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O Pedagogo e a Função Social da Escola - Unidade 1

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29/08/2018 O Pedagogo e a Função Social da Escola
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O PEDAGOGO E A FUNÇÃO
SOCIAL DA ESCOLA
CAPÍTULO 1 - QUAL O PAPEL SOCIAL DA
ESCOLA?
Tatiana Gomes dos Santos Peterle
 
INICIAR
Introdução
  O pedagogo e a função social da escola são os temas centrais deste capítulo. Aqui
você estudará os aspectos que englobam a diversidade cultural, a promoção da
cidadania e a educação integral, considerados como domínios da formação do
pedagogo. Refletirá tambémsobre a função social da escola a partir de outros espaços
educativos na perspectiva histórica e cultural, considerando as relações entre as
concepções epistemológicas e os modelos pedagógicos presentes em seu cotidiano,
tendo emvista as representações de educadores e alunos acerca do ensinar e do
aprender que refletem sobre as possibilidades de transformação da escola. Vale
destacar que a disciplina tem por objetivo oportunizar a você a compreensão de como
se dá a construção da postura acadêmica investigativa e problematizadora da
realidade educacional.
Para iniciar seus estudos, é importante refletir sobre algumas questões norteadoras
para a compreensão do papel do pedagogo e da função social da escola. Como
promover a cidadania observando as políticas e as diversidades culturais? O que é
educação integral,considerando os domínios essenciais da atuação do pedagogo
dentro desse contexto? Como explorar a função social da escola, tendo por base os
subsídios teóricos a partir do cotidiano escolar? E qual a importância da pesquisa-
ação no cotidiano escolar para a problematização do ensino? 
A partir dessas reflexões, você terá a oportunidade de conhecer e aprender como, no
cotidiano escolar, as questões que compreendem o papel do pedagogo e a função
social da escola podem colaborar para a construção e formação cidadã,com vistas à
emancipação social e o pleno exercício da cidadania. 
Bom estudo! 
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1.1  A construção da postura acadêmica
investigativa e problematizadora da
realidade educacional
Na escola contemporânea, muitos são os desafios cotidianos que nos levam a refletir
sobre a importância da postura investigativa e da pesquisa para as questões que
envolvem o ensino. Você já ouviu falar em pesquisa-ação? Ou como a pesquisa-ação
pode favorecer tanto a formação docente quanto o ensino-aprendizagem? Ou, ainda,
como o profissional pode discutir sobre as práticas do ensino? A partir dessas
reflexões vamos mostrar como a pesquisa, inserida na prática docente pode favorecer
o ensino. Portanto, ao estudar os pressupostos que subsidiam uma prática
investigativa, você compreenderá como o pedagogo e a escola podem desenvolver o
papel de mediadores do processo de aprendizagem, de modo a garantir qualidade no
ensino além de uma formação cidadã.
1.1.1    A importância da pesquisa-ação no cotidiano escolar
Muitos são os desafios da escola contemporânea, tendo em vista a busca pela
formação integral e transformação social. Esses desafios atravessam questões que
colocam em evidência a prática docente e a necessidade de o professor assumir uma
prática investigativa que favoreça o processo de ensino-aprendizagem.
Diante desse contexto, é importante que o docente desenvolva competências,com
vistas à aprendizagem significativa, e se torne um mediador na relação entre o
conhecimento e o aluno. Mas o grande questionamento é: como isso poderá ocorrer?
O que é necessário para que o docente exerça sua função com sucesso?
O professor, ao organizar sua prática docente, elabora objetivos que precisam ser
planejados sob a intencionalidade da aprendizagem futura do aluno. Para tanto, as
questões metodológicas são fundamentais, pois além de direcionar o trabalho do
educador, oportunizam também a formação docente. Uma alternativa metodológica
com essas características é a pesquisa-ação, uma vez que permite, conforme Franco
(2012, p. 180), “[...] um esclarecimento das teorias implícitas na prática e
favorecimento aos sujeitos da prática melhor apropriação crítica de algumas teorias
educacionais.” Desse modo, também leva o docente a “[...] produzir a transformação
de suas concepções sobre o fazer pedagógico e, emdecorrência, transformações em
suas práticas” (FRANCO, 2012, p. 180).
De acordo com Thiollent (2008, p. 16), pesquisa-ação é definida como:
  [...] um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em
estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no
qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema
estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
Portanto, quando o docente opta por desenvolver seu trabalho na perspectiva da
pesquisa-ação, ele investe indiretamente na sua própria formação enquanto
pesquisador. E mais:investe na formação do aluno, que constrói seu conhecimento a
partir da relação entre sujeitos envolvidos no estudo-pesquisa.
É importante compreendermos que a pesquisa-ação é um instrumento que necessita
de planejamento, contudo é muito flexível, o que o difere de outros tipos de pesquisa,
pois não possui uma forma rígida. As trocas de experiências e os diálogos constantes
entre docentes e alunos colaboram para decisões a serem tomadas no processo de
investigação.
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Enfim, a pesquisa-ação é uma forma de investigação na qual o processo compreende
o investigador e o objeto a ser estudado (o aluno e seu processo de aprendizagem),
porém de forma participativa, todos implicados a elucidar a realidade na qual estão
inseridos seus problemas, experimentando, coletivamente, a produção e o uso do
conhecimento. 
1.1.2 Práticas problematizadoras do ensino
A produção do conhecimento está diretamente relacionada à capacidade dos
indivíduos solucionarem os problemas que surgem em seu cotidiano e na sociedade
de modo geral. Na educação, a busca pela solução de problemas ocorre com maior
intensidade, o que faz com que essa área mereça atenção especial, pois o tempo todo
é importante resolver os conflitos entre teoria e prática, e entre o ensino e a realidade
dos educandos.
Nesse sentido, essa relação nos mostra que o conhecimento, assim como o próprio
ensino, não é algo pronto; ambos são produzidos coletivamente, advindos do
processo ensino-aprendizagem. Assim, experimentando a resolução de problemas no
cotidiano escolar, é que adquirimos os conteúdos necessários para a compreensão de
mundo em que vivemos e a necessidade de transformação da realidade.  
Contudo, para que a prática problematizadora ocorra, é importante compreender o
contexto em que ela se dá, pois sustenta-se na dialogicidade da relação entre o
professor e o aluno, de modo que todo o processo de aprendizagem contribua para
uma visão mais integradora e crítica do mundo que cerca os envolvidos, que a partir
do conhecimento os liberta e os permite superar o individualismo alienante.Desse
modo, sobre a dialogicidade,Freire (1980, p. 42) afirma: 
O diálogo é o encontro entre os homens, mediatizados pelo mundo, para designá-lo. Se
ao dizer suas palavras, ao chamar ao mundo, os homens o transformam, o diálogo
impõe-se como o caminho pelo qual os homens encontram seu significado enquanto
homens; o diálogo é, pois, uma necessidade existencial.
Figura 1 - Pesquisa-ação e prática docente.
Fonte: Poznyakov, Shutterstock, 2018.
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VOCÊ SABIA?
 Além de uma excelente metodologia para a educação, a pesquisa-ação é uma prática
muito utilizada no contexto empresarial, poisé compreendida como uma estrutura que
oferece interação entre clientes/pesquisadores.Dessa forma, demonstra que, assim
como na educação,é um método que colabora para o diagnóstico dos possíveis
problemas, auxilia na elaboração do planejamento sempre apontando caminhos e
ações – além de promover uma aprendizagem pautada na experiência e na relação com
o outro.
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Dessa maneira, entendemos que a educação inserida na concepção problematizadora
do ensino exige maior dedicação e conhecimento do professor, sendo ele responsável
por motivar o aluno, assim como instigar suas inquietações e curiosidades, de modo
que a reflexão e acrítica façam parte do cotidiano do estudante e, também, da escola.
“Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende, ensina ao aprender. Quem ensina,
ensina alguma coisa a alguém” (FREIRE, 1996, p. 23). Quando a escola assume uma
postura problematizadora em relação ao ensino, propicia ao seu aluno uma formação
crítica e reflexiva na qual cada sujeito nela inserido seja autônomo para buscar sua
emancipação social e promovê-la na sociedade.
 
As práticas problematizadoras são caminhos para assegurar um bom processo de
aprendizagem, além de favorecer uma aprendizagem mais crítica e humanizadora.  Na
sequência, você conhecerá alguns aspectos da pesquisa no contexto profissional, que
também é fundamental para a escola desempenhar seu papel com sucesso.
1.1.3 A pesquisa no contexto profissional
Agora que você já compreendeu a importância da pesquisa-ação e da prática
problematizadora para o processo de ensino-aprendizagem, irá refletir sobre a
relevância da pesquisa no contexto profissional. Você pode estar se perguntando: qual
a relação da pesquisa com a minha atuação profissional? 
Figura 2 - A construção do conhecimento na história da educação representa a importância do saber para
a mudança da realidade.
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2018.
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Paulo Freire (1921-1997) foi o mais importante educador brasileiro, reconhecido internacionalmente. Sua
maior contribuição para a educação está na sua proposta metodológica de alfabetização de adultos, que
possui um caráter pedagógico assumidamente político. Para Freira, o maior objetivo da educação é
conscientizar o aluno, em especial aqueles que pertencem à parcela menos favorecida da sociedade, tendo
em vista liberá-los da situação de opressão que o capitalismo os coloca. O principal livro de Freire,
Pedagogia do Oprimido (2011), traz conceitos que o revelam um grande educador.
VOCÊ O CONHECE?
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Para encontrar a resposta, comece partindo da compreensão de que quanto maior o
interesse do aluno, maior sua disposição para o ensino. Assim também não é diferente
com o docente, quanto maior seu interesse por novas práticas e metodologias, melhor
será seu desempenho profissional, pois “[...] a prática docente crítica implicante do
pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre
o fazer.” (FREIRE, 1996, p. 38). Nesse contexto, é importante compreender que:
 
Um saber escolar transformado em instrução não cumpre a sua finalidade
essencial que é de sugerir procedimento e, o que é pior, induz a uma
memorização puramente mecânica, enquanto que o professor que usa a
informação com a finalidade de “ensinar” sugere o confronto dessa informação
com a realidade, capacitando o aluno a refletir experiências pessoais em face de
instrução contida no texto (ANTUNES, 2014, p.31).  
Daí a importância da pesquisa para a formação docente e discente, pois é por meio da
pesquisa que construímos novos conceitos e os relacionamos com os conhecimentos
já instituídos socialmente. Essas relações, trocas e produções de novos saberes
apresentam ligação direta com as práticas problematizadoras, pois levam aluno e
docente a refletir, discutir, explicar, relatar; enfim, a produzir seu “[...] próprio
conhecimento por meio da interação entre o pensar, sentir e fazer.” (AZEVEDO, 2004, p.
22). Desse modo cabe ao educador realizar uma reflexão crítica de sua prática o que
implicará na contribuição para o desenvolvimento de todos na escola e sociedade.
1.2   Diversidade cultural e a promoção
da cidadania
Antes de iniciar o estudo deste tópico, reflita sobre a questão: o que você entende por
diversidade cultural?
O processo de globalização facilitou – e muito – a integração dos povos e suas culturas
no último século por meio da dinâmica da comunicação; contudo, não conseguiu
produzir uma sociedade homogênea.
Devido à imensa dimensão territorial do Brasil, a intenção de minimizar as diferenças
entre os povos não surtiu muito efeito, pois diversas comunidades, apesar do acesso à
informação, continuam a seguir com seus costumes e tradições. Nas cinco regiões do
país – Sul, Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-Oeste –, muitas são as influências
recebidas e praticadas, que vieram principalmente com as imigrações e que hoje são
abordadas no currículo escolar.
Evidentemente, toda a diversidade cultural que hoje é abordada na escola não ganhou
seu espaço de maneira simples, pois muitos debates foram postos para uma reflexão
mais aprofundada desse tema. Isso, além da institucionalização de políticas públicas
que visassem garantir o respeito às diversas culturas, pois “[...] ensinar é diferente de
instruir, pois instruir significa apenas dar informações sobre algo ou do que se deve
fazer, por exemplo, uma receita, um manual de instrução entre outros.” (ANTUNES,
2014, p. 30).
Em seguida, você compreenderá o papel da escola diante a diversidade cultural, tendo
em vista a promoção da cidadania.
  As diferenças fazem parte de um processo social e cultural e que não são para explicar
que homens e mulheres negros e brancos distinguem entre si, é antes entender que ao
longo do processo histórico, as diferenças foram produzidas e usadas socialmente como
critérios de classificação, seleção, inclusão e exclusão.
Assim, a compreensão do que é diversidade é elementar na vida escolar dos
educandos, para que o respeito às diferenças e suas complexidades ganhem espaço
no cotidiano de todos. Sabemos que, na escola, a diversidade cultural se faz presente
diariamente, por isso a importância de se atentar para esse tema nas aulas. E uma
excelente forma de colocar em pauta esse debate no ambiente escolar é propor uma
apropriação política a respeito de toda a produção científica da cultura dos povos,
tendo em vista que todo conhecimento está para além de uma simples informação
técnica, constituindo uma construção coletiva de saberes.
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Portanto, a escola precisa propiciar aos seus estudantes um espaço em que se priorize
e estimule o respeito às diferenças, o respeito ao outro e a si mesmo. Vejamos agora
como podemos trabalhar com a diversidade cultural na escola.
1.2.2 Como trabalhar diversidade cultural na escola
Sabemos que a escola possui um papel elementar na abordagem das diversas culturas
do país, pois ao abordar a diversidade cultural o professor precisa estar preparado
para realizar um trabalho que busque romper as barreiras do preconceito tendo em
vista mostrar que não existe uma cultura melhor que a outra, e que há a necessidade
de ampliar o conhecimento acerca dessa diversidade para todos os estudantes.
 Mas como podemos trabalhar a diversidade cultural tendo em vista a promoção da
cidadania nas escolas? Observe o exemplo descrito no caso a seguir.Quando a escola realiza um trabalho pautado na necessidade de abordar toda a
diversidade cultural que se encontra no Brasil, possibilita que professores e alunos
conheçam um pouco mais sobre o conceito de diversidade, além de aprenderem a
conviver em harmonia e com respeito às diferenças. A escola que zela pela promoção
da cultura e valorização das diferenças tende a realizar com maior qualidade sua
função de mediadora do conhecimento, promovendo, assim, a cidadania.  
1.2.3 Cultura, política e cidadania 
Figura 3 - Diversidade cultural na escola: as diferenças colaboram para uma formação mais crítica e
humanizadora.
Fonte: Rawpixel, Shutterstock, 2018. 
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CASO
Um exemplo de como trabalhar a diversidade cultural é partir do conhecimento
dos próprios estudantes. O professor, sempre com apoio do pedagogo da
escola, deve inicialmente questionar os alunos sobre os aspectos culturais do
Brasil, e de onde vêm. Logo, o professor poderá dividir a turma em grupos, de
modo que cada grupo fique com uma região – sobre a qual será realizada uma
pesquisa. A pesquisa poderá contar com estudos sobre as danças populares,
culinárias, religião ou outras manifestações culturais, sempre oportunizando
explorar ao máximo tanto o potencial do grupo quanto o individual. Por fim, o
ideal é que promovam debates, apresentações, seminários etc., colocando em
evidência as principais manifestações culturais de cada região. A culminância
poderá contar com uma belíssima e organizada mostra cultural, na qual cada
grupo terá a oportunidade de mostrar suas descobertas para toda a
comunidade escolar.
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A diversidade cultural não é um tema que deve ser apenas discutido nas escolas, pois
envolve questões que são de interesse de toda uma sociedade. Por se tratar de um
assunto de tamanha abrangência, também ganhou espaço nas pautas das políticas
públicas.  A respeito do conceito de política cultural, Certeau (1995, p. 195) afirma que
é “[...]um conjunto mais ou menos coerente de objetivos, de meios e de ações que
visam à modificação de comportamentos, segundo critérios ou princípios explícitos.”
A verdadeira democracia deve assegurar a todos o direito de preservar e/ou criar
novas culturas.E as políticas culturais direcionam o país a lidar, de maneira
democrática, com os diversos paradigmas e ações culturais de modo a romper com
todo o processo discriminatório causados pelas visões tradicionais e elitistas que
envolvem a arte e a cultura.
Desse modo, as políticas culturais vêm para fomentar e garantir a liberdade cultural de
cada povo. Nestas políticas, os conceitos de diversidade cultural e de cidadania
representam os esforços de toda a sociedade.
Nesse sentido, podemos afirmar que a não só a escola, mas todas as entidades
governamentais e a sociedade devem primar pelas questões que envolvem a
diversidade cultural, pois a ação conjunta de todos é uma possibilidade de garantir a
efetivação da cidadania. A escola, ao assumir para si o debate da diversidade cultural,
encontra uma forma de realizar a sua função social.
A partir do que estudou até o momento, você pôde compreender o quanto a
diversidade cultural é elementar para a prática pedagógica na educação
emancipadora. A seguir, você conhecerá alguns aspectos da educação integral e da
formação do pedagogo, e entenderá como interferem na formação cidadã.
VOCÊ SABIA?
Na educação nacional, há uma modalidade de ensino que contempla a educação
integral, pois aborda – além dos conteúdos do currículo básico – uma parte direcionada
à educação profissional. Dessa maneira, oferece formação técnica profissional de nível
médio. Esse tipo de informação encontra-se na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), Lei 9.394/1996), capítulo sobre Educação Profissional (BRASIL, 1996).
1.3 Educação integral, domínios da
formação do pedagogo
Desde o final do ano 2000, mas principalmente ao longo da década de 2010, a
educação integral vem sendo debatida com maior intensidade, pois para que ocorra a
transformação social que todos desejam, os sujeitos precisam estar nutridos de uma
formação que os tornem competentes não somente para o trabalho, mas para
também para a vida. Nesse sentido, o que você compreende como formação integral e
como se relaciona à formação do pedagogo? Para esclarecer esta e outras questões,
este tópico abordará a educação integral no contexto político-social brasileiro como
possibilidade de transformação e emancipação social.
Sabemos que a sociedade e a comunidade escolar exigem uma escola de tempo
integral, além de profissional preparado para os desafios desse novo modelo de
escola, o que faz desses pontos pré-requisitos para que a educação integral ocorra.
Desse modo, nossa discussão atravessará não só a temática da educação integral, mas
também suas implicações para a melhoria da qualidade do ensino, entendendo os
ranços e avanços dessa modalidade, além de pesquisar domínios essenciais de
atuação para o pedagogo dentro do contexto da educação integral.
1.3.1 Educação integral e a história da educação
A educação brasileira, ao longo de sua história, experimentou diversas abordagens
teóricas, metodológicas e filosóficas influenciadas por perspectivas diversas. Essas
tantas experiências fizeram com que a educação nacional adquirisse peculiaridades
que determinam uma maneira própria de assegurar a educação para todos, assim
como a formação dos profissionais docentes.
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Dessa maneira, o grande desafio da educação e da escola contemporânea é o de
desenvolver nos sujeitos as habilidades e as competências que permitam a eles um
comprometimento com a sociedade democrática, uma vez que “[...] ensinar quer dizer
ajudar e apoiar os alunos a confrontar uma informação significativa e relevante no
âmbito da relação que estabelecem com uma realidade, capacitando-os para construir
os significados atribuídos a essa realidade e a essa relação.” (ANTUNES, 2014, p. 30).
Outro grande desafio está em oportunizar a todos as mesmas condições de acesso,
permanência, formação (humana e profissional). E esses entraves merecem discussão,
pois não fogem da realidade de alunos e professores.
Nesse contexto de diversidade de experiências, além da forma de pensar e fazer, a
educação nacional se ancora a concepção de educação integral. A educação integral
que discutimos aqui é aquela que, além das concepções de formação humana,
omnilateral (formação que integra o homem social e o trabalho), não só para o
mercado de trabalho, mas principalmente para a vida em sociedade, mas que também
conta com a ampliação dos tempos e espaços escolares, pautadas em um ensino de
qualidade que promova a diversificação dos conhecimentos por meio das culturas,
dos esportes, da arte e do lazer.
Na história da educação brasileira, podemos perceber que a humanidade produziu e
socializou conhecimento de forma diversificada por meio da educação, e essa
diversidade se resume em toda a construção histórica dos saberes acumulados.
Contudo, toda a produção do conhecimento atravessou desafios – e são justamente
esses avanços e entraves que vamos discutir a seguir.
1.3.2 Educação integral, seus avanços e entraves
O anterior Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2001) já preconizava a educação
integral no Brasil. Já o novo PNE (BRASIL, 2014), previsto para vigorar até 2024, prevê
em sua meta 03 a ampliação significativa do número de escolas em tempo integral.
De imediato, o país precisaria dobrar o seu número de escolas para atender a todos.
Sabemos que num contexto de crises políticas e econômicas isso está distantede
ocorrer, principalmente em um país que ainda não adotou uma reforma educacional
que atenda de fato as necessidades do mundo industrial e globalizado. Entre os
colaboradores das grandes reformasda educação brasileira no século XX, Anísio
Teixeira foi o pioneiro na idealização e implantação de escolas públicas e gratuitas
para todos – na época do manifesto dos pioneiros, já dizia que a escola deve fazer bem
aquilo que ela pretende fazer, portanto o fato de assinar uma legislação educacional
não garante que os problemas com a qualidade da educação serão resolvidos.
Quanto à educação em tempo integral, a ampliação do período de atendimento ainda
é uma possibilidade distante da realidade que vivemos, considerando que em muitas
regiões ainda faltam escolas comuns. Diante disso, precisamos ter um olhar crítico
para entender o que vem acontecendo a respeito da educação integral, pois:
Na impossibilidade de ampliar o atendimento em horário integral – até hoje considerado
um privilégio pelo investimento que envolve – muitas redes municipais vêm oferecendo
atividades extraclasses que representam algumas horas a mais na escola. Em algumas
redes, permite-se que alunos do ensino fundamental frequentemos dois turnos
escolares, numa forma precária e improvisada de oferta de horário integral (FARIA, 2002,
p. 85).
A Resolução CNE/CEB nº 01/2016 foiaprovada em27 de janeiro de 2016. Define diretrizes operacionais para o
credenciamento institucional e a oferta de cursos e programas de Ensino Médio, de Educação Profissional
Técnica de Nível Médio e de Educação de Jovens e Adultos. Também nas etapas do Ensino Fundamental e
do Ensino Médio, na Modalidade de Educação a Distância, em regime de colaboração entre os Sistemas de
Ensino, com fundamento no Parecer CNE/CEB nº 13/2015. O documento na íntegra está disponível no
endereço: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=33201-cne-
ceb-parecer-n01-2016-pdf&category_slug=fevereiro-2016-pdf&Itemid=30192
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=33201-cne-ceb-parecer-
n01-2016-pdf&category_slug=fevereiro-2016-pdf&Itemid=30192)>.  
VOCÊ QUER LER?
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Se esse é o verdadeiro contexto da educação integral no Brasil, por outro lado, é a
educação integral que pressupõe a construção de conhecimentos, de possibilidades
de interação entre os sujeitos, tendo em vista o desenvolvimento da formação
integral. 
Para que a educação seja ofertada em tempo integral, também é importante oferecer
condições para a formação plena do educando.Dessa maneira, o espaço educativo
precisa ser valorizado, assim como as práticas que compreendem a pesquisa, que
promovem o prazer nos estudos – além do ensino com qualidade. Todas essas
questões dependem de uma escola pautada nos princípios democráticose
comprometida com as expectativas da comunidade escolar, sempre em prol do
sucesso do processo de ensino-aprendizagem.
Nesse contexto, Faria (2002) colabora ao dizer que o perfil dos docentes ganha outro
rumo, pois devem apresentar – como proposta de trabalho – competências e
habilidades de pesquisadores, de mediadores da aprendizagem e de críticos reflexivos
diante das práticas pedagógicas.
Enfim, a educação integral ainda precisará de muito investimento e boa vontade para
que saia efetivamente do papel. E cabe à escola, aos professores e pedagogos, à
comunidade e à sociedade exigir que o direito a uma formação integral em tempo
integral se concretize.
1.3.3 O pedagogo e a educação integral
Como você viu anteriormente, a educação integral exige um trabalho diferenciado de
professores e da escola. Assim, nesse contexto, o pedagogo ganha um papel
fundamental – oportunizar formação não só para os alunos, mas também para os
professores.
Podemos dizer que a identidade do pedagogo da escola de educação integral precisa
apresentar alguns aspectos: a própria formação inicial e continuada, desejo pela
carreira profissional, boa relação com as rotinas escolares e processos de avaliação do
seu papel na escola. Todos esses aspectos colaboram para que o papel do pedagogo
seja realizado tendo em vista a qualidade do ensino.
É evidente que o pedagogo que atua na escola de educação integral não possui as
mesmas atribuições que outro que atue em escolas regulares, pois a escola de tempo
integral, hoje, ainda não consegue efetivar seus objetivos e, portanto, necessita de
muita orientação e adequações. Para dar conta de superar tantos desafios, o
pedagogo dessa escola precisará estar ligado a todos os debates sobre formação
integral.
De imediato, a educação integral propõe para o estudante a integralidade em vários
aspectosem sua formação, como cognitivos, culturais, políticos, sociais e afetivos. E
para que isso aconteça, caberá ao pedagogo e ao gestor escolar o papel de mediar
todas as questões que compreendam a formação em tempo integral.
 
Por fim, entendemos que o maior desafio do pedagogo nesse contexto é o de tornar-se
Figura 4 - Educação integral prepara o profissional para o trabalho e para a vida.
Fonte: kurhan, Shutterstock, 2018.
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um profissional capaz de instigar professores, alunos e comunidade escolar ao
interesse pelo conhecimento, tendo como prioridade o desenvolvimento pleno do ser
humano. Somente quando a educação passar a ser significativa para o aluno
(consonância entre disciplinas, conteúdos e atividades extras), ultrapassando os
muros da escola e sendo reconhecida no cotidiano de todos– seja em espaços
públicos ou não – é que a formação de uma sociedade mais justa, autônoma e
democrática será realidade.
Figura 5 - A educação integral exige planejamento e olhar pedagógico.
Fonte: pedrosek, Shutterstock, 2018.
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1.4 A função social da escola 
Comece este estudo refletindo sobre as questões: qual é a função da escola? Para que
serve a escola na contemporaneidade? Para saber as respostas, é preciso conhecer o
contexto que levou à criação da escola e o papel atribuído a essa instituição, entre
outros aspectos que serão abordados neste tópico.
Durante os processos de transformação da natureza, entre os quais o processo de
industrialização, o ser humano elaborou as leis que regem sua convivência em
sociedade.
Nesse contexto, a escola, que também é uma invenção humana, só se legitima e se
justifica quando consegue desempenhar o seu papel. Sendo assim, qual é – de fato – o
papel da escola? A escola foi criada para quê?
O principal papel da escola é o de formadora de sujeitos, em um ambiente que
possibilite o acesso aos conhecimentos socialmente constituídos, além da produção
de novos saberes. Assim, pensar na função da escola implica em problematizar todo o
processo de aprendizagem, pois ao refletirmos que tipo escola precisaremos para um
futuro próximo, também nos questionamos sobre qual o papel da escola.
1.4.1 A escola e seu papel na sociedade
Na história da educação, a escola passou por grandes reformas que, de algum modo,
acompanharam também as mudanças na sociedade. Todavia, muitas dessas reformas,
como as que ocorrem na atualidade – a exemplo da reforma do Ensino Médio – revela
o descompasso entre a função da escola e o que vive a sociedade; ambas caminham
em sentidos opostos. Essa disparidade ocorre porque a sociedade evolui de maneira
acelerada, enquanto a escola ainda conserva práticas do século passado.
Mesmo diante dessa discrepância no ritmo das transformações, a função social da
escola não pode – e não deve – perder o seu foco principal, que é o de assegurarao
aluno todo o conhecimento sistematizado ao longo da história humana, saberes que
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atuam como norteadores da sociedade, garantindo o bom convívio social. De acordo
com Saviani (1991, p. 21), a educação precisa ser “[...] o ato de produzir direta e
intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida
histórica e coletivamente pelo conjunto de homens.” Dessa maneira, é importante que
o profissional da educação possua uma formação comprometida com o trabalho,
tendo em vista propiciar conhecimento sistematizado e relacioná-lo à realidade dos
alunos.
Nesse sentido, atualmente a escola conta com um recurso disponível para o bem do
ensino: o Projeto Político Pedagógico (PPP), um documento no qual se encontra toda
a fundamentação teórica e metodológica da instituição educacional, além das suas
projeções em curto, médio e longo prazo. Por ser um documento flexível e de grande
abrangência escolar, tem o poder de direcionar o trabalho de todos os sujeitos que
compreendem o processo educacional.
Além das inúmeras informações contidas no PPP, nele também se encontra o
currículo, que, segundo Saviani (1991, p.23), “[...] é o conjunto das atividades
nucleares desenvolvidas pela escola”. É essencial que a escola também defina, dentro
de sua função, o que é elementar para ser estudado na escola, determinando quais
são os conteúdos primordiais, de modo a buscar harmonia entre os conteúdos
básicos, as necessidades e aspirações dos alunos e tornar a aprendizagem significativa
para os estudantes. É importante lembrar que, ao definir o planejamento do que será
estudado, deve-se respeitar a diversidade cultural que se encontra na escola.
Nesse processo, cabe ao pedagogo acompanhar e zelar para que a função da escola
cumpra com seus objetivos, assegurando a qualidade da educação e o direito social
para todos.
1.4.2 A escola que temos e a escola que queremos 
Temos observado no Brasil uma exposição de teóricos que afirmam que a escola
brasileira ainda encontra-se situada no século passado, pois ainda apresenta
comportamentos e posturas de escolas tradicionais como o enfileiramento das
carteiras, quadros de giz etc., o que dificulta a formação dos estudantes para atender
as demandas do século XXI. Atualmente, nossos alunos apresentam maior prazer em
ficar nas redes sociais em vez de aprender algo novo – ou simplesmente ler um livro.
Também é comum encontrarmos profissionais que não possuem conhecimento
apropriado, sem sequer conseguir elaborar argumentos que sustentem as tentativas
de melhorias da escola, pois apresentam críticas superficiais e distantes do cotidiano
escolar.
Nas escolas públicas, encontramos um sucateamento dos espaços físicos e uma
enorme desvalorização do trabalho docente. Segundo Kohle Oliveira (2014), a
realidade das escolas públicas, em maioria, não é a mesma das escolas privadas, o
que promove um distanciamento da qualidade do serviço público comparado ao
privado. Não podemos ignorar que espaços inadequados para a aprendizagem, vidros
quebrados, falta de refeitórios, ausência de lâmpadas nas salas de aula, falta de
ventilador, inexistência de recursos tecnológicos modernos nas escolas causa
ineficiência, além de provocar desânimo em ensinar e aprender.
 
Ao discutirmos educação, precisamos refletir sobre qual é o real papel da escola para a
sociedade, e devemos nos perguntar: qual é a escola que queremos? Será que em
todos os lugares do mundo a educação se encontra como a do Brasil? Qual é o tipo de
profissional que precisamos para atuar numa sociedade globalizada? Quando nos
A revista “Pensar a Prática” publica entrevista com o Dr. José Carlos Libâneo, na qual o professor explicita
sua compreensão sobre a educação situada nesse momento de crise. Eleensina, ainda, de que modo a
escola pode superar a crise da educação no mundo contemporâneo. Leia a entrevista na íntegra, disponível
no endereço: <https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/8/2613
(https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/8/2613)>.
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29/08/2018 O Pedagogo e a Função Social da Escola
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questionamos e questionamos os outros sobre essas questões, encontramos
diferentes respostas, contudo dificilmente encontramos a indicação de um caminho a
seguir.
Diante da diversidade tecnológica disponível a grande parte dos estudantes, além do
sedentarismo provocado pelas facilidades impostas pela modernidade, pensar em
como a escola pode contribuir para uma mudança de atitude já é um enorme desafio.
Da mesma maneira que pensar sobre como tornar a vida mais produtiva e o futuro
melhor.
É possível afirmar que algumas habilidades continuarão fazendo parte dos requisitos
essenciais para a vida em sociedade nos próximos séculos, como a capacidade de
conviver com as diferenças, ler, escrever, interpretar, possuir criticidade, possuir bom
raciocínio lógico e sempre fazer e aprender para além do que está sendo colocado
como essencial, pois quem não alcançar o dinamismo da modernidade não passará
por ela, ficará inerte vendo o mundo acontecer.
Não podemos nos esquecer que os avanços de uma nação partem da sua capacidade
de leitura e escrita, além da sua produção de valores – o que não requer muitos
investimentos. Todavia, a qualidade do ensino e o potencial produtivo precisam de
força e investimentos políticos para que consigam executar com primor sua proposta.
Aí é que entra a necessidade de reformas educacionais que estejam em consonância
com a sociedade. Se houvesse investimento com qualidade nas necessidades
elementares da educação, como a escola pública de formação básica, com certeza o
desempenho do país seria outro. 
Por isso é tão importante definir que tipo de escola queremos. Por exemplo, instalar
um equipamento tecnológico, sem que haja a capacidade operá-lo, não apresenta
funcionalidade para a sociedade. Ou seja, o investimento em novas tecnologias nas
escolas só terá resultado a instituição investir também na formação docente, na
capacitação para aplicar esses recursos tecnológicos com eficácia.
Figura 6 - A qualidade desigual entre as escolas públicas e privadas evidencia a realidade do ensino no
Brasil.
Fonte: karen roach, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
Em entrevista ao grupo editorial da Record, a professora Viviane Mosé relata os principais desafios da escola
na contemporaneidade, apontando ainda sobre a escola que temos e a escola que queremos ter. A docente
aborda também temas que abrangem o uso das tecnologias por professores e alunos, além da necessidade
de a escola acompanhar as transformações da sociedade. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=0lsJSsKbH7g (https://www.youtube.com/watch?v=0lsJSsKbH7g)>.
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29/08/2018 O Pedagogo e a Função Social da Escola
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Ter consciência da escola que temos e da escola que queremos é o primeiro passo
para buscar alternativas que nos permitam romper com os entraves e seguirmos em
frente, acompanhando os avanços. São desafios da escola contemporânea, como o da
ação-reflexão-ação, que você verá a seguir.
1.4.3 Ação-reflexão-ação 
De acordo com o que você estudou, os desafios da escola contemporânea são muitos.
Dentre tantos, destacaremos aqui a importância da ação-reflexão-ação nas práticas
escolares. Professores, pedagogos e escola precisam desenvolver a prática de
avaliação institucional e, ainda, uma prática de avaliação individual. Realizar críticas
no exercício da docência é necessário para a própria valorização da profissãodocente,
assim como da melhoria dos saberes já consolidados e, ainda, da própria escola
enquanto espaço de formação.
A reflexão da práxis pedagógica favorece o trabalho do professor como investigador e
produtor de conhecimento, pois ele próprio poderá refletir sobre suas metodologias
de ensino e resultados encontrados em sala de aula. Repensar e problematizar a ação
educativa tendo em vista a formação continuada exige revisitar os saberes, técnicas,
metodologias e estratégias interativas para que de fato ocorra a formação continuada.
A ação-reflexão-ação, que pode ser compreendida como um método que garante uma
prática mais reflexiva e crítica do professor, compreende os saberes presentes nas
ações profissionais e demonstra o potencial técnico e de solução de problemas que
cada profissional possui ao planejar suas ações.  Segundo Alarcão (1996), é preciso
acreditar no potencial do “paradigma da formação do professor reflexivo”, pois esse
perfil de profissional produz novos conhecimentos, portanto:
O professor tem de assumir uma postura de empenhamento autoformativo e
autonomizante, tem de descobrir em si as potencialidades que detém, tem de conseguir
ir buscar ao seu passado aquilo que já sabe e que já é e, sobre isso, construir o seu
presente e o seu futuro, tem de ser capaz de interpretar o que vê fazer, de imitar sem
copiar, de recriar, de transformar. Só o conseguirá se refletir sobre o que faz e sobre o que
vê fazer (ALARCÃO, 1996, p. 18). 
Considerando o autor citado, é possível concluir que o profissional reflexivo possui
maior clareza de seu trabalho, de suas limitações e potencialidades, além de estar
sempre disposto a mudar para alcançar seus objetivos. Porque, se essa não for sua
principal intenção ao realizar um trabalho reflexivo, ele não será necessário. Nesse
sentido, a prática reflexiva mediante a disponibilidade da ação faz com que escola,
professores e alunos saiam vitoriosos no processo de desenvolvimento do ensino-
aprendizagem.
Figura 7 - A reflexão da prática pedagógica contribui para o trabalho docente na investigação e produção
do conhecimento.
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
29/08/2018 O Pedagogo e a Função Social da Escola
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Síntese
Concluímos a primeira etapa dessa disciplina, que abordou o papel do pedagogo e a
função social da escola. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
estudar os aspectos que englobam a diversidade cultural, a promoção da
cidadania e a educação integral; 
entender a importância das políticas culturais;
compreenderos domínios da formação do pedagogo no contexto das práticas
problematizadoras do ensino;
refletir sobre a função social da escola na perspectiva histórica e cultural,
considerando entender como a prática investigativa pode colaborar para a
formação docente.
conhecer melhor a educação integral, seus desafios na sociedade atual e a
atuação do pedagogo nesse contexto;
explorar a função social da escola, relacionando-a com o cotidiano escolar e as
práticas da tríade ação-reflexão-ação.
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