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CAP- 2019 Prof. Fábio Cesar Candido prof.radiologia.fabio.candido@gmail.com https://sites.google.com/view/proffabiocandido/home CONTEÚDO 1 – Meios de Proteção; 2 – Dose de radiação e efeitos genéticos; 3 – Sistema de proteção radiológica; 4 – Qulificação profissional; 5 – Controle de áreas de serviço, Controle ocupacional, Restrições de dose em exposições médicas. REVISÃO RADIAÇÃO Radiação é a propagação de energia na forma de ondas eletromagnéticas ou de partículas. A onda eletromagnética é uma forma de energia, constituída por campos elétricos e campos magnéticos variáveis e oscilando em planos perpendiculares entre si, capazes de propagar-se no espaço. No vácuo, sua velocidade de propagação é de 300.000 km/s (velocidade da luz). Os átomos têm diversas partículas em sua composição. É essencial saber como cada uma destas pequenas partes do átomo funcionam para entender de onde vem a radiação emitidas a partir delas. REVISÃO RADIAÇÃO REVISÃO RADIAÇÃO Radiação Ionizante e Não ionizante As radiações são produzidas por processos de ajustes que ocorrem no núcleo ou nas camadas eletrônicas, ou pela interação de outras radiações ou partículas com o núcleo, ou também com o átomo por inteiro. REVISÃO RADIAÇÃO REVISÃO RADIAÇÃO Poder de Penetração da Radiação 1 - As partículas alfa são bastante energéticas, mas são facilmente barradas por uma folha de papel; 2 - As partículas beta são mais penetrantes e menos energéticas que as partículas alfa, conseguem atravessar lâminas de chumbo de até 2 mm ou de alumínio de até 5 mm no ar, mas podem ser barradas até por uma placa de madeira com no mínimo 2,5 cm de espessura; 3 - As partículas gama percorrem milhares de metros no ar, são mais perigosas, quando emitidas por muito tempo podem causar má formação nas células. Os raios gama conseguem atravessar chapas de aço de até 15 cm de espessura, mas são barradas por grossas placas de chumbo ou paredes de concreto. REVISÃO RADIAÇÃO 1 – MEIOS DE PROTEÇÃO Radioproteção ou Proteção Radiológica é um conjunto de medidas que visam proteger o homem e o ecossistema de possíveis efeitos indesejáveis causados pelas radiações ionizantes. 1 – MEIOS DE PROTEÇÃO Procedimentos básicos para uso e manutenção de mecanismos em radioproteção. - Utilizar o equipamento de proteção individual adequado: luvas, avental, óculos, máscara, etc.; - Utilizar os instrumentos de monitoração durante todo o trabalho: monitor individual(filme ou TLD), monitor de área, monitor de contaminação superficial, etc.; - Manter limpo e em ordem a área(ou laboratório) onde se trabalha com equipamento; 1 – MEIOS DE PROTEÇÃO - As áreas onde se trabalha com raios X devem ser seguras e bem sinalizadas; - Trabalhar em lugar com iluminação e ventilação adequadas; - Realizar os exames nas conformidades descritas e com cautela; - Dosímetro deve ser usado apenas dentro das dependências da sala de exame, não podendo circular com o mesmo pelo hospital ou rua; - Não dobrar avental de chumbo; - Manter distância, utilizar biombo; 1 – MEIOS DE PROTEÇÃO A melhor proteção sempre será a distância, tempo e blindagem. Saber executar o exame e aplicar as técnicas certas para minimizar a dose, evitar repetição e ajudar na proteção. Sempre deve-se planejar o exame antes de realizá- lo. 2 – DOSES DE RADIAÇÃO E EFEITOS GENÉTICOS. Limitação Um dos objetivos da radioproteção é a de manter os limites de dose equivalente anual para os tecidos. Os níveis precisam estar abaixo do limiar do detrimento para os efeitos não-estocásticos para o tecido. Dessa forma impõe-se que as doses particulares de Indivíduos Ocupacionalmente Expostos(IOE) e de indivíduos do público não devem exceder os limites anuais de doses estabelecidos. 2 – DOSES DE RADIAÇÃO E EFEITOS GENÉTICOS. O que é um IOE? IOE é o Indivíduo Ocupacionalmente Exposto. Sua prática diz respeito à exposição normal ou potencial do indivíduo a toda atividade humana que introduz fontes de exposição, vias de exposição adicionais ou estende a exposição a mais pessoas. 2 – DOSES DE RADIAÇÃO E EFEITOS GENÉTICOS. 2 – DOSES DE RADIAÇÃO E EFEITOS GENÉTICOS. No I.O.E a dose Efetiva de 100 mSv em 5 anos consecutivos e 50 mSv em único ano, ou 20 mSv ano. Dose efetiva ano para estudantes: 6 mSv. Dose equivalente anual de 150 mSv para extremidades e 50 mSv para o cristalino. I.P a dose efetiva ano: 1 mSv. Para mulheres grávidas ocupacionalmente expostas, 1 mSv durante o resto do período de gestação( CNEN). (ii) as condições de trabalho devem ser revistas para garantir que a dose na superfície do abdômen não exceda 2 mSv durante todo o período restante da gravidez, tornando pouco provável que a dose adicional no embrião ou feto exceda cerca de 1 mSv neste período (PORTARIA 453/98). A dose acumulada por uma pessoa que trabalha numa área exposta a uma determinada taxa de dose é diretamente proporcional ao tempo em que ela permanece na área. Essa dose pode ser controlada pela limitação desse tempo. 2 – DOSES DE RADIAÇÃO E EFEITOS GENÉTICOS. DOSE EQUIVALENTE: Radiação absorvida em um órgão. DOSE EFETIVA: Soma ponderada de dose equivalente em todo corpo. 2 – EFEITOS GENÉTICOS. Os efeitos biológicos podem variar quanto ao tipo de célula atingida. Os efeitos classificados como genéticos ou hereditários são aqueles que ocorrem a partir de danos provocados pela irradiação de células germinativas (óvulos ou espermatozoides). Estes efeitos podem manifestar-se quando estas células reprodutivas forem utilizadas no processo de reprodução. Nestes casos, o efeito biológico se manifestará nos descendentes dos indivíduos irradiados. Os principais exemplos são as mutações genéticas e as malformações. 2 – EFEITOS GENÉTICOS. A radiação pode provocar basicamente dois tipos de danos ao corpo, um deles é a destruição das células com o calor, e o outro consiste numa ionização e fragmentação (divisão) das células. . Quando o número de células afetadas ou até mesmo mortas for grande o suficiente, a radiação poderá resultar na disfunção e morte dos órgãos atingidos. A ionização e fragmentação celular implicam em problemas de mutação genética durante a gestação de fetos, que nascem prematuramente ou, quando dentro do período de nove meses, nascem com graves problemas de má formação. Se as células modificadas forem aquelas que transmitem a informação hereditária aos descendentes, desordens genéticas podem surgir. 3 – SISTEMA DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA. Princípios Básicos de Proteção Radiológica. Três conceitos que representam o tripé de sustentação filosófica da proteção radiológica. 3 – SISTEMA DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA. Princípio da Justificação Nenhuma prática será aceita a não ser que a prática produza benefícios, para os indivíduos expostos ou para a sociedade, suficientes para compensar o detrimento correspondente, tendo-se em conta fatores sociais e econômicos, assim como outros fatores pertinentes. 3 – SISTEMA DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA. Princípio da Otimização As exposições sejam tão baixas quanto possa ser razoavelmente exequível. 3 – SISTEMA DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA. Princípio da Limitação de Doses Os limites de dose, tanto para indivíduos do público quanto para indivíduos ocupacionalmente expostos à radiação ionizante, devem ser respeitados. O princípio ALARA – “As Low As Reasonably Achievable” Tão baixo quanto razoavelmente possível Os três grandes princípios na filosofia ALARA são: TEMPO – DISTÂNCIA - BLINDAGEM 3 – SISTEMA DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA. O sistema é composto de: Tempo de exposição, Blindagem, Distância. • Menor tempo de exposição à fonte; • Maior distância à fonte; • Uso de blindagens entre operador e a fonte. A proteção radiológica deve ser otimizadade acordo com o princípio ALARA, ou seja, as doses devem ser tão baixas quanto razoavelmente exequíveis. TRÊS PRICÍPIOS DE ALARA 3 – SISTEMA DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA. Equipamentos de proteção - Os serviços de diagnóstico devem ter disponíveis em número adequado aventais de chumbo, protetores de tireoide, luvas plumbíferas, óculos plumbíferos etc, sempre que aplicável. Sinalização e Controle de Acesso - Todas as salas com equipamentos emissores de radiação ionizante devem ser adequadamente sinalizadas com o símbolo que indica a presença de radiação ionizante. 4 – QUALIFICAÇÃO PRFISSIONAL. Responsável técnico - tem sua atribuição definida pela Portaria da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde nº 453, de 1 de junho de 1998, com base em dispositivos constitucionais, e na Lei 8.080, de 19 de outubro de 1990. Para responder pela função de responsável técnico é necessário possuir: a) Formação em medicina, ou odontologia, no caso de radiologia odontológica; b) Certificado de qualificação para a prática, emitida por órgão de reconhecida competência ou colegiados profissionais, cujo sistema de certificação avalie também o conhecimento necessário em física de radiodiagnóstico, incluindo proteção radiológica, e esteja homologado no Ministério da Saúde para tal fim.” 4 – QUALIFICAÇÃO PRFISSIONAL. O supervisor de radioproteção é o profissional que possui conhecimentos de radioproteção para elaborar o Plano de Radioproteção e saber implantar o Serviço de Radioproteção de uma instituição. Trata-se de uma especialização, por isso quem deseja se tornar um supervisor de radioproteção deve possuir o diploma de curso superior de graduação (Bacharelado, Tecnólogo ou Licenciatura) reconhecido pelo MEC (Ministério da Educação) nas áreas tecnológica, biomédica ou científica, com formação acadêmica compatível com a área pretendida, requisitos previstos na Norma CNEN NN 7.01. 5 – CONTROLE DE ÁREAS DE SERVIÇO. Nenhuma instalação pode ser construída, modificada, operada ou desativada, nenhum equipamento de radiodiagnóstico pode ser vendido, operado, transferido de local, modificado e nenhuma prática com raios-x diagnósticos pode ser executada sem que estejam de acordo com os requisitos estabelecidos. Nenhum serviço de radiodiagnóstico pode funcionar sem estar devidamente licenciado pela autoridade sanitária local. Aprovação, sob os aspectos de proteção radiológica, do projeto básico de construção das instalações. Emissão do alvará de funcionamento. Relação dos exames a serem praticados, com estimativa da carga de trabalho semanal máxima, considerando uma previsão de operação de cada instalação por, no mínimo, 5 anos. 5 – CONTROLE DE ÁREAS DE SERVIÇO. O alvará de funcionamento do serviço tem validade de, no máximo, dois anos. Um novo relatório de levantamento radiométrico deve ser providenciado: a) Após a realização das modificações autorizadas. b) Quando ocorrer mudança na carga de trabalho semanal ou na característica ou ocupação das áreas circunvizinhas. c) Quando decorrer 4 anos desde a realização do último levantamento. 5 – CONTROLE DE ÁREAS DE SERVIÇO. A desativação de equipamento de raios-x deve ser comunicada à autoridade sanitária, por escrito, com solicitação de baixa de responsabilidade e notificação sobre o destino dado ao equipamento. Para fins de planejamento de barreiras físicas de uma instalação e para verificação de adequação dos níveis de radiação em levantamentos radiométricos, os seguintes níveis de equivalente de dose ambiente devem ser adotados como restrição de dose: a) 5 mSv/ano em áreas controladas, b) 0,5 mSv/ano em áreas livres. 5 – CONTROLE DE ÁREAS DE SERVIÇO. Os ambientes do serviço devem ser delimitados e classificados em áreas livres ou em áreas controladas, segundo as características das atividades desenvolvidas em cada ambiente. As salas onde se realizam os procedimentos radiológicos e a sala de comando devem ser classificadas como áreas controladas. Em instalações de radiodiagnóstico, toda circunvizinhança da área controlada deve ser classificada como área livre, sob o aspecto de proteção radiológica. 5 – CONTROLE DE ÁREAS DE SERVIÇO. DOS AMBIENTES - As salas de raios-x devem dispor de: Paredes, piso, teto e portas com blindagem que proporcione proteção radiológica às áreas adjacentes, de acordo com os requisitos de otimização, observando-se os níveis de restrição de dose estabelecidos neste Regulamento. Deve-se observar, ainda: (i) as blindagens devem ser contínuas e sem falhas; (ii) a blindagem das paredes pode ser reduzida acima de 210 cm do piso, desde que devidamentejustificado; (iii) particular atenção deve ser dada à blindagem da parede com "bucky" mural para exame de tórax e às áreas atingidas pelo feixe primário de radiação; (iv) toda superfície de chumbo deve estar coberta com revestimento protetor como lambris, pintura ou outro material adequado. 5 – CONTROLE DE ÁREAS DE SERVIÇO. b) Cabine de comando com dimensões e blindagem que proporcione atenuação suficiente para garantir a proteção do operador. c) Sinalização visível na face exterior das portas de acesso, contendo o símbolo internacional da radiação ionizante acompanhado das inscrições: "raios-x, entrada restrita" ou "raios-x, entrada proibida a pessoas não autorizadas". d) Sinalização luminosa vermelha acima da face externa da porta de acesso, acompanhada do seguinte aviso de advertência: "Quando a luz vermelha estiver acesa, a entrada é proibida". A sinalização luminosa deve ser acionada durante os procedimentos radiológicos indicando que o gerador está ligado e que pode haver exposição. Alternativamente, pode ser adotado um sistema de acionamento automático da sinalização luminosa, diretamente conectado ao mecanismo de disparo dos raios-x. 5 – CONTROLE DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ÀS RADIAÇÕES IONIZANTES Efeitos biológicos das radiações ionizantes Efeitos estocásticos - Levam a transformação celular – alteração de DNA. Efeitos determinísticos - Levam a morte celular. Medidas de Controle Plano de Proteção Radiológica (NR 32) Identificar o Profissional Responsável; Fazer parte do PPRA; Considerado na elaboração e implementação do PCMSO (programa contr. Médico e sáude ocupacional); 5 – CONTROLE DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ÀS RADIAÇÕES IONIZANTES Permanecer o menor tempo possível; Conhecimento dos riscos radiológicos; Capacitado inicialmente e de forma continuada; Usar EPI adequado; Monitoração individual de dose de radiação ionizante; Precaução e controle de radiações nos ambientes de trabalho – Revestimento de locais que contem equipamentos geradores de radiação (CHUMBO). – Indicadores luminosos instalados nos locais de acesso a áreas sujeitas a radiações devem informar se os equipamentos estão em uso ou não. – Os equipamentos de radiação devem ser desligados automaticamente caso ocorra abertura acidental da porta de acesso à área sujeita a radiações. 5 – CONTROLE DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ÀS RADIAÇÕES IONIZANTES – Os operadores de equipamentos geradores de radiação devem receber treinamento especializado. – Os operadores devem usar aventais plumbíferos durante as radiografias realizadas fora das salas apropriadas (casos de emergência, no centro cirúrgico, etc.). 5 – CONTROLE DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ÀS RADIAÇÕES IONIZANTES 5 – CONTROLE DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ÀS RADIAÇÕES IONIZANTES NHO-05 (Norma de Higiene Ocupacional) Avalição da Exposição Ocupacional aos Raios X nos serviços de Radiologia A norma estabelece procedimentos para a realização de levantamentos radiométricos das salas de equipamentos emissores de raio X diagnóstico e para a medição da radiação de fuga do cabeçote desse equipamentos. 5 – CONTROLE DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ÀS RADIAÇÕESIONIZANTES Portaria SVS/MS n° 453, de 1 de junho de 1998. A Lei Federal estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico, dispõe sobre o uso dos raios-x diagnósticos em todo território nacional e dá outras providências. 5 – CONTROLE DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ÀS RADIAÇÕES IONIZANTES CNEN NN 3.01 Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica EFEITOS DA RADIAÇÃO Efeitos estocásticos são aqueles em que a probabilidade de ocorrência é proporcional à dose deradiação recebida, sem a existência de limiar. Efeitos determinísticos são aqueles para o qual existe limiar de dose necessário para sua ocorrência e cuja a gravidade aumenta com a dose.
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