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Apostila de História

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- 1 - 
 
 
 
APOSTILA DE HISTÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Flávio Costa 
8200 3126 / 8494 2152 / flaviocosta@globomail.com 
Curriculum Lattes 
Profissional de Carreira da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Goiânia e da 
Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esporte (SEDUCE). 
Graduado na Licenciatura em História pela Universidade Estácio de Sá. 
Doutor em História Política e Bens Culturais pela Fundação Getulio Vargas. 
Instrutor dos seguintes cursos na área de Segurança Pública: Elaboração de 
Materiais para Educação a Distância; Capacitação em Educação Para o Trânsito; 
Tráfico de Seres Humanos; Integração das Normas Internacionais de Direitos 
Humanos; Segurança Pública Sem Homofobia; Atuação Policial Frente aos Grupos 
Vulneráveis e Policiamento Comunitário. 
- 2 - 
12. RELAÇÃO DOS ASSUNTOS DO EXAME INTELECTUAL 
( ... ) 
C. HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO BRASIL 
A) A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPÉIA DOS SÉCULOS XV E XVI. 3 
B) O SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS NA AMÉRICA: ESTRUTURA POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA, ESTRUTURA SÓCIO-ECONÔMICA, INVASÕES ESTRANGEIRAS, 
EXPANSÃO TERRITORIAL, INTERIORIZAÇÃO E FORMAÇÃO DAS FRONTEIRAS, AS 
REFORMAS POMBALINAS, REBELIÕES COLONIAIS. MOVIMENTOS E TENTATIVAS 
EMANCIPACIONISTAS. 
8 
C) O PERÍODO JOANINO E A INDEPENDÊNCIA: A PRESENÇA BRITÂNICA NO 
BRASIL, A TRANSFERÊNCIA DA CORTE, OS TRATADOS, AS PRINCIPAIS MEDIDAS 
DE D. JOÃO VI NO BRASIL, POLÍTICA JOANINA, OS PARTIDOS POLÍTICOS, 
REVOLTAS, CONSPIRAÇÕES E REVOLUÇÕES, EMANCIPAÇÃO E CONFLITOS 
SOCIAIS. O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL. 
39 
D) BRASIL IMPERIAL: PRIMEIRO REINADO E PERÍODO REGENCIAL: ASPECTOS 
ADMINISTRATIVOS, MILITARES, CULTURAIS, ECONÔMICOS, SOCIAIS E 
TERRITORIAIS. SEGUNDO REINADO: ASPECTOS ADMINISTRATIVOS, MILITARES, 
ECONÔMICOS, SOCIAIS E TERRITORIAIS. CRISE DA MONARQUIA E 
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA. 
54 
E) BRASIL REPÚBLICA: ASPECTOS ADMINISTRATIVOS, CULTURAIS, 
ECONÔMICOS, SOCIAIS E TERRITORIAIS, REVOLTAS, CRISES E CONFLITOS E A 
PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NA II GUERRA MUNDIAL. 
58 
 
( ... ) 
- 3 - 
A) A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPÉIA DOS SÉCULOS XV E XVI. 
A expansão ultramarina Européia deu início ao processo da Revolução 
Comercial, que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII. Através das Grandes 
Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. 
Somente então é possível falar-se em uma história em escala mundial. A Revolução 
Comercial, graças a acumulação primitiva de Capital que propiciou, preparou o 
começo da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII. Apenas 
os Estados efetivamente centralizados tinham condições de levar adiante tal 
empreendimento, dada a necessidade de um grande investimento e principalmente 
de uma figura que atuasse como coordenador – no caso, o Rei. Além de formar um 
acúmulo prévio de capitais, pela cobrança direta de impostos, o rei disciplinava os 
investimentos da burguesia, canalizando-os para esse grande empreendimento de 
caráter estatal, ou seja, do Estado, que se tornou um instrumento de riqueza e poder 
para as monarquias absolutas. 
 
FATORES QUE PROVOCARAM A EXPANSÃO 
- Centralização Política: Estado Centralizado reuniu riquezas para financiar 
a navegação; 
- O Renascimento: Permitiu o surgimento de novas idéias e uma evolução 
técnica; 
- Objetivo da Elite da Europa Ocidental em romper o monopólio Árabe-
Italiano sobre as mercadorias orientais; 
- A busca de terras e novas minas (ouro e prata) com o objetivo de 
superar a crise do século XIV; 
- Expandir a fé; 
 
OBJETIVOS DA EXPANSÃO 
- Metais; 
- Mercados; 
- Especiarias (Noz Moscada, Cravo...) 
- Terras; 
- Fiéis; 
 
- 4 - 
PIONEIRISMO PORTUGUÊS 
- Precoce centralização Política; 
- Domínio das Técnicas de Navegação (Escola de Sagres) 
- Participação da Rota de Comércio que ligava o mediterrâneo ao norte 
da Europa; 
- Capital (financiamento de Flandres); 
- Posição Geográfica Favorável; 
 
ESCOLA DE SAGRES 
Centro de Estudos Náuticos, fundado pelo infante Dom Henrique, o qual 
manteve até a sua morte, em 1460, o monopólio régio do ultramar. O "Príncipe 
perfeito" Dom João II (1481-1495) continuou o aperfeiçoamento dos estudos 
náuticos com o auxílio da sua provável Junta de Cartógrafos, que teria elaborado em 
detalhe o plano de pesquisa do caminho marítimo para as índias. 
Tão logo completou a sua centralização monárquica, em 1492, a Espanha inicia 
as Grandes Navegações Marítimas. Os Reis Católicos (Fernando e Isabel) cederam ao 
navegador Cristóvão Colombo três caravelas. Com elas, Colombo pretendia chegar às 
Índias, navegando na direção do oeste. 
Ao aportar nas Antilhas, ele chega em Cuba, El Salvador e Santo Domingo 
acreditando ter chegado ao arquipélago do Japão. Com a entrada da Espanha no 
ciclo das grandes navegações, criou-se uma polêmica entre esta nação e Portugal, 
pela posse das terras recém-descobertas da América. Essa questão passa pelo Papa, 
que escreve a Bula "Inter Colétera" (as terras da América seriam dividas por uma linha 
a 100 léguas das Ilhas de Cabo Verde, em que Portugal ficaria com as terras orientais 
e a Espanha ficaria com as terras ocidentais). Portugal fica insatisfeito, recorre ao 
Papa. 
As viagens ibéricas prosseguiram até que a descoberta de ouro na América, 
pelos espanhóis, aguçou a cobiça de outras nações européias que procuravam 
completar seu processo de centralização monárquica. Passam a contestar o Tratado 
de Tordesilhas, ao mesmo tempo em que tentavam abrir novas rotas para a Ásia, 
através do Hemisfério Norte, e se utilizavam da prática da Pirataria. Afirmavam ainda 
que a posse da terra descoberta só se concretizava quando a nação reivindicasse a 
ocupasse efetivamente, o princípio do "Uti Possidetis" (usucapião). França foi uma 
das mais utilizarias desse pretexto. 
 
- 5 - 
EXPANSÃO NO SÉCULO XVI 
Após a crise do século XVI, a economia européia sofreu transformações 
essenciais, na medida em que as riquezas exteriores, adquiridas na expansão 
marítima, não só ampliou o grande comércio, como também elevou o nível científico. 
Foram intensificados os estudos para desenvolver a bússola, novos modelos de 
embarcações (caravelas, nau), o astrolábio, portulanos (livrinho que continha a 
observação detalhada de uma região, feita por um piloto que estivera lá antes) e 
cartas de navegação. Esses novos conhecimentos, aliados a nova visão do mundo e 
do homem, preconizada pelo Renascimento, ampliaram os horizontes europeus, 
facilitando o pleno desenvolvimento da expansão ultramarina. Essa expansão foi a 
responsável pelo surgimento de um mercado mundial, baseado no capital gerado 
pelas atividades comerciais, que afetou todo o sistema produtivo e favoreceu a 
consolidação do Estado Nacional. No século XVI, as nações pioneiras (Portugal e 
Espanha) prosseguiram suas viagens conquistando territórios na América, África e 
Ásia. Inglaterra e França procuravam romper tal domínio na tentativa de conseguir 
mercados e áreas de exploração. 
Embarcações: A caravela possuía um casco estreito e fundo, com isto ela 
possuía uma grande estabilidade, por baixo do convés havia um espaço que servia 
para transportar os mantimentos, o castelo que era os aposentos do capitão e do 
escrivão se localizava na popa do navio, porém a grande novidade deste navio foi a 
utilização das velas triangulares em mar aberto, as quais permitiam que a caravela 
avançasse em zig-zag mesmo com ventos contrários, as caravelas não possuíam os 
mesmos tamanhos, as pequenas levavam entre vinte e cinco a trinta homens e as 
maiores chegavam a levar mais de cem homens a bordo, geralmente a tripulação era 
formada por marinheiros muitos jovens, os capitães podiam ser rapazes de vinte anos 
de idade eles eram o chefe máximo, que tinham a competênciade organizar a vida a 
bordo e tomar as decisões sobre as viagens, o escrivão tinha a competência de 
registrar por escrito o rol da carga. 
O piloto encarregava-se da orientação do navio, geralmente viajava na popa 
do navio com os seguintes instrumentos, uma bússola, um astrolábio e um 
quadrante, ele orientava aos homens do leme que manejavam o navio de acordo 
com as instruções do piloto e do capitão e em dia de mar revolto era necessário dois 
homens ao leme do navio, o homem da ampulheta era o marinheiro que vigiava o 
relógio de areia para saberem as horas, os marinheiros a bordo das caravelas tinham 
que fazer todos os tipos de serviços, desde içar, manobrar e recolher as velas, 
esfregar o convés, carregar e descarregar a carga e outras fainas a bordo, os 
grumetes eram constituídos em sua maioria por rapazes de dez anos de idade que 
iam a bordo para aprender e fazer as rotinas das viagens. A construção das caravelas 
era executada a beira do Tejo na Ribeira das Naus junto ao Palácio Real, onde 
trabalhavam os mestres de carpinteiros os quais não se serviam de planos, nem de 
desenhos técnicos. 
 
- 6 - 
MERCANTILISMO 
Conjunto de medidas econômicas adotadas pelos Estados Nacionais 
modernos no período de Transição (Feudalismo p/ Capitalismo), tendo os Reis e o 
Estado, o poder de intervir ma economia. Esse sistema buscava atender os setores 
feudais visando conseguir riquezas para a sua manutenção. O mercantilismo não é 
um modo de produção, mas sim um conjunto de práticas de produção. Não existe 
uma sociedade Mercantilista. Tais medidas variavam de Estado para Estado, logo, não 
existiu apenas um mercantilismo. Não se pode generalizá-lo. 
 
PRINCÍPIOS DO MERCANTILISMO: 
- Metalismo ou Bullionismo; 
- Balança Comercial Favorável (Vender mais e comprar menos, visando 
garantir o acúmulo de ouro e prata); 
- Protecionismo Alfandegário (grandes tarifas aos produtos estrangeiros); 
- Construção Naval (frota Mercante e Marinha de Guerra); 
- Manufaturas; 
- Monopólio (Rei vende monopólio para as Companhias de Comércio nas 
cidades); 
- Sistema Colonial (Pacto Colonial, Latifúndio, Escravismo); 
- Intervenção do Estado na Economia; 
 
POLÍTICA DOS ESTADOS 
- Espanha – Bullionismo (metais) 
- Holanda – Comercialismo 
- França – Colbertismo (Manufaturas de luxo) 
- Inglaterra – Comercialismo 
 
COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO: As colônias de exploração atendiam as 
necessidades do sistema mercantilista garantindo, através de uma economia 
complementar e do pacto colonial, lucros para a metrópole. Nesse tipo de 
colonização, não havia o respeito devido pelo povo ou pela terra. 
- 7 - 
 
Aula recomendada 
https://www.youtube.com/watch?v=5BsPm4gfXwM 
 
 
 
- 8 - 
B) O SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS NA AMÉRICA: 
O SISTEMA COLONIAL 
O chamado Sistema Colonial Tradicional desenvolveu-se , na América, entre os 
séculos XVI e XVIII. Sua formação está intimamente ligada às Grandes Navegações e 
seu funcionamento obedece aos princípios do Mercantilismo. 
Como vimos, o Estado Moderno, através das práticas mercantilistas, buscava o 
acúmulo de capitais e as colônias irão contribuir de forma decisiva para este 
processo. Assim, através da exploração colonial os Estados Metropolitanos se 
enriquecem- como também sua burguesia. O Sistema Colonial Tradicional conheceu 
dois tipos de colônias: a Colônia de Povoamento e a Colônia de Exploração. 
Colônia de Povoamento: característica das zonas temperadas da América do 
Norte e marcada por uma organização econômico-social que buscava manter 
semelhanças com suas origens européias: predomínio da pequena propriedade, 
desenvolvimento do mercado interno, certo desenvolvimento urbano, valorização 
dos princípios de liberdade ( religiosa, econômica, de imprensa ), utilização do 
trabalho livre, desenvolvimento industrial e desenvolvimento do comércio externo. 
Colônia de Exploração: típica das zonas tropicais da América, onde predomina 
a agricultura tropical escravista e monocultora. Não houve desenvolvimento de 
núcleos urbanos nem do mercado interno, ficando esta área dependente da 
Metrópole. A principal característica desta área foi a Plantation- latifúndio, 
monocultor escravocrata. 
A colonização inglesa na América do Norte apresentou as duas formas 
colonias. As treze colônias inglesas pode assim ser divididas: as colônias do norte e 
do centro serão colônias de povoamento; as colônias do sul serão colônias de 
exploração. 
As colônias do norte tiveram suas origens nas lutas socias que ocorreram na 
Inglaterra, quais sejam, as perseguições aos puritanos pela Dinastia Stuart ( 
1603/1642 ). Com a Revolução Puritana (1640/1660) o contingente que chega à 
colônia é basicamente formado por nobres aristocráticos. Desde cedo, os colonos do 
norte demonstram sua vocação comercial, dinamizando o mercado externo através 
do chamado "comércio triangular". 
A título de exemplificação, segue uma forma do comércio triangular: 
Da Nova Inglaterra com a África - comércio do rum, que seria trocado por 
escravos; 
Da África para as Antilhas - comércio de escravos, que seriam vendidos para o 
trabalho nas fazendas de açúcar; Das Antilhas para a Nova Inglaterra - melaço - 
subproduto da cana para a fabricação do rum. 
- 9 - 
Já as colônias do sul desenvolveram-se obedecendo os critérios do 
mercantilismo (monopólio). Houve predomínio do latifúndio monocultor (algodão) e 
utilização da mão-de-obra escrava. 
As colônias de exploração irão apresentar aspectos comuns, quanto a sua 
organização econômica. 
ASPECTOS DA ECONOMIA COLONIAL 
Uma economia colonial, área de exploração vai apresentar os seguintes 
elementos: 
Economia complementar e especializada- a principal função de uma colônia 
era complementar a economia metropolitana, produzindo artigos que pudessem ser 
vendidos a altos preços no mercado europeu; daí sua especialização em certos 
gêneros tropicais, como tabaco, algodão e cana-de-açúcar. 
Integrada ao capitalismo - a economia colonial atendia os interesses do 
capitalismo europeu. A utilização da mão-de-obra escrava não representa um 
paradoxo, ao contrário, foi mais um elemento utilizado para o processo de 
acumulação de capitais. O tráfico negreiro era altamente lucrativo. 
Pacto colonial - o elemento definidor das relações entre Metrópole e colônia, 
foi o monopólio. Este será implantado através do pacto colonial, onde a colônia é 
obrigada a enviar para a Metrópole matérias-primas (gêneros tropicais e metais 
preciosos) e comprar da Metrópole artigos manufaturados e escravos. 
Através das relações coloniais, foi possível o desenvolvimento pleno do 
capitalismo na Europa. O objetivo máximo do mercantilismo – o acúmulo de capitais 
- só foi possível em virtude da existência de uma área extraterritorial auxiliando a 
Europa em manter uma balança comercial favorável. 
- 10 - 
B) O SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS NA AMÉRICA: ESTRUTURA POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA, ESTRUTURA SÓCIO-ECONÔMICA, INVASÕES ESTRANGEIRAS, 
EXPANSÃO TERRITORIAL, INTERIORIZAÇÃO E FORMAÇÃO DAS FRONTEIRAS, AS 
REFORMAS POMBALINAS, REBELIÕES COLONIAIS. MOVIMENTOS E TENTATIVAS 
EMANCIPACIONISTAS. 
É chamado de Brasil Colônia o período da chegada dos portugueses, em 1500 
até a independência do país, em 1822. 
Podemos estudar este período da história brasileira em 4 tópicos: Período Pré 
colonial, Organização Administrativa, União Ibérica e Ciclo do açúcar e ouro. 
Organização administrativa 
 
ESTRUTURA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA, ESTRUTURA SÓCIO-ECONÔMICA 
A organização administrativa adotada por Portugal inicialmente baseava-se 
nas chamadas capitanias hereditárias, que eram faixas territoriais doadas a um nobre 
português que teria a responsabilidade de colonizar sua capitania. A coroa 
portuguesa criou o Foral, documento que continhaa relação de direitos e deveres do 
senhor das terras e a Carta de doação, que determinava a posse da terra e a extensão 
dos poderes do donatário. 
Este método de organização não se mostrou eficaz, uma vez que gerava uma 
decentralização administrativa. Apesar disso, Portugal não abandonou o sistema e 
apenas adotou, em 1548, o Governo Geral, visando centralizar a administração nas 
mãos de uma única figura, que seria responsável por apoiar e coordenar as 
capitanias. Para auxiliar o governador geral, criou os cargos de Provedor-mor 
(finanças), Ouvidor-mor (justiça) e Capitão-mor (militar). 
A medida que surgiam as vilas, foram criadas também as Câmaras Municipais, 
que eram o único órgão incumbido de representar a população colonial. Os 
funcionários destas câmaras (tesoureiros, vereadores e escrivãos) eram subordinados 
a um juiz ordinário e escolhidos pelos chamados “homens bons”, que eram os 
proprietários de terras, a elite local. 
A distância entre a metrópole portuguesa e a colônia brasileira era muito 
grande, o que dificultava o controle. Como se poderia ter certeza de que os 
interesses metropolitanos estariam sendo devidamente resguardados? A primeira 
tentativa foi feita logo após a viagem de Martim Afonso de Sousa. Em 1534, o rei de 
Portugal criou o sistema de capitanias hereditárias. 
Cada uma das regiões era concedida a pessoas de confiança. Tais regiões eram 
hereditárias, isto é, passavam de pai para filho. 
- 11 - 
A pessoa que recebia a capitania era chamada de donatário. Havia um 
contrato estabelecido entre o donatário e a coroa portuguesa, que era feito por 
intermédio de dois documentos: a carta de doação e o foral. 
A carta de doação estabelecia os limites da capitania. O foral determinava 
quais eram os direitos e os deveres do donatário. Resumidamente, tais direitos e 
deveres eram: 
• os donatários teriam o direito de administrar a capitania e as pessoas 
que lá viessem a residir. Tinham o direito de fundar vilas, nomear 
funcionários, cobrar impostos e distribuir as sesmarias (lotes concedidos 
para o cultivo). Tinham, ainda, direito à vigésima parte das rendas da 
pesca e do pau-brasil e a dez por cento dos dízimos; 
• a coroa reservava para si o quinto (20%) de todos os metais preciosos 
que viessem a ser encontrados. Mantinha o monopólio do pau-brasil e 
das especiarias que existissem na colônia. A Igreja receberia o dízimo 
(décima parte) dos rendimentos de todos os produtos. 
Esse sistema de capitanias não era novidade, pois havia sido empregado pelos 
portugueses nas ilhas do Atlântico, com bons resultados. É um sistema 
descentralizador, o que significa que as capitanias eram autônomas, não tendo 
relações umas com as outras. Também não havia um governo central a que elas 
estivessem subordinadas. 
Entretanto, no Brasil os resultados não foram tão interessantes quanto nas 
experiências anteriores. O tamanho das capitanias, a falta de comunicação, a 
insuficiência de recursos, as ameaças representadas pelos franceses, tudo isso 
contribuiu para inviabilizar o sistema de capitanias. 
A situação, ao final de uma década, era tão desanimadora que muitos 
donatários desistiram da tarefa. Outros sequer vieram ao Brasil. Assim, o governo 
português entendeu ser necessário modificar os planos iniciais. Compreendeu-se que 
deveria haver um representante do rei aqui na colônia, para que ele pudesse dar um 
pronto atendimento às necessidades dos donatários. 
Foi por isso que, em 1548, criou-se o governo-geral. As razões de sua criação 
estão expressas no Regimento dado ao primeiro governador-geral, Tomé de Sousa. 
É importante observar que a criação do governo-geral implicava uma 
mudança importante na forma como a metrópole administrava a colônia: a 
descentralização, característica do sistema de capitanias, foi substituída por uma 
centralização administrativa. 
No entanto, não se deve pensar que com a criação do governo-geral as 
capitanias tenham desaparecido. Elas continuaram a existir normalmente e os 
donatários mantinham seus poderes, só que agora tinham um representante do rei 
- 12 - 
para auxiliá-los e, ao mesmo tempo, passaram a ser mais vigiados pelas autoridades 
metropolitanas. 
Com o passar do tempo, e à medida que a colonização avançava, outras 
capitanias foram criadas. Só que as novas não eram hereditárias. Eram chamadas de 
capitanias reais, porque eram administradas por uma pessoa de confiança do rei, que 
ocupava esse cargo por quatro anos, sendo substituída depois. Para auxiliar o 
governador-geral o governo português criou, inicialmente, alguns cargos e funções: o 
ouvidor mor, o capitão-mor e o provedor mor. 
O ouvidor-mor era o encarregado dos assuntos judiciários; o provedor-mor da 
fazenda cuidaria dos negócios financeiros, enquanto o capitão-mor da costa ficava 
encarregado da defesa do litoral. 
As vilas e cidades naquela época eram governadas pelas câmaras municipais, 
ou câmaras de vereança, que possuíam funções muito amplas: administravam o 
patrimônio público, autorizavam a construção de obras públicas, cuidavam do 
policiamento, da nomeação de funcionários e do estabelecimento de impostos. 
Essa autonomia era considerada perigosa pelo governo português, que tentou, 
em várias ocasiões, restringir suas atribuições, causando uma série de atritos. 
As câmaras eram compostas por vereadores e juízes, escolhidos entre os 
“homens bons” do local (proprietá- rios de terras, pertenciam à elite da sociedade) e 
fiscalizados por “juízes-de-fora” (que vinham de Portugal). 
 
ESTRUTURA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA, ESTRUTURA SÓCIO-ECONÔMICA 
O Período colonial divide-se em dois períodos, o Período Pré-Colonial e o 
Período Colonial 
Período Pré-Colonial (1500 – 1530) 
Marcado pela concentração no Litoral 
Exploração do pau – Brasil pelos índios através do escambo e o 
armazenamento em feitorias 
Expedições Guarda – Costas, para proteger o litoral das invasões e 
contrabando estrangeiro (o que não surtiu muito efeito) 
Expedição de Martim Afonso de Souza (aproximadamente 1530) com intuito 
de povoamento e reconhecimento geográfico 
Povoamento com finalidade de se estabelecer uma unidade e defesa do 
território já que se tinha a não aceitação do Tratado de Tordesilhas pela França, 
Holanda e Inglaterra. 
- 13 - 
Estrutura Social: Eurocêntrica (Os Europeus acima do povo então achado, os 
índios), curiosidade e perplexidade dos índios a figura dos europeus, e por parte dos 
europeus (Portugueses) espírito desbravador e aventureiro – sem uma definição 
exata da estrutura social da Terra de “Vera Cruz” (Brasil), ate porque não se tinha 
estabelecido uma sociedade. 
Estrutura Política: No Período Pré – Colonial ainda não possuía uma estrutura 
política própria do território, mais sim encaminhamentos da Metrópole (Portugal) 
para com o Brasil. 
Estrutura Econômica: Baseava-se, na exploração do pau – Brasil, produto que 
fazia a moda na Europa pelo seu poder de tingimento (colorir roupas), lucro todo 
voltado à metrópole, sistemas de feitorias que inicialmente serviram de depósito para 
o pau – Brasil e posteriormente como fortes para auxiliar na defesa do Brasil; e o 
trabalho dos índios na retirada da madeira pau – Brasil e tendo sua “remuneração” 
através do escambo (pratica de troca de utensílios ou manufaturas de baixa 
qualidade dos portugueses aos índios) 
Estrutura Cultural: Podemos reconhecer como a predominante a cultura 
indígena das diferentes tribos, até porque, os índios se encontravam em maior 
quantidade do que os Portugueses (Esse dado é mais específico através de pesquisa, 
pois para concurso público ou vestibular, acultura do período Pré – Colonial é pouco 
relevante) 
Período Colonial (1530 – 1822) 
Marcado em 1530 pela introdução do plantio de cana de açúcar e o início da 
substituição da mão-de-obra escrava indígena para africana (iníciodo conhecido e 
sombrio tráfico negreiro) devido ao índio não se sujeitar a escravidão, conhecer o 
território brasileiro (o que facilitava sua fuga), não se submeter aos portugueses e ao 
processo de cristianização dos índios por meio dos Jesuítas (Companhia de Jesus), no 
qual um cristão não pode escravizar outro cristão, o que logo em seguida trará um 
embate entre jesuítas e colonos. 
Em 1534, o rei de Portugal Dom João III cria as Capitanias Hereditárias (na qual 
já tinha experiência, tendo implantado esse sistema em outras colônias portuguesas 
como a das Ilhas das Madeiras e Açores), para garantir a posse da terra, estabelecer 
uma fiscalização e administração sobre a mesma. 
As Capitanias Hereditárias foi a primeira divisão política do Brasil, sendo 
estruturada judicialmente por dois documentos a Carta de Doação (Que explicitava 
os direitos sobre a terra) e a Carta de Foral (Que deixava claro os deveres do Capitão 
Donatário – Dava-se esse nome ao detentor da posse da Capitania) – Esclarecendo 
no organograma abaixo: 
- 14 - 
 
Somente duas Capitanias Prosperaram: a de São Vicente e a de Pernambuco, 
as outras sucumbiram diante dos motivos: Falta de unidade territorial, distância do 
Brasil ao centro de decisões (Portugal), isolamento das Capitanias mediante a falta de 
estrutura de comunicação, ruas, o que isolava e prejudicava as Capitanias, falta de 
mão-de-obra (os índios fugiam, resistiam e dominavam o conhecimento sobre o 
território o que facilitava suas fugas) o que enfraquecia as Capitanias, ataques piratas 
e de índios e a falta de recursos ou interesses dos donatários. 
Mais as Capitanias cumpriram com seus deveres básicos que eram: povoar e 
defender as terras de piratas e fixar o homem a terra. 
As últimas capitanias só foram extintas com o governo de Marquês de Pombal, 
no século XVIII 
Para solucionar o problema com as Capitanias Hereditárias, foi criada uma 
administração colonial intitulada Governo Geral 
O Governo Geral era uma forma de Centralizar Administrativamente a colônia 
o que agradava alguns Capitães Donatários que ansiavam por uma fiscalização e 
controle sobre as Capitanias – O que sucede em um longo embate entre o Localismo 
Político e o Centralismo Político 
O Governo Geral se constituía do Governador Geral (incentivava a criação de 
engenhos), o Ouvidor-mor (responsável por assuntos judiciários), o Provedor-mor 
(responsável por assuntos financeiros) e o Capitão-mor (responsável pela defesa do 
litoral) – o Governo Geral se constituía no esboço do poder público no Brasil, uma 
forma de ter mais controle sobre a colônia 
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O Governo Geral ainda atendia aos interesses absolutistas e mercantilistas, 
pois centralizavam o poder (Absolutista) e transformava a colônia em um reduto de 
exploração da Metrópole (Mercantilista), ainda inaugurava-se no Brasil o Pacto – 
Colonial (Forma de exclusiva relação política, financeira e econômica entre a colônia 
(Brasil) e Metrópole (Portugal), esmiuçando uma forma de canalizar todas as riquezas 
do Brasil para Portugal) 
No período do Governo Geral tivemos três Governadores Gerais: Tomé de 
Souza – Boa Administração (1549 – 1553), Duarte da Costa – Má Administração (1553 
– 1558) e Mem de Sá – Boa Administração (1558 – 1568). Vamos Entender o 
Funcionamento do Governo Geral e seus periféricos no organograma abaixo: 
 
 
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Ciclo Açucareiro 
O açúcar se adéqua ao Brasil muito bem, devido a fatores como, clima, mão-
de-obra, solo fértil e o plantation. O açúcar foi no Brasil uma economia 
complementar e especializada para agradar interesses mercantilistas e foi também 
estática (pois não havia mobilidade social, ninguém mudava de classe pela plantação 
da cana) e agrária (pouca tecnologia empregada) 
Para se estruturar na produção açucareira, o Brasil constrói a Empresa Agrícola 
Comercial, que se deu com a cana a partir da segunda metade do século XVI. A 
- 17 - 
produção de cana-de-açúcar era uma economia totalmente voltada para o mercado 
externo e para os lucros da coroa que eram quase divididos por dois com a Holanda. 
Ao falarmos de produção de cana do Brasil temos que levar em conta alguns 
fatores como: local de produção de cana se da no litoral nordestino, solo e clima 
apropriado e a forte influência holandesa, no processo de transporte, refino e 
financiando a construção de engenhos e empregando tecnologia na produção e 
comercialização do açúcar. 
A Sociedade do Açúcar 
A sociedade colonial no período açucareiro era uma sociedade patriarcal 
(devido à condição que o Senhor de engenho detinha na sociedade e exercia sobre 
ela e a família), machista (pois só os homens tinham cargos públicos, podiam 
participar ativamente da sociedade, e a mulher não), preconceituosa (devido à 
questão histórica, do negro, pobre ou outra etnia ser inferior ao branco, rico; os que 
mais sofriam com esse preconceito eram os escravos, os ex-escravos (alforriados), 
ciganos, índios, prostitutas entre outros, intolerante (quanto à aceitação de outra 
pessoa que não seja rica e branca), conservadora (apegada ao dogmatismo da Igreja 
e aos costumes medievais da Europa) e escravista (dependência dos escravos para as 
atividades diárias e difíceis como na lavoura) 
A Decadência do Açúcar 
A concorrência do Açúcar das Antilhas (na América Central, controlada pela 
Holanda após a restauração em Portugal e a expulsão dos holandeses de Portugal e 
da colônia eles assumiram a produção nas Antilhas) provoca a queda do preço do 
açúcar em mais de 50%, e isso determina o fim do monopólio Português sobre o 
produto. Foi o início da decadência da Empresa Açucareira no Brasil – final do século 
XVII 
Ciclo do Ouro no Brasil 
Inicia-se com as Entradas e Bandeiras, movimento esse que partia de motivos 
como o desenraizamento de sua população pois sua região (São Vicente) era muito 
distante da Metrópole e o seu solo não se adaptou ao cultivo de cana-de-açúcar o 
que resultou em pobreza e desapego a terra e como não havia muitos índios nas 
áreas próximas do litoral, as expedições tiveram de adentrar mais profundamente no 
território brasileiro, além da captura de índios, os bandeirantes possuíam outro 
interesses. Entradas eram expedições interioranas que visavam capturar índios para 
comercializar como mão-de-obra escrava, busca por metais preciosos, por plantas, 
árvores, animais que poderiam ser lucrativos. A diferença entre Entradas e Bandeiras, 
é que Entradas era uma expedição financiada por Portugal, e Bandeiras (Os 
Bandeirantes) eram movimentos de expedição autônomos, e ainda tinha as Bandeiras 
de Prospecção que também recebiam benefícios da Coroa, mais qualquer um dos 
movimentos que descobrissem jazidas de metais preciosos ganhariam incentivos da 
Coroa portuguesa como títulos nobiliárquicos e retribuições. 
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Os bandeirantes de mais expressão eram da Capitania de São Vicente, na qual 
já possuía uma estrutura social e populacional, era um grande porto e entreposto 
para a Europa o que fazia dos Bandeirantes caçadores de riquezas para lucrar no 
comércio de São Vicente. 
Em uma dessas expedições interioranas foi-se descoberto jazidas de ouro na 
atual região de Minas Gerais, na qual começou um ritmo frenético de exploração que 
se intercalava com a possibilidade de mudança social. Rapidamente o boato de ouro 
se espalhou, o que trouxe estrangeiros (principalmente portugueses) e pessoas 
oriundas de outras regiões do país (Sul, Nordeste e Norte). Dentre todo esse alvoroço 
na região das Minas, os Bandeirantes exigiram exclusividade na exploração, afinal 
eles que tinham descoberto as Minas, e os outros povos não aceitaram os 
argumentos dos Bandeirantes, assim teve-se início a Guerra dos Emboabas 
(Emboabas – Forasteiros, pessoas que não eram dali) 
Diante do processo e mistura de Ouro, Suor e Sangue, a Coroa decidiu intervirsobre a exploração do Ouro e assim fez, enviou tropas para o local para que 
controla-se os ânimos. Rapidamente a Coroa foi tratando de armar seu sistema 
fiscalizador e tributário e impondo suas medidas como no organograma abaixo: 
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Sociedade do Ouro 
O ouro e sua descoberta contribuíram totalmente para o avanço e construção 
de um espaço social-urbano no Brasil. O ouro integrou, anexou e agregou o Brasil, 
através do ouro, interligamos nosso mercado, passamos a ter um mercado interno, 
criamos núcleos urbanos, tivemos mobilidade social e o surgimento da classe média. 
Acompanhe as mudanças do ouro na sociedade e seu paralelo com a sociedade 
açucareira no organograma abaixo: 
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Destaca-se concomitantemente relacionado ao ciclo do ouro o Período de 
Diamantes. Para manter uma blindagem sobre a extração de diamante, todos 
mineradores que se encontravam perto da Região Diamantina eram expulsos dali, e o 
exército real teve acentuada participação na retirada e vigilância do território, com 
dificuldade para “quintar” (imposto de 20% sobre o mineral precioso extraído) o 
Diamante a Metrópole cria o Distrito Diamantino, para blindar o diamante do 
contrabando e disponibiliza à área a pessoas privilegiadas e abastadas (detentora de 
riqueza) os Contratadores, que pagavam uma quantia fixa para extrair o diamante. 
Em 1771, o próprio governo português assumiu a exploração do Diamante, 
estabelecendo a Real Extração. 
Portugal Ostentava-se com o Ouro que vinha do Brasil, mais quem agradecia 
era a Inglaterra que tinha uma bomba sugando o ouro do Brasil de forma indireta, 
através do Tratado de Methuen em 1703 (nome dado em homenagem ao diplomata 
inglês que o fez) que estabelecia a compra de Tecidos da Inglaterra por Portugal e a 
compra de vinhos de Portugal pela Inglaterra – o que beneficiava muito mais a 
Inglaterra, pois o povo precisa mais de tecidos (roupas, agasalhos, veste e etc.) do 
que de vinho, o que faz escoar o ouro de Portugal para a Inglaterra, deixando a 
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balança comercial portuguesa desfavorável (quando se importa mais do que exporta 
– quando se compra mais do que vende) 
A mineração ocasiona uma transformação radical na colônia. Aumenta os 
fluxos migratórios e a interação do Brasil. Destaca- se nesse período também a 
elevação da produção Pecuária principalmente no sul e no sudeste 
A atividade mineradora era feita de duas formas dependendo da área de 
ocorrência de metais, eram em Lavras e Faiscações: As lavras eram amplas, 
necessitava de bastante capital e grande quantidade de escravos e aparelhos, já as 
Faiscações eram menores e mais numerosas sem tanto investimento para minerar, 
que explorava o trabalho livre os escravos alforriados. 
Nesse Período houve um crescimento intelectual e o início dos 
questionamentos sobre o pacto colonial e o sistema colonial, tanto das elites que não 
agüentavam mais pagar impostos com da recém surgida classe média. Ideias 
Iluministas eram importadas e trazidas por estudantes brasileiros que iam cursar a 
Universidade na Europa (nesse período o Brasil não possuía Universidades e esses 
jovens cursavam principalmente em Portugal e França, redutos de ideias Iluministas 
de Liberdade, Igualdade e fraternidade) e voltavam ao Brasil repletos de novas ideias 
emancipacionistas e liberais, o que vai movimentar uma corrente no Brasil que dará o 
primeiro passo a caminho da Independência – a Inconfidência Mineira 
Dentre outros destaques que nascem ou evoluem com o ciclo do Ouro no 
Brasil destaca-se também as artes, tanto literárias quanto plásticas (Escultura e 
Pintura). Na escultura, destacaram-se: Valentim Fonseca e Silva (Mestre Valentim, RJ), 
Francisco das Chagas (O Cabra) e Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho, MG). Na 
Pintura, destacaram-se: O Baiano José Joaquim da Rocha e o mineiro Manoel da 
Costa Ataíde (Mestre Ataíde). Na literatura, destaca-se o Estilo Arcadismo, uma 
mistura do rococó com o Iluminismo, do rococó foi tirado a graciosidade, o gosto 
pelo bucólico e pela mitologia Greco – romana. Do Iluminismo o arcadismo herdou a 
clareza e a simplicidade racional, seus principais escritores foram: Tomás Antônio 
Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto. 
Por volta de 1800, o ouro já se encontrava em sua máxima decadência e as 
áreas de mineração em constante processo de esvaziamento e empobrecimento, os 
fluxos migratórios começam a retroceder para a agricultura e alguns pro norte o que 
posteriormente iremos identificar o ciclo da borracha. A volta para a atividade 
agrícola, ocorre em torno daquelas antes prósperas cidades e esse retorno a 
agricultura é conhecido como o Renascimento Agrícola 
O Renascimento Agrícola (acompanhe no organograma abaixo) 
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ÉPOCA POMBALINA E AS REFORMAS POMBALINAS (1750 – 1777) 
A intenção de Pombal era diminuir a preponderância de Inglaterra sobre a 
economia de Portugal, para isso ele apóia as manufaturas portuguesas (com 
ampliação das taxas alfandegárias) tais medidas surtiram efeito e a balança comercial 
portuguesa em relação a Inglaterra ficou favorável durante alguns anos. 
Pombal em relação ao Brasil usou as mesmas táticas mercantilistas como por 
exemplo: Para evitar o contrabando no e manter o monopólio colonial ele criou as 
companhias de Comércio para O Grão-Pará e Maranhão (1755) e para Pernambuco e 
Paraíba (1759). 
Nãos hesitou de inventar e cobrar novos tributos como a Derrama (a cobrança 
dos impostos atrasados) 
A Metrópole deu força para a agroexportação (algodão, tabaco e açúcar), 
algumas manufaturas foram permitidas no Brasil para melhorar a qualidade do 
produto vendido à Europa 
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Pombal determinou o fim do Sistema de Capitanias Hereditárias e agora a 
única autoridade da colônia era a Metrópole, assim a capital da colônia passa de 
Salvador para o Rio de Janeiro. Com o objetivo de atrair as elites brasileiras para o 
Rio de Janeiro , Pombal entrega vários importantes cargos da administração colonial 
a pessoas das famílias de grandes proprietários. 
E uma de suas últimas medidas com relação ao Brasil foi a expulsão dos 
Jesuítas do Brasil, alegando que eles detinham muitos poderes e criaram um auto-
governo, mais de 600 foram expulsos. 
Durante a segunda metade do século XVIII, a Coroa Portuguesa sofreu a 
influência dos princípios iluministas com a chegada de Sebastião José de Carvalho 
aos quadros ministeriais do governo de Dom José I. Mais conhecido como Marquês 
de Pombal, este “super-ministro” teve como grande preocupação modernizar a 
administração pública de seu país e ampliar ao máximo os lucros provenientes da 
exploração colonial, principalmente em relação à colônia brasileira. 
Esse tipo de tendência favorável a reformas administrativas e ao 
fortalecimento do Estado monárquico compunha uma tendência política da época 
conhecida como “despotismo esclarecido”. A chegada do esclarecido Marquês de 
Pombal pode ser compreendida como uma conseqüência dos problemas econômicos 
vividos por Portugal na época. Nessa época, os portugueses sofriam com a 
dependência econômica em relação à Inglaterra, a perda de áreas coloniais e a queda 
da exploração aurífera no Brasil. 
Buscando ampliar os lucros retirados da exploração colonial em terras 
brasileiras, Pombal resolveu instituir a cobrança anual de 1500 quilos de ouro. Além 
disso, ele resolveu tirar algumas atribuições do Conselho Ultramarino e acabou com 
as capitanias hereditárias que seriam, a partir de então, diretamente pelo governo 
português. Outra importante medida foi a criação de várias companhias de comércio 
incumbidas de dar maior fluxo às transações comerciais entre a colônia e a 
metrópole. 
No plano interno, Marquês de Pombal instituiu uma reforma que desagradou 
muitos daqueles que viviam das regalias oferecidas pela Coroa Portuguesa. O 
chamado Erário Régio tinhacomo papel controlar os gastos do corpo de funcionários 
reais e, principalmente, reduzir os seus gastos. Outra importante medida foi 
incentivar o desenvolvimento de uma indústria nacional com pretensões de diminuir 
a dependência econômica do país. 
Outra importante medida trazida com a administração de Pombal foi a 
expulsão dos jesuítas do Brasil. Essa medida foi tomada com o objetivo de dar fim às 
contendas envolvendo os colonos e os jesuítas. O conflito se desenvolveu em torno 
da questão da exploração da mão-de-obra indígena. A falta de escravos negros fazia 
com que muitos colonos quisessem apresar e escravizar as populações indígenas. Os 
jesuítas se opunham a tal prática, muitas vezes apoiando os índios contra os colonos. 
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Vendo os prejuízos trazidos com essa situação, Pombal expulsou os jesuítas e 
instituiu o fim da escravidão indígena. As terras que foram tomadas dos integrantes 
da Ordem de Jesus foram utilizadas como zonas de exploração econômica através da 
venda em leilão ou da doação das mesmas para outros colonos. Com relação aos 
índios, Pombal pretendia utilizá-los como força de trabalho na colonização de outras 
terras do território. 
Mesmo pretendendo trazer diversas melhorias para a Coroa, Pombal não 
conseguiu manter-se no cargo após a morte de Dom José I, em 1777. Seus 
opositores o acusaram de autoritarismo e de trair os interesses do governo 
português. Com a saída de Pombal do governo, as transformações sugeridas pelo 
ministro esclarecido encerraram um período de mudanças que poderiam amenizar o 
atraso econômico dos portugueses. 
 
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INVASÕES ESTRANGEIRAS 
De 1580 á 1640, ainda estava sobre direito de propriedade da União Ibérica. O 
Brasil se tornou objetivo da Inglaterra, França e Holanda que lutavam com a Espanha. 
Uma das mais importantes invasões, foram as holandesas, os navios das 
companhias das índias atacaram a Bahia em 1624 e Pernambuco por volta de 1630. 
Com o objetivo de renovar o comércio do açúcar com a Holanda, que havia sido 
proibido pelos espanhóis. 
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Foi enviado o Príncipe Maurício de Nassau, que tinha uma política de 
reconstrução dos engenhos que foram destruídos os danificados pelos combates. Por 
volta de 1640, Portugal deu início a restauração que fragmentou o domínio espanhol, 
mas guerra de independência da Holanda continuou. 
Em 1645, a política holandesa de arrocho, provocou em Pernambuco a 
insurreição pernambucana. Depois de nove anos, os holandeses foram expulsos após 
a batalha de Guararapes. 
A presença inglesa: 
Os Ingleses mantinham um novo comércio ilegal com o litoral do Brasil, um 
comercio também com a associação de comerciantes portugueses, na década de 
1530. 
Deram início aos ataques de Corsários ingleses, través das conseqüentes 
proibições que os reis espanhóis fizeram a qualquer comércio que não fossem 
ibéricos. 
Em 25 de dezembro de 1581, Thomas Cavendish ocupou a vila de santos 
roubando e requerendo o pagamento de resgate. Novamente no ano seguinte 
A França equinocial (1612-1615): 
Em meados do final do século XVI e início do XVII,A Ameaça francesa foi 
desviada, pela ação militar portuguesa que garantiu o controle no litoral do nordeste 
do Brasil. 
A França equinocial , adquiriu esse nome, quando em 1612, uma expedição 
comandada por Daniel de La Touche, chega ao litoral maranhense. Sendo que no 
mesmo ano o forte de São Luiz foi fundado, onde mais tarde teria uma cidade com o 
mesmo nome. Em 1615 as tropas que derrotaram os franceses, devido ao 
descumprimento de uma acordo firmado que não chegaram a cumprir. 
As invasões holandesas: 
Portugal tinha uma boa relação com os países baixos, podemos dizer uma 
relação forte, desde o final da idade média. Mas já na colonização brasileira, a 
participação do holandeses foi de suma importância, com o mercado açucareiro ou 
empresa açucareira como eles costumavam chamar. Teve grande importância em sua 
participação no comércio da África, Europa e Brasil, salientando assim o tráfico 
negreiro. Contudo o começo da união ibérica modificou esse quadro, no grau em 
que a Espanha foi proibindo a participação dos holandeses no comércio açucareiro. 
Por volta de 1620 os holandeses fundam a companhia das índias Ocidentais, 
que teve por intuito militar e comercial, onde promoveram ataques e ocupações nas 
colônias portuguesas, mais precisamente no Brasil. Já de 1645 á 1654 Os portugueses 
começaram uma batalha contra os holandeses. Recuperam o Recife na lutas dos 
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guararapes e tornaram menor a presença dos holandeses em alguns fortes no litoral 
do nordeste. 
A guerra entre Espanha e Holanda (1568- 1648): 
A guerra entre Holanda e Espanha, chamada de “A guerra dos 80 anos” ou a 
“revolta holandesa,” que vai de 1568 á 1648, foi para que os Países Baixos se 
tornassem independente, frente à Espanha, como é hoje. 
A república holandesa se tornou uma potência mundial, com um enorme 
poder marítimo, que ajudou no crescimento econômico, cientifico e cultural. 
Felipe II, da Espanha, desde 1551 tornou-se mediador de forma marcante nas 
províncias da Holanda, sondo que sobre elas possuía o direito por herança de seu 
pai, que foi o imperador Carlos V. 
Os holandeses, ou flamengos como eram chamados, iniciaram uma guerra em 
1568, em favor da libertação dos países baixos do norte, foram liderados por 
Guilherme de Orange. 
Invasão holandesa na Bahia: 
E escolha pela invasão da Bahia, era por ser uma grande produtora de açúcar e 
por ser também a capital da colônia. 
A notícia que a Holanda preparava uma poderosa esquadra para invadir a 
Bahia chegou ao Brasil, muito tempo antes de sermos invadidos. 
A resistência aos invasores foi organizada pelo então governador-geral Diogo 
de Mendonça Furtado, Mas como os Holandeses demoraram a chegar, que o 
preparativo de resistência relaxou. 
Já em 09 de maio de 1624, por volta de 26 navios entraram na Bahia, a 
resistência não ajudou em nada, já que a data não era mais a esperada. Assim que 
chegaram encontraram no porto oito navios, e incendiaram sete desses navios. A 
população foi para o interior da Bahia, onde organizaram grupos de guerrilhas, sob a 
liderança do bispo D. Marcos Teixeira, cada vez mais piorava a situação dos invasores, 
até mesmo devido à morte de D. Marcos Teixeira. 
Diogo de Mendonça acabou sendo preso e levado para a Holanda, as forças 
brasileiras e portuguesas mesmo juntas, não era mais suficiente para que atacassem 
de frente os holandeses. 
Os holandeses foram obrigados a desistir da batalha, se rendendo em primeiro 
de maio de 1625, pela ajuda da Espanha, que foi pedido pelos portugueses. 
Os holandeses em Pernambuco: 
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A invasão dos holandeses em Pernambuco, começou em 1630, na praia do 
Pau amarelo. 
Com 56 navios e 7.300 soldados, o exercito pernambucano não poderia fazer 
nada, já estavam em apenas 400. De forma tão desigual, ele não encontram 
resistência, e assim puderam ocupar a capitania. 
Quatro anos mais tarde, no mar do Caribe, a serviço das índias ocidentais, 
interrompeu e roubou todo o carregamento de prata extraída das colônias 
americanas, que estava na frota espanhola. 
Mas quando decidiram atacar o nordeste do Brasil, foi com o motivo de terem 
por duas vezes invadidas a Bahia, e por ter sido uma invasão frustrada. O seu maior 
objetivo e já declarado era restaurar o comércio de açúcar com países baixos, que 
tinha sido proibido pelos espanhóis. Em 1630 investiram na Capitania de Pernambuco 
conquistando Olinda e Recife. A presença holandesa durou ali por 24 anos, 
principalmente no recife que foi sede do domínio. 
Existiam pequenos grupo de aproximadamente entre dez e quarenta homens, 
chamada : “companhia de emboscada”, que atacavam de surpresa os holandeses, 
que se retiravam com velocidade, estavam formando umnovo grupo para novos 
combates. 
O governo de Nassau: 
O conde João Maurício de Nassau foi nomeado governador, atuando nos 
domínios holandês de 1637 á 1644. A administração Nassoviana, foi muito protegida 
pela situação de paz, que para muitos era estranha. Para acabar com o domínio 
espanhol, apoiou Portugal em sua restauração, e por esse motivo assinaram uma 
Trégua de 10 anos. 
Durante esse período Nassau aproveitou para se aproximar da população, 
mostrou para todos ser uma pessoa simpática, conquistando assim a confiança dos 
senhores de engenho. 
Em seu país, ele instaurou uma política diferente, garantiu a todos uma 
liberdade de culto, por sua grande maioria era protestante, uma justiça igualitária e 
para os escravos, uma boa alimentação. Nassau Já havia percebido que, para poder 
administrar melhor a região e pacificá-la, teria que ter boas relações com os Senhores 
de engenho, como já vimos. 
Ele conseguiu uma auxilio financeiro, na forma de crédito, para que fossem 
restituídos os engenhos, que no cinco anos de combate foram destruídos. Diminuiu 
os impostos, sustentando também a penhora de seus bens. 
A insurreição pernambucana: 
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Em 1817, foi dado como a última tentativa de independência do Brasil que 
falhou, isso é o que conhecemos como insurreição pernambucana ou Guerra da Luz 
Divina, foi o movimento que expulsou os holandeses do Brasil, unindo forças 
lideradas pelos senhores de engenho, André Vidal de Negreiros e João Fernandes 
Vieira, pelo afro-descendente Henrique dias e pelo indígena Felipe Camarão. 
 A cidade do Recife, sofreu uma grande crise econômica, por quê o ouro, o 
açúcar, entre outros, estavam em baixa, mas antes Recife tinha sido uma cidade rica e 
próspera. A parte da população que era de uma forma econômica mais importante 
de Recife, ficaram bravos, com os impostos que estavam muito alto, a inflação e com 
comerciantes estrangeiros, além de tudo isso, pelo porto da cidade que não 
entravam só mercadoria, mas também idéias liberais. 
Os membros dessa “revolução” que teve origem em Recife, foram padres, 
artesãos, soldados, proprietários rurais e até mesmo de senhores de engenho. O 
governo ainda tentou impedir com que a republica entrasse, mas os republica nos 
obrigou a abdicarem do poder. Um governo provisório foi instalado. 
Conseqüências das invasões holandesas: 
A economia açucareira entrou em crise, logo após a expulsão dos holandeses. 
Os próprios flamengos que haviam sido expulso do Brasil, criaram uma concorrência 
na Antilhas, o que acabou com o açúcar brasileiro. 
Devido as invasões holandesas no nordeste do Brasil, onde o comércio 
açucareiro era forte, o capital holandês passou a ter poder absoluto sobre a 
produção de açúcar, tendo influência sobre o plantio, o refinamento e até mesmo 
sobre a distribuição. 
 A Holanda tinha em suas mãos o controle também do mercado que fornecia 
escravos africanos, assim passou a investir nas Antilhas. O açúcar que era produzido 
nas Antilhas, tinham uma menos custo devido a isenção de impostos sobre a mão-
de-obra, sobre o menor custo de tranporte. 
A economia do Brasil e de Portugal entrou em uma crise, devido as 
dificuldades para adquirir mão-de-obra e não dominavam o processo de distribuição 
e refino, sendo assim não conseguiram concorrer no mercado internacional, essa 
crise cruzaria a metade do século XVII. 
EXPANSÃO TERRITORIAL 
No século XVII existiam limites territoriais onde ainda não estavam bem 
estabelecidos, Por que a Espanha ainda não havia demarcado seu território ibérico. 
Mas durante toda a união ibérica, o tratado de Tordesilhas esteve anulado. 
Logo depois da renovação portuguesa tiveram a necessidade de estabelecer 
fronteiras com os espanhóis e com os franceses. A expansão do território brasileiro 
acontece com o descobrimento e vai até o tratado de Madri em 1750. 
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Nessa época teve seu território aumentado em duas vezes. Esse aumento é 
decorrente do desenvolvimento econômico e por interesses políticos da colonização. 
Já no século XVI, o povoamento colonial foi avançado aos poucos, mas apenas 
em áreas do litoral do nordeste e sudeste. Em meados do século XVII, o 
desenvolvendo das atividades produtivas. 
Mas aconteceu que na primeira metade do século os bandeirantes paulistas 
seguem para o sul, atrás dos índios que eram protegidos pelos jesuítas, com passar 
do tempo, ele começam a ir em sentido contrário, Para Goiás, Minas Gerais e Mato 
grosso, onde começam a procurar ouro. 
Vídeos aula: https://www.youtube.com/watch?v=p3RC9KjFNwQ 
Conforme sabemos, a atual configuração do território brasileiro é bem 
diferente daquela que foi originalmente estipulada pelo Tratado de Tordesilhas, em 
1494. A explicação para a ampliação de nossos territórios está atrelada a uma série 
de acontecimentos de ordem política, econômica e social que, com passar do tempo, 
não mais poderiam ser suportadas pelo acordo assinado entre Portugal e Espanha no 
final do século XV. 
Um primeiro evento que permitiu a expansão foi a União Ibérica, que entre 
1580 e 1640 colocou as possessões lusas e hispânicas sob controle de um mesmo 
governo. Nesse momento, a necessidade de se respeitar fronteiras acabou sendo 
praticamente invalidada. Contudo, não podemos pensar que o surgimento de novos 
focos de colonização se deu somente após esse novo contexto. 
Desde muito tempo, personagens do ambiente colonial extrapolaram a Linha 
do Tratado de Tordesilhas. Os bandeirantes saíram da região paulista em busca de 
índios, drogas do sertão e pedras preciosas para atender suas demandas econômicas. 
Ao mesmo tempo, cumprindo seu ideal religioso, padres integrantes da Ordem de 
Jesus vagaram pelo território formando reduções onde disseminavam o cristianismo 
entre as populações indígenas. 
Por outro lado, a criação de gado também foi de fundamental importância na 
conquista desses novos territórios. O interesse dos senhores de engenho e da 
metrópole em não ocupar as terras litorâneas com a pecuária possibilitou que outras 
regiões fossem alvo dessa crescente atividade econômica. Paralelamente, o próprio 
desenvolvimento da economia mineradora também fundou áreas de domínio 
português para fora das fronteiras originais. 
Para que esses fenômenos espontâneos fossem reconhecidos, autoridades 
portuguesas e espanholas se reuniram para criar novos acordos fronteiriços. O 
primeiro foi firmado pelo Tratado de Utrecht, em 1713. Segundo este documento, os 
espanhóis reconheciam o domínio português na colônia de Sacramento. Insatisfeitos 
com a medida, os colonos de Buenos Aires fundaram a cidade de Montevidéu. Logo 
- 31 - 
em seguida, os lusitanos criaram o Forte do Rio Grande, para garantir suas posses ao 
sul. 
O Tratado de Madri, de 1750, seria criado para oficialmente anular os ditames 
propostos pelo Tratado de Tordesilhas. Segundo esse documento, o reconhecimento 
das fronteiras passaria a adotar o princípio de utis possidetis. Isso significava que 
quem ocupasse primeiro uma região teria seu direito de posse. Dessa forma, Portugal 
garantiu o controle das regiões da Amazônia e do Mato Grosso. Contudo, os 
lusitanos abriram mão da colônia de Sacramento pela região dos Sete Povos das 
Missões. 
A medida incomodou os jesuítas e índios que habitavam a região de Sete 
Povos. Entre 1753 e 1756, estes se voltaram contra a dominação portuguesa em uma 
série de conflitos que marcaram as chamadas “guerras guaraníticas”. Com isso, o 
Tratado de Madri foi anulado em 1761. Em 1777, o Tratado de Santo Idelfonso 
estabelecia que a Espanha ficasse com as colônias de Sacramento e os Sete Povos. 
Em contrapartida, Portugal conquistou a ilha de Santa Catarina e boa parte do Rio 
Grande do Sul. 
Somente em 1801, a assinatura do Tratado de Badajós deu fim aos conflitos e 
disputas envolvendo as nações ibéricas. De acordo com seu texto,o novo acordo 
estabelecia que a Espanha abriria mão do controle sobre os Sete Povos das Missões. 
Além disso, a região de Sacramento seria definitivamente desocupada pelos 
lusitanos. Com isso, o projeto inicialmente proposto pelo Tratado de Madri foi 
retomado. 
INTERIORIZAÇÃO E FORMAÇÃO DAS FRONTEIRAS 
A expansão e a ocupação do território brasileiro foram ocasionadas por 
diversos fatore, entre os quais destacam-se as atividades econômicas, as 
expandições para expulsão de estrangeiros, a busca de riqueza minerais e de índios 
para escravizar. Em 1750, com o tratado de Madri, praticamente estavam delineados 
os contornos de nossas fronteiras atuais. 
A conquista do sertão: O povoamento do Brasil evoluiu no sentido litoral-
interior. A princípio, os portugueses instalaram-se na região litorânea, e lá 
permaneceram "como caranguejos a rondar as praias". Pouco a pouco, iniciou-se a 
penetração para o interior através dos jesuítas, bandeirantes e boiadeiros. 
A atividade dos jesuítas: A Companhia de Jesus assumiu como missão 
combater as idéias protestantes e difundir o catolicismo. A arma utilizada na 
conquista espiritual era a educação escolar que infetizava o ensino religioso. Para 
catequizar o índio, os jesuítas penetraram no sertão e fundaram aldealmentos 
chamados missões ou reduções. Tais aldeamentos foram o alvo predileto do 
bandeirismo apresador. Para conquitar os colonos fudaram uma escola de nível 
elementar. 
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As Entradas: Eram expedições de caráter oficial que foram organizadas pelo 
Governo para expiorar e reconhecer o sertão. 
As Bandeiras: Eram expedições organizadas e patrocinada por grupos 
particulares. Havia três tipos básicos de bandeirismo: o apresador (voltado à captura 
de índios para a escravização); o prospector (voltado à busca de metais preciosos) e o 
sertanismo de contrato (prestava serviços à classe dirigente colonial, mediante 
contrato, para combater índios ou negros). 
A pecuária: Desempenhou importantíssimo papel na vida colonial. Fornecia à 
população da Colônia a carne, o couro, com suas múltiplas utilidades, e os animais 
de transporte para as zonas agrícolas e mineradoras. Além disso, realizou uma tarefa 
monumental em termos de conquista e ocupação do vasto território brasileiro. 
Aspecto fundamental da pecuária é que representava um negócio interno da Colônia, 
cujos lucros eram incorporados ao País. As duas principais zonas criatórias foram as 
caatingas do Nordeste e as campinas do Sul. 
Tratados e fronteiras: A forma geográfica do Brasil seria totalmente diversa da 
atual, se Portugal e Espanha tivessem cumprido as determinaçãoes do Tratado de 
Tordesilhas. Isto não aconteceu e uma série de novos tratados foram assinados para 
que as fronteiras do Brasil fossem definitivamente fixadas. Dentre esses tratados, 
destacam-se: os de Utrecht (1713 e 1715), o de Madri (1750), o Acordo do Pardo 
(1761), o de Santo llfonso (1777) e o De Badajós (1801). 
1504- Primeira Entrada de reconhecimento de Cabo Frio, dirigida por Américo 
Vespúcio. 
1549- Chegada dos jesuitas ao Brasil, com o primeiro Govermador Geral, tomé 
de Souza. 
1553- Chegada ao Brasil do Padre José de Anchieta. 
1674- Bandeira de Fermão Dias Pais Leme parte em direção ao sertão de 
Minas Gerais. 
1690 a 95- São encontradas as primeiras jazidas de ouro no Brasil. 
1694- O bandeirante Domigos Jorge Velho ( Sertanismo de contrato). destrói o 
Quilombo dos Palmares. 
1701- É proibida a criação de gado numa faixa de dez léquas a partir do litoral. 
1713- Tratado de Utrcht (a França aceitava o rio Oiaporque como limite entre 
a Guiana e o Brasil). 
1715- Tratado de Utrcht (a Espanha concodava em devolver a Colônia do 
Sacramento a Portugal). 
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1750- Tratado de Madri (determinava que a Colônia do Sacramento perteceria 
aos espanhóis e a região dos Sete Povos das Missões pertenceria aos portugueses). 
1759- Expusão dos jesuítas do Brasil, por determinação do marquês de 
Pombal. 
1761- Acordo do Pardo ( Espanha e Portugal anulam o tratado de Madri). 
1777- Tratado de Santo lldefonso (a Espanha ficaria com a Colônia do 
Sacramento e a região dos Sete Povos das Missões, mas devolveria terras que havia 
ocupado nos atuais Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul). 
1801- Tratado de Badajos ( a Espanha renuncia à posse dos Sete Povos das 
Missões e Portugal confirma o direito espanhol à Colônia do Sacramento). 
Bandeirismo 
Logo no principio do bandeirismo, o seu intuito era prender os índios e vendê-
los em terras que não se usavam negros como escravo, devido ao seu alto preço, 
assim vendiam os índios por um custo bem mais barato e os escravizavam. A 
facilidade do negócio deve-se ao Tratado de Tordesilhas que não estava em vigor 
devido à união Ibérica, com tudo isso o no sul da colônia o primeiro ciclo missionário 
tinha se destruído. 
Esse movimento teve seu auge com a ocupação dos holandeses, com a 
interrupção do tráfico negreiro e a mão-de-obra escrava estava á míngua com isso o 
preço dos escravos aumentou ainda mais, lucrando o bandeirismo com a venda dos 
índios escravos. 
As razões do bandeirismo: 
O que motivou os bandeirantes foi à pobreza dos habitantes de São Paulo. No 
final do século XVI, quando o mercado açucareiro começou a entrar em declínio, e a 
população a migrar das cidades litorâneas para o planalto de Piratininga, Onde a 
parte econômica não tinha sido tão afetada. A crise teve uma proporção tão grande, 
que os bandeirantes cultivavam alguns produtos, apenas para sua subsistência, 
começou a ver novas riquezas nos sertões, índios que poderiam ser escravizados, 
matais preciosos. 
Podemos dizer que os Bandeirantes foram homens corajosos, que os 
portugueses usaram para combates contra os índios rebeldes e escravos fugitivos, 
tudo isso aconteceu no começo da colonização do Brasil. 
São Paulo na época dos bandeirantes: 
Em São Paulo teve o surto das bandeiras que teve origens com expedições de 
resgate para prisioneiros. 
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Podemos entender que o bandeirismo teve origem na obra dos Jesuítas com 
seu início em São Paulo, saiam de São Vicente para o interior do país por entre as 
florestas e seguindo o caminho dos rios, partindo assim rumo ao Rio grande do Sul, 
Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. 
Estas expedições tinham como objetivo predominante capturar os índios e 
procurar por pedras e metais preciosos. Contudo, estes homens ficaram 
historicamente conhecidos como os responsáveis pela conquista de grande parte do 
território brasileiro. Alguns chegaram até fora do território brasileiro, em locais como 
a Bolívia e o Uruguai. 
Do século XVII em diante, o interesse dos portugueses passou a ser a procura 
por ouro e pedras preciosas. Então os bandeirantes Fernão dias Pais e seu genro 
Manuel Borba Gato se concentraram nestas buscas desbravando Minas Gerais. 
Depois outros bandeirantes foram para além da linha do Tratado de Tordesilhas e 
descobriram entre muitos metais preciosos, o ouro. Muitos aventureiros os seguiram, 
e, estes, permaneceram em Goiás e Mato Grosso dando início a formações das 
primeiras cidades. Nessa ocasião destacaram-se: Antonio Pedroso, Alvarenga e 
Bartolomeu Bueno da Veiga, o Anhanguera. 
Outros bandeirantes que fizeram nome neste período foram: Jerônimo Leitão 
(primeira bandeira conhecida), Nicolau Barreto (seguiu trajeto pelo Tietê e Paraná e 
regressou com índios capturados), Antônio Raposo Tavares (atacou missões jesuítas 
espanhola. para capturar índios), Francisco Bueno (missões no Sul até o Uruguai). 
Como conclusão, pode-se dizer que os bandeirantes foram responsáveis pela 
expansão do território brasileiro, desbravando os sertões além do Tratado de 
Tordesilhas. Por outro lado, agiram de forma violenta na caça de indígenas e de 
escravos foragidos, contribuindo para a manutenção do sistema escravocrata quevigorava no Brasil Colônia. 
O ciclo de preação do índio: 
A preação indígena era uma forma de subsistência dos bandeirantes, que em 
meados de 1619 começaram os ataques aos jesuítas, os índios que trabalhavam na 
terra (agricultores) e artesãos que foram escravizados em grande massa. Precisavam 
de novos escravos como os índios, para o preenchimento de mão de obra escrava 
nos engenhos litorâneos. 
As grandes bandeiras de preação coincidiu com a ação holandesa, tomando as 
feitorias africanas e desviando o tráfico de escravos para o nordeste sob sua 
ocupação desde 1630. 
O ciclo do bandeirismo de contrato: 
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Manuel da Ressurreição até então governador geral do Brasil, resolveu solicitar 
os bandeirantes de São Paulo e São Vicente, para que pudessem acabar com a 
desordem, mas a chegada dos bandeirantes causou grande revolta. 
A partir do século XVII os bandeirantes começaram a trabalhar para homens 
de posse no nordeste. 
O ciclo de prospecção do ouro: 
ciclo de prospecção ou ciclo do ouro como chamamos,se deu a partir do 
contato com os índios que os exploradores ou prospectores (pesquisadores do ouro). 
Mas quando os primeiros exploradores chegaram ao Brasil, tinham como intuito o 
ouro, metal preciosos como chamavam ,com o objetivo de vender para nobreza. 
Ao longo dos anos com o contato que foi mantido entre os índios, os 
exploradores foram descobrindo que haviam riquezas escondidas. Quando pisaram 
em solo brasileiro, foram para o interior do Brasil, onde haviam os tais metais 
preciosos, os colonos não tiveram tanto sucesso só encontravam solo fértil e índios, á 
quem eles não davam importância. 
As Monções: 
As monções foram de grande importância na colonização do Brasil, mas no 
este brasileiro, logo depois da decadência do bandeirismo. O seu começo foi em 
1718, quando Pascoal Moreira Cabral que foi quem descobriu o ouro em Cuiabá. Um 
campo de mineração começou nesta época, com alguns sertanistas que tinham 
ouvido falar da notícia sobre o ouro. 
O significado do Bandeirismo: 
Os bandeirantes precisavam buscar novas fontes de enriquecimento. Como os 
negros eram muito caro, então eles resolveram aprisionar os índios, era um bom 
negócio. Essa fase foi importante para os bandeirantes, pelo Tratado de Tordesilhas, 
que não estava em vigor, o que serviu de ajuda para a destruição do primeiro ciclo 
missionário que aconteceu no sul da colônia. Seu objetivo maior era aprisionar os 
índios para que pudessem vendê-lo. 
REBELIÕES COLONIAIS 
A crise do capitalismo comercial e as contradições no interior da colônia 
geraram a crise do colonialismo a partir da segunda metade do século XVIII. A 
Revolução Industrial tornou ultrapassado o mercantilismo. Portugal, não se 
adequando aos novos tempo, procurou superar a crise ampliando a exploração ao 
Brasil. Tal atitude estimularia as rebeliões nativas e as rebeliões de libertação 
nacional. 
O choque inevitável entre Colônia e Metrópole: o funcionamento do sitema de 
exploração colonial gerava contradições na medida em que para explorar era preciso 
- 36 - 
desenvolver a Colônia. O desenvolvimento forta a classe colonial que veio a se opor 
aos interesses metropolitanos. As tensões insuportéveis entre Colônia e Metrópole 
explodiram em diversas revoltas. 
Revolta de Beckman: Foi liderada pelo senhor de engenho Manuel Beckman, 
tendocomo palco o Estado do Maranhão, em1684. Essa revolta foi motivada pela 
crise de mão-de-obr que a Companhia Geral de Comércio do Estado do Maranhão 
não conseguiu solucionar e pelas dificuldades econômicas da empresa açucareira. 
Reprimida a revolta pelas forças metropolitanas, Manuel Beckmam e mais dois 
chefes do movimento foram enforcados. 
Guerra dos Mascates: foi o conflito entre os senhores de engenho de Olinda e 
os comerciantes de Recife, apelidados de mascates. Os senhores de engenho, 
revoltados contra a autonomia adminitrativa pretendida por Recife, organizam uma 
rebelião que exlodiu em 1710. Ao final do conflito, os mascates saíram vitoriosos e 
Recife tornou-se ca capital de Pernambuco. 
Conjuração Mineira: teve como palco o ambiente de Minas Gerais, na fase da 
decadência da exploração do ouro (1789). As idéias liberais eurpéia e o clima geral de 
dscontentamento diante dos pesados impostos incediaram a revolta num influente 
grupo de conspiradores. O prejeto dos inconfidentes incluía medidas como: liberta o 
Brasil de Portugal contituindo uma República, com capital em São Jão Del Rei; fundar 
uma Universidade em Vila Rica; desenvolver manufaturas no País e estimular a 
agricultura. A Conjuração Mineira foi traída por alguns elementos que faziam parte 
do próprio grupo. O Governo agiu rapidamente, prendendo, julgando e condenando 
os implicados. Mas, somente Tiradentes foi condenado à morte, sendo enforcado e 
esquartejado, no dia 21 de Abril de 1792. 
Conjuração Baiana: expludiu dez anos depois da Conjuração Mineira, em 1798. 
Tinhaum maior alcance popular, pois seus objetivos estavam mais voltados às 
aspirações do povo. Propunha, por exemplo, a abolição da escravidão, que não 
consta do projeto dos conjurados mineiros. O movimento baiano sofreu severa 
repressão e quatro rebeldes de origem humilde, João de Deus, Manuel Faustino, Luís 
Gonzaga e Lucas Dantas foram enforcadose esquartejados, em 8 de novembro de 
1799. 
Cronologia 
1684- Explode, no Maranhão, a Revolta liberada pelo senhor de engenho 
Manuel Beckman. 
1710- Explode a Guerra dos Mascates, conflito entre os senhores de engenho 
de Olinda e os comerciantes de Recife. 
1720- Explode a Revolta de Vila Rica, liderada por felipe dos Santos. 
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1789- Organize-se conjuração Mineira, que teve como desfecho a condenação 
e à morte de Tiradentes (21 de abril de 1792). 
1798- Prepare-se a conjuração Baiana, que contou com siguinificativa 
participação das camadas populares. Esta rebelião teve como defecho a pena de 
morte aplicada a João de Deus, Manuel Faustino, Lucas Dantas e Luís Gonzaga das 
Virgens (8 de novembro de 1799). 
MOVIMENTOS E TENTATIVAS EMANCIPACIONISTAS. 
No final do século XVIII, as restrições econômicas de Portugal ao Brasil 
chegaram ao seu ponto máximo, ao mesmo tempo em que as idéias liberais 
difundiam-se pelo país. A Inconfidência ( ou Conjuração) Mineira seria o primeiro 
movimento a manifestar claramente a intenção de romper com Portugal. Alguns anos 
depois eclodiria a Conjuração Baiana ( também chamada de Inconfidência Baiana), 
movimento com características acentuadamente populares. Em 1817 ocorreria em 
Pernambuco a chamada Insurreição Pernabucana, a maior rebelião colonial pela 
independência. 
Causa da ruptura do sistema colonial: o aparecimento do capitalismo industrial 
na Europa, aparti de meados do século XVIII, foi a causa pronfunda que determinou a 
cria do sistema colonial. Isso porque o capitalismo industrial não se acomodava com 
as barreiras do regime de monopólio, nem como o regime de trabalho escravista. 
Assim, com o progresso desse capitalismo, os impérios coloniais ibéricos (Espanha e 
Portugal) estavam definitivamente condenados. 
A vida da famíliareal para o Brasil: devido à invasão franco-espanhola ao 
território português, em 1807, a familia real foi obrigada a abandona Portugal, 
tranferindo a sede do Reino para o Brasil. Napoleão alio-se à Espanha para invadir 
Portugal porque D. João recusava-se a participar do Bloqueio Continental contra a 
Inglaterra. 
A abertura dos portos e outras medidas D. João: cedendo ás pressões inglesas. 
D.João decretou, em 1808, a abertura dos portos brasileiros às naões amigas. Assim, 
o monopólio do comércio colonial ficava extinto, exceto para alguns poucos 
produtos como o sal e o pau-brasil. A grande beneficiária dessa medida foi a 
inglaterra que, obtendo junto ao Governo português vantagens alfandegárias pra a 
importação de seus produtos(Tratado de 1810), passoua ser a maior fornecedora de 
produtos industrializados para o Brasil. Entre outras medidas administrativas de D. 
João, destacava-se a elevação do Brasil, em 1815, á categoria de Reino Unido aos de 
Portugal e Algarves. 
A Revolução Pernambucana de 1817: o aumento dos impostos, a seca de 1816 
e a crise da agricultura afetando o açucar e o algodão foram as principais causa 
responsáveis pela eclosão da Revolução Pernambucana de 1817. Fazia parte do 
projeto dos revolucionários a proclamação da Republica e a elaboraçõ de uma 
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Constituição liberal. A Revolução foi reprimida pelo Governo de D. João VI e seus 
principais líderes foram condenados à morte. 
O processo da independência: em consequência da Revolução do Porto, D. 
João VI viu-se obrigado a deixar o Brasil e partir para Portugal, em 26 de abril de 
1821. Governando o Brasil ficou D. Pedro, na qualidade de Príncipe Regente. 
Assumindo o controle da situação política em Portugal, as Cortes manifestaram a 
intenção de recolonizar o Brasil e promover o retorno do monopólio comercia. 
Reagindo a essas intenções, surgiu o Partido Brasileiroque se movementou em torno 
de D.Pedro, fortalecendo sua autoridade interna e encaminhando o processo de 
independência. Esta é oficialmente proclamada em 7 de setembro de 1822. 
Cronologia 
1806- Napoleão Bonaparte decretao Bloqueio Continental contra a Inglaterra. 
1807- Recusando-se a aderir ao Bloqueio Continental, Portugal é invadido por 
tropas franco-espanholas. Em novembro desse ano, a familia real abondona o 
território português, transferido a sede do Reino para o Brasil. 
1808- D-João chega ao Brasil, pressionado pela Inglaterra, assina o decreto da 
abertura dos portos, rompendo com o monopólio do comércio colonial. 
1810- Portugale Inglaterra assinam um tratado de comércio, que fixa em 15% 
a taxa alfandegária ( ad valorem) sobre produtos ingleses vendidos para o Brasil. Os 
demais países pagavam 24% e Portugal, 16%. 
1815- Elevação do Brasil à categoria de Reino Unido aos de Portugale 
Algarves. 
1817- Explode a Revolução Pernambucana, tendo como ideal a proclamação 
da República e a elaboração de uma Constituição leberal. A revolução foi 
violentamente reprimida. 
1820- Eclode em Portugal e Rebelião do Porto, liderada pela burguesia 
lusitana. Os revoltosos exigem a volta de D. João VI ao País. 
1821- D-João VI é obrigado a deixar o Brasil, depois de tê-lo governando por 
mais de 12 anos. Em seu lugar fica o Príncipe Regente D. Pedro. 
1822- No dia7 de setembro, D. Pedro proclama a independência do Brasil. 
 
 
 
 
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C) O PERÍODO JOANINO E A INDEPENDÊNCIA: A PRESENÇA BRITÂNICA NO 
BRASIL, A TRANSFERÊNCIA DA CORTE, OS TRATADOS, AS PRINCIPAIS MEDIDAS DE 
D. JOÃO VI NO BRASIL, POLÍTICA JOANINA, OS PARTIDOS POLÍTICOS, REVOLTAS, 
CONSPIRAÇÕES E REVOLUÇÕES, EMANCIPAÇÃO E CONFLITOS SOCIAIS. O 
PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL. 
Para entender essa conjuntura como um todo, precisamos entender algumas 
idéias e ideais do pensamento eurocêntrico, para depois entrar no assunto 
efetivamente. 
Em fins do século XVIII, o Antigo Regime (união do Absolutismo com a política 
econômica mercantilista) na Europa estava obsoleto e decadente. Os velhos 
privilégios de origem feudal da aristocracia e o poder absoluto dos reis encontravam-
se sob o fogo cerrado da crítica liberal e democrática. Liberdade de movimentos e 
igualdade de direitos eram as palavras de ordem da burguesia. Com a pregação 
liberal e o poder da indústria, a burguesia iria revolucionar o mundo capitalista. 
Nessa nova ordem mundial desenhada pela Revolução Industrial e pela 
revolução liberal burguesa havia pouco espaço para teorias mercantilistas e 
monopólios coloniais. Como o Antigo Regime, o velho sistema colonial também 
estava com os dias contados. As tradicionais relações entre colônias e metrópoles 
enfrentariam daí por diante forte turbulência. Com o Brasil e Portugal não seria 
diferente. Apesar das estratégias conciliatórias utilizadas a partir da transferência do 
governo português para a colônia, em 1808 o rompimento estava eminente. 
A Crise do Antigo Regime 
Entre as ultimas décadas do século XVIII e a primeira metade do século XIX, o 
mundo ocidental viveu um processo de intensas transformações econômicas, sociais, 
políticas e ideológicas. Foi um período de tantas e tão rápidas mudanças que 
mereceu ser chamada de “era das revoluções”. Eis aqui algumas dessas 
transformações: 
A 4 de julho de 1776, os EUA declararam sua separação da Inglaterra, 
tornando-se não só a primeira colônia do Novo Mundo (América) a conquistar a 
independência política, mas também uma referência para os demais, estimulando os 
outros movimentos emancipacionistas. A declaração de independência, inspirada nas 
ideias liberais do pensador inglês John Locke, foi aprovada e proclamada pelo 
Segundo Congresso Continental das Treze Colônias, reunido na cidade da Filadélfia. 
Em 1781, o inventor escocês James Watt conseguiu aperfeiçoar sua “maquina 
a vapor” e usá-la como geradora de força motriz de outras máquinas. O sucesso 
dessa inovação tecnológica foi um dos marcos da revolução dos sistemas de 
produção e de transportes nas décadas seguintes – a chamada Revolução Industrial – 
que mudaria a face da economia e da sociedade na Europa e no resto do mundo. 
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Em maio de 1789, reuniu-se em Versalhes a Assembleia dos Estados Gerais 
(Reunião dos representantes dos três estados – clero, nobreza e povo -, convocada 
pelo soberano francês Luis XVI, para consulta sobre questões importantes. Não tinha 
poder decisório) da França. A reunião terminou em um impasse: o Terceiro Estado 
(representantes da burguesia e do povo) negou-se a votar as propostas do governo 
pelo tradicional sistema de votação, onde sempre estava em desvantagem, e decidiu 
criar uma Assembleia Nacional Constituinte para elaborar a primeira Constituição do 
país. O rei e a nobreza reagiram, ameaçaram os rebeldes, mas o povo em Paris 
sublevou-se: a 14 de julho, a multidão tomou de assalto e incendiou a velha prisão da 
Bastilha, para onde eram mandados os adversários políticos do governo. 
Em agosto, a Assembleia Nacional apressou-se m aprovar a Declaração dos 
Direitos do Homem e do Cidadão, antes mesmo de elaborar e votar a Constituição. 
Era o início da Revolução Francesa, que viria a ser o mais forte símbolo e foco da 
irradiação da luta contra o absolutismo monárquico e os privilégios da aristocracia 
em toda a Europa. 
Esses acontecimentos não eram obra do acaso. Constituíam, na verdade, 
manifestações do processo geral de transformações das estruturas econômicas, 
sociais, políticas e jurídicas da sociedade. Processo que os pensadores iluministas 
vinham discutindo e expondo em numerosas obras e diversos campos do saber. 
Essas transformações, é certo, estavam apenas se esboçando e as ideias 
iluministas nem sempre eram claras sobre elas e nem concordantes. Mas apontavam 
para uma direção econômica e política comum: defesa da liberdade de mercado – 
laissez-faire (Expressão em francês que resume a doutrina do liberalismo econômico. 
Significa “deixar fazer” e aludia ao princípio liberal da liberdade de comércio e de 
produção sem interferência do Estado.) -, de investir, produzir, vender e comprar 
mercadorias, estabelecimento de leis, direitos e deveres iguais para todos os 
cidadãos, submissão dos governantes a uma Constituição e a vontade popular 
expressa por representantes eleitos, secularização do Estado, com a sua separação da 
Igreja e, da mesma forma, laicização da educação por meio de sua desvinculação de 
qualquer confissão religiosa. 
A crise do sistema colonial 
Nesse quadro de dificuldades crescentes do Antigo Regime, também foram 
atingias as estruturas do sistema colonial, de base monopolista e escravista. Em 1776, 
no mesmo

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