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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA INSTITUTO DE ENGENHARIA E GEOCIÊNCIAS – IEG PROGRAMA DE CIÊNCIAS DA TERRA – PCdT BACHARELADO EM GEOLOGIA RELATÓRIO DE CAMPO – GEOLOGIA ESTRUTURAL Santarém - Pará 2018 CAUÊ FERREIRA MARCOS VINÍCIUS TOSIN ARAÚJO JOSIAS ANDERSON BATISTA PINHEIRO RELATÓRIO DE CAMPO – GEOLOGIA ESTRUTURAL Relatório de campo correspondente a nota parcial da disciplina de Geologia Estrutural, do Curso de Geologia do Instituto de Engenharia e Geociências, Universidade Federal do Oeste do Pará, ministrada pelo professor Msc Antônio Alessandro de Jesus Braga. Santarém – Pará 2018 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Mapa de localização e acesso do afloramento corte de estrada do Dibásio Penatecua. .................................................................................................................................................... 7 Figura 2. Afloramento Diabásio Penatecaua. ........................................................................... 10 Figura 3. Fraturas preenchidas por veios de quartzo. ............................................................... 11 Figura 4. Diagrama de roseta, indicando as direções preferenciais das fraturas. ..................... 12 Figura 5. Fraturas no afloramento. ........................................................................................... 12 Figura 6. Falhas Inversas, com análise dinâmica. .................................................................... 13 Figura 7. Diagrama de roseta com as atitudes das falhas inversas. .......................................... 14 Figura 8.Diagrama de roseta, indicando as direções preferenciais das fraturas dos folhelhos. 14 Figura 9.Estereograma, indicando as estruturas de acamamento verificadas no local. ............ 15 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 7 1.1. Apresentação ................................................................................................................ 7 1.2. Área de localização e acesso ........................................................................................ 7 2. GEOLOGIA REGIONAL ................................................................................................ 8 3. Materiais e Métodos .......................................................................................................... 9 4. RESULTADOS .................................................................................................................. 9 4.1. Diabásio Penatecaua .................................................................................................... 9 4.1.1. Fraturas no Diabásio ........................................................................................... 11 4.1.2. Falhas na Formação Barrerinha .......................................................................... 13 4.1.3. Fraturas na Formação Barrerinha ....................................................................... 14 4.1.4. Acamamento na Formação Barrerinha ............................................................... 15 5. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 15 7 1. INTRODUÇÃO 1.1. Apresentação O presente trabalho tem como objetivo mostrar o resultado das aulas práticas de Geologia Estrutural, que foi realizada no dia 08/09/2018 (de 06:40 as 15:30), acompanhadas pelo professor Alessandro de Jesus Braga, e os monitores da disciplina, Lucas Paixão e Amauri Tavares. A prática consistiu em aplicações de conceitos vistos em sala de aula. Os discentes mediram direção e ângulo de mergulho de falhas, fraturas e planos de acamamentos presentes nos afloramentos. 1.2. Área de localização e acesso No dia 08 de setembro foram medidas estruturas de dois afloramentos, a área de campo foi a margem da Rodovia Br-163 sentido Santarém – Rurópolis (Figura 1), com as coordenada de S 03º56’ W 54º51’. Os afloramentos abrangem o Diabásio Penatecaua, intrusão que ocorreu cortando as formações paleozoicas da bacia do amazonas, o segundo afloramento foi nos folhelhos da Formação Barreirinha. Figura 1. Mapa de localização e acesso do afloramento corte de estrada do Dibásio Penatecua. Fonte: E. F. Silva*, M. B. Pinto, B. G. Peregovich, W. W. Brenner 8 2. GEOLOGIA REGIONAL O contexto geológico relacionado a região da prática de campo abrange a Bacia do Amazonas, que consequentemente tem o Cráton Amazônico como embasamento, este é considerado uma extensa placa continental, composta por várias províncias crustais que tem idades datadas que variam do arqueano ao mesoproterozoico. Teve sua estabilidade tectônica em torno de 1.0 Ga, comportando-se como uma placa estável no Neoprotezoico, em decorrência das faixas orogênicas marginais brasilianas (BRITO NEVES & CORDANI,1991). De acordo com Santos et al. (2003) o Cráton pode ser subdividido em 7 províncias, de leste para oeste: Transamazonas, Carajás, Amazônia Central, Tapajós–Parima, Rio Negro, Rondônia Juruena e Sunsás. As sequências de processos que ocorreram anteriormente, criaram um ambiente favorável para a formação da Bacia do Amazonas, situada entre os crátons das Guianas ao norte e do Brasil ao Sul, seu limite a oeste pelo Arco de Purús e a leste pelo Arco de Gurupá, sua extensão é de aproximadamente 500.000 km², abrangendo os estados do Pará e Amazonas (CUNHA et al, 1994). A composição da bacia é predominantemente de rochas siliciclásicas, da era paleozoico. As variações do nível do mar e os eventos tectônicos situados na placa godwânica foram responsáveis pelo registro sedimentar da bacia, outros fenômenos como os processos orogênicos ocasionaram movimentações no interior da atual Placa Sul-Americana, formando grandes arcos e desconformidades, aliado a esse fator, as transgressões e regressões oceânicas foram controladas e diminuíram sua intensidade influenciando diretamente nas fáceis e ambientes deposicionais (CUNHA et al., 2007). Proposta por Cunha et al. (2007), a classificação da bacia do amazonas é dividida em duas megassequências de primeira ordem, sendo uma palezóica e a outra mesozóica- cenozóica. A Megassequência Paleozóica é constituída por rochas sedimentares de naturezas diversas e está associada às intrusões magmáticas de idade mesozóica. Ela está dividida em quatro sequências de segunda ordem: Sequência Ordovício-Devoniana, Sequência Devono- Tournaisiana, Sequência Neoviseana e Sequência Pensilvaniano-Permiana. A Megassequência Mesozóico-Cenozóica é constituída pelas sequências Cretácea e Terciária. Outro evento relevante para compor a geologia regional do trabalho proposto, seria o processo de intrusões magmáticas básicas na forma de diques e soleiras um exemplo deste evento que ocorreu na bacia seria o Diabásio Penatecaua que cortam as formações sedimentares paleozóicas da Bacia do Amazonas. 9 O afloramento onde os estudos foram realizados caíram no grupo Urupadi(Formação Barreirinha). A Formação Barreirinha é composta por folhelhos cinza escuro/pretos, enriquecidos em matéria orgânica, de ambiente deposicional de águas profundas, sob condições redutoras (CAPUTO, 1984). 3. Materiais e Métodos A turma foi dividida em trios, a equipe revezava para retirar as atitudes das camadas, falhas e fraturas dos afloramentos e o outro ficava responsável de fazer as anotações e tirar fotografias. Na aquisição prévia de dados foi realizado o levantamento e revisão bibliográfica em livros, artigos e na carta estratigráfica. No campo, foram utilizados equipamentos como GPS (Global Position System), bússola, celular para aquisição de fotografias e a caderneta. Para plotagem dos dados no estereograma de Schmidt e diagrama de roseta foi utilizado o software OpenStereo 0.1.2,. 4. RESULTADOS 4.1. Diabásio Penatecaua A área investigada do dia 10/09/2018, foi o Diabásio Penatecaua (figura 2), localizado no município de Rurópolis - PA, aflora parcialmente em um corte de estrada na BR-163. Datado do Triássico-Jurássico, encontra-se intruso sob forma de soleira nas rochas sedimentares das formações da Bacia do Amazonas. O complexo encontra-se preservado, com pouca ação intempérica, contendo diversas fraturas. A rocha é caracterizada como diabásio, do tipo magmática hipabissal, de granulação fina, algumas das fraturas evidenciam preenchimento de veios contendo de quartzo contendo pirita (figura 3). 10 Figura 2. Afloramento Diabásio Penatecaua. Fonte: Autores 11 Figura 3. Fraturas preenchidas por veios de quartzo. Fonte: Autores 4.1.1. Fraturas no Diabásio Utilizando a bússola foram retiradas medidas de direções dos planos de faturamento nos dois lados da estrada, onde está apresenta direções preferenciais em NE-SW e NW-SE (figura 4), mostrando uma combinação com o lado oposto da estrada que também mostra NE- SW, entretanto, tais planos de fraturamento estavam em forma de entroncamento ocasionando blocos rochosos nos dois lados que pareciam se encaixar caso colidissem, aparentando assim, outro plano de fratura cruzando o anterior, esse plano de fraturamento apresenta direção NW- SE. A possível explicação para as deformações ocasionadas são pelos processos distensivos que afetaram a bacia do Amazonas e citados na geologia regional do presente trabalho. 12 Figura 4. Diagrama de roseta, indicando as direções preferenciais das fraturas. Figura 5. Fraturas no afloramento. Fonte: Autores 13 4.1.2. Falhas na Formação Barrerinha Analisando os dados obtidos em campo foi possível localizar o segmento distensivo rúptil em rochas sedimentares (folhelho), originando falhas inversas (figura 6) com atitudes NE e NW (figura 7), onde se caracteriza pelo motivo que a capa soergue em relação à lapa, apresentado aproximadamente um deslocamento até 60 cm causado pela tensão negativa provocada pelas forças internas de transformação de relevo. Após a constatação que se tratava de falhas, foi inferido a possível análise dinâmica das forças de tensões atuante na falha (figura 6), onde o sigma1 (força de tensão) está localizado na diagonal, ou seja, o esforço atua conforme o sentido do mergulho da falha inversa enquanto o sigma3 está atuando de forma diagonal também mas o seu alivio é ao contrário do sigma1. Figura 6. Falhas Inversas, com análise dinâmica. Fonte: Autores 14 Figura 7. Diagrama de roseta com as atitudes das falhas inversas. 4.1.3. Fraturas na Formação Barrerinha Utilizando a bússola foram retiradas medidas de direções dos planos de fraturamento, onde está apresenta direções preferenciais em NE-SW (figura xx). A possível explicação para as deformações ocasionadas são pelos processos distensivos que afetaram a bacia do Amazonas e citados na geologia regional do presente trabalho. Figura 8.Diagrama de roseta, indicando as direções preferenciais das fraturas dos folhelhos. 15 4.1.4. Acamamento na Formação Barrerinha Com a utilização da bússola foram retiradas as medidas dos planos de acamamentos (figura 9), nos quais vale lembrar que são formadas por minerais tabulares ou laminares tendo uma orientação preferencial, lembrando que os folhelhos são laminares. Figura 9.Estereograma, indicando as estruturas de acamamento verificadas no local. 5. CONCLUSÃO Em campo, foram adotados os princípios e ensinamentos adquiridos em sala de aula, onde através destes, foi possível verificar e constatar a presença de determinadas estruturas, tais como falhas e fraturas que estão relacionadas aos eventos tectônicos ocorridos dentro da bacia. Os eventos citados são relacionados à ocorrência de vários processos, tais como a intensa ativação de processos tectônicos que deram origem as margens passivas e ativas do atual continente Sul Americano, chamado de estágio de ativação, a ruptura da placa que ocorreu durante o Neotriássico ao Eojurássico, que iniciou-se com eventos distensionais na direção Leste-Oeste, acompanhada de magmatismo básico, representado por intrusões de soleiras e diques nos sedimentos Paleozóicos, intrusões de rochas máficas da bacia do Amazonas, que são rochas que afloram na forma de diques e soleiras de espessura que variam de até 200 m, segundo Caputo (1984), a 900 m de acordo com Wanderley Filho et al. (2006), 16 intrudidos nas rochas sedimentares Paleozóicas da bacia do Amazonas. Portanto, destaca-se a relevância deste relatório, que tem contribuição acadêmica para formação dos discentes que estarão aptos a desenvolver projetos que utilizam a geologia estrutural como instrumento de trabalho. 17 REFERÊNCIAS CAPUTO, M. V. Glaciação neodevoniana no continente Gonduana Ocidental. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA. 1984. p. 725-739. COSTA, J., 2011. CUNHA, P. R.; GONÇALVES DE MELO, J. H.; DA SILVA, O. B. Bacia do Amazonas. Boletim de Geociências da PETROBRAS, v. 15, p. 227-251, 2007. Evolução petrológica, geoquímica e isotópica do diabásio Penatecaua na região de Medicilândia, PA. Dissertação Mestrado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, (não publicada) 103 p. COSTA, J., Vasconcellos, E.M.G., Barros, C.E.M., Cury, L.F., Juk, K.F.V., 2012. Petrologia e geoquímica da soleira de Medicilândia, diabásio Penatecaua, PA. Revista Brasileira de Geociências, 42(4), 754-771 Análise faciológica da Formação Alter do Chão (Cretáceo, Bacia do Amazonas), próximo à cidade de Óbidos, Pará, Brasil - Anderson Conceição Mendes1, Werner Truckenbrod2 & Afonso César Rodrigues Nogueira. Caputo M.V. & Rodrigues R.D.N.N. 1972. Nomenclatura estratigráfica da bacia do rio Amazonas. In: SBG, Cong. Bras. Geol., 26, Anais, p. 35-46. DAEMON, R. F & Contreiras, C. J. A. 1971. Zoneamento palinológico da Bacia do Amazonas. Belém. PETROBRAS/RENOR Cunha, P.R.C., Gonzaga, F.G., Coutinho, L.F.C., Feijó, F.J., 1994. Bacia do Amazonas. Boletim de Geociências da Petrobras, 8(1),7-55. Vasquez, M.L., Sousa, C.S., Carvalho, J.M.A. (Orgs), 2008. Mapa Geológico e de Recursos Minerais do Estado do Pará, Escala 1:1 000 000. CPRM serviço Geológico do Brasil, Belém 18 ANEXOS PENATECUA 124 89 136 90 135 90 137 90 138 90 136 88 128 90 123 85 147 89 138 90123 86 145 84 116 80 230 83 235 84 316 84 137 83 215 82 138 81 139 83 277 80 185 84 FRATURAS - FOLHELHOS 358 13 346 15 321 14 322 20 357 16 328 14 FALHAS 255 62 271 71 ACAMAMENTO 358 13 346 15 357 16 264 64 137 80 19