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Sistema Digestório - Fisiologia Veterinária II

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Fisiologia Veterinária II - Sistema digestório
Jéssica Hellen Ribeiro Queiroga
Atividades:
Mecânica e química: Digestão e absorção.
- Principais nutrientes: Lipídeos, proteínas e carboidratos.
Absorção: Passagem dos nutrientes do lúmen para dentro das células (através de canais) e, posteriormente, para a corrente sanguínea ou linfática.
Atividade mecânica: Diminuir o tamanho dos alimentos para permitir sua absorção através dos canais.
Herbívoros> possuem 3 pré-estômagos: Rúmen, retículo e omaso e 1 estômago verdadeiro: abomaso.
Motora (são juntas e coordenadas):
- Peristálticas: Empurrar o conteúdo para frente em sentido craniocaudal em forma de contrações.
- Segmentares: Movimento de misturas das secreções com o conteúdo.
Secretora: através de glândulas:
- intrínsecas: Localizadas na parede do TGI
- extrínsecas: Glândulas salivares, fígado e pâncreas.
Componentes das secreções:
> Água: Umedece os alimentos para facilitar a digestão.
> Enzimas: Realizam a quebra química.
> Íons: controlam o pH: H+ (Ác.) e HCO-3 (Bás.)
> Muco: Lubrifica a parede para diminuir seu atrito com o alimentos/serve de proteção.
Estímulos: presença de alimento em contato com a parede (receptores associados com vias aferentes). 
> Mecanoceptores: ativam a ação do TGI e são sensíveis a fibras encostadas na sua parede.
> Quimiceptores: Sensíveis a subst. química do alimento.
> SNA: atua quando não há alimento (sono, jejum) e mantém a atividade desses órgãos.
Células absortivas: absorvem os nutrientes.
- Camadas do intestino: 
° Epiteliais: Vilosidades
° Submucosa: Glândulas intrínsecas jogam secreção no lúmen.
° Muscular: Circular> circulam o TGI. Longitudinal> atigem as outras áreas.
SISTEMA INTRÍNSECO – ENTÉRICO:
° Plexo submucoso: Estimula a secreção entre submucosa e camada muscular: ESSENCIAL
° Plexo mioentérico: Estimula motilidade
SISTEMA EXTRÍNSECO:
SNP (Colinérgicos muscarínicos): Aumenta motilidade e secreção
SNS: Diminui motilidade e secreção.
Esfíncter: Distensibilidade reduzida. Controla entrada e saída de alimentos e evita o refluxo.
REFLEXOS GASTROINTESTINAIS:
Ativatório: É excitatório e estimula o caminho do alimento em sentido craniocaudal.
Inibitório: Inibe a passagem de alimentos.
AMBOS: Controlam a passagem através do SNA e hormônios.
CAVIDADE ORAL: 
Atividade motora: Realiza mastigação, trituração. Início da digestão. Realiza deglutição oral de forma VOLUNTÁRIA.
Atividade secretora: Secreta íons, enzimas (amilase e lipase salivar), fator de crescimento epidérmico (estimula o crescimento do tecido da boca), muco e lisoenzima (proteína que age como agente imunológico quebrando as paredes de polissacarídeos complexos que formam as bactérias. Cumpre a função de proteção frente a infecções.)
° Saliva primária: Possui mesma osmolaridade do plasma.
° Saliva secundária: Sai no final do túbulo.
REGULAÇÃO NEURO-HUMORAL:
SNP: Quando ativado, a saliva sai mais fluida devido a sua ação vasodilatadora.
SNS: Quando ativado, a saliva sai mais densa devido a sua ação de vasoconstringir.
PRODUTO FINAL DA DIGESTÃO NOS RUMINANTES: Ácidos Graxos Voláteis (AGV’s) > Butirato, propionato e acetato.
SALIVA DOS RUMINANTES: Alta concentração de HCO3- e HPO4 = pH: 8,1 que é importante para:
- neutralização dos AGV produzidos nos pré-estômagos.
- ajuda a manter pH nos pré-estômagos: para ele não acidificar muito.
- serve como reciclagem para síntese de produtos nas bactérias residentes, como nucleotídeos, fosfolipídios, coenzimas... 
FARINGE:
Atividade motora: Deglutição faríngea (involuntária). Quando está obstruída, causa reflexos nos sistema respiratório e digestório.
Atividade secretora: Muco para auxiliar a passagem do alimento e lubrificar a sua parede para evitar atrito e lesões.
ESÔFAGO (há mudança da musculatura esquelética para a lisa): 
Atividade motora: Deglutição esofágica (involuntária). Há contrações peristálticas (só ocorrem em musculatura lisa).
Atividade secretora: muco
DE MONOGÁSTRICO A RUMINANTE:
Pré-estômagos: Retículo, rúmen e omaso. Eles representam as câmaras fermentativas, pois lá que ocorre a fermentação. 
° Atividade motora rumenal: Ciclo primário (retículo até saco cego) > para frente. Ciclo secundário (saco cego até a cárdia) > para trás.
Goteira esofágica em neonatos: direciona o leite do esôfago para o abomaso.
O crescimento do epitélio dos pré-estômagos é estimulado pela presença de alimentos.
Remastigação: romper a cera das plantas e, assim, as bactérias entrarem para realizarem a digestão (1) estimular mecano e quimioceptores a produzirem HCO3- e fosfato (2).
Eructação: Eliminação de gases, como metano e dióxido de carbono.
° Controle neural: 
- Aumento: Estimulação vagal, álcalis (bases) e estímulos mecânicos > Estimula o plexo mioentérico > Aumenta a motilidade > Aumenta absorção.
- Diminuição: Acúmulo de Ác. Graxos, baixa quantidade de fibras (não ativará Mecanoceptores), acidose: timpanismo (som timpânico causado pelo acúmulo de gases).
Caso clínico: Acalasia e megaesôfago: O que pode causar:
- Dificuldade de abertura do esfíncter de transição entre esôfago e estômago;
- Varizes esofágicas.
ESTÔMAGO QUÍMICO (ABOMASO):
- Órgão de armazenamento: possui capacidade de distensão para caber seu volume.
- Esfíncter gastresofágico (cardio): Controlado pelo SNS e SNP.
- Esfíncter pilórico (entre abomaso e intestino delgado): tecido fibroso, não tem abertura muito grande > passa pouco conteúdo para duodeno.
Região oral: Baixa atividade elétrica basal, alta distensibilidade, contração tônica, reservatório. 
Região caudal: Alta Atividade elétrica basal, baixa distensibilidade, contrações peristálticas, agitação, trituração e mistura de sólidos.
Atividade motora: 
- Bomba pilórica: Propulsão (para frente) e retropropulsão (para trás) > região fúndica deve estar mais vazia para ocorrer o movimento correto.
Caso clínico: Torção gástrica em cães quando o estômago e totalmente preenchido e há atividade física intensa. O estômago torce.
- Veterinário deverá ser acionado imediatamente para distorcer o estômago, visto que pode causa septicemia (ambiente favorável a proliferação de microrganismos).
 Atividade secretora: secreção gástrica
- Água, íons, muco e enzimas (componentes básicos de todas as secreções);
Células parietais estomacais secretam:
- Fator intrínseco: Ele vai para o esôfago, se liga a vitamina B12 para permitir a sua absorção (auxilia na formação de eritrócitos). Anemia perniciosa: proveniente da falta de absorção da vitamina B12.
- HCL (Ác. Clorídrico): Ativa o pepsinogênio (fabricado pelas células principais), que é uma protease produzida na forma inativa. Essa protease se ativa em ambiente ácido.
Células mucosas: Produção de muco e HCO3- para revestir a parede do estômago para que ela não se corroa, já que o ambiente é ácido.Sensíveis à presença de alimentos
Células G: Secreta gastrina que estimula a secreção de Ác. Gástrico.
Células D: Secreta somatostatina que inibe a secreção de ácido gástrico.
 Células I: Secreta: CCK (colecistocinina) e GIP (Peptídeo inibitório gástrico)
que inibem a motilidade estomacal. 
Células gástricas: Secreta histamina que estimula secreção de Ác. Gástrico. 
Células principais: Secretam pepsinogênio (digere proteínas quando Ativado) e lipase gástrica (digere gorduras).
Hormônio: Gastrina estomacal > inibe a motilidade do estômago.
SNS e SNP: Diminuem a motilidade estomacal.
INTESTINO DELGADO: Absorção de carboidratos, gordura e preoteínas através da borda em escova.
Atividade motora: Contrações peristálticas e segmentares.
Atividade secretora: 
- Muco: lubrificação
- Enzimas (enteroquinase): Digestão química.
- Gastrina, CCK, secretina, GIP: diminuição da motilidade estomacal.
- Motilina: Estimula contrações fracas entre as refeições.
SECREÇÃO HEPÁTICA: Bile > composta de água, íons (HCO3-), Bilirrubina, Ácidos biliares (8 sais biliares)
- Produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar.
- Promove emulsificação da gordura,
isto é, separa a gordura em gotículas para facilitar a digestão, visto que a área de contato estará aumentada. BILE NÃO DIGERE GORDURA, ELA NÃO TEM ENZIMAS NA SUA COMPOSIÇÃO.
- Cavalo não possui vesícula biliar, portanto, sua dieta deverá ser com menor quantidade de gorduras.
Caso clínico: Esteatorreia > presença de gordura nas fezes.
Hormônios que regulam a secreção de bile:
CCK: Contrai a vesícula biliar e abre o esfíncter do ducto colédoco.
Secretina: Estimula a secreção de HCO3- nas vesículas > sensível a presença de Ácidos.
SECREÇÃO PANCREÁTICA: Possui porção aquosa e porção enzimática.
- Água, muco, enzimas (amilase pancreática, lipase pancreática, tripsinogênio, quimotripsinogênio, proelastase, procarboxipeptidase).
Regulação hormonal: 
CCK: Estimula a porção enzimática.
Secretina: Regula a porção aquosa e secreção de HCO3-.
INTESTINO GROSSO: Tem saculações para armazenamento de fezes > o formato vem dessas saculações.
A câmara fermentativa dos herbívoros monogástricos é localizada ali.
Escherichia colli: Transforma restos alimentares em fezes.
Atividade motora: 
- Movimento de massa: Contrações peristálticas.
- Haustrações: Dilatações do intestino.
Atividade secretora: Muco.
Marca-passo: Células cajaus > automáticas > estimulam retropropulsão.
REFLEXO RETOESFINCTÉRICO:
Defecação: Estimuladas pelas fibras do parassimpático sacrais: A presença de alimentos no reto estimula mecanoceptores que enviam informações aos neurônios aferentes > medula espinhal envia resposta a neurônios eferentes > abertura de esfíncter anal interno.
DIGESTÃO E ABSORÇÃO:
- Digestão química: Através de enzimas.
Carboidratos: Amilase salivar e amilase pancreática. Amido/amilopectina > dissacarídeos > glicose.
* Toda enzima que digere dissacarídeo é produzida pelo epitélio borda em escova.
Absorção do carboidrato:
Quebra de carboidrato até de tronar glicose > passa para as células intestinais por difusão facilitada nos canais de sódio > vai para corrente sanguínea por difusão simples.
Galactose: (mesma coisa da glicose)
Frutose: passa tanto para a célula intestinal, quanto para a corrente sanguínea através de difusão simples.
Absorção de proteína:
Proteases são produzidas na forma inativa e secretadas pelas células principais do estômago em forma de pepsinogênio que, num ambiente ácido, vira uma protease ativa.
O HCL produzido pelas células parietais, ativa o pepsinogênio, por ser ácido. 
HCL: 
> Ativa pepsinogênio;
> Bactericida;
> Estimula células parietais (produzir HLC para manter ambiente ácido);
> Desnatura proteínas globulares.
Enzimas digestoras de proteínas: 
Tripsinogênio (através da enteroquinase) > Tripsina > Depois vira enzima para transformar em + tripsina.
Peptidases citosólicas: Quebra proteína dentro das células.
Aminoácidos passam para as células intestinais através de canais de sódio por difusão facilitada > Difusão simples > corrente sanguínea.
Lipídeos:
- Formação da membrana plasmática;
- Composição de hormônios.
Absorção de lipídeos:
Bile emulsifica a gordura > formam-se micelas > gordura entra nas células intestinais > apoproteína se liga a gordura > difundem-se para a corrente sanguínea. 
A gordura não sai da célula sem a presença da apoproteina, podendo causar uma esteatose.
DIGESTÃO FERMENTATIVA: Através de enzimas produzidas por microrganismos presente no trato digestório desses animais.
Os ruminantes utilizam os ácidos graxos voláteis como fonte de energia.
Carboidratos estruturais: Necessitam da ação das bactérias para realizar sua digestão: Celulose / hemicelulose.
Amido > glicose > AGV cadeias curtas – metabolizado no fígado- > transforma em energia.
99% da energia dos ruminantes é vinda da fermentação.
Herbívoros: Só são capazes de aproveitar os alimentos de origem vegetais estruturais devido à digestão bacteriana.
° Bactérias, fungos, protozoários:
- Fornece energia através da digestão dos alimentos;
- Fonte de proteína (sua estrutura);
- Eliminam compostos tóxicos produzidos no processo de digestão fermentativa.
Ác. Lático produzido durante a digestão é altamente tóxico, por isso é convertido a ácido propiônico. 
Locais de fermentação dos herbívoros:
- Ruminantes: Pré – estômagos
- Monogástricos: Intestino grosso/ceco.
> Vários tipos de bactérias realizam fermentação.
Ruminantes: Maiores aproveitadores dos nutrientes fermentativodependentes, por causa de sua anatomia. Os alimentos passam por digestão fermentativa nos pré – estômagos, digestão química no estômago verdadeiro, além de Remastigação constante, o que facilita a quebra das moléculas em fragmentos cada vez menores, o que facilita a absorção dos mesmos no intestino delgado.
Monogástricos: Não aproveitam o tanto que poderiam, visto que suas câmaras fermentativas são depois do intestino delgado. 
Eles adquirem bactérias fermentativas através do consumo de fezes de animais mais adultos.
As bactérias não morrem nesse processo devido a basicidade que o leite proporciona ao estômago, deixando o ambiente mais básico.
Alimentos: classificados de acordo com o conteúdo de fibra e de outros nutrientes.
- Volumoso: Carboidrato com estrutura complexa > importante para motilidade. Ex.: Fenos, palhados, silagens e etc. Quando mais velho for o capim, menos digestibilidade haverá. Quanto pior for o volume, maior necessidade de suplementação.
- Concentrado: Carboidrato de cadeia mais simples > digestão mais rápida. Ex.: milho, soja, trigo, aveia, cevada, nozes, palma.
Se diminuir muito o tamanho das fibras, diminui o contato das fibras com os mecanoceptores e, sem esse estímulo, diminui a motilidade.
A absorção está ligada diretamente com a motilidade. Baixa motilidade > baixa absorção.
Água: Componente importante dos alimentos. Além de manter a hidratação, auxilia na digestão.
Minerais e vitaminas: Micronutrientes 
INFLUÊNCIA DO ALIMENTO INGERIDO NO DESENVOLVIMENTO DE MICRORGANISMOS NO RÚMEN:
Ingestão de volumoso > Aumenta tempo de mastigação > Aumenta salivação > Aumenta o pH > favorece o crescimento de microrganismos celulolíticos
Ingestão de concentrado > Diminui o tempo de mastigação > Diminui salivação > Diminui o pH > favorece o crescimento de microrganismos amilolíticos.
Digestão dos nutrientes: 
Carboidratos:Formação de ácidos graxos de cadeia curta – 60% da energia dos ruminantes:
° Ácido Butírico
° Ácido propiônico
° Ácido acético
- Celulose
- Hemicelulose
- Pectina
- Amido
Proteínas:
- Proteínas by pass:  proteína dietética que escapou da degradação rumenal;
- Proteína: aminoácidos, carbono e nitrogênio > essenciais para síntese de proteínas bacterianas.
 Esvaziamento rumenal - microrganismos são levados ao abomaso e intestino delgado onde as proteínas são digeridas e os aminoácidos são absorvidos.
Ureia: Importante da dieta dos ruminantes para fornecer nitrogênio para a síntese de proteína bacteriana.
- Eliminada pelos rins
- Fornecida através de secreção salivar, circulação.
Gorduras: 
- São consumidas da forma insaturada > sofre hidrogenação > saturada > absorvida no intestino delgado (por isso animais herbívoros possuem gordura saturada em seus adipócitos).
DIGESTÃO DO HERBÍVORO MONOGÁSTRICO:
Câmara fermentativa situada no intestino grosso.
- Contém microrganismos;
- Manutenção do pH: secreção de bicarbonato e fosfato no íleo. Secreção de bicarbonato, sódio e cloreto no cólon ventral direito.
- Secreção de ureia: fonte de proteína para os microrganismos.
- Tempo de retenção de alimentos nas câmaras é longo > anatomia favorece.
Movimentos:
- Segmentação Haustral: devido ás dilatações 
- Peristaltismo propulsivo e retropropulsivo: para frente e para trás
- Marca-passo: Células cajaus, automáticas, que estimulam a retropropulsão.
- Cólon dorsal e ventral: inervado por fibras parassimpáticas > nervos cranianos.
- Reto > SNP > fibras sacrais.
Digestão de nutrientes:
Carboidratos: 
- semelhante aos ruminantes;
- Absorção de AGV’s na parede do ceco e cólon maior.
Proteínas:
- importantes para a preservação dos microrganismos,
que são fundamentais para a digestão fermentativa de carboidratos. 
- Secreção de ureia.
Gorduras:
- Não há absorção de gordura no intestino grosso de animais herbívoros;
- parte do alimento chegado ao intestino grosso pode ser perdido nas fezes, por isso, alguns animais comem cocô.

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