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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CAMPUS DE GRAJAÚ CURSO INTERDISCIPLINAR DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS HUMANAS- GEOGRAFIA JOILTON NUNES LEITE GRAJAÚ-MA 2019 JOILTON NUNES LEITE RESENHA – O ENIGMA DE KASPAR HAUSER Resenha avaliativa apresentado à Educação Para Diversidade no Curso de Licenciatura em Ciências Humanas pela Universidade Federal do Maranhão – Campus Grajaú, para obtenção de nota parcial. MESTRE: Caroliny Santos Lima GRAJAÚ-MA 2019 3 O Enigma de Kaspar Hauser. Direção de Werner Herzog. Alemanha: 1974. 1 DVD (105 min). Kaspar Hauser, desde a menor idade, foi privado do convívio social. A partir daí sua triste trajetória nos aponta muitos resultados obtidos por sua privação cultural, pelo não desenvolvimento de sua linguagem. No cativeiro, Kaspar Hauser aparece acorrentado, vítima de um homem com capuz, cujo rosto não pode ser visto, que lhe alimenta com pão e água e lhe ensina algumas palavras, Kaspar viveu nessa situação até o dia que esse homem, única figura humana com quem tinha contato, decide tirá-lo do cativeiro e ele então começa a aprender a andar e logo depois o abandona em uma praça em Nuremberg. Onde fica parado até ser encontrado por outro homem que lhe faz uma serie de perguntas, a notícia logo se espalha e Kaspar se torna alvo da curiosidade dos habitantes da cidade. Kaspar Hauser passa a viver em um estábulo sob a contínua observação das autoridades que só tinham as informações que o rapaz portava ao ser encontrado: um rosário, umas orações católicas manuscritas e uma carta que mencionava seu nome, a data de seu nascimento e a indicação de que ele deveria se tornar um cavaleiro assim como seu pai. Um dos momentos que causa uma serie de curiosidades, é quando inicia se o contato de Kaspar Hauser com a sociedade. As autoridades perceberam que ele só se alimentava de pão e água e que seus pés estavam feridos. Logo depois ele é mandado para a prisão, onde tem seu primeiro contato em um ambiente social, com a família do guarda do presídio e se dá através do filho do guarda, que o ensina a pronunciar as palavras com auxílio de um espelho. É com essa família que Kaspar Hauser toma seu primeiro banho e aprende a usar talheres. Um novo momento se inicia, o filme mostra a angústia e humilhações pelas quais Kaspar passou no circo, de onde fugiu e foi encontrado por um professor, o mesmo que dois anos depois o adotou. Outro episodio interessante no filme, é o que aparece Kaspar Hauser tomando chá com os padres. Os religiosos estão interessados em saber o quanto o rapaz conhece de Deus. Onde ele diz que não consegue imaginar que Deus tivesse criado tudo o que existe no mundo a partir do nada, os padres tentam convencê-lo a crer através da fé, mas Kaspar precisa melhorar a sua escrita e leitura para compreender melhor. Em outro momento do filme Kaspar sofre um atentado, o surpreende é que ele não pede ajuda, prefere procurar um lugar escuro para se esconder, como se procurasse retornar ao cativeiro. So que mais uma vez é ajudado pelo professor, que o leva para casa e cuida para que ele se recupere, Kaspar Hauser tem delírios onde se encontra com a morte. Pouco tempo depois de se recuperar, ele sofre um segundo atentado, só que dessa vez, mesmo ferido procura o professor, e conta o que se passou, e no local do ocorrido, o professor encontra um saco com um bilhete que sugeria o motivo pelo qual Kaspar foi atacado. Kaspar morre cercado por aqueles que lhes foram mais próximos durante sua curta trajetória de vida em sociedade, após a morte ele é levado a autópsia, cujo relatoria aponta uma anormalidade no cerebelo que afetou seu desenvolvimento intelectual. Com isso as autoridades acreditaram ter encontrado todas as questões pendentes de Kaspar Hauser. Contudo, podemos dizer que as simbologias encontradas no filme, nele podemos perceber a estreita relação entre língua, pensamento, conhecimento e a própria construção social da realidade. Sobre a construção social da realidade, o filme também procura ressaltar a importância do aprendizado da linguagem para o bom relacionamento interpessoal, se nossa capacidade de conhecer o mundo está intimamente ligada à nossa capacidade de interagir, Kaspar não tinha como conhecer o mundo antes da linguagem.
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