Buscar

urolitíase em cães (escrita)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

IMED 
 
GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAROLINE DALL’IGNA 
ELEN DALLA CORT SANTIN 
FERNANDO JUNIOR GIRARDI 
HENRIQUE TESSER 
PÂMELA ALVES MACHADO 
RAFAELA DALPIAN LANZARIN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UROLITÍASE EM CÃES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Passo Fundo 
2021 
Caroline Dall’Igna 
Elen Dalla Cort Santin 
Fernando Junior Girardi 
Henrique Tesser 
Pâmela Alves Machado 
Rafaela Dalpian Lanzarin 
 
 
 
 
 
 
 
 
UROLÍTIASE EM CÃES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo apresentado no curso de graduação em 
Medicina Veterinária da Faculdade Meridional 
– IMED. 
 
 
Orientador: Prof. Diego Morgan Dellagostin 
 
 
 
 
 
 
 
 
Passo Fundo 
2021 
UROLITÍASE EM CÃES 
 
Caroline Dall’Igna 
Elen Dalla Cort Santin 
Fernando Junior Girardi 
Henrique Tesser 
Pâmela Alves Machado 
Rafaela Dalpian Lanzarin 
Prof. Diego Morgan Dellagostin 
 
 
 
RESUMO 
 
A urolitíase canina é a formação de cristais que, devido à urina supersaturada, se agregam na 
forma sólida, o chamado urólito ou cálculo urinário, que pode ocorrer desde a pelve renal até a 
uretra. Os urólitos mais comuns encontrados em cães são oxalato de cálcio e amônia e fosfato 
de magnésio. Os sinais clínicos variam entre si, sendo a radiografia normal ou contrastada o 
método de diagnóstico mais utilizado. A ocorrência de infecções do trato urinário, flutuações 
no valor do pH urinário, fatores hereditários, tipo de dieta e baixa ingestão de água são 
chamados de fatores predisponentes. O tratamento é preferencialmente clínico, tentando 
dissolver os urólitos, porém, há casos em que o animal é submetido a procedimentos cirúrgicos. 
O método de prevenção consiste na utilização de dietas específicas para prevenir o 
aparecimento ou reincidência da afecção. 
Palavras-chave: Urolitíase. Urólito. Cães. Oxalato de Cálcio. Trato urinário. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O sistema urinário é responsável por filtrar e eliminar substâncias indesejáveis do corpo 
que são excretadas através da urina. No entanto, quando a urina tem altos níveis de minerais, 
pode levar à supersaturação da urina, predispondo a uma condição chamada urolitíase, que é 
caracterizada pela presença de urólitos (concreções, pedras ou cálculos) em todo o trato urinário 
(MAXIE & NEWMAN 2007, OSBORNE et al. 2008). Urólitos podem se formar em qualquer 
parte do sistema urinário, desde a pelve renal até a uretra (OSBORNE 2008, NETA & 
MUNHOZ 2008) e são constituídos por agregados de solutos urinários, precipitados e 
organizados em um núcleo central (ninho ou núcleo cristalino), por sua vez, circundado por 
lâminas concêntricas e por cristais superficiais (MAXIE & NEWMAN 2007, NEWMAN et al. 
2007). 
Predisposição familiares e/ou raciais, defeitos de nascença e lesões adquiridas podem 
contribuir com a formação de cálculos no trato urinário do cão (OSBORNE et al. 2008). Cães 
com anormalidades vasculares portais, hiperparatireoidismo primário, hipercalcemia ou 
hiperadrenocorticismo são predispostos à formação de cálculos urinários (MAXIE & 
NEWMAN 2007). A administração de vários medicamentos, como acidificantes e 
alcalinizantes da urina, antibióticos, quimioterápicos e corticosteroides, também podem 
favorecer para a ocorrência de urolitíase (OSBORNE et al. 2008). As doenças causadas por 
urólitos estão entre os problemas mais importantes do trato urinário em animais domésticos 
(MAXIE & NEWMAN 2007, NEWMAN et al. 2007) e podem terminar em morte. Lesões 
secundárias extensas podem se formar rapidamente no sistema urinário, especialmente se os 
cálculos obstruírem parcialmente ou completamente o fluxo de urina. No entanto, cálculos 
urinários não obstrutivos podem persistir por um longo tempo sem causar qualquer lesão ou 
serem observados clinicamente (OSBORNE et al. 1996, MAXIE & NEWMAN 2007, 
NEWMAN et al. 2007, NETA & MUNHOZ, 2008). Os cães de raças menores que são 
alimentados com rações contendo baixo teor de umidade, ou seja, rações mais secas tendem a 
urinar com uma menor frequência e a produzir uma quantidade menor de urina, contudo, mais 
concentrada, aumentando as chances de ocorrência de cálculo vesical. A prevalência clínica de 
urolitíase em cães varia de 0,5% a 1%. Nos Estados Unidos, estudos demonstraram que a 
urolitíase em cães é a terceira alteração mais relatada no trato urinário inferior (LULICH et al. 
2004). 
Esta revisão tem como objetivo fornecer à clínica de pequenos animais uma visão ampla 
sobre os mecanismos da urolitíase, apresentando informações relevantes sobre esta importante 
doença em cães, desde sua afecção até a melhor opção de tratamento. 
 
2. ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO 
 
Para K.M. Dyce (2019, p. 174): “O sistema urinário consiste em um par de rins, órgãos 
que formam a urina a partir do sangue; os ureteres, que conduzem a urina a partir dos rins; 
bexiga urinária, onde a urina é armazenada até que seja convenientemente eliminada; e uretra, 
por aonde finalmente a urina chega até o meio exterior. Como quase toda a uretra do macho 
também transporta os produtos reprodutivos, é comum descrevê-la juntamente com os órgãos 
reprodutivos”. 
3. UROLITÍASE EM CÃES 
3.1. Causas e Formação 
 
Independente do processo de formação, os urólitos são caracterizados pelo potencial de 
alteração na fisiologia do trato urinário (ETTINGER and FELDMAN, 2004). São uma série de 
fatores que contribuem para a formação de urólitos, como o pH da urina, o consumo reduzido 
de água e o tipo de dieta do animal. A supersaturação da urina com sais, combinada com uma 
alta ingestão de minerais e proteínas na dieta, é um dos principais fatores para a formação de 
cálculos (GRAUER, 2015). Outros fatores, como a alta concentração de cristaloides na urina, 
a diminuição da concentração de inibidores da cristalização urinária, o pH favorável e a 
infecção também estão diretamente relacionados (CASTRO and MATERA, 2005). Existem 
divergências entre os autores e diferentes hipóteses para a formação de ninhos de cristais e 
urólitos, mas nenhuma é totalmente aceita. Com base nos estudos, sugere-se que o fator mais 
provável para a formação de um ninho de cristais é a precipitação de uma solução supersaturada 
(ETTINGER and FELDMAN, 2004). 
O sexo do animal também é um fator a ser avaliado, sendo que os machos apresentam 
uma uretra longa e de pequeno diâmetro, o que facilita a obstrução por pequenos cálculos. Já 
as fêmeas, no entanto, têm uma uretra mais curta com um diâmetro maior, o que pode facilitar 
a formação de grandes cálculos únicos na bexiga. Em cães machos, o local mais comum de 
urólitos obstrutivos é na base do osso peniano. (GRAUER, 2015). 
Os urólitos são classificados de acordo com a composição dos cristais. Conhecer a 
composição do urólito é importante, pois os métodos modernos de detecção, tratamento e 
prevenção baseiam-se principalmente nesta informação (KAUFMANN et al., 2011). Ao iniciar 
a formação de um urólito, o seu núcleo deve ser mantido e devem existir condições que 
favoreçam a precipitação contínua de minerais, para que ocorra então seu crescimento 
(BIRCHARD and SHEDING, 2008). 
3.2. Epidemiologia 
 
A correlação dos tipos de cálculo e das raças mais afetadas varia de acordo com cada 
área. A representatividade das raças em determinada população influencia na prevalência de 
urólitos (SOSNAR et al., 2005). Ademais, Wisener et al. (2010) prova que existe uma 
influência temporal nos urólitos de oxalato de cálcio e estruvita, onde a afecção metabólica 
frequentemente afeta os cães e possui altos níveis de recidiva. Pesquisadores acreditam que a 
densidade demográfica humana pode influenciar a ocorrência de urólitos de oxalato e estruvita, 
devido a fatores não biológicos, como por exemplo, acesso a atendimento veterinário,
preferências clínicas e status socioeconômico influenciam na opção de tratar urólitos de 
estruvita a partir de dietas e antimicrobianos ou por meio de procedimentos cirúrgicos.No Brasil, Oyafuso et al. (2010) avaliaram quantitativamente a composição de 156 
urólitos de cães durante fevereiro de 1999 a janeiro de 2007 atendidos no Hospital Veterinário 
da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP – São Paulo. A maioria desses 
urólitos era simples. Os urólitos compostos representaram 18%, 30 dos cálculos avaliados. Os 
urólitos mistos, que representaram 2,5% do total, continham em sua composição fosfato de 
cálcio e estruvita. Os cães sem raça definida foram os mais acometidos e as raças mais 
identificadas foram Poodle, Cocker Spaniel, Dálmata, Pinscher, Yorkshire e Schnauzer, 
representando 66,7% dos urólitos de urato. Desses urólitos, apenas 1,3% tinham localização 
renal, 1,3% tinham localização em ureter e bexiga, 48,72% apenas na bexiga, 33,9% em bexiga 
e uretra e 13,5% apenas em uretra. Nesse estudo, os machos foram mais acometidos, 60,26% 
(OYAFUSO et al., 2010). 
A análise quantitativa dos urólitos é de extrema importância, pois só assim é possível a 
classificação correta dos mesmos e a identificação de todas suas camadas. Os protocolos de 
tratamento devem ser baseados nessas análises. A avaliação epidemiológica pode auxiliar na 
compreensão da patogenia da urolitíase (OYAFUSO et al., 2010). O sistema urinário tem como 
função a eliminação de metabólitos através da urina, entretanto alguns destes são menos 
solúveis precipitando na urina sob a forma de cristais. Estes acumulam-se no trato urinário, 
podendo então combinar com outros compostos, culminando na formação de cálculos 
(GRAUER, 2010; ARIZA, 2012). 
As urolitíases representam um dos principais motivos de queixa em cães e gatos com 
afecções urinárias. Nos cães, cerca de 18% dessas afecções são causadas por cálculos 
(MONFERDINI e OLIVEIRA, 2009). A formação dos urólitos está associada a fatores 
dietéticos e não dietéticos. Entre os fatores não dietéticos estão a raça, idade, infecção do trato 
urinário e sexo (STEVENSON e RUTGERS, 2006). A composição da dieta pode interferir tanto 
no aparecimento quanto na prevenção de recidivas de urolitíases, já que a mesma afeta a 
densidade específica, o volume e o pH urinário (CARCIOFI et al., 2007). Cães de raças 
pequenas e gatos alimentados com rações contendo baixo teor de umidade (secas) tendem a 
urinar com menor frequência e produzir uma quantidade menor de urina, porém mais 
concentrada, aumentando as chances de ocorrência da urolitíase (MONFERDINI e 
OLIVEIRA, 2009). 
3.3. Sinais Clínicos 
As características clínicas da urolitíase dependem do número, tipo e localização dos 
cálculos no trato urinário. Os sinais clínicos relacionados à cistite e uretrite são rotineiramente 
encontrados no atendimento clínico, uma vez que cálculos são comumente encontrados na 
vesícula urinária e uretra. Entre esses sinais estão: hematúria, polaciúria e disúria-estrangúria. 
A irritação da mucosa é relativamente grave em cães com urólitos em forma de bola com pontas 
rombas (FOSSUM, 2008; GASTIM, 2010; GRAUER, 2010; OLIVEIRA, 2010). 
A obstrução completa do fluxo urinário pode resultar em uremia pósrenal (ETTINGER 
and FELDMAN, 2004, OSBORNE et al., 1999a, OSBORNE et al., 1999b). A obstrução uretral 
pode ser ocasionada por urólitos ou “plugs” uretrais (ETTINGER and FELDMAN, 2004). No 
caso de cálculos maiores, a bexiga urinária ou a uretra podem romper, resultando em uma 
efusão abdominal ou acúmulo de líquido perineal subcutâneo e azotemia pós-renal. Em cães, o 
local mais comum de presença de urólitos é na bexiga urinária, portanto, costuma haver sinais 
clínicos de cistite nesses casos, como hematúria, polaciúria e disúria (GRAUER, 2015). Nessa 
espécie, pequenos urólitos podem permanecer no trato urinário por meses ou anos de forma 
assintomática (KAUFMANN et al., 2011). Sinais sistêmicos como vômito, letargia e anorexia 
também podem estar presentes, além da presença de cálculos palpáveis (DEAR et al., 2011). 
3.4. Diagnóstico e Exames Complementares 
 
A urolitíase é diagnosticada através da combinação de anamnese, exames físicos, 
urinálise, radiografias e ultrassonografias para diferenciação de urólitos e infecção do trato 
urinário, neoplasia do trato urinário, pólipos, coágulos sanguíneos e anomalias urogenitais 
(GRAUER, 2000). As alterações encontradas nos valores bioquímicos séricos podem ajudar a 
determinar as anormalidades metabólicas responsáveis pela litogênese, além de demonstrar 
evidências de disfunção renal (FORRESTER E LEES, 1998; OLSEN, 2004). 
3.4.1. Anamnese 
 
Na anamnese deve-se coletar informações principalmente sobre o histórico clínico de 
inflamações do trato urinário, obstrução ou infecções crônicas e relatos de eliminação de 
cálculos pela urina (COWAN, 1998). 
3.4.2. Exame Físico 
 
O exame físico é de grande importância na identificação de problemas que predispõem 
o animal a desenvolver cálculos. Os urólitos presentes no interior da bexiga urinária e uretra 
podem ser palpados pelo abdômen ou reto. A palpação na bexiga urinária deve ser realizada 
antes e depois da eliminação da urina, pois a bexiga repleta pode inibir urólitos. Já os cálculos 
grandes são palpáveis como massas firmes no interior da vesícula urinária. Todavia, a parede 
vesicular irritada pode dificultar a percepção de urólitos menores (GRAUER, 2000). 
Cowan (1998), expõe que se pode encontrar urina turva ou fétida, decorrente de 
infecção. Em alguns casos os cálculos podem não causar sinal clínico visível. Nas nefrolitíases, 
pode ser percebida na palpação, dor sublombar ou abdominal, podendo ter um aumento no 
tamanho dos rins, podendo também ser decorrente de uma obstrução ureteral (FORRESTER; 
LEES, 1998). 
 
3.4.3. Urinálise 
 
A urinálise é um procedimento utilizado para informar a composição de um cálculo, 
deve ser feita rapidamente após a coleta de urina. Assim, deve-se avaliar a urina quanto à 
presença de hemácias, células epiteliais, leucócitos, cristais, ovos de parasitas e bactérias 
(GRAUER, 2000). A quantidade de soluto presente na urina e o método de coleta são 
importantes fatores para a interpretação correta dos resultados. Comparando a urina coletada 
por cistocentese com a obtida a partir da micção natural pode auxiliar na identificação de 
doenças do trato urinário superior (LULICH et al., 1997; GRAUER, 2000). De acordo com 
Grauer (2000), a cistocentese evita a contaminação da urina por bactérias, células e 
descamações vindas da uretra, vagina, vulva, prepúcio e útero. 
3.4.4. Diagnóstico por Imagem 
 
A ultrassonografia e radiografia abdominais tem por objetivo a verificação da presença, 
localização, número, dimensões e densidade dos urólitos, citam os autores Lulich et al. (1997); 
Cowan (1998) e Grauer (2000). Grauer (2000), ressalta que a radiografia e a ultrassonografia 
podem não detectar urólitos se eles não forem radiopacos ou forem muito pequenos. O 
diagnóstico mais sensível para detectar urólitos vesicais é a cistografia com duplo contraste. 
As técnicas para identificação de urólitos variam de acordo com o tipo de cálculo, por 
exemplo, cálculos de estruvita e oxalato de cálcio tem características mais radiopacas, sendo 
bem visualizados em um exame radiográfico simples (Figura 1). Já os urólitos de urato e cistina 
são mais radioluscentes, ou seja, tem densidade radiográfica pouco radiopaca, requerendo assim 
exames radiográficos contrastados como a uretrografia retrógada com contraste positivo 
(GRAUER, 2000; STURION et al., 2011). 
 
 
 
 
Figura 1 – Radiografia simples de cão com urólitos na bexiga urinária 
Fonte: MAGALHÃES, Felipe do Amaral (2012) 
Em concordância a Magalhães et al., (2009) e Oliveira (2010), os exames 
ultrassonográficos também são úteis para identificar a presença de urólitos. A ultrassonografia 
auxilia na localização exata do urólito e avalia o grau de obstrução. A uretra proximal só pode 
ser avaliada através da ultrassonografia. 
3.4.5. Endoscopia Urológica 
 
A cistolitíase e uretrolitíasesão diagnosticadas principalmente através da cistoscopia 
transuretral, em que podem ser observados os urólitos na uretra e na bexiga. Outro método é o 
uso da cistoscopia abdominal, mas por ter um alto custo e necessidade experiência do cirurgião 
é pouco utilizado (FOSSUM, 2008). 
3.5. Tratamento 
 
O tratamento da urolitíase pode ser feito por meio medicamentoso, cirúrgico ou ambos 
podem ser feitos, isso irá depender de alguns fatores e princípios como o alívio de qualquer 
obstrução uretral e descompressão da bexiga urinária. Isso pode ser realizado com a passagem 
de um cateter de pequeno calibre, cistocentese ou deslocamento do cálculo por uro- 
hidropropulsão da uretra para a bexiga para posterior destruição do mesmo a partir de
medicamentos, controle alimentício ou remoção através de cirurgi (Figura 2) (GRAUER, 2000; 
PICAVET et al., 2007; STURION et al., 2011). 
 
 
 Fonte: MAGALHÃES, Felipe do Amaral (2012) 
 
Segundo Zoculotto (2009), a solução de lavagem também pode ser composta de 
lidocaína e solução salina ou solução fraca de ácido acético (vinagre e água esterilizada). 
As técnicas cirúrgicas utilizadas são: cistotomia, uretrostomia pré-púbica, perineal e 
escrotal, ureterotomia (uretólitos) e nefrotomia (nefrólitos). 
 
3.6. Prognóstico 
 
O prognóstico dos animais acometidos por urólitos pode variar de favorável, moderado 
a sombrio, com base nesta classificação, o prognóstico pode variar devido ao tamanho do 
cálculo, local onde este se encontra e a clínica do paciente. O prognóstico, quando os sinais são 
resolvidos inicialmente, é considerado excelente. Sendo possível a ocorrência de recidivas de 
cálculos ou infecção do trato urinário (CUNHA, 2008). Quando os urólitos são identificados 
precocemente, é indicado a alteração da dieta deste paciente, fatores que aumentem a ingestão 
de água pelo animal, o controle do pH da urina desse paciente para proporcionar um ambiente 
que promova a dissolução destes cristais, assim com a utilização de medicamentos que 
promovam a diluição destes cálculos, já em casos mais graves, é recomendado a realização de 
cirurgia para a remoção desses cálculos (CARCIOFI et al., 2007). 
 
 
 
 
Figura 2 – Uro-hidropropulsão em cães. (A) cateterização próxima 
aos urólitos. (B) a uretra pélvica é pressionada sobre o pubis e o 
meato uretral é ocluído, criando-se um sistema fechado 
3.7. Recidivas e Prevenção 
 
A recorrência após terapia clínica ou cirúrgica é imprevisível, variando de acordo com 
os métodos utilizados para dissolver cálculos, se houve falhas na remoção de urólitos do trato 
urinário durante procedimentos cirúrgicos, além da persistência ou recidivas de infecções do 
trato urinário. A colaboração do proprietário e acompanhamento correto da terapia clínica ou 
cuidados pós-operatórios influenciam diretamente no início das recaídas (ETTINGER and 
FELDMAN, 2004). 
Após a remoção de um urólito, vários protocolos clínicos podem ser considerados para 
reduzir as chances de recidivas e impedir o crescimento de urólitos adicionais remanescentes 
no trato urinário. Esta terapia é gradativamente instituída e reformulada, com a meta inicial de 
reduzir a concentração urinária de substâncias calculogênicas (KAUFMANN et al., 2011). Os 
urólitos de cistina podem reaparecer nas semanas ou meses após a extração. Por outro lado, 
urólitos de oxalato de cálcio, fosfato de cálcio e urólitos de urato de amônio podem apresentar 
recidivas imprevisíveis (KAUFMANN et al., 2011). 
O uso de diuréticos tiazídicos pode ser recomendado em cães, devido à sua capacidade 
de reduzir a excreção urinária de cálcio, a fim de prevenir recorrências de urólitos, tendo 
mostrado resultados positivos em cães (KAUFMANN et al., 2011). Urocistólitos recorrentes 
de fosfato de cálcio podem ser removidos por uma nova cirurgia ou por tentativas de uro- 
hidropropulsão de esvaziamento (ETTINGER and FELDMAN, 2004). 
4. CONCLUSÃO 
 
Mediante as informações expostas, pode-se concluir que a urolitíase é uma afecção 
comum do sistema urinário, que acomete principalmente cães domésticos. A dieta é um fator 
de grande importância para o surgimento de urólitos, por isso a composição do alimento 
oferecido ao animal deve ser de orientação de um médico veterinário afim de ajudar na 
prevenção e dissolução de urólitos. Os animais normalmente apresentam sinais clínicos de 
diversas formas, dentre eles, podemos citar a hematúria, disúria, estrangúria, polaciúria e até 
em alguns casos, anúria. Desta maneira, deve-se estar sempre atento a quaisquer sinais clínicos 
que os animais apresentem em relação ao sistema urinário, pois quanto mais cedo este animal 
for identificado, melhor será o prognóstico, visando sempre a saúde e o bem-estar dos pacientes. 
REFERÊNCIAS 
 
ARIZA, P. C. Epidemiologia da urolitíase de cães e gatos. 2012. 41f. Seminários (Pós- 
graduação em Ciência Animal) – Escola de Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de 
Goiás. Goiânia, 2012. 
 
BIRCHARD, S. J. & SHERDING, R. G. 2008. Manual Saunders: clínica de pequenos 
animais, São Paulo. 
 
CARCIOFI, A. Como a dieta influencia o pH urinário e a formação de cálculos em cães e 
gatos? In: Anais do Simpósio sobre nutrição de animais de estimação. Campinas, CBNA, p. 
13-26, 2007. 
 
CARVALHO Y.M. O uso de cloreto de sódio (NaCl) como promotor da diluição urinária 
de cães e gatos. 
 
CASTRO, P. F. & MATERA, J. M. 2005. Ureterolitíases obstrutivas em cães: avaliação da 
função renal na indicação da ureterotomia ou ureteronefrectomia. Revista de Educação 
Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia, 8, 38-47. 
 
CHAVES et al. Urolitíase e hidrometra em cadela: relato de caso. Pubvet: Medicina 
Veterinária e Zootecnia, Teresina - Pi, v. 14, n. 1, p. 1-5, jan. 2020. 
 
COWAN, L.A. Vesicopatias. In: BIRCHARD, S.J.; SHERDING. Manual Saunders: Clínica 
de Pequenos Animais. 1 ed. São Paulo: Roca, 1998. Seção 8, Cap 3, p. 933-938. 
 
CUNHA, Lorena. Urolitíase canina. 70f. Monografia Universidade Castelo Branco, Goiânia, 
2008. 
 
DEAR, J.D.; SHIRAKI, R.; RUBY, A. L; WESTROPP, J.L. Feline urate urolithiasis: a 
retrospective study of 159 cases. Journal of Feline Medicine and Surgery, London, v. 13, 
p.725-732, 2011. 
 
DYCE, K.M.; SACK, W.O.; WENSING, C.J.G. Tratado de anatomia veterinária. 4ª Ed. 
Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2010. 
 
EQUIPE DE MÉDICOS VETERINÁRIOS - TECSA LABORATÓRIOS 
(org.). Urolitíase em cães de pequeno porte. Belo Horizonte: Vetscience, 2010. 
 
ETTINGER, S. & FELDMAN, E. 2004. Tratado de medicina interna veterinária: doenças 
do cão e do gato. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 
 
FORRESTER, S.D., LEES, G.E. Nefropatias e Ureteropatias. In: BIRCHARD, S.J.; 
SHERDING, R.G. Manual Saunders: Clínica de Pequenos Animais. 1 ed. São Paulo: Roca, 
1998. Seção 8, Cap 1, p. 918-919. 
 
FOSSUM, T. W. 2014. Cirurgia de pequenos animais, 4 edn. Elsevier Brasil, São Paulo. 
 
 
 
 
 
 
GRAUER, G. 2015. Manifestações clínicas dos distúrbios urinários; Urolítiase canina. In: 
Nelson, A. W. & Couto, C. G. (eds.) Medicina Interna de Pequenos Animais. Elsevier 
Editora, Rio de Janeiro. 
 
KAUFMANN, C., NEVES, R. C. & HABERMANN, J. C. A. 2011. Doença do trato 
urinário inferior dos felinos. Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação, 
4, 193-214. 
 
LULICH, J. O.; OSBORNE, C.A.; BARTGES, J. W.; LEKCHAROENSUK, C. Distúrbios 
do trato urinário inferior dos caninos. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de 
medicina interna veterinária. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004, v.2, p.1841-1877. 
 
MAGALHÃES, F.J.R.; CAMARGO, N.I.; MARTINS NETO, J.C.M.; COSTA NETO, E.O.; 
SANTIAGO, T.A.; MANSO FILHO,H.C.: WISCHRA L.A. Piometra e urolitiase vesical 
em cadela diagnosticado através da ultra-sonografia abdominal: relato de caso. In: 
JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - JEPEX, 2009, IX, Pernambuco, 
Anais... Pernambuco, 2009. 
 
MAGALHÃES, Felipe do Amaral. Urolitíaseem cães. Porto Alegre-RS, 2013. 
 
MAXIE, M. G. & Newman, S. J. 2007. The urinary system. In: Palmer's Pathology of 
Domestic Animals. 5 ed. Elsevier, Rio de Janeiro, Brasil. 
 
MONFERDINI, R. P. & Oliveira, J. 2009. Manejo nutricional para cães e gatos com 
urolitíase– Revisão bibliográfica. Acta Veterinaria Brasilica, 3, 1-4. 
 
OSBORNE, C. A., LULUCH, J. P., POLZIN, D. J., SANDERSON, S. L., KOEHLER, L. A., 
ULRICH, L. K., BIRD, K. A., SWANSON, L. L., PEDERSON, L. A. & SUDO, S. Z. 1999a. 
Analysis of 77,000 canine uroliths: perspectives from the Minnesota Urolith Center. 
Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 29, 17-38. 
 
OSBORNE, C. A., SANDERSON, S. L., LULICH, J. P., BARTGES, J. W., ULRICH, L. K., 
KOEHLER, L. A., BIRD, K. A. & SWANSON, L. L. 1999b. Canine cystine urolithiasis: 
cause, detection, treatment, and prevention. Veterinary Clinics of North America: Small 
Animal Practice, 29, 193-211. 
 
OYAFUSO,M. K., Kogica, M. M. 2008 Retrospective and prospctive study of urolithiasis 
in dogs. São Paulo, Brasil, 146f. 
 
OYAFUSO, M.K, Estudo retrospectivo e prospectivo da urolitíase em cães. 2008. 146 f. 
Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária), Faculdade de Medicina Veterinária e 
Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo. 
 
OYAFUSO, M.K; KOGIKA, M.M.; WAKI, M.F.; PROSSES, C.S. CAVALCANTE, C.Z; 
WIRTHL, V.A.B.F. Urolitíase em cães: avaliação quantitativa da composição mineral de 
156 urólitos. Ciência Rural, Santa Maria, v. 40, n. 1, p. 102-108, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
SOSNAR, M.; BULKOVA, T.; RUZICKA, M. Epidemiology of canine urolithiasis in the 
Czech Republic from 1997 to 2002. Journal of Small Animal Practice, v.46, n.4, p.117-
184, 2005. Disponível em: <http://onlinelibrary.wileyy.com/doi/10.1111/j.1748-
5827.2005.tb00308.x/pdf>. Acesso em: 15 out. 2021. 
 
STEVENSON A. E RUTGERS C. Nutritional Management of canine urolithiasis. In: 
PIBOT, P.; BIOUGE, V.; Elliot D. Encyclopedia of Canine Clinical Nutrition. 2. Ed. 
Direction Communication Royal Canin Group, Aimargues. v .2. p.284-307r. 
 
WISENER L.V., PEARL D.L., HOUSTON D.M., REID-SMITH R.J. & MOORE A.E.P. 2010. 
Spatial and temporal clustering of calcium oxalate and magnesium ammonium phosphate 
uroliths in dogs living in Ontario, Canada between 1998 and 2006. Prevent. Vet. Med. 
95:144-151 
 
ZOCULOTTO, G. Relatório de Estágio Curricular. 2009. Trabalho de Conclusão de 
Curso – Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade de Tuiuti do Paraná, 
Curitiba, 2009. 
 
http://onlinelibrary.wileyy.com/doi/10.1111/j.1748-5827.2005.tb00308.x/pdf
http://onlinelibrary.wileyy.com/doi/10.1111/j.1748-5827.2005.tb00308.x/pdf

Outros materiais