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produção de sementes de maracuja

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1.0 Introdução 
O gênero Passiflora possui um grande número de espécies, mais de 400, sendo cerca de 120 nativas do Brasil. Apesar disso, os cultivos comerciais do País baseiam-se numa única espécie, o maracujá-amarelo ou azedo (Passiflora edulis), que representa mais de 95% dos pomares, devido à qualidade dos seus frutos, vigor, produtividade e rendimento em suco (MELETTI, 2011).
O Brasil se destaca como o principal produtor de maracujá do mundo; no entanto, o mercado internacional de polpa e de suco concentrado é dominado pelo Equador, Colômbia e Peru, sendo a Alemanha e a Holanda os principais países importadores desses produtos. Em se tratando do mercado de fruto in natura, Colômbia, Brasil e Venezuela são os maiores produtores de frutos de cor amarela (SOUZA et al., 2002).
O Brasil é o maior produtor e consumidor mundial do maracujazeiro amarelo, com produção de 614 mil toneladas em uma área de 45.300 ha, destacando-se no agronegócio da produção de frutas e contribuindo para o desenvolvimento do setor agrícola.Na Região Nordeste, destacam-se como maiores produtores os Estados do Ceará, de Sergipe e da Bahia, sendo este último responsável por 56% da produção nordestina de maracujá (SANTOS, 2014).
A produção de mudas de maracujá, feita com o uso de sementes pela grande maioria dos produtores, e na maioria dos plantios comerciais, também pode ser obtida por via vegetativa, mediante o enraizamento de estacas. 
 Observa-se que, em geral, essas mudas podem ser transportadas definitivamente para o campo com até quatro meses de antecedência em relação àquelas formadas por enxertia. No entanto, tem-se constatado que em até 17 semanas depois do plantio das mudas no campo, não há diferença no crescimento do maracujazeiro em função do método de propagação utilizado. Sendo assim, apesar de as mudas formadas a partir de sementes serem mais vigorosas e garantirem maior diversidade genética ao pomar que as mudas formadas por via vegetativa, o crescimento da cultura no campo independe do método de propagação (Almeida et al., 1991; Lima e Trindade, 2002)
A cultura do maracujá vem ocupando um lugar de destaque na fruticultura tropical, um segmento que se expandiu como um todo nos últimos 30 anos. Considerada como uma alternativa agrícola interessante para a pequena propriedade cafeeira, e a fruteira, representando uma boa opção entre as frutas por oferecer o mais rápido retorno econômico,bem como a oportunidade de uma receita distribuída pela maior parte do ano. A maioria das outras frutas leva alguns anos para entrar em produção, o que é incompatível com a necessidade imediata de renda dos produtores, descapitalizados com os prejuízos resultantes de outras atividades agrícolas (MELETTI et al., 2010).
2.0 Revisão de Literatura 
2.1 Produção de sementes de maracujá
2.2 Produção de maracujá doce (Passiflora Alata) 
De acordo com JUNQUEIRA et al., 2003, segue as praticas para produção de mudas de maracujá doce, abaixo:
A propagação de sementes, é a maneira mais eficaz de produzir o maracujá doce, principalmente quando a produção é voltada para pomares domésticos. Neste caso, selecionam-se frutos das melhores plantas quanto à produtividade, a fitossanidade e a aparência e retiram-se as sementes que devem ser lavadas e plantadas imediatamente. Deste modo, a maioria das sementes é retirada de frutos obtidos por polinização natural não controlada. 
Por outro lado nas sementes produzidas para fins comerciais, é necessário que se faça polinização controlada, com rígida seleção de matrizes receptoras e doadoras de pólen, objetivando maximizar o potencial genético das sementes. 
Tanto o Maracujá doce quanto o maracujá azedo, apresentam alta incompatibilidade para autofecundação, sendo necessária a polinização cruzada entre indivíduos diferentes. Esse processo favorece a hibridação das descendências, gerando indivíduos altamente polimórficos e heterozigotos, ou seja, permite que haja alta variabilidade nas mudas produzidas por sementes, e por consequência, na produção e na qualidade dos frutos. Uma planta considerada adequada pode produzir sementes que resultarão em plantas diferentes da planta mãe, isto é, uma geração segregante, desuniforme, com frutos de cor, tamanho e rendimento diferentes entre si. Dificultando assim a condução do pomar a colheita e a classificação.
Por sua vez, essa variabilidade é que garante o cruzamento entre plantas vizinhas, evitando a incompatibilidade é que garante o cruzamento entre plantas vizinhas, evitando a incompatibilidade. Isso indica a necessidade de uma estratégia sistemática de seleção das matrizes receptoras e das doadoras de pólen para a produção de sementes de boa qualidade. 
É recomendado escolher o maior número possível de matrizes sadias, com padrões de produtividade e qualidade exigidas pelo mercado. Deve-se fazer a polinização artificial, garantindo não só maior rendimento de sementes por fruto como também a qualidade genética das mudas por cruzamento controlado de plantas superiores. Neste caso o pólen é coletado logo no inicio da manhã, tomando-se o cuidado de sempre coletá-lo do maior número de indivíduos possíveis. No mesmo dia, as flores devem ser polinizadas, manualmente com a mistura obtida, repetindo o processo ate que se obtenha o numero necessário. Deve-se evitar que o grupo seja polinizado com o próprio pólen, evitando problemas de incompatibilidade nas sementes produzidas. 
A semente de maracujá é envolta em uma espécie de saco sulcoso ( arilo), que deve ser retirado e a semente lavada antes do plantio. A retirada do arilo pode ser feita esfregando as sementes contra uma peneira fina ou misturando-as com areia, antes de esfregá-las na peneira, de tal forma que com o atrito, o arilo seja retirado, ou ainda, num liquidificador com facas cegas, bater a polpa com sementes diluídas em água. O liquidificador, apesar de mais rápido, pode provocar danos a semente, devendo a operação ser feita com cuidado, ligando e desligando o aparelho em pequenos intervalos.
O número de sementes por fruto depende de como foi feita a polinização da flor, podendo o fruto render de 150 a 300 sementes. Geralmente, a polinização artificial garante maior numero de sementes. Depois de retirado o arilo, o peso de 100 sementes fica entorno de 2,5 a 2,6g.
Aas sementes tem baixa longevidade e por isso devem ser plantadas logo depois de retiradas dos frutos antes que sequem.
É recomendado plantar três sementes por recipiente, em substrato úmido, a 1 cm de profundidade e regá-las periodicamente. Recomenda-se, também, Não deixar o substrato seco ou encharcado. Após 30 dias de germinação, escolher a planta mais vigorosa e eliminar as outras duas, cortando-as rente ao substrato com tesoura limpa para evitar contaminações.
2.3 Produção de sementes de Maracujá - amarelo
Segundo MALLETI et al., 2002, a propagação por sementes apresenta facilidade de execução e dispensa infraestrutura especial no viveiro, mas a heterogeneidade dos lotes formados a partir delas tem sido uma constante. Pois apresenta problemas comuns de germinação no gênero Passiflora, inclusive no maracujá-amarelo, a espécie mais cultivada. Quando recém-colhida, a semente apresenta uma dormência temporária que tem sido superada com o armazenamento controlado por 30 a 40 dias, especialmente em localidades de clima subtropical. No Centro-Sul do país, tem sido necessário muitas vezes retardar a semeadura, e, portanto, também o início da safra, aguardando a elevação natural da porcentagem de germinação.
O período ótimo de armazenamento das sementes, que varia de região para região, em geral possibilita a obtenção de índices de germinação superiores a 95%, valor que decresce cerca de 8% ao mês, com o prosseguimento da armazenagem. Como consequência, depois de seis meses de colhidas, as sementes normalmente são descartadas, devido a baixo índice de germinação, além de ocorrência de maior porcentagem de plântulas anormais (MELETTI, 2002). 
2.4 Dormência 
As Passifloráceas são consideradas dentre as famílias cujas
sementes apresentam dormência, devido aos mecanismos de controle de ingresso de água para o seu interior. Face a isto, para promover germinação rápida e uniforme tem sido recomendado a maceração de sementes em água, a escarificação com lixa fina e a escarificação seguida da imersão em água, com a finalidade de facilitar a entrada de água ( WELTER 2011).
Muitas informações são conhecidas quanto à germinação de sementes do maracujazeiro, porém, é unânime a afirmativa de que o início e o término da germinação das sementes de Passifloráceas ocorrem de forma irregular, podendo, este período, ser de dez dias a três meses, o que dificulta a formação das mudas com qualidade, por não serem uniformes (PEREIRA & DIAS, 2000). 
Muitos estudos têm sido realizados com o intuito de reduzir o tempo necessário entre a semeadura e a emergência das plântulas, bem como para aumentar a tolerância das sementes às condições adversas durante a germinação. Alguns tratamentos têm se mostrado eficientes neste sentido, apresentando resultados bastante promissores com sementes de diversas espécies (Khan, 1992).
Segundo os tratamentos térmicos para quebra de dormência, realizados por MELETTI, 2002, em relação ao maracujá-amarelo, no IAC-CAPTA Frutas foram avaliados tratamentos térmicos por imersão durante 15 minutos em água aquecida a diferentes temperaturas (35, 45 e 60° C), fazendo-se a germinação das sementes em condições de ripado. Também foram observadas sementes armazenadas em câmara seca e fria (10°C e 11%UR) durante períodos de 10, 30, 60, 120 e 180 dias.
Referencias Bibliográficas
ALMEIDA, L.P.; BOARETTO, M.A.C.; Santana, R.G.; Nascimento, G.M.; Souza, P.J.; José, A.R.S. Estaquia e comportamento de maracujazeiros (Passiflora edulis SIMS f. flavicarpa Deg.) propagados por vias sexual e vegetativa. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.13, p.153-156. 1991.
JUNQUEIRA, N.T.V.;BRAGA, M. F. Produção de Mudas de Maracujá-doce. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2003. 28p. 
KHAN, A. A. Preplant physiological seed conditioning. Horticultural Review, v.13, n.1, p.131-181, 1992.
Lima, A.A.; Trindade, A.V. Propagação. In: Lima, A.A. (Org.). Maracujá produção: aspectos técnicos. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2002. p. 29-33.
MELETTI, L.M.M.; OLIVEIRA, J.C.; RUGGIERO, C. Maracujá. Jaboticabal: FUNEP, 2010. (Série Frutas Nativas, 6. 
MELETTI, L. M. M. . Avanços na Cultura do Maracujá no Brasil. Revista Brasileira de Fruticultura (Impresso), v. Especial, p. 83-91, 2011.
MELETTI, L. M. M. ; FURLANI, P. R. ; ÁLVARES, V. ; SOARES-SCOTT, M. D. ; BERNACCI, L C ; AZEVEDO FILHO, J. A. Novas tecnologias melhoram a produção de mudas de maracujá. Boletim Técnico O Agronômico, Campinas, 54(1), 2002 
 SANTOS, G. P. ; LIMA NETO, A. J. ; CAVALCANTE, L. F. ; CAVALCANTE, I. H. L. ; SOUTO, A. G. L. . Crescimento e produção do maracujazeiro amarelo, sob diferentes fontes e doses de fósforo em cobertura. Bioscience Journal (UFU. Impresso), v. 30, p. 525-533, 2014.
Souza, J.S.; Cardoso, C.E.L.; Lima, A.A.; Coelho, E.F. Aspectos sócio econômicos. In: Lima, A.A. (Ed.). Maracujá – produção: aspectos técnicos. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2002. p.10.
PEREIRA, K. J.C.; DIAS, D. C. F. Germinação e vigor de sementes de maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.) submetidas a diferentes métodos de remoção da mucilagem. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.22, n.1, p.288-291, 2000.
WELTER, M. K. ; SMIDERLE, O. J. ; UCHÔA, S. C. P. ; CHANG, M. T. ; MENDES, E. P. . Germinação de sementes de maracujá amarelo azedo em função de tratamentos térmicos. Agro@mbiente On-line, v. 5, p. 227-232, 2011.

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