prisão, como por exemplo, os suplícios que eram aplicados segundo o crime, bem como o período de sua duração. Para não serem oprimidos por aqueles que detinham o poder, o homem exercia sua única opção, testemunhar o castigo,
além da penúria da completa liberdade. 
		Diante das inúmeras questões que se mostram fatores determinantes a serem analisados para os sistemas penais, o presente trabalho buscou levantar um breve estudo sobre os efeitos dos poderes punitivos estabelecidos historicamente, a temática volta-se para o momento atual, como consequências exemplificadas em diferentes situações, afim de demostrar e questiona- se ao leitor sobre os regulamentos dos direitos de punir, fazendo um trabalho eficaz ao sistema carcerário, a pena privativa de liberdade não alcança os objetivos propostos. Destarte, que a pena deve ser essencialmente pública, específica, proporcional ao delito e convicto com a lei. É importante observar que os princípios estabelecidos no âmbito do estudo penal e atuação das penalidades do direito são indispensáveis para um profissional. Lacônico atenuar que, em suma foi abordado em aula todos os pontos presentes na obra, tornando o alicerce dos conhecimentos adquiridos e uma maior compreensão herdada ao assunto passado em sala de aula e uma comparação com a obra, afim de garantir uma evolução principalmente do conhecimento.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando