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Entender o que é um aluno a distância e a maneira como ele aprende; Definir as estratégias de estudo mais apropriadas para você. O aluno de educação a distância INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA PARAÍBA 1 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA UNIDADE 01 AULA 02 2 COMEÇANDO A HISTÓRIA Caro (a) aluno (a), você sabe o que diferencia um aluno a distância de um aluno no ensino presencial? Você imagina como deve se comportar ou sabe de algumas dicas importantes para aproveitar ao máximo as aulas no ensino a distância? Você teria ideia de como orientar ou lidar com seus alunos no dia-a- dia do seu trabalho como professor? Afinal de contas, quem sabe, você pode vir a ser um professor na modalidade em EaD também, não é verdade? Ninguém adivinha o futuro. Assim, tendo consciência de que você já se apropriou do conhecimento de “Educação a Distância” na aula anterior, vamos discutir agora comportamentos, práticas e modos de proceder no ensino a distância, especialmente do ponto de vista do aluno. Fique atento, pois qualquer orientação pode ter adequações dependendo do seu tipo de trabalho bem como da metodologia e da filosofia educacional que a sua instituição empregar. Porém, daremos aqui um pontapé inicial para que você descubra como desbravar seus próprios caminhos! Além disso, você deve estar atento para novas metodologias e tecnologias usadas na educação, que podem mudar muito rapidamente após e até durante as orientações que vamos discutir. 3 TECENDO CONHECIMENTO 3.1 O aluno virtual Caro (a) aluno (a), você sabe o que é um aluno virtual? O que o termo virtual quer dizer para você? Muitos autores o associam com a ideia de não só estudar a distância, mas também através da Internet ou online. Pierre Lèvy, conhecido filósofo do mundo virtual diz que as “virtualizações” são muitas, mas que, por meio da Internet, potencializamos esta maneira de ser e interagir com os outros. Poderíamos, mesmo através da escrita de uma carta em papel, ter um certo grau de virtualização, ou seja, uma possibilidade de nos atualizarmos para interagir com o outro, com algum potencial. Virtualizar seria mais se atualizar e virtual não seria o contrário de real. Porém, a virtualização na Internet traz novas possibilidades, desde conferências a distância até a velha escrita em formato digital nos fóruns. De modo mais específico, as autoras Palloff & Pratt (2004), tratam do virtual próprio que tem a ver com as atividades da educação do aluno a distância. Ou seja, das novas atualizações que temos no modo de interagir, especificamente 2 FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - O aluno de educação a distância 3 UNIDADE 01 AULA 02 nesta modalidade. Pensava-se que o aluno virtual teria um perfil de uma pessoa com mais de 25 anos, formada ou com educação superior em andamento e empregado. Contudo, estudos mais recentes têm mostrado novos perfis para esses alunos, envolvendo várias faixas etárias e graus de curso que incluem até o ensino médio. Os modos de agir ou interagir na educação a distância, ou seja, os modos de ser virtual também têm ganhado uma variabilidade muito grande em função dos mais variados perfis existentes hoje em dia. É consenso que, para entender o aluno virtual dentro desta variabilidade, há necessidade de investigação cada vez mais aprofundada, por parte de professores, administradores e designers instrucionais sobre a psicologia social desses alunos, muito mais do que análises de perfis. Como nossa preocupação aqui é entender esse aluno na relação com o professor e com a instituição, de modo que venha a obter sucesso na aprendizagem, vamos enfocar características ideais que deve ter o aluno virtual. Tais características foram observadas de acordo com o que vários autores orientam, principalmente conforme o que diz Pratt (2004), mas também de acordo com nossas experiências e investigações da educação a distância no Brasil. Vejamos algumas delas: 1) O aluno virtual deve ter satisfação com seu curso e suas atividades acadêmicas – no início da educação a distância, um alto número de evasões foi identificado no Brasil e isso refletiu um certo grau de insatisfação. Novas tecnologias e metodologias foram adotadas, as evasões diminuíram, mas ainda há uma quantidade significativa de alunos que não terminam os cursos. Mais do que simplesmente empregar métodos e técnicas de ensino “revolucionários”, tem-se observado que entender o aluno e suas necessidades pode trazer um direcionamento melhor para as aulas. Os alunos também devem procurar identificar aquilo de que mais gostam e expressar suas vontades para que os educadores aprimorem o ensino. Portanto, não há uma fórmula mágica para trazer satisfação ao aluno, mas deve- se procurar entendê-lo (que outras atividades faz, o conhecimento prévio que traz, as dificuldades específicas que encontra no ambiente – seja na compreensão do conteúdo ou na forma de administrar suas aulas – etc.). Deve haver um espaço no qual o aluno também exprima suas dificuldades específicas. Trazer satisfação se faz principalmente assim: entendendo as pessoas e melhorando cada curso conforme a necessidade de cada um, em sua região, de acordo com o seu conhecimento e até comportamento. Depois, pensa-se nas tecnologias e métodos, pois o mais importante ainda é observar as pessoas. 2) Ter acesso à tecnologia necessária ao curso – isso não quer dizer apenas ter um computador com processamento e memória adequados mais acesso à Internet. Temos observado que o aluno virtual precisa compreender de onde está fazendo acesso ao curso e se há algum comprometimento no local (conectividade com a Internet, restrições a sites, uso de firewall – programa de segurança da rede que pode impedir alguns acessos etc.). 3) Ter uma mente aberta para compartilhar informações – um aluno virtual ideal precisa perder o receio de compartilhar o que aprende e mesmo suas dúvidas. Interagir com o grupo, professores e tutores faz com que o aluno aprenda com o outro e até tenha consciência de novas dúvidas que antes não tinha. Tal procedimento ajuda muito no progresso do aluno e suprime alguns momentos nos quais seria necessária uma presença física. 4) O aluno virtual precisa de automotivação e autodisciplina – ele precisa descobrir aquilo que pode ser mais adequado para suas atividades e que ele goste mais. Apenas ele pode fazer essa associação para encontrar sentido nos estudos. Além disso, a autodisciplina envolve estabelecimento de horários rigorosos, os quais ele possa cumprir para si mesmo, e alta dose de concentração em um ambiente adequado de estudo. Não é porque está a distância que o aluno não tem que cumprir suas atividades regularmente, mas isso dependerá de como ele encaixará essas atividades no seu cronograma próprio de trabalho, que pode ser diferente para cada um. 5) O aluno virtual deve ter a responsabilidade de comunicar problemas – em uma sala tradicional dentro de um espaço físico, pode ser que sejam identificados problemas na participação até com um olhar para o grupo. Porém, no ensino virtual o aluno precisa contribuir para que os problemas sejam percebidos, avisando o que está acontecendo desde o início. Por outro lado, professores também precisam ter a responsabilidade de observar: mudanças no nível de participação, dificuldades logo no início do curso (operacionais ou mesmo de 4 FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - O aluno de educação a distância 5 UNIDADE 01 AULA 02 conhecimento básico requerido) e se os alunos estão se comunicando de forma adequada, sem agressões ou destempero emocional. Enfim, alunos e professores precisam assumir suas responsabilidades para que o aluno virtual atue em um ambiente agradável. 6) O aluno virtual tem que acreditar na aprendizagema distância – não deve se sentir prejudicado pela ausência de sinais auditivos ou visuais no processo de comunicação como ocorre com a presença física. E o mais importante: acreditar que uma aprendizagem de boa qualidade pode acontecer em qualquer lugar e tempo e não apenas no espaço físico de uma sala de aula. Os bons alunos virtuais superam as descrenças que tinham sobre o ensino a distância e os que terminam seus cursos competem hoje de igual para igual com os que fizeram ensino presencial. 7) O aluno virtual precisa de uma boa estrutura para sua aprendizagem – não são apenas as dicas anteriores que facilitam a vida do aluno em um curso a distância, pois a instituição de ensino precisa prover um bom ambiente virtual e boas condições físicas de trabalho nos polos. A estrutura de trabalho em si para os professores também deve ser adequada e ele precisa de orientação para realizar algumas ações: 1) criar horários específicos para recebimento de mensagens e trabalhos além dos horários mais flexíveis; 2) ser claro com o aluno quanto às condições de resposta semanais que ele e o tutor poderão dar; 3) ser claro quanto à natureza das mensagens (os alunos não podem apenas “marcar presença” avisando que estão no ambiente, mas efetivamente devem responder ao que é pedido); 4) ser claro quanto às condições do curso (que vão de resultados das avaliações e o quanto será aproveitado na participação online); e 5) ficar atento à participação dos alunos, que inclui mudanças repentinas nos assuntos ou atrasos na entrega de trabalhos, para resolver os problemas o quanto antes. EXERCITANDO Para cada uma das características do aluno virtual, diga se você as tem, pretende adquirir ou tem muita dificuldade. Diga ainda o que poderia fazer para melhor tê-las ou desenvolvê-las. 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 6 FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - O aluno de educação a distância 7 UNIDADE 01 AULA 02 3.2 Estilos de aprendizagem Os mais diversos estilos ou maneiras de aprender são discutidos por vários autores e o assunto é muito polêmico. Não há uma concordância muito grande sobre o assunto. Contudo, um estudioso chamado Gardner trouxe à tona muito mais discussões com a sua teoria das inteligências múltiplas. Outros autores, seja para concordar ou discordar, partem muito do que ele definiu e ele próprio fez várias revisões de sua teoria. Vamos usar a tabelinha adiante, adaptada de Pratt (2004), que usa os conceitos básicos de Gardner agrupados em algumas das inteligências múltiplas. Você deve ler a tabela, identificando possíveis exemplos de seu dia-a-dia, para fazer adiante mais um exercício. Na primeira coluna estão os estilos possíveis de aprendizagem de um aluno e, na segunda coluna, as técnicas usadas por professores para aproveitar os estilos da melhor maneira possível. ESTILOS DE APRENDIZAGEM TÉCNICAS INSTRUCIONAIS NO ENSINO VIRTUAL □ Visual-verbal: prefere ler a informação. □ Use apoio visual, tal como o PowerPoint ; □ Apresente, sob forma escrita, um sumário do material apresentado. □ Use materiais escritos, como livros textos e recursos da Internet. □ Visual-não-verbal ou visual-espacial: prefere trabalhar com gráficos ou diagramas que representam a informação. □ Use material visual, tal como PowerPoint, vídeo, mapas, diagramas e gráficos. □ Use os recursos da Internet, especialmente aqueles com gráficos. □ Use a videoconferência. □ Auditivo-verbal ou verbal-linguístico: prefere ouvir o material apresentado. □ Incentive a participação em atividades colabo- rativas e de grupo. □ Use arquivos de áudio em streaming. □ Use a audioconferência. □ Tátil-cinestésico ou corporal-cinestésico: prefere atividades físicas práticas. □ Use simulações. □ Use laboratórios virtuais. □ Exija pesquisa de campo. □ Exija a apresentação e a discussão de projetos. □ Lógico-matemático: prefere a razão, a lógica. □ Use estudos de caso. □ Use a aprendizagem baseada em problemas. EXERCITANDO Marque os quadrinhos na tabela acima ao lado dos estilos de aprendizagem e das técnicas instrucionais com as quais você mais se identifica. Em seguida, escreva abaixo sobre se você como professor utilizaria as técnicas adequadas para os seus próprios estilos. Acrescente técnicas que não estejam na tabela que o ajudariam como professor e aluno. Como já falamos, os estilos são motivo de muita discussão. Além disso, com novas tecnologias surgindo a cada momento, você pode identificar outras técnicas instrucionais que vão além das que são usadas em cursos a distância. Você já parou para pensar como poderiam ser usadas as redes sociais no ensino ou mesmo dispositivos móveis como celulares e tablets? Será que esses usos iriam ajudar na educação a distância e na adequação com novos estilos de aprendizagem que surgem nas novas gerações? Quais seriam seus limites e possibilidades adicionais? Não concordamos totalmente com a teoria das inteligências múltiplas, mas não por não acharmos que existem categorias da inteligência. Na verdade, podemos entender também que há tantas “inteligências” que poderiam ser até mais múltiplas do que as básicas definidas por Gardner. Como muitos autores classificam e recategorizam a todo tempo essas inteligências, vemos que você pode explorá-las além do que está aqui, interagindo e descobrindo novos estilos com seus colegas, professores, dentro e fora da Internet e também com novos usos da tecnologia. 3.3 Orientações do aluno de EaD Há muitas orientações para os alunos de EaD que podem existir no formato de dicas, regras essenciais, guias e mandamentos. O formato de mandamentos é um dos mais utilizados e envolve ordens às quais os alunos devem obedecer 8 FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - O aluno de educação a distância 9 UNIDADE 01 AULA 02 se desejarem ser bons alunos. Como há muitas formas de orientar e o nosso mundo exige adaptações conforme o tipo de interação e os recursos tecnológicos, vamos resumir aqui algumas orientações gerais que serviram e ainda servirão por muito tempo para quem estiver aprendendo a distância. Utilizaremos orientações de Pratt (2004), mas também acrescentaremos algumas dicas que parecem ser úteis na realização das atividades acadêmicas, relacionadas a problemas que vemos ocorrer com muita frequência e que podem aumentar devido a uma não presença imediata de professor e tutores. São essas as orientações: 1) O aluno deve ter conhecimento básico de Internet – o conhecimento que o aluno tem sobre jogos online ou uso de chats e redes sociais pode não ser diretamente aplicado ao ambiente virtual de ensino. Além disso, não se pode supor que todos tenham as habilidades necessárias ou saberão transpor seu conhecimento para a EaD. O aluno deve verificar exatamente como é usado o ambiente e ficar atento com suas propriedades, que podem ser diferentes das existentes em outros ambientes que usou. 2) O aluno deve ter conhecimento básico de informática – espera-se que ao menos o uso de editores de texto e a operacionalização de programas de e-mail façam parte da vida do aluno. Ele deve procurar imediatamente esses conhecimentos (se não os tiver) e realizar práticas no dia-a-dia que não necessariamente envolvam seu curso para uma familiarização mais ampla com a tecnologia. Este conhecimento, mais cedo ou mais tarde será necessário, e é cada vez menos explorado em cursos regulares. 3) O aluno deve ter tempo de gerenciar suas atividades – em qualquer tipo de aprendizagem a forma de lidar com o tempo para realizar as atividades de um curso é crucial. Contudo, na educação a distância há algumas peculiaridades. No ensino presencial, os alunos organizam seu tempo de acordo com o horário das aulas e programam suas tarefas conforme o queé requerido nas disciplinas para responderem em uma próxima aula. No ensino a distância não há um calendário exato de cada aula e as tarefas devem ser feitas de forma regular e com controle. Os alunos devem ser estimulados sempre a manter as leituras em dia, enviar mensagens ao professor e ao tutor, discutir com os colegas no espaço virtual apropriado e definirem quando finalizarão seus trabalhos a cada tarefa requerida. Alguns alunos podem se sentir melhor organizando primeiro a leitura do que está no ambiente para fazerem as tarefas pedidas, mas sempre definindo um tempo que possa ser gerenciado, até para diminuir a ansiedade. 4) O aluno deve estar atento para as diferenças entre cursos presenciais e online – em aulas virtuais o aluno não entra em um espaço físico e segue o que é orientado pelo professor. O aluno virtual precisa ver o professor como um guia que o ajudará em uma jornada, a qual o aluno prosseguirá para atingir seus objetivos no curso, em espaços e tempos que podem ser diferenciados. 5) O aluno deve entender como é sua interação com os professores e demais colegas – ele não deve apenas ler o que está no ambiente. Ele precisa construir alguma reflexão e registrar o que foi feito. É isso o que vai mostrar como ele frequenta o curso para o professor. Além disso, podem ser feitas consultas aos colegas para realizar um trabalho, mas nunca simplesmente aproveitar o que um colega produziu e registrar de forma idêntica. 6) O aluno deve entender a maneira como dará feedback – não pode haver apenas a entrada em um ambiente para dizer “concordo”, “discordo”, “sim” ou “não”. É preciso que as mensagens sejam substanciais, preparadas, por exemplo, para desenvolver um debate. O professor deve alertar o aluno sobre isso e dar dicas de como proceder nas suas reflexões e argumentações. 7) O aluno deve ter comunicação adequada ao ambiente – nesse caso, incluem-se desde obedecer as regras da netiqueta (como o uso de abreviaturas específicas e evitar letras em maiúsculas) até o não incitamento a ataques pessoais ou inflamações em assuntos que não dizem respeito ao conteúdo. O professor deve alertar sobre isso no início do curso. 8) O aluno deve ser informado adequadamente como obter ajuda – isso envolve indicar os professores e tutores certos, mostrar os horários apropriados de atendimento individual e orientar sobre o tipo de dúvida que pode ser enviada e para o local correto. Deve haver uma observação constante sobre o que os alunos precisam de modo a se atualizar os tipos de ajuda. 10 FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - O aluno de educação a distância 11 UNIDADE 01 AULA 02 3.4 Organizando o estudo Vamos compor aqui algumas dicas diretas sobre como você, na qualidade de aluno, deve organizar sua vida para o estudo virtual ser bem sucedido: 1) No mínimo, use o ambiente virtual duas vezes por semana. No primeiro contato, leia o que outros alunos já estão comentando. Pode ser que as repostas já ajudem você. Depois, procure tirar dúvidas e, se possível, ajude outros alunos, o que criará um bom ambiente cooperativo de aprendizagem. 2) Certifique-se todos os dias se está em dia com as mensagens. 3) Procure independência na sua aprendizagem e vá além do que o professor apresenta. 4) Leia bastante, analise bastante e pesquise bastante, o que só será positivo para seu desempenho e para o retorno que dará ao professor e colegas. 5) Confie em seus colegas e produza críticas construtivas. 6) Se sentir perdido, não deixe nunca de perguntar a professores, tutores ou colegas. 7) Se ficar angustiado, triste ou irritado com alguma mensagem, não responda imediatamente. Pense um pouco e responda no outro dia, que a sua resposta sempre será mais apropriada. 8) Faça uma agenda do estudo do seu curso dentro da sua agenda mais geral de todas as atividades da vida. 9) Esclareça familiares e amigos sobre sua necessidade de tempo de estudo. Não é porque o curso é a distância que você terá mais disposição para os outros. 10) Tenha flexibilidade e paciência não só com o conteúdo do curso, mas com eventuais problemas técnicos encontrados. 11) Prepare-se para aprender O NOVO! Não apenas do conteúdo do curso, mas sobre novas tecnologias, novas metodologias de trabalhos e novos estilos de amigos e colegas. 12) Além da agenda, use algum artefato para administrar melhor o tempo e rastrear melhor as atividades, seus sucessos e fracassos. Por exemplo, você pode ir preenchendo uma tabelinha semanal como essa: OBJETIVOS DA SEMANA Objetivo Atividade a realizar Tempo dedi- cado Atividade finalizada? (sim/não/ parcialmente) Justificativa da não finali- zação O que é ne- cessário para finalizar 3.5 Trabalho em grupo Trabalhar em grupo é importante para qualquer nível ou natureza de aprendizado. É verdade que alguns alunos, por conta do seu estilo de aprendizagem, preferem trabalhar de maneira isolada e até podem ter um melhor rendimento deste modo. Contudo, em algum momento da vida precisaremos compartilhar algumas tarefas e este momento tem que ser aproveitado da melhor maneira possível. No ensino a distância isso não é diferente, mas muitas dúvidas surgem sobre como administrar os trabalhos em grupo, visto que isso será feito por meio de novas e diferentes ferramentas ou até mesmo estratégias. As estratégias poderão, inclusive, depender do tipo de ferramenta, mas também de questões de custo e de como o curso é administrado. Portanto, é provável que não exista uma forma ideal através da qual todos efetivamente trabalhem em grupo, mas podemos fazer as adequações possíveis. Vejamos algumas delas. A comunidade como o todo de um curso poderia ter um número ideal de 20 a 25 alunos, professores deveriam administrar idealmente até em torno de 15 alunos e em uma sala de bate-papo, para ter um bom aproveitamento, não deveria haver mais de 10 pessoas. As administrações das instituições de ensino requerem cada vez mais alunos e há necessidade de fazer um investimento amplo para atender o maior número possível de pessoas não capacitadas. O dilema em questão reflete as preocupações sobre a grande quantidade de pessoas prejudicarem ou não no atendimento ao aluno, torná-lo isolado e sem um atendimento adequado. Há ainda preocupações sobre o uso de grupos muito pequenos, já que poderiam não ser muito ativos e com pouca reflexão. A experiência mostra que menos de 5 pessoas em um grupo também pode trazer problemas para o professor manter uma participação ativa. Essa situação, 12 FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - O aluno de educação a distância 13 UNIDADE 01 AULA 02 porém, tem algumas possíveis soluções ou formas de minimizar consequências negativas: 1) os grupos devem ser divididos de acordo com as necessidades de cada disciplina; 2) a participação ativa de tutores na coordenação de grupos é fundamental; 3) se for usada alguma ferramenta virtual, deve ser devidamente esclarecido o seu uso com os participantes; 4) os grupos devem ser formados conforme interesses comuns e 5) os alunos devem ser continuamente questionados sobre como está sendo efetuada sua participação para melhor orientação ou remanejamento. 4 APROFUNDANDO SEU CONHECIMENTO Um pouco mais sobre as relações do aluno e professor com as tecnologias de ensino podem ser encontradas em: SANTOS, EDMÉA e ALVES, LYNN. Práticas pedagógicas e tecnologias digitais. Rio de Janeiro: E-papers, 2006. Disponível em http://books.google.com.br/books?id=K P3Nr4o3w6kC&lpg=PP1&dq=pr%C3%A1ticas%20pedag%C3%B3gicas%20e%20 tecnologias%20digitais&pg=PP1#v=onepage&q&f=false. Último acesso em 20 de jun.de 2012. As relações do professor, aluno, ensino, escrita e leitura no mundo virtual, sob a perspectiva de da Linguística podem ser vistos em: ARAÚJO, Júlio César (org).Internet e Ensino, novos gêneros, outros desafios. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007. ARAÚJO, JÚLIO CÉSAR E DIEB, MESSIAS. Letramentos na Web: Gêneros, Interação e Ensino. Fortaleza: UFC, 2009. BEZERRA, BENEDITO GOMES. Leitura e escrita na Interação Virtual. Recife: EDUPE, 2011. COSCARELLI, CARLA VIANNA E RIBEIRO, ANA ELISA. Letramento digital - Aspectos sociais e possibilidades pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. MARCUSCHI, L. A; XAVIER, A. C. (orgs). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2010. RIBEIRO, ANA ELISA. Navegar lendo, ler navegando. Belo Horizonte: Interditado, 2009. Disponível em http://www.ufpe.br/nehte/artigos/Hipertexto-ana-elisa- ribeiro.pdf. Último acesso em 20 de jun.de 2012. 5 TROCANDO EM MIÚDOS Nesta parte do curso, vimos o que é o aluno virtual, seu comportamento, características e orientações gerais de estudo. Além disso, tratamos de alguns dos estilos de aprendizagem que podem ser adotados no ensino a distância bem como da forma como o estudo pode ser organizado e de como deve ser desenvolvido o trabalho em grupo. As questões aqui tratadas não se encerram nas dicas, na experiência que desenvolvemos nem na bibliografia adotada. Espera-se que você, aluno, prossiga nos seus estudos virtuais e, quem sabe, torne-se professor neste mundo, que, como vimos, não é uma diferença total do cotidiano, mas uma extensão concreta e real das nossas vidas quando começamos a interagir uns com os outros. 6 AUTOAVALIANDO 1) A partir das orientações do aluno de EaD, das orientações de como organizar o estudo e do que foi discutido sobre trabalho em grupo, faça um cronograma mensal e outro semanal de estudo. 2) Diga quais são as orientações do aluno de EaD que você mais precisa, as que menos precisa e as razões. 3) Diga qual é a importância do trabalho em grupo para você e quais seriam as principais diferenças em relação aos trabalhos em grupo presenciais. 14 FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - O aluno de educação a distância 15 UNIDADE 01 AULA 02 REFERÊNCIAS CARVALHO, FÁBIO CÂMARA ARAÚJO DE e IVANOFF, GREGÓRIO BITTAR. Tecnologias que educam – ensinar e aprender com as tecnologias de informação e comunicação. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. FILATRO, ANDREA. Design instrucional na prática. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. MAIA, CARMEM e MATTAR, JOÃO. ABC da EaD – a educação a distância hoje. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. PALLOF, RENA M. e PRATT, KEITH. O aluno virtual – um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2004. O aluno de educação a distância 1 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 2 COMEÇANDO A HISTÓRIA 3 TECENDO CONHECIMENTO 3.1 O aluno virtual 3.2 Estilos de aprendizagem 3.3 Orientações do aluno de EaD 3.4 Organizando o estudo 3.5 Trabalho em grupo 4 APROFUNDANDO SEU CONHECIMENTO 5 TROCANDO EM MIÚDOS 6 AUTOAVALIANDO REFERÊNCIAS
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