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Resenha Commanding Heights

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
 
 
 
IGOR PEREIRA DOS SANTOS 
 
 
 
 
RESENHA: THE COMMANDING HEIGHTS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
 
2016 
 
 
 
 
 
Passando por todo o século XX e início do século XXI, o documentário The 
Commanding Heights detalha os altos e baixos da política econômica do mundo, que 
convergiu para um processo de globalização enfrentando então seus primeiros desafios. 
Com o fim da I Guerra Mundial, passado um total caos em uma escala nunca antes 
conhecida, o socialismo e comunismo pareciam prometer um mundo melhor. A 
Revolução Russa foi um grande marco no avanço das ideias marxistas, e passou a 
condenar atos como a troca, o comércio e a propriedade privada. Com isso, Lenin, líder 
revolucionário, prometia acabar com a exploração econômica do homem pelo homem. 
No mundo ocidental, a Escola Austríaca passava a discutir como mercados 
funcionavam e governos, não, e a quebra da bolsa deixava os EUA em desespero, 
colapsado total e completamente. Para os críticos, o Governo fez as coisas piorarem na 
grande depressão de 29. 
O economista John Maynard Keynes se propôs então a salvar o capitalismo de si 
mesmo, e, em termos gerais, inventou a macroeconomia, que passou a ser 
importantíssima fonte de estudo das políticas econômicas. 
Em meio à Grande Depressão, Roosevelt assume a presidência norte-americana 
e promete uma verdadeira guerra contra a crise, freando as forças do mercado e 
regulando o capitalismo. 
Para Keynes, o governo deveria colocar dinheiro nas mãos das pessoas, e suas 
políticas foram efetivamente tratadas como governamentais a partir da II Guerra 
Mundial. Para ele, o que funcionava na guerra funcionaria também em tempos de paz. 
Passada o maior conflito bélico da história, foi definido o sistema de Bretton 
Woods, que criou, entre outros, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco 
Mundial. Paralelo a isso, surge o Estado de Bem-Estar Social, que visava a promoção 
e organização da ordem social, enquanto o socialismo científico parece estar em 
ascensão. 
É nesse cenário que a Alemanha vive um milagre pós-II Guerra, combinando livre 
mercado com forte Estado de Bem-Estar Social. Passada a Guerra, a estagflação pôs 
também fim à ingenuidade keynesiana, e movimentos como a Escola de Chicago, que 
tinha um governo mínimo com ênfase no livre mercado, surgem. 
Um dos grandes nomes da Escola Austríaca, Friedrich Hayek, que por anos viveu 
no ostracismo, teve seu ano de virada em 1974, vencendo o Prêmio Nobel de Economia. 
Propôs que o controle Estatal resultaria em totalitarismo, e que o caminho a ser seguido 
era o da liberdade e do liberalismo. 
Foi nesse cenário que surgiu a Reagan-mania, movimento propulsionado pelo 
presidente americano Reagan que se baseava em quatro pilares: dinheiro com lastro na 
produção; desregulação; impostos modestos e gasto governamental controlado. 
Em sintonia com Reagan, Margaret Thatcher se torna primeira-ministra do Reino 
Unido, desregulamentando o setor financeiro, flexibilizando o mercado de trabalho e 
privatizando empresas estatais. 
Na América Latina, o Chile, sob Pinochet junto aos Chicago Boys, experimentava 
uma política econômica liberal. De maneira geral, a década de 1980 caracterizou-se por 
ser no subcontinente uma década perdida. O caso mais sério foi o da Bolívia, que estava 
à beira de registrar a maior inflação da história. Um plano audacioso, com corte de 
gastos públicos, fim do controle de preços, corte na tarifa de importação e equilíbrio no 
orçamento governamental e com o Banco Central sem imprimir mais dinheiro deram 
uma nova cara ao país, que conseguiu com êxito implantar um choque econômico 
dentro de uma democracia, sem muita violência social. 
Ainda no pós-II Guerra, com a Guerra Fria, a URSS se tornou uma superpotência 
que ameaçou os EUA. O seu grande poderio militar parecia impor medo sobre todo o 
mundo, mas o tempo mostrou que mais de 50% dos seus rendimentos estava em 
investimento bélico, e que a nação se encontrava de fato à beira da falência do sistema. 
A influência da URSS foi aos poucos diminuindo. A Polônia teve eleições livres e o Muro 
de Berlim foi derrubado. Era o fim da Guerra Fria. 
A URSS busca então um novo caminho. Uma das alternativas era o modelo 
chinês, com política comunista e economia aberta. Nenhuma empresa russa, porém, 
estava preparada para ser privatizada, e esse foi um fértil terreno para a corrupção. 
Com o fim da URSS, a globalização começava. Em todo o mundo o governo se 
retirava dos Altos Comandos da economia. Junto à globalização, chegavam também as 
primeiras perguntas: será o terrorismo o lado negro da globalização? Até onde políticas 
como o NAFTA eram benéficas, e para quem? 
Avanços como a internet, o email e o fácil acesso às chamadas telefônicas – 
incluindo internacionais, fez com que o mundo ficasse mais conectado do que nunca. 
Os problemas, porém, não tinham se esgotado. Uma bolha na relativamente 
pequena Tailândia desencadeou uma crise por toda a Ásia, que ganhou escala global 
muito rapidamente. 
O mercado e todo o mundo estavam muito mais conectados. E, com o 11 de 
setembro de 2001, todo esse mundo estava em cheque. Era hora de começar 
novamente. 
É dessa forma que, com um audacioso plano de cobrir um conturbado século, The 
Commanding Heights reúne um emaranhado de informações sobre como o mundo se 
tornou muito mais complexo, com uma importância nunca antes dada a cada um dos 
agentes. Em um mundo totalmente interligado, todos importam e uma decisão isolada 
pode gerar uma crise em todo o globo. Encontrar formas de enfrentar esse desafio é a 
primeira tarefa desses novos Estadistas, que devem estar prontos para lidar com um 
mundo em constante transformação.

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