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DIREITO CONSTITUCIONAL 
Willian Afonso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
A Constituição Federal de 1988, no Título III - Da Organização do Estado, Capítulo VII, artigos 37 a 43, estabelece uma 
série de regras disciplinando a Administração Pública no Brasil, especialmente no que diz respeito ao exercício das funções 
administrativas, organização dos seus órgãos e a disciplina relativa aos agentes públicos. 
Boa parte da matéria inserida nos referidos dispositivos constitucionais será estudada minuciosamente na disciplina 
Direito Administrativo. Assim, neste momento, por medida de eficiência, será dada maior ênfase às questões substancialmente 
afetas ao Direito Constitucional. 
 
➢ Princípios Explícitos/Expressos da Administração Pública 
 
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, 
ao seguinte:” 
 
No caput do art. 37 da Lei Fundamental são mencionados os princípios expressos ou explícitos que regem a atuação da 
Administração Pública. Eles não serão abordados em nossa apostila, já que, conforme dito anteriormente, serão estudados, 
juntamente com os princípios implícitos, no âmbito do Direito Administrativo. 
Cabe, tão somente, mencionar a necessidade de se saber diferenciar princípios explícitos/expressos, previstos no caput 
do art. 37, dos princípios implícitos – decorrentes de ensinamentos doutrinários (Supremacia do Interesse Público sobre o privado, 
proporcionalidade, segurança jurídica, etc.), já que a divergência ocasionalmente é objeto de questões propostas em concursos. 
Macete para decorar Princípios Explícitos da Administração Pública (caput do art. 37 da CF/88): LIMPE 
 
L egalidade; 
I mpessoalidade; 
M oralidade; 
P ublicidade; 
E ficiência. 
 
➢ Acesso a cargos, empregos e funções públicas 
 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, 
assim como aos estrangeiros, na forma da lei; 
 
Inicialmente, cabe diferenciarmos os conceitos de cargos, empregos e funções públicas: 
 
✓ Cargos Públicos: conjunto de atribuições e responsabilidades a serem exercidas por um agente público. Podem 
ser ocupados por servidores efetivos ou comissionados, sendo ambos considerados estatutários. No caso do nosso 
concurso, o estatuto é a Lei nº 8.112/90 (Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das 
autarquias e das fundações públicas federais); 
✓ Empregos Públicos: são ocupados por empregados públicos, que, por terem um regime contratual, estão 
submetidos ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, sendo por isso chamados de celetistas; 
✓ Funções Públicas: conjuntos de atribuições que não estão relacionadas quer a um cargo quer a um emprego 
público. 
 
Como se pode ver do dispositivo constitucional, têm acesso a cargos, empregos e funções públicas os brasileiros (natos 
e naturalizados), atendidos os requisitos estabelecidos em lei (norma constitucional de eficácia contida). 
Os estrangeiros também podem ter acesso a cargos, empregos e funções públicas. Para eles, no entanto, o ingresso deve 
ocorrer na forma disciplinada em lei (norma constitucional de eficácia limitada). 
Vale rememorar que os requisitos para acesso a cargos e empregos públicos devem observar as seguintes diretrizes: 
1) Estar previstos em Lei – não basta exigência de requisito feita unicamente no Edital; 
 
62 
Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
2) Devem ser necessários ao exercícios do cargo, estando relacionados a suas atribuições; 
 
Importantes entendimentos do STF sobre requisitos que devem ser estabelecidos em lei para o ingresso de brasileiros 
em cargos públicos: 
✓ Súmula Vinculante nº 44 do STF: “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo 
público." Não basta a previsão do exame em um edital de concurso público, devendo haver exigência de exame psicotécnico 
na lei que criou o cargo. 
 
✓ Súmula nº 14 do STF: “Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso 
para cargo público." Novamente, somente lei pode estabelecer tal tipo de restrição. 
 
✓ Recurso Extraordinário 898450 (tatuagem): “editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas 
com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais”, atentando, por 
exemplo, contra a moral e bons costumes. 
 
✓ A fixação do limite de idade via edital não tem o condão de suprir a exigência constitucional de que tal requisito seja 
estabelecido por lei. 
 
 
➢ Concurso Público 
 
“II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas 
e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as 
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;” 
 
O inciso II, art. 37, da CF/88, estabelece regras importantes sobre concursos públicos: 
 
✓ O acesso aos cargos e empregos públicos depende de prévia aprovação em concurso público; 
 
✓ O concurso público deve ser de provas ou de provas e títulos. Assim, não se admite a realização de concurso público 
com base unicamente em avaliação de títulos. 
 
✓ A exigência de concurso público vale para o provimento de cargos e empregos na administração pública direta e 
indireta, inclusive para empregos em sociedades de economia mista e empresas públicas. 
 
 
Decisões importantes do STF sobre o ponto: 
✓ A aprovação dentro do número de vagas gera direito subjetivo do candidato à nomeação; 
 
✓ Deve ser observada a ordem de classificação; 
 
✓ Comprovada a necessidade de pessoal e a existência de vaga, configura preterição de candidato aprovado em concurso 
público o preenchimento da vaga, ainda que de forma temporária, o que pode gerar direito à nomeação mesmo aqueles 
classificados com “cadastro de reserva”. 
 
✓ Segundo o STF, o candidato aprovado em concurso público somente pode ser eliminado por condenação penal em caso 
de trânsito em julgado. Assim, a eliminação daquele que esteja respondendo a inquérito ou ação penal, sem sentença penal 
condenatória transitada em julgado, fere o princípio da presunção de inocência; 
 
✓ Segundo o STF, não há direito à prova de segunda chamada nos testes de aptidão física, em razão de 
circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo disposição em contrário no edital. 
 
✓ ATENÇÃO: o STJ entendia que era possível a remarcação de teste de aptidão física em concurso público com o 
objetivo de proporcionar a participação de candidata comprovadamente grávida, ainda que o edital não estabelecesse 
previsão nesse sentido. Recentemente, no entanto, o STJ mudou sua jurisprudência, e entende que a remarcação não 
é possível. 
 
✓ Segundo o STF, o edital de concurso público poderá estabelecer que a classificação seja feita por unidade da federação. 
 
63 
Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
 
✓ O Supremo Tribunal Federal entende que, caso uma questão de concurso cobre assunto não incluso no edital, é possível 
o controle jurisdicional, por ser o edital a lei do concurso. O mesmo não se dá em relação a equívoco de gabarito, por 
exemplo. 
 
✓ Segundo o STJ, o candidato aprovado que foi tardiamente nomeadopor força de decisão judicial não tem direito a ser 
indenizado pelo período em que não trabalhou. 
 
✓ Segundo o STF, na ocorrência de vaga, a Administração, ao provê-la, deve primeiro oferecer ao servidor classificado 
em Concurso de Remoção, para somente então nomear candidato habilitado em Concurso Público, ainda que já ocupe cargo 
de provimento efetivo pertencente ao Quadro de Pessoal do respectivo órgão. 
 
 
✓ São exceções à obrigatoriedade da realização de concurso: 
 
1. A nomeação para cargos em comissão; 
 
2. Contratação temporária do art. 37, IX (necessidade temporária de excepcional interesse público); 
 
3. Processo seletivo público para contratação de agentes comunitários de saúde e agentes comunitários de combate à 
endemias (art. 198, § 4º). 
 
➢ Prazo de Validade do Concurso Público 
 
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; 
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou 
de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; 
 
✓ O concurso tem prazo de validade de até 2 anos, prorrogável por igual período. A contagem do prazo é feita a partir 
da homologação. 
 
Em relação ao inciso IV do art. 37, a Lei Fundamental não impede que, no prazo de validade de um concurso, seja realizado 
outro, para os mesmos cargos. No entanto, deverá ocorrer primeiro a nomeação de todos os candidatos do concurso anterior, só 
após o que o Poder Público poderá nomear os novos aprovados. 
 
➢ Cargos em comissão e funções de confiança 
 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, 
a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se 
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; 
 
Considerações importantes sobre o ponto: 
 
✓ Cargos em comissão e funções de confiança somente podem se destinar a funções de direção, chefia e 
assessoramento; 
 
✓ As funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, regra introduzida 
pela EC nº 19/98. 
 
✓ Os cargos em comissão, por sua vez, são de livre nomeação e exoneração. Todavia, existe previsão de que lei deve 
estabelecer casos, condições e percentuais mínimos dos cargos em comissão que devem ser ocupados por servidores 
de carreira. 
 
✓ Nepotismo - Súmula vinculante nº 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou 
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em 
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função 
gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
 
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Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
 
 
➢ Direito de Associação Sindical e de Greve 
 
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; 
Todo servidor público civil possui direito à livre associação sindical, nos mesmos termos previstos para o trabalhador em 
geral, no art. 7º da CF/88, valendo destacar, entretanto, que os vencimentos não poderão ser diminuídos por negociação coletiva. 
Também é garantido o direito de greve para os servidores públicos. 
✓ A greve não poderá ser realizada em determinadas áreas, como ocorre, por exemplo, com a polícia (civil e militar); 
✓ Servidores em estágio probatório também podem realizar greve (ADI 3.235). 
 
ATENÇÃO: militares não podem nem se sindicalizar e nem fazer greve. 
 
➢ Portadores de Deficiência 
 
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os 
critérios de sua admissão; 
 
O percentual é fixado em lei, e atualmente corresponde a até 20% do total de vagas disponibilizadas (âmbito federal). 
Destaque-se que existem cargos em que não será possível, pela natureza das atribuições a ele inerentes, ofertar vagas à PNE. 
ATENÇÃO: Vale mencionar também a situação dos AFRODESCENTENDES. A Constituição Federal silencia em relação a 
eles, sendo que quem faz a reserva de vagas é a Lei nº 12.990/2014, que já foi considerada constitucional pelo STF. 
 
➢ Contratação por tempo determinado 
 
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de 
excepcional interesse público; 
É uma das situações em que a Lei Maior permite a contratação de pessoal sem a realização de concurso público. No caso, 
não se ocupa cargo ou emprego público. Não estão sujeitos ao regime estatutário da Lei nº 8.112/90 nem à CLT, salvo se a lei 
regulamentadora da contratação por tempo determinado assim estabelecer. 
 
✓ De regra, são submetidos a um estatuto próprio de regência, exercendo função pública remunerada temporária. 
✓ Estão vinculados ao Regime Geral de Previdência Social; 
✓ Lides são julgadas pela justiça comum; 
 
São necessários três requisitos para tais contratações: 
 
1. Excepcional interesse público; 
2. Temporariedade da contratação; 
3. Hipóteses expressamente previstas em lei. 
 
 
➢ Remuneração dos servidores públicos 
 
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou 
alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na 
mesma data e sem distinção de índices; 
 
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Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
Conforme se extrai do dispositivo constitucional acima, a remuneração e o subsídio de agentes públicos apenas podem 
ser fixados ou alterados por meio de LEI ESPECÍFICA. 
 
Existem diversas nomenclaturas em relação à retribuição paga ao agente público em decorrência do exercício de um 
cargo, emprego ou função pública. Tendo em vista que o nosso estudo é direcionado para o concurso da PRF, interessante que 
sejam adotadas as definições presentes no na Lei nº 1,112/90. 
 
✓ Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. 
 
✓ Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em 
lei. 
 
✓ Subsídio é forma de remuneração fixada em parcela única, sendo vedados o acréscimo de gratificação, adicional, 
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. 
 
O subsídio é obrigatório para: 
 
• Chefes do Poder Executivo; 
• Ministros de Estado; 
• Secretário Estaduais e Municipais; 
• Membros do: Poder Legislativo, Poder Judiciário, Ministério Público e Tribunais de Contas. 
• Etc. 
 
▪ É facultativo para servidores públicos organizados em carreira (art. 39, § 8 da CF/88). 
 
✓ Salário é a forma de remuneração paga a empregados públicos. 
 
Além disso, existe previsão expressa da chamada Revisão Geral Anual, que busca recompor o poder aquisitivo dos agentes 
públicos em decorrência de perdas inflacionárias. Sua implementação deve ser: 
 
a) Anual; 
b) Na mesma data; 
c) Sem distinção de índices (o mesmo percentual para todo o ente federativo). 
 
 
➢ Teto de Remuneração 
 
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica 
e fundacional,dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos 
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, 
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder 
o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o 
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, 
o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do 
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério 
Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; 
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que 
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal 
ou de custeio em geral. 
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as 
parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. 
 
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em 
seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos 
 
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Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do 
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios 
dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. 
A Constituição Federal fixa, no inciso XI do art. 37, um valor máximo que pode ser pago aos agentes públicos estatais. As 
regras que se podem extrair do dispositivo são as que seguem: 
✓ A remuneração de todos os servidores e empregados públicos está sujeita a um teto remuneratório geral do 
funcionalismo público, que é o subsídio dos Ministros do STF. 
 
✓ O texto constitucional prevê a existência de subtetos remuneratórios nos Municípios, Estados e Distrito Federal. 
 
✓ Nos Municípios, a remuneração de todos os servidores e empregados públicos têm como limite o subsídio do 
Prefeito. Esse é o subteto remuneratório nos Municípios. 
 
✓ Nos Estados e no Distrito Federal, o subteto é variável por Poder. No Poder Executivo, o limite é o subsídio do 
Governador. No Poder Legislativo, o limite é o subsídio dos deputados estaduais e distritais. No Poder 
Judiciário, o limite é o subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça (esse limite também se aplica aos 
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos). 
 
✓ O subsídio dos desembargadores dos Tribunais de Justiça está limitado a 90.25% do subsídio dos Ministros do 
STF. 
 
✓ A EC nº 47/2005 possibilitou aos Estados e ao Distrito Federal, mediante emenda, respectivamente, à Constituição 
Estadual ou à Lei Orgânica, a fixação de um subteto único, que deverá ser o subsídio dos desembargadores do Tribunal 
de Justiça, limite que não será aplicável aos parlamentares (deputados estaduais, deputados distritais e vereadores). 
 
✓ Verbas indenizatórias não são computadas para fins de consideração do teto de remuneração; 
 
✓ Empregados de Empresas públicas e sociedades de economia mista (e subsidiais) somente se sujeitam ao teto se 
receberem recursos da União, Estados, DF e Municípios para o pagamento de despesas com pessoal ou de custeio 
em geral. 
 
✓ RE 602043 e RE 612975 (27.4.2017) = “nos casos autorizados constitucionalmente, de acumulação de cargos, 
empregos e funções, a incidência do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe consideração de cada um 
dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente 
público. 
 
✓ Não pode haver distinção entre limites de remuneração entre magistrados estaduais e federais, haja vista o 
caráter unitário do Poder Judiciário. 
 
➢ Isonomia de Vencimentos 
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo 
Poder Executivo; 
O inciso estabelece que os vencimentos pagos aos servidores do Poder Executivo são um limite aos valores pagos pelos 
outros Poderes (Legislativo e Judiciário) a seus servidores (somente aos servidores). A regra vale apenas para cargos com 
atribuições semelhantes. 
➢ Vedação de vinculação/equiparação de espécies remuneratórias 
 
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de 
pessoal do serviço público; 
A regra tem por finalidade evitar o “efeito domino” do reajuste de remuneração no serviço público. É o que aconteceria, 
por exemplo, caso se vinculasse a elevação da remuneração de uma determinada categoria ao subsídio do STF, ou ainda, ao salário 
mínimo. 
 
➢ Vedação ao efeito cascata ou repicão 
 
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Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
 
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de 
concessão de acréscimos ulteriores; 
 
O inciso tem por finalidade evitar o efeito cascata no aumento da remuneração de servidores públicos. Antes da 
vedação, ocorria, por exemplo, a incorporação de uma função gratificada ao vencimento básico do servidor. Ao receberem uma 
nova gratificação, o valor desta seria calculado levando-se em consideração o seu vencimento já acrescido da gratificação anterior. 
Percebe-se, então, que ocorria um aumento cumulativo. A regra, portanto, é a de que qualquer gratificação ou adicional terá 
como base de cálculo o vencimento básico do servidor público. 
 
➢ Irredutibilidade dos vencimentos 
 
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto 
nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 
É uma garantia nominal, que não protege, por exemplo, contra os efeitos da inflação. Além disso, a regra não impede 
o aumento ou a criação de tributos, em findem por diminuir o valor líquido auferido por servidores públicos. Também não obsta 
a cobrança diferenciada de tributos em decorrência da renda de cada contribuinte. Além disso, a forma de cálculo da remuneração 
pode ser alterada (não existe direito adquirido a regime jurídico), por exemplo, transformando-se a composição remuneratória de 
uma categoria de “remuneração” para subsídio. 
 
➢ Acumulação de Cargos, Empregos e Funções Públicas 
 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, 
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
 c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; 
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, 
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; 
 A proibição de acumulação é generalizada, e alcança todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), de todas 
as esferas estatais (União, Estados, DF e Municípios), bem como aAdministração Direta e Indireta, assim como subsidiárias e 
sociedades controladas pelo Poder Público. 
Vê-se, do dispositivo constitucional acima, que existem algumas exceções, cabíveis desde que haja compatibilidade de 
horário: 
✓ Dois cargos de professor; 
✓ Dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde; 
✓ 1 cargo de professor com outro técnico ou científico; 
✓ Mandato de vereador (art. 38, III); 
✓ Juízes e membros do MP podem exercer o magistério 
 
Atenção: Cargos de nível médio (técnico) que exijam conhecimentos técnicos específicos (técnico em contabilidade, 
técnico em informática, etc.), serão enquadrado como “técnico” nos termos constitucionais, não ocorrendo o mesmo perante o 
exercício de funções burocráticas. O mesmo não ocorre, por exemplo, com o cargo de Técnico Judiciário do TRF da 1ª Região, 
que, portanto, não poderá ser cumulado com um de Professor. 
 
 
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Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
Atenção: não há vedação de acumulação de cargos públicos com ocupações da iniciativa privada, salvo quando 
houver previsão em normativos específicos. 
 
Atenção: O § 3º do art. 42 da CF/88, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 101/2019, estendeu “aos 
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da atividade 
militar”. Nesses moldes, o militar (policial ou bombeiro) também poderá acumular cargos públicos (1 cargo de professor, 1 
cargo técnico ou científico ou um cargo ou emprego privativo de profissionais da saúde), desde que haja prevalência da 
atividade militar. 
 
➢ Administração Tributária 
 
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, 
precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; 
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao 
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização 
de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações 
fiscais, na forma da lei ou convênio. 
Os dispositivos demonstram a importância da Administração Tributária e de seus agentes públicos, já que estes são os 
encarregados da arrecadação dos recursos utilizados para o funcionamento do Poder Público. 
 
➢ Criação de Entidades da Administração Indireta 
 
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade 
de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; 
 XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso 
anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; 
Conforme consta do dispositivo constitucional, as autarquias apenas podem ser criadas por lei específica. O mesmo 
tratamento é concedido às Fundações Autárquicas. Tal se dá tendo em vista que essas entidades são pessoas jurídicas de direito 
público, que realizam atividades típicas do Estado. 
De outro lado, as sociedades de economia mista e empresas públicas precisam de autorização em lei para serem criadas. 
Trata-se de pessoas jurídicas de direito privado que poderão tanto prestar serviços públicos quanto explorar atividades 
econômicas. 
As fundações governamentais possuem personalidade jurídica de direito privado, sendo que, por isso, sua criação se 
equipara a das Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Em todo caso, cabe à lei complementar definir as áreas de 
atuação das fundações (sejam fundações autárquicas ou governamentais). 
Necessário destacar, por fim, que o art. 37, XX, da CF, estabelece depender de autorização legislativa, em cada caso, a 
criação de subsidiárias das entidades mencionadas, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada. 
 
➢ Obrigatoriedade de Licitação 
 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados 
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que 
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente 
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
 
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Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
 
A licitação é um procedimento formal, realizado pelo Poder Público em busca da proposta mais vantajosa para a 
contratação de obras, serviços, compras e alienações, devendo-se promover ampla competitividade entre os interessados, que 
participam do certame em igualdade de condições. 
A sistemática prestigia, dentre outros princípios, a indisponibilidade do interesse público, a legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência. 
 
➢ Publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos 
 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, 
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção 
pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, 
nos termos da lei. 
O ponto será estudado, com minúcias, quando da abordagem do princípio da impessoalidade, na matéria direito 
administrativo. Trata-se da vedação à promoção pessoal. Nesses termos, os atos praticados por agentes públicos não podem ser 
imputados a eles, e sim ao órgão ou entidade em nome do qual aquele age. 
 
➢ Participação do usuário na Administração Pública 
 
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando 
especialmente: 
 I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de 
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; 
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no 
art. 5º, X e XXXIII; 
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na 
administração pública. 
Os dispositivos constitucionais são cobrados, comumente, em sua literalidade. É o caso, portanto, de exercitar a 
“decoreba”. Necessário destacar, somente, que o atendimento das necessidades dos usuários da administração pública é 
expressão do princípio constitucional da eficiência. 
 
➢ Atos de Improbidade Administrativa 
 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, 
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação 
penal cabível. 
Atos de improbidade administrativa são aqueles cometidos em ofensas aos princípios ou regras que regem à 
Administração Pública. A disciplina legal do assunto encontra-se na Lei nº 8.492/92, cabendo destacar que a ação de improbidade 
administrativa possui natureza civil. 
Os atos de improbidade administrativa podem decorrer (i) do enriquecimento ilícito, (ii) de dano ao erário e (iii) de 
ofensa aos princípios da Administração Pública. Em todo caso, as penalidades que podem ser aplicadas são as que seguem: 
✓ Suspensão dos Direitos Políticos 
 
70 
Direito Constitucional – Professor Willian Afonso✓ Perda da função pública; 
✓ Indisponibilidade dos bens 
✓ Ressarcimento ao erário 
 
Destaque-se ainda que aquele que comete ato de improbidade poderá também ser processado na esfera penal e na 
esfera administrativa, de forma cumulativa. É o que se denomina de independência de instâncias. 
 
➢ Imprescritibilidade das Ações de Ressarcimento 
 
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem 
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. 
O prazo de prescrição dos ilícitos praticados por agentes públicos e particulares devem ser fixados em lei. No entanto, 
até o início do exercício de 2016 se entendia que as ações que tinham por finalidade reparar os cofres públicos por prejuízos 
monetários sofridos eram imprescritíveis, ou seja, poderiam ser propostas a qualquer tempo (vale rememorar que a prescrição é 
a perda da possibilidade de reclamar um direito judicialmente, ou seja, a perda do direito de ação). 
Contudo, ao julgar o RE 669.069, em fevereiro de 2016, o STF passou a considerar que danos ao erário decorrentes 
de ilícito civil prescrevem no prazo de 5 (cinco) anos. 
Nesses moldes, somente ações de reparação dos cofres públicos decorrentes de atos de improbidade administrativa 
permanecem sendo consideradas imprescritíveis. 
 
➢ Responsabilidade Civil do Estado 
 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos 
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável 
nos casos de dolo ou culpa. 
A responsabilidade do Estado pela prática de atos (por pessoas jurídicas de direito público ou de direito privados 
prestadoras de serviços públicos) que causem danos a terceiros é extracontratual, civil e objetiva. 
Extracontratual = não decorre da assinatura de um contrato; 
Civil = materializa uma obrigação de indenizar terceiros que sofrem danos; 
Objetiva = a indenização deverá ser paga independentemente de ação dolosa ou culposa (responsabilidade objetiva). 
É a chamada teoria do Risco Administrativo. 
Observação: a responsabilidade objetiva somente poderá ser afastada nos seguintes casos: 
▪ Culpa exclusiva da vítima; 
▪ Caso fortuito ou força maior; 
▪ Fato exclusivo de terceiro. 
 
A responsabilidade civil do Estado pode alcançar: 
✓ Pessoas jurídicas de direito público; 
✓ Pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (empresas públicas e sociedades de economia 
mista prestadoras de serviços públicos); 
✓ Pessoas jurídicas de direito privado, que não integram a Administração Pública, mas que prestam serviços públicos 
(concessionárias e permissionárias de serviços públicos). 
 
Do direito de regresso = É o exercido pela Administração pública contra o agente responsável pelo dano causado a 
terceiro, em caso de dolo ou culpa daquele (do agente). É realizado por meio de processo judicial (ação regressiva). 
 
71 
Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
 
➢ Contrato de gestão 
 
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá 
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a 
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: 
I - o prazo de duração do contrato; 
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; 
III - a remuneração do pessoal. 
O Contrato de gestão foi criado pela Emenda Constitucional nº 19/98, e teve por finalidade implementar no Brasil a 
Administração Gerencial, em atendimento ao princípio constitucional da eficiência. 
Trata-se de um acordo entre órgãos da Administração direta, entre um órgão e entidade da Administração indireta ou 
entre um órgão e entidade paraestatal (organização social). 
Por meio do contrato de gestão, a Administração Pública fixa metas de desempenho para o órgão ou entidade com 
quem foi celebrado o acordo, concedendo, em contrapartida, maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira. 
✓ Autarquias e fundações públicas, quando celebram contratos de gestão, são qualificadas como agências 
executivas. 
 
➢ Servidores públicos e mandatos eletivos 
 
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-
se as seguintes disposições: 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; 
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua 
remuneração; 
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, 
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a 
norma do inciso anterior; 
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado 
para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; 
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício 
estivesse. 
As regras que dizem respeito ao exercício de mandato eletivo por servidor público podem ser assim resumidas: 
✓ Cargos eletivos no Executivo ou Legislativo Federal, Distrital ou Estadual (Presidente da República, Senador, 
Deputado Federal, Deputado Estadual, Governador) = afastamento do cargo efetivo ou comissionado, da função ou 
do emprego público. Recebimento obrigatório do subsídio do cargo eletivo. 
. 
✓ Prefeito = afastamento do cargo efetivo ou comissionado, da função ou do emprego público. Pode optar entre a 
remuneração do cargo eletivo ou do cargo efetivo, do emprego ou da função pública. 
 
✓ Vereador = poderá acumular os cargos em caso de compatibilidade de horários, recebendo as vantagens do cargo 
efetivo e a remuneração do cargo eletivo. Não havendo compatibilidade, aplica-se a mesma regra relativa ao Prefeito. 
 
ATENÇÃO: O tempo de serviço durante o afastamento para o exercício de mandato eletivo é contado para todos os 
fins, exceto para promoção por merecimento. 
 
72 
Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
 
SERVIDORES PÚBLICOS 
 
➢ Regime Jurídico dos Servidores Públicos 
 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico 
único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. 
O dispositivo constitucional acima estabelece que os entes federativos devem instituir regime jurídico único e planos 
de carreiras para seus respectivos servidores, limitando à determinação aqueles agentes públicos que laboram na Administração 
Direta, nas Autarquias e nas Fundações Autárquicas. Importa destacar que no âmbito Federal o regime jurídico único está previsto 
na Lei nº 8.112/90. 
✓ A iniciativa de lei, nesse caso, é do Chefe do Poder Executivo. 
 
➢ Critérios para a fixação da remuneração dos servidores públicos 
 
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará: 
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; 
II - os requisitos para a investidura; 
III - as peculiaridades dos cargos. 
Os dispositivos acima transcritos norteiam a fixação da remuneração dos servidores públicos. Nesses termos, 
remuneração deverá ser diretamente proporcional à complexidade,grau de responsabilidade e requisitos inerentes ao ingresso 
no cargo público. 
É por isso que a remuneração de um cargo de Analista, que exige nível superior, sempre será superior, no mesmo órgão 
público, àquela paga aos servidores de nível médio. 
Percebe-se, portanto, que o dispositivo constitucional tem por finalidade garantir à isonomia material, ou seja, que os 
desiguais, nesse caso, sejam tratados com desigualdade. 
 
➢ Direitos Sociais dos Servidores Públicos 
 
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, 
XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. 
O ponto pode ser objeto de cobrança na prova, portanto, é importante decorar. 
✓ Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e 
às de sua família [...] com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação 
para qualquer fim; 
✓ Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; 
✓ Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; 
✓ Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
✓ Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
✓ Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais; 
✓ Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
✓ Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; 
✓ Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; 
✓ Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário; 
✓ Licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
 
73 
Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
✓ Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
✓ Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
✓ Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, 
cor ou estado civil. 
 
ATENÇÃO: O direito social ao adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas não se 
estende de forma automática aos servidores públicos, apesar de a maioria dos estatutos de Estados e Municípios trazem 
previsão nesse sentido. 
 
➢ Estabilidade dos servidores públicos 
 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em 
virtude de concurso público. 
[...] 
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão 
instituída para essa finalidade. 
Três são os requisitos para que servidores públicos se tornem estáveis, a saber: 
1. Aprovação em concurso público para cargo de provimento efetivo 
2. 3 (três) anos de efetivo exercício no cargo; 
3. Avaliação especial de desempenho (estágio probatório) 
 
➢ Possibilidade de Perda do Cargo 
 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
 II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla 
defesa. 
Conforme se pode verificar do disposto acima, a estabilidade proporciona aos servidores públicos alguns privilégios 
relativos à possibilidade de perda do cargo público ocupado. 
Dessa forma, o estável só perderá o cargo nas seguintes hipóteses: 
✓ Sentença judicial transitada em julgado = É o que ocorreria com o trânsito em julgado de uma ação de improbidade 
administrativa em que servidor tenha sido condenado; 
✓ Processo administrativo Disciplinar = no caso de o agente público ter cometido falta grave, que o sujeite à demissão, 
sendo assegurada a ampla defesa. 
✓ Procedimento de avaliação periódica de desempenho = na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
✓ Excesso de despesa com pessoal (art. 169, § 3º). 
 
➢ Reintegração, recondução, disponibilidade e aproveitamento aplicáveis aos servidores estáveis 
 
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da 
vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em 
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
 
74 
Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
 § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração 
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. 
O dispositivo constitucional trata dos institutos da reintegração, recondução, aproveitamento e disponibilidade. 
✓ Reintegração: é o procedimento por meio do qual o servidor estável, que tenha sido demitido, retorna ao cargo 
anteriormente ocupado, por força de decisão judicial. 
✓ Recondução: materializa-se pelo retorno do servidor estável ao cargo de origem. Dentro do contexto do art. § 1º do 
art. 41, caso a vaga do reintegrado esteja ocupada, por servidor também estável, este será reconduzido ao cargo 
anteriormente ocupado, sem direito à indenização. 
✓ Disponibilidade: instituto que permite ao servidor estável, que foi afastado da ativa pela reintegração de servidor, ou 
ainda, que teve o seu cargo extinto ou declarado desnecessário, permanecer sem trabalhar, com remuneração 
proporcional ao tempo de serviço, à espera de um eventual aproveitamento. 
✓ Aproveitamento: é o retorno do servidor estável ao serviço ativo, quando diretamente afetado pela reintegração de 
servidor, ou ainda, quando colocado em disponibilidade, em cargo de natureza e vencimento compatíveis com o 
anteriormente ocupado. 
 
EXERCÍCIOS – CESPE NÍVEL SUPERIOR 
 
1) É dever dos servidores públicos atender ao público com presteza, disponibilizando todas as informações por ele 
requeridas. 
2) O princípio do direito adquirido não se aplica à seara previdenciária, pois, conforme o entendimento do Supremo 
Tribunal Federal, inexiste direito adquirido a regime jurídico. 
3) A Constituição vigente proibiu o efeito repique, ato de computar uma vantagem pecuniária sob re outra — em cascata 
—, inclusive para os proventos de aposentadoria. 
4) A redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio da implementação de normas de saúde, higiene e segurança, é 
direito dos trabalhadores em geral, sendo aplicável também aos servi dores ocupantes de cargos públicos. 
5) De acordo com a CF, é vedada a contratação de servidor público por tempo determinado. 
6) Dado o princípio da simetria, lei estadual para tratar de situação funcional de servidores públicos da administração 
direta e indireta deverá ser proposta pelo governador do estado. 
07) De acordo com a CF, é possível a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração de cargo 
público de natureza eletiva. 
08) O princípio da impessoalidade, que consagra a ideia de que o poder público deve dispensar tratamento isonômico e 
impessoal aos particulares, deve ser entendido de forma absoluta, já que não comporta exceções ou tratamentos 
diferenciados pela administração. 
09) Os reajustes de vencimentos de servidores municipais podem ser vinculados a índices federais de correção monetária . 
10) Caso um procurador municipal assuma mandato de deputado estadual, ele deve, obrigatoriamente, se afastar de seu 
cargo efetivo, devendo seu tempo de serviço ser contado para todos os efeitos legais durante o afastamento,exceto para 
promoção por merecimento. 
11) Havendo previsão no edital que regulamenta o concurso, é legítima a exigência de exame psicotécnico para a 
habilitação de candidato a cargo público. 
12) É inconstitucional a supressão do auxílio-alimentação em decorrência da aposentadoria do servidor. 
13) De acordo com o STF, o rol de serviços essenciais indicados na lei de greve dos trabalhadores celetistas é 
exemplificativo. Logo, o Poder Judiciário pode ampliar as restrições ao direito de greve dos servidores públicos em 
hipóteses não expressamente previstas na lei. 
 
 
75 
Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
14) A exigência de prévio requerimento administrativo, enquanto condicionante do ajuizamento de ação judicial para a 
concessão de benefício previdenciário, não ofende o direito de petição. 
15) A autorização para o porte e uso de arma de fogo e a percepção de gratificação especial para realização de atividade 
externa não são suficientes para o reconhecimento da periculosidade do desempenho da função de oficial de justiça pelo 
Poder Judiciário. 
16) Conforme o entendimento do STF, dada a ausência da referida lei complementar, aplicam -se as regras do regime geral 
de previdência social à aposentadoria especial do servidor público. 
17) Situação hipotética: Dalila, de cinquenta e três anos de idade, é professora e trabalha há vinte e cinco anos na mesma 
escola pública de educação infantil. Como professora, ela atuou, efetivamente, em sala de aula, por quinze anos, e, no 
tempo remanescente, atuou como coordenadora e diretora. Assertiva: Nessa situação, Dalila não tem direito a 
aposentadoria por idade e tempo de contribuição como professora, já que, conforme jurisprudência pacificada do STF, os 
professores que exercem atividades administrat ivas em estabelecimentos de ensino não têm direito a aposentadoria por 
tempo reduzido. 
18) O servidor estável somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial condenatória transitada em julgado e 
mediante processo administrativo no qual lhe seja assegurada a ampla defesa. 
19) De acordo com a legislação federal, mediante emenda constitucional, a aposentadoria compulsória do servidor 
ocorrerá aos setenta anos de idade, com percepção integral dos proventos da atividade, independentemente do tempo 
de contribuição. 
20) Na CF, o conceito de administração pública coincide com o de Poder Executivo e, consequentemente, com o de 
administração direta, razão por que é impróprio utilizar o termo administração pública em referência aos Poderes 
Legislativo e Judiciário. 
21) Considerando-se a CF, é correto afirmar que, no cálculo do benefício previdenciário de um servidor do INSS que esteja 
licenciado do cargo para exercer mandato de deputado federal, os valores serão determinados como se ele estivesse no 
exercício do cargo na referida autarquia. 
22) À luz das normas constitucionais e da jurisprudência majoritária e atual do STF concernentes ao Sistema Tributário 
Nacional, aos servidores públicos, ao controle de constitucionalidade e ao regime de precatórios, julgue o item a seguir. 
Até a edição de lei complementar específica, aplicam-se aos servidores públicos federais estatutários as regras do regime 
geral da previdência social relativas à aposentadoria especial. 
23) Lei estadual que estabeleça a vinculação do subsídio dos deputados estaduais a percentual do subsídio dos deputados 
federais será considerada constitucional. 
24) Funções de confiança e cargos em comissão destinam-se a atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
Distinguem-se, entretanto, quanto aos requisitos de seus ocupantes: a função de confiança é destinada, exclusivamente, 
a servidor de cargo efetivo; os cargos em comissão podem ser desempenhados por agentes públicos em caráter precário. 
25) A investidura em cargo público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos. 
A pontuação dos títulos, entretanto, deve servir como critério de classificação do candidato, mas não como fator de 
aprovação ou de reprovação. 
26) Limite de idade fixado, exclusivamente, no edital do concurso público não supre a exigência constitucional de que o 
requisito seja estabelecido em lei. 
27) Seria constitucional lei que considerasse falta funcional de servidor público não estável a adesão a movimento 
grevista, devido a eficácia limitada do dispositivo constitucional referente a greve de servidor público, segundo 
entendimento do STF. 
28) O servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, está 
ligado ao regime geral de previdência social, mas, ao servidor que ocupa cargo comissionado e cargo público efetivo 
na administração pública estadual simultaneamente, aplica-se o regime próprio do ente público a que está vinculado. 
 
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Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
29) Os servidores públicos gozam de todos os direitos sociais previstos no texto constitucional para os trabalhadores da 
iniciativa privada 
30) O texto constitucional é silente em relação ao direito de greve dos servidores públicos. 
31) O cidadão condenado por improbidade administrativa deve ser privado definitivamente de seus direitos políticos, 
com a perda da cidadania política. 
 
32) A contratação feita por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público 
é forma de admissão de pessoal que tem vínculo funcional com a administração pública de caráter jurídico administrativo. 
33) Os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público são estáveis após dois 
anos de efetivo exercício. 
34) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis apenas a brasileiros natos e naturalizados que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei. 
35) Na Constituição Federal de 1988 (CF), não está prevista a exigência de depósito ou de arrolamento prévio de dinheiro 
ou de bens para que seja admitido recurso administrativo. 
36) Os subsídios e as remunerações dos servidores públicos federais, incluídas as verbas de qualquer natureza, mesmo 
indenizatórias, não podem exceder o subsídio mensal dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). 
37) Há na CF dispositivo que autoriza a vinculação do reajuste do subsídio dos secretários de estado ao subsídio do 
governador como forma de se evitar discrepâncias remuneratórias.Parte superior do formulário 
38) O ato de improbidade administrativa praticado por servidor público, quando apurado e reconhecido mediante devido 
processo administrativo, resulta na cassação dos direitos políticos. 
39) Caso preencha os requisitos de idade e contribuição, o indivíduo que trabalhe por vários anos em determinado 
Tribunal Regional Eleitoral ocupando, exclusivamente, cargo em comissão terá direito à aposentadoria estatutária se 
decidir se aposentar voluntariamente. 
40) O servidor público da administração direta que for investido no mandato de vereador deverá optar entre a 
remuneração da vereança e a de seu cargo público. 
41) As regras do regime geral da previdência social relativas à aposentadoria especial não são aplicáveis ao servidor 
público enquanto não houver lei complementar específica que assim o determine. 
42) De acordo com a jurisprudência do STF, o princípio da isonomia não justifica o aumento de vencimento de servidor 
público por decisão judicial. 
43) A remuneração dos servidores públicos somente poderá ser fixada ou alterada por lei específica, observada a iniciativa 
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices. 
44) A aposentadoria poderá ser voluntária e proporcional, desde que cumprido o tempo mínimo de cinco anos de efetivo 
exercício no serviçopúblico, observadas as demais condições de idade e tempo de contribuição. 
45) É lícito o desconto dos dias não trabalhados pelo servidor público que se ausenta do serviço para participar de 
movimento grevista de sua categoria. 
46) Segundo a jurisprudência do STF, o servidor público em estágio probatório que se ausenta do serviço para a 
participação em movimento grevista incorre em falta grave. 
47) O exercício do direito de greve no serviço público federal é legítimo, mesmo sem a regulamentação por lei específica. 
48) Considere que determinado vereador tenha tomado posse na respectiva câmara municipal e, em seguida, tenha sido 
nomeado secretário de infraestrutura, obras e serviços do mesmo município. Nessa situação, o vereador poderá acumular 
os cargos e a remuneração de vereador e secretário municipal, se houver compatibilidade de horários. 
 
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Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
49) Cidadão que tenha sido aprovado em concurso público para certo cargo público, ainda que não haja previsão no edital 
do concurso, poderá ser nomeado para quadro diverso daquele para o qual foi aprovado, se o novo cargo tiver a mesma 
nomenclatura, atribuições iguais e idêntica remuneração daquele previsto no referido edital, haja vista já ter sido 
atendido, nessa situação, o requisito constitucional de aprovação prévia em concurso público. 
 
50) A teoria da responsabilidade civil objetiva aplica-se às pessoas jurídicas de direito público, mas não às de direito 
privado, que, prestadoras, ou não, de serviços públicos, estão sujeitas à responsabilidade comum do direi to civil. 
 
GABARITO 
01-E; 02-C; 03-C; 04-C; 05-E; 06-C; 07-C; 08-E; 09-E; 10-C; 11-E; 12-E; 13-C; 14-C; 15-C; 16-C; 17-E; 18-E; 19-E; 20-E; 21-C; 22-C; 23-E; 24-C; 25-C; 26-C; 27-E; 28-C; 
29-E; 30-E; 31-E; 32-C; 33-E; 34-E; 35-C; 36-E; 37-E; 38-E; 39-E; 40-E; 41-E; 42-C; 43-C; 44-E; 45-C; 46-E; 47-C; 48-E; 49-E; 50-E. 
 
EXERCÍCIOS – CESPE NÍVEL MÉDIO 
 
1) Dispositivo de constituição estadual que, para atender ao princípio da eficiência, estabelece prazo para a prática de atos 
administrativos pelo governador do estado não ofende a CF. 
 
2) Os cargos públicos devem ser plenamente acessíveis a brasileiros e a estrangeiros, podendo o edital do concurso estabelecer, 
justificadamente, requisitos apropriados às funções a serem desempenhadas. 
 
3) Basta a observância da legalidade estrita para que a conduta do agente público seja considerada moralmente adequada do 
ponto de vista da administração pública. 
4) Conforme jurisprudência do STF, em respeito ao princípio da isonomia, a administração pública não pode remarcar a data de 
realização de teste de aptidão física de candidato impossibilitado, em virtude de problema temporário de saúde certificado por 
atestado médico, de realizá-lo na data previamente agendada, caso o edital do certame expressamente proíba a remarcação. 
 
5) Prescinde de previsão legal a exigência de aprovação em exame psicotécnico para habilitação de candidato a cargo público. 
 
6) Considere que Emanuel, servidor da SUFRAMA, tenha sido aprovado em concurso público para analista administrativo em outra 
autarquia federal e passe a acumular os dois cargos, ambos com jornada semanal de 40 horas. Nessa situação, uma vez que as 
duas autarquias compõem a administração indireta, não há violação do dispositivo constitucional que veda a acumulação de cargos 
no serviço público. 
 
7) A competência conferida ao presidente da República para expedir decretos e regulamentos para a fiel execução da lei vincula-
se ao princípio da legalidade que rege a atuação da administração pública. 
 
8) Em virtude do princípio da publicidade e do direito de acesso à informação, o Estado não poderá possuir documentos sigilosos. 
 
9) Considere que determinado ente da administração indireta do qual Pedro é servidor tenha concedido, contrariamente à 
legislação, benefícios salariais a um grupo de servidores. Nessa situação, dados o princípio da isonomia e o respeito ao 
direito adquirido, Pedro fará jus aos mesmos benefícios se provar que executa função similar àquela desempenhada pelo referido 
grupo de servidores. 
 
10) Por serem pessoas jurídicas de direito público, as agências reguladoras estão sujeitas às normas gerais previstas na lei que 
institui normas para licitações e contratos da administração pública. 
 
11) A CF autoriza a acumulação remunerada de dois cargos públicos de médico, inclusive de médico veterinário. 
 
12) A participação do usuário de serviço público na administração pública pode ocorrer por meio de reclamações, do acesso a 
registros administrativos e a informações sobre atos de governo e mediante a representação contra o exercício negligente ou 
abusivo de cargo público. 
 
13) Os vencimentos dos cargos dos Poderes Executivo e Legislativo não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Judiciário. 
 
 
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14) A proibição de investidura em cargo ou emprego público sem prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas 
e títulos decorre do princípio da moralidade, expressamente constante na CF. 
 
15) A vinculação do salário de servidor público ao salário mínimo, para fins de aumento salarial, não ofende o princípio da 
legalidade. 
 
16) Cargos, empregos e funções públicas não são acessíveis aos estrangeiros. 
 
17) A Constituição Federal de 1988 (CF) não restringe o acesso aos cargos públicos a brasileiros que gozam de direitos políticos, 
admitindo que cargos, empregos e funções públicas sejam preenchidos por estrangeiros, na forma da lei. 
 
18) De acordo com a CF, a prática de ato de improbidade administrativa por agente público implica a perda da função pública e a 
suspensão dos direitos políticos, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
19) O servidor público da administração direta que for investido no mandato de vereador deverá optar entre a remuneração da 
vereança e a de seu cargo público. 
 
20) De acordo com a Constituição Federal, somente as pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. 
 
21) Considere que Afonso seja servidor do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Goiás e tenha sido eleito como deputado 
estadual. Nessa situação, se houver compatibilidade de horário entre suas atividades no tribunal e sua atuação como deputado, 
Afonso pode acumular os dois cargos e receber as vantagens e as remunerações a eles referentes. 
 
22) O agente público condenado por ato de improbidade administrativa está sujeito à suspensão dos direitos políticos, à perda da 
função pública, à indisponibilidade de seus bens e ao ressarcimento dos prejuízos causados ao erário, na forma e gradação 
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
23) Considere que um servidor da SUFRAMA tenha sido eleito deputado federal pelo estado do Acre. Nessa hipótese, enquanto 
estiver no exercício do mandato eletivo, o servidor deverá ficar afastado de seu cargo, sendo-lhe facultado optar pela remuneração 
deste último. 
 
24) As verbas de caráter indenizatório deverão ser consideradas para efeito do cumprimento do teto constitucional remuneratório 
dos servidores públicos. 
 
25) Em regra, a investidura em emprego público não depende da prévia aprovação em concurso público, dado que o regime 
jurídico aplicável ao caso é o celetista. 
 
26) Alguns dos princípios que regem a administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos estados, do 
Distrito Federal e dos municípios, como, por exemplo, o da legalidade e o da impessoalidade, estão expressamente previstos na 
CF, ao passo que outros, como o da moralidade, constituem princípios implícitos. 
 
27) Os atos de improbidade administrativa que, nos termos da Constituição Federal, importem na suspensão dos direitospolíticos, 
na perda da função pública, na indisponibilidade de bens e no ressarcimento ao erário têm natureza penal. 
 
28) A proibição de acumular cargos públicos estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas 
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. 
 
29) Somente podem ser nomeadas para cargos públicos de provimento efetivo pessoas previamente aprovadas em concurso 
público de provas ou de provas e títulos. 
 
30) A CF expressamente dispõe que, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação 
específica, o responsável pelo ato de improbidade terá obrigatoriamente decretada a suspensão dos seus direitos políticos pelo 
período de oito a dez anos. 
 
31) Os servidores ocupantes de cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração, desde que não ocupem 
também cargo efetivo, submetem-se ao regime geral de previdência social. 
 
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Direito Constitucional – Professor Willian Afonso 
 
32) Para solicitar aposentadoria voluntária, o servidor público deverá contar com: dez anos de efetivo exercício no serviço público 
e cinco anos no cargo efetivo, no mínimo; sessenta anos de idade e trinta e cinco anos de contribuição, se homem; cinquenta e 
cinco anos de idade e trinta anos de contribuição, se mulher. 
 
33) O regime normal de trabalho do servidor público não terá duração superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas 
semanais, sendo assegurada ao servidor a mesma remuneração em diferentes turnos. 
 
34) A estabilidade para servidores públicos se dará após dois anos de efetivo exercício no serviço público. 
 
35) Diferentemente dos cargos em comissão, as funções de confiança somente podem ser preenchidas por servidores ocupantes 
de cargo efetivo. 
 
36) A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios devem, obrigatoriamente, instituir, no âmbito de sua competência, 
regime jurídico único aplicável tanto aos servidores da administração direta quanto aos das autarquias, empresas públicas, 
fundações e sociedades de economia mista. 
 
37) A pessoa jurídica de direito público responderá pelos danos que seu agente público causar a terceiros, sendo assegurado a ela 
o direito de regresso contra o servidor responsável apenas em caso de dolo. 
 
38) Por manter com o Estado vínculo de natureza diferenciada, os militares não integram a categoria de agentes públicos. 
 
39) Professor da Universidade Federal do Pará que pretender se aposentar poderá reduzir para cinquenta e cinco anos a idade 
mínima e para trinta anos o seu tempo de contribuição, se comprovar tempo de serviço exclusivo na função de magistério no 
ensino superior. 
 
40) Se um servidor público aposentado do Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE/PA) for nomeado para cargo em comissão, 
ele poderá receber cumulativamente os proventos da inatividade e a remuneração do novo cargo. 
 
41) Situação hipotética: João, ocupante de cargo efetivo em uma instituição federal de ensino superior, foi eleito prefeito de 
município situado no estado de Goiás, em localidade próxima àquela em que exerce suas atribuições. Assertiva: Nessa situação, 
ao assumir o mandato, João deverá afastar-se do cargo federal, ainda que haja compatibilidade de horários, podendo optar entre 
a remuneração do cargo efetivo e a do cargo eletivo. 
 
42) Destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento as funções de confiança, exercidas exclusivamente por 
servidores ocupantes de cargo efetivo bem como os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira, nos 
casos, nas condições e nos percentuais mínimos previstos em lei. 
 
43) Para o cálculo de benefício previdenciário, o tempo de serviço do servidor afastado para investidura em mandato eletivo 
continua a ser contado como se em exercício estivesse. 
 
44) Os cargos em comissão, criados por lei, destinam-se somente às atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
 
45) Considere que, após uma operação da Polícia Federal, determinado servidor público tenha sido preso, processado em juízo e 
condenado definitivamente por improbidade administrativa. Nessa situação, um dos possíveis efeitos da pena será a suspensão 
dos direitos políticos do referido servidor. 
 
46) De acordo com a CF, lei estadual não pode criar cargos em comissão com atribuições meramente técnicas. 
 
47) Os requisitos de idade e tempo de contribuição para a aposentadoria voluntária de professor de universidade federal que 
nunca exerceu qualquer outra atividade laboral devem ser reduzidos em cinco anos. 
 
48) O servidor púbico estável cujo cargo for extinto, por meio de lei, perderá sua função pública, mas deverá ser indenizado na 
proporção dos anos trabalhados. 
 
 
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49) Aos servidores titulares de cargos efetivos é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de 
previdência próprio de que eles desfrutem. 
 
50) O servidor público da administração direta que for investido no mandato de prefeito e passar a exercer o mandato eletivo 
deverá ser afastado do cargo e optar pela sua remuneração. 
 
GABARITO 
01-e; 02-e; 03-e; 04-c; 05-e; 06-e; 07-c; 08-e; 09-e; 10-c; 11-c; 12-c; 13-e; 14-e; 15-e; 16-e; 17-c; 18-c; 19-e; 20-e; 21-e; 22-c; 23-e; 24-e; 25-e; 26-e; 27-e; 28-c; 29-
c; 30-e; 31-c; 32-e 33-e; 34-e; 35-c; 36-e; 37-e; 38-e; 39-e; 40-c; 41-c; 42-c; 43-c; 44-c; 45-c; 46-c; 47-c; 48-e; 49-e; 50-c 
Fontes bibliográficas da apostila 
 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. São Paulo, Método, 2015; 
MORAIS, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2015; 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: site do planalto. 
CAROLINA, Nádia e VALE, Ricardo, Apostila de Direito Constitucional, 2017, Estratégia Concursos; 
Exercícios retirados dos site: www.qconcursos.com.br

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