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dependendo da finalidade a que se destinam. Os ensaios de tipo têm a finalidade de verificar a conformidade de uma determinada característica de projeto de um equipamento elétrico, ou de um componente, com a sua respectiva especificação. Os ensaios de rotina têm a finalidade de verificar se determinado equipamento, ou componente, está em condições adequadas de funcionamento ou de utilização, de acordo com a respectiva especificação. Basicamente, o ensaio de tipo é realizado num protótipo, ou numa amostra, e o ensaio de rotina é realizado no equipamento, ou seção já pronto para entrega. 17 40 CAPÍTULO 2 – INTRODUÇÃO AO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA 18 d) Princípios Básicos de Coordenação de Isolamento Denomina-se coordenação de isolamento ao conjunto de procedimentos, utilizados principalmente para a especificação de equipamentos, que tem por objetivo fundamental a redução, a uma nível econômico e operacionalmente aceitável, a probabilidade de falhas nos equipamentos ou no fornecimento de energia, levando-se em consideração as solicitações que podem ocorrer no sistema e as características dos dispositivos de proteção. Esses componentes para efeito de coordenação de isolamento de subestações, são os pára-raios, escoando para a terra parte da corrente proveniente da sobretensão devido ao desempenho que tem no controle das sobretensões, tanto do tipo de manobra quanto atmosféricas. Através do estudo da coordenação de isolamento que envolve a determinação das sobretensões, as quais os equipamentos estarão submetidos, seguida de seleção conveniente das suportabilidades elétricas, considerando-se as características dos dispositivos de proteção disponíveis. As concessionárias definem os valores da NBI normal e reduzido na SE. Nestas condições, as margens mínimas recomendadas pela NBR-8186 são as seguintes: 20% e 40% para equipamentos da faixa A, conforme mostra a tabela 1. e) Espaçamentos Elétricos e Distâncias de Segurança Em adição aos estudos de coordenação de isolamento para a determinação dos níveis de isolamento dos equipamentos das subestações, são definidos estudos para a determinação dos espaçamentos elétricos mínimos e das distâncias de segurança no interior da subestação. Os espaçamentos elétricos numa subestação, ao contrário dos equipamentos não podem ser ensaiados a impulsos e, providências devem ser adotadas 18 41 CAPÍTULO 2 – INTRODUÇÃO AO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA 19 para evitar que ocorram descargas no isolamento, em tensões inferiores àquelas para as quais os equipamentos foram especificados. Com base em ensaios de laboratório de diversas configurações de eletrodo, são obtidas informações sobre o espaçamento requerido para suportar um determinado impulso aplicado, as quais devem ser utilizadas para o estabelecimento das distâncias elétricas mínimas na subestação. A NBR-8186 apresenta a Tabela 6, no anexo F, as informações sobre os espaçamentos e valores de tensão suportável a impulso atmosférico, a qual é reproduzida na Tabela 3. Além das definições dos níveis de isolamento dos equipamentos, em função das tensões nominais e NBI, são estabelecidas as distâncias mínimas entre condutores-terra. Tabela 3 - Correlação entre o nível de isolamento e o espaçamento mínimo fase-terra no ar para tensões suportáveis nominais de impulso atmosférico até 750 kV Tensão Suportável Nominal de Impulso Atmosférico (kV) Espaçamento Mínimo Fase-Terra no Ar (mm) 40 60 60 90 95 160 110 200 125 220 150 280 170 320 200 380 250 480 325 630 380 750 450 900 550 1100 650 1300 750 1500 19 42 CAPÍTULO 2 – INTRODUÇÃO AO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA 20 f) Distância entre Escoamento de Buchas e Isoladores A complementação dos estudos de coordenação de isolamento é realizada selecionando-se as distâncias de escoamento das superfícies isolantes (isoladores) expostas ao meio ambiente, como as porcelanas das buchas e isoladores. Para estes isolantes, a solicitação mais importante é a tensão nominal de operação, a qual está continuamente aplicada e que é sensível ao efeito das condições ambientais. O comportamento destes isolantes é bastante influenciado pela umidade e densidade do ar. Pois, na presença de substância poluentes, há redução da suportabilidade do isolante à tensão na freqüência industrial. Em condições ambientais limpas, a corrente de fuga pela superfície da porcelana é da ordem de miliampéres, tendendo a aumentar devido à contaminação desta superfície por depósitos de sal, resíduos químicos ou poeira. Este fenômeno é ainda agravado quando a superfície contaminada é umedecida por chuva fina ou orvalho, criando camadas de maior condutividade e propiciando a ocorrência de descargas através do isolamento. A tabela 4 a seguir, ilustra o exposto. 20 43 CAPÍTULO 2 – INTRODUÇÃO AO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA 21 Tabela 4 – Escala Provisória dos níveis de poluição naturais. Nível de Poluição Ambiente Característico Distância de Escoamento Admitida (mm/kV eficaz) Desprezível Áreas sem indústria e áreas com baixa densidade de indústria, mas sujeitas a ventos e/ou chuvas freqüentes. As áreas classificadas neste nível devem estar localizadas longe do mar ou em altitudes elevadas e em nenhum caso podem estar sujeitas a ventos marítimos. 16 Leve Áreas com indústrias que não produzam fumaça particularmente poluente, áreas com alta densidade de indústrias mas sujeitas a frequentes ventos limpos e/ou chuvas e áreas sujeitas a vento marítimos mas não muito próximas da costa (afastadas no mínimo 1 km). 20 Forte Áreas com alta densidade de indústrias produzindo poluição, áreas próximas ao mar e de algum modo expostas a ventos marítimos relativamente fortes. 25 Muito Forte Áreas geralmente de moderada extensão, sujeitas a fumaças industriais, produzindo camada condutora razoavelmente espessa, áreas geralmente de moderada extensão muito próximas da costa e expostas a ventos marítimos muito fortes e poluentes. 31 A título de ilustração, mostra-se um exemplo de cálculo da distância de isolação: Exemplo: Para uma subestação em 138 kV, situada numa região de poluição leve, a quantidade de isoladores necessários em cada ponto de aplicação dos mesmos é obtida da equação: no isoladores = 1,05 . V/d no isoladores = 8 20 138.05,1 ≅ isoladores 21 44 CAPÍTULO 2 – INTRODUÇÃO AO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA 22 onde: V = tensão nominal (kV) d = distância de escoamento admitida em mm/kV Como conclusão ao se elaborar uma oferta de uma subestação, em relação à coordenação de isolamento, deve-se considerar: O NBI dos equipamentos em função da tensão nominal (classe de tensão) da subestação; • • • As distâncias entre condutores, definindo a área/lay out da subestação; A quantidade de isoladores em função das características do ambiente. 4 – NOÇÕES DE SUBESTAÇÕES 4.1 – CONCEITUAÇÃO Uma subestação pode ser definida como sendo um “conjunto de equipamentos com propósito de chaveamento, transformação, proteção ou regulação da tensão elétrica”, ou ainda “instalação elétrica destinada à alteração conveniente das características de energia elétrica ou manobras de circuitos elétricos de potência” Destinam-se basicamente a: • Suprimento de energia elétrica a consumidores; • Seccionamento de circuitos elétricos, necessários à estabilidade dos sistemas elétricos.