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Rio de Janeiro, 17 de setembro de 2019 Faculdade: Estácio de Sá ,Santa Cruz - Noite alunos: Kelly Almeida, Ketllen Lorrany, Beatriz Cristina, Monique Sarmento, Danielle Oliveira de Carvalho , Diego Machado, Jamille Rafaela e Walber Ribeiro. Trabalho de Sociologia Jurídica Tema : Movimentos sociais - Cidadania - etnodivercidade - questão de gênero e novos arranjos familiares - analise de três casos concretos sobre movimentos sociais . MOVIMENTOS SOCIAIS O SURGIMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS. Os movimentos sociais são característicos de uma sociedade plural, que se constrói em torno do embate político por interesses coletivos e/ou individuais. Assim sendo, a organização de indivíduos em prol de uma causa é uma característica de uma sociedade politicamente ativa. Os grupos que produzem ação em busca da representação política de seus anseios atuam de modo a produzir pressão direta ou indireta no corpo político de um Estado. Para isso, várias formas de ações coletivas são usadas, como a denúncia, as passeatas, marchas etc. As estruturas que condicionam o surgimento dos movimentos socais após anos 30, com o desenvolvimento do capitalismo, que gerou uma serie de necessidades a população, pois as atividades produtivas nas grandes cidades levaram a um crescimento urbano desordenado, com isso os trabalhadores se viram em uma situação urbana bastante precária.As industrias se expandiram empurrando os trabalhadores para a periferia, e estes começaram a sofrer carências de transporte, moradia, saúde[...], que deveriam ser suprida pelo Estado ( Estado enquanto governo), que não o faz, por se tratar de um Estado capitalista que privilegia mais a uma classe da população do que outra. • Como consequencia da ausência do Estado surgem os movimentos sociais, ou seja, eles surgem na ausência do Estado como gerenciador. • Os movimentos sociais chegaram com o caráter de reivindicar, aquilo que falta, ou o que é precário ao grupo ou a comum, ou a comunidade que eles representam. • A igreja, nas comunidades de base, teve forte influencia nos movimentos sociais e sindicais. • Neste contexto o populismo surge para estabelecer um tipo de ligação entre os movimentos de luta, de reivindicação e o Estado. O Papel dos movimentos sociais Os movimentos sociais são ações coletivas com o objetivo de manter ou mudar uma situação. Os movimentos sociais são sempre de confronto político. Na maioria dos casos eles têm uma relação com o Estado, seja de oposição, seja de parceria. As lutas sociais vão além da defesa de interesses e necessidades, tendo como alvo também o reconhecimento individual e social. A greve como elemento central A greve foi um dos instrumentos mais utilizados pelos trabalhadores na sociedade capitalista. Ela representou uma poderosa arma de reivindicação. Dois pontos de vista: DURKHEIM- Tem como ponto de partida a idéia de que todo o conflito é resultado da inexistência de regras e normas (anomia) que regulam as atividades produtivas e a organização de várias categorias profissionais. A desordem (greve), é para ele, um momento especial em uma ordem geral estabelecida e serve apenas para a desintegração da sociedade.- “ O que domina não é a situação de nossa economia, se não o estado de nossa moralidade.” Marx- Em uma greve existem três atores sociais: o trabalhador, o empresário capitalista e o Estado. A greve para ele é a expressão mais visível da luta de classes entre a burguesia e proletariado. O Estado aparece na forma de legislação existente, cabe regular a relação existente entre capital e trabalho. As leis tanto pode agir em favor do trabalhador, como do capital, mais o Estado age também como força policial em nome da normalidade. Nesta perspectiva, numa greve questiona-se não só as condições de exploração em que vivem os trabalhadores, mais também a ação do Estado e seu caráter de classe. Numa greve operária questiona-se a própria estrutura da sociedade capitalista, que em sua essência é desigual e perpetua a exploração dos trabalhadores. As greves trabalhistas existem desde o inicio do processo de industrialização. Os trabalhadores mobilizaram-se pela organização de sindicatos e também por melhores condições de trabalho nas empresas. Os movimentos sociais no BR e questão do trabalho Há registros de movimentos sociais no Brasil desde o primeiro século da colonização até os nossos dias. 1500-1822=> os movimentos sociais mais significativos foram o dos indígenas e dos negros. 1822-1889=> ocorreram movimentos pelo fim da escravidão, e contra a monarquia. Os movimentos sociais que ocorreram entre o final do século XIX e os primeiros anos do século XX, mostraram um caráter político e social marcante.(guerra de Canudos 1839-1897, e guerra do Contestado 1912-1916 sertanejo contra os coronéis. As greves operárias, mesmo proibidas por lei,tomaram conta das fábricas, esses movimentos denunciavam as péssimas condições de vida dos trabalhadores, as longas jornadas de trabalho, os baixos salários, a inexistência de leis trabalhistas e a exploração do trabalho feminino e infantil A República Varguista A partir de 1930- este primeiro período foi marcado por um forte controle do Estado sobre a sociedade e pouco espaço para manifestações. A partir de 1946- Inaugura-se um nova constituição, que estabelecia uma democracia no país, houve o surgimento de vários movimentos(o petróleo é nosso,movimentos agrários denunciavam a exploração que sofriam).As greves eram ilegais e reprimidas neste período. A república fardada A pesar do golpe militar promovido em 1964, os movimentos dos estudantes e dos trabalhadores continuaram atuantes e criaram uma situação de constatação aberta ao regime, até dezembro de 1968,quando foi decretado o AI-5, que casou todos os direitos do cidadão, inclusive de manifestação. ( Surgiram movimento armados, rurais e urbanos de contestação) Eles questionavam não só as condições de trabalho, salário,mais também a legislação que não permitia a livre organização dos trabalhadores e do direito de manifestação. Destes movimentos nasceram a central única dos trabalhadores (CUT) e logo depois o partido dos trabalhadores (PT). A partir do movimento pelas diretas: Faze que se caracteriza por importantes movimentos de resistência. Movimento grevista em São Paulo, chamado de ABCD (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema), região que concentrava o maior parque industrial do Brasil e, portanto o maior número de trabalhadores industriais.O direito de greve é adquirido na constituição de 1988. NO CAMPO... O movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MST), organizado no sul do país, a partir de 1979, com apoio de parte da igreja católica (pastoral da terra), do PT e da CUT, o MST tinha como objetivo fundamental, criticar a estrutura da propriedade da terra no BR(onde o latifúndio é dominante) e as condições de vida dos trabalhadores rurais. Atualmente... Os movimentos sociais servem para o questionamento das grandes desigualdades existentes no país.Fazer valer os direitos existentes nas leis e criar outros. Eles são um meio da população se organizar e participar politicamente, sem que precise estar ligada às estruturas estatais de poder, construindo assim espaços políticos públicos, para se debater questões importantes para uma sociedade politizada. Alguns Desafios ... * A aceitação da igualdade entre gênero; * O fim do trabalho infantil; * O cumprimento da legislação trabalhista; * A legalização do trabalho com o fim do trabalho informal; * A oportunidade de aperfeiçoamento profissional; * A valorização profissional OBJETIVO: O presente trabalho tem como escopo o estudo dosmovimentos sociais com ênfase em sua história e suas repercussões na sociedade contemporânea. Doravante faremos uma análise pormenorizada da gênese dos movimentos sociais do mundo, as principais revoluções e seus desdobramentos nas vidas das pessoas. Abordaremos as principais revoltas ao longo da História do Brasil, a visão da Lei pátria sobre os ‘movimentos sociais’, seus principais objetivos e atuações. SUMÁRIO: Objetivo. Introdução – Conceito – Da Gênese dos Movimentos no Mundo – Principais Movimentos Sociais em Esfera Global: Revolução Francesa. Revolução Industrial – Principais Revoltas na História do Brasil – A Lei Brasileira Atual e sua base nos Movimentos Sociais – Conclusão e Posicionamento – Referência. INTRODUÇÃO: Nosso trabalho tem o objetivo de fazer uma breve análise dos Movimentos Sociais, de modo a observar seu conceito, surgimento, principais movimentos e seus benefícios para a sociedade contemporânea. Em primeiro plano, realizaremos a conceituação dos movimentos sociais, tomando por base os ensinamentos de renomados autores sobre o tema. Ao longo do corpo do trabalho trataremos de sua parte histórica, observando sua gênese, bem como os principais movimentos sociais da idade contemporânea como as revoluções francesa e industrial. Continuamente, cuidaremos destes movimentos também em solo pátrio. Finalmente, será realizada a análise de alguns desses movimentos de modo a se constatar os avanços que estes trouxeram para a idade contemporânea. CONCEITO: Conforme observaremos, embora existam diversas conceituações, realizadas pelos mais diversos autores. Os movimentos sociais têm como características principais uma série de ações coletivas visando modificar a sociedade. Atuando, destarte, de maneira organizada. Nas palavras do ilustre professor Paulo Silvino Ribeiro: Em linhas gerais, o conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo organizado que objetiva alcançar mudanças sociais por meio do embate político, conforme seus valores e ideologias dentro de uma determinada sociedade e de um contexto específicos, permeados por tensões sociais. Podem objetivar a mudança, a transição ou mesmo a revolução de uma realidade hostil a certo grupo ou classe social. Seja a luta por um algum ideal, seja pelo questionamento de uma determinada realidade que se caracterize como algo impeditivo da realização dos anseios deste movimento, este último constrói uma identidade para a luta e defesa de seus interesses. E nas palavras do distinto professor Delson Ferreira: Os conceitos definidores de movimento social referem-se à esfera das ações de grupos organizados para a conquista de determinados fins estabelecidos coletivamente, que partem de necessidades e visões específicas de mundo e de sociedade e objetivam mudar ou manter as relações sociais. Esses movimentos constituem parte integrante fundamental das sociedades, e são sufocados nas que são autoritárias e reconhecidos nas democráticas, devendo ser vistos e analisados como fenômenos internos aos constantes processos de mudança e conservação dos sistemas e estruturas sociais. DA GÊNESE DOS MOVIMENTOS NO MUNDO: Não se sabe precisar ao certo a origem dos movimentos sociais na humanidade, tomando-se por base seu caráter superior a uma simples revolta de modo a criar uma dialética, nos dizeres de François Houtart[5], “entre metas e organização cujo perigo potencial sempre presente é a possibilidade de que a lógica de reprodução imponha-se sobre as exigências dos objetivos procurados.” Observa-se a existência destes movimentos nos períodos mais remotos da humanidade, conforme será exposto. Em seu artigo Os movimentos sociais e a construção de um novo sujeito histórico o autorFrançois Houtart demonstra a existência de movimentos sociais nos tempos de Jesus Cristo. De modo a destacar o quão antiga é a capacidade humana de se organizar e impor exigências. Há um infinito número de exemplos desta dialética na história. Desta forma nasceu o cristianismo, como o diz o teólogo argentino Ruben Dri, como “o movimento de Jesus”, expressão religiosa de protesto social, perigosa para o império romano e reprimida por este último. Transformou-se por sua inserção na sociedade romana em uma instituição eclesiástica, seguindo o modelo da organização política, centralizada, vertical e freqüentemente aliada com os poderes de opressão. Partindo então do pressuposto da impossibilidade de se constatar neste trabalho todos os movimentos sociais já ocorridos no mundo. Trataremos apenas dos movimentos que consideramos mais influentes na sociedade contemporânea. PRINCIPAIS MOVIMENTOS SOCIAIS EM ESFERA GLOBAL - REVOLUÇÃO FRANCESA Movimento social que marca a mudança da Idade Moderna para a Idade Contemporânea, a Revolução Francesa é o exemplo claro da revolta de um povo que não tolerava mais ser explorado. O período em que ocorreu a revolução era bastante conturbado para o país. Regido por um regime absolutista, os franceses se viam obrigados a pagarem impostos extremamente caros, para sustentar os luxos da nobreza. Sob influência dos Iluministas o terceiro estado se levantou contra a opressão do absolutismo.[6] Na segunda metade do século XVIII, a França era um país essencialmente agrário, com recente processo industrial. Suas riquezas eram mal distribuídas de modo a destacar uma injustiça social acentuada. Basicamente o Estado Francês se dividia em 3 Estados Sociais conforme destacado no sitio <http://revolucao-francesa.info>. Quais sejam: Clero: constituído por 2% da população eles era isento de pagar os impostos. Ainda era dividido em o alto clero, que era os de origem nobre (bispos, abades e cônicos), e obaixo clero, de origem plebeia (sacerdotes pobres). Nobreza: somente 2,5% da população era nobre. Como o clero, eles não pagavam impostos e tinham acesso a cargos públicos. Nessa classe estava o rei, sua família e os nobres que frequentavam o palácio. A Nobreza cortesã eram aqueles que moravam no Palácio de Versalhes, a Nobreza provincial, eram nobres que viviam no interior e aNobreza de toga, eram burgueses que compravam títulos de nobreza, cargos políticos e administrativos. Terceiro Estado: 95% da população pertenciam a essa classe, que era responsável pela sustentação do reino francês. Entre eles estavam a burguesia, os camponeses, artesãos e o proletariado. A burguesia era composta pelos grandes comerciantes, banqueiros, advogados, médicos. Eles detinham o poder econômico, por meio do comércio e da indústria, porém não tinham direitos políticos, ascensão social nem liberdade econômica. Essa injustiça social causada por uma corte extremamente dispendiosa ficaria ainda mais intensa entre os anos de 1770 e 1780 considerando a crise nos campos, bem como a crise derivada da dívida pública. De modo a arrochar ainda mais os membros do Terceiro Estado, conforme destaca o sitio História do Mundo. Ao logo da segunda metade do século XVIII, a França se envolveu em inúmeras guerras, como a Guerra do Sete Anos (1756-1763), contra a Inglaterra, e o auxílio dado aos Estados Unidos na Guerra de Independência (1776). Ao mesmo tempo, a Corte absolutista francesa, que possuía um alto custo de vida, era financiada pelo estado, que, por sua vez, já gastava bastante seu orçamento com a burocracia que o mantinha em funcionamento. Soma-se a essa atmosfera duas crises que a França teria que enfrentar: 1) uma crise no campo, em razão das péssimas colheitas das décadas de 1770 e 1780, o que gerou uma inflação62%; e 2) uma crise financeira, derivada da dívida pública que se acumulava, sobretudo pela falta de modernização econômica – principalmente a falta de investimento no setor industrial. Sobre a questão o sublime historiador Cláudio Fernandes, tece as seguintes considerações: Mais afetados pela crise e atingidos pelo pensamento Iluminista os membros do Terceiro Estado passaram a exigir mais direitos, de modo que o Rei realizou uma convocação geral dos Estados para se tomar providências. Que se restou infrutífera, conforme abaixo explicitado: Os membros do terceiro estado (muitos deles influenciados pelo pensamento iluminista e pelos panfletos que propagavam as ideias de liberdade e igualdade, disseminados entre a população) passaram a ser os mais afetados pela crise. No fim da década de 1780, a burguesia, os trabalhadores urbanos e os camponeses começaram a exigir uma resposta do rei e da Corte à crise que os afetava, bem como passaram a reivindicar direitos mais amplos e maior representação dentro da estrutura política francesa. Em julho de 1788, houve a convocação dos Estados Gerais, isto é, uma reunião para deliberação sobre assuntos relacionados à situação política da França. Nessa convocação, o conflito entre os interesses do terceiro estado e os da nobreza e do Alto Clero, que apoiavam o rei, se acirraram. O rei então estabeleceu a Assembleia dos Estados Gerais em 5 de maio de 1789, com o objetivo de decidir pelo voto os rumos do país. Entretanto, os votos eram por representação de estado. Sendo assim, sempre o resultado seria dois votos contra um, ou seja: primeiro e segundo estados contra o terceiro. Fato que despertou a indignação de burgueses e trabalhadores. Indignados com tamanha injustiça os revoltosos membros do terceiro estado tomaram a Bastilha (prisão francesa símbolo do poderio do absolutismo) bem como degolaram o rei Luis XVI e tomaram o Poder do Estado Francês para si. É com propriedade que o venerável doutrinador Schilling Voltaire[8] descreve que, ‘ipsis litteris’: A revolução francesa tem como conseqüência a declaração universal dos direitos humanos, bem como representa o princípio da organização constitucional que temos hoje. Seus preceitos Liberdade, Igualdade e Fraternidade até hoje são preceitos fundamentais da Democracia. Assinala a Revolução de 1789 a inauguração de uma nova era, um período em que não se aceitaria mais a dominação da nobreza, nem um sistema de privilégios baseado nos critérios de casta, determinados pelo nascimento. Só se admite, desde então, um governo que, legitimado constitucionalmente, é submetido ao controle do povo por meio de eleições periódicas. O lema da revolução, "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité) universalizou-se, tornando-se no transcorrer do século seguinte uma bandeira da humanidade inteira. - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. Embora em princípio não tenha havido conflitos armados como na Revolução Francesa, a Revolução Industrial leva este nome por revolucionar o mundo no âmbito da tecnologia. Ressaltando, destarte o advento da indústria e da produção mecanizada. Conforme destaca o sítio História do mundo: A principal característica da Revolução Industrial foi a criação dosistema fabril mecanizado, isto é, as fábricas passaram da simples produção manufaturada para a complexa substituição do trabalho manual por máquinas. Essa substituição implicou na aceleração da produção de mercadorias, que passaram a ser produzidas em larga escala. Essa produção em larga escala, por sua vez, exigiu uma demanda cada vez mais alta por matéria-prima, mão de obra especializada para as fábricas e mercado consumidor. Tal exigência implicou, por sua vez, também na aceleração dos meios de transporte de pessoas e mercadorias. Era necessário o encurtamento do tempo que se percorria de uma região à outra para escoar os produtos. Novamente nas palavras do historiador e mestre Cláudio Ferreira[9] encontramos as seguintes considerações sobre este movimento que fora sem dúvidas um dos mais importantes da História da Humanidade: A Inglaterra que ao longo do século XVIII era um país essencialmente agrário, a partir dos anos 1760 iniciou a produção mecanizada, processo este que se intensificou com a Invenção da máquina a vapor por James Watt. A revolução industrial desencadeou o êxodo rural na Inglaterra e por consequência o crescimento e desenvolvimento de suas cidades, conforme se depreende do texto abaixo: “Nesse sentido, a Revolução Industrial estimulou o desenvolvimento das cidades — que tiveram que se adaptar ao grande contingente de pessoas que migrava do meio rural em busca de emprego nas fábricas —, bem como a criação de transportes, como a locomotiva a vapor (ou “trem de ferro”), que exigia uma malha ferroviária, isto é, linhas de trem feitas de ferro para estabelecer a ligação entre as regiões.” Desta a forma a revolução industrial gerou uma importante mudança na mentalidade mundial, com consequências significativas até os dias atuais. Trazendo avanços inestimáveis principalmente no campo da tecnologia. Conforme afirma o sítio História do Mundo: Como consequências da Revolução Industrial, podemos apontar o desenvolvimento tecnológico acelerado, que caracterizou uma sucessão de etapas evolutivas, como a Segunda Revolução Industrial (desenvolvida no século XIX, seu principal aspecto foi a criação dos motores de combustão interna movidos a combustíveis derivados do petróleo) e a Terceira Revolução Industrial (desenvolvida no século XX e ainda em expansão, seu aspecto principal são os ramos da microeletrônica, engenharia genética, nanotecnologia, entre outros). Além disso, a formação da sociedade de massas constituiu também uma das consequências da Revolução Industrial, haja vista que o crescimento das cidades e a grande quantidade de trabalhadores (que formaram a classe operária) que passaram a habitar os centros urbanos geraram as massas, isto é, o grande fluxo de pessoas em uma só região. Porém, não só no campo tecnológico foram feitos avanços significativos, o trabalho fabril em seu início se caracterizava pela exploração exacerbada do operário que chegava a trabalhar mais de 15 horas por dia. E, desta exploração surgiram movimentos sociais importantíssimos para que se evoluísse o direito a ponto de não mais se aceitar estes exageros. É de mister ressaltar que essa evolução foi lenta e gradual, e muito custou a classe trabalhadora inglesa. Conforme se destaca no texto abaixo de Rainer Gonçalves Sousa: “A baixa remuneração para o trabalho repetitivo das fábricas obrigava que famílias inteiras integrassem o ambiente fabril. Por um salário ainda menor, mulheres e crianças eram submetidas às mesmas tarefas dos homens adultos. Ao mesmo tempo, as condições de trabalho oferecidas nas fábricas eram precárias. Sem instalações apropriadas e nenhuma segurança, as fábricas ofereciam risco de danos à saúde e à integridade física dos operários. As mortes e doenças contraídas na fábrica reduziam consideravelmente a expectativa de vida de um operário.” Neste sentido, o mesmo sítio destaca os primeiros movimentos sociais em face da exploração exasperada sofrida pelos trabalhadores. Conforme se depreende do texto infra, nos primeiros movimentos, os trabalhadores descontavam suas revoltas nas máquinas. Senão vejamos: Tantas adversidades acabaram motivando as primeiras revoltas do operariado. Sem ter uma organização muito bem ideologicamente orientada, as primeiras revoltas se voltavam contra as próprias máquinas. Entre 1760 e 1780, as primeiras revoltas de operários foram registradas em alguns centrosurbanos da Inglaterra. Logo, uma lei de proteção e assistência aos trabalhadores urbanos empobrecidos, conhecida como Lei Speenhamland, foi decretada com o intuito de amenizar os conflitos operários desenvolvidos nos centros urbanos da Inglaterra. Posteriormente a estes primeiros movimentos, a classe trabalhadora aprendeu a se organizar em sindicatos e desta forma impor sua força conjunta de modo a conseguir melhorias e direitos não só trabalhistas como em diversos outros campos do direito. Conforme afirmam em seu artigo A organização política da classe operária do século XIX. PRINCIPAIS REVOLTAS DA HISTÓRIA DO BRASIL: Confederação dos Tamoios - 1562: Foi a primeira rebelião de que se teve registro em nosso país. Foi uma sublevação de tribos indígenas com o apoio de expedições francesas (aqui presentes no projeto Brasil França Antártica), contra os portugueses. Insurreição Pernambucana – 1645: Trata-se da revolta por parte da população nordestina contra a tentativa de domínio holandês no Brasil. Sendo conhecida pela imortal ‘Batalha de Guararapes’. Revolta de Filipe dos Santos – 1720: Foi um movimento social que ocorreu em Vila Rica (atual Ouro Preto/MG) em combate a exploração do ouro e cobrança extorsiva de impostos através das casas de fundição. Alguns historiados considerando esta sublevação como sendo o ‘embrião’ da conjuração mineira de 1789. Inconfidência Mineira – 1789: Foi uma tentativa de revolta na capitania de Minas Gerais contra a execução da derrama (cobrança por meio de confisco a fim de assegurar arrecadação de ouro estipulada pela metrópole). Tem como principal líder Joaquim José da Silva Xavier (O Tiradentes). Conjuração Baiana – 1798: Imbuídos pelo republicanismo e o ódio à desigualdade social e também defendendo a emancipação do Brasil, este movimento também foi debelado pelo governo. Confederação do Equador – 1824: Foi um movimento político contrário à centralização do poder imperial, onde o Pernambuco se declarou independente o que ampliou a revolta para outras províncias como o Rio Grande do Norte, a Paraíba e o Ceará. Cabanagem – 1833: Foi uma revolta social ocorrida na província do Grão-Pará (atuais Amazonas e Pará), entre rebeldes (cabanos, negros, índios) e reacionários que desejam manter a região como colônia lusa. Guerra dos Farrapos – 1835: Foi uma rebelião que ocorreu no Rio do Sul. O grupo liberal (chimangos) protestava contra a pesada taxação do couro e do charque. Revolução Praieira - 1848: Fruto da rivalidade entre os partidos Conservador e Liberal, este movimento tornou-se uma luta de classes, onde os praieiros lutaram exigindo o voto livre e democrático, maior liberdade de imprensa e trabalho digno para todos. Revolução Federalista – 1893: Foi um movimento contra o governo de Floriano Peixoto, ocorrido novamente no Rio Grande do Sul, de um lado estavam os maragatos (anti-florianistas) e do outro, os pica-paus (pró-florianistas). Remanescentes da Revolta da Armada que haviam desembarcado no Uruguai tempos antes, uniram-se aos maragatos ocorrendo diversas batalhas em terra e no mar. Guerra de Canudos – 1896: Foi um movimento hostil contra os habitantes do arraial de Canudos (no interior da Bahia), onde aproximadamente 20 (vinte) mil pessoas vivam sob o comando do beato Antônio Conselheiro. Apesar de resistir bravamente as primeiras investidas das tropas federais, o arraial acabou sendo completamente destruído, sendo estimado que 25 (vinte e cinco) mil pessoas morreram nestes confrontos. Revolta da Vacina – 1904: Foi um movimento de revolta popular que ocorreu no Rio de Janeiro/RJ contrário a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, sob o comando do médico Oswaldo Cruz. Movimento Tenentista – 1922: Foi um movimento de militares nas décadas inicias do século XX, onde os tenentes se revoltaram contra o comando político das oligarquias e passaram a exigir profundas reformas republicanas. Revolução Constitucionalista – 1932: Foi um movimento de rebeldia do estado de São Paulo contra a ditadura de Vargas, ficando conhecida como um marco nas lutas pela democracia no Brasil. Golpe de 1964 - 1964: Foi a derrubada de João Goulart do poder em 31/03/1964 através de movimento que teve o apoio não só das classes conservadores mas também de amplos setores das classes médias, sendo que as lideranças sindicais esquerdistas levaram poderosas forças sociais a organizarem diversos movimentos que contaram com expressiva participação feminina. Impeachment de Fernando Collor – 1992: Foi um movimento que se desenvolveu contra o então presidente do Brasil onde a população do país saiu às ruas em diversos protestos que pediam a impugnação de seu mandado. Protestos de 2013 – 2013: Foi um conjunto de manifestações que ocorrem em todo o país em meados de junho de 2013, principalmente nas capitais do país em contestação ao aumento nas tarifas de transporte público. A LEI BRASILEIRA ATUAL E SUA BASE NOS MOVIMENTOS SOCIAIS: Conforme destacamos, os movimentos sociais foram de extrema importância para a formação da sociedade atual. Considerando ser impossível, tratar de todos os movimentos sociais do mundo, selecionamos alguns que entendemos ter ligação relevante com a sociedade contemporânea de modo a estarem contidos no ordenamento jurídico pátrio atual. De modo como retratamos acima, a Revolução Francesa se configurou como base para a declaração dos Direitos Humanos. Este documento, datado do fim do século XVIII, foi contemplado pela Constituição da República brasileira[13] no ano de 1988 sendo protegido pela Carta Magna Brasileira até os dias atuais. Em seu art. 5º a Constituição da República Federativa do Brasil, defende os direitos humanos, garantindo igualdade perante a lei, inviolabilidade do direito à vida, bem como a liberdade e igualdade, sendo estes últimos lema da revolução francesa. No dia 13/09/2009, a página oficial do Supremo Tribunal Federal[14] na internet, apresentou a seguinte afirmação: “Esses ideais foram absorvidos pelos constituintes brasileiros, que inseriram, na atual Constituição Federal, um extenso rol de direitos e garantias individuais e coletivas, limitando a interferência do poder estatal na vida e dignidade do cidadão, como por exemplo, as disposições sobre a cobrança de tributos (arts. 145 a 162). Ressalta-se que a influência da revolução francesa não se deu somente na seara dos direitos e garantias fundamentais, como também em diversos campos abrangidos pela Carta Constitucional. Senão vejamos: “Desde os princípios fundamentais – que consagram a separação dos poderes (art. 1º ao 4º) – passando pelos direitos e garantias dos cidadãos no âmbito social, político e econômico (arts. 5º ao 17), até chegarmos à proteção do meio ambiente e de nossas crianças e adolescentes, que são o futuro do país (arts. 225 a 230), sente-se a presença da centelha revolucionária.” É importante aclarar que estes movimentos sociais tiveram importância em mais institutos jurídicos do que os explicitados neste trabalho. No entanto, o objetivo de nosso trabalho é mostrar os institutos de maior ligação e relevância com os movimentos, salientando apenas os principais efeitos destes movimentos em relação à norma jurídica brasileira. Neste sentido, destacaremos a influência da revolução industrial na justiça trabalhista, reafirmando que não foi só para justiça trabalhista que a revolução industrial trouxe melhorias jurídica, entretanto, pela sua relevância tão extensa nesta seara do direito, trataremosdesta maneira. É de mister ressaltar que o direito trabalhista teve sua primeira lei formulada no seio da revolução industrial, visto que as reivindicações eram constantes naquele período, em face das péssimas condições de trabalho. Adentrando na questão, extraímos do Portal Brasil[15] a seguinte passagem, ‘ipsis verbis’: “Neste contexto, começaram a surgir os primeiros protestos por mudança nas jornadas de trabalho. Apontada como a primeira lei trabalhista, o Moral and Health Act foi promulgado na Inglaterra por iniciativa do então primeiro-ministro, de Robert Peel, em 1802. Ele fixou medidas importantes, mas inadmissíveis hoje em dia: duração máxima da jornada de trabalho infantil em 12 horas, além de proibir o trabalho noturno.” Embora a lei daquele tempo ainda estivesse longe dos nossos conceitos atuais, observa-se aqui o início da preocupação do legislador com as relações de trabalho e com o excesso de exploração dos empregadores. Neste sentido, foi também no interior da revolução industrial que Karl Marx e Engels escreveram a primeira obra literária que trataria do tema. Com as insatisfações dos trabalhadores em ascensão, ganharam força os movimentos socialistas que pregavam igualdade. Conscientes das condições precárias de trabalho, em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o Manifesto Comunista, primeiro documento histórico a discutir os direitos do trabalhador.[16] É interessante considerar que a partir destas inovações, a mentalidade de se regular as relações trabalhistas foi dissipando ao longo do mundo. Havendo diversos relatos de normas de conteúdo trabalhista nas mais diversas localidades. Por todo o mundo, a luta pelos direitos sociais começava a dar resultados. Na América, não foi diferente: a Constituição do México, promulgada em 1917, foi a primeira da História a prever a limitação da jornada de trabalho para oito horas, a regulamentação do trabalho da mulher e do menor de idade, férias remuneradas e proteção do direito da maternidade. Logo depois, a partir de 1919, as Constituições dos países europeus consagravam esses mesmos direitos.[17] Desta forma, observa-se que a revolução industrial não influenciou tão somente um dispositivo ou outro de lei, mas sim todo um ramo jurídico autônomo que é muito influente em todo mundo. CONCLUSÃO E POSICIONAMENTO: É com muita sapiência que o professor Sergio Pinto Martins[18], no intróito da sua obra tece as seguintes considerações: “O Direito tem uma realidade histórico-cultural, não admitindo o estudo de quaisquer de seus ramos sem que se tenha noção de seu desenvolvimento dinâmico no transcurso do tempo. À luz da história, podemos compreender com mais acuidade os problemas atuais. A concepção histórica mostra como foi o desenvolvimento de certa disciplina, além das projeções que podem ser alinhadas com base no que se fez no passado, inclusive no que diz respeito a compreensão dos problemas atuais. Não se pode, portanto, prescindir de seu exame. É impossível ter o exato conhecimento de um instituto jurídico sem se proceder a seu exame histórico, pois se verifica suas origens, sua evolução, os aspectos políticos ou econômicos que o influenciaram.” O consumismo, o egoísmo e a alienação vem impedindo as pessoas de lutarem, todavia, ainda assim em nossos dias existem alguns movimentos muito atuantes em nosso país, como por exemplo o Movimento dos Sem Terra – MST, a Central Única dos Trabalhadores – CUT e a União Nacional dos Estudantes – UNE. São através de protestos e reivindicações que muitas conquistas são alcançadas. O povo insatisfeito e unido consegue vencer grandes mazelas por isso as manifestações sociais são um excelso caminho para melhorias reais em nosso país. A agitação do povo é em suma ‘a voz de Deus’. Conceito de Cidadania No decorrer da história da humanidade, surgiram diversos entendimentos de cidadania em diferentes momentos – Grécia e Roma da Idade Antiga e Europa da Idade Média. Contudo, o conceito de cidadania como conhecemos hoje insere-se no contexto do surgimento da Modernidade e da estruturação do Estado-Nação. Origem do termo O termo cidadania tem origem etimológica no latim civitas, que significa "cidade". Estabelece um estatuto de pertencimento de um indivíduo a uma comunidade politicamente articulada – um país – e que lhe atribui um conjunto de direitos e obrigações, sob vigência de uma Constituição. Ao contrário dos direitos humanos, que tendem à universalidade dos direitos do ser humano na sua dignidade, a cidadania moderna, embora influenciada por aquelas concepções mais antigas, possui um caráter próprio e possui duas categorias: formal e substantiva. Cidadania formal vs. Cidadania Substantiva A cidadania formal é, conforme o direito internacional, indicativo de nacionalidade, de pertencimento a um Estado-Nação, por exemplo, uma pessoa portadora da cidadania brasileira. Em segundo lugar, na ciência política e sociologia, o termo adquire sentido mais amplo. A cidadania substantiva é definida como a posse de direitos civis, políticos e sociais. Essa última forma de cidadania é a que nos interessa. A compreensão e ampliação da cidadania substantiva ocorrem a partir do estudo clássico de T.H. Marshall – Cidadania e classe social, de 1950 –, que descreve a extensão dos direitos civis, políticos e sociais para toda a população de uma nação. Esses direitos tomaram corpo com o fim da 2ª Guerra Mundial, após 1945, com o aumento substancial dos direitos sociais por meio da criação do Estado de Bem-Estar Social (Welfare State), que estabeleceu princípios mais coletivistas e igualitários. Os movimentos sociais e a efetiva participação da população em geral foram fundamentais para que houvesse uma ampliação significativa dos direitos políticos, sociais e civis, alçando um nível geral suficiente de bem-estar econômico, lazer, educação e político. A cidadania esteve e está em permanente construção. É um referencial de conquista da humanidade por meio daqueles que sempre buscam mais direitos, maior liberdade, melhores garantias individuais e coletiva e não se conformando frente às dominações, seja do próprio Estado, seja de outras instituições. Cidadania no Brasil No Brasil, ainda há muito que fazer em relação à questão da cidadania, apesar das extraordinárias conquistas dos direitos após o fim do regime militar (1964-1985). Mesmo assim, a cidadania está muito distante de muitos brasileiros, pois a conquista dos direitos políticos, sociais e civis não consegue ocultar o drama de milhões de pessoas em situação de miséria, altos índices de desemprego, taxa significativa de analfabetos e semianalfabetos – sem falar do drama nacional das vítimas da violência particular e oficial. Conforme sustenta o historiador José Murilo de Carvalho, no Brasil, a trajetória dos direitos seguiu lógica inversa daquela descrita por T.H. Marshall. Primeiro “vieram os direitos sociais, implantados em período de supressão dos direitos políticos e de redução dos direitos civis por um ditador que se tornou popular (Getúlio Vargas). Depois vieram os direitos políticos... a expansão do direito do voto deu-se em outro período ditatorial, em que os órgãos de repressão política foram transformados em peça decorativa do regime [militar]... A pirâmide dos direitos [no Brasil] foi colocada de cabeça para baixo”.1 Tipos de Direito e Cidadania Nos países ocidentais, a cidadania moderna constituiu-se por etapas. T. H. Marshall afirma que a cidadania só é plena se dotada de todos os três tipos de direito: 1. Civil: direitos inerentes à liberdade individual, liberdade de expressão e de pensamento; direito de propriedadee de conclusão de contratos; direito à justiça; que foi instituída no século 18; 2. Política: direito de participação no exercício do poder político, como eleito ou eleitor, no conjunto das instituições de autoridade pública, constituída no século 19; 3. Social: conjunto de direitos relativos ao bem-estar econômico e social, desde a segurança até ao direito de partilhar do nível de vida, segundo os padrões prevalecentes na sociedade, que são conquistas do século 20. Qual a importância da cidadania? Teoricamente, a aplicação do conceito de cidadania é imprescindível para que haja uma melhor organização social. Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obrigações, garantindo que estes sejam colocados em prática. Exercer a cidadania é estar em pleno gozo das disposições constitucionais. Preparar o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos da educação de um país. Direitos e deveres A cidadania é constituída pela junção de uma série de direitos e deveres, que variam de acordo com cada nação ou grupo social. No entanto, a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos, alguns tópicos passaram a ser considerados universais para quase todos os seres humanos. Entre alguns dos principais deveres e direitos dos cidadãos está: Deveres do cidadão Votar para escolher os governantes; Cumprir as leis; Educar e proteger seus semelhantes; Proteger a natureza; Proteger o patrimônio público e social do País. Direitos do cidadão Direito à saúde, educação, moradia, trabalho, previdência social, lazer, entre outros; O cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa, mas precisa assinar o que disse e escreveu; Todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento e na sua ação na sociedade; O cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofício ou profissão, mas a lei pode pedir estudo e diploma para isso; Só o autor de uma obra tem o direito de usá-la, publicá-la e tirar cópia, e esse direito passa para os seus herdeiros; Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam para seus herdeiros; Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma cidade para outra, ficar ou sair do país, obedecendo a lei feita para isso. Leia mais sobre o que é ser um Cidadão. Exemplos de cidadania Praticar a cidadania é usufruir dos direitos e deveres que, teoricamente, todos os cidadãos têm. Por exemplo, no Brasil é obrigatório o voto, mas em outros países esse ato é opcional. Porém, trata-se de um exemplo de cidadania exercer esse direito de escolher os representantes políticos através do processo de eleição. Outro exemplo de cidadania é o zelo que cada pessoa deve ter com os espaços de bem-comum, como praças, ruas e demais locais de acesso público. Dupla cidadania Cidadania também é interpretado como a condição de uma pessoa como membro de um Estado-Nação. Em outras palavras, seria a definição do local onde o cidadão exerce os seus direitos e deveres. Para ter cidadania brasileira, a pessoa deve ter nascido em território brasileiro ou solicitar a sua naturalização, em caso de estrangeiros. No entanto, os cidadãos de outros países que desejam adquirir a cidadania brasileira devem obedecer todas as etapas requeridas para este processo. Assim, a cidadania brasileira, por exemplo, está relacionada com o indivíduo que está ligado aos direitos e deveres que estão definidos na Constituição do Brasil. Porém, alguém que nasce no Brasil pode adquirir cidadanias de outros países (dupla cidadania), desde que siga um conjunto de condições impostas pelas respectivas nações. Etnodiversidade Palavra hoje de uso geral, foi cunhada no Partido Verde em 1994 por Tibor Rabóczkay, significando a presença de diversas etnias e "raças" num mesmo país, ou mesmo território. Sua inspiração é a analogia com "biodiversidade". A etnodiversidade brasileira resulta da presença de vários povos indígenas, descendentes de imigrantes de variadas origens (europeus, asiáticos), além da forte contribuição de povos africanos (yorubá, bantu, gê). Da etnodiversidade brasileira se origina a grande capacidade de adaptação do brasileiro. “ANTIGOS E NOVOS ARRANJOS FAMILIARES: UM ESTUDO DAS FAMILIAS ATENDIDAS PELO SERVIÇO SOCIAL” O modelo de família considerado “ideal”, ainda transmitido e predominante em nossa cultura é o da família nuclear, mas é notável que esta não é a única forma de organização familiar existentes nos dias de hoje. Os modelos de famílias encontrados atualmente são tantos, que tornou-se impossível classificar e principalmente julgar os bons e os maus” planos de família”- como poderíamos dizer de um “plano de carreira”. Alguns encontram o seu equilíbrio numa relação estável e fechada, uma célula voltada sobre si mesma que eles fortificam contra agressões e mudanças de qualquer tipo. Eles exigem muito dos seus parentes, mas em troca se prontificam a dar muito de si mesmos. Outros, ao contrário, nada querem sacrificar da sua aventura pessoal, preferem uma fórmula de família “ personalizada”, sem constrangimentos e sem obrigações, onde os indivíduos vêm basicamente recarregar as suas baterias antes de saírem mais uma vez pelo mundo afora. ( Collange apud JoséFilho, 1998, p.45). Em conseqüência das novas formas de agrupamentos familiares, nas ultimas décadas, muito se tem discutido sobre a crise da família e Danda Prado faz uma alusão a esta crise:... Fala-se muito em crise da família, mas esquecemos que toda evolução permanente de qualquer fenômeno social implica transformação constante. Isso leva a diminuir o significado do passado, e passamos então a tudo observar, analisar e julgar exclusivamente sob a visão e compreensão atual ou contemporânea. (1994,61)... a chamada ‘crise’ da família está sempre inscrita num contexto amplo de transformações sociais. (1994, p.62). Assim, as famílias no atual contexto, têm se configurado de formas diversas e houveram mudanças significantes na família nuclear, colocando em questão a hegemonia da mesma, sendo que esta se restringe a acompanhar o processo de mudança que surge em torno da família contemporânea. Gênero e identidade - Muito além da questão homem-mulher O conceito de gênero denota uma diferenciação. A lógica ocidental tradicional funciona como uma divisão binária, ou seja, que se divide em dois opostos: masculino x feminino, macho x fêmea ou homem x mulher. Sob esse ponto de vista, o ser humano nasce dotado de determinadas características biológicas que o enquadra como um indivíduo do sexo masculino ou feminino. O sexo é definido biologicamente tomando como base a genitália, cromossomos sexuais e hormônios com os quais se nasce. No entanto, o sexo não determina por si só, a identidade de gênero ou a orientação sexual de uma pessoa. A orientação sexual, por exemplo, diz respeito à atração que sentimos por outros indivíduos e, geralmente, envolve questões sentimentais, e não somente sexuais. Embora a definição do que é ser “homem” ou “mulher” tenha surgido a partir de uma divisão biológica, a experiência humana nos mostra que um indivíduo pode ter outras identidades que refletem diferentes representações de gênero (como os transexuais e transgêneros) e que não se encaixam nas categorias padrões. Em 2014, após reclamações de usuários que queriam mais opções em seus perfis, o Facebook passou a oferecer mais de 50 opções de termos para classificar gêneros. É possível ainda escolher por qual pronome você deseja ser chamado, “ele”, “ela” ou “neutro”. A novidade já existe em países como EUA, Reino Unido e Argentina e incluem classificações como andrógino, transgênero,entre outros. Em entrevista ao jornal inglês The Independent, Simon Milner, diretor do Facebook no Reino Unido, afirmou que, com essas inclusões, “o Facebook está permitindo que as pessoas sejam elas mesmas e fazendo que os usuários se sintam confortáveis em expressar quem são”. As identidades são características fundamentais da experiência humana, pois possibilita aos seres humanos a sua constituição como sujeitos no mundo social. O gênero refere-se à identidade com a qual uma pessoa se identifica ou se autodetermina; independe do sexo e está mais relacionado ao papel que o indivíduo tem na sociedade e como ele se reconhece. Assim, essa identidade seria um fenômeno social, e não biológico. Uma pessoa cisgênera é aquela que tem sua identidade ou vivência de gênero compatível com o gênero ao qual foi atribuído ao nascer. Já uma pessoa transgênera é aquela que se identifica com o gênero diferente do registrado no seu nascimento. As pessoas trans podem preferir serem tratadas no feminino ou no masculino ou, ainda, não se encaixar em nenhuma dessas definições (trans não binárias). Para muitos especialistas, esse encaixe em definições tradicionais começa logo na infância. Atentos a isso, uma pré-escola na Suécia, a Egalia, adotou um sistema chamado de “educação neutra de gênero”. Não se usam os termos “ele ou ela” ou “meninos” ou “meninas” para se referir aos alunos, chamados de “amiguinhos”. Brinquedos de cozinha, como panelinhas e outros, mais relacionados às meninas, estão lado a lado aos brinquedos de montar, mais ligados aos meninos. O objetivo é fazer com que as crianças cresçam livres de imposições e sem barreiras para fazerem suas escolhas. O método, claro, divide opiniões. Outro tipo de pensamento binário seria a relação sexo-gênero ou identidade- sexualidade. Ou seja, a partir de um gênero haveria um determinado padrão de sexualidade. Se a pessoa nasce com uma vagina, teria que se relacionar com um homem e vice-versa (ou seja, ser heterossexual). No entanto, existem diversos comportamentos sexuais (homossexual e bissexual) que mostram que o gênero não define a orientação sexual de uma pessoa. Existem muitas pessoas fora da classificação binária e, mais ainda, fora de classificações. Essas pessoas sofrem preconceito e são em muitos casos, “proibidas deexistir”. A falta de compreensão da diversidade de gênero traz uma série de problemas e a criação de sentimentos negativos ou atitudes como a exclusão, culpa, medo e vergonha. Além do sofrimento pessoal de “não se encaixar” na sociedade vigente devido ao preconceito, as pessoas transexuais ainda encontram dificuldades no mercado de trabalho e são vítimas frequentes de crimes de intolerância e violência. Como o gênero funciona nas relações sociais? A questão de gênero surgiu como importante reflexão para o feminismo. No fim dos anos 1940, a filósofa francesa Simone de Beauvoir afirmou que ninguém nasce mulher, mas torna-se mulher. Ao afirmar isso, ela contesta o pensamento determinista do final do século 19 que usava a biologia para explicar a inferiorização do sexo feminino e as desigualdades sociais entre os gêneros. Para a filósofa, o “ser mulher” é uma construção social e cultural. Para tornar-se homem ou mulher é preciso submeter-se a um processo que chamamos de socialização de gênero, baseado nas expectativas que a cultura de uma sociedade tem em relação a cada sexo. Assim, ao nascer, uma pessoa deve ter uma determinada conduta e seguir normas e comportamentos “aceitáveis” de acordo com seu gênero. Num passado recente, as mulheres não podiam estudar, votar ou trabalhar fora de casa. Deveriam exercer exclusivamente o papel da maternidade. Os homens também estão presos ao seu papel de masculinidade. Hoje ainda vivemos padrões de papeis femininos e masculinos diariamente. Se um bebê nasce menino, ganha presentes associados à cor azul. Se menina, rosa. Carrinhos para meninos, bonecas para meninas. Se o gênero constrói uma identidade do feminino e do masculino, ele pode prender homens e mulheres em papeis rígidos. Se voltarmos ao passado, poderemos observar que em outras culturas, como em tribos indígenas ou no antigo povo celta, as representações de masculino e feminino eram bem diferentes do que temos hoje. Em muitas sociedades, as mulheres eram guerreiras e participavam de esferas de decisão e poder (recentemente, foram encontrados vestígios de mulheres guerreiras vikings). Na África, há registros de que os franceses teriam lutado contra um exército de mulheres no Daomé (Benin), no século 18. Em 2014, a Marvel anunciou que Thor, um dos seus personagens mais famosos, virá em versão mulher na próxima HQ. O personagem salvará uma mulher e herdará seus poderes. Pelo Twitter, o diretor-executivo da Marvel Digital, Ryan Penagos, esclareceu que ela realmente substituirá o atual deus do trovão. "Ela não é a Mulher-Thor, Lady Thor, ou Thorita. Ela é o THOR", escreveu ele. No Brasil, o cartunista Laerte Coutinho surpreendeu ao aparecer vestido de mulher e assumir uma nova identidade de gênero – ou pós-gênero, como ele diz, já que ainda não consegue se enquadrar em outras opções. Em 2014, a cantora Conchita Wurst, personagem do austríaco Tom Neuwirth, superou obstáculos e venceu o Eurovision Song Contest, um show de talentos musicais na Europa. Sua aparência feminina misturada à barba masculina de Tom chocou o público, mas sua vitória refletiu, de certa forma, a aceitação da mistura de gêneros incorporada por Conchita. Mas, e se eu não me identifico com meu corpo? Assim como quase tudo que nos caracteriza, nosso gênero é construído pelas experiências que temos na vida, nosso desejo de quem queremos ser e em que cultura estamos. Por isso dizemos que o gênero (ser “mulher” ou ser ”homem”) é uma construção social e não uma genitália. Em 1990, a filósofa estadunidense Judith Butler publicou o livro “Problemas de Gênero” (Civilização Brasileira, 2010). A obra cunhou a noção de gênero como performatividade. Para ela, o gênero é uma produção social, ou seja, é um ato intencional construído ao longo dos anos. De fora para dentro e de dentro para fora. Segundo ela, gênero não deve ser visto como um atributo fixo de uma pessoa, mas como uma variável fluída, apresentando diferentes configurações.Butler acredita que é preciso tratar os papéis homem-mulher ou feminino-masculino não como categorias fixas, mas constantemente mutáveis, fora do padrão voltado para a reprodução. A filósofa busca desconstruir todo tipo de identidade de gênero que oprime as características pessoais de cada um. Ou seja, o ideal é que a pessoa escolhesse o gênero a que quer pertencer. Ainda que a destruição do conceito de gênero seja uma questão nova ou distante para a maioria da sociedade, pensar sobre gênero também é pensar sobre liberdade e cidadania. Não existem certezas, mas questões sobre um humano mais plural. No mundo atual onde pessoas se expressam de forma tão diversa e plural, o respeito à singularidade e a tolerância de cada individuo torna-se fator de extrema importância. Olhar para um mundo com mais respeito à diversidade dos gêneros é entender que o outro, independente de sua orientação é alguém que merece respeito e direitos políticos, sociais e econômicos. Ao discutir a questão de gênero é importante primeiro traçar a diferença entre o que vem a significar este conceito e contrapô-lo a idéia de sexo. Sexo está relacionado com os aspectos bio-fisiológicos que dizem questão as diferenças corporais da mulher e do homem. Outro aspecto importante, que pode nos ajudar a entender a diferença entre sexo e gênero, é que os animais também são machos ou fêmeas,mas não são homens nem mulheres, eles não têm gênero. Mas então o que significa gênero? Com o desenvolvimento da compreensão sobre as diferenças corporais sexuais a sociedade cria idéias e valores sobre o que significa ser homem ou mulher, feminino ou masculino, estas são as chamadas representações de gênero. Nesta perspectiva, a questão de gênero está ligada à forma como a sociedade cria os diferentes papéis sociais e comportamentos relacionados aos homens e às mulheres. As relações de gênero criam padrões fixos do que é próprio para o feminino e para o masculino e reproduzem estas regras como um comportamento natural do ser humano criando condutas e modos únicos de se viver sua natureza sexual. Isto significa dizer que a questão de gênero têm uma ligação direta com a forma como estão organizadas na sociedade os valores, desejos e comportamentos acerca da sexualidade. O debate sobre este tema tem se concentrado em diversos movimentos que levantam as variadas possibilidades de interpretação sobre como a sociedade conduz e impõe as relações de gênero, seja como um debate em torno da relação e distribuição de poder, ou como a questão da participação no mercado de trabalho e vida política, estes discursos são encontrados nos movimentos feminista e de masculinidades. Feminismo O movimento feminista é caracterizado por desenvolver uma luta sócio-política que busca promover a igualdade de direitos entre homens e mulheres na sociedade civil. Conheça o site da Universidade Livre Feminista feminismo Alguns dados sobre a realidade da condição social das mulheres ajudam a entender um pouco algumas das discussões: O Relatório de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas (2000) vem a confirmar a degradação das condições de vida das mulheres no cenário internacional. Os dados comprovam que 70% do total de pessoas que vivem em condições de miséria absoluta, são mulheres; do total de analfabetos, elas representam 2/3. A carga horária de trabalho diário é de, aproximadamente, 13% superior a do homem. Na zona rural sobe para 20%, embora represente mais de 50% da mão-de-obra no campo, recebe menos de 10% do crédito rural disponível. Em cada dez famílias brasileiras, três são chefiadas por mulheres, que vivem sozinhas com seus filhos (as), no entanto, seus salários são cerca de 25% menor do que os dos homens. Os dados na área da saúde também são alarmantes. O Brasil é um dos países latino-americanos de maior número de óbitos. Em cada 100.000 crianças nascidas, temos 200 óbitos maternos. Por ano, no Brasil, morrem cerca de 5.000 mulheres por complicações na gravidez, parto ou pós-parto. Segundo estatísticas levantadas pelo Comitê Latino-Americano e do Caribe para a defesa dos Direitos da Mulher, em escala mundial, um (01) em cada cinco (05) dias de falta ao trabalho é decorrente de violência sofrida por mulheres em suas casas. A cada cinco (05) anos, a mulher perde um (01) ano de vida saudável, caso sofra violência doméstica. Na América Latina tal ocorrência incide sobre 25% a 50% das mulheres. No Brasil, a cada 4 minutos uma mulher é vítima de violência doméstica. Geralmente, o agressor é o próprio marido ou companheiro. O MOVIMENTO CHEGA AO BRASIL No Brasil, o movimento LGBT começa a se desenvolver a partir da década de 70, em meio a ditadura civil-militar (1964-1985). As publicações alternativas LGBTs foram fundamentais para esse desenvolvimento. Entre elas, duas se destacam: os jornais Lampião da Esquina e ChanacomChana. O SIGNIFICADO DA SIGLA A sigla “GLS” (Gays, lésbicas e simpatizantes) caiu em desuso. Organizações internacionais como a ONU e a Anistia Internacional adotam a sigla “LGBT” (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais). Dentro do movimento propriamente dito, as siglas podem variar (algumas organizações usam LGBT, outras LGBTT, outras LGBTQ…). Atualmente, a versão mais completa da sigla é LGBTPQIA+. Conheça a representação de cada letra: L: Lésbicas G: Gays B: Bissexuais T: Travestis, Transexuais e transgêneros P: Pansexuais Q: Queer I: Intersex A: Assexuais +: Sinal utilizado para incluir pessoas que não se sintam representadas por nenhuma das outras sete letras. PRINCIPAIS PAUTAS É difícil afirmar quais são as principais pautas do movimento LGBT, já que cada país tem um contexto político e social e não há unanimidade nem mesmo dentro do movimento. Apesar disso, essas são algumas das pautas, no Brasil e no mundo: Criminalização da homo-lesbo-bi-transfobia; Fim da criminalização da homossexualidade (e consequentemente das punições previstas pelas leis que criminalizam a prática); Reconhecimento da identidade de gênero (que inclui a questão do nome social); Despatologização das identidades trans; Fim da “cura gay”; Casamento civil igualitário; Permissão de adoção para casais homo-afetivos; Laicidade do Estado e o fim da influência da religião na política; Leis e políticas públicas que garantam o fim da discriminação em lugares públicos, como escolas e empresas; Fim da estereotipação da comunidade LGBT na mídia (jornais e entretenimento), assim como real representatividade nela. Após conhecer a história que originou o Dia Internacional do Orgulho LGBT, veja as dicas de fontes e filmes para continuar se informando sobre o movimento e a busca por direitos no Brasil e no mundo: O movimento LGBT, que luta pelos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, começou no Brasil na década de 70 e 80 em resposta a epidemia da AIDS – dando espaço para a luta pela conquista dos direitos sociais. O movimento possui traços históricos desde a Ditadura Militar, onde os LGBT’s começaram a se reunir em bares e em espaços sociais com objetivo de discutir pautas vinculadas aos direitos do grupo na sociedade. Na década de 80, a pauta estava presente na literatura, na música e em jornais e revista. O jornal Lampião foi o primeiro jornal, no cenário brasileiro, a ceder a capa para a causa social. A obra de Caio Fernando Abreu, por exemplo, possuía relatos homossexuais – que eram frutos da sua história, e também toda a narrativa da AIDS, doença que o levou a óbito na década de 90. O movimento reivindica a criminalização da homo-lesbo-bi-transfobia, despatologização da identidade trans, permissão para a adoção para casais homossexuais, o fim da criação de estereótipos da comunidade na mídia e a criação de leis e políticas públicas que garantam o direito dos LGBT’s na sociedade brasileira. O Brasil é o país em que mais se mata os gays, em escala mundial – a estimativa é de um a cada vinte e cinco horas. Os números são um reflexo de uma sociedade, onde a carência de leis que apoiam essa sociedade é gritante. O fato expõe a necessidade da criação de diálogos entre as esferas públicas – que envolva a inclusão, a discussão dos direitos e a penalização dos crimes relacionados à homofobia no país. O cenário político demonstra que as conquistas sociais vieram de decisões do Poder Judiciário brasileiro. O Brasil ainda é um país de cunho religioso, onde o laicismo não se impõe nas decisões políticas. Devido a isso, muitas pautas democráticas são excluídas do cenário, sendo uma problemática na tomada de decisões políticas no país.
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