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Unidades de Conservação

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Instituto Federal de Brasília – Campus Planaltina 
Docentes: Bruna Mouhamad e Juliane Pereira
Disciplina: Biologia 
Série/Turma: 3º B
Você sabe o que são as Unidades de Conservação?
As unidades de conservação (UCs) são um tipo especial de área protegida, ou seja, espaços territoriais (incluindo seus recursos ambientais e as águas jurisdicionais) com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e de limites definidos, sob regime especial de administração, às quais se aplicam garantias adequadas de proteção (BRASIL, 2000). 
As Unidade de Conservação podem ser divididas em duas categorias: as Unidades de Proteção Integral (Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de vida silvestre) e as Unidades de Uso Sustentável.
As unidades de proteção integral têm por objetivo básico a conservação e preservação da natureza, restringindo desse modo, o uso de seus recursos de forma indireta, ou seja, uso que não envolve o consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais existentes, com exceção apenas para casos previstos no §2°, art. 7°, da referida Lei (BRASIL, 2000). 
Em equivalência, as unidades de uso sustentável possuem por finalidade harmonizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parte dos recursos naturais existentes, conforme previsão do §2°, art. 7°, da referida Lei (BRASIL, 2000). 
A seguir serão abordadas as categorias de unidades de conservação e suas especificidades. 
Unidades de Proteção Integral
Estação Ecológica (ESEC)
Tem como objetivos a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. Nesses territórios é proibida a visitação pública, exceto com objetivo educacional e a pesquisa científica, sendo necessária autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade. (BRASIL, 2000).
 Criada pela Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), através da Lei 6.092/81. Após a instituição do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), hoje faz parte do Art. 9º da Lei 9.985/2000.
Exemplos de ESEC são: Estação Ecológica de Carijós (RS), Estação Ecológica de Corumbá (MG), Estação Ecológica Raso da Catarina (BA) e a Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins (TO).
Reserva Biológica (REBIO)
São áreas protegidas, onde não pode ocorrer nenhum tipo de agressão ou exploração do meio ambiente. Geralmente são áreas extensas de grande importância ecológica, com ecossistemas ricos e complexos. Tem objetivo de preservação integral de todos os seres vivos daquele ambiente e demais atributos naturais, onde não é permitida interferência humana direta ou modificações ambientais, há exceção apenas para fins educacionais. As pesquisas científicas só serão autorizadas após a análise do órgão responsável pela administração da unidade. (BRASIL, 2000).
 Nasceu através da Lei de Proteção à Fauna, pela Lei 5.197/1967. Após a instituição do SNUC, hoje faz parte do art. 10º da Lei 9.985/2000 (Lei do SNUC). 
Exemplos de Reservas Biológicas são: Reserva Biológica Bom Jesus (PR), Reserva Biológica Poço das Antas (RJ), Reserva Biológica Estadual Banhado do Maçarico (RS), no Distrito Federal, contamos com a Reserva Biológica do Gama.
Parque Nacional (PARNA)
Foi originada pelo Código Florestal Brasileiro em 1934. Segundo a legislação brasileira, estas devem “preservar ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas, realização de atividades educacionais e de interpretação ambiental, recreação e turismo ecológico, por meio do contato com a natureza”. Tem como objetivo básico à proteção e conservação ambiental, ou seja, da fauna, flora e outros recursos naturais (rios, lagos, formações rochosas, etc.). A área protegida geralmente é de grande extensão e de propriedade do Estado, podendo ser municipais, estaduais ou federais, protegidos por lei. 
O Brasil tem 69 Parques Nacionais, dentre eles o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, localizado em Goiás. 
 
Monumento Natural (MONAT)
 Criado pelo Art. 12º da Lei do Sistema Nacional de Unidades Conservação (SNUC) (Lei 9.985/2000). Tem como objetivo preservar a integridade de um elemento natural único, de extrema raridade ou beleza cênica, como, por exemplo, uma cachoeira, um cânion, etc. A visitação pública e as atividades científicas são permitidas, mas devem seguir as normas estabelecidas pelo órgão administrador da unidade.
O Monumento Natural pode ser constituído de áreas particulares, desde que haja compatibilização entre os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários (GABELINI, 2011). Não havendo essa compatibilidade, as áreas deverão ser desapropriadas pelo poder público (NETO, 2009). 
Exemplos de Monumentos Naturais são: Monumento Natural Estadual Serra das Torres (ES), Monumento Natural O Frade e a Freira (ES) e Monumento Natural da Ilhas Cagarras (RJ), no DF, temos o Monumento Natural do Conjunto Espeleológico do Morro da Pedreira, localizado em Sobradinho/DF.
Refúgio da Vida Silvestre (REVIS)
O Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades de flora local e da fauna residente ou migratória (GABELINI, 2011). 
Foi criado pelo Sistema Nacional de Unidades Conservação (SNUC) pelo artigo 13 da Lei do SNUC (Lei 9.985/2000). Ele é instituído por um ato do poder público (federal, estadual ou municipal) mediante prévios estudos ambientais e consultas públicas. 
Exemplos de Refúgio de Vida Silvestre são: Refúgio de Vida Silvestre da Ventania (RJ), Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco (SE) e Refúgio Estadual da Vida Silvestre do Rio Pandeiros (MG).
Unidades de Uso Sustentável 
Área de Proteção Ambiental (APA)
A Área de Proteção Ambiental geralmente possui uma área extensa, com certo grau de ocupação humana, apresenta suas características bióticas e abióticas com sua diversidade biológica e características culturais, estéticas que também asseguram a qualidade de vida da população, com o objetivo de garantir a sustentabilidade dos recursos naturais e disciplinar o processo de ocupação. São constituídas por terras públicas ou privadas (BRASIL, 2000).
Originalmente criado pela Lei 6902/1981 da Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA. Hoje, as áreas de proteção ambiental são reguladas pela Lei 9.985/00, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC).
Exemplos de APAs são: Área de Proteção Ambiental de Tamoios (RJ), APA Margem Esquerda do Rio Negro (AM). No Distrito Federal, contamos com a Área de Proteção Ambiental do Planalto Central/DF.
Floresta Nacional (FLONA)
Uma Floresta Nacional é definida como uma área com cobertura florestal de espécies nativas, sendo protegida pelo Estado. O objetivo das FLONAs é o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, destacando métodos para exploração sustentável de florestas nativas. A visitação pública dessa unidade está subordinada ao Plano de Manejo e as pesquisas são permitidas mediante autorização prévia do órgão ambiental responsável pela gestão, que pode ser o Instituto Chico Mendes de Conservação.
Em relação a legislação, as FLONA’s nasceram com o Código Florestal de 1934, que institui quatro tipos de florestas especialmente protegidas. Mais tarde, o Código Florestal de 1965 (Lei n° 4771/65) reuniu as antigas tipologias, reunindo-as na Floresta Nacional. Atualmente, elas são definidas e reguladas pela Lei 9.985/00, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC).
Exemplos: a Floresta Nacional de Brasília (DF), Floresta Nacional de Carajás (PA), a Floresta Nacional de Pacotuba (ES), a Floresta Nacional do Tapajós (PA) e a Florestal Estadual Metropolitana (PR).
Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE)
Uma Área de Relevante Interesse Ecológico é definida como uma área de pequena extensão, com pouca ou
nenhuma ocupação humana, protegida por suas características naturais únicas ou por abrigar exemplares raros da fauna e flora de uma região. Assim como uma unidade de conservação de uso sustentável, a ARIE tem por objetivo preservar os ecossistemas naturais de importância regional ou local e, ao mesmo tempo, regular o uso tolerável dessas áreas.
Em relação a legislação, AIRE é um instrumento de desenvolvimento sustentável criado originalmente pelo Decreto nº 89.336/84. Hoje faz parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), através da Lei 9.985/00.
Exemplos de AIRE são: Área de Relevante Interesse Ecológico Floresta da Cicuta (RJ), Área de Relevante Interesse Ecológico Capetinga/Taquara (DF) e Área de Relevante Interesse Ecológico Ilhas da Queimada Pequena e Queimada Grande (SP).
Reserva Extrativista (RESEX)
As Reservas Extrativistas são definidas como espaços territoriais protegidos cujo objetivo é a proteção dos meios de vida e a cultura de populações tradicionais, bem como assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da área.
Nessas unidades, a visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses locais e com o disposto no plano de manejo da unidade, assim como a pesquisa científica, que é permitida e incentivada, desde que autorizada pelo órgão ambiental responsável.
Em relação a legislação, as RESEX foram introduzidas pela Lei 9.985/00, que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), por sua vez regulado pelo Decreto nº 4.340/02.
São exemplos de RESEX: o Recanto das Araras de Terra Ronca (GO) a Reserva Extrativista Chico Mendes (AC), a Reserva Extrativista Rio Xingu (PA) e a Reserva Extrativista Acaú (GO).
Reserva da Fauna (REFAU)
Uma Reserva de Fauna é definida como uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias. Ela é adequada para estudos técnico-científicos que permitirão o aproveitamento econômico e o manejo sustentável dos recursos que podem ser obtidos desses animais.
Em relação a legislação, as REFAUs foram introduzidas pela Lei 9.985/00, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), que, por sua vez, é regulado pelo Decreto nº 4.340/02.
Ainda não foi criada uma Unidade de Conservação desta categoria. Até julho de 2015, não havia registro de reservas de fauna no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC).
Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS)
Uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável é definida como uma área natural que abriga populações tradicionais que vivem em sistemas de exploração sustentável dos recursos naturais. Ao proteger o uso do ambiente desenvolvido ao longo de gerações e adaptado às condições ecológicas locais, esta categoria de unidade de conservação de uso sustentável contribui para a proteção da natureza e para a manutenção da diversidade biológica.
São objetivos da RDS assegurar as condições para a reprodução e a melhoria dos modos de vida das populações tradicionais que nela habitam, inclusive na exploração de recursos naturais. Além disso, visa valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente desenvolvidas por estas populações.
Em relação a legislação, as RDS foram criadas pela Lei 9.985/00, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), que, por sua vez, é regulado pelo Decreto nº 4.340/02.
São exemplos: a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (AM), a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari (MG), a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão (RN) e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro (AM).
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)
Uma Reserva Particular do Patrimônio Natural é definida como uma categoria de Unidades de Conservação, que possui uma área protegida administrada não pelo poder público, mas por particulares interessados na conservação ambiental.
Os objetivos das RPPNs são promover a conservação da diversidade biológica, a proteção de recursos hídricos, o manejo de recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas cientificas, atividades de ecoturismo, educação, manutenção do equilíbrio climáticos e ecológico, bem como a preservação de belezas cênicas e ambientes históricos.
Em relação a legislação, as RPPNs foram criadas em 1990 através do Decreto 98.914, mais tarde substituído pelo Decreto nº 1.922/1996. Com a publicação da Lei no 9.985, que institui o SNUC, as RPPNs passaram a ser uma das categorias de Unidade de Conservação do grupo de uso sustentável. Elas são reguladas pelo Decreto nº 5.746/2006.
São exemplos de RPPN: Reserva Natural Salto Morato (PR), Reserva Rio das Furnas (SC) e Reserva particular do patrimônio natural Vagafogo (Pirenópolis - GO).
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza: Lei n.º 9.985, de 18 de julho de 2000. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9985.htm> Acesso em 08 de novembro de 2019. 
MANETTA, B. R., Barroso, B., Arrais, T., Nunes, T. Unidades de Conservação. Engenharias On-line, 1(2), 1-10, 2016.
ECO. O que são Unidades de Conservação. Disponível em <https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27099-o-que-sao-unidades-de-conservacao/>. Acesso em 08 de novembro de 2019.

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