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Saúde do profissional Álcool a 70% é o correto nas aplicações de injeção Ano VI • Nº 27 • 2009 • Distribuição Gratuita • Tiragem: 35.000 exemplares • www.bd.com/brasil Mais conhecimento na sala de injetáveis As recomendações do Cebrim/CFF para aplicação do antibacteriano ceftriaxona. Página 6. Farmácias começam a utilizar coletores que atendem às exigências da NR 32. Veja na página 3 a evolução dos coletores e a solução definitiva que traz mais segurança: o BD Descartex II™. Descarte de seringas e agulhas: inovação mais segura O anti-séptico mais recomendado nas aplicações de injetáveis é a solução álcool + água, numa diluição de 70%. Entenda o por quê na página 7. Você trabalha em pé por várias horas? Saiba como prevenir o surgimento de varizes na página 8. – Como a insulina deve ser conservada? – O que fazer para evitar a contaminação? Estas e outras questões são respondidas na página 2. Insulinas: como reduzir o risco de contaminação Prazo para implementação de seringa de segurança já começou Portaria publicada pelo Ministério do Trabalho e do Emprego determina o cronograma para que os serviços de saúde substituam os materiais perfurocortantes por outros com dispositivos de segurança. A íntegra da portaria está na página 4. E leia na página 5 informações úteis sobre o uso da BD SoloMedTM. E d i t o r i a l 2 Jornal BD Mão Boa O mundo está em contínua mudança. A cada dia precisamos lidar com novas situações políticas, econômicas e do cotidiano. A atualização profissional e o aprendizado versátil são imprescindíveis para superarmos os desafios e nos destacar no mercado. Com o objetivo de atualizar os profissionais de farmácia, o Jornal BD Mão Boa solicitou aos seus leitores, em sua última edição, que enviassem sugestões de temas a serem publicados. Chegaram à redação diversos e-mails com temas de relevância, o que demonstra a preocupação do público em se informar para oferecer melhores serviços a seus clientes. A BD quer contribuir com isso e coloca esta publicação à disposição dos profissionais das farmácias e drogarias. Das inúmeras sugestões recebidas escolhemos um assunto que gera muitos questionamentos tanto pelos clientes como pelos profissionais: a conservação de insulinas. A leitora e farmacêutica Anna Cecilia Bernardes foi uma das muitas pessoas que sugeriram este assunto. A matéria ao lado aborda o tema. Nesta edição, você encontrará também novidades sobre as legislações em Biossegurança e Gerenciamento de Resíduos, dicas de saúde e também a participação do CEBRIM (Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos). Participe! Envie também sugestões ou dúvidas para jornalmaoboa@bd.com Conservação das insulinas Por: Monise Vicente Farmacêutica e Consultora Educacional da BD Boa leitura! Saiba como reduzir os riscos de contaminação das insulinas Oriente seu cliente a não reutilizar seringas e agulhas. O uso de uma nova seringa com agulha fixa em cada preparo e aplicação irá garantir a técnica asséptica. Interação com os leitores Equipe da BD Injection Systems Sobre conservação e transporte das insulinas, leia as bulas dos laboratórios fabricantes. Nunca use insulinas com aspecto diferente do original. Para encontrar maiores informações sobre a técnica adequada de preparo e aplicação de insulina, acesse: www.bdbomdia.com Como a insulina deve ser conservada e qual sua validade? – Existem diferenças entre a conservação/validade de insu- lina aberta (em uso) e lacrada: insulina lacrada - devem ser conservadas entre 2 e 8°C para que a potência e a estabilidade sejam mantidas até a data de validade estampada no rótulo, que varia de 1,5 a 2,5 anos (veja as orientações do fabricante); insulina aberta - poderão ser conservadas entre 2 e 8°C ou em temperatura ambiente, não ultrapassando 25º a 30ºC. A validade varia entre 4 a 6 semanas (veja a orientação do fabricante). Após esse período o frasco deve ser desprezado, mesmo que ainda exista insulina. Em qual local da geladeira a insulina deve ficar? – O ideal é que fique na parte inferior interna da geladei- ra. A insulina não deve ficar nem na porta da geladeira (tem- peratura menos estável) e nem próxima do refrigerador (risco de congelamento). É recomendado que a geladeira da farmácia tenha um termô- metro do tipo máximo-e-mínimo, que irá comprovar se a temperatura interna permanece entre 2 e 8ºC. Se a insulina congelar, ela perde o efeito? – Caso isso ocorra, recomenda-se não utilizá- la, pois pode haver perda de estabilidade da sua molécula, o que compromete a segurança e a eficácia do produto. É adequado deixar uma agulha inserida na borracha do frasco em uso? – Não, pois isso facilita a entrada de micro- organismos dentro do frasco causando a con- taminação da insulina. As borrachas dos fras- cos das insulinas suportam diversas inserções de agulhas sem comprometer a carac- terística auto-cicatrizante. Há perigo de fazer a assepsia com o álcool 70% e este contaminar a insulina? – Não. Além de não haver esse risco, é recomendado que seja feita a assepsia da borracha do frasco com o álcool a 70% antes do uso, com o intuito de minimizar o risco de contaminação. Referências Bibliográficas: • Bula do medicamento Biohulin® N – NovoNordisk. Disponível em: http://www.novonordisk.com.br/media/bulas/bioN10ml.pdf. Acesso em: 25 nov 08. • Bula do medicamento Lantus® – Sanofi-aventis. Disponível em: https://www.medicalservices.com.br/bulas/files/ LANTUS_CDS211004. doc. Acesso em: 22 nov 2008. • Bula do medicamento Humulin – Eli Lilly. Disponível em: http://www.lilly.com.br/adm/upload/Humulin%20Frasco-paciente.pdf. Acesso em: 17 nov 08. Jornal BD Mão Boa 3 egundo dados documentados, o primeiro caso de transmissão de agente patogênico causado por acidente com perfurocortante ocorreu em 1984 na Inglaterra. No Bra- sil, o primeiro registro deste tipo no Ministério da Saúde aconteceu em 1994. O risco de acidentes com agulhas con- taminadas se tornou um grande proble- ma desde que as seringas de vidro fo- ram substituídas pelas descartáveis há mais de 20 anos. Naquela época a se- ringa descartável foi uma grande ino- vação, mas ao mesmo tempo transfor- mou o lixo dos serviços de saúde em resíduos ainda mais perigosos. Foi no início da década de 90 que a BD começou a desenvolver produtos para evitar acidentes durante o descar- te e o transporte dos resíduos de saú- de. Há cerca de 18 anos, a empresa im- plementou de forma inovadora no Bra- sil os primeiros coletores de perfuro- cortantes da linha BD DescartexTM com vários tamanhos diferentes. Uma solução simples, porém segura, melho- rou os procedimentos nas farmácias e hospitais. Na época do lançamento destes pri- meiros coletores, começaram a ser ela- Pioneira no compromisso com a segurança do profissional de saúde, a BD disponibiliza o Descartex™ II nas farmácias que fazem aplicações de injetáveis. BD DescartexTM II: coletor de perfurocortantes que atende às exigências da NR 32 SS boradas as normas e as regulamentaçõessobre gerenciamento de resíduos de ser-viços de saúde. Até hoje toda essa legis- lação, que passou por várias atualiza- ções, ainda recomendam o uso dos co- letores de perfurocortantes. São elas a RDC ANVISA nº 306 de 2004, Resolu- ção CONAMA nº 358 de 2005 e NBR ABNT nº 13.853 de 1997. Evolução para o coletor mais seguro O uso de coletores adequados provo- cou mudanças de conceitos e compor- tamento no manuseio dos materiais usa- dos em aplicações de injetáveis. Desde então, os profissionais de farmácia dei- xaram de reencapar as agulhas e passa- ram a descartá-las imediatamente junto com as seringas. Isso promoveu uma im- portante redução dos acidentes nos es- tabelecimentos de saúde e reduziu o im- pacto do material potencialmente con- taminado no meioambiente. Hoje, a BD continua aprimorando os coletores de perfurocortantes e dispo- nibiliza para as farmácias de todo o Bra- sil o BD DescartexTM II, um coletor com maiores propriedades de segurança, como são exigidas pela NR 32 do Mi- nistério do Trabalho e Emprego. A norma estabelece no item 32.5.3 que “...A segregação de resíduos deve ser realizada no local onde são gerados, de- vendo ser observado que:... ...c) os recipientes sejam constituídos de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e que sejam resistentes ao tombamento”. Além de atender à NR 32, o BD DescartexTM II oferece maiores bene- fícios do que os demais coletores de perfurocortantes. Referências Bibliográficas: • Pesquisa analisa acidentes com materiais contamina- dos. Boletim da Agência USP de Notícias. São Paulo, 09/10/2000. • BRASIL. Portaria no 415 de 11 de novembro de 2005. Aprova a Norma Regulamentadora NR 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde. Diário Oficial da União , Brasília, DF, nº 219, 16 nov 2005. Seção 1, p.80-94. A BD assume o compromisso com a qualidade dos serviços em farmácias. Por isso a empresa vem desenvolvendo, há vários anos, produtos para o descarte correto e seguro de perfurocortantes. h É impermeável. h Possui alças para transporte seguro. h Sua transparência permite a visualização do interior, o que evita acidentes causados pelo preenchimento excessivo. h É mais resistente e seguro. h Possui tampa com sistema de fechamento que dificulta a violação do coletor. h Proporciona montagem rápida e fácil. h Coletor de acordo com a norma ABNT NBR 13853. Principais Benefícios do BD DescartexTM II 4 Jornal BD Mão Boa m novembro passado, o Ministério do Traba- lho e do Emprego publicou a Portaria nº 939, que complementa a NR 32 e determina o uso dos dis- positivos de segurança. Segundo a Portaria nº 939 “os empregadores devem promover a substituição dos materiais per- furocortantes por outros com dispositivos de segurança”. O prazo estipulado para o cumprimento deste item da nor- ma é de até 24 meses a partir de 19/11/08. O principal obje- tivo da NR 32 é reduzir os ín- dices alarmantes de acidentes e contaminações por materiais perfurocortantes que aconte- cem na área da saúde. A maioria das farmácias do Brasil já está adaptada à exigên- cia desta legislação, pois muitas já utilizam a seringa de seguran- ça BD SoloMedTM. Neste caso, a Portar ia apenas con- firma a im- portância do uso deste ma- terial de segu- rança. Se a sua farmácia ainda não utiliza esta seringa, pro- cure um dos distribuido- res dos pro- dutos BD. Veja ao lado a íntegra da Por- taria nº 939 do Ministério do Trabalho e Emprego, que também pode ser acessada pela internet: www.mte.gov.br Portaria determina prazo de 2 anos para farmácias adotarem seringa de segurança O MINISTRO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal, e os artigos 155, inciso I, e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, com a redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, resolve: Art. 1º Publicar o cronograma previsto no item 32.2.4.16 da Norma Regulamentadora n.º 32 (NR 32), aprovada pela Portaria MTE n.º 485, de 11 de novembro de 2005, publi- cada na Seção I do Diário Oficial da União de 16 de novembro de 2005, aprovado pela Comissão Tripartite Permanente Nacional da NR 32, conforme estabelecido abaixo: I - 06 meses para divulgação e treinamento; e II - 18 meses após o prazo concedido na alínea “a” para implementação e adaptação de mercado. Parágrafo único. Os empregadores devem promover a substituição dos materiais perfuro- cortantes por outros com dispositivo de segurança no prazo máximo de vinte e quatro meses a partir da data de publicação desta Portaria. Art. 2º Aprovar e acrescentar os subitens 32.2.4.16.1 e 32.2.4.16.2 à NR 32, que passa- rão a vigorar de acordo com os prazos estabelecidos no cronograma do art. 1º desta Portaria, com a seguinte redação: “32.2.4.16.1 As empresas que produzem ou comercializam materiais perfurocortantes devem disponibilizar, para os trabalhadores dos serviços de saúde, capacitação sobre a correta utilização do dispositivo de segurança. 32.2.4.16.2 O empregador deve assegurar, aos trabalhadores dos serviços de saúde, a capacitação prevista no subitem 32.2.4.16.1.” Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Carlos Lupi. EE GABINETE DO MINISTRO PORTARIA N.° 939, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2008 (DOU de 19/11/08 – Seção 1 – pág. 238) BD SolomedTM: total segurança para o profissional de farmácia Jornal BD Mão Boa 5 É possível trocar a agulha da seringa BD SoloMedTM? – Sim, esta seringa tem bico Luer Lock que permite a troca da agulha original. As apresen- tações disponíveis hoje são 3 mL e 5 mL, acompa- nhadas das agulhas 0,70 x 25 mm ou 0,70 x 30 mm. Se o procedimento que você preten- de realizar exige um tamanho de agulha diferente, por exemplo, para aplicações em crianças, você poderá fazer a troca. O uso de agulhas menores que 30 mm não impedem o uso da serin- ga BD SoloMedTM. No preparo de medicações envasadas em frasco-ampola é recomendado o uso de uma agulha para aspirar o medica- mento e outra para a aplicação. Neste caso, também faça a troca. Ao utilizar a seringa BD SoloMedTM é necessário modificar a técnica de aplicação intramuscular? Dúvidas mais frequentes sobre o uso da seringa BD SoloMedTM Desde que foi lançada, a seringa BD SoloMed™ continua inovando a forma de aplicar injetáveis. Com dois dispositivos que previnem acidentes com perfurocortantes, esta seringa tornou o procedimento mais seguro. Nas últimas edições, o Jornal BD Mão Boa publicou artigos para orientar o uso adequado desta nova seringa. Desta vez, selecionamos algumas dúvidas de nossos clientes e leitores sobre o produto. – Não, você poderá realizar a aplicação intramuscular convencional ou a “Téc- nica em Z” com esta seringa. É impor- tante fazer o travamento da agulha se- gundo procedimento adequado, indica- do na foto 3. E se ocorrer a quebra do êmbolo? O que deve ser feito? – Se o êmbolo quebrar durante o pre- paro, você terá que reiniciar o procedi- mento com uma nova seringa. Se a quebra acontecer durante a inje- ção, quando a agulha já está aplicada no tecido muscular, o medicamento poderá ser infundido normalmente usando o procedimento padrão. Nas aplicações de medicamentos oleo- sos, como por exemplo os anticoncep- cionais, é necessário algum cuidado especial? – Sim. Neste caso, como se trata de substâncias viscosas, o ideal é usar agulha de maior calibre (0,80 x 30 mm). Lembre-se que este tipo de me- dicamento deve ser injetado sempre foto 1 foto 3 de forma lenta, o que irá reduzir a chance de dor e refluxo. Os mesmos cuidados devem ser tomados nos ca- sos de suspensões. Se utilizar força ex- cessiva no êmbolo durante a injeção, este poderá se quebrar. (Veja foto 4). Como deve ser o descarte da BD SoloMed™? – Esta seringa deve ser descartada no coletor de perfurocortantes, segundo recomendação das legislações atuais (veja matéria sobre o BD Descartex II na página 3). Após o uso desta seringa, a agulha permanecerá travada evitando acidentes, porém ainda assim trata-se de um material perfurocortante. foto 4 - Ao aspirar o medicamento não exerça força excessiva. foto 2 - Antes de retirar a seringa do local, posicione o dedo polegar como indicado para facilitar o travamento na próxima etapa, como mostra a foto 3. 6 Jornal BD Mão Boa Ceftriaxona é um antibacte- riano cefalosporínico de ter- ceirageração1, sendo indica- da para o tratamento de in- fecções causadas por bacilos gram-nega- tivos aeróbios (exceto Pseudomonas) e cocos gram-positivos multirresistentes (exceto enterococos), no tratamento em- pírico de meningite e, em dose única, para infecções por Neisseria gonnorrhoeae.2 As cefalosporinas apresentam estrutura química similar à das penicilinas, pela pre- sença do anel â-lactâmico. Por esse moti- vo, pacientes que desenvolveram reações de hipersensibilidade às penicilinas têm maior predisposição a desenvolverem o mesmo tipo de reação às cefalosporinas. Então, ceftriaxona deve ser administrada de antibacterianos previne a emergên- cia de bactérias resistentes. De acordo com dados da literatura, dois terços dos antibióticos são usados sem prescrição médica, em muitos países. Além disso, calcula-se que entre 10% e 50% das prescrições ambulatoriais de antibióti- cos sejam desnecessárias.10 A grande disponibilidade de antimi- crobianos, acompanhada de publicida- de pouco judiciosa, resulta em uso des- medido e irracional desses fármacos, o que contribui para o surgimento de rea- ções adversas e resistência bacteriana. Por exemplo, estudos demonstram que antibacterianos são prescritos para rinite purulenta, faringite, bronquites e outras infecções do trato respiratório superior de etiologia viral.10 Portanto, qualquer medida restritiva ou que torne mais racional o uso de antibacterianos, como a ceftriaxona, são muito bem vindas. A Relação Na- cional de Medicamentos Essenciais (Rename) categoriza a ceftriaxona como de uso restrito a ambiente hospitalar, para o tratamento de infecções causa- das por bactérias multirresistentes ou por N. gonnorrhoeae.11 Em farmácia co- munitária, medida importante para prevenir resistência bacteriana é dis- pensar antibióticos somente mediante prescrição médica. Conhecimentos sobre medicamentos são essenciais para os profissionais da área de saúde. Nesta edição, o Jornal BD Mão Boa conta com a participação do CEBRIM/CFF - Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos, seção do Conselho Federal de Farmácia. O seguinte artigo sobre ceftriaxona foi elaborado por Emília Vitória da Silva e Júlia Vidal, farmacêuticas do CEBRIM. com cautela em pacientes com hipersen- sibilidade tardia (ex.: rash cutâneo e febre) e imediata (ex.: anafilaxia) a penicilinas.3 No Brasil, a ceftriaxona apresenta-se em forma de pó liofilizado para injeção em duas apresentações, para administra- ção intramuscular (IM) e intravenosa (IV)4 variando apenas o diluente para cada apresentação; para aplicação IM, o diluente contém anestésico local, no caso lidocaína 1% sem epinefrina; para IV, água para injeção. O objetivo do anes- tésico é reduzir a dor no local da aplica- ção IM. 5,9 Como o pó para injeção é o mesmo para ambas as apresentações, a troca da via de administração não apresenta ris- cos, desde que a reconstituição se dê com o diluente recomendado para cada via. Dessa forma, quando se emprega di- luente com lidocaína, a ceftriaxona deve ser administrada pela via IM (nunca deve ser administrada pela via IV, sob risco de promover bradicardia e hipo- tensão).5 Por outro lado, se o diluente empregado na reconstituição não con- tiver anestésico local, sua administração pela via IM será mais dolorosa. A aplicação IM em adultos se dá ge- ralmente nos glúteos. Em crianças, pre- fere-se aplicação na região ventro- glútea, caso ela já ande há mais de um ano, ou ântero lateral da coxa. Para pa- cientes que necessitem de múltiplas apli- cações IM, deve-se fazer rodízio nos sí- tios de aplicação.6 Em adultos, recomenda-se que o vo- lume máximo a ser aplicado no glúteo seja de 6 mL. Se a aplicação for na re- gião anterolateral da coxa, o volume máximo recomendado é de 5 mL em adultos e de 3 mL em crianças. Embora menos recomendada, a aplicação, em adultos, poderia ser feita no músculo deltóide, em volume de até 3 mL.7,8 Soluções reconstituídas permanecem estáveis, física e quimicamente, por seis horas à temperatura ambiente (ou por 24 horas a 5°C). Entretanto, como re- gra geral, as soluções devem ser usadas imediatamente após o preparo.9 Ceftriaxona não deve ser misturada a gliceptato de cálcio, Ringer lactato, acetato de cálcio, gliconato de cálcio ou qualquer outra solução que contenha cálcio, pois resulta na formação de pre- cipitados de cálcio-ceftriaxona.5,9 O risco de toxicidade da ciclosporina pode ser aumentado pelo uso concomi- tante com ceftriaxona.5 O uso criterioso AA Referências bibliográficas: 1. Tavares W. Manual de antibióticos e quimioterápicos antiinfecciosos. 2ª ed. São Paulo: Editora Atheneu; 1996. 2. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos; Ministério da Saúde, Secretaria de Ciên- cia, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Formulário Te- rapêutico Nacional 2008: Rename 2006. Brasília: Mi- nistério da Saúde; 2008. Disponível em: http:// portal.saude.gov.br/portal/arquivos/multimedia/ paginacartilha/iniciar.html 3. McEvoy GK (editor). AHFS Drug Information 2007. Bethesda (MD): American Society of Health-System Pharmacists; 2007. 4. HIS-PROD Medicamentos - Histórico de Registro de Pro- dutos e Medicamentos. São Paulo: Optionline. Dispo- nível em http://www.ihelps.com. Acesso em: 23.10.2008. 5. Hutchison TA & Shahan DR (Eds): DRUGDEX® System. MICROMEDEX, Inc., Greenwood Village; 2008. Dispo- nível em http://www.portaldapesquisa.com.br.; acesso em 23.10.2008. 6. Excerpts from Nursing Procedures: Intramuscular injection technique. 3th edition. Lippincott Williams & Wilkins, 2000; p. 243-247. 7. Souza ACS, Junqueira ALN. Injetáveis com segurança: Manual Consultivo para Profissionais de Estabeleci- mento Farmacêutico. 3ª Ed. Goiânia: CRF/GO, Semprefar/GO; 2001. 8. Hoefler R. Diclofenaco intramuscular: medicamento pe- rigoso ou uso abusivo? Boletim Farmacoterapêutica 2005; Ano X (4): 1-2. Jornal BD Mão Boa 7 anti-sepsia é o conjunto de medidas empregadas com a finalidade de destruir ou ini- bir o crescimento de micror- ganismos existentes nas camadas super- ficiais (microbiota transitória) e profun- das (microbiota residente) da pele e de mucosas pela aplicação de agentes ger- micidas, classificados como anti-sépticos. Na área da saúde, a principal função dos anti-sépticos é o preparo da pele e a hi- gienização das mãos, etapas que antece- dem alguns procedimentos como apli- cações de injeções, punções venosas e outros procedimentos invasivos. As mãos dos profissionais de saúde e o local da aplicação podem oferecer gran- des riscos no que tange à transmissão de microorganismos. O álcool demonstrou ser o anti-séptico mais eficiente e viável, devido à sua praticidade de aplicação e baixo custo. De acordo com as recomen- dações do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), ao escolher o anti- séptico ideal para degermação é impor- tante verificar o espectro de atividade, avaliar o custo benefício e principalmen- te a eficácia e a segurança do produto. O anti-séptico mais recomendado nas apli- cações de injetáveis é a solução álcool + água, numa diluição de 70%. Esta con- centração tem excelente efeito bacterici- da (capaz de matar bactérias), atuando da seguinte maneira: x a presença de 30% de água aumenta a permeabilidade da parede bacteriana ao álcool; x com 70% de álcool, esta solução pro- move a morte bacteriana, através da des- naturação protéica. Por ser um solvente lipídico, o álcool lesa as estruturas lipídi- cas da membrana das células microbia- Por que usar álcool a 70% na aplicação de injetáveis OO Centro Brasileiro de In-formação sobre Medica-mentos (Cebrim/CFF), Seção do Conselho Fede- ral de Farmácia, foi criado, em 1992, com a função de prestar informações sobre uso de medicamentos a profis- sionais de saúde e pessoas interessa- das no assunto. Tal propostaé reco- nhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na promoção do uso ra- cional dos medicamentos. Contribuindo para a melhoria da te- rapêutica farmacológica dos pacien- tes, o Cebrim/CFF pode ser consul- tado, gratuitamente, por meio do for- mulário on-line disponível na inter- net (veja como obter o formulário abaixo). Também podem ser encon- tradas as várias atividades desenvol- vidas pelo Cebrim/CFF no âmbito do uso racional de medicamentos, como o boletim Farmacoterapêutica, ava- liações sobre medicamentos novos, seleção de medicamentos (relação de medicamentos essenciais, Comissão de Farmácia e Terapêutica), formu- lário terapêutico, farmacovigilância, entre outros. Em caso de dúvida sobre o uso de medicamentos, o profissional de far- mácia não deve hesitar em contatar o Cebrim/CFF. Obtenha o formulário acessando: www.cff.org.br, depois Cebrim e, em seguida, clique em formulário Caso seja necessário, o contato também poderá ser feito pelo telefone: (61) 3325-6550 Por Soraia Salla – farmacêutica e consultora educacional BD Cebrim/CFF é mais uma ferramenta de informação para o farmacêutico nas, rompendo sua parede e liberando o protoplasto que, ao ficar exposto, não suporta a pressão ambiente e morre. O álcool a 40% consegue ultrapassar com facilidade a membrana celular da bactéria, porém não consegue desidratá- la. O álcool a 96% não consegue ultra- passar a membrana celular e tem ação exclusivamente bacteriostática, ou seja, impede a multiplicação bacteriana. O seu principal uso é na assepsia de super- fícies e objetos inanimados. Os dois tipos de álcool mais usados no Brasil são o etílico e o isopropílico, ambos com ação contra bactérias, vírus, micobactérias e fungos. O álcool isopro- pílico é mais eficaz contra bactérias, en- quanto o etílico é mais potente contra vírus. A solução de álcool isopropílico a 70% (68 a 72% é a faixa de variação aceitável) é a que tem maior poder de penetração e maior efetividade no ata- que às bactérias. Para tirar o melhor proveito dessa so- lução alcoólica, deve-se sempre escolher produtos com qualidade reconhecida e registro na ANVISA. É importante tam- bém procurar apresentações com a cor- reta diluição, inclusive quando a solu- ção é formulada em farmácias de mani- pulação. O farmacêutico é o profissio- nal responsável na avaliação do produ- to adquirido e deve cuidar para que o frasco seja armazenado corretamente na sala de aplicação. AA Referências Bibliográficas: • Santos, A. A. M., et al. Importância do Álcool no Controle de Infecções em Serviços de Saúde. Disponível em: http:// www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/controle alcool.pdf. Acesso em: 04 jul 2008. • MOREIRA, A. M., et al. Ciências Farmacêuticas - uma abordagem em farmácia hospitalar. 1. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2001. BD Alcohol Swabs™ h Gaze embebida em álcool isopropílico a 70%: ideal para anti-sepsia de inje- ções realizadas na farmácia. h Também indicado para clientes que fa- zem aplicações injetáveis no domicílio. h Sachês embalados individualmente: segurança, praticidade e garantia de esterilidade. BD Alcohol SwabsTM: 100 unidades por caixa �����O Jornal BD Mão Boa é uma publicação da Becton Dickinson Indústrias Cirúrgicas Ltda. Rua Alexandre Dumas,1976 – CEP – 04717-004, Chácara Santo Antônio – São Paulo – SP • CRC: 0800 055 5654 • email: crc@bd.com.br Coordenadora técnica: Beatriz Lott • Colaboradores: Bruno Campello, Márcia C. de Oliveira, Mariana Cammarano e Soraia B. Salla • Jornalista responsável: Milton Nespatti (MTB 12460-SP, nespatti@terra.com.br) • Revisão: Solange Martinez • Projeto gráfico e diagramação: revistas@alvopm.com.br. As matérias desta publicação podem ser reproduzidas desde que citada a fonte. As opiniões e conceitos publicados são de responsabilidade dos entrevistados e colaboradores dos artigos. esta entrevista, o médico consultor da SIGVARIS do Brasil, dr. José Luiz Cataldo, aborda o proble- ma das varizes, uma moléstia que pode acometer pessoas que trabalham em pé por longos períodos. Geralmente os profissionais das far- mácias permanecem em pé durante vá- rias horas seguidas. Por que é frequen- te a ocorrência de varizes nestes pro- fissionais? – Dr. José Luiz Cataldo: As varizes dos membros inferiores são consideradas uma das moléstias de maior incidência na espécie humana. Podem acometer to- dos os indivíduos, porém o fato de per- manecer longos períodos em pé aumen- ta significativamente o desenvolvimen- to das varizes. NN – Dr. José Luiz: Um exercício muito sim- ples pode ser praticado diariamente: Fique na ponta dos pés e retorne à po- sição normal com movimentos repeti- dos por 10 vezes a cada hora. Isso au- menta o retorno venoso pela contra- ção da musculatura da panturrilha e es- vazia as veias dos membros inferiores de sangue. Como tratar os diferentes tipos de va- rizes? Em que situações há indicação cirúrgica? – Dr. José Luiz: Para as veias que atin- giram uma dilatação significativa e que não voltam ao seu calibre normal, a cirurgia está indicada como trata- mento principal. Pequenas veias de importância estética podem ser trata- das com microligaduras venosas. As teleangiectasias, também conhecidas como “vasinhos”, podem ser elimina- das com aplicações de escleroterapia química e outros métodos físicos como a laserterapia. Onde os interessados em conhecer mais sobre varizes nas pernas podem obter mais informações? – Dr. José Luiz: É sempre importante buscar a prevenção quando se trata da saúde das pernas. No site da Sigvaris do Brasil, www.sigvaris.com.br os pro- fissionais das farmácias encontrarão di- cas e a indicação de produtos fundamen- tais para a prevenção de varizes. Varizes nos mem- bros inferiores po- dem ser consideradas uma doença ocupacional? – Dr. José Luiz: As varizes primárias não são consideradas doença ocupacional porque não são causadas pela longa per- manência em pé, mas sim por fatores es- truturais da parede venosa e das válvu- las que compõem as veias. Já a perma- nência por longos períodos em pé pode ser considerada um fator agravante na formação das varizes e de piora daque- las já existentes. Isso pode causar o sur- gimento precoce de sinais de insuficiên- cia venosa no membro acometido, tais como, manchas escuras, inchaço nas per- nas, processo inflamatório da pele de- nominado de dermatoesclerose e o mais grave de todos que é a úlcera varicosa. O que é recomendado para a prevenção de varizes em profissionais de farmácia? – Dr. José Luiz: Não podemos interfe- rir na tendência natural e familiar para o desenvolvimento das varizes, porém a redução dos fatores agravantes é fun- damental. Para isto deve-se evitar a obe- sidade e praticar exercícios físicos re- gularmente. O uso diário de meias elás- ticas de compressão, durante o perío- do de trabalho em pé, reduz muito o desenvolvimento das varizes e também diminui a progressão daquelas já exis- tentes para fases mais avançadas. Existem exercícios laborais para pre- venir o surgimento das varizes entre os profissionais que trabalham em pé? Não podemos interferir na tendência natural e familiar para o desenvolvimento das varizes, porém a redução dos fatores agravantes é fundamental. Para isto deve-se evitar a obesidade e praticar exercícios físicos regularmente. Previna as varizes Ajudando as pessoas a viverem vidas saudáveis é o lema da BD. Quem trabalha em farmácias também contribui com este objetivo e o Jornal BD Mão Boa vai à busca de informações para melhorar a saúde desses profissionais.
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