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GERENCIAMENTO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO I

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E-BOOK
GERENCIAMENTO DE 
UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO I
Aspectos históricos das unidades de 
conservação 
APRESENTAÇÃO
Unidades de conservação (UCs) são territórios protegidos por decreto do governo, com limites 
definidos, que têm características naturais importantes e ricas em biodiversidade. Por essas 
características, é preciso garantir a sua proteção e a conservação de seus recursos. Trata-se de 
um modelo que teve origem inicialmente por meio do Decreto no 23.793, de 23 de janeiro de 
1934, que cria o primeiro Código Florestal brasileiro. No Brasil, há parques federais, estaduais e 
municipais, criados e geridos pelo proponente, seja a nível federal, dos Estados ou mesmo dos 
Municípios. Qualquer que seja a sua autarquia, é regido pelo Sistema Nacional de Unidade de 
Conservação da Natureza – SNUC, criado pela Lei no 9.985, de 2000. O Instituto Chico Mendes 
de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, criado pela Lei no 11.516, de 28 de agosto de 
2007, é a autarquia de gestão das UCs federais, por exemplo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar aspectos históricos da conservação das áreas 
naturais no Brasil e no mundo e a história das primeiras UCs brasileiras.
Bons estudos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os aspectos históricos da conservação das áreas naturais no mundo.•
Relacionar os aspectos históricos da conservação das áreas naturais no Brasil.•
Reconhecer a história das primeiras UCs brasileiras.•
DESAFIO
Atualmente, é possível notar que a proteção de áreas no Brasil é muito frágil, pois as UCs 
passam por longos processos para sua criação, muitas vezes levando anos para serem 
concretizadas. Porém, podem facilmente ser extintas quando os interesses são outros.
Você é gestor de uma UC de uso sustentável e precisa impedir que essa área seja extinta.
Para tanto, é necessário convencer a população sobre a importância da preservação de áreas 
naturais. Para isso, elabore um documento explicando, a partir dos conceitos aprendidos, como 
são as UCs e explanando a dificuldade de criação de uma UC por meio de fatos históricos.
INFOGRÁFICO
As unidades de conservação são importantes áreas protegidas que têm recursos necessários para 
a sobrevivência e que, além disso, podem abrigar também espécies ameaçadas de extinção.
Conforme aconteceu a evolução das leis relacionadas às UCs, os tipos de manejos e categorias 
foram sofrendo mudanças.
Veja no Infográfico a seguir como isso ocorreu.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
CONTEÚDO DO LIVRO
As unidades de conservação são importantes áreas protegidas para a preservação dos recursos 
naturais. Para que você entenda o motivo da criação de UCs, é importante conhecer de que 
forma funciona a interação dos organismos com os recursos naturais, fontes da vida.
Na obra Gerenciamento de unidades de conservação, base teórica para esta Unidade de 
Aprendizagem, leia o capítulo Aspectos históricos das unidades de conservação.
Boa leitura.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
 
Aspectos históricos das 
unidades de conservação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identi� car os aspectos históricos da conservação das áreas naturais 
no mundo.
  Relacionar os aspectos históricos da conservação das áreas naturais 
no Brasil.
  Reconhecer a história das primeiras UCs brasileiras.
Introdução
Unidades de Conservação (UCs) são territórios que possuem características 
naturais importantes e ricas em biodiversidade, protegidos por decreto do 
governo, com limites definidos, a fim de garantir a proteção e a conserva-
ção de seus recursos. É um modelo que teve origem inicialmente com o 
Decreto nº 23.793 de 23 de janeiro de 1934, que criou o primeiro código 
florestal brasileiro. No Brasil, há parques federais, estaduais e municipais, 
criados e geridos pelo proponente, seja a nível federal, dos Estados ou 
mesmo dos municípios. Qualquer que seja a sua autarquia, são regidos 
pelo Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza (SNUC), 
que surgiu pela Lei nº 9.985, de 2000. O Instituto Chico Mendes de Con-
servação da Biodiversidade (ICMBio), criado pela Lei nº 11.516 de 28 de 
agosto de 2007, é a autarquia de gestão das UCs federais, por exemplo. 
Neste texto, você vai estudar aspectos históricos da conservação das 
áreas naturais no Brasil e no mundo e a história das primeiras UCs brasileiras.
U N I D A D E 1
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 1 08/12/2017 14:45:09
Aspectos históricos da conservação 
das áreas naturais no mundo
As primeiras áreas protegidas surgiram com o propósito de reservar áreas 
para utilização de seus recursos e para caça. Essas áreas benefi ciavam apenas 
integrantes de classes privilegiadas da sociedade, ou seja, o objetivo inicial 
das áreas de preservação não era a preservação ambiental.
As áreas naturais são bens preciosos para a humanidade. Nelas estão os 
recursos necessários para a sobrevivência. A proteção de determinadas áreas 
naturais surgiu a partir da necessidade do homem de preservar esses locais para 
seu lazer, reserva alimentar, proteção das águas, preservação da fauna e da flora 
e manutenção do meio biótico e abiótico. Com o passar do tempo, foram se 
estabelecendo diversos tipos de unidades, com certos critérios e formas de usos.
Em 1864, George Perkins Marsh fez o primeiro movimento nos Estados 
Unidos, publicando um livro chamado Man and Nature (“Homem e Natureza”), 
clássico da crítica ambiental norte-americana, no qual demonstrava que a utili-
zação desenfreada dos recursos e a destruição do mundo natural ameaçavam a 
própria existência do homem sobre a terra. A partir disso, foi criada a primeira 
área natural, ou unidade de conservação (UC), oficialmente reconhecida nos 
Estados Unidos em 1872, o Parque Nacional de Yellowstone. Localizado nos 
Estados de Wyoming, Montana e Idaho, é o mais antigo parque nacional do 
mundo, um marco na história das áreas protegidas. Foi inaugurado em março 
de 1872 e cobre uma área de 8.980 km², estando sua maior parte no condado 
de Park, noroeste do Wyoming. O Parque possui diversas nascentes e águas 
termais, além da enorme diversidade de animais silvestres, endêmicos da região, 
características principais para a criação de uma área de proteção.
Nos anos seguintes à criação do Parque de Yellowstone, o conceito de 
natureza intocável gerou muitas críticas, pois se espalhou pelo mundo e pre-
judicou povos tradicionais que retiravam todo seu sustento das áreas onde 
habitavam. Apesar disso, o mundo assistiria a uma gradual inclusão desses 
espaços nas políticas públicas dos países e, no início do século XXI, a maior 
parte das legislações dos países preveem a sua criação.
A inserção de populações tradicionais no âmbito da convivência, gestão e 
exploração de recursos em certos tipos de UC foi um avanço para a utilização, de 
forma sustentável, desses recursos, possibilitando, assim, a sua conservação. Isso 
ocorreu porque os instrumentos e as técnicas utilizadas por esses grupos humanos 
eram menos impactantes e menos degradadoras do meio.
Após todo este movimento de criação da primeira área protegida, várias 
outras foram inauguradas ao redor do mundo, conforme o Quadro 1:
Aspectos históricos das Unidades de Conservação2
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 2 08/12/2017 14:45:09
Área de proteção País Ano de criação
Parque Nacional Royal Austrália 1879
Parque Nacional Banff Canadá 1885
Parque Nacional 
Egmont 
Nova Zelândia 1894
Parque Nahuel Huapi Argentina 1903
Deserto dos Leões México 1917
Parque Pérez Rosales Chile 1926
Galápagos Equador 1934
Henri Pittier Venezuela 1937
Parque Nacional dos 
Lagos de Plitvice
Croácia 1949
Parque Nacional 
Snowdonia 
País de Gales 1951
Parque Nacional 
Torres Del Paine
Chile 1959
Parque Nacional Gauja Letônia 1973
Parque Nacional TriglavEslovênia 1981
Quadro 1. Áreas protegidas.
Figura 1. Yellowstone, primeira UC oficial.
Fonte: blvdone/Shutterstock.com.
3Aspectos históricos das Unidades de Conservação
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 3 08/12/2017 14:45:09
Eventos relacionados à conservação de áreas
Na Conferência Mundial de Parques Nacionais, realizada em Seattle, nos 
Estados Unidos, em 1962, foi recomendado: o estímulo à criação de parques 
nacionais e parques marinhos; a educação ambiental; as pesquisas planejadas 
e a proibição de implantação de usinas hidrelétricas dentro dos limites de um 
parque nacional.
A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano foi a 
primeira atitude mundial a tentar preservar o meio ambiente. Ela foi realizada 
em 1972 em Estocolmo. O objetivo desta conferência foi estabelecer estratégias 
para que a relação do homem com o meio ambiente ficasse mais equilibrada, sem 
comprometer a sobrevivência das gerações futuras e do planeta como um todo.
Nos anos seguintes, foram realizadas outras Conferências Mundiais sobre parques 
nacionais, aproximadamente de 10 em 10 anos. Foram elas:
  2ª Conferência Mundial sobre Parques Nacionais, Parque Nacional Grand Teton/
Yellowstone (EUA), 1972: Parques nacionais para o futuro.
  3º Congresso Mundial de Parques Nacionais, Bali (Indonésia), 1982: O papel das 
áreas protegidas na sustentação da sociedade.
  4º Congresso Mundial de Parques Nacionais e Áreas Protegidas, Caracas (Venezuela), 
1992: Parques para a vida.
  5º Congresso Mundial de Parques da IUCN, Durban (África do Sul), 2003: Benefícios 
mais além da fronteira.
  6º Congresso Mundial de Parques da IUCN, 2014 (Sidney).
Aspectos históricos da conservação 
das áreas naturais no Brasil
No Brasil, as Áreas Protegidas são conhecidas como unidades de conservação 
(UC). Embora André Rebouças tenha pedido a criação de UCs em 1876 e Santos 
Dumont, em 1916, a primeira UC foi o Parque Nacional do Itatiaia, criado 
Aspectos históricos das Unidades de Conservação4
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 4 08/12/2017 14:45:09
pelo presidente Getúlio Vargas em 1937, através do Decreto nº 1.713. Getúlio 
ainda criou mais dois parques nacionais em 1939: Iguaçu, como proposto por 
Santos Dumont, e Serra dos Órgãos. Assim começava a nossa história sobre 
essas áreas protegidas. 
De 1939 até 1959, nenhum outro foi estabelecido. Em 1959, houve o surgi-
mento de Aparados da Serra, Araguaia e Ubajara. Em 1979, houve a criação 
de muitas UC, na Amazônia, principalmente, pois, até aquele momento, só 
havia o Parque Nacional da Amazônia, estabelecido em 1974 por indicação 
do projeto Radam Brasil.
A Amazônia era então um enorme vazio de áreas protegidas. Mas, em 1979, 
num dia só, foram estabelecidos 8 milhões de hectares de parques nacionais 
na Amazônia, reservas biológicas também no bioma amazônico, a primeira 
área protegida marinha, a Reserva Biológica de Atol das Rocas, e dois parques 
nacionais no Nordeste. Também foi aprovado o primeiro Plano do Sistema de 
Unidades de Conservação do Brasil e foi assinado o Regulamento Geral dos 
Parques Nacionais. De 1979 a 1982, surgiram dois outros parques nacionais 
e foi publicada a segunda etapa do Plano do Sistema de Unidades de Con-
servação do Brasil. Também entre 1979 e 1982, compraram-se 2 milhões de 
hectares de parques nacionais e reservas biológicas com os recursos do Fundo 
de Reposição Florestal.
A história das UCs no Brasil é marcada pela extinção de duas reservas: o 
Parque Nacional de Paulo Afonso (BA) e o de Sete Quedas (PR), dando lugar 
a hidrelétricas. As primeiras UCs criadas no Brasil estão no Quadro 2. 
Os parques criados no país seguiram o modelo dos Estados Unidos, de 
natureza intocável, sem levar em consideração os povos tradicionais que já 
habitavam as áreas delimitadas como de preservação. Assim surgiram duas 
correntes de pensamento: uma do grupo dos preservacionistas, que acreditam 
que ela não poderia ser tocada, e a outra do grupo dos conservacionistas, 
que acreditavam em um manejo sustentável. Por conseguinte, na realidade 
brasileira, as unidades de conservação, influenciadas por essas duas correntes 
de pensamento e em função da sua categoria de manejo, são distinguidas de 
duas formas: unidades de proteção integral e as de uso sustentável.
5Aspectos históricos das Unidades de Conservação
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UC Ano de criação
Parque Nacional Aparados da Serra 1959
Parque Nacional Araguaia 1959
Parque Nacional de Ubajara 1959
Parque Nacional das Emas 1961
Parque Nacional Chapada dos Veadeiros 1961
Parque Nacional de Caparaó 1961
Parque Nacional Sete Cidades 1961
Parque Nacional São Joaquim 1961
Parque Nacional Tijuca 1961
Parque Nacional Monte Pascoal 1961
Parque Nacional de Brasília 1961
Parque Nacional da Serra da Bocaina 1971
Parque Nacional Serra da Canastra 1972
Parque Nacional da Amazônia 1974
Parque Nacional do Pico da Neblina 1979
Parque Nacional de Pacaás Novos 1979
Parque Nacional da Serra da Capivara 1979
Quadro 2. Unidades de conservação.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza (SNUC)
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) é 
o conjunto de normas e procedimentos ofi ciais que possibilitam às esferas 
governamentais federal, estadual e municipal, bem como à iniciativa privada, 
criar, implementar e gerir no país as UCs.
O SNUC foi sancionado pelo governo em 1982 e era, basicamente, um 
plano que continha objetivos específicos necessários à conservação da natureza 
Aspectos históricos das Unidades de Conservação6
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 6 08/12/2017 14:45:10
no Brasil. Ele propunha novas categorias de manejo dos recursos naturais, 
que não eram previstas na legislação da época. O SNUC foi concebido por 
instituições governamentais e sociedades civis interessadas.
Entretanto, havia necessidade de um amparo legal ao sistema para fornecer 
os mecanismos jurídicos para a categorização e o estabelecimento de unidades 
de conservação no Brasil. Então, após muitos anos de discussões, a Lei nº 
9.985, de 18 de julho de 2000, instituiu o SNUC, consolidando-o na forma 
como hoje é conhecido: um conjunto de diretrizes e procedimentos oficiais 
que possibilitam às esferas governamentais federal, estadual e municipal e à 
iniciativa privada a criação, implantação e gestão de UC. É composto por 12 
categorias de UCs, cujos objetivos específicos se diferenciam quanto à forma 
de proteção e aos usos permitidos: aquelas que precisam de maiores cuidados, 
pela sua fragilidade e particularidades, e aquelas que podem ser utilizadas de 
forma sustentável e conservadas ao mesmo tempo.
O SNUC tem os seguintes objetivos:
  Contribuir para a conservação das variedades de espécies biológicas e 
dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais.
  Proteger as espécies ameaçadas de extinção.
  Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecos-
sistemas naturais.
  Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais.
  Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da 
natureza no processo de desenvolvimento.
  Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica.
  Proteger as características relevantes de natureza geológica, morfológica, 
geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural.
  Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados.
  Proporcionar meio e incentivos para atividades de pesquisa científica, 
estudos e monitoramento ambiental.
  Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica.
  Favorecer condições e promover a educação e a interpretação ambiental 
e a recreação em contato com a natureza.
  Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações 
tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura 
e promovendo-as social e economicamente.
7Aspectos históricosdas Unidades de Conservação
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 7 08/12/2017 14:45:10
A responsabilidade de preparar as unidades de conservação para receber visitantes, 
cuidando da qualidade e, principalmente, da segurança, é do Ministério do Meio Am-
biente (MMA) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O Brasil possui, atualmente, 71 parques nacionais administrados pelo ICMBio. Eles 
estão espalhados por quase todos os biomas, sendo 24 na Mata Atlântica, 20 na 
Amazônia, 15 no Cerrado, oito na Caatinga, três no bioma marinho, um no Pantanal 
e nenhum no Pampa gaúcho.
Figura 2. Itatiaia, primeiro parque nacional criado no Brasil.
Fonte: vitormarigo/Shutterstock.com.
História das primeiras UCs brasileiras
O país possui diversas unidades de conservação tanto de uso sustentável 
quanto de proteção integral. Essas áreas onde estão as UCs são ricas em 
história. Vejamos algumas.
Parque Nacional do Itatiaia
Conforme citado anteriormente, esse foi o primeiro parque nacional criado 
no Brasil, em 1937, pelo presidente Getúlio Vargas. Ele está situado na Serra 
da Mantiqueira e abrange os municípios de Itatiaia e Resende, no Estado do 
Aspectos históricos das Unidades de Conservação8
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Rio de Janeiro, e Bocaina de Minas e Itamonte, no Estado de Minas Gerais. 
Apresenta um relevo caracterizado por montanhas e elevações rochosas, com 
altitude variando de 600 a 2.791 m. A região já foi habitada por indígenas de 
uma tribo conhecida como Puri, da família Tupi, que constituíram os primeiros 
povos nativos dessa região. Alguns estudos apontam essa tribo como coloni-
zadora do vale do Paraíba do Sul. Antes da criação do Parque, as terras onde 
ele está localizado pertenciam ao Sr. Irineu Evangelista de Souza, o Visconde 
de Mauá, e foram adquiridas pela Fazenda Federal em 1908 para a criação de 
dois núcleos coloniais malsucedidos, passando as terras para o Ministério da 
Agricultura, o qual, em 1929, criou uma Estação Biológica subordinada ao 
Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Parque Nacional do Araguaia
O Parque Nacional do Araguaia foi criado em 1959 pelo presidente Juscelino 
Kubitscheck. No mesmo ano, por meio da Lei Estadual nº 2.370, foi autorizada 
a doação da Ilha do Bananal para a União e, logo após, o parque foi criado. À 
época, o território pertencia a Goiás, ao norte do Estado. Hoje está no sudoeste 
do Tocantins, abrangendo parte dos municípios de Formoso do Araguaia, 
Pium e Lagoa da Confusão. A ilha foi descoberta pelo sertanista José Pinto 
Fonseca em 1773, recebendo o nome de Santana. Porém, devido à existência 
de extensos bananais silvestres, passou a ser chamada Bananal. De início, o 
Parque Nacional do Araguaia ocupava toda a Ilha do Bananal. Em 1971, houve 
uma mudança nos limites do parque para criação do Terra Indígena Parque 
Araguaia, que passou a ocupar cerca de 562 mil hectares da área total da ilha. 
Essa terra indígena abriga cerca de quinze aldeias, dentre elas os Carajás, os 
Javaés, os Tapirapés, os Tuxás e os Avá-Canoeiros, que rejeitam contato com 
a civilização e com os demais indígenas das aldeias mais próximas.
Parque Nacional de Ubajara
No fi nal da década de 1950, o então diretor do Serviço Florestal do Ministério 
da Agricultura, Dr. David Azabuja, foi convidado a fazer uma visita à Gruta 
de Ubajara, onde ele se encantou com a beleza tanto da gruta quanto do seu 
entorno. A gruta é conhecida desde o início do século XVIII, quando os 
portugueses realizaram expedições na região em busca de minérios como a 
prata. Com seus esforços, ele conseguiu com que o presidente da época, JK, 
assinasse o Decreto nº 45.954 criando o parque para proteger a integridade e 
o processo de evolução do conjunto de formações geológicas existentes em 
9Aspectos históricos das Unidades de Conservação
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 9 08/12/2017 14:45:10
Ubajara. Apesar de o decreto ter sido assinado em 1959, apenas em 1975 o 
parque foi instalado, devido à demora nas desapropriações. Inicialmente sua 
área era de 4.000 ha, um provável erro na elaboração do decreto que, após 
estudos, foi reduzida 563 ha.
Parque Nacional das Emas
O parque foi criado em 1961 através do Decreto n° 49.874, emitido também 
pelo presidente Juscelino Kubitschek. Em 1972, teve seus limites revistos pelo 
Decreto nº 70.375. O nome Parque Nacional das Emas possui essa denominação 
devido à grande quantidade de emas que aí habitavam. A proposta de criação 
do parque atribuiu-se ao senhor Filogônio Garcia, dono de parte das terras 
onde está o parque. Filogônio, como vereador em Jataí na década de 1950, 
sugeriu a criação do Parque em um encontro de município de Rio Verde. Um 
tempo depois, na década de 60, o senador Coimbra Bueno, levou a proposição 
do parque à presidência da república. 
Parque Nacional Chapada dos Veadeiros
O parque foi criado em 1961 e está localizado no nordeste do Estado de Goiás, 
entre os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante e Colinas do Sul. Ele 
foi criado para proteger uma área de 65.514 ha de cerrado de altitude, que possui 
formações vegetais únicas, centenas de nascentes e cursos d’água, rochas muito 
antigas, com aproximadamente 1,8 bilhões de anos, e seu subsolo é constituído 
basicamente de quartzo transparente. Em 2001, o parque foi reconhecido como 
Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco, pois também preserva áreas 
de antigos garimpos, como parte da história local. O parque foi criado em plena 
corrida rumo ao centro do Brasil em razão da construção da nova capital, Brasília, 
devido a uma preocupação com a preservação da natureza próximo ao que seria 
o novo centro político do país e também com o objetivo de proteger nascentes 
de rios que abasteciam a região amazônica. Assim, em 1961, ele foi instituído 
como Parque Nacional de Tocantins, com 625 mil hectares, área reduzida em 10 
vezes antes de o nome passar a ser Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, 
com alusão aos caçadores de Veados que frequentavam o local. Atualmente, o 
parque possui uma área de 65 mil hectares. Apesar de fazer parte de sua história, 
hoje o garimpo e qualquer tipo de extrativismo é proibido no parque. Portanto, 
a maioria dos moradores das cidades próximas ao Parque Nacional Chapada 
Aspectos históricos das Unidades de Conservação10
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 10 08/12/2017 14:45:11
dos Veadeiros vive do turismo, sendo treinada para exercer a função de guias, 
preservando os recursos naturais.
Parque Nacional de Caparaó
Em 1948, foi assinado o Decreto Lei Estadual nº 55, que criava a Reserva 
Florestal do Pico da Bandeira. Ainda no mesmo ano, o então diretor do Parque 
Nacional da Serra dos Órgãos encaminhou um parecer favorável à transforma-
ção da área em parque nacional, e, em 1953, a Câmara Municipal de Espera 
Feliz solicitou também a criação do parque. Porém apenas em 1961 o então 
presidente Jânio Quadros criou o Parque Nacional do Caparaó. Antigamente, 
a terra era ocupada por diferentes grupos indígenas, como os Botocudos, os 
Puris, as tribos Tapuias e, posteriormente, os Tupis. Ainda se abrigavam na 
região grupos de caçadores-coletores que impediram, por certo tempo, a 
destruição da Mata Atlântica em várias regiões. A região do Caparaó e, nesse 
caso, as próprias terras do parque nacional estão ligadas também à história mais 
recente do país, mais especifi camente àquela das guerrilhas oposicionistas ao 
governo militar. Por volta de 1966, um grupo de guerrilheiros que era contra 
o governo militar se reuniu no alto da Serra do Caparaó com o objetivo de 
derrubar o regime.
Figura 3. Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, um dos pontos 
turísticos mais visitados no Brasil.
Fonte: vitormarigo/Shutterstock.com.
11Aspectos históricos das Unidades de Conservação
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 11 08/12/2017 14:45:11
1. Com relação à conservação 
de áreas naturais no mundo,podemos afirmar que:
a) desde o início da criação 
de áreas protegidas, a 
intenção era preservar.
b) a proteção de áreas surgiu a 
partir das necessidades do 
homem em preservar esses 
locais para seu lazer, reserva 
alimentar, entre outros.
c) a Austrália foi a precursora na 
criação de um parque nacional.
d) a criação de parques nacionais 
não foi tão restritiva quanto 
ao uso de seus recursos.
e) a criação de áreas protegidas, 
com o modelo baseado no 
conceito de natureza intocável, 
trouxe muitos benefícios.
2. Em relação à criação de unidades 
de conservação ao redor do 
mundo, podemos afirmar que:
a) em 1903, foi criado o Parque 
Nahuel Huapi no Equador.
b) não há unidades de conservação 
criados nos países da 
Letônia e Eslovênia, pois são 
países muito pequenos.
c) o Parque Pérez Rosales, criado 
em 1926, pertence à Bolívia.
d) o Parque Nacional Royal 
foi a segunda unidade de 
conservação criada no mundo 
no ano de 1885 no Canadá.
e) o Parque Nacional de 
Yellowstone foi a primeira 
unidade de conservação 
criada no mundo.
3. Conforme os aspectos históricos da 
conservação das áreas naturais no 
Brasil, podemos afirmar que: 
a) o Brasil implementou unidades 
de conservação com facilidade.
b) as unidades de conservação 
do Paraná e Tocantins 
foram as primeiras áreas 
protegidas oficiais do Brasil.
c) após a criação de uma 
unidade de conservação, 
ela não pode ser extinta.
d) a primeira unidade de 
conservação do Brasil 
foi criada em 1937.
e) em 1891, um Decreto Federal 
criou uma enorme reserva 
florestal no Estado do Acre, a 
primeira área protegida do Brasil.
4. Sobre o Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação 
da Natureza (SNUC), é 
correto afirmar que:
a) o SNUC foi o órgão responsável 
pela criação de 12 UCs no 
período entre 1939 e 1959.
b) o SNUC foi sancionado pelo 
governo em 1916 e foi uma ideia 
de Santos Dumont na época.
c) o SNUC é o conjunto de 
normas e procedimentos 
oficiais que possibilita a 
criação, implementação e 
gestão no país as UCs.
d) apesar de ter sido sancionado 
pelo governo em 1916, o SNUC 
nunca foi instituído em lei.
e) o SNUC é atualmente composto 
apenas por UCs baseadas no 
conceito de natureza intocável.
5. Qual a necessidade essencial 
de existirem unidades de 
Aspectos históricos das Unidades de Conservação12
Cap1_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 12 08/12/2017 14:45:11
DRUMMOND, J. A.; FRANCO, J. L. A.; OLIVEIRA, D. Uma análise sobre a história e a situ-
ação das unidades de conservação no Brasil. In: GANEM, R. S. (org.). Conservação da 
biodiversidade: legislação e políticas públicas. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2010.
FRANCO, J. L. de A. A história ambiental no Brasil e os seus clássicos. Sociedade e Es-
tado, Brasília, v. 18, n. 1-2, dez. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script= sci_arttext&pid=S0102-69922003000100018&lng=en&nrm=iso>. Acesso 
em: 20 nov. 2017.
LOPES, E. R. N. Aspectos ambientais e históricos do Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação: 12 anos de implantação. Nature and Conservation, Aquidabã, v. 6, n. 2, 2013.
MACIEL, M. A. Unidades de conservação: breve histórico e relevância para a efetividade do 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. [2017]. Disponível em: <http://
www.ambito juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_
id=9870>. Acesso em: 20 nov. 2017. 
MARSH, G. P. Man and nature: or physical geography as a modified by human action. 
New York: Charles Scriber, 1864. 
O QUE É O SNUC. In: ((o))eco. Rio de Janeiro: [s.n.], 2014. Disponível em: <http://www.
oeco.org.br/dicionario-ambiental/28223-o-que-e-o-snuc/>. Acesso em: 20 nov. 2017.
SOUZA, J. V. C. Congressos Mundiais de Parques Nacionais da UICN (1962-2003): registros e 
reflexões sobre o surgimento de um novo paradigma para a conservação da natureza. 
2013. 214 p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável) - Universidade 
de Brasília (UnB), Brasília, 2013.
conservação no mundo?
a) Necessidade do homem em 
preservar locais para seu 
lazer (caça e pesca), reserva 
alimentar, proteção das 
águas, preservação da fauna 
e da flora e a manutenção 
do meio biótico e abiótico.
b) Manter de forma segura 
os rebanhos bovino e 
ovino, basicamente.
c) Manter a natureza intocável.
d) Manter o homem longe 
dessas áreas.
e) As áreas naturais são bens 
preciosos para a humanidade; 
nelas estão os recursos 
necessários para a sobrevivência. 
UCs existem, basicamente, para 
proteger esses recursos com 
base na sua importância.
13Aspectos históricos das Unidades de Conservação
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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor de hoje, você vai conhecer os principais aspectos históricos sobre 
unidades de conservação a serem fixados.
Assista.
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EXERCÍCIOS
1) Com relação à conservação de áreas naturais no mundo, é possível afirmar que:
A) desde o início da criação de áreas protegidas, a intenção era preservar.
B) a proteção de áreas surgiu a partir das necessidades do homem em preservar esses locais 
para seu lazer, reserva alimentar, entre outras.
C) a Austrália foi a precursora na criação de um parque nacional.
D) a criação de parques nacionais não foi tão restritiva quanto ao uso dos recursos destes.
E) a criação de áreas protegidas com o modelo baseado no conceito de natureza intocável 
trouxe muitos benefícios.
2) Em relação à criação de unidades de conservação ao redor do mundo, é possível 
afirmar que:
A) em 1903, foi criado o Parque Nahuel Huapi, no Equador.
não há unidades de conservação criadas nos países da Letônia e da Eslovênia, pois são B) 
países muito pequenos.
C) o Parque Pérez Rosales, criado em 1926, pertence à Bolívia.
D) o Parque Nacional Royal foi a segunda unidade de conservação criada no mundo, no ano 
de 1885, no Canadá.
E) o Parque Nacional de Yellowstone foi a primeira unidade de conservação criada no 
mundo.
3) De acordo com os aspectos históricos da conservação das áreas naturais, no Brasil, é 
possível afirmar que:
A) a implementação das unidades de conservação ocorreu com facilidade.
B) as unidades de conservação do Paraná e do Tocantins foram as primeiras área protegidas 
oficiais do Brasil.
C) após a criação de uma unidade de conservação, ela não pode ser extinta.
D) a primeira unidade de conservação do Brasil foi criada em 1937.
E) em 1891, um decreto federal criou uma enorme reserva florestal no estado do Acre, a 
primeira área protegida do Brasil.
4) Sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), é 
correto afirmar que:
A) o SNUC foi o órgão responsável pela criação de 12 UCs no período entre 1939 e 1959.
B) o SNUC foi sancionado pelo governo em 1916 e, na época, foi uma ideia de Santos 
Dumont.
C) o SNUC é o conjunto de normas e procedimentos oficiais que possibilitam a criação, a 
implementação e a gestão no país de UCs.
D) apesar de ter sido sancionado pelo governo em 1916, o SNUC nunca foi instituído em lei.
E) o SNUC é atualmente composto apenas por UCs baseadas no conceito de natureza 
intocável.
5) Qual a necessidade essencial de existir unidades de conservação no mundo?
A) Necessidade do homem em preservar locais para seu lazer (caça e pesca), reserva 
alimentar, proteção das águas, preservação da fauna e da flora e manutenção dos meios 
biótico e abiótico.
B) Manter, de forma segura, os rebanhos bovino e ovino basicamente.
C) Manter a natureza intocável.
D) Manter o homem longe dessas áreas.
E) As áreas naturais são bens preciosos para a humanidade; nelas estão os recursos 
necessários para a sobrevivência. UCs existem basicamente para proteger esses recursos 
combase na sua importância.
NA PRÁTICA
Como você viu, as áreas naturais são bens preciosos para a humanidade, pois nelas estão os 
recursos necessários para a sobrevivência. Sabemos que as unidades de conservação existem 
basicamente para proteger esses recursos com base na sua importância.
Conheça, a seguir, a história de Pedro. Ele precisa proteger a área que recebeu de herança.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
No artigo Associativismo em áreas protegidas: restrições e possibilidades na experiência 
dos guias de turismo do Catimbau, Pernambuco, encontramos uma análise da dinâmica 
organizacional instituída pela Associação de Guias do Turismo e do Desenvolvimento do 
Parque Nacional do Catimbau (AGTURC), em Pernambuco, como forma de estruturação 
da atividade turística em torno desse parque.
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O artigo O estado da arte das unidades de conservação como instrumeto de preservação 
da biodiversidade brasileira analisa a produção científica sobre as unidades de 
conservação a partir de 2012 e indica a quantidade de áreas protegidas no Brasil. É muito 
interessante e atualizado.
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Conceito de unidades de conservação 
APRESENTAÇÃO
As Unidades de Conservação são territórios protegidos por decreto do governo e têm vários 
conceitos atrelados a elas, como os tipos de Unidades de Conservação e as ferramentas que 
propiciam o bom funcionamento delas. O Plano de Manejo é o principal documento relacionado 
ao gerenciamento das UCs, ele contém um resumo dos pontos principais relacionados à UC 
(fauna, flora, espécies endêmicas, nascentes e forma de manejo), bem como o de zoneamento 
ambiental e outros de suma importância que garantem uma boa conservação das áreas onde as 
atividades são restritivas. Outros conceitos importantes que você vai aprender é o de Corredores 
Ecológicos e Zonas de Amortecimento, que não fazem parte da UC, mas proporcionam um 
grande benefício para a manutenção e preservação das áreas protegidas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os principais conceitos relacionados às 
Unidades de Conservação da natureza.
Bons estudos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os conceitos relacionados à UC.•
Caracterizar os Corredores Ecológicos e as Zonas de Amortecimento.•
Elencar conceitos importantes de gerenciamento das UCs.•
DESAFIO
A finalidade da Zona de Amortecimento (ZA) é barrar os efeitos externos que possam 
influenciar de maneira negativa o cuidado da Unidade de Conservação e impedir que atuações 
antrópicas interfiram na manutenção da diversidade biológica.
Veja a situação a seguir:
INFOGRÁFICO
As Unidades de Conservação são importantes áreas protegidas que têm recursos necessários 
para a sobrevivência e que, além disso, podem abrigar espécies ameaçadas de extinção.
Para o estudo delas é necessário o entendimento dos principais conceitos, veja a seguir:
CONTEÚDO DO LIVRO
As Unidades de Conservação são importantes áreas naturais, protegidas, para a proteção dos 
recursos naturais, fauna e flora, que possam estar ameaçadas de extinção ou que sejam 
endêmicas daquele local.
Para que você entenda melhor o funcionamento de uma Unidade de Conservação, é necessário 
identificar os conceitos trazidos pela legislação referente às UCs e outros conceitos importantes 
atrelados a elas. Na obra Conceito de Unidades de Conservação, leia o capítulo Conceitos 
aplicados às Unidades de Conservação.
Boa leitura.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
 
Conceito de unidades 
de conservação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identifi car os conceitos relacionados às unidades de conservação (UC).
  Caracterizar os corredores ecológicos e as zonas de amortecimento.
  Elencar conceitos importantes de gerenciamento das UCs.
Introdução
As Unidades de Conservação (UCs) são territórios protegidos por decreto 
do governo e possuem vários conceitos atrelados a elas, como os tipos 
de UCs e as ferramentas que propiciam o seu bom funcionamento. Entre 
essas ferramentas, estão o plano de manejo, que contém um resumo dos 
pontos principais relacionados à UC (fauna, flora, espécies endêmicas, 
nascentes, forma de manejo), e o zoneamento ambiental, que garante 
uma boa conservação de áreas onde as atividades são restritivas. Outros 
conceitos importantes que você vai aprender são sobre corredores eco-
lógicos e zonas de amortecimento, que não fazem parte propriamente 
da UC, mas proporcionam um grande benefício a ela e à sua fauna. Neste 
capítulo, você vai estudar os principais conceitos relacionados a unidades 
de conservação da natureza.
Conceitos aplicados a unidades de conservação
As unidades de conservação (UCs) são áreas de proteção e têm vários con-
ceitos atrelados a elas. Para você entender como funcionam as UCs, vamos 
revisar alguns conceitos que estão na legislação pertinente e outros, de mesma 
importância, que não aparecem na legislação. Começamos pelo conceito mais 
importante, o da unidade de conservação em si. Segundo a legislação, é um 
espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, 
Cap2_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 1 12/12/2017 11:41:22
com características naturais relevantes, legalmente instituída pelo poder pú-
blico, com objetivos de conservação e limites defi nidos e sob regime especial 
de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Ou seja, 
UC é uma área natural com seus recursos, fauna e fl ora, que são importantes 
para a sobrevivência e, por isso, precisam ser totalmente protegidos ou utili-
zados de forma consciente. Esse local é constituído pelo poder público, que, 
dependendo da situação, pode desapropriar áreas e, a partir daí, determinar 
regras de manejo para sua efetiva proteção. A seguir, estão outros conceitos 
importantes, trazidos na legislação ou não, que estão relacionados às UCs.
  Conservação da natureza — É o manejo do uso humano da natureza, 
compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, 
a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa 
produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, 
mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das 
gerações futuras e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral. 
Conservar significa usar os recursos de forma racional, garantindo 
a autossustentação da natureza, enquanto preservar significa evitar 
qualquer tipo de dano no ecossistema, ou seja, não utilizar os recursos 
e manter a natureza intacta.
  Diversidade biológica — A variabilidade de organismos vivos de todas 
as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, 
marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos 
de que fazem parte, e ainda a diversidade dentro de espécies, entre 
espécies e de ecossistemas. A diversidade representa a variedade de 
espécies, cada uma com suas características próprias.
  Recurso ambiental — A atmosfera, as águas interiores, superficiais 
e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os 
elementos da biosfera, a fauna e a flora. Os recursos ambientais são o 
principal motivo pelos quais as unidades de conservação são criadas: 
para proteger as espécies da fauna e da flora da extinção, proteger 
espécies endêmicas e evitar a poluição das águas e do ar, mantendo 
um ecossistema saudável para todos.
  Endemismo — Espécie endêmica é aquela que existe apenas em deter-
minada região. Esse conceito se aplica tanto para fauna quanto para a 
flora. A área onde ocorre o endemismo possui características próprias 
para o desenvolvimento daquelaespécie endêmica.
Conceito de unidades de conservação2
Cap2_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 2 12/12/2017 11:41:23
  Preservação — Conjunto de métodos, procedimentos e políticas que 
visam à proteção em longo prazo das espécies, hábitats e ecossistemas, 
além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simpli-
ficação dos sistemas naturais. A preservação é um conceito que está 
ligado não ao manejo dos recursos, mas à sua perenidade, ou seja, em 
áreas de preservação não é permitido o uso sustentável dos recursos, 
nem morar no local, ele é apenas para preservar a natureza intacta.
  Proteção integral — Manutenção dos ecossistemas livres das alterações 
causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos 
seus atributos naturais. Nas áreas de proteção integral, aplicamos o 
conceito de preservação e o principal objetivo é a proteção da natureza 
e dos recursos.
  Conservação in situ — Conservação de ecossistemas e hábitats naturais 
e manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus 
meios naturais (no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos 
meios onde tenham desenvolvido suas propriedades e características). A 
conservação in situ é realizada na área de origem e todas as práticas são 
feitas no ecossistema onde se está trabalhando. In situ é uma expressão 
latina que significa “no local”, “no lugar”.
  Manejo — Todo e qualquer procedimento que vise assegurar a con-
servação da diversidade biológica e dos ecossistemas. No caso das 
UCs, o manejo é a forma como aquele ecossistema será gerenciado, se 
os recursos serão utilizados e como será garantida a sua continuação.
  Uso indireto — Aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou 
destruição dos recursos naturais. Exemplos de usos indiretos são a 
visitação guiada e a pesquisa científica.
  Uso direto — Aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos 
recursos naturais. Podemos citar como exemplo a pesca, a extração 
sustentável de recursos como madeira e a coleta de plantas. 
  Uso sustentável — Exploração do ambiente feita de maneira a garantir 
a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos eco-
lógicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, 
de forma socialmente justa e economicamente viável.
  Perene — Recursos que se mantêm ao longo do tempo, permanentes, 
contínuos.
  Extrativismo — Sistema de exploração baseado na coleta e extração, 
de modo sustentável, dos recursos naturais renováveis. Exemplos são 
coleta de plantas, extração de madeira de forma sustentável, entre outros.
3Conceito de unidades de conservação
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  Recuperação — Restituição de um ecossistema ou de uma população 
silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser di-
ferente de sua condição original. Recuperar é fazer seu manejo para 
que volte ao estado normal, sem que seja a condição original daquele 
ecossistema ou população.
  Restauração — Restituição de um ecossistema ou de uma população 
silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original. 
Restaurar é fazer o manejo para que volte à condição original, ou seja, 
como estava antes de ser degradada.
  Zoneamento — Definição de setores ou zonas em uma unidade de 
conservação com objetivos de manejo e normas específicos, para 
proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos 
da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. As 
diferentes zonas garantem um melhor manejo da área total, muitas 
vezes permitindo o uso de recursos em algumas partes da unidade e 
a preservação em outra.
  Plano de manejo — Documento técnico mediante o qual, com 
fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, 
são estabelecidos o seu zoneamento e as normas que devem presidir 
o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implan-
tação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. O 
plano de manejo é um documento fundamental para se conhecer e 
para garantir que aquele espaço, de fato, seja preservado. No plano, 
há um resumo sobre a f lora e a fauna local e as formas de manejo 
permitidas naquela UC. 
  Zona de amortecimento e corredor ecológico — A zona de amor-
tecimento e o corredor ecológico permitem uma melhor conservação 
dos recursos e proteção da fauna e flora. São ferramentas de proteção 
que vão além da unidade de conservação.
Conceito de unidades de conservação4
Cap2_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 4 12/12/2017 11:41:23
Figura 1. Conjunto de recursos ambientais integrando atmosfera, solo, 
água, plantas e animais.
Fonte: MarkVanDykePhotography/Shutterstock.com.
O que são corredores ecológicos 
e zonas de amortecimento?
Esses são dois conceitos muito importantes para as unidades de conservação, 
pois constituem uma proteção a mais que garante que a unidade não seja 
atingida por atividades antrópicas e que a fauna possa se deslocar, não fi cando 
presa apenas a uma área limitada. Essas áreas de corredores ecológicos e de 
zonas de amortecimento não estão propriamente integradas a uma unidade de 
conservação específi ca, mas estão ligados a elas. Quem estabelece as normas 
de ocupação e uso das zonas de amortecimento e dos corredores ecológicos 
é o órgão responsável pela administração da unidade.
5Conceito de unidades de conservação
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Zona de amortecimento
A zona de amortecimento (ZA), também conhecida como zona tampão, é o 
entorno de uma Unidade de Conservação, onde as atividades humanas estão 
sujeitas a normas e restrições específi cas, com o propósito de minimizar os 
impactos negativos sobre a unidade. Essa área é mantida ao redor da unidade, 
pois garante que, se algum impacto ambiental ocorrer em local próximo, 
não vai atingir a UC. A ZA é criada junto ao Plano de Manejo da Unidade 
de Conservação. Caso esta UC seja estabelecida sem a defi nição de zona de 
amortecimento, a regra é que empreendimentos que possam causar impacto 
signifi cativo ao ambiente devem respeitar uma faixa de 3 km de distância da 
UC e são obrigados a obter o licenciamento com EIA/RIMA. A fi nalidade 
da zona de amortecimento consiste em barrar os efeitos externos que pos-
sam infl uenciar de maneira negativa na conservação da UC e impedir que 
atuações antrópicas interfi ram na manutenção da diversidade biológica. Essa 
zona impede que ocorra o efeito de borda, que é caracterizado por mudanças 
abióticas e biológicas, como maior exposição a ventos, altas temperaturas, 
mudanças na distribuição de espécies e suas interações ecológicas. A vege-
tação da borda apresenta menor diversidade, menor permeabilidade, maior 
espaçamento entre os indivíduos de maior diâmetro e menor quantidade de 
serapilheira — camada fi na que fi ca acima do solo, composta de restos de 
folhas, galhos, animais e frutos que protegem o solo e oferecem alimento e 
hábitat para diversas espécies.
Corredores ecológicos
Os corredores ecológicos são porções de ecossistemas, naturais ou semina-
turais, ligando unidades de conservação, que possibilitam o fl uxo de genes 
e o movimento da biota entre elas, facilitando a dispersão de espécies e a 
recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações 
que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que 
aquela das unidades individuais. Estes corredores ecológicos são ligações 
entre UCs que permitem que a fauna existente não fi que isolada apenas em 
uma área individual, mas possa se deslocar para outra área em busca de 
recursos e para realizar a reprodução. A troca de genes é importante para a 
variabilidade genética; organismos isolados acabam se reproduzindo entre si, 
Conceito de unidades de conservação6
Cap2_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 6 12/12/2017 11:41:24
o que faz com que sua variabilidade genética seja mínima. Assim, qualquer 
alteração drástica no ambiente pode dizimartodos os organismos daquela 
população, pois, pela falta de variabilidade genética, nenhum dos organismos 
da população consegue responder bem a uma nova condição do ambiente. No 
caso de uma população diversa, com características diferentes, pelo menos 
alguns indivíduos conseguem sobreviver a mudanças. 
Corredores ecológicos não são unidades instituídas pelo poder público, 
mas sim áreas importantes para a conservação da natureza, com destaque para 
ações coordenadas, com o objetivo de proteger a diversidade biológica. Entre 
as ações pertinentes aos corredores ecológicos, podemos citar a expansão e a 
conexão de áreas protegidas dentro do corredor, incentivando usos de baixo 
impacto, como sistemas agroflorestais que combinam cultivo de espécies 
arbóreas lenhosas como frutíferas, ou madeireiras com cultivos agrícolas ou 
animais que imitam o que a natureza faz normalmente, com um solo coberto 
pela vegetação, diversos tipos de plantas juntas, que ajudam umas às outras, 
sem problemas com pragas, dispensando o uso de venenos. A fragmentação de 
hábitats é uma das maiores ameaças à conservação da biodiversidade, por isso 
corredores ecológicos são importantes para manter a ligação entre diferentes 
zonas, com mata nativa e diversidade de espécies.
Projeto corredores ecológicos do Ministério do Meio Ambiente
O MMA tem um projeto de implantação de corredores ecológicos para a proteção 
da Mata Atlântica e da Amazônia, que são compostas por UCs, terras indígenas e 
áreas de interstício que as ligam. Um dos corredores do projeto é o Corredor Central 
da Amazônia localizado no estado do Amazonas e composto por 14 UCs federais, 15 
UCs estaduais e 52 terras indígenas. Esse projeto possui os objetivos de:
  reduzir a fragmentação, mantendo ou restaurando a conectividade da paisagem 
e facilitando o fluxo genético entre as populações;
  planejar a paisagem, integrando UCs, buscando conectá-las e, assim, promovendo 
a construção de corredores ecológicos na Mata Atlântica e a conservação daqueles 
já existentes na Amazônia;
  demonstrar a efetiva viabilidade dos corredores ecológicos como uma ferramenta 
para a conservação da biodiversidade na Amazônia e Mata Atlântica;
  promover a mudança de comportamento dos atores envolvidos, criar oportunidades 
de negócios e incentivos a atividades que promovam a conservação ambiental e 
o uso sustentável, agregando o viés ambiental aos projetos de desenvolvimento.
7Conceito de unidades de conservação
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Figura 2. Nativo da região amazônica em uma área preservada.
Fonte: Ammit Jack/Shutterstock.com.
Conceitos importantes 
de gerenciamento das UCs
Agora que você já identifi cou os principais conceitos relacionados às unidades de 
conservação, você vai ver como esses conceitos são aplicados, como funcionam 
essas ferramentas dentro de uma UC. Para um gestor e a equipe que vai elaborar 
os estudos e os documentos ambientais específi cos para o gerenciamento de 
unidades de conservação. É essencial o conhecimento destes conceitos.
Plano de manejo
O plano de manejo é uma ferramenta indispensável para que uma unidade de 
conservação cumpra seus objetivos, seja implantada e corretamente manejada. Esse 
documento técnico apresenta as características do ambiente, o que está presente no 
meio físico e biológico da UC e as informações referentes às características sociais 
e econômicas que a envolvem. A partir do conhecimento de todas as caracterís-
ticas do local, incluindo as ambientais, são defi nidas as ações necessárias para a 
implantação da UC, proporcionando o cumprimento dos objetivos de sua criação.
Zoneamento ambiental
O zoneamento é defi nido no plano de manejo da UC. Através dele é admitida a 
exploração de recursos naturais dos ecossistemas em regime de manejo sustentável 
Conceito de unidades de conservação8
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e a substituição da cobertura vegetal por espécies cultiváveis. Esse é o item mais 
importante do plano de manejo, pois, através dele, é realizada a organização, 
espacialmente da UC em zonas com diferentes graus de proteção e diferentes 
regras de uso. Esse zoneamento serve para o planejamento de uso do solo e de 
gestão ambiental, consistindo na delimitação de zonas onde podem ser exercidos 
usos e atividades compatíveis, segundo as características de cada uma delas.
Conservação in situ
A conservação in situ promove a proteção de populações de espécies em 
seu estado natural de ocorrência na natureza. Além disso, os hábitat em que 
eles vivem também são protegidos. Um tipo de conservação in situ é a dos 
recursos genéticos. Esse tipo de conservação é uma alternativa muito boa 
para a conservação de espécies importantes e de interesse econômico que 
não se adaptariam ou não se desenvolveriam em outro local, impedindo a 
conservação ex situ (fora do local). Um exemplo de conservação in situ é a 
proteção de uma área onde existe grande densidade de castanheiras, espécie 
de interesse econômico. Na área onde vai ser realizada a conservação, são 
implantadas as regras de manejo e de exploração do local. 
Extrativismo
O extrativismo, que quer dizer coleta de produtos naturais, é uma prática realizada 
nas reservas extrativistas, que são áreas manejadas por populações tradicionais. 
Essas populações utilizam os recursos desta área de maneira sustentável para 
sua sobrevivência. Às vezes são realizadas atividades complementares, como a 
agricultura e criação de animais de pequeno porte, como galinhas. Produtos do 
extrativismo podem ser castanhas, látex, açaí e até mesmo a madeira.
Uso direto e indireto dos recursos
Estes dois conceitos estão ligados às unidades de proteção integral e às unidades 
de uso sustentável. Na primeira, a prioridade é preservar os recursos, portanto 
apenas a pesquisa e outras atividades sem coleta dos recursos é permitida. 
Podemos citar como exemplo para essa categoria as reservas biológicas e a 
estação ecológica. Nas unidades de uso sustentável, é permitida a coleta dos 
recursos, desde que seja realizada sem afetar a perenidade dos recursos, de 
forma racional e siga as regras delimitadas no plano de manejo.
9Conceito de unidades de conservação
Cap2_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 9 12/12/2017 11:41:24
Uso sustentável
Para você entender melhor o que é o uso sustentável, veja um caso prático para 
explicar o conceito. Na Reserva do Uatumã, localizada nos municípios de São Sebastião 
do Uatumã e Itapiranga, SC, através do envolvimento da comunidade local no uso sus-
tentável dos recursos, foi conseguida até a preservação de uma espécie. Nessa reserva, 
é promovido o desenvolvimento social através da conservação dos recursos naturais 
e do desenvolvimento do extrativismo florestal. Todas as atividades desenvolvidas na 
área são planejadas, de forma a garantir a participação de todos na conservação dos 
recursos naturais disponíveis e o seu uso sustentável. Com as atividades planejadas 
de exploração sustentável, eles conseguiram recuperar os Tucunarés, peixes ameaça-
dos de extinção devido à pesca predatória. Com a pesca sustentável realizada pelas 
comunidades locais, a espécie está sendo preservada, garantindo sua continuidade, 
gerando renda também para esta população local. Essa Reserva de Desenvolvimento 
Sustentável é apoiada pelo Arpa (Áreas Protegidas da Amazônia), que investiu na 
formação de um conselho, sinalização, proteção, equipe técnica, equipamento e 
monitoramento na unidade, mantendo as atividades coerentes com a conservação.
Figura 3. Órix-da-Arábia, animal que estava na lista de espécies amea-
çadas de extinção da IUCN, sendo protegido em seu hábitat natural na 
Reserva de Conservação do Deserto de Dubai (Dubai Desert Conservation 
Reserv).
Fonte: Kertu/Shutterstock.com.
Conceito de unidades de conservação10
Cap2_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 10 12/12/2017 11:41:25
1. Para que você possa entender 
melhor sobreas unidades de 
conservação, é fundamental 
saber os conceitos aplicados a 
elas. Acerca desses conceitos, 
marque a alternativa correta:
a) unidades de conservação 
são áreas restritas à 
proteção da natureza.
b) unidades de conservação 
são áreas restritas ao 
manejo sustentável.
c) conservação da natureza 
compreende o uso 
sustentável dos recursos.
d) os recursos ambientais 
compreendem a fauna e flora.
e) preservação da natureza é o uso 
sustentável dos recursos junto 
com a preservação do local.
2. Um gestor de uma UC e a equipe 
técnica que irá trabalhar para 
desenvolver os documentos 
importantes para o funcionamento 
daquela unidade devem 
conhecer bem os conceitos 
ligados a ela. Aponte a correta 
definição e a forma com que é 
desenvolvido este conceito:
a) uso direto envolve a pesquisa 
científica com coleta vegetal.
b) uso indireto envolve a 
utilização dos recursos 
sem comercialização.
c) manejo é a exploração 
dos recursos.
d) extrativismo é exploração dos 
recursos realizada sem controle.
e) perenidade significa utilizar 
os recursos mantendo 
sua permanência.
3. Corredores ecológicos trazem 
benefícios à fauna. Sobre 
eles, podemos afirmar:
a) facilitam a recuperação 
de áreas degradadas.
b) porções de ecossistema 
natural isolados.
c) impedem a troca de 
material genético.
d) são unidades de conservação 
instituídas pelo poder público.
e) fragmentos de vegetação 
próximos a uma unidade 
de conservação.
4. As zonas de amortecimento 
constituem uma proteção 
a mais às UCs. Com relação 
a elas, é correto afirmar:
a) aumentam o efeito de borda.
b) são áreas no entorno da UC 
onde as atividades humanas 
estão sujeitas a normas e 
restrições específicas.
c) área que liga UCs.
d) favorecem mudanças 
abióticas e bióticas na UC.
e) área no entorno da UC onde as 
atividades não são regradas.
5. Os conceitos relacionados às UCs 
têm aplicação prática dentro da 
unidade através de inúmeros 
documentos específicos de gestão. 
Com relação a esses documentos, 
marque a alternativa correta: 
a) o plano de manejo permite 
11Conceito de unidades de conservação
Cap2_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 11 12/12/2017 11:41:26
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Projeto corredores ecológicos. [2017]. Disponível em: 
<http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/programas-e-projetos/projeto-corredores-
-ecologicos>. Acesso em: 21 nov. 2017.
BRASIL. Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e 
VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza e dá outras providências. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/L9985.htm> Acesso em: 03 nov. 2017.
MATO GROSSO DO SUL. Licenciamento Ambiental. Conservação x Preservação. 2009. 
Disponível em: <http://www.licenciamentoambiental.eng.br/conservacao-x-preser-
vacao/>. Acesso em: 21 nov. 2017.
MATSUMOTO, K.; CARDOSO, L. D.; SANTOS, I. R. I. Manual de curadores de germoplasma - 
vegetal: conservação in vitro. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2010. 
PORTAL AMAZÔNIA. Uatumã é pioneira no uso sustentável. 2017. Disponível em: <http://
portalamazonia.com/noticias/uatuma-e-pioneira-no-uso-sustentavel>. Acesso em: 
21 nov. 2017.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Planos 
de Manejo. [201-?]. Disponível em: < http://www.sema.rs.gov.br/planos-de-manejo>. 
Acesso em: 21 nov. 2017.
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL. Reserva extrativista. [2009]. Disponível em: 
<https://uc.socioambiental.org/uso-sustent%C3%A1vel/reserva-extrativista>. Acesso 
em: 21 nov. 2017.
VASQUES, P. H. R. A aplicação do plano de manejo, zona de amortecimento e corredores 
ecológicos na proteção da biodiversidade. 2008. Disponível em: <http://www.puc-rio.br/
pibic/relatorio_resumo2008/relatorios/ccs/dir/relatorio_pedro_vasques.pdf>. Acesso 
em: 21 nov. 2017.
WORLD WILDLIFE FUND. Áreas protegidas. [200-?]. Disponível em: <https://www.wwf.org.
br/natureza_brasileira/areas_prioritarias/amazonia1/nossas_solucoes_na_amazonia/
areas_protegidas_na_amazonia/>. Acesso em: 21 nov. 2017.
o uso sustentável da área.
b) o zoneamento ambiental garante 
a proteção integral da área.
c) o extrativismo é a exploração 
comercial dos recursos.
d) o plano de manejo apresenta 
um estudo das características do 
local e sua forma de manejo.
e) a conservação in situ é uma 
prática realizada fora da UC.
Conceito de unidades de conservação12
Cap2_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 12 12/12/2017 11:41:28
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor de hoje, você irá conhecer os principais conceitos sobre as Unidades de 
Conservação, a serem fixados.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Para que você possa entender melhor sobre as Unidades de Conservação, é 
fundamental saber os conceitos aplicados a elas. Acerca desse conceito, marque a 
alternativa correta:
A) Unidades de Conservação são áreas restritas à proteção da natureza.
B) Unidades de Conservação são áreas restritas ao manejo sustentável.
C) Conservação da natureza compreende o uso sustentável dos recursos.
D) Os recursos ambientais compreendem a fauna e a flora.
E) Preservação da natureza é o uso sustentável dos recursos junto com a preservação do local.
2) O gestor de uma UC e a equipe técnica que irá trabalhar para desenvolver os 
documentos importantes para o funcionamento daquela unidade, devem conhecer 
bem os conceitos ligados a ela. Aponte a correta definição e a forma com que é 
desenvolvido este conceito:
A) Uso direto envolve a pesquisa científica com coleta vegetal.
B) Uso indireto envolve a utilização dos recursos sem comercialização.
C) Manejo é a exploração dos recursos.
D) Extrativismo é a exploração dos recursos realizada sem controle.
E) Perenidade significa utilizar os recursos mantendo sua permanência.
3) Corredores ecológicos trazem benefícios à fauna, sobre eles é possível afirmar que:
A) facilitam a recuperação de áreas degradadas.
B) são porções de ecossistemas naturais isolados.
C) impedem a troca de material genético.
D) são unidades de conservação instituídas pelo poder público.
E) são fragmentos de vegetação próximos a uma unidade de conservação.
4) As Zonas de Amortecimento constituem uma proteção a mais às UCs. Com relação a 
elas, é correto afirmar que:
A) aumentam o efeito de borda.
B) são áreas no entorno da UC onde as atividades humanas estão sujeitas às normas e 
restrições específicas.
C) é a àrea que liga as Unidades de Conservação.
D) favorecem mudanças abióticas e bióticas na UC.
E) é a àrea no entorno da UC onde as atividades não são regradas.
5) Os conceitos relacionados às UCs têm aplicação prática dentro da unidade, por meio 
de inúmeros documentos específicos de gestão. Com relação a esses documentos, 
marque a alternativa correta.
A) O plano de manejo permite o uso sustentável da área.
B) O zoneamento ambiental garante à proteção integral da área.
C) O extrativismo é a exploração comercial dos recursos.
D) O plano de manejo apresenta um estudo das características do local e sua forma de manejo.
E) A conservação in situ é uma prática realizada fora da UC.
NA PRÁTICA
Como você viu, as Unidades de Conservação são áreas de proteção e existem vários conceitos 
atrelados a elas, é importante conhecer esses conceitos na hora de tomar decisões e definir qual 
o melhor caminho a seguir.
Conheça agora, a história do Francisco, ele é gestor de uma Unidade de Conservação e precisa 
decidir se aprova ou não a produção de arroz em uma determinada área.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A Zona de Amortecimento é a área no entornode uma Unidade de Conservação. 
Dependendo das regras da UC, podem ser desenvolvidas atividades na sua Zona de 
Amortecimento para aliar conservação da natureza e agregação de valor àquela área. No 
vídeo Zona de Amortecimento do Taim - Primeiros encontros, você vai conhecer uma 
parceria que estimula a prática sustentável da agricultura em uma Zona de 
Amortecimento.
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Os Corredores Ecológicos são áreas que ligam uma Unidade de Conservação a outra, 
permitindo o fluxo genético da fauna. Nesse link é apresentado o texto Projeto corredores 
ecológicos, em que o Ministério do Meio Ambiente explica o que significa Corredores 
Ecológicos e a sua importância, mostrando também o projeto que cuida da conservação da 
biodiversidade na Amazônia e na Mata Atlântica.
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Unidades de conservação de uso 
sustentável 
APRESENTAÇÃO
As Unidades de Conservação (UC) são territórios protegidos por decreto do governo, com 
limites definidos, que têm características naturais importantes e ricas em biodiversidade. Além 
dessas unidades, há também as Unidades de Conservação de Uso Sustentável, que têm como 
objetivo compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus 
recursos naturais. As Unidades de Conservação de Uso Sustentável são divididas em: Área de 
Relevante Interesse Ecológico (ARIE), Reserva da Fauna (REFAU), Área de Proteção 
Ambiental (APA), Reserva Extrativista (RESEX), Reserva de Desenvolvimento Sustentável 
(RDS), Floresta Nacional (FLONA) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o que são as Unidades de Conservação de 
Uso Sustentável, sua caracterização e tipos existentes, bem como a existência de algumas 
Unidades no Brasil.
Bons estudos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar as Unidades de Conservação de Uso Sustentável.•
Identificar os tipos de Unidades de Conservação de Uso Sustentável.•
Elencar algumas das Unidades de Conservação de Uso Sustentável no Brasil.•
DESAFIO
Você trabalha no Instituto de Conservação da Biodiversidade, no estado do Rio de Janeiro, e foi 
chamado para ajudar na seguinte situação:
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INFOGRÁFICO
As reservas de uso sustentável são divididas em sete categorias, cada uma com diferentes focos 
e usos permitidos. Por exemplo, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem a prioridade de 
conservar os povos tradicionais.
Veja no Infográfico a seguir, uma representação do tipo de UC de Uso Sustentável e os usos 
permitidos em cada uma delas:
CONTEÚDO DO LIVRO
As Unidades de Conservação de Uso Sustentável têm por objetivo a exploração dos recursos 
naturais de forma sustentável, aliados à preservação do local. Uma das características dessas 
unidades é a preservação e manutenção das comunidades tradicionais. Para isso, essa categoria 
de uso sustentável é dividida em sete tipos.
Na obra Unidades de Conservação de Uso Sustentável, leia o capítulo Identificar os tipos de UC 
de Uso Sustentável e conheça os tipos enquadrados nessa categoria.
GERENCIAMENTO 
DE UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Anderson Purus 
 
Unidades de conservação 
de uso sustentável
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Caracterizar as unidades de conservação (UC) de uso sustentável.
  Identi� car os tipos de UCs de uso sustentável.
  Elencar algumas das UCs de uso sustentável do Brasil.
Introdução
Neste capítulo, veremos o que são as unidades de conservação de uso 
sustentável, sua caracterização e os tipos existentes, bem como aborda-
remos algumas unidades do Brasil. O objetivo básico das unidades de 
uso sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso 
sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Os tipos de UC de uso 
sustentável são: Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie), Reserva da 
Fauna (Refau), Área de Proteção Ambiental (APA), Reserva Extrativista 
(Resex), Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), Floresta Nacional 
(Flona) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
Unidades de conservação de uso sustentável
As unidades de conservação (UCs) de uso sustentável, também chamadas de 
unidades de conservação de uso direto, são as unidades em que há conservação 
de atributos naturais, mas a exploração de parte dos recursos disponíveis é 
permitida, desde que em regime de manejo sustentável. Essas UCs de uso 
direto buscam conciliar a preservação dos recursos naturais e da diversidade 
biológica com o uso sustentado de parte desses recursos. Essa categoria de 
UC admite a presença de moradores, mas eles precisam adaptar sistemas de 
manejo tradicionais para métodos preservacionistas.
Cap4_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 1 12/12/2017 08:00:38
A exploração dos recursos permitidos inclui uma ampla gama de atividades 
de exploração comercial, mas estas devem, obrigatoriamente, obedecer a um 
plano de manejo específico especialmente desenvolvido para cada unidade (ou 
tipo de unidade) dentro de um Estado. O plano de manejo deve ser montado 
por órgãos ambientais capacitados e o objetivo é permitir que a área seja 
explorada de maneira a não causar danos ambientais, visando sua utilização 
contínua por muitas gerações e, ao mesmo tempo, a preservação dos recursos 
de importância ecológica presentes.
As UCs de uso sustentável é de vital importância para manter o modo de 
vida de populações tradicionais que há muito tempo habitam essas regiões 
e, portanto, são fortemente ligadas a ela. Em algumas UCs são permiti-
das, inclusive, atividades de empresas. Exemplo são as Áreas de Proteção 
Ambiental (APAs): trata-se de um tipo de UC de uso direto que permite a 
realização de atividades privadas dentro da área, como mineração, criação 
de gado e agricultura, tendo como única exigência a cautela no manejo dos 
recursos naturais. 
A prática da pecuária no interior de UCs de uso sustentável, elencadas no 
artigo 14 da Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, é permitida sob o 
ponto de vista legal, embora deva ser vista como exceção, tendo em conta a 
degradação ambiental, em geral de grande extensão, provocada por tal prática 
(BRASIL, 2000). As UCs de uso sustentável permitem a exploração de seus 
recursos naturais desde que isso ocorra “de maneira a garantir a perenidade 
dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a 
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e 
economicamente viável” (artigo 2, XI) (BRASIL, 2000) assim, caso a pecuária 
se desenvolva de modo sustentável, é, em tese, permitida a sua realização no 
interior das unidades de conservação pertencentes a essa categoria.
Com relação à atividade de mineração nessa categoria de UC, o Departamento 
Nacional de Produção Mineral (DNPM) é o órgão responsável por controlar e 
fiscalizar o exercício das atividades de mineração em todo o território nacional. 
Sua posição, conforme o Parecer/PROGE nº 145/2006 — CCE–JMO, de 14 de 
julho de 2006, explicita que a atividade minerária é permitida em todas as UCs 
de uso sustentável, excetuando-se a Reserva Extrativista (Figura 1). Porém, 
alguns dos objetivos pretendidos com a criação de certas UCs de uso sustentável 
são incompatíveis com a degradação causada pela mineração. É importante 
ressaltar que, em todos os casos, a mineração só é permitida quando o plano de 
manejo da unidade estiver de acordo com isso. Não se poderia ter mineração 
Unidades de conservação de uso sustentável2
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em uma UC em que o respectivo Estudo de Impacto Ambiental informasse que 
os danos ambientais advindos dessa atividade afetariam significativamente o 
zoneamento estabelecido no plano de manejo.Figura 1. Reserva Extrativista (Resex) Marinha Araí – Peroba.
Fonte: Tolentino (2014). 
O objetivo de uma Reserva Extrativista é proteger o meio ambiente e garantir a utilização 
dos recursos naturais renováveis, tradicionalmente utilizados pela população extrativista 
residente na área de sua abrangência. A Figura 1 é um exemplo de Reserva Extrativista 
Marinha de mangue. Nessa reserva vivem povos tradicionais que sobrevivem do 
artesanato, associado à pesca artesanal e à cata do caranguejo. 
Outro exemplo são as Florestas Nacionais, que são abertas para visitação (pré-agendada) 
tanto da comunidade quanto de pesquisadores, sendo que algumas áreas estão restritas 
a pesquisa. Um exemplo é a Flona de São Francisco de Paula que possui grande impor-
tância, pois está inserida na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica como área núcleo e 
estrategicamente inserida no Corredor Ecológico do Rio dos Sinos, entre os Corredores 
Ecológicos dos rios Caí e Tainhas.  Atividades como a exploração dos recursos florestais 
e o recebimento de grupos para trilha guiada e pesquisa estão especificadas no plano 
de manejo e são desenvolvidas por essa unidade de conservação.
3Unidades de conservação de uso sustentável
Cap4_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 3 12/12/2017 08:00:39
Tipos de UCs de uso sustentável
As unidades de conservação de uso sustentável estão organizadas em sete 
categorias:
  Áreas de Relevante Interesse Ecológico (Arie): área, em geral, de 
pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com 
características naturais únicas ou mesmo que abrigam exemplares raros 
da biota regional. São constituídas por terras públicas ou privadas. A 
criação de novas Aries pode auxiliar tanto na manutenção de fragmentos 
de ecossistemas naturais como no melhor conhecimento de sua dinâmica 
natural e exploração sustentável dos recursos florestais. Sua criação visa 
manter esses ecossistemas naturais, de importância regional ou local, 
bem como regular o uso admissível dessas áreas, compatibilizando-o 
com os objetivos da conservação da natureza. Como pode ser constituída 
por áreas privadas, uma nova Área de Relevante Interesse Ecológico é de 
fácil criação, desde que respeitados os critérios técnico-científicos para 
a exploração de seus produtos naturais por meio do plano de manejo. 
As Aries colaboram com a política de desenvolvimento sustentável e 
estão relacionadas diretamente com as diretrizes desse desenvolvimento, 
por isso devem seguir critérios sólidos para a exploração dos produtos 
naturais na prática do manejo.
  Reserva da Fauna (Refau): área natural com populações de espécies 
animais nativas, terrestres e aquáticas, residentes ou migratórias, apro-
priadas para estudos científicos sobre o manejo sustentável e econômico 
dos recursos de fauna. A visitação do público é permitida, desde que 
esteja conforme o manejo da UC. É vedada nesse tipo de unidade a 
prática de atividades de caça, seja amadora ou profissional. Poderá haver 
comercialização de produtos e subprodutos resultantes das pesquisas, 
desde que obedeçam ao disposto na legislação brasileira sobre fauna. 
  Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS): área natural que 
abriga populações tradicionais, que sobrevivem de sistemas sustentáveis 
de exploração dos recursos naturais. Tais sistemas foram desenvolvidos 
ao longo das gerações e adaptados às condições ambientais e ecoló-
gicas locais. As RDSs desempenham papel fundamental na proteção 
da natureza, bem como na manutenção da diversidade biológica. As 
populações, assim como nas Reservas Extrativistas, possuem contrato 
de concessão de direito real de uso, uma vez que a área dessas UCs é 
de domínio público.
Unidades de conservação de uso sustentável4
Cap4_Gerenciamento_Unidade_Conservacao.indd 4 12/12/2017 08:00:39
  Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): essas são uni-
dades de conservação instituídas em áreas particulares (privadas), 
constituídas com perpetuidade, ou seja, uma vez estabelecidas, seu 
status de UC não pode mais ser revertido. O objetivo é a conservação da 
diversidade biológica ali existente. Com isso, tem-se o engajamento do 
cidadão na proteção dos ecossistemas brasileiros. Alguns incentivos são 
dados para a sua criação, como isenção de impostos. O SNUC especifica 
que é compatível à conservação da natureza nessas áreas com o uso 
sustentável de parte de seus recursos ambientais renováveis, bem como 
dos processos ecológicos essenciais, mantendo a biodiversidade e os 
atributos ecológicos. Uso sustentável aqui subentende-se a realização 
de pesquisa científica e visitação pública com finalidade turística, 
recreativa e educacional. O dono das terras que quiser transformar 
suas áreas em uma RPPN pode fazê-lo de forma integral ou parcial, 
transformando apenas parte da área em reserva.
  Florestas Nacionais (Flona): unidades de conservação de domínio 
público, providas de cobertura vegetal nativa ou plantada, estabelecidas 
com os objetivos de promover o manejo dos recursos naturais — com 
ênfase na produção de madeira e outros produtos vegetais —, garantir a 
proteção de recursos hídricos, das belezas cênicas e dos sítios históricos 
e arqueológicos, assim como fomentar o desenvolvimento da pesquisa 
científica básica e aplicada, da educação ambiental e das atividades 
de recreação, lazer e turismo. São focadas também na descoberta de 
métodos de exploração sustentável das florestas nativas. É permitida 
a permanência de populações tradicionais que habitam a área quando 
da sua criação, conforme determinar o plano de manejo da unidade. A 
visitação pública é permitida, mas condicionada às normas especificadas 
no plano de manejo.
  Reservas Extrativistas (Resex): unidades de conservação compostas 
por áreas naturais ou parcialmente alteradas, habitadas por popula-
ções tradicionalmente extrativistas, que as utilizam como fonte de 
subsistência para a coleta de produtos da biota nativa. É permitido que 
essas populações pratiquem a agricultura de subsistência e a criação de 
animais de pequeno porte. A criação dessas UCs visa proteger os meios 
de vida e a cultura dessas populações, assegurando o uso sustentável 
dos recursos naturais da UC. As pessoas que vivem nessas UCs portam 
um contrato de concessão de direito real de uso, tendo em vista que 
a área é de domínio público. A visitação pública é permitida, desde 
que compatível com os interesses locais e com o disposto no plano de 
5Unidades de conservação de uso sustentável
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manejo da unidade. A atividade de pesquisa é permitida, desde que 
autorizada (Figura 2).
  Áreas de Proteção Ambiental (APA): unidades de conservação for-
madas por áreas públicas ou privadas, que têm o objetivo de disciplinar 
o processo de ocupação das terras e promover a proteção dos recursos 
abióticos e bióticos, estéticos ou culturais, dentro de seus limites, de 
modo a assegurar o bem-estar das populações humanas que ali vivem, 
resguardar ou incrementar as condições ecológicas locais e manter 
paisagens e atributos culturais relevantes. Cabe ao plano de manejo 
estabelecer as condições para pesquisa e visitação do público.
As UCs de uso sustentável conciliam a preservação da natureza com atividades de 
coleta e de uso dos recursos, mas não de forma desregulada como acontece em áreas 
não protegidas. Essas atividades são regradas para garantir a perenidade dos recursos, 
conforme determinado no plano de manejo.
Figura 2. Floresta Nacional de Silvânia, que possui um alojamento para 
pesquisadores e um viveiro com mudas nativas.
Fonte: Flona de Silvânia (2017).
Unidades de conservação de uso sustentável6
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Algumas das UCs de uso sustentável do Brasil
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá foi a primeira UC desta 
categoria implementada no país. Sua criação foi uma solicitação

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