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Fundação Presidente Antônio Carlos 
 Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
Prof. Cleidilene Freire Souza 
 
 
 
 
TRIANGULAÇÃO DA RELAÇÃO PROCESSUAL 
 
 
 
CITAÇÃO – pressuposto de validade 
Artigos 238 a 259 do CPC 
Sumula 429 do STJ 
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de 
indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. 
 
RESPOSTAS DO RÉU 
 
 Estabelecimento dos Princípios da Ampla Defesa e Contraditório 
 
Art. 1º CPC - Art. 8o, CPC - Art. 10., CPC - Art. 5º, LIV, CF/88 -Art. 8º, CF/88 
 
 
 Momento para dar sua versão dos fatos e se defender 
 
 
 Formular pedidos contra o Autor 
 
 
Fundação Presidente Antônio Carlos 
 Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 
 
POSSIBILIDADES DE CONDUTA DO RÉU 
a- Contestar 
b- Reconvir 
c- Silenciar (revelia) 
d- Reconhecer o pedido 
e- Oferecer Defesa processual 
f- Oferecer defesa de mérito (negar os fatos ou alegar fato extintivo, modificativo e extintivo do direito) 
 
CONTESTAÇÃO OU DEFESA DO RÉU 
 
Regramento legal: 335 a 342 do CPC. 
Conteúdo: defesa do réu, com a qual se insurge contra as afirmações formuladas pelo autor na petição inicial. 
Limites da lide: pela contestação não há uma ampliação dos limites objetivos da lide, ou seja, a contestação não 
acrescenta itens a serem decididos pelo juiz. 
Limites de cognição do Juiz: O que a contestação amplia é a cognição do juiz, que deverá analisar não só 
os fundamentos apresentados pelo autor, como também os de defesa apresentados pelo réu. 
Princípios: eventualidade e o da impugnação especificada. 
O princípio da eventualidade ou da concentração, consiste na preclusão do direito de invocar em fases 
posteriores do processo matéria de defesa não manifestada na contestação. 
O princípio da impugnação especificada impõe ao réu o ônus de, articuladamente, impugnar todos os fatos 
alegados pelo autor, sob pena, de presumir-se verdadeiros. 
 
PRAZO PARA CONTESTAR 
Prazos: 208 a 235 do CPC 
Dias úteis: 219 do CPC 
Forma de contagem: 224 - os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento 
Prazo para contestar: 15 dias (335 do CPC) 
 
ADVOCACIA PÚBLICA : AGU, AGE, DP, NPJ, MP – PRAZO EM DOBRO 
 
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de 
direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá 
início a partir da intimação pessoal. 
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais. 
§ 3o O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito 
reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão de 
convênios firmados com a Defensoria Pública. 
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a 
partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1o. 
ADVOCACIA PRIVADA 
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão 
prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente 
de requerimento. 
§ 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um 
deles. 
§ 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos. 
Fundação Presidente Antônio Carlos 
 Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 
 
 
QUAL TERMO INICIAL SE CONTESTAR? 
 
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será 
a data: 
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte 
não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; 
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado 
pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; 
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. (DA JUNTADA 
AOS AUTOS DO AR, MANDADO, ETC.) 
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso 
II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da 
audiência. 
§ 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da 
ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que 
homologar a desistência. 
 
MATÉRIA DA CONTESTAÇÃO 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito 
com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. 
OBS: EXCEÇÕES DE SUSPEIÇÃO OU IMPEDIMENTO (autos apartados – art. 144/146, CPC) 
 CLASSIFICAÇÃO DAS DEFESAS (RESPOSTA DO RÉU) 
A.1 - As típicas estão previstas na lei como tal. 
Ex: contestação e reconvenção. 
 
A.2 - Já as atípicas não são previstas na lei como tal, mas podem ser utilizadas como defesa. Ex: reconhecimento 
jurídico do pedido (art. 487, III CPC). 
São muitas as classificações propostas pela doutrina, apresento aqui a classificação apresentada por Gajardoni e 
Zufelato (2017). 
 
B - DEFESAS EM PROCESSUAIS E DE MÉRITO 
B.1- Defesa Processual (contra a admissibilidade do processo) – são as chamadas preliminares de defesa. 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
OBS: comparecimento espontâneo supre a nulidade 
 Art. 239, § 1º do NCPC* 
 
II - incompetência absoluta e relativa; 
Artigos 42 e seguintes. 
OBS: a relativa, se não for alegada em contestação preclui. 
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será 
proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 
§ 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de 
preclusão. 
III - incorreção do valor da causa; 
Fundação Presidente Antônio Carlos 
 Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 
 
Artigos 291/292 CPC 
OBS: apesar de ser defesa processual, não tem o condão de extinguir o processo. 
O Juiz pode mandar retificar o valor e recolher custas 
292 (...) 
§ 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao 
conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá 
ao recolhimento das custas correspondentes. 
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena 
de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas. 
IV - inépcia da petição inicial; 
Artigo 330 CPC 
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; 
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
V - perempção; 
§ 3o Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandonoda causa, não poderá propor nova 
ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o 
seu direito. 
VI - litispendência; 
Vide § 1º e 3º 
VII - coisa julgada; 
Vide § 1º e 4º 
VIII - conexão; 
Vide § 2º 
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X - convenção de arbitragem; 
Vide § 5º e 6º 
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
 
B.2 - Defesa de Mérito (ou substancial) 
a) Direta – negativa dos fatos ou das suas consequências jurídicas. 
Nesse caso, o ônus da prova é do autor. 
b) Indireta – confirma os fatos ou consequências jurídicas, porém, a eles opõe outros extintivos, impeditivos ou 
modificativos. 
Nesse caso o ônus da prova é do réu. 
O art. 373 esclarece acerca desse ônus probatório: 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. 
 
EXEMPLO DE FATO IMPEDITIVO: São todas aquelas circunstâncias que impedem decorra de um fato o 
efeito que lhe é normal, ou próprio, e que constitui sua razão de ser. 
Fundação Presidente Antônio Carlos 
 Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 
 
Exemplo: Beyonce, alega em sua petição inicial que dirigia seu carro em direção a Unipac, quando Joelma adentrou 
a contramão lhe causando prejuízos materiais na ordem de 10 mil reais. Em sede defensiva, Joelma não nega o 
acidente ou que estava na contramão, no entanto, junta BO informando que o fato aconteceu em 1990. 
 
EXEMPLO DE FATO MODIFICATIVO: são os que, sem excluir ou impedir a relação jurídica, à qual são 
posteriores, têm a eficácia de modificá-la. 
Exemplo: Beyonce, alega em sua petição inicial que dirigia seu carro em direção a Unipac, quando Joelma adentrou 
a contramão lhe causando prejuízos materiais na ordem de 10 mil reais. Em sede defensiva, Joelma não nega o 
acidente ou que estava na contramão, no entanto, apresente recibo assinado por Beyonce, no qual aquela recebeu 
R$ 5 mil reais em mãos. 
 
EXEMPLO DE FATO EXTINTIVO: os que têm a eficácia de fazer cessar a relação jurídica. 
Exemplo: Beyonce, alega em sua petição inicial que dirigia seu carro em direção a Unipac, quando Joelma adentrou 
a contramão lhe causando prejuízos materiais na ordem de 10 mil reais. Em sede defensiva, Joelma não nega o 
acidente ou que estava na contramão, no entanto, apresenta cópia do recibo firmado em cartório que ele já me 
pagou os 10 mil reais, documento no qual eu dava por quitado todo o prejuízo. 
As defesas ainda podem ser classificas como: 
a) Própria ou peremptória – Objetiva a extinção sem mérito. 
Ex: falta de interesse processual, perempção, coisa julgada, etc. 
b) Imprópria ou dilatória – Objetiva o retardamento do processo. 
Ex: alegação de incompetência relativa, alegação de citação inválida, etc. 
 
EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE 
O art. 341 do CPC dispõe acerca desse princípio e elenca exceções à sua aplicação: 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição 
inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: 
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
Trata-se da questão dos direitos indisponíveis; 
Exemplos: direitos de família, direitos políticos, direitos difusos (ambiental, por exemplo), etc. Se, por exemplo, 
numa separação litigiosa, a autora diz que o réu lhe agredia, não lhe dava dinheiro e não era fiel, e o réu deixa de 
contestar o fato de que não era fiel, isto não lhe causará problemas. 
Não haverá, sobre este fato, presunção de veracidade, pois estamos diante de um direito indisponível (direito de 
família). 
Ele não sofrerá as consequências do Princípio do Ônus da Defesa Especificada. 
Tudo terá que ser provado pelo autor. 
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; 
Hipótese na qual se o autor alega, mas não apresenta o documento hábil, o réu não precisa impugnar. 
Ex.: a alegação de propriedade de bom imóvel requer a juntada da escritura pública; 
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
Ex.: É uma questão de lógica da contestação. Se o réu está sendo acusado de ter causado um acidente e danificado 
o carro do autor e, na sua contestação, afirma que estava, na época do acidente, em outro país, ainda que ele não 
tenha arguido especificamente que não causou o acidente, por uma questão de coerência, o juiz considera que o 
fato foi contestado. 
 
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado 
dativo e ao curador especial. 
Fundação Presidente Antônio Carlos 
 Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 
 
NOVAS ALEGAÇÕES APÓS CONTESTAÇÃO 
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: 
I - relativas a direito ou a fato superveniente; 
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; 
Ex.: decadência, prescrição (486, II) 
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição. 
 
RECONVENÇÃO E O NOVO CPC 
Conceito: A reconvenção é uma das formas típicas de resposta do réu, previstas no CPC. Por ela, o réu apresenta 
pedido(s) contra o autor. É como se fosse uma nova ação dentro do processo em andamento. 
Na reconvenção o autor do processo principal passa a ser réu, o réu passa a ser autor. É uma forma de o réu atacar 
o autor. 
Natureza jurídica da Reconvenção: A reconvenção possui natureza jurídica de ação, assim, a sua apresentação 
deve estrita observância ao art. 319 e 320 do CPC. 
Tal natureza jurídica fica ainda mais clara quando se demonstra que há total independência entre a ação principal 
e a reconvenção. 
É possível, por exemplo, que a ação principal seja extinta e a reconvenção prossiga normalmente. 
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a 
ação principal ou com o fundamento da defesa. 
§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não 
obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. 
Cabimento: A reconvenção é cabível apenas no processo de conhecimento. No processo de execução a sua 
utilização não é possível. 
Nos processos que tramitam perante os juizados especiais não há possibilidade de apresentação de reconvenção, 
por falta de sua previsão na Lei 9.099/95. Contudo, essa mesma lei possui disposição (art. 31 da lei 9.099/95) que 
possibilita ao réu formular pedido contraposto ao autor, o que, na prática, funciona como uma espécie de 
reconvenção. 
Prazo e Forma de Apresentação: é o mesmo da contestação, qual seja, 15 dias. 
Não apresentada no prazo e em conjunto com a contestação, estará preclusa a possibilidade de reconvenção no 
processo. 
Importante mencionar que é possível ao réu contestar sem reconvir, contestar e reconvir em conjunto ou mesmo, 
apenas reconvir. 
Gonçalves (2017: 600) esclarece: 
Se o réu não contestar, mas reconvir, não será revel, porque terá comparecido ao processo, e se manifestado. 
Portanto, deverá ser intimado de todos os atos processuais subsequentes. Mas serão presumidos os fatos narrados 
na petição inicial? Depende. Se, ao reconvir, ele apresentou fundamentos incompatíveis com os do pedido inicial, 
estes não se presumirão verdadeiros. Contudo, naquilo em que não houvertal incompatibilidade, haverá a 
presunção. 
Caso o réu conteste e apresente reconvenção, elas devem ser apresentadas em peça única. Assim, a reconvenção 
será um capítulo específico da mesma peça que apresenta a defesa do réu. 
 
DA REVELIA 
Quando o réu se mantiver inerte, e não apresentar qualquer resposta no processo estamos diante da revelia. 
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de 
fato formuladas pelo autor. 
A revelia, então, é a ausência de qualquer resposta por parte do réu. 
Fundação Presidente Antônio Carlos 
 Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 
 
Ressalta-se que, ainda que o réu tenha advogado devidamente habilitado nos autos, caso não seja elaborada a 
defesa, há revelia. 
Importa ressaltar que o réu não tem o dever de responder ao processo, mas tem um ônus de fazê-lo, pois em 
caso de inexistência de resposta, o mesmo será tratado como ausente no processo, tendo algumas consequências 
jurídicas particularizadas para esta situação. 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: 
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; 
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova 
constante dos autos. 
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório 
no órgão oficial. 
Ora, no caso de revelia, diferentemente do que previa a legislação anterior (art. 322 do CPC de 1973) em que os 
prazos processuais correriam independentemente de intimação, no NCPC os prazos processuais fluirão da data 
de publicação do ato decisório no órgão oficial. 
Contudo, de acordo com o parágrafo único do art. 346 do NCPC, mesmo que o réu seja revel, este fato não o 
impedirá de comparecer ao processo em qualquer fase, mas receberá o mesmo no estado que se encontrar. 
É que o revel, ao atuar no processo em trâmite, não poderá alegar matérias preclusas, sobre as quais não há mais 
a possibilidade de deduzi-las por ter passado o momento oportuno para falar nos autos. É o que se deduz do art. 
346, parágrafo único do NCPC: 
Art. 346. (...) 
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se 
encontrar. 
Há ainda um terceiro efeito que decorre das consequências da revelia, que é o julgamento antecipado da lide, de 
acordo com o art. 355, II do NCPC. 
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 
349. 
Na revelia, como os fatos articulados pelo autor são considerados verdadeiros diante da inércia do réu, e o juiz 
entender que não há controvérsia de fato a ser comprovada pelo autor, poderá haver o julgamento antecipado da 
lide, com a prolação de sentença de forma antecipada no tempo. 
Contudo, importante a ressalva: o julgamento antecipado da lide não implica em procedência do pedido do autor, 
pois ainda que o magistrado não tenha requerido mais nenhuma providência de ordem probatória, a sua convicção 
sobre o direito pleiteado pode não ser pelo ganho de causa ao autor. 
Além disso, para o julgamento antecipado da lide nos termos do art. 355, II do NCPC é necessário que o réu revel 
não tenha feito nenhum requerimento de prova. 
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório 
no órgão oficial. 
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se 
encontrar. 
 
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JUGAMENTO (ART. 358 A 368 DO CPC) 
1 – Audiência - Principais aspectos 
Fundação Presidente Antônio Carlos 
 Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 
 
2 – Características das Audiências Trabalhistas 
Previstas no artigos 358/368 do CPC 
a) São públicas. De forma excepcional pode ser realizada em segredo de justiça, casos de intimidade, interesse 
público, etc. 
b) São realizadas na sede do Juízo ou Tribunal, sempre em dias úteis previamente designadas. Sábado é dia 
útil para prática de atos externos e não-útil para efeitos de contagem de prazo. 
Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e 
mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam 
participar. 
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de 
outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem. 
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe: 
I - manter a ordem e o decoro na audiência; 
II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente; 
III - requisitar, quando necessário, força policial; 
IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública 
e qualquer pessoa que participe do processo; 
V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. 
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente: 
I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na 
forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito; 
II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais; 
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas. 
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão 
os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz. 
Art. 362. A audiência poderá ser adiada: 
I - por convenção das partes; 
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente 
participar; 
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado. 
Fundação Presidente Antônio Carlos 
 Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 
 
§ 1o O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à 
instrução. 
§ 2o O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não 
tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público. 
§ 3o Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas. 
Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, 
determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência da nova designação. 
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro 
do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos 
para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz. 
§ 1o Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo, 
dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso. 
§ 2o Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser 
substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério 
Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, asseguradavista dos autos. 
Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de 
perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes. 
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia, 
o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial. 
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no 
prazo de 30 (trinta) dias. 
Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na audiência, 
bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato. 
§ 1o Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-lhe-á as folhas, que serão 
encadernadas em volume próprio. 
§ 2o Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério Público e o escrivão ou chefe de 
secretaria, dispensadas as partes, exceto quando houver ato de disposição para cuja prática os advogados não 
tenham poderes. 
§ 3o O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos cópia autêntica do termo de audiência. 
§ 4o Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código, em legislação específica e nas normas 
internas dos tribunais. 
§ 5o A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, 
desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica. 
Fundação Presidente Antônio Carlos 
 Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni 
 
§ 6o A gravação a que se refere o § 5o também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes, 
independentemente de autorização judicial. 
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
Das fases do Procedimento Comum 
 
 
 
FASE POSTULATÓRIA 
Essa fase, como o próprio nome sugere, é o momento em que as partes apresentam a demanda ao Judiciário, cada 
um a seu modo. Primeiramente o autor, com sua petição inicial e depois o réu com sua resposta, que pode vir em 
forma de defesa (contestação) ou em forma de contra-ataque (reconvenção), ou ambos. 
Essa fase compreende, portanto, a petição inicial, a citação do réu, audiência de conciliação e mediação, 
resposta do réu (contestação e/ou reconvenção), resposta à reconvenção (se for o caso), impugnação 
(réplica, se for o caso). 
 
FASE SANEATÓRIA 
Também chamada de fase de saneamento ou fase ordinatória. Esse é o momento processual para o juiz organizar 
o processo, verificar possíveis irregularidades sanáveis e determinar a retificação, verificar se o processo já está 
maduro para julgamento ou será necessária a produção de mais provas, entre outros. 
Caso verifique irregularidades insanáveis o juiz poderá até mesmo extinguir o processo sem julgamento do mérito. 
O juiz poderá ainda julgar o mérito de maneira antecipada (julgamento conforme o estado do processo) caso 
entenda que o processo está pronto para ter a sentença prolatada. 
Na hipótese de o juiz ter se convencido de apenas um dos pedidos do autor, poderá realizar julgamento parcial de 
mérito (art. 356 do CPC). Desta forma, esse pedido específico será decidido de maneira definitiva, enquanto para 
os demais o processo continua, seguindo para a fase instrutória. 
Essa fase compreende as diligências de emenda ou complementação da inicial, as chamadas providências 
preliminares e saneamento do processo, propriamente dito. 
 
FASE INSTRUTÓRIA 
Destina-se à coleta do material probatório, que servirá de suporte à decisão do mérito. Reconstituem-se por meio 
dela, no bojo dos autos, os fatos relacionados à lide. É a de contornos menos definidos, as partes já começam sua 
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atividade probatória com a inicial e a contestação, momentos em que, de ordinário, devem produzir a prova 
documental. (Theodoro Júnior, 2016, p. 952) 
Essa é a fase específica para produção de provas, não o único momento para a produção de provas. 
Nesta fase é possível a realização de prova pericial, prova oral e até a complementação da prova documental. 
É na fase instrutória que acontece, se for necessária, a audiência de instrução e julgamento. 
 
FASE DECISÓRIA 
Na fase decisória o juiz prolatará a sentença. Via de regra, realiza-se ao final da audiência de instrução e 
julgamento, após o encerramento da coleta das provas orais e alegações finais das partes. 
Art. 366 do CPC: Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no 
prazo de 30 (trinta) dias. 
Como frisado anteriormente, a fase decisória poderá ser antecipada, nas hipóteses permitidas pelo CPC. 
 
DAS PROVAS NO DIREITO PROCESSUAL CIVIL BRASILEIRO 
1) Regramento legal: 369 a 484 do CPC 
2) Características gerais: 
 Decorre da aplicação prática dos princípios constitucionais da ampla defesa, contraditório, inafastabilidade 
da jurisdição e devido processo legal; 
 A decisão judicial tem que se basear em provas e com a sua ausência, qualquer decisão pode ter sua validade 
questionada, visto que estaria divergindo do sistema jurídico brasileiro contemporâneo; 
 O destinatário é o magistrado que julgará a causa; 
 Os meios são as espécies de provas para constatar o fato, podendo ser obtidas de acordo com a lei ou de 
forma ilícita; 
 A finalidade da prova é trazer autenticidade aos fatos que estão sob julgamento, devendo ser produzida 
dentro dos limites impostos pela legislação ordinária e constitucional. 
 Existem diversos tipos de provas admitidas no Direito Processual Civil Brasileiro, dentre elas: documental, 
testemunhal, pericial, etc. 
 Verdade possível x verossimilhança 
 
3) Teoria Geral das Provas 
 
A prova é o elemento essencial do processo, para quem alega ou se defende em uma lide, pois comprova a 
existência ou inexistência de um fato jurídico, sendo a prova, a convicção e/ou um instrumento de convencimento 
do juiz sobre determinada alegação ou fato jurídico. 
 
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, 
ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou 
a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. 
 
3.1) Conceitos doutrinários 
3.1.1) Conceito Objetivo 
Prova é o meio jurídico idôneo para demonstrar ou para convencer o juiz da existência ou da inexistência de um 
fato jurídico. A prova é o método, instrumento, demonstração e convencimento do juiz. 
 
 
3.1.2) Conceito Subjetivo 
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Prova é a convicção judicial a respeito da existência ou inexistência de um fato jurídico. A prova é o resultado, é a 
convicção que o juiz chegou no seu íntimo a respeito das provas objetivas. 
 
3.2) Objeto da Prova 
 
É o fato jurídico pertinente (diz respeito ao processo), relevante (que influencia o resultado do processo) e o 
contraditório (impugnado). Alegado por uma parte e impugnado por outra. Em princípio, se prova fato. Há uma 
crítica frente a essa afirmação, pois é dito que o objeto da prova é a alegação e não o fato em si. 
 
3.3) O ônus da prova 
Existem duas teorias sobre o ônus da prova: 
 
Teoria Estática 
O ônus da prova é de quem alega o fato em juízo. 
 
Teoria da Carga Dinâmica 
O ônus da prova deve ser atribuído pelo juiz a quem tem maior facilidade de produzi-la. 
 
3.4) Regras de distribuição do ônus da prova 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. 
 
OBS 01: a prova pode ser invertida convenção das partes (373 CPC), por lei (CDC), ou judicialmente. 
Existem três espécies de inversão do ônus da prova: 
(a) convencional: A inversão convencional decorre de um acordo de vontades entre as partes, que poderá ocorrer 
antes ou durante o processo, nos termos do § 4º do art. 373 do Novo CPC. Essa forma de inversão tem duas 
limitações previstas pelo § 3º do artigo suprarreferido, que prevê a nulidade dessa espécie de inversão quando: 
(i) recair sobre direito indisponível da parte; 
(ii) tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
(b) legal: prevista em lei (CDC) 
(c) judicial: Ex. agiotagem MP 2.172-32/2001, imputando-se ao credor a responsabilidade pela comprovação da 
regularidade jurídica da cobrança. 
OBS 02: PROVA DIABÓLICA: é aquela modalidade de prova impossível ou excessivamente difícil de ser 
produzida como, por exemplo, a prova de um fato negativo. 373, § 3º, II do CPC. 
Ex.: Fato indeterminado negativo. 
OBS 03: momento da alteração do ônus no caso de convenção é o momento da convenção das partes, no caso 
da legal é desde o início da demanda e a judicial ocorre a partir do momento que o juiz altera. 
OBS 04: fatos que não precisam ser provados. 
Art. 374. Não dependem de prova os fatos: 
I - notórios; 
Fatos notórios: seu conceito não é unânime: uns dizem que são os fatos de conhecimento geral (datas históricas), 
outros restringem à região e época em que o litígio se instaurou, afirmando que são aqueles de conhecimento do 
homem de cultura mediana, e um terceiro diz que são fatos sobre os quais nenhum dos sujeitos processuais possui 
dúvida. Se o juiz conhece o fato, mas a parte não, e ela cabe a prova e vice-versa. A prova só é dispensada quando 
todos acham que o fato é conhecido. 
 
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Fatos irrelevantes ou inconcludentes: não precisam de prova os fatos que não tem relevância para o processo, 
ou seja, quando eles não constituem, extinguem, impedem ou modificam o direito invocado pelo autor. Alguns 
fatos indiretamente relevantes, pertinentes, também podem ser usados como prova. 
 
Fatos intuitivos: não são demonstrados no processo, mas têm-se como existentes pelos indícios. Ex: se a parte 
demonstra que o veículo estava em excesso de velocidade sobre o asfalto molhado, não é preciso provar que o 
condutor não conseguiu contornar a curva. 
 
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; 
III - admitidos no processo como incontroversos; 
Fatos incontroversos (art. 374): são aqueles que as partes não discutem aquele que o réu não impugna. Se todos 
os fatos são incontroversos, o CPC admite o julgamento antecipado (art. 330, I), independente da fase instrutória. 
 
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. 
 
OBS 05: Prova de Direito 
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o 
teor e a vigência, se assim o juiz determinar. 
3.5) Sistemas de Avaliação ou Valoração 
 
É o valor dado à prova. Historicamente tivemos 3 sistemas de avaliação ou valoração da prova. 
 
Sistema da Prova Legal/Métodos 
Significa que há uma hierarquia entre os meios de prova, ou seja, a prova é tarifada, há uma hierarquia entre os 
meios de prova. 
– A Confissão é a Rainha das provas; 
- A prova testemunhal é a prostituta das provas; 
– Houve um tempo em que o voto de um nobre equivalia ao voto de 10 servos. A palavra do nobre prevaleceria 
de maneira que o juiz não poderia nem propor outra opinião. 
 
Sistema do Livre Convencimento 
Não há hierarquia entre os meios de prova e o juiz não está obrigado a fundamentar sua sentença. O juiz é livre 
para apreciar o conjunto probatório e não precisa dar nenhuma fundamentação ou justificativa para suas decisões: 
A liberdade do juiz é total. 
 
Sistema da Persuasão Racional 
Não há hierarquia entre os meios de prova, mas o juiz é obrigado a fundamentar sua sentença. É o modelo adotado 
no Brasil. 
 
O modelo 3 está previsto no art. 371 do novo CPC. Esse 3º sistema também é chamado de livre convencimento 
motivado. 
 
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver 
promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. 
 
Motivação: É uma explicação genérica da sentença. 
Fundamentação: O juiz tem que analisar cada liame e especificidade da sentença. 
 
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* Apesar do código adotar o sistema da persuasão racional, ainda há resquícios do sistema da prova legal que estão 
nos arts. 406 e 444. 
 
3.6) Possibilidade de produção de prova ex oficio pelo Juiz 
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao 
julgamento do mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente 
protelatórias. 
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver 
promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. 
OBS 01: Prova emprestada 
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor 
que considerar adequado, observado o contraditório. 
- Prova obtida de outro processo, através de cópias. Se a prova é testemunhal, são trazidas cópias da petição de 
requerimento da prova testemunhal, da petição de arrolamento da testemunha, da decisão do deferimento da 
prova, do termo de audiência, etc. 
 
- Para a validade da prova é preciso: que tenha sido validamente produzida; que a parte contra a qual ela vai ser 
usada tenha podido participar, em regime contraditório, do processo de origem; e que seja submetida ao 
contraditório, no processo para o qual é trazida. Parece que a utilização de depoimentos em inquérito policial não 
é admitida, pois ele é peça informativa, inquisitorial e sem garantia do contraditório. 
 
- Deverá receber do juiz o valor compatível com a situação concreta. 
 
3.7) Prova ilícita 
Para tradicional corrente doutrinária, prova ilegal é toda prova produzida com ofensa à norma legal, podendo ser 
dividida em: 
(a) prova ilegítima, quando violar norma de direito processual, verificável no momento da produção da prova no 
processo; 
(b) prova ilícita, quando violar norma de direito substancial, verificável no momento da colheita da prova. 
Nesse entendimento, a distinção se justifica em decorrência das consequências advindas dessas duas espécies de 
prova ilegal: 
(i) provas ilegítimas se referem à admissibilidade dos meios de prova; 
(ii) provas ilícitas são capazes de gerar a ampla responsabilidade pela lesão do direito material violado. 
PROIBIÇÃO DAS PROVAS ILÍCITAS 
O art. 5.º, LVI, da CF prevê que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. 
Advém dessa corrente a teoria dos frutos podres da árvore envenenada (fruits of the poisonous tree), não se 
admitindo provas sem nenhuma ilicitude que tenham sido produzidas como desdobramento de uma prova obtida 
de forma ilícita. 
Os adeptos dessa tese defendem, por exemplo, que eventual testemunho de sujeito que tenha sido mencionado 
em fita gravada clandestinamente deverá ser desconsiderado, ainda que a prova seja lícita em seu meio e na forma 
de sua obtenção, já que derivada da prova obtida ilicitamente. 
Entre as duas correntes surge uma intermediária, em meu sentir a mais adequada dentre as três no trato da 
matéria. 
Negando ser o princípio constitucionalda prova ilícita absoluto – como no mais nenhum princípio jamais será –, 
essa corrente doutrinária defende que, dependendo das circunstâncias, em aplicação do princípio da 
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proporcionalidade, é possível a utilização da prova ilícita, o que não impedirá a geração de efeitos civis, 
penais e administrativos em razão da ilicitude do ato. Trata-se de corrente majoritária na doutrina brasileira. 
Para a majoritária corrente doutrinária que permite o afastamento do óbice da vedação constitucional pela 
aplicação do princípio da proporcionalidade, algumas condições são exigidas para a utilização da prova ilícita na 
formação do convencimento do juiz: 
(a) gravidade do caso; 
(b) espécie da relação jurídica controvertida; 
(c) dificuldade de demonstrar a veracidade de forma lícita; 
(d) prevalência do direito protegido com a utilização da prova ilícita comparado com o direito violado; 
(e) imprescindibilidade da prova na formação do convencimento judicial. 
 
DEPOIMENTO PESSOAL 
Regramento legal: art. 385 a 388 do CPC 
Conceito: É o meio de prova em que o juiz ouve diretamente as partes e terceiros intervenientes que assumem 
condição de parte (ex: litisdenunciado). É muito importante, pois o juiz pode inquirir as partes sobre todos os 
pormenores. As demais pessoas (testemunha, perito, assistente), respondem às perguntas, mas não prestam 
depoimento pessoal. 
 
Objetivo: O objetivo é extrair da parte a confissão. Não posso exigir que o juiz colha o depoimento do meu 
cliente, mas posso exigir que ele ouça o depoimento da parte contrária. Isso porque o objetivo do depoimento é 
confessar. 
 
Espécies de depoimento pessoal: 
 
Interrogatório (art.342): o juiz age de ofício, e pode fazê-lo a qualquer momento, com objetivo de se esclarecer. 
 
Depoimento pessoal propriamente dito (art.343): é preciso que a parte contrária faça o requerimento dessa 
prova. Só ocorre na audiência de instrução e julgamento, e pode provocar a confissão. Ainda que o juiz tenha 
realizado o interrogatório anteriormente à audiência, pode-se requerer o depoimento. 
 
Confissão ficta ou presumida: não comparecimento da parte ou recusa ao depoimento. Ocorre só no 
depoimento pessoal propriamente dito, não no interrogatório. Como se trata de prova requerida pela parte 
contrária, é um ônus processual. Se descumprida, não há necessidade de outra prova, pois se presumem 
confessados tais fatos. 
 
Só há confissão ficta se, além do requerimento da parte contrária, o depoente tiver sido intimado. 
 
Cabe ao juiz analisar as outras provas existentes para verificar se deve ou não considerar ter havido confissão ficta 
(princípio do livre convencimento motivado) 
 
A confissão ficta não atinge o litisconsorte (nem mesmo a confissão real pode prejudicá-lo) 
 
Ordem na oitiva: Tanto no interrogatório como no depoimento pessoal propriamente dito, são produzidos da 
mesma forma como se colhe a prova testemunhal: 1º o juiz ouve o autor e depois o réu, separadamente, não 
podendo presenciar o depoimento da parte contrária aquele que ainda não depôs. 
 
- Depoimento pessoal propriamente dito: após o juiz concluir as perguntas à parte, o procurador da parte 
adversa pode formular perguntas, porém, o procurador da parte não pode formular perguntas, pois o objetivo do 
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depoimento é a confissão, e não interessa à parte depoente a confissão. Entretanto, tem-se admitido a sua 
intervenção, solicitando a palavra pela ordem, quando algum esclarecimento relevante tiver que ser feito. 
 
- No interrogatório não são admitidas reperguntadas, porque o objetivo não é a confissão, e sim o esclarecimento 
dos fatos. Os advogados não podem intervir. 
 
- É possível o depoimento pessoal por carta precatória, rogatória ou de ordem. 
 
- A parte não é obrigada a responder sobre fatos que possam lhe trazer consequências mais sérias do que a 
sucumbência. (art. 388 do CPC) 
 
Observações: 
 Tem por escopo verificar a veracidade do narrado no processo; 
 O Juiz deve observar a linguagem corporal; 
 Quem pode ouvir Autor e Réu são os advogados das partes contrárias, o MP e o Juiz de ofício; 
 Se a parte a quem se pediu o depoimento faltar de maneira injustificada ou se recusar a depor será aplicado 
pena de confesso; 
 Só a parte pode depor, pois é indelegável. Porém, há exceções: 
 
1) Procurador com poderes expressos com conhecimento direto dos fatos, pode depor em nome da parte; 
 
2) Preposto (quando a parte for pessoa jurídica), inclusive com poderes para confessar. 
 
 É vedado a quem não depôs assistir o depoimento da outra parte; 
 Se a parte morar em outra comarca pode ser ouvido por CP ou vídeo conferência; 
 Não pode quem depor consultar documentos ou outras pessoas presentes, mas podem ser exibidos 
documentos para a parte falar sobre eles; 
 Não precisa depor sobre os fatos descritos no artigo 388 do CPC; 
Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos: 
I - criminosos ou torpes que lhe forem imputados; 
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo; 
III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu companheiro ou 
de parente em grau sucessível; 
IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III. 
Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado e de família. 
 
CONFISSÃO 
Regramento legal: arts. 389 a 395 do CPC 
 Confissão (judicial ou extrajudicial) 
 Os fatos confessados judicialmente não dependem de provas 
 A confissão faz prova contra o confitente e não quanto aos litisconsortes 
 Não se fala em confissão de direitos indisponíveis 
 A confissão pode ser revogada se decorreu de erro de fato ou coação 
 
Conceito: quando a parte admite a verdade dos fatos, contrário a seu interesse e favorável a seu adversário. É 
meio de prova, pois revela a verdade de um fato que tenha sido alegado por uma das partes. 
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Também há o princípio do livre convencimento motivado, e nada impede que o juiz afaste a confissão, por que 
pode ocorrer com o intuito de acobertar terceiro, ou de colusão, permitindo que processos fraudulentos fossem 
iniciados com objetivo de impedir o juiz de julgar amplamente os elementos da causa, (Ex: se a parte confessa 
dívida inexistente somente para, judicialmente, transferir seus bens a outrem, em prejuízo a seus verdadeiros 
credores). 
 
- Requisito para a confissão: o confidente deve ser capaz. Só se pode confessar acerca de fatos referentes a 
direitos disponíveis. O incapaz não pode confessar, mesmo que seja praticado pelo representante legal. 
 
Classificação da confissão: 
 
Judicial: quando obtida dentro do processo. Pode ser espontânea ou provocada: 
 
Espontânea: pode ser oral ou escrita, na primeira, tem que ser tomada por termo, e assinada pelo confidente e pelo 
juiz. 
 
Provocada: quando oriunda de outro meio de prova, qual seja o depoimento pessoal (propriamente dito ou 
interrogatório). Não significa que o conteúdo da confissão terá sido provocado, e sim a sua ocorrência. 
 
Extrajudicial: ocorre fora do processo, por escrito diretamente à parte adversa ou seu representante. Tem o mesmo 
valor probante que a judicial. Porém, se feita a terceiros deve ser recebida com reservas, pois o juiz a analisará 
junto com as demais provas. 
 
Características: 
 
Indivisibilidade: a confissão pode ter uma parte favorável e outra desfavorável, e deve ser reconhecida como um 
todo, não pode ser usado apenas a parcela que favorece a parte. Divisibilidade: emboraa regra diga que toda prova 
é indivisível, há uma exceção (art.354): será divisível quando o confidente lhe aduzir fatos novos, suscetíveis de 
constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção. Ou seja, a parte não pode, pela sua 
confissão, pretender fazer prova em seu favor. Para esse caso, seguem as regras do ônus da prova. 
 
Irretratabilidade: é irretratável, embora não haja regra no CPC a respeito disso. 
 
Revogabilidade: a confissão obtida com vício de vontade pode ser revogada, seja no curso do processo, seja com 
ação anulatória, seja com ação rescisória. Cabe ao confitente a iniciativa de propor a demanda de revogar a decisão, 
portanto, cabe a ele o ônus de demonstrar o vício de vontade. 
 
Confissão por mandatário: só é aceita a confissão espontânea, já que ele não pode prestar depoimento pessoal, 
em regra. Exigem-se poderes específicos. 
 
Confissão real e ficta: a ficta é quando se presume a confissão, quando a parte na o comparece ou se recusa e 
responder as perguntas. Admite-se contraprova. 
 
Limitação: existem algumas situações em que a confissão é rejeitada: a) prova legal (art. 366), ou seja, quando o 
instrumento público for essência do ato, a confissão não tem valor probante; b) ela não prejudica o litisconsorte: 
se uma litisconsorte confessa um fato que é prejudicial ao demais, esta confissão, sozinha, não pode ser admitida, 
pois não pode alcançar aqueles que não a confessaram; c) confissão de fatos relativos a direitos indisponíveis, com 
exceção de alguns casos, como nas ações de alimentos (seria ilógico supor que, numa ação de paternidade, não se 
pudesse aceitar a confissão do réu);d) o juiz pode rejeitar a confissão de fatos inverossímeis. 
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PROVA TESTEMUNHAL 442 a 463 do CPC 
A prova testemunhal consiste na declaração, em juízo, de uma pessoa diversa das partes do processo, que tenha 
presenciado (por meio da visão ou audição) no passado, algum fato relevante sobre a questão a ser decida no 
processo em que depõe. 
INDEFERIMENTO DA OITIVA DA TESTEMUNHA 
Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos: 
I - já provados por documento ou confissão da parte; 
II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados. 
Não pode depor: 
QUEM NÃO PODE DEPOR: pessoas impedidas, incapazes ou suspeitas 
POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA TESTEMUNHA: 451 DO CPC 
LOCAL DE OITIVA DAS TESTEMUNHAS: 453 do CPC 
FORMA DA INTIMAÇÃO DA TESTEMUNHA – 455 
O QUE OCORRE ANTES DO DEPOIMENTO: 457 
DO COMPROMISSO, INQUIRIÇÃO E PERGUNTAS: 458/463

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