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Deficiência Visual e AEE
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2/267
Deficiência Visual e AEE
Autora: Tatiana dos Santos
Como citar este documento: SANTOS, Tatiana dos. Deficiência Visual e AEE. Valinhos: 2016.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira 05
Assista a suas aulas 33
Unidade 2: Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos interna-
cionais e nacionais e as especificidades da deficiência visual 40
Assista a suas aulas 64
Unidade 3: Estimulação visual e intervenção pedagógica 71
Assista a suas aulas 93
Unidade 4: Orientação e mobilidade e atividades da vida diária 101
Assista a suas aulas 130
2/267
3/2673
Unidade 5: Alfabetização e o sistema Braille 137
Assista a suas aulas 162
Unidade 6: Soroban: origem, estrutura e conceitos básicos 170
Assista a suas aulas 193
Unidade 7: Tecnologia assistiva para estudantes com DV 201
Assista a suas aulas 224
Unidade 8: As salas de recursos multifuncionais e os núcleos de acessibilidade 231
Assista a suas aulas 258
Sumário
Deficiência Visual e AEE
Autora: Tatiana dos Santos
Como citar este documento: SANTOS, Tatiana dos. Deficiência Visual e AEE. Valinhos: 2016.
4/267
Apresentação da Disciplina
Caro estudante!
Seja bem-vindo à disciplina de Deficiência 
Visual e Atendimento Educacional Especia-
lizado (AEE). Esta disciplina discute a neces-
sidade de compreensão da deficiência visu-
al, desde o funcionamento do sistema visu-
al até a cegueira propriamente dita. Discutir 
a deficiência visual e compreender o modo 
como as pessoas visualizam o mundo é o 
primeiro passo para realizar a inclusão des-
ses alunos, respeitando e valorizando a di-
ferença em sala de aula.
Lembre-se sempre de que a inclusão escolar 
depende de todos: pais, professores, alunos 
e comunidade. As barreiras atitudinais pre-
cisam ser superadas, tornando as pessoas 
mais humanas e sensíveis diante da diver-
sidade.
Espero que esta disciplina contribua de al-
guma forma com esse processo de sensibi-
lização e acolhimento da diversidade e com 
os conceitos acerca da deficiência visual e o 
modo específico de “ver” o mundo por meio 
dos outros sentidos, principalmente, do 
tato, olfato e da audição.
Bons estudos e muita sensibilidade humana 
nas suas discussões!
5/267
Unidade 1
Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira.
Objetivos
1. Compreender o sistema visual.
2. Reconhecer as doenças mais comuns, 
responsáveis pelas alterações do sis-
tema visual.
3. Conceituar cegueira e baixa visão.
4. Contextualizar a história da deficiên-
cia visual, no decorrer dos tempos. 
5. Conceituar surdocegueira.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira6/267
Introdução 
Você está iniciando uma disciplina de grande importância para qualificar o desenvolvimento de 
um trabalho voltado para a educação inclusiva. Por muito tempo, a sociedade praticou e, por 
vezes, ainda pratica ações excludentes e preconceituosas. Passamos por períodos de exclusão, 
segregação e integração.
A inclusão escolar rompe com paradigmas excludentes e abraça a educação através da valoriza-
ção e respeito pela diferença, compreendendo todas as pessoas como únicas e especiais, capa-
zes de superar dificuldades, desde que respeitadas as suas possibilidades e necessidades. Além 
da valorização do ser humano, a educação inclusiva segue o princípio da amizade, da convivên-
cia e da socialização e aprendizagem entre as pessoas.
Para Mittler:
A nossa tendência é a de subestimar pessoas e de superestimar as dificul-
dades que podem enfrentar e os desapontamentos que podem experien-
ciar se ‘falharem’. Mas isso é cair na linguagem do ‘nós’ e do ‘eles’: dificil-
mente estas são as palavras que constroem uma sociedade inclusiva ou 
uma escola inclusiva (2003, p. 16-17).
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira7/267
Durante esta disciplina, você deverá com-
preender um mundo, talvez, por muitos, 
desconhecido, estudando de forma mais 
aprofundada a deficiência visual e compre-
endendo o desenvolvimento da pessoa com 
essa condição.
É importante atentar já no início dos seus 
estudos para informações relativas a esse 
público que, muitas vezes, é classificado de 
forma equivocada. Pessoas com deficiência 
visual podem apresentar a condição de ce-
gueira ou baixa-visão, e tal deficiência pode 
ser congênita ou adquirida.
Compreender o sistema visual é fundamen-
tal para ampliar o conhecimento acerca 
das necessidades deste público. Tal conhe-
cimento qualifica a prática profissional e 
contribui para a construção humana sensí-
vel, fundamental para o trabalho com o ser 
humano, tendo em vista que amplia o olhar 
para as possibilidades, para as diferenças 
e para os diferentes modos de ensinar e 
aprender.
É muito importante que você, pós-gradu-
ando, compreenda as deficiências e sín-
dromes, para que possa, da melhor e mais 
humana maneira possível, realizar o seu 
trabalho voltado para uma educação justa 
e inclusiva.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira8/267
Nesse sentido, Mantoan sinaliza que:
Ensinar atendendo às diferenças dos alunos, mas sem diferenciar o ensino 
para cada um, depende, entre outras condições, de se abandonar um ensi-
no transmissivo e de se adotar uma pedagogia ativa, dialógica, integrado-
ra, que se contrapõe a toda e qualquer visão unidirecional, de transferência 
unitária, individualizada e hierárquica do saber (2003, p. 70-71).
A autora atenta para a valorização das individualidades, por meio de um trabalho que atenda às 
diferenças, mas não diferencie o ensino. Assim, faz-se necessário compreender essas necessida-
des biológicas e sociais, a fim de qualificar este processo.
A pessoa com deficiência visual terá acesso ao mundo imagético por meio dos demais sentidos: 
auditivo, olfativo e tátil. Sua relação com os seus pares e contexto que está inserido influenciarão 
na sua inclusão e no seu desenvolvimento.
Pensar a inclusão de pessoas nessa condição é pensar em possibilidades diferenciadas de enxer-
gar e de se relacionar com o mundo. Do nascimento até a fase adulta, pessoas com deficiência 
visual buscam adaptações que permitam seu desenvolvimento com autonomia e qualidade de 
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira9/267
vida. É muito importante entender esse uni-
verso antes de desenvolver qualquer ação 
que envolva acessibilidade. O conhecimen-
to do sistema visual e das especificidades 
da deficiência é fundamental para avançar 
nas práticas inclusivas.
Inicie derrubando as barreiras atitudinais 
que podem influenciar o processo de inclu-
são e busque ampliar o rol de informações 
que agreguem valor a sua atuação profis-
sional e pessoal.
Convido você a iniciar nossos estudos com-
preendendo o nosso sistema visual.
1. Definição e Classificação da 
Deficiência Visual.
Para conversar sobre a deficiência visual, 
primeiramente é necessário compreender 
o sistema visual e, a partir daí, estudar essa 
deficiência.
O sistema visual é composto pelos nossos 
olhos que estão diretamente ligados ao sis-
tema nervoso central, através dos nervos 
ópticos.
A visão é um sentido muito importante para 
a convivência e socialização do ser humano, 
pois os olhos são responsáveis por captar 
imagens, transformá-las em impulsos e en-
viá-las ao cérebro, através do nervo óptico, 
possibilitando seu entendimento, sua fun-
ção é fundamental para a visualização do 
ser humano.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueirae baixa visão) e da surdocegueira10/267
Sua estrutura está dividida em:
Quadro 1 – Sistema visual
Estrutura do sistema visual
Córnea É uma parte transparente que juntamente com a íris, foca a 
imagem na retina.
Íris É a parte colorida dos olhos. Fica localizada entre a córnea e 
o cristalino e funciona como um diafragma, determinando a 
quantidade de luz que penetra no olho, abrindo e fechando 
a pupila.
Cristalino É a lente natural dos olhos. É transparente e fica atrás da íris.
Retina É responsável por transformar a imagem em impulsos e en-
viá-los ao cérebro. Funciona como um prolongamento do 
sistema nervoso central e está posicionada na face interna 
do olho.
Humor aquoso É um líquido que preenche o olho, juntamente com o humor 
vítreo. Fica entre a córnea e o cristalino e é renovado con-
stantemente.
Humor vítreo Tem característica de gel e preenche a cavidade posterior do 
olho humano. 
Fonte Disponível em: <http://www.iobh.com.br>. Acesso em: 21 dez. 2016.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira11/267
Quando a estrutura dos olhos é comprometida por qualquer razão, pode ocasionar uma série de 
doenças e também a deficiência visual.
As doenças mais comuns são a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo. Essas são doenças 
comuns que normalmente são corrigidas com o uso dos óculos.
Quadro 2 – Doenças comuns.
DOENÇAS COMUNS CORRIGIDAS COM O USO DE ÓCULOS
Miopia A miopia dificulta a visão principalmente para longe. Acontece quando a 
imagem se forma antes da retina; normalmente, a criança que apresenta miopia 
aproxima-se para ver as coisas mais de perto.
Hipermetropia A hipermetropia é o contrário da miopia. A imagem se forma após a retina, 
dificultando a visão de perto. Tanto a pessoa com miopia como a com 
hipermetropia apresentam visão embaçada.
Astigmatismo É uma irregularidade da córnea. A córnea do olho da pessoa com astigmatismo 
apresenta forma ovalada, o que acaba desfocando alguns raios de luz e provoca 
imagens embaralhadas e distorcidas.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira12/267
DOENÇAS COMUNS CORRIGIDAS COM O USO DE ÓCULOS
Fonte: http://www.cemahospital.com.br/editor/assets/noticias/miopia,%20hipermetropia%20e%20astigmatismo.jpg
Esses são alguns exemplos de doenças comuns, corrigíveis com o uso de óculos. Existem ainda 
doenças mais severas que necessitam de um tratamento mais complexo e que podem ocasionar 
perda de visão.
No adulto, ocorrem doenças como a catarata, a diabetes ocular e o glaucoma. Já na criança, po-
dem ocorrer a catarata congênita, o glaucoma congênito, a ambliopia e a retinopatia da prema-
turidade.
As doenças citadas anteriormente podem ocasionar a baixa-visão ou a cegueira, tanto na pes-
soa adulta como na criança.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira13/267
A deficiência visual refere-se à diminuição 
da resposta visual, em virtude de causas 
congênitas ou adquiridas. Essa diminuição 
da resposta visual pode variar de leve a se-
vera, ou até a ausência total da resposta 
visual. Quando se tratar de diminuição de 
capacidade visual severa, significa que es-
tamos nos referindo às pessoas com visão 
subnormal ou baixa-visão. Já a ausência to-
tal da resposta visual refere-se à cegueira.
a) Cegueira
A cegueira, como já mencionado anterior-
mente, refere-se à ausência total da res-
posta visual. Pode ser classificada em con-
gênita ou adquirida.
Uma pessoa é considerada cega se corres-
ponde a um dos seguintes critérios: a vi-
são corrigida do melhor dos seus olhos é de 
20/200 ou menos, isto é, se ela pode ver a 
20 pés (6 metros) o que uma pessoa de vi-
são normal pode ver a 200 pés (60 metros), 
ou se o diâmetro mais largo do seu campo 
visual subentende um arco não maior de 20 
graus, ainda que sua acuidade visual nesse 
estreito campo possa ser superior a 20/200. 
Esse campo visual restrito é, muitas vezes, 
chamado “visão em túnel” ou “em ponta de 
alfinete” (CONDE, 2006).
Para saber mais
Normalmente, os exames que detectam o grau 
de acuidade visual utilizam a Escala de Snellen, 
ou seja, aqueles testes de visão realizados nas 
escolas, em oftalmologistas e para comprovar 
aptidão para carteira de habilitação.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira14/267
A cegueira pode ser dividida em cegueira 
absoluta (a pessoa não distingue nada) e 
a cegueira parcial (a pessoa distingue luz, 
sombra ou contornos) e pela idade de iní-
cio da deficiência. As formas de manifesta-
ção da cegueira, no que se refere ao grau de 
imagem retida e à idade em que a cegueira 
iniciou, são essenciais para compreender a 
pessoa acometida pela deficiência.
A cegueira congênita caracteriza-se pela 
perda total de visão desde o nascimento 
ou anterior aos cinco anos de idade. O cego 
congênito, na maioria das vezes, não apre-
senta memória visual, o que normalmente 
provoca o cérebro a criar mecanismos na-
turais de substituição do sentido da visão 
por outros sentidos sensoriais, como o tato, 
a audição, o gosto e o olfato. Normalmente, 
os sentidos sensoriais mais desenvolvidos 
são o tato e a audição.
A cegueira adquirida caracteriza-se pela 
perda quase total ou integral do sentido da 
visão em pessoas que possuíram a visão e 
onde as imagens visuais ainda estão de cer-
ta forma, presentes. Essa perda de visão 
pode ocorrer devido a acidentes, ou em vir-
tude de doenças degenerativas específicas, 
ou ainda com o avanço da idade. A cegueira 
adquirida caracteriza-se pela perda total de 
visão após os cinco anos de idade, e a pes-
soa que a desenvolve possui memória visu-
al, guardando na memória imagens e cores 
que visualizou, o que auxilia na sua readap-
tação. 
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira15/267
Segundo Tojal:
A cegueira adquirida ou cegueira tardia é caracterizada pela perda quase 
total ou integral do sentido da visão em indivíduos que já possuíram a visão 
e cujas imagens visuais ainda estão, de certa forma, presentes. A perda da 
visão, nestes casos, poderá ocorrer em razão de acidentes ou mais frequen-
temente, de maneira progressiva em virtude de doenças específicas ou de-
generativas, acarretadas muitas vezes pelo avanço da idade (1999, p. 10).
Quem nasce desprovido da visão não apresenta essas referências e não podem formar uma me-
mória visual.
Link
Acuidade visual é o grau de aptidão do olho, para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade 
de perceber a forma e o contorno dos objetos. Essa capacidade discriminatória é atributos dos cones (cé-
lulas fotossensíveis da retina), que são responsáveis pela acuidade visual, central, que compreende a visão 
de forma e a visão de cores. Entenda mai sobre o assunto no link a seguir. Disponível em: <http://www.
vejam.com.br/baixavisao-acuidade-visual/>. Acesso em: 17 dez. 2016.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira16/267
b) Baixa visão ou visão subnormal
A baixa visão ou visão subnormal caracteri-
za-se como a alteração na capacidade visu-
al, ocasionando rebaixamento na acuidade 
visual, redução do campo visual e da sensi-
bilidade aos contrastes. Classifica-se a defi-
ciência visual como baixa visão, se a pessoa 
apresenta acuidade visual de 6/60 e 18/60 
(escala métrica) e/ou um campo visual en-
tre 20 e 50º. Pode ser classificada em leve, 
moderada, severa ou profunda e decorrente 
de doenças como: doenças de retina, glau-
coma, catarata, traumas, diabetes, senili-
dade, entre outras causas. Essas doenças 
podem ocasionar a perda da visão central, 
perda da visão periférica, perda difusado 
campo visual e diminuição da sensibilidade 
ao contraste.
Entenda como uma pessoa com baixa visão 
visualiza o seu meio.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira17/267
Quadro 3 – Comprometimento de uma pessoa com baixa visão
Perda da visão central Perda da visão 
periférica.
Perda difusa do campo 
visual.
Diminuição da 
sensibilidade ao 
contraste.
Fonte: Disponível em: <http://brasilmedia.com/Baixa-visao.html>. Acesso em: 21 dez. 2016.
As crianças podem demonstrar certas pistas comportamentais que possibilitam perceber se ela 
está com alguma dificuldade de visão.
Algumas dessas pistas, segundo o Instituto de Cegos da Bahia, podem ser lacrimejamento, sen-
sibilidade à luz, mancha branca no olho, redução do tamanho do globo ocular, grande dilatação 
na pupila, tremor ocular, olho torto (estrabismo), necessidade de grande aproximação dos obje-
tos para uma melhor visão.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira18/267
Ao perceber esses indícios no comporta-
mento de seu aluno, deverá comunicar os 
pais e solicitar um exame oftalmológico, 
para certificar-se se está tudo bem com a 
visão dessa criança.
Lembre-se de que o olhar atento do pro-
fessor e da família pode auxiliar muito no 
diagnóstico precoce de algum comprometi-
mento visual. Muitas das doenças que com-
prometem a visão, se diagnosticadas desde 
cedo, poderão ser devidamente tratadas, 
evitando maiores complicações com a visão 
de seu aluno.
2. Causas mais Comuns da Defi-
ciência Visual.
As causas mais comuns de doenças durante 
a gestação que podem desenvolver a defi-
ciência visual nos bebês são doenças infec-
tocontagiosas como a toxoplasmose, a ru-
béola, o sarampo, o glaucoma congênito e a 
catarata congênita.
Toxoplasmose: é uma doença transmitida 
pelo parasita Toxoplasma Gondii. Normal-
mente, seu contágio está relacionado ao 
contato com animais, principalmente gatos. 
Durante a gravidez, a Toxoplasmose pode 
provocar desde o aborto até malformações 
diversas.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira19/267
Rubéola: é uma doença transmitida pelas 
vias aéreas. Normalmente, é uma doença 
considerada benigna, porém, durante a ges-
tação, pode ocasionar infecção embrioná-
ria, principalmente nos três primeiros meses 
de gestação. Nessa situação de infecção, a 
rubéola pode ocasionar desde o aborto até 
Para saber mais
A toxoplasmose é uma doença infecciosa trans-
mitida pelo T. Gonddi e responsável por grande 
parte da retinite. Muitas pessoas acreditam que 
os transmissores são apenas gatos. Contudo este 
parasita, a contaminação também é possível por 
meio de ingestão ou manipulação de carnes mal 
cozidas, principalmente de porco ou carneiro, pela 
ingestão de água ou alimentos contaminados...
o parto prematuro, malformação, catarata 
congênita e glaucoma congênito.
Sarampo: o sarampo também é uma doen-
ça transmitida pelas vias aéreas como a ru-
béola. Provoca manchas avermelhadas pelo 
corpo e febre alta. Durante a gravidez, tam-
bém pode provocar abortos e partos pre-
maturos.
Doenças infectocontagiosas como a toxo-
plasmose, a rubéola e o sarampo, adqui-
ridas durante a gravidez, podem provocar 
partos prematuros e ocasionar a retinopa-
tia da prematuridade.
A retinopatia da prematuridade é causada 
pela imaturidade da retina, em decorrência 
de parto prematuro ou de excesso de oxigê-
nio na incubadora. Pode ser tratada se diag-
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira20/267
nosticada cedo, porém, dependendo do es-
tágio em que se encontra, pode ocasionar a 
cegueira nos bebês. É responsável por gran-
de número de bebês com deficiência visual 
em todo o mundo, e, muitas vezes, os pais 
nem dispõem de informações referentes a 
uma doença tão agravante.
Link
Para compreender um pouco mais sobre a reti-
nopatia da prematuridade, assista ao vídeo dis-
ponível no seguinte link. Disponível em: <http://
www.youtube.com/watch?v=cOLTPTDEW-
Jo>. Acesso em: 17 dez. 2016.
A catarata e o glaucoma são doenças que 
podem comprometer o sistema visual e, 
consequentemente, a visão de bebês, crian-
ças e adultos. Cada uma dessas doenças 
apresenta características diferenciadas. 
a) Catarata 
A catarata é uma doença que atinge o cris-
talino dos olhos, provocando alterações 
na entrada de luz. Essas alterações podem 
ocasionar desde distorções visuais até a ce-
gueira.
Segundo o CBO (Conselho Brasileiro de Of-
talmologia), várias podem ser as causas da 
catarata, bem como sua evolução. Entre 
as principais dessas causas, estão: medi-
camentos (esteróides), substâncias tóxicas 
(nicotina), doenças metabólicas (diabetes 
mellitus, galactosemia, hipocalcemia, hi-
pertiroidismo, doenças renais), trauma, ra-
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira21/267
diações (UV, raio-X, e outras), doença ocular 
(alta miopia, uveíte, pseudoexfoliação), ci-
rurgia intraocular prévia (fístula antiglau-
comatosa, vitrectomia posterior), infecção 
durante a gravidez (toxoplasmose, rubéola), 
fatores nutricionais (desnutrição).
A catarata pode ser dividida em catarata 
congênita, secundária e senil.
Catarata congênita: surge desde o nas-
cimento. São causadas por problemas de 
infecções durante a gestação ou são ge-
néticas. Nem sempre a catarata congênita 
é descoberta logo após o nascimento do 
bebê, porém a cirurgia deve acontecer o 
quanto antes, a fim de possibilitar a recupe-
ração visual da criança.
Catarata secundária: surge de forma se-
cundária devido à influência de diferentes 
fatores, entre eles oculares e sistêmicos.
Catarata senil: surge normalmente com o 
avanço da idade. É a opacidade do crista-
lino e atinge normalmente as pessoas com 
mais de cinquenta anos. Entende-se com 
um processo normal do envelhecimento e, 
por isso, não é considerada uma doença. 
Normalmente, essa catarata é tratada com 
correção cirúrgica.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira22/267
A catarata, quando atinge crianças, princi-
palmente bebês, pode ocasionar a amblio-
pia, ou seja, o desenvolvimento anormal da 
capacidade visual, que pode causar redução 
ou perda de visão.
Para saber mais
O olho com catarata apresenta certos reflexos 
brancos na pupila. Esses reflexos são chamados 
de leucocoria.
A leucocoria pode ser detectada por observação 
ou na maternidade, por meio do teste do olhinho. 
Em alguns casos, ele pode ser observado apenas 
quando a pupila fica maior, como em ambientes 
escuros. O diagnóstico precoce é importantíssi-
mo, tendo em vista que pode impedir o desenvol-
vimento da cegueira.
b) Glaucoma 
O glaucoma é uma doença que está relacio-
nada com a pressão dos olhos e que pode 
levar a cegueira. Quando essa pressão dos 
olhos é muito alta, pode atingir o nervo óp-
tico, comprometendo o sistema visual.
Alguns sintomas de glaucoma são a visão 
borrada, dores fortes nos olhos, dores de 
cabeça, náuseas e vômito.
O glaucoma pode ser classificado em:
Glaucoma crônico: acontece normalmen-
te em adultos. É uma doença que atinge o 
sistema de drenagem no olho, que deixa de 
funcionar com o envelhecimento.
Glaucoma secundário: acontece quando o 
sistema de drenagem é afetado por drogas, 
lesões, tumores ou inflamações.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira23/267
Glaucoma congênito: o glaucoma con-
gênito atinge normalmente os bebês, que 
quando nascem apresentam os olhos maio-
res que o normal, sensibilidade, piscando e 
lacrimejando diante da luz.O glaucoma pode atingir desde bebês até 
pessoas idosas, diabéticos, usuários de cor-
ticoides, pessoas que sofreram fortes lesões 
nos olhos, ou pode também ser hereditário. 
Normalmente, seus danos são irreversíveis 
e os tratamentos são a cirurgia, a prescrição 
de colírios e remédios específicos que aju-
dam a controlar a pressão dos olhos.
Link
O vídeo organizado pelo Laboratório Allergan, 
apresenta importantes informações sobre o 
Glaucoma. Acesse a amplie os seus conhecimen-
tos sobre esta doença.
Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=qlbcBoMO8iI>. Acesso em: 17 dez. 
2016. 
Como você percebeu, tanto a catarata como 
o glaucoma pode provocar desde a baixa vi-
são até a cegueira, ou seja, uma deficiência 
visual.
Observe como uma pessoa com uma dessas 
doenças enxerga:
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira24/267
Quadro 4 – Catarata e Glaucoma
Visão com Catarata Visão com Glaucoma
Fonte: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-ZojDh-z6ejY/UVcr-RrV4hI/AAAAAA-
AACOs/rHBlWxRb0Rs/s1600/Slide20.JPG>. Acesso em: 21 dez. 2016.
3. Surdocegueira.
A surdocegueira não é classificada como deficiência visual, pois a criança surdocega não é ape-
nas uma criança cega que não escuta e nem mesmo uma criança surda que não enxerga, pois, 
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira25/267
quando essas duas deficiências estão as-
sociadas, repercute em termos de desen-
volvimento humano perdas significativas 
na aquisição dos comportamentos sociais 
aceitos e de adaptação ao meio.
A perda dessas duas funções limita o poder 
de antecipação dos fatos que irão ocorrer 
em sua volta. Assim, essas crianças neces-
sitam ser trabalhadas e estimuladas a de-
senvolver estilos de aprendizagem próprios 
para compensar suas perdas sensoriais.
Para isso, é necessário desenvolver formas 
de comunicação efetiva para sua participa-
ção em sociedade e interação com o meio. 
Essas formas de comunicação e desenvol-
vimento passam primeiramente através do 
toque.
As causas da surdocegueira podem ser:
• Acidentes graves; 
• Síndrome de Usher (as manifestações 
clínicas dessa síndrome de origem ge-
nética incluem a surdez, que se mani-
festa logo no início da vida e a perda 
visual que ocorre, geralmente, mais 
tarde);
• Surdocegueira congênita, resultan-
te de doenças como a rubéola ou de 
nascimentos prematuros.
Os surdocegos possuem diversas formas 
para se comunicar com as outras pessoas. 
A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) pode 
ser adaptada aos surdocegos, utilizando-
-se o tato. Colocando a mão sobre a boca e 
o pescoço de um intérprete, a pessoa com 
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira26/267
surdocegueira pode sentir a vibração de sua 
voz e entender o que está sendo dito. Esse 
método de comunicação é chamado de Ta-
doma.
Também é possível para o surdocego escre-
ver na mão de seu intérprete, utilizando o 
alfabeto manual dos surdos, soletrando as 
palavras ou ele pode redigir suas mensa-
gens em sistema braille.
Uso do alfabeto manual, em alguns casos, 
já utilizados pelos surdos. O interlocutor faz 
a letra na palma da mão da pessoa surdoce-
ga. Cada letra corresponde a uma posição 
dos dedos.
A forma mais simples de comunicação para 
a pessoa com surdocegueira é a do alfabe-
to manual. Nesse caso, é preciso que o in-
terlocutor saiba as letras maiúsculas do 
alfabeto. O dedo indicador funciona como 
uma caneta e o interlocutor escreve na pal-
ma da mão da pessoa com surdocegueira.
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira27/267
Glossário
Retinopatia: lesão patológica que afeta a retina
Leucocoria: reflexo pupilar anormal à luz incidente, em geral relacionado a uma anormalidade 
intraocular, ocorrendo frequentemente em crianças.
Tabela de Snellen: também conhecida como escala optométrica de Snellen. Diagrama utilizado 
para medir a acuidade visual, desenvolvido pelo oftalmologista holandês Herman Snellen.
Questão
reflexão
?
para
28/267
Agora que você já estudou e compreendeu o sistema vi-
sual e as causas da deficiência visual, pesquise alguns 
casos de superação e elabore um texto sobre como você 
percebe a inclusão dessas pessoas nos dias atuais? Essa 
reflexão certamente o auxiliará na compreensão dos 
conceitos que serão trabalhados nos próximos temas 
desta disciplina.
29/267
Considerações Finais (1/3)
• O sistema visual é composto pelos olhos que estão diretamente ligados ao 
sistema nervoso central, através dos nervos ópticos;
• Os olhos são responsáveis por captar imagens, e sua estrutura está dividida 
em: córnea, íris, cristalino, retina, humor aquoso e vítreo;
• Quando a estrutura dos olhos é comprometida por qualquer razão, pode oca-
sionar uma série de doenças e também a deficiência visual;
• As doenças mais comuns que normalmente são corrigidas com o uso dos 
óculos são: miopia, hipermetropia e astigmatismo;
• Entre as doenças mais severas que necessitam de um tratamento mais com-
plexo e que podem ocasionar perda de visão, estão: catarata, diabetes ocular, 
glaucoma, catarata congênita, glaucoma congênito, ambliopia e retinopatia 
da prematuridade;
30/267
• A deficiência visual refere-se à diminuição da resposta visual, em virtude de 
causas congênitas ou adquiridas;
• A cegueira refere-se à ausência total da resposta visual. Pode ser classificada 
em congênita ou adquirida;
• A cegueira congênita caracteriza-se pela perda total de visão, desde o nasci-
mento ou anterior aos cinco anos de idade; 
• A cegueira adquirida caracteriza-se pela perda quase total ou integral do 
sentido da visão, após os cinco anos de idade;
• A baixa visão ou visão subnormal caracteriza-se como a alteração na ca-
pacidade visual, ocasionando rebaixamento na acuidade visual, redução do 
campo visual e da sensibilidade aos contrastes. Pode ser classificada em leve, 
moderada, severa ou profunda e decorrente de doenças que podem ocasio-
nar a perda da visão central, perda da visão periférica, perda difusa do campo 
visual, diminuição da sensibilidade ao contraste;
Considerações Finais (2/3)
31/267
• A surdocegueira não é classificada nem como deficiência visual, nem como 
deficiência auditiva. Trata-se de uma deficiência única com perda de dois 
sentidos.
Considerações Finais (3/3)
Unidade 1 • Caracterização da deficiência visual (cegueira e baixa visão) e da surdocegueira32/267
Referências
CONDE, Antonio João Menescal. Quando houver crianças deficientes da visão em sua sala de 
aula: sugestões para professores. Disponível em: <http://200.156.28.7/Nucleus/media/common/
Nossos_Meios_RBC_RevJun1998_Artigo1.doc>. Acesso em: 1 nov. 2016.
GIL, Marta (Org.). Deficiência visual. Brasília, 2000. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
seed/arquivos/pdf/deficienciavisual.pdf>. Acesso em: 1 nov. 2016.
MARTÍN, Manuel Bueno; RAMIREZ, Francisco Ruiz. Visão Subnormal. In: MARTÍN, Manuel Bue-
no; BUENO, Salvador Toro (Org.). Deficiência Visual: Aspectos Psicoevolutivos e Educativos. São 
Paulo: Santos, 2003. p. 27-40.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? 2. ed. São Paulo: 
Moderna, 2003. 
MITTLER, Peter. Educação inclusiva: contextos sociais. Tradução de Windyz Brazão Ferreira. Por-
to Alegre: Artmed, 2003.
33/267
Assista a suas aulas
Aula 1 - Tema: Caracterização da deficiência vi-
sual. Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/7b9cf6720dc85399429f3f6357eec298>.
Aula 1 - Tema: Caracterização da deficiência vi-
sual. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
e73d106ae0432f5113987f95e4c1ac9e>.
34/267
1. A estrutura dos olhos está dividida em:
a) Córnea, íris, cristalino, retina, humor aquoso e vítreo;
b) Córnea, íris, cristalino, nervos ópticos, humor aquoso e vítreo;
c) Nervos oculares, íris, retina, humor aquoso e vítreo;
d) Córnea, íris, cristalino, retina, humor leitoso;
e) Córnea, íris, leucocoria, retina, humor vítreo.
Questão 1
35/267
2. A deficiência visual pode ser classificada em dois grupos, que são:
a) De pessoas com baixa visão (ou visão subnormal) e de pessoas cegas;
b) De pessoas com cegueira grau 1 e cegueira grau 2;
c) De pessoas com baixa visão e visão subnormal;
d) De pessoas cegas e de pessoas com cataratas;
e) Pessoas com glaucoma e vítimas de acidentes.
Questão 2
36/267
3. São doenças normalmente corrigíveis com o uso dos óculos:
a) Astigmatismo, miopia, hipermetropia.
b) Astigmatismo, catarata, glaucoma.
c) Astigmatismo, miopia, retinopatia da prematuridade.
d) Catarata, retinopatia da prematuridade, hipermetropia.
e) Leucocoria, retinopatia, hipermetropia, catarata.
Questão 3
37/267
4. São doenças que podem ocasionar a perda de visão:
a) Glaucoma, catarata, astigmatismo e retinopatia da prematuridade.
b) Hipermetropia, catarata, astigmatismo e retinopatia da prematuridade.
c) Glaucoma, catarata, astigmatismo e ambliopia.
d) Ambliopia, glaucoma, catarata e retinopatia da prematuridade.
e) toxoplasmose, glaucoma, astigmatismo e miopia.
Questão 4
38/267
5. Podemos caracterizar como “pistas” que indicam dificuldade de visão:
a) Lacrimejamento, resistência à luz, manchas brancas nos olhos, grande dilatação da pupila, 
tremor ocular.
b) Lacrimejamento, sensibilidade à luz, manchas pretas nos olhos, pouca dilatação da pupila, 
tremor ocular.
c) Lacrimejamento, sensibilidade à luz, manchas brancas nos olhos, grande dilatação da pupi-
la, tremor ocular.
d) Olho torto, resistência à luz, manchas pretas nos olhos, pouca dilatação da pupila, tremor 
ocular.
e) Lacrimejamento, resistência à luz, manchas nos olhos, pouca dilatação da pupila, coceira 
constante.
Questão 5
39/267
Gabarito
1. Resposta: A.
A estrutura dos olhos está dividida em cór-
nea, íris, cristalino, retina, humor aquoso e 
vítreo.
2. Resposta: A.
A deficiência visual pode ser classificada em 
dois grupos. As pessoas com baixa visão (ou 
visão subnormal) e de pessoas cegas.
3. Resposta: A.
O astigmatismo, a miopia e a hipermetropia 
são doenças mais comuns, normalmente 
corrigíveis com o uso dos óculos.
4. Resposta: D.
A ambliopia, o glaucoma, a catarata e a re-
tinopatia da prematuridade são doenças 
mais graves que podem comprometer a vi-
são, provocando desde a baixa visão até a 
cegueira.
5. Resposta: D.
Quando uma criança desenvolve alguma di-
ficuldade de visão, pode apresentar algumas 
pistas, entre elas o lacrimejamento, a sensi-
bilidade à luz, manchas brancas nos olhos, 
grande dilatação da pupila, tremor ocular.
40/267
Unidade 2
Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e 
nacionais e as especificidades da deficiência visual.
Objetivos
1. Compreender a história da pessoa 
com deficiência visual na sociedade.
2. Reconhecer as diferentes fases da his-
tória que influenciaram a Legislação 
para a inclusão das pessoas com defi-
ciência visual.
3. Conhecer os principais documentos 
da legislação internacional e nacional.
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
41/267
Introdução
O tema anterior abordou o sistema visual 
e as principais doenças que o afetam. Você 
pode perceber que tanto a cegueira como a 
baixa visão estão diretamente ligadas a uma 
dessas doenças, seja no período de gesta-
ção ou durante o decorrer da vida.
No mundo atual, já dispomos de várias in-
formações referentes à deficiência visual, 
graças ao trabalho desenvolvido por dife-
rentes institutos ao longo de muitos anos, 
porém nem sempre foi assim!
É possível separar a história das pessoas 
com deficiência visual na sociedade em di-
ferentes épocas.
O registro da presença do cego na Antigui-
dade é praticamente nulo, pois, nessa épo-
ca, as pessoas enfermas ou com deficiência 
eram mortas ou abandonadas. Segundo 
Motta (2008), quando uma criança nascia 
cega, era comum o assassinato. Já as pes-
soas que desenvolviam a cegueira na vida 
adulta eram abandonadas.
Conforme a mesma autora, na história 
da humanidade, as sociedades primitivas 
acreditavam que o cego era possuído por 
espíritos malignos, o que lhes remetia dire-
tamente ao mal, e algumas pessoas acre-
ditavam que o nascer cego era um castigo, 
por algum pecado de algum ente da família.
Observe o quadro a seguir:
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
42/267
Quadro 5 – Exclusão na antiguidade
Povos da Antiguidade Ações sociais desenvolvidas
Tribos nômades Abandonavam as pessoas velhas, doentes ou deficiente em lugares perigosos, 
sujeitos aos ataques de bichos ou inimigos.
Hebreus Acreditavam que as pessoas com alguma deficiência ou membro quebrado 
estavam marcadas pelo sinal dos maus espíritos.
Atenas Os bebês recém-nascidos com deficiência eram colocados em vasilhas de argila 
e abandonados.
Esparta
Os pais tinham de apresentar seus filhos aos magistrados. As crianças com 
deficiência eram abandonadas ou eliminadas.
Roma Os bebês com deficiência eram eliminados ou abandonados no Rio Tibre ou nas 
montanhas.
Fonte: a autora
Durante a Idade Média, a cegueira foi utilizada como castigo ou vingança. Existem registros de 
que no século XI, em Constantinopla, o imperador Basílio II mandou retirar os olhos de quinze mil 
prisioneiros antes de devolvê-los a sua pátria.
Nesse mesmo período, a cegueira também era sinônimo de pena judicialFoi com o fortalecimento 
da era Cristã que a situação da pessoa com deficiência visual começou a mudar. Os cegos, como 
todos os homens, passaram a ser considerados filhos de Deus. Enquanto alguns cegos eram se-
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
43/267
gregados em asilos, atitude considerada de 
caridade na época, outros eram deixados 
para viver da caridade das pessoas, outros 
ainda foram sacrificados pela Inquisição.
No período do Renascimento, a mentalidade 
das pessoas em relação aos cegos começa a 
mudar, graças às descobertas dos primeiros 
conhecimentos anatômicos e fisiológicos, 
que auxiliaram a ciência a compreender o 
funcionamento do olho e a estrutura do cé-
rebro.
Você poderá perceber que uma das maio-
res necessidades da pessoa com deficiência 
visual está além da sua capacidade visual, 
pois muitas dessas pessoas lutam para se-
rem percebidas e vistas como seres huma-
nos em um mundo marcado pela diversida-
de humana.
A história da pessoa com deficiência visual 
na sociedade converge com os documentos 
que definem a legislação para a inclusão so-
cial e escolar. Esses documentos de cunho 
internacional e nacional surgiram em dife-
rentes contextos e sob diferentes grupos 
de influência. Contudo, normalmente um 
complementa o outro no sentido de garan-
tir o direito de todos.
Vários são os estudos acerca dessa temáti-
ca. Mas como será que essas políticas são 
organizadas? Como as discussões e reivin-
dicações acabam virando um documento 
oficial, uma política?
Dentre os autores que estudam a organiza-
ção das políticas públicas, Ball (2011)de-
fende um ciclo de políticas que são orga-
nizadas em diferentes contextos, entre os 
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
44/267
quais o contexto de influência, da produção 
do texto e da prática.
O contexto de influência é representado por 
grandes potências que manifestam inte-
resse em determinadas causas a ponto de 
apoiar a criação de políticas. Também de 
grupos menos representativos, mas que lu-
tam pela igualdade de direitos e defendem 
alguma especificidade. É o caso de grupos 
da comunidade surda e grupos de familia-
res de pessoas com autismo, por exemplo.
O contexto da produção de texto tenta tra-
duzir a discussão por meio da escrita de do-
cumentos de circulação nacional ou inter-
nacional. Professores, políticos, pesquisa-
dores, relatores, enfim, pessoas que ficam 
com a responsabilidade de traduzir os de-
bates em um documento oficial.
O contexto da prática traduz e interpreta a 
política nos espaços a qual se destina. Pode 
ser em sala de aula, na vida em sociedade 
a depender da especificidade da política. 
Contudo, o autor acima citado, trata como 
ciclo tendo em vista que não apresenta um 
sequência específica e sim contextos que se 
relacionam e que compõe a organização e 
tradução das políticas.
Especificamente na área da educação espe-
cial, você conseguirá perceber a relação dos 
três contextos nos documentos internacio-
nais e nacionais.
Conhecer a legislação certamente contri-
buirá com as suas reflexões acerca do tema 
desta disciplina.
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
45/267
1. História da Deficiência Visual 
e a Legislação para a Inclusão.
A preocupação com a educação de pesso-
as cegas surgiu no século XVI, com Girolínia 
Cardono, médico italiano que testou a pos-
sibilidade do aprendizado de leitura através 
do tato. Peter Pontamus, Fleming (cego) e 
o padre Lara Terzi escreveram os primeiros 
livros sobre a educação das pessoas cegas 
(BRUNO; MOTA, 2001).
As primeiras tentativas para a criação de 
métodos que permitissem aos cegos o 
acesso à linguagem escrita utilizavam fun-
dição de letras em metal, caracteres recor-
tados em papel, alfinetes de diversos tama-
nhos pregados em almofadas, mas esses 
só permitiam a leitura de pequenos textos, 
enquanto a escrita era impossível de se rea-
lizar (BELARMINO, 1996).
Por volta dos séculos XVIII e XIX, houve uma 
grande mudança e um avanço na história 
das pessoas cegas, a criação do Instituto 
Real de Jovens Cegos de Paris, inaugurado 
no ano de 1784, por Valentim Hauy.
Esse instituto foi a primeira escola do mun-
do destinada à educação de pessoas ce-
gas, escola em que posteriormente estudou 
Louis Braille.
Para saber mais
A história da pessoa com deficiência passou por 
fases de extermínio, exclusão, segregação, inte-
gração e inclusão. 
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
46/267
Nesses séculos e após a inauguração desse 
Instituto, outras escolas para cegos foram 
fundadas em outros países da Europa e, em 
1829, foi instalado na América o primeiro 
instituto para cegos.
Não apenas os cegos, mas as pessoas com 
deficiência passaram por períodos da histó-
ria que foram desde a segregação, a função 
caritativa, função clínica até tornar-se um 
assunto de cunho social e inclusivo.
O contexto da Segunda Guerra Mundial 
contribuiu para que a sociedade enxergasse 
pela primeira vez alguma possibilidade de 
socialização das pessoas com deficiência. 
Assim, diante do problema social oriundo 
do pós-guerra, em que os soldados sobre-
viventes acabavam voltando cegos ou mu-
tilados, consequentemente com deficiência 
física, visual ou transtornos mentais e psi-
cológicos, surge o primeiro documento que 
norteou as ações sociais e alertou para algo 
até então desconhecido. A igualdade de di-
reitos, assegurada na Declaração Universal 
dos Direitos Humanos. Este documento, 
retomou os Ideais da Revolução Francesa 
de 1789, que “buscavam reconhecer os va-
lores supremos da igualdade, da liberdade e 
da fraternidade entre os homens” (FERNA-
DES, 2011, p. 53).
Para saber mais
A Declaração de Direitos Humanos surge de uma 
necessidade de reabilitação dos soldados sobre-
viventes da guerra. Trata-se de uma estratégia 
de governo que contribui para a inclusão das 
pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
47/267
A partir da promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, surgiu uma série de 
movimentos sociais em prol das minorias e com as pessoas com deficiência não foi diferente. 
Especificamente no campo das Políticas Públicas, a partir de 1948, tivemos uma explosão de do-
cumentos que traçaram as especificidades dessa área, que buscavam defender o direito das pes-
soas com deficiência por meio de uma trajetória entre os processos de segregação, integração 
e inclusão. Vários países iniciaram a discussão para atender esse público tanto na esfera social 
como educacional, gerando conceitos e concepções diferenciadas.
A seguir, apresentamos os principais documentos internacionais que norteiam a educação in-
clusiva até hoje.
Quadro 6 – Documentos Internacionais
DOCUMENTO Teor
Declaração de Jomtien Em 1990, aconteceu em Jomtien, na Tailândia, a Conferência Mundial 
sobre Educação para todos, na qual o Brasil participou. Assim, ao assinar 
essa Declaração, o Brasil assume o compromisso perante a comunidade 
internacional de erradicar o analfabetismo e universalizar o ensino 
fundamental no país.
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
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DOCUMENTO Teor
Declaração de Salamanca Foi construída na Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas 
Especiais: acesso e qualidade, em Salamanca (Espanha), em 1994, 
realizada pela UNESCO. O objetivo principal desta conferência foi a atenção 
educacional aos alunos com necessidades educacionais especiais.
Convenção de Guatemala Trata-se de uma convenção que foi realizada em Guatemala, em 1999, da 
qual vários países sul-americanos são signatários, inclusive o Brasil. Nessa 
convenção, o foco foi a eliminação da discriminação contra as pessoas 
com deficiência. Esse documento dispõe que as pessoas com deficiência 
não podem receber tratamentos diferenciados que impliquem exclusão ou 
restrição ao exercício dos mesmos direitos que as demais pessoas têm.
Fonte: a autora
2. Inclusão Social.
A preocupação com a inclusão social e educacional da pessoa com deficiência teve início com a 
Declaração dos Direitos Humanos, após a Segunda Guerra Mundial. Nas décadas de 1960 e 1970, 
estruturaram-se leis e programas de atendimento especializado que favoreciam a integração da 
pessoa cega no mercado de trabalho, porém esses documentos baseavam-se no modelo médi-
co, que tratava a deficiência como doença e objetivava a adaptação dessas pessoas aos padrões 
impostos pela sociedade da época.
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
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Esses documentos internacionais contribu-
íram de forma significativa para o desen-
volvimento de políticas públicas em âmbito 
nacional. O Brasil, ao comprometer-se ofi-
cialmente na convenção de Guatemala, ini-
ciou um grandetrajeto em prol de melho-
rias e ações afirmativas na área da inclusão. 
Contudo, o desenvolvimento de políticas 
Para saber mais
Foi somente com a Declaração da Salamanca, no 
ano de 1994, que surgiu uma nova visão de edu-
cação, uma visão de escola inclusiva que vinha 
propor a escola para todos, reforçando a Decla-
ração dos Direitos Humanos, que determina a 
igualdade de direitos entre os seres humanos. Um 
grande marco na história da Inclusão.
no Brasil sempre tem passado por períodos 
mais generalistas e também períodos mais 
específicos. Ou seja, vamos encontrar docu-
mentos relacionados à inclusão de pessoas 
com deficiência e também documentos por 
especificidade, o que comprova as relações 
e contextos de influência para a criação de 
políticas.
O direito reforçado pela Declaração dos Di-
reitos Humanos já aparece na própria Cons-
tituição Nacional de 1988.
O artigo 205 da Constituição Nacional ga-
rante a educação como direito de todos, 
dever do estado e da família.
O artigo 208 assegura o atendimento espe-
cializado aos portadores de deficiência, pre-
ferencialmente na rede regular de ensino.
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
50/267
O direito à educação na rede regular de en-
sino também é reforçado pela Lei de Dire-
trizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) 
9394/96, no capítulo V, artigo 58, que trata 
da educação especial.
Mais recentemente, a Lei 13.146/2015, que 
institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pes-
soa com Deficiência (Estatuto da Pessoa 
com Deficiência) e busca garantir todos os 
direitos à educação, saúde, transporte e la-
zer, previstos nos documentos anteriores.
Link
Quer saber mais sobre esse importante docu-
mento nacional? Acesse o link a seguir. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Aces-
so em 17 dez. 2016.
Diante de tantas leis e diretrizes que garan-
tem a educação para todos é que aos pou-
cos o movimento pela inclusão social vem 
ganhando força, aumentando a cada dia a 
valorização do ser humano e da própria di-
versidade.
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
51/267
Para Mittler,
[...] envolve um processo de reforma e de reestruturação das escolas como 
um todo, com o objetivo de assegurar que todos os alunos possam ter 
acesso a todas as gamas de oportunidades educacionais e sociais ofereci-
das pela escola. [...] O objetivo de tal reforma é garantir o acesso e a parti-
cipação de todas as crianças, em todas as possibilidades de oportunidades 
oferecidas pela escola [...] (2003, p. 25).
Para o mesmo autor, a inclusão parte da aceitação da diversidade humana e valoriza as pessoas como 
únicas e a educação como um processo de cooperação, sendo que o trabalho do professor deverá ser 
pensado de forma que todas as crianças possam participar indiferente de suas limitações.
3. Os Documentos Nacionais.
O número de políticas brasileiras para o atendimento a esse público é significativo. Os docu-
mentos regulamentam desde o atendimento educacional especializado (AEE) até a inclusão em 
classes de ensino comum.
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
52/267
Veja o quadro a seguir:
Quadro 7 – Documentos Nacionais
DOCUMENTO DATA TEOR
LDBEN 
Lei nº 4.024/61
1961 A educação de excepcionais deve, no que for possível, enquadrar-se no 
sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade – art. 88.
Decreto nº 72.425 1973 Cria o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), que atuará 
de forma a proporcionar oportunidades de educação, propondo e 
implementando estratégias decorrentes dos princípios doutrinários e 
políticos, que orientam a educação especial no período pré-escolar, nos 
ensinos de 1º e 2º graus, superior e supletivo, para os deficientes da visão, 
audição, mentais, físicos, educandos com problemas de conduta para 
os que possuam deficiências múltiplas e os superdotados, visando sua 
participação progressiva na comunidade. 
Constituição Federal 
do Brasil
1988 O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia 
de: “[...] III - atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino [...]”.
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
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DOCUMENTO DATA TEOR
Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional 
– LDB nº9.394
1996 “Art. 58. Educação especial oferecida preferencialmente na rede regular 
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. 
§ 2º O Atendimento Educacional Especializado será feito em classes, 
escolas, serviços especializados, sempre que, em função das condições 
específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes 
comuns de ensino regular.”
ABNT NBR 9050 2005 Dispõe sobre a acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e 
equipamentos urbanos. 
Portaria nº 2.678 2002 Aprova diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão 
do sistema braille em todas as modalidades de ensino, compreendendo o 
projeto da Grafia Braille para a Língua Portuguesa e a recomendação para 
o seu uso em todo o território nacional.
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
54/267
DOCUMENTO DATA TEOR
Decreto nº 5.296 2004 Regulamenta as Leis 10.048/2000 e 10.098/2000, estabelecendo normas 
gerais e critérios básicos para o atendimento prioritário à acessibilidade 
de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Em seu artigo 
24, determina que os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa 
ou modalidade, públicos e privados, proporcionarão condições de acesso 
e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas 
com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive salas de aula, 
bibliotecas, auditórios, ginásios, instalações desportivas, laboratórios, 
áreas de lazer e sanitários.
Política Nacional da 
Educação Especial 
na Perspectiva da 
Educação Inclusiva
2008 Define a educação especial como modalidade transversal a todos os 
níveis, etapas e modalidades, tendo como função disponibilizar recursos 
e serviços de acessibilidade e o atendimento educacional especializado, 
complementar a formação dos estudantes com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
Lei 13.146 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da 
Pessoa com Deficiência).
Fonte: Brasil, 2013.
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
55/267
Mas como será que esses documentos in-
fluenciaram e ainda influenciam a inclusão 
social desse público no Brasil?
Link
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a Polí-
tica Nacional de Educação Especial na Perspectiva 
da Educação Inclusiva, acesse o texto na íntegra. 
Essa é uma leitura fundamental para a sua forma-
ção docente. Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/index.php?option=com_docman&-
view=download&alias=16690-politica-na-
cional-de-educacao-especial-na-perspec-
tiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Ite-
mid=30192>. Acesso em: 17 dez. 2016.
4. A Deficiência Visualno Brasil.
No Brasil, a primeira instituição, fundada 
com o intuito de oferecer atendimento es-
pecializado à pessoa com deficiência visual, 
foi o Instituto Benjamim Constant.
Após a fundação desse instituto, muitos ou-
tros foram fundados aqui no Brasil. Observe 
a ordem cronológica da criação desses ins-
titutos:
• 1854 – Instituto Benjamim Constant. 
Criado pelo imperador Dom Pedro II, 
primeira iniciativa em prol dos defi-
cientes visual no Brasil. Atualmente, 
é um centro de referência, em nível 
nacional, para questões da deficiên-
cia visual. Possui uma escola, capacita 
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
56/267
profissionais da área da deficiência vi-
sual, assessora escolas e instituições, 
realiza consultas oftalmológicas à 
população, reabilita, produz material 
especializado, impressos em braille e 
publicações científicas.
• 1929 – Instituto Padre Chico. Inau-
gurado em 29 de novembro de 1929. 
Resultado da cooperação generosa do 
povo, acrescida das vultuosas quan-
tias dos Senhores Conde de Lara, Dr. 
Antonio de Castro e de outros magnâ-
nimos paulistas.
A direção do Instituto de Cegos “Padre Chi-
co” foi entregue às filhas da caridade de São 
Vicente de Paulo desde a sua fundação.
• 1933 – Instituto de Cegos da Bahia: a 
primeira sede foi um casarão localiza-
do na Rua Augusto Guimarães (Barba-
lho), doado pelo prefeito Americano 
da Costa. Essa foi inaugurada no dia 
30 de abril de 1933. Por alguns anos, 
a instituição funcionou nesse local, 
onde os albergados trabalhavam na 
confecção de vassouras, visando ga-
rantir a sua sobrevivência. Logo após, 
a diretoria presidida por Edla Lima ini-
cia a construção de um novo prédio. 
A partir desse momento, a entidade 
passou a atender somente crianças e 
adolescentes deficientes visuais dos 
estados da Bahia e Sergipe. A trans-
formação do ICB em uma casa de en-
sino teve como principal mentora a 
senhora Dorina Nowill, portadora de 
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
57/267
deficiência visual e criadora da Fun-
dação do Livro do Cego.
• 1943 – Lar das Moças Cegas. Inaugu-
rado no dia 18 de abril de 1943, um 
núcleo em Santos vinculado ao Insti-
tuto Profissional Paulista para Cegas 
de São Paulo.
Por sugestão de Nelson Serra, foi no-
meada a Instituição “Lar das Moças 
Cegas”, que, desligada do Instituto de 
São Paulo, tornou-se um órgão inde-
pendente com a finalidade de assistir 
e educar a mulher cega da região. Em 
1988, a Instituição passou a atender 
deficientes visuais do sexo masculino, 
oferecendo as mesmas oportunida-
des e direitos.
• 1946 – Fundação Dorina Nowill. Fun-
dada no ano de 1946, através da von-
tade de ensinar os outros – cegos ou 
não – a entender a deficiência visual, 
por Dorina Nowill, com o objetivo de 
favorecer a inclusão social de pessoas 
com deficiência visual ou baixa visão. 
A fundação trabalha em duas frentes: 
uma prioriza a inclusão social e a rea-
bilitação dos deficientes, e a outra faz 
um trabalho de produção editorial, 
com livros dos mais diversos segmen-
tos para atender os deficientes visuais.
• 1991 – LARAMARA: fundada a partir 
da iniciativa de Mara, que tem uma 
filha com deficiência visual. De tanto 
ouvir de médicos e profissionais dis-
cursos desencorajadores, ela resolveu 
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
58/267
fundar essa associação e acabou des-
cobrindo que há muito a ser feito pe-
las crianças com problemas visuais e 
suas famílias. Hoje, a instituição atua 
junto a profissionais, pais, crianças e 
jovens deficientes visuais, promoven-
do, principalmente, a integração na 
sociedade.
Esses são os principais Institutos do Brasil, 
criados com o objetivo de prestar assistên-
cia para as pessoas com deficiência visual.
Como você pode perceber, ao longo da 
história foram surgindo vários institutos, 
tanto no Brasil como em todo o mundo, dis-
postos a prestar atendimento especializado 
à pessoa com deficiência visual, no entanto 
foi com a Declaração dos Direitos Humanos 
que a sociedade iniciou um processo de in-
tegração da pessoa com deficiência na vida 
social e educacional.
Link
Quer conhecer a história desses institutos que 
existem até hoje como centros de referência na-
cional? Amplie seu conhecimento e acesse o link 
a seguir. Disponível em: <http://www.ibc.gov.
br/; http://www.laramara.com; http://www.
fundacaodorina.org.br/>. Acesso em: 17 dez. 
2016.
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
59/267
Glossário
Segregação: segregação envolve a organização em grupos considerados iguais. Separa as pes-
soas com deficiência das sem deficiência, em espaços específicos.
Exclusão: envolve o afastamento de pessoas consideradas fora do padrão de normalidade ins-
tituído pela sociedade.
Integração: envolve a inserção de pessoas com deficiência em classes de ensino regular, sem 
adequações necessárias. Contudo, inserir as crianças não garantia sua participação ativa e 
igualitária no processo.
Inclusão: envolve a inserção do público-alvo da educação especial em classes de ensino regu-
lar, com garantia de adequações necessárias. Os alunos são partícipes do processo de sociali-
zação e aprendizagem.
Questão
reflexão
?
para
60/267
Como observado, a legislação para a inclusão de pessoas com 
deficiência é ampla e acompanha o desenvolvimento social da 
humanidade.
O Brasil conta com vários documentos que norteiam a inclu-
são social e escolar com base nos importantes documentos 
internacionais. Agora que você já conhece um pouco sobre 
essas políticas, busque aprofundar seus estudos sobre a Lei 
13.146/2015, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com De-
ficiência, e levante os principais pontos para fundamentar os 
seus estudos futuros. Certamente, essa reflexão agregará valor 
no momento de compreender as práticas de inclusão atuais.
61/267
Considerações Finais (1/2)
• Na Antiguidade, a presença de pessoas cegas é nula, pois pessoas que 
nasciam com essa condição visual eram eliminadas ou abandonadas;
• Existem registros históricos de algumas civilizações antigas. São elas: 
tribos nômades e Hebreus. Povos de Atenas, Esparta e Roma;
• Durante a Idade Média, a cegueira foi utilizada como castigo ou vin-
gança e também como pena judicial;
• Foi com o fortalecimento da era Cristã, que a situação da pessoa com 
deficiência visual começou a mudar e o cego passou a ser considera-
do homem, filho de Deus;
• No período do Renascimento, a mentalidade das pessoas em rela-
ção aos cegos começa a mudar, graças às descobertas dos primeiros 
conhecimentos anatômicos e fisiológicos, que auxiliaram a ciência a 
compreender o funcionamento do olho e a estrutura do cérebro;
62/267
• Em 1784, foi fundada, em Paris, a primeira escola do mundo destinada 
à educação de pessoas cegas, escola em que posteriormente estudou 
Louis Braille, o Instituto Real de Jovens Cegos de Paris, inaugurado, 
por Valentim Hauy;
• No Brasil, a primeira instituição, fundada com o intuito de oferecer 
atendimento especializado à pessoa com deficiência visual, foi o Ins-
tituto Benjamim Constant, no ano de 1854;
• Os documentos que asseguram a inclusão escolar no Brasil são pri-
meiramente a Declaração dos Direitos Humanos, seguida pela Decla-
ração da Salamanca, Constituição Federal e Lei de Diretrizes e Bases 
da EducaçãoNacional;
• Os documentos mais recentes que asseguram a inclusão de pessoas 
com deficiência são a Política Nacional de Educação Especial na Pers-
pectiva da Educação Inclusiva e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa 
com Deficiência.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 2 • Legislação para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Os documentos internacionais e nacionais e as 
especificidades da deficiência visual
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Referências 
BELARMINO, J. Associativismo e política: a luta dos grupos estigmatizados pela cidadania ple-
na. João Pessoa: Ideia, 1996.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional. 1996b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso 
em: 22 maio 2014. 134. 
_____. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Acesso em 10 abr. de 2016.
BRUNO, M.M.G.; MOTA, M.G.B. Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino 
Fundamental: deficiência visual vol. 1 fascículos I – II – III. Brasília, DF: Ministério da Educação, 
Secretaria de Educação Especial, 2001.
FERNANDES, Sueli. Fundamentos para Educação Especial. Curitiba: Ibpex, 2011.
MITTLER, Pieter. Educação inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003.
64/267
Assista a suas aulas
Aula 2 - Tema: Legislação para a inclusão de 
pessoas com deficiência visual. Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
b0d493957e09a83fea6b0c54b372fcd9>.
Aula 2 - Tema: Legislação para a inclusão de 
pessoas com deficiência visual. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
a5784add35ff3c18d91d890a5101d7c8>.
65/267
1. Referente à deficiência visual no mundo, é correto afirmar que:
a) Na Antiguidade, era comum o abandono ou o assassinato das pessoas que nasciam cegas.
b) Na Antiguidade, as tribos nômades costumavam proteger as pessoas cegas de todos os pe-
rigos que encontrassem em sua trajetória.
c) Os hebreus acreditavam que a pessoa com alguma deficiência estava marcada pelo sinal dos 
bons espíritos.
d) As pessoas cegas sempre foram vistas como pessoas abençoadas por Deus.
e) Nem a igreja, por meio da função caritativa, acolheu as pessoas com deficiência.
Questão 1
66/267
2. Os primeiros indícios de preocupação com a educação da pessoa cega 
surgiram:
Questão 2
a) No século XIV, com Benjamin Constant, professor brasileiro, que testou a possibilidade do 
aprendizado de leitura através de um método próprio.
b) No século XX, com Louis Braille.
c) No século XVI, com Girolínia Cardono, médico italiano que testou a possibilidade do apren-
dizado de leitura através do tato.
d) No século XV, com os primeiros conhecimentos anatômicos e fisiológicos.
e) No século XVI, com os primeiros nobres que resolveram acolher os deficientes em situação 
de exclusão na sociedade.
67/267
3. O Artigo 58, “Entende-se por educação especial, para efeitos desta Lei, 
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede re-
gular de ensino, para educandos com necessidades especiais”, pertence a 
qual documento?
Questão 3
a) Declaração de Jomtien.
b) Declaração de Salamanca.
c) LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional).
d) Plano Nacional de Educação.
e) Política Nacional de Educação Especial.
68/267
4. São documentos que determinam a Inclusão social, garantindo a educação 
para todos:
Questão 4
a) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Declaração da Salamanca, Declaração dos 
Direitos Humanos, Declaração de Jontiem.
b) Constituição Federal do Brasil, Estatuto da Criança e do Adolescente, Convenção da Guate-
mala e Estatuto do Idoso.
c) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Declaração da Louis Braille, Declaração dos 
Direitos Humanos, Declaração de Jontiem. 
d) Constituição Federal do Brasil, Estatuto da Criança e do Adolescente, Convenção da Austrá-
lia e Plano Nacional da Educação.
e) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Declaração da Salamandra, Declaração dos 
Direitos Humanos, Estatuto do idoso, Convenção da Inclusão Nacional.
69/267
5. A primeira instituição fundada no Brasil, no ano de 1854, para prestar aten-
dimento especializado à pessoa com deficiência visual, foi:
Questão 5
a) Lar das Moças Cegas.
b) Fundação Dorina Nowill.
c) Instituto Padre Chico.
d) Instituto Benjamim Constant.
e) Fundação Laramara.
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Gabarito
1. Resposta: A.
Na Antiguidade, era comum o abandono ou 
o assassinato das pessoas que nasciam ce-
gas.
2. Resposta: C.
No século XVI, com Girolínia Cardono, mé-
dico italiano que testou a possibilidade do 
aprendizado de leitura através do tato.
3. Resposta: C.
Corresponde à LDB (Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional).
4. Resposta: A.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional, Declaração da Salamanca, Declara-
ção dos Direitos Humanos, Declaração de 
Jontiem.
5. Resposta: D.
Instituto Benjamim Constant.
71/267
Unidade 3
Estimulação visual e intervenção pedagógica.
Objetivos
1. Compreender a importância do lúdico 
para o desenvolvimento de crianças 
com deficiência visual.
2. Valorizar a importância da estimula-
ção precoce.
3. Apontar brinquedos de estimulação 
visual.
Unidade 3 • Estimulação visual e intervenção pedagógica72/267
Introdução
Você já parou para pensar por que é impor-
tante estudar a intervenção visual e a inter-
venção pedagógica? 
Ao desenvolver qualquer atividade junto a 
crianças com a condição de deficientes vi-
suais, é necessário atentar para pontos fun-
damentais que envolvem o desenvolvimen-
to visual, motor, e da linguagem.
A estimulação visual pode fazer uma dife-
rença significativa nos processos de inte-
ração da criança com deficiência visual e a 
família, e com o meio que a cerca.
 O lúdico, os brinquedos e brincadeiras são 
fatores importantíssimos para o desenvol-
vimento de todas as crianças. As crianças 
com deficiência visual precisam brincar, 
relacionando-se com seus pares, pois esse 
contato permite além da interação e socia-
lização, o desenvolvimento de habilidades 
motoras e estimulação visual para essas 
crianças.
A interação e o lúdico são fatores impor-
tantíssimos, contudo cabe atentar para os 
brinquedos e as possíveis adaptações para 
o trabalho com a criança com deficiência 
visual. O tema que você vai estudar, além 
de alertar para a importância desta ação, 
aponta uma série de brinquedos que pos-
sibilitam além da estimulação visual, desde 
os primeiros meses de vida.
Essas atividades devem ser desenvolvidas 
desde o nascimento do bebê e acompanhá-
-lo durante toda a vida escolar. A família tem 
papel fundamental no desenvolvimento e 
nas interações do bebê com o meio social 
Unidade 3 • Estimulação visual e intervenção pedagógica73/267
onde vive; cabe a ela estabelecer parcerias 
com especialistas e professores em busca 
do melhor atendimento às necessidades de 
seus filhos.
A criança no seu processo de desenvolvi-
mento normal apropria-se das informações 
do mundo como forma de aprendizado e 
interação social. Esse meio também ser-
ve de estímulo para a criança, como pode-
mos observar, por exemplo, quando essa se 
sente interessada pelos objetos à sua volta, 
identificando suas características, textura, 
forma, tamanho, cor, o que a motiva a in-
teragir com esse objeto. Esse também é um 
dos meios de contato e interação da família 
com o bebê, brincando através do contato 
físico, com brinquedos, expressões faciais e 
tantos outros.
A criança que nasce com deficiência visualnão apresenta contato com estímulos visu-
ais; sendo assim, limita-se nos seus movi-
mentos e interações, pois não há uma rela-
ção visual com o meio externo. Para isso, é 
fundamental que seus cuidadores e, poste-
riormente, seus educadores estejam aten-
tos a essas limitações e que as estimulem 
através da interação, no contato corporal, 
no contato com objetos (brinquedos, ali-
mentos etc.), enfim, nas experiências diver-
sas. Nessa interação, além do contato, é im-
prescindível a estimulação da linguagem da 
criança.
Ainda, além dos estímulos que o ato de brin-
car propicia para todas as pessoas, e em es-
pecífico para as crianças, ele exercita situa-
ções de interação, de apropriação de regras, 
Unidade 3 • Estimulação visual e intervenção pedagógica74/267
rotinas do dia a dia, de movimentar-se e tornar-se independente, de relacionar-se com o outro, 
de desenvolver o físico, a mente, a afetividade e a autoestima.
As crianças precisam brincar independentemente das suas condições fí-
sicas, intelectuais ou sociais, pois a brincadeira é essencial a sua vida. O 
brincar alegra e motiva as crianças, juntando-as e dando-lhes oportunida-
de de ficar felizes, trocar experiências, ajudarem-se mutuamente; as que 
enxergam e as que não enxergam, as que escutam muito bem e aquelas 
que não escutam, as que correm muito depressa e as que não podem cor-
rer (SIAULYS, 2005, p.11).
As habilidades desenvolvidas na infância através do ato de brincar influenciarão e auxiliarão no 
desenvolvimento e na aprendizagem nos anos seguintes.
Unidade 3 • Estimulação visual e intervenção pedagógica75/267
Para Bruno,
Deve-se considerar que o sentido visual é responsável pelo comando, an-
tecipação e coordenação dos esquemas de assimilação. O olho guia a mão. 
A visão rege a preensão e aumenta a atividade da mão, e esta coordenação 
se estabelece pela ação na presença do objeto no campo visual (1997, p. 50).
Por isso, a criança com deficiência visual deve ser alertada de que algum objeto tátil se encontra 
no seu campo tátil de ação, para que ela possa, através de pistas auditivas ou toque, coordenar 
os esquemas de audição, tato e preensão.
A utilização da mão será o canal principal para a assimilação e compreensão do mundo. Para isso, 
a criança necessita desenvolver sua autonomia, oportunizada pela possibilidade de descolar-se, 
orientar-se, vivenciar as experiências, fazer coisas e realizar descobertas com o próprio corpo.
As crianças com deficiência visual poderão ser ajudadas pela oportunidade que tiverem de ação 
sobre o meio, de experiências significativas e de pessoas que repassem informações adequadas. 
A falta de ações, do movimento do corpo, do conhecimento de si e o reconhecimento do outro 
dificulta a essas crianças iniciar a imitação e o jogo simbólico, como indicado por Bruno:
Unidade 3 • Estimulação visual e intervenção pedagógica76/267
O jogo simbólico é de fundamental importância para o desenvolvimento 
cognitivo e afetivo da criança com deficiência visual porque, através dele, a 
criança exercita o pensamento pré-lógico, estabelece relações e comunica-
-nos a sua compreensão do meio, seus sentimentos, fantasias e aprende a 
lidar com suas emoções (1997, p. 51).
A experiência concreta é importante nos estágios iniciais do desenvolvimento e servirá para que 
a criança alcance níveis abstratos de pensamento, e essas experiências podem ser estimuladas 
através das suas vivências com brinquedos, com o jogo simbólico (faz-de-conta) e jogos de regras.
Para saber mais
A estimulação visual trabalha com a visão residual da criança, através de atividades e exercícios que ob-
jetivam alcançar o melhor desempenho e desenvolvimento da acuidade visual. Ela deve acontecer des-
de cedo, normalmente com programas que atendem crianças de 0 a 6 anos, por compreender essa fase 
como fundamental no processo do desenvolvimento infantil.
Unidade 3 • Estimulação visual e intervenção pedagógica77/267
Para Gagliardo (2001, p. 18), “[...] na criança 
vidente, a visão é o agente desencadeador 
da motivação para a realização de movi-
mentos e ações. A criança com deficiência 
visual necessita de intervenção para que 
sejam nela despertados o desejo, a curiosi-
dade e a motivação para agir sobre o am-
biente”. A intervenção precoce é uma par-
ceria entre médicos especializados, família 
e escola, que necessitam dialogar sobre o 
desenvolvimento visual, motor e psicológi-
co da criança. Para esse diálogo, é funda-
mental o conhecimento de suas capacida-
des visuais e possibilidades de desenvolvi-
mento da sua visão.
1. Atividades de Estimulação Vi-
sual e Intervenção Precoce.
As atividades de estimulação visual e inter-
venção precoce objetivam a integração da 
criança com o meio ambiente e a descoberta 
da sua identidade pessoal. Para realizá-las, 
utilizam-se adaptações de atividades e ma-
Link
Para ampliar seus conhecimentos sobre o brin-
car para a criança com DV, e possibilidades de 
brinquedos acesse o link a seguir. Disponível em: 
<http://www.reab.me/crianca-cega-tam-
bem-brinca-conheca-brinquedos-para-os-
-pequenos-com-deficiencia-visual/>. Acesso 
em: 17 dez. 2016.
Unidade 3 • Estimulação visual e intervenção pedagógica78/267
teriais que facilitem a aprendizagem de ha-
bilidades, bem como o desenvolvimento físi-
co e social da criança com deficiência visual.
A criança, quando nasce, procura, através 
da visão, aprender sobre o mundo que a ro-
deia, porém o seu sistema visual ainda está 
em desenvolvimento e passará por mudan-
ças e alterações neurológicas durante todo 
o primeiro ano de vida. “[...] a estimulação 
visual que o lactente recebe a partir do nas-
cimento é de fundamental importância para 
a formação de conexões neurais responsá-
veis pela visão” (GAGLIARDO, 2001, p. 17).
Segundo a autora, o primeiro ano de vida é 
considerado crítico para o desenvolvimen-
to da visão do bebê, porém o sistema visu-
al continuará se desenvolvendo durante os 
anos seguintes. As experiências sensorio-
motoras vivenciadas pela criança contri-
buem para o desenvolvimento da visão de 
forma significativa. A criança com defici-
ência visual poderá apresentar, no decor-
rer deste processo, comprometimento no 
desenvolvimento motor, cognitivo e na lin-
guagem.
Para saber mais
Existem diferentes recursos de estimulação visu-
al e intervenção precoce. Se, por um lado, o bebê 
com baixa-visão necessita de estímulos visuais 
propiciados por brinquedos e objetos em preto e 
branco que gerem contraste, o bebê cego neces-
sita de texturas, sons e aromas.
Unidade 3 • Estimulação visual e intervenção pedagógica79/267
2. Intervenção Pedagógica e Fa-
miliar.
A família tem um papel fundamental no de-
senvolvimento da criança com deficiência 
visual. Os primeiros contatos com a mãe 
propiciam a aprendizagem e a familiariza-
ção com o meio onde a criança está inse-
rida, todavia nem sempre a adaptação com 
a situação do nascimento de uma criança 
com deficiência é tarefa fácil. Em determi-
nados casos, essa situação acaba gerando 
mudanças em relações familiares e atin-
gindo diretamente a relação de mãe e filho. 
Essas mudanças podem culminar em atitu-
des de rejeição até superproteção, o que, 
muitas vezes, acaba interferindo na procu-
ra por atendimento especializado por parte 
dos pais. Alguns pais demoram a compre-
ender que a intervenção precoce pode ser, 
em muitos casos, o melhor caminho para o 
desenvolvimento da criança.
Link
Hoje, já existem vários materiais que abordam o 
tema da deficiência visual. O livro de literatura in-
fantil A felicidade das Borboletas apresenta a im-
portância do faz de conta e da participação da fa-
mília neste processo. Acesse a animação no link a 
seguir. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=GyuTyD7TxHg>.

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