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Trabalho de Araguainha - final

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - FCT 
CURSO DE GEOLOGIA
DAIENNY CRISTINE CABRAL CRUZ
FERNANDA ALVES CARVALHO
GABRIEL PEIXOTO DE MIRANDA
NATHALIA MELO OLIVEIRA
RAFAELLY GREGORIO AURELIANO OLIVEIRA
CAMPO DE GEOLOGIA BÁSICA - DOMO DE ARAGUAINHA, MT
Aparecida de Goiânia 
2019
20
RESUMO
O Domo de Araguainha é a maior cratera de impacto da América do Sul, formada pelo colisão de um corpo celeste de grande proporção num período próximo ao limite Permiano-Triássico, há 245 milhões de anos. Trata-se de uma cratera de impacto complexa, caracterizada pela formação de um cume central devido ao soerguimento de matéria após o impacto, possui 40 quilômetros de diâmetro e está localizada no sudeste do estado do Mato Grosso, próximo a fronteira com Goiás, em uma região formada principalmente por rochas sedimentares da Bacia do Paraná, e também por rochas ígneas e metamórficas do embasamento cristalino, que se associam com Faixa Brasília e a Faixa Paraguai. A região tem a vegetação de cerrado, segunda maior formação vegetal do Brasil, apresenta duas estações definida como o inverno seco e o verão chuvoso, características das regiões tropicais. As características geomorfológicas e estruturais, bem como a análise petrográfica de amostras do embasamento granítico, das brechas de impacto e da Formação Furnas, todas elas exibindo evidências de metamorfismo de choque. Em relação à Bacia do Paraná as formações em que a cratera está inserida são: Furnas, Ponta Grossa, Aquidauana, Irati,Corumbataí e os derrames basaltícos da formação Serra Geral. De modo Geral objetiva-se o levantamento bibliográfico da região de Araguainha, MT. De maneira mais específica, objetiva-se a análise e compreensão de sua geologia de formação, morfologia, clima e relevo e as possíveis modificações proporcionadas pelo impacto do astroblema.
Palavras chaves: Domo de Araguainha; Mato Grosso; Cratera de impacto; Geologia.
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
“O Domo de Araguainha trata-se de um astroblema resultante da colisão de um asteroide, com 2 km de diâmetro, datado em 247 Ma, próximo do limite Permiano-Triássico”. (SÁNCHEZ, 2006, p. 07). A superfície da Terra, na época era um mar raso, representado pela Formação Irati (Grupo Passa Dois),o impacto afetou unidades sedimentares da Bacia do Paraná e soergueu o núcleo constituído pelo embasamento cristalino. 
“A cratera forma uma notável estrutura anelar, consistindo de um núcleo central soerguido, com 6,5 km de diâmetro, relevos ordenados de forma anelar, feições de metamorfismo de impacto e presença de brechas com a ocorrência de shatter cones.”(SÁNCHEZ, 2006, p. 07)
O Domo de Araguainha se localiza na fronteira dos Estados de Mato Grosso e Goiás, entre as cidades de Ponte Branca(MT) e Araguainha(MT). A Figura 1 mostra a localização da região da cratera. 
Figura 1- Mapa de localização da região do Domo de Araguainha.
Fonte: Vinicius Rodrigues Oliveira, 2019.
O acesso (figura 2) à partir de Aparecida de Goiânia (GO) faz-se tomando a rodovia BR-060, sentido Rio Verde (GO). Próximo a Jataí (GO), segue-se pela BR-364 sentido Mineiros (GO). Entra em Mato Grosso pela cidade de Alta Araguaia (MT) e toma-se a rodovia MT-100 até a cidade de Araguainha (MT). 
Figura 2- Mapa de Acesso – Goiânia/ Araguainha.
Fonte: Google Maps, 2019.
De modo Geral objetiva-se o levantamento bibliográfico da região de Araguainha, MT. De maneira mais específica, objetiva-se a análise e compreensão de sua geologia de formação, morfologia, clima e relevo e as possíveis modificações proporcionadas pelo impacto do astroblema.
CRATERAS DE IMPACTO
As crateras de impacto, é uma ”feição morfológica formada pelo impacto de corpos celestes de menores dimensões (meteoros, asteroides, cometas) contra a superfície dos planetas e de seus satélites" (Crósta, A.P., p 01), são responsáveis por mudanças geológicas, geofísicas e geoquímica nas regiões atingidas. Em geral, é o tamanho da cratera o fator determinante de sua morfologia, o qual depende fundamentalmente da dimensão, velocidade, ângulo de incidência e porosidade do projétil, bem como da composição da rocha-alvo e da gravidade do planeta (Yokoyama et al. 2013).
As crateras de impacto podem ser classificadas em simples ou complexas. As crateras de impacto simples (figura 3), possui formato de "tigela" com apenas uma cavidade, sendo formadas a partir de impactos de meteoritos pequenos em alta velocidade, com o diâmetro entre 0-20km. Profundidade máxima no centro da estrutura e são desprovidas de núcleo soerguido e terraço nas bordas. A razão entre a profundidade e o diâmetro nas crateras varia entre (0,2) e (0,33) (Melosh, 1989).
Figura 3- Cratera de impacto simples.
Fonte: http://vaztolentino.com.br/conteudo/176-Crateras-de-Impacto2019
As crateras de impacto complexas (figura 4), diferentemente das crateras de impacto simples, apresentam importantes feições morfológicas formadas pelo colapso gravitacional da cratera transiente (O'Keefe and Ahrens, 1999), dentre essas feições, bordas colapsadas, bacias anelares, com um núcleo central elevado, com um ou mais picos.
Figura 4- Cratera de impacto complexa.
Fonte: http://vaztolentino.com.br/conteudo/176-Crateras-de-Impacto 2019
French (1998), divide o processo de formação de cratera em três estágios, 
compressão, escavação e modificação (figura 5). Na fase da compressão, a energia cinética do contato do meteorito com a superfície-alvo é dissipada, por ondas de choque. No estágio da escavação, a energia da onda é convertida em cinética, as rochas atingidas são lançadas para fora, onde ocorre a escavação, nesse processo vão ser formadas as bordas soerguidas com o formato anelar. Então, ao fim dessa etapa, vem o estágio da modificação, onde o núcleo central elevado, acomodam-se em níveis gravitacionalmente estáveis. Para as crateras simples a acomodação se dá apenas pelo colapso das paredes da cratera transiente com o fluxo de material para o centro da estrutura . Para as crateras complexas ocorre o soerguimento do assoalho da cratera transiente e o colapso concomitante das paredes da cratera transiente.(French, 1998, pag 17)
Figura 5- Ilustração em inglês da teoria de formação de crateras de impacto.
Fonte: http://blogs.ibahia.com/a/blogs/estrelas/2014/06/27/vvvv 2019
A cratera de impacto a ser estudada nesse trabalho, o Domo de Araguainha, trata-se de uma cratera complexa, com elevação central, considerada como a maior da América Latina, tendo 40km de diâmetro formada próxima ao limite Permiano-Triássico (245 Ma), localizada entre as cidades de Ponte Branca - MT e Araguainha - MT, entre os estados de Mato Grosso e Goiás. Segundo Thomé Filho ( et al, 2012, THOMÉ) o Domo de Araguainha é, uma pequena bacia de formato elíptico constitui o centro do núcleo soerguido, correspondendo em sua maior parte à área de exposição do embasamento granítico. Um anel interno de elevações, formado principalmente pelo granito deformado pelo choque e por brechas de impacto sobrejacentes, circunda essa bacia.
Figura 6- Domo de Araguainha.
Fonte:http://destinofinal.serradoroncador.com.br/meteorito 2019
CARACTERÍSTICAS DA ÁREA
Vegetação, Fauna e Flora
A região da area de estudo é caracterizada pela vegetação do cerrado, De acordo com Sanchez(2006), segundo o site Eco.usp,br(2000, p. 1),
A região tem a vegetação de cerrado, segunda maior formação vegetal do Brasil., apresenta duas estações definida como o inverno seco e o verão chuvoso, características das regiões tropicais. Seu solo é escasso em relação à nutrientes, mas é abundante em ferro e alumínio. Apresente vegetação seca, pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados soltas em meio a uma vegetação rala e rasteira mesclando-se por vezes com campos limpos ou matas de árvores não muito altas. [...]A fauna do bioma do cerrado é pouco conhecida, entretanto o grupo de insetos se destaca. Ao se falar dos vertebrados temosuma longa lista de animais encontrados no cerrado, mencionamos como a jibóia, a cascavel, várias espécies de jararaca, o lagarto teiú, a ema, a seriema, a curicaca, o urubu comum, o urubu caçador, o urubu-rei, araras, tucanos, papagaios, gaviões, o tatupeba, o tatu-galinha, o tatu-canastra, o tatu-de-rabo-mole, o tamanduá-bandeira e o tamanduá-mirim, o veado campeiro, o cateto, a anta, o cachorro-do-mato, o cachorro vinagre, o lobo-guará, a jaritataca, o gato mourisco, e muito raramente a onça-parda e a onça-pintada.(eco.usp.br)
Hidrografia
Segundo Sanchez (2006), de acordo com o site eco.usp.br(2006), O maior divisor de águas da América do Sul está em Mato Grosso. A região é cortada pelo Rio Araguaia sua nascente está situada na Serra do Caiapó, próximo ao Parque Nacional das Emas, no município de Mineiros, em Goiás. Os de maior importanç na região são os rios das Garças, do Peixe e Diamantino.
Figura 7- Bacia do Tocantins.
Fonte:(http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=365&evento=5) 2019
Clima
De acordo Sanchez (2006), segundo Crósta(1982), O clima pedominante na região é “o tropical quente e úmido, com 3 meses de seca, de junho a agosto. Precipitação anual de 1.750 mm, com intensidade máxima em dezembro, janeiro e fevereiro. Temperatura média anual 24ºC. Maior máxima 38ºC. Menor mínima 0ºC”
Relevo
Segundo Sanchez (2006), de acordo Crósta et al. 1981), com As características geomorfológicas e estruturais, bem como a análise petrográfica de amostras do embasamento granítico, das brechas de impacto e da Formação Furnas, exibem evidências de metamorfismo de choque Esses resultados reforçaram a origem da estrutura por impacto de um corpo celeste. Dentre as evidências desse fenômeno por eles reconhecidas estão a ocorrência de shatter cones em arenitos da Formação Furnas em duas localidades diferentes, lamelas de choque em quartzo, feldspato e mica, mudanças do estado cristalino para o estado amorfo em minerais com ausência de fusão, com a fase vítrea retendo as características morfológicas e texturais da fase cristalina, e kink bands em diversos minerais. Dentre muitas evidências estavam o formato circular da estrutura, a morfologia relacionável a outras crateras de impacto conhecidas, incluindo um núcleo central soerguido, sucessão de colinas, escarpas e vales dispostas de forma anelar, feições de metamorfismo de choque, presença de suevito e de brechas de impacto, ocorrência de shatter cones e de uma anomalia magnética negativa no centro da estrutura.
GEOLOGIA REGIONAL
Localizado em Araguainha-MT o Domo se encontra sobre rochas sedimentares, ígneas e metamórficas do embasamento cristalino da bacia do Paraná. As rochas no embasamento são relacionáveis com rochas de áreas adjacentes: faixa Paraguai, localizada a N e NE, e faixa Brasília, localiza se a Leste da área estudada (Marchesin et al, 2012, SANCHEZ).
O domo de Araguainha é o resultado do impacto de meteoro de grande proporção com a terra há cerca de 245 milhões de anos, durante triássico da era mesozoica. Essa colisão resultou em feições ainda possíveis de observação. Trata-se de uma cratera complexa, com núcleo soerguido, Segundo Sanchez (2006, p. 17), “o Domo de Araguainha, localiza na divisa dos Estados de Mato grosso e Goiás, entre as cidades de Ponte Branca-MT e Araguainha-MT, com 40 km de diâmetro, a maior da América Latina. É a cratera brasileira mais bem estudada até o momento. ”De acordo com Crósta (2012, p. 4-10), o corpo celeste que resultou na formação do domo 40 km de diâmetro, possuía apenas 1,7 Km de diâmetro. O impacto afetou um pacote de rocha, com espessura estimada de cerca de 2 km de profundidade, soerguendo-as e dobrando-as. Ainda de acordo com Sanchez (2006), Segundo Crósta (2012, p. 5) “O núcleo do astroblema tem aproximadamente 5 km de Diâmetro, com o granito (soerguido) e brechas de impacto no centro. ”
O embasamento cristalino ocorre, segundo SÁNCHEZ (2006), no centro do Domo, representado por duas rochas distintas, rochas graníticas e metamórficas de baixo grau, elas compõem o embasamento cristalino da Bacia do Paraná. Aflora no núcleo da cratera um granito associado com um filito.Chamado de Granito de Araguainha, denominado pela Companhia Mato-Grossense de Mineração (METAMAT) em 2004, o granito do embasamento cristalino da Bacia do Paraná, local onde ocorreu metamorfismo instantâneo. Segundo ENGELHARDT et al. (1992) dataram o granito em 480 +/- 6 Ma. 
No embasamento juntamente com o granito, encontra-se também, a rocha filito. “Por ser uma rocha metamórfica incompatível com as unidades conhecidas da Bacia do Paraná, interpreta-se que esta rocha seja pertencente ao Grupo Cuiabá”. (SÁNCHEZ, 2006). Segundo Tokashiki (2008), o Grupo Cuiabá consta com uma grande pilha metassedimentar que está acumulada na margem sudeste do Cráton Amazônico.
GEOLOGIA LOCAL
Bacia do Paraná	
A Bacia do Paraná, é uma região sedimentar ampla que compreende alguns países do continente sul-americano, inclui porções do Brasil, do Paraguai, da Argentina e do Uruguai, que ao todo, totaliza uma área de aproximadamente 1,5 milhão de quilômetros quadrados. A bacia possui uma forma ovalada e seu contorno é defino por limites erosivos. Foi formada durante a separação do supercontinente Gondwana, em que a Bacia Paraná-Karoo (bacia contida entre o Brasil e a África) estava preenchida por sedimentos, e ao ocorrer o afastamento dos continentes sul americano e africano, houve a liberação de material vulcânico (MILANI et al 2007).
 Esta bacia se desenvolveu durante arte das eras paleozoica e Mesozoica e aloja um registro estratigráfico que compreende do Ordoviciano Superior ao Cretáceo Superior, com uma espessura máxima cumulativa que ultrapassa os 7.000m na sua posição central, onde corre o rio que lhe empresta seu nome (Milani et al., 2007).
A bacia desenvolveu-se sobre um arcabouço proterozóico de blocos cratônicos circundados por cinturões de dobramentos e empurrões com orientação predominantemente SW-NE. A subsidência e acúmulo de sedimentos na Bacia do Paraná começou durante o Neo-ordoviciano, e o provável mecanismo propulsor da subsidência inicial foi a reativação transtensional de lineamentos intraplaca sob o campo de tensões compressional relacionado com a orogenia Oclóica, causada pela interação colisional entre Gondwana e o terreno da Precordillera (Milani, 1997). Repetidamente durante a evolução da Bacia do Paraná, ciclos orogênicos deixaram sua assinatura como períodos de subsidência acelerada, e isso foi um fator importante no controle de seu registro estratigráfico.
Figura 9- A Bacia do Paraná.
Fonte:https://www.researchgate.net/profile/Edison_Milani/publication/284088050_Roteiros_Geologicos_Rochas_geradoras_e_rochasreservatorio_da_Bacia_do_Parana/links/5bf3be6d92851c6b27cc23a0/Roteiros-Geologicos-Rochas-geradoras-
Arcabouço Estratigráfico
Seis unidades alostratigráficas de segunda ordem ou superseqüências (no senso de Vail et al.1977), cada uma delas incluindo um registro geológico com algumas dezenas de milhões de anos de duração, definem o arcabouço estratigráfico da Bacia do Paraná .O registro total abrange o intervalo 450-65 Ma, mas uma significativa parcela desse tempo está implícito nas lacunas que separam as várias superseqüências. Rio Ivaí (O-S), Paraná (D) e Gondwana I (Neo-C – Eo-Tr) documentam grandes ciclos transgressivos-regressivos paleozóicos de variação do nível de base, enquanto Gondwana II,Gondwana III e Bauru são representados por sucessões sedimentares continentais mesozóicas e rochas ígneas associadas (Milani et al., 2007).
Figura 10- Carta estratigráfica da Bacia do Paraná, com a posição aproximada dos pontos do roteiro.
Fonte:https://www.researchgate.net/profile/Edison_Milani/publication/284088050_Roteiros_Geologicos_Rochas_geradoras_e_rochasreservatorio_da_Bacia_do_Parana/links/5bf3be6d92851c6b27cc23a0/Roteiros-Geologicos-Rochas-geradoras-e-rochasreservatorio-da-Bacia-do-Parana.pdf 2019
Supersequência Parana
A Supersequência Paraná é destacadapor um litoestratigrafia devoniana, com composição de conglomerados e arenitos arcoseanos da Formação Furnas (base), subsequentemente sobrepostos por siltítos ferruginosos deltaicos da Formação Ponta Grossa (MILANI et al., 2007).
Formação Furnas
A Formação Furnas é uma extensa unidade siliciclástica da Bacia do Paraná, constituída por arenitos quartzosos brancos, de granulação média a grossa, feldspáticos e/ou caulínicos, mal selecionados, portadores de estratificação cruzada, aos quais se interestratificam delgados níveis de conglomerados, sobretudo na porção basal. Apresenta geometria tabular e pequena variabilidade de espessura, com possança no geral entre 250 e 300 m, somente alterada nas proximidades dos limites de ocorrência, quando indica bordas erosivas (Assine 1996). A Formação Furnas sobrepõe discordantemente unidades de diferentes naturezas e idades, desde rochas magmáticas e metamórfïcas do embasamento cristalino pré-cambriano/eopaleozóico até rochas ordovício-silurianas do Grupo Rio Ivaí (Assine et al. 1994). É sobreposta pelos estratos devonianos da Formação Ponta Grossa (Meso- a Neodevoniano), que com ela compõem o Grupo Paraná. À Formação Furnas tem sido atribuída idade eodevoniana em função do contato concordante com os folhelhos marinhos superpostos da Formação Ponta Grossa (Emsiano / Fammeniano), materializado pelas Camadas de Transição no seu topo (Petri, 1948, Assine, 1994, p. 1). “Corrobora esta interpretação a identificação de palinomorfos praguianos, recuperados de um nível pelítico intercalado nos arenitos da parte superior da Formação Furnas, no Município de Jaguariaíva (PR) (Dino & Rodrigues, 1995, Assine, 1994, p. 1).”
Formação Ponta Grossa
A formação Ponta grossa é sub dividida em tres partes, Jaguariaíva (inferior), Tibagi (médio) e São Domingos (superior), as associações de acritarcas encontradas em cada membro indicariam a idade praguiana-emsiana para o Jaguariaíva, emsiana-eifeliana para o Tibagi e, para o São Domingos, a idade eifeliana-neofameniana. Baseado no registro de quitinozoários, (GRAHN,1999) relacionou idades um pouco diferentes para os três membros, respectivamente como de idades praguianaemsiana, emsiana e eifeliana-eofrasniana. Com base nos conceitos da estratigrafia de seqüências, (BERGAMASCHI, 1999) reconheceu cinco seqüências deposicionais dentro do intervalo litoestratigráfico designado de Formação Ponta Grossa (LANGE & PETRI 1967). Cinco sequências foram indicadas por GRAHN (1997) (BERGAMASCHI, 1999) como B, C, D, E e F também com base em quitinozoários. A seqüência deposicional “B” corresponderia litoestratigraficamente, de modo geral, ao Jaguariaíva, com a idade situada entre o Neolochkoviano–Emsiano (provavelmente Eoemsiano). A seqüência deposicional “C” foi localizada temporalmente entre o Neo-emsiano– Eoeifeliano e, a seqüência deposicional “D”, seria de idade eifeliana. As seqüências deposicionais “C” e “D” corresponderiam ao Membro Tibagi (LANGE & PETRI, 1967). A seqüência deposicional “E” teria idade situada entre o Neo-eifeliano–Neogivetiano e a sequência deposicional “F”, Frasniano. As seqüências “E” e “F” corresponderiam ao Membro São Domingos de LANGE & PETRI (1967).
Supersequência Gondwana I
A Superseqüência Gondwana I é um pacote complexo e espesso de rochas sedimentares que inicia com estratos glaciogênicos de natureza tanto marinha como continental, incluídos no Grupo Itararé. Esta unidade é representada por uma associação de arenitos, diamictitos, conglomerados e pelitos que alcançam 1.400 m de espessura total máxima (Daemon e Quadros, 1970; Daemon e França, 1993).
Formação Aquidauana
“A formação Aquidauana é composta por um grupo de sedimentos com até 500 m de espessura, predominando arenito de granulometria fina a média, intercalado com conglomerado arenoso. Nesse ambiente, o relevo é um dos principais fatores condicionantes na formação de solos (RADAMBRASIL, 1982, p. 882).”
“A formação Aquidauana, datada do período Carbonífero Superior, localizada em Mato Grosso do Sul compreende arenitos com granulometria variável de fina a grosseira, com ampla gama de cores, desde avermelhadas, cinza arroxeadas até esbranquiçadas(RADAMBRASIL, 1982, p. 882).” 
“A formação está assentada sobre rochas Pré-Cambrianas representadas pelo Grupo Cuiabá e sequências rudimentares Paleozoicas dos Grupos Paraná (Formação Furnas e formação Aquidauana), compostas por arenitos porosos e friáveis (RADAMBRASIL, 1982, p. 882)”. Essa formação geológica está presente na transição entre os platôs resquiciais do Planalto Central e a Planície do Pantanal, sendo a maior parte de seus solos formada por arenitos e quartzitos. O relevo escarpado circunscreve platôs com níveis acentuados de elevação posicionados a leste-noroeste do município de Aquidauana. Descrita como a porção superior do relevo denominado Grupo Arenito Aquidauana, é semelhante à formação Botucatu, porém originária de ambiente flúvio-lacustre.
Supersequência Gondwana II
A ocorrencia dessa unidade e vista somente na região sul da Bacia do Paraná, no Estado do Rio Grande do Sul e na porção norte do Uruguai. É descrita por depósitos flúviolacustres incluindo conglomerados, arenitos e folhelhos, com camadas subordinadas de calcretes e gipsita, exibindo uma fauna abundante de répteis e mamíferos do Triássico Médio e Neotriássico (Barberena et al. 1985, B.GEOCI, 2007, p. 141).
supersequência gondwana III
A Supersequência Gondwana III corresponde à fase que antecede à abertura do oceano Atlântico, o Grupo São Bento pertencente a esta unidade, compreende arenitos eólicos de deserto da formação Botucatu, seguidos do extenso volume de lavas basáltcas continentais da Formação Serra Geral, de maneira generalizada, constituída por basaltos toleítcos e andesitos basáltcos, ocorrendo subordinadas quantidades de riolitos e riodacitos (Milani,2007).
Formação Serra Geral
A Formação Serra Geral, é caracterizada por rochas de natureza vulcânica, que estão inseridas na seqüência Gondwana III da Bacia do Paraná. Encontra-se sobreposta aos arenitos eólicos da Formação Botucatu, ou então, diretamente sobre o embasamento cristalino da Faixa Brasília ao sul de Goiás e sudoeste de Minas Gerais, e sotoposta as rochas sedimentares da Bacia Bauru (grupos Bauru e Caiuá) ou depósitos sedimentares inconsolidados do Cenozóico. Esse vulcanismo extrapola os limites da Bacia do Paraná sendo, na forma de extensos enxames de diques, como aqueles do Arco de Ponta Grosa, da Serra do Mar, do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de Florianópolis. Além disso, o campo de lavas parece se estender em direção às bacias marginais (bacias offshore) da porção oriental da Plataforma Sul Americana e costa oeste do continente africano (Machado et al, 2009).
GRUPO TUBARÃO
O Grupo Tubarão é representado por uma sequência de sedimentos Permo-carboníferos, de origem marinha, fluvial e lacustre. A única unidade ocorrente na região é a Formação Aquidauana, não sendo identificadas nos mapas da região rochas correlacionáveis as demais Formações do Grupo Itararé, como as Formações Lagoa Azul, Campo Mourão e Taciba, que ocorrem em porções da Bacia do Paraná (Sánchez, 2006, p. 38).
Grupo Passa Dois
O grupo passa dois Constitui o topo da sequência paleozóica da Bacia do paraná. De idade permiana superior inclui as formações Irati, Estrada nova e Rio rastro que, em conjunto, atingem mais de 1200 m de espessura. Embora seja uma das sequências n sedimentares bem investigada da bacia, com seus processos sedimentares bem definidos (Gama, 1979).
Formação Irati
A formação Irati possui idade permiano inferior, está situada acima do grupo tubarão e abaixo da formação Estrada nova também de idade permiana. A espessura média do Irati é de 20 m a 30 m, aumentando para 40 a 50 m próximo ao centro da formação (Amaral, 1967). A maior variação observada na litologia do Irati reside nas proporções entre calcário e folhelho, mas as suas características são idênticas e inconfundíveis, motivo pelo qual trata-se de excelente formação chavepara o estudo estratigráfico do Gondwana (Amaral, 1967).
Formação Corumbataí
A Formação Corumbataí constitui o topo do Grupo Passa Dois e engloba as Fomações Serra Alta, Teresina e Rio do Rasto. Ocorre como um pacote exibindo alternância de arenitos finos, siltitos, argilitos, folhelhos, níveis de chert e mais raramente lentes de calcáreo silicificado ou concreções calcáreas esferoidais, também silicificadas. Quando alteradas estas rochas apresentam-se com diferentes tonalidades, sobretudo roxeadas, cinza esverdeados, cinza vermelhados ou lilás (Ianhez et al. 1983). À formação subjacente, isto é, a formação Irati, só aflora na parte meridional do rio Corumbataí, propriamente dito, em Assistência, e proximidades da foz, em Piracicaba; há afloramentos, porém, nas margens dos tributários, como nos rios Passa Cinco (em Ipeúna, por exemplo) e Cabeça, ou em pequenos afluentes destes. A sua litologia nas secções da região consta de folhelhos betuminosos escuros e camadas de calcário creme, alternados, na parte superior, e dominantemente de bancos calcários na parte inferior. Os calcários superiores em geral são altamente silicificados. São típicos das camadas Irati da região nódulos de silex e um forte cheiro de petróleo que se desprende tanto dos nódulos como dos calcários ao serem partidos. (Mendes et al, 1952).
REFERÊNCIAS
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GEOCI B. ROTEIROS GEOLÓGICOS. Disponivel em: <https://www.researchgate.net/profile/Edison_Milani/publication/284088050_Roteiros_Geologicos_Rochas_geradoras_e_rochasreservatorio_da_Bacia_do_Parana/links/5bf3be6d92851c6b27cc23a0/Roteiros-Geologicos-Rochas-geradoras-e-rochasreservatorio-da-Bacia-do-Parana.pdf> Acesso em: 22 de novembro de 2019;
MACHADO B.F. GEOLOGIA E LITOGEOQUÍMICA DA FORMAÇÃO SERRA GERAL NOS ESTADOS DE MATO GROSSO E MATO GROSSO DO SUL. Disponivel em: <http://hdl.handle.net/11449/71388>, Acesso em: 22/11/2019;
MILANI, E. J. BACIA DO PARANÁ: CARTA ESTRATIGRÁFICA,COM OS PRINCIPAIS EVENTOS TECTÔNICOS E MAGMÁTICOS RELACIONADOS À SUA EVOLUÇÃO. Rio de Janeiro: Petrobras.E&P, 1997b. Relatório Interno;
SÁNCHEZ, J. P. Mapeamento 1:25 000 do núcleo do Astroblema Domo de Araguainha e aspectos geoturísticos da região - Trabalho de conclusão de curso - Curso de Geologia, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Rio Claro, 2006;
SCHEFFLER, S. M., FERNANDES, A. C. BLASTOIDEA DA FORMAÇÃO PONTA GROSSA, ESTADO PARANÁ, BRASIL. Disponivel em: <http://www.academia.edu/download/33876360/Arqs_65(1)_p.83-98_Scheffler.pdf> Acesso: 22/11/2019;
YOKOYAMA, E. PETROLOGIA E MAGNETISMO DE ESTRUTURAS DEIMPACTO DA BACIA DO PARANÁ:REFLEXÕES SOBRE O
PROCESSO DE CRATERAMENTO. 2013. Disponível em : https://www.iag.usp.br/pos/sites/default/files/t_elder_yokoyama_corrigida.pdf. Acesso em : 20/11/2019. 
CRÓSTA, A. P. Crateras Meteoríticas no Brasil. Textos de Glossário Geológico Ilustrado, 2006. Disponível em : <http://sigep.cprm.gov.br/glossario/textos/CraterasImpactoAlvaroCrosta.pdf>. Acesso em : 20/11/2019

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