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Agonistas Adrenérgicos

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Agonistas Adrenérgicos 1
🎢
Agonistas Adrenérgicos
✏ Nossas anotações
Síntese e secreção de catecolaminas
Na sinapse ganglionar, a acetilcolina é o neurotransmissor responsável por mediar a 
interação entre o neurônio pré-ganglionar e o pós-ganglionar enquanto a 
noradrenalina exerce essa função na sinapse do segundo neurônio.
O neurônio pós-ganglionar se ramifica e seus axônios formam varicosidades 
semelhantes a um colar em cada contato do axônio com o seu alvo. Por isso, a 
excitação desses neurônios ativam uma área ampla nas células efetoras ainda que 
a noradrenalina liberada 
fique confinada à região de cada sinapse.
A estimulação dos neurônios pré-ganglionares que inervam a medula 
suprarrenal causa a liberação de acetilcolina induzindo a secreção de noradrenalina 
e adrenalina, que são amplamente distribuídas aos tecidos corporais pelo sangue e 
agem como hormônios.
No interior das varicosidades, a noradrenalina é armazenada em pequenas 
vesículas e é sintetizada a partir do aminoácido tirosina, que sofre a ação de 
https://www.notion.so/Nossas-anota-es-80df68c05f964c5ea69e0578658357ea
Agonistas Adrenérgicos 2
enzimas sequenciais até chegar a noradrenalina.
A hidroxilação da tirosina para L-dopa pela tirosina hidroxilase e a descarboxilação 
da L-dopa para dopamina pela enzima descarboxilase dos aminoácidos L-
aromáticos são processos que ocorrem no citoplasma e a dopamina formada é 
ativamente transportada pelo TVMA para o interior das vesículas de 
armazenamento contendo dopamina β-hidroxilase, onde é convertida a NE.
Na suprarrenal, a noradrenalina sofre a ação da feniletilamina n-metiltransferase no 
citosol e é convertida à adrenalina.
A chegada de um potencial de ação faz o nervo simpático abrir os canais de Ca2+, 
emitindo um influxo de cálcio e a liberação das vesículas na fenda sináptica. A 
noradrenalina se liga a receptores adrenérgicos e induz efeitos específicos em cada 
célula.
Agonistas Adrenérgicos 3
❗ Também há receptores adrenérgicos (α2) na membrana pré-sináptica que 
atuam como uma alça de feedback negativo
O término do efeito na sinapse ocorre com a recaptação da noradrenalina pelo 
terminal pré-sináptico (90%), diluição do neurotransmissor no tecido e 
metabolização pelas enzimas MAO e COMT (10%). O transportador NET, que 
transporta a noradrenalina de volta para o terminal pré-sináptico e atua com um co-
transporte com o sódio, pode ser bloqueado por cocaína, anfetaminas e 
antidepressivos, resultando em uma maior concentração da noradrenalina na fenda 
sináptica e gerando uma despolarização neuronal com uma maior exacerbação das 
respostas simpáticas.
A reserpina é um fármaco que bloqueia o receptor TVMA impedindo o transporte de 
noradrenalina para dentro da vesícula. Ela foi usada durante muito tempo como 
fármaco anti-hipertensivo.
Receptores, vias de sinalização e efeitos
Receptores α1: Estes receptores estão presentes na membrana pós-sináptica dos 
órgãos efetores e intermedeiam vários dos efeitos clássicos, envolvendo a 
Agonistas Adrenérgicos 4
contração de músculo liso. A ativação dos receptores α1 inicia uma série de reações 
por meio da fosfolipase C ativada pela proteína G, resultando na formação do 
segundo mensageiro inositol-1,4,5-trifosfato (IP3) e de diacilglicerol (DAG). O IP3 
inicia a liberação de Ca2+ do retículo endoplasmático para o citosol, e o DAG ativa 
outras proteínas no interior da célula.
Receptores α2: Estes receptores estão localizados primariamente nas terminações 
de nervos simpáticos pré-sinápticos e controlam a liberação de norepinefrina. 
Quando um nervo simpático adrenérgico é estimulado, parte da norepinefrina 
liberada “retorna” e reage com os receptores α2 na membrana pré-sináptica. A 
estimulação dos receptores α2 promove retroalimentação inibitória e inibe liberação 
adicional de norepinefrina do neurônio adrenérgico estimulado. Essa ação inibitória 
serve como mecanismo local para modular a saída de norepinefrina quando há 
atividade simpática elevada. Em contraste com os receptores α1, os efeitos da 
ligação com os receptores α2 são mediados pela inibição da adenililciclase e pela 
redução nos níveis intracelulares de AMPc.
Receptores β: Podem ser subdivididos em três principais subgrupos, β1, β2, e β3, 
com base nas suas afinidades por agonistas e antagonistas adrenérgicos. Os 
receptores β1 têm afinidade praticamente igual por epinefrina e norepinefrina, e os 
receptores β2 têm maior afinidade por epinefrina do que por norepinefrina. Assim, 
tecidos com predominância de receptores β2 (como os vasos dos músculos 
esqueléticos) são particularmente responsivos aos efeitos da epinefrina circulante, 
liberada pela medula da suprarrenal. Os receptores β3 estão envolvidos na lipólise e 
também em efeitos no músculo detrusor da bexiga. A ligação de um 
neurotransmissor a qualquer dos três receptores β resulta na ativação de 
adenililciclase e aumenta a concentração de AMPc no interior da célula.
Agonistas Adrenérgicos 5
Como generalização, a estimulação de receptores α1 caracteristicamente provoca 
vasoconstrição (particularmente na pele e nas vísceras abdominais) e aumento na 
resistência periférica total e na pressão arterial. A estimulação dos receptores β1 
causa estimulação cardíaca (aumento na frequência e na contratilidade), ao passo 
que a estimulação dos receptores β2 produz vasodilatação (no leito vascular 
esquelético) e relaxamento dos músculos lisos.
Resposta à ativação simpática
A ativação da divisão simpática pode ser considerada uma forma pela qual o 
organismo atinge um estado de capacidade de trabalho máxima, como aquele 
necessário em situações de luta ou fuga.
Para esses 2 casos é necessário uma intensa atividade da musculatura esquelética 
e, para segurar o suprimento de oxigênio e nutrientes adequados, o fluxo sanguíneo 
deve ser aumentado nos músculos esqueléticos. A frequência cardíaca e a 
contratilidade também são aumentadas, resultando no direcionamento de um maior 
volume de sangue para os músculos. E há também um aumento da secreção de 
renina, que contribui para o aumento da pressão arterial.
Como a digestão de alimentos é dispensável e contraproducente nessa situação, a 
propulsão do conteúdo intestinal diminui, com a redução do peristaltismo e 
estreitamento dos esfíncteres, juntamente com a atividade do trato urinário.
Para aumentar o aporte de nutrientes para o coração e para musculatura, o fígado e 
o tecido adiposo devem liberar glicose e ácidos graxos no sangue. Os brônquios 
dilatam para aumentar o volume respiratório e a captação de oxigênio para o 
sangue. As glândulas sudoríparas, também inervadas por fibras simpáticas apesar 
do neurotransmissor ser a acetilcolina, são ativadas e as mãos ficam úmidas. A 
Agonistas Adrenérgicos 6
atenção, motivação e estado de alerta são causados pela ativação do SNC, bem 
como a midríase.
Química dos agonistas adrenérgicos
A estrutura comum de todos os simpaticomiméticos de ação direta possui um grupo 
catecol e a feniletanolamina.
A feniletanolamina consiste em um anel benzeno com uma cadeia lateral de 
etilamina. As substituições podem ser feitas (1) no anel benzeno, (2) no grupo 
amina terminal e (3) nos carbonos α ou β da cadeia etilamina. A substituição por 
grupos OH nas posições 3 e 4 gera fármacos simpatomiméticos conhecidos como 
catecolaminas (maior afinidade por receptores α). A substituição por grupos OH nas 
posições 3 e 5 aumenta a afinidade por receptores β2
Os efeitos da modificação de feniletilamina são mudança da afinidade dos fármacos 
por receptores α e β, ampliando o limite de atividade quase puramente α 
(metoxamina) para quase puramente β (isoproterenol), assim como influência à 
capacidade intrínseca de ativação dos receptores.
Além de determinar a afinidade relativa com o subtipo de receptor, a estrutura 
química também determina as propriedades farmacocinéticas e a biodisponibilidade 
dessas moléculas.
A adrenalina ou epinefrina é reconhecida pelo receptor por meio 
de vários locaisde interação. 
Algumas substâncias podem, apesar disso, serem reconhecidas e transportadas 
pelo sistema adrenérgico resultando em simpaticomiméticos de ação indireta (ex.: 
anfetamina)
Agonistas Adrenérgicos 7
→ Substituição no anel benzeno
A atividade máxima α e β é encontrada com as catecolaminas, isto é, fármacos que 
têm grupos OH nas posições 3 e 4 do anel benzeno. A ausência de um ou outro 
desses grupos, em particular a hidroxila em C-3, sem outras substituições no anel, 
pode reduzir consideravelmente a potência do fármaco (aumento na atividade 
simpaticomimética indireta). Por outro lado, as catecolaminas estão sujeitas à 
inativação por catecol-O-metiltransferase (COMT); como essa enzima é encontrada 
no intestino e no fígado, as catecolaminas não são ativas por via oral. A ausência de 
um ou ambos os grupos OH do anel fenila aumenta a biodisponibilidade após 
administração oral e prolonga a duração da ação. Além disso, a ausência de grupos 
OH do anel tende a aumentar a distribuição da molécula ao sistema nervoso central 
(SNC).
→ Substituição no grupo amina
O aumento do tamanho dos substitutos alquila no grupo amina tende a elevar a 
atividade de receptor β. A atividade β é aumentada ainda pela substituição por 
isopropila no grupo amina (isoproterenol). Os agonistas β2-seletivos geralmente 
precisam de um grupo substituto amina grande. Quanto maior é o substituto no 
grupo amina, mais baixa é a atividade em receptores α.
→ Substituição no carbono α
As substituições no carbono α bloqueiam a oxidação pela MAO e prolongam a ação 
desses fármacos, particularmente os que não são catecolaminas. A efedrina e a 
anfetamina são exemplos de compostos com substituição por α. Os compostos α-
metílicos também são chamados de fenilisopropilaminas. Além de sua resistência à 
oxidação por MAO, algumas fenilisopropilaminas têm uma capacidade aumentada 
de deslocar catecolaminas de armazenamento noradrenérgicos. Portanto, uma 
parte de sua atividade depende da presença de estoques normais de norepinefrina 
no corpo; são simpatomiméticos de ação indireta.
Agonistas Adrenérgicos 8
→ Substituição no carbono β 
Em geral, a substituição de um grupo hidroxila no carbono β diminui as ações no 
SNC, em grande parte pelo fato de diminuir a lipossolubilidade. Entretanto, essa 
substituição aumenta acentuadamente a atividade agonista nos receptores tanto α 
quanto β-adrenérgicos.
Agonistas Adrenérgicos 9
Classificação das catecolaminas e dos fármacos agonistas adrenérgicos
As catecolaminas e os fármacos simpaticomiméticos são classificados em 
simpaticomiméticos de ação direta, de ação indireta ou de ação mista. Os de ação 
direta atuam diretamente sobre um ou mais dos receptores adrenérgicos. Esses 
fármacos podem exibir considerável seletividade para um subtipo específico de 
receptor ou podem ter pouca ou nenhuma seletividade, atuando sobre vários tipos 
de receptores.
Os fármacos de ação indireta aumentam a disponibilidade da norepinefrina (NE) ou 
da epinefrina para estimular os receptores adrenérgicos. Já os fármacos que 
liberam NE indiretamente e também ativam diretamente os receptores são 
denominados de simpaticomiméticos de ação mista.
Agonistas Adrenérgicos 10
Uma das características dos fármacos simpaticomiméticos de ação direta é que as 
suas respostas não são reduzidas pelo tratamento prévio com reserpina ou 
guanetidina, que causam depleção da NE dos neurônios simpáticos. Após a 
depleção do transmissor, as ações dos simpaticomiméticos de ação direta podem 
de fato aumentar, visto que a perda do neurotransmissor induz alterações 
compensatórias que determinam a suprarregulação dos receptores ou que 
potencializam a via de sinalização. Em contraste, as respostas dos 
simpaticomiméticos de ação indireta (p. ex., anfetamina, tiramina) são abolidas por 
tratamento prévio com reserpina ou guanetidina. A característica fundamental dos 
simpaticomiméticos de ação mista reside no fato de que seus efeitos são 
atenuados, mas não abolidos, por meio de tratamento prévio com reserpina ou 
guanetidina.
Agonistas Adrenérgicos 11
Agonistas adrenérgicos diretos
→ Adrenalina (não seletivo)
A epinefrina (adrenalina) é um potente estimulador tanto dos receptores α quanto β 
adrenérgicos, de modo que seus efeitos sobre os órgãos-alvo são complexos.
Agonistas Adrenérgicos 12
Efeitos na pressão arterial: A epinefrina é um dos mais potentes fármacos 
vasopressores conhecidos. Se uma dose farmacológica for rapidamente 
administrada por via intravenosa, provoca um efeito característico sobre a pressão 
arterial, que se eleva rapidamente até atingir um pico, que é proporcional à dose. O 
aumento da pressão sistólica é maior que o da diastólica, de modo que a pressão 
do pulso se eleva. À medida que a resposta declina, a pressão média pode cair 
abaixo do normal antes de retornar aos níveis de controle.
O mecanismo de elevação da pressão arterial são:
Estimulação direta do miocárdio, que aumenta a força de contração ventricular 
(ação inotrópica positiva - especialmente pela ativação de receptor β1)
Aumento da frequência cardíaca (ação cronotrópica positiva - ativação de 
receptor β1, β2 e histamina)
Vasoconstrição em muitos leitos vasculares — em especial, nos vasos de 
resistência pré-capilares da pele, das mucosas e dos rins, juntamente com 
acentuada constrição das veias (especialmente pela ativação de receptores α1)
Efeitos vasculares: A epinefrina exerce sua principal ação vascular sobre as 
arteríolas menores e os esfíncteres pré-capilares, embora as veias e as artérias de 
grande calibre também respondam ao fármaco. Vários leitos vasculares reagem de 
modo diferente, resultando em considerável redistribuição do fluxo sanguíneo.
A adrenalina injetada diminui acentuadamente o fluxo sanguíneo cutâneo, com 
constrição dos vasos pré-capilares e das pequenas vênulas. A vasoconstrição 
cutânea é responsável pela intensa diminuição do fluxo sanguíneo nas mãos e nos 
pés.
O fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos aumenta com a administração de 
doses terapêuticas a seres humanos. Isso se deve, em parte, a uma poderosa ação 
vasodilatadora mediada pelos receptores β2, que é apenas parcialmente 
contrabalançada por uma ação vasoconstritora nos receptores α1.
O efeito da epinefrina sobre a circulação cerebral está relacionado com a pressão 
arterial sistêmica. Em doses terapêuticas habituais, o fármaco exerce relativamente 
pouca ação constritora sobre as arteríolas cerebrais.
As doses de epinefrina que exercem pouco efeito sobre a pressão arterial média 
aumentam consistentemente a resistência vascular renal e reduzem o seu fluxo 
sanguíneo em até 40%. Apesar disso, as capacidades excretora e de reabsorção 
tubular máxima estão inalteradas. A secreção de renina aumenta em consequência 
da ação direta da epinefrina sobre os receptores β1 no aparelho justaglomerular.
Agonistas Adrenérgicos 13
Ocorre elevação das pressões pulmonares arterial e venosa. Apesar da 
vasoconstrição pulmonar direta, a redistribuição do sangue da circulação sistêmica 
para a pulmonar, em consequência da constrição da musculatura mais potente nas 
grandes veias sistêmicas, sem dúvida desempenha um importante papel na 
elevação da pressão pulmonar.
A presença de concentrações muito altas de epinefrina pode causar edema nos 
pulmões, precipitado pela elevação da pressão de filtração capilar pulmonar e, 
possivelmente, por “extravasamento” de capilares.
Em condições fisiológicas, a epinefrina ou a estimulação simpática cardíaca 
aumentam o fluxo sanguíneo coronariano.
Efeitos cardíacos: A epinefrina é um poderoso estimulante cardíaco. Atua 
diretamente sobre os receptores β1 predominantes no miocárdio e sobre as células 
marcapassos e do tecido condutor e é responsável pelo aumento da frequência 
cardíaca. A sístole é mais curta e mais potente, ocorre aumento do débito cardíaco, 
e tanto o trabalho do coração quanto o consumo de oxigênio estão acentuadamente 
aumentados. As respostas diretas à epinefrinaincluem aumento da força contrátil, 
elevação acelerada da tensão isométrica, maior velocidade de relaxamento, 
diminuição do tempo para alcançar a tensão máxima, aumento da excitabilidade, 
aceleração da frequência de batimentos espontâneos e indução de automaticidade 
em regiões especializadas do coração.
Se forem administradas grandes doses de adrenalina, ocorrem contrações 
ventriculares prematuras, que podem anunciar o desenvolvimento de arritmias 
ventriculares mais graves. Essa situação raramente é observada com as doses 
convencionais utilizadas nos seres humanos; todavia, a liberação de epinefrina 
endógena pode precipitar extrassístoles ventriculares, taquicardia ou até mesmo 
fibrilação, quando o coração for sensibilizado a essa ação da epinefrina por 
determinados anestésicos ou na presença de isquemia do miocárdio.
Efeitos sobre os músculos lisos: Os efeitos da epinefrina sobre os músculos lisos 
de diferentes órgãos e sistemas dependem do tipo de receptor adrenérgico presente 
no músculo. Em geral, o músculo liso gastrintestinal é relaxado pela epinefrina. 
Esse efeito deve-se à ativação tanto dos receptores α quanto β. Ocorre redução do 
tônus intestinal e da frequência e amplitude das contrações espontâneas. Em geral, 
o estômago sofre relaxamento e ocorre contração dos esfíncteres pilórico e 
ileocecal.
A adrenalina inibe o tônus e contração uterina no último mês de gravidez e durante 
o parto e, por isso, os agonistas β2 adrenérgicos são utilizados para impedir o parto 
Agonistas Adrenérgicos 14
prematuro causando relaxamento uterino.
A epinefrina relaxa o músculo detrusor da bexiga em consequência da ativação dos 
receptores β, enquanto causa contração do trígono e dos músculos esfíncteres 
devido à sua atividade α agonista. Esse efeito pode resultar em hesitação à micção 
e também contribuir para a retenção de urina na bexiga. A ativação da contração do 
músculo liso na próstata via receptor α1 promove retenção urinária.
Efeitos respiratórios: Nos músculos respiratórios, a adrenalina tem uma poderosa 
ação broncodilatadora, que se torna mais evidente quando o músculo brônquico 
está contraído em decorrência de doença, como na asma brônquica, ou em 
resposta a fármacos ou a vários autacóides. Nessas situações, ela possui notável 
efeito terapêutico como antagonista fisiológico de substâncias que causam 
broncoconstrição.
Os efeitos benéficos da epinefrina na asma também podem decorrer da inibição da 
liberação de mediadores da inflamação dos mastócitos induzida por antígenos e, 
em menor grau, da diminuição das secreções brônquicas e congestão na mucosa. A 
inibição da secreção dos mastócitos é mediada pelos receptores β2, enquanto os 
efeitos sobre a mucosa são mediados por receptores α.
Efeitos sobre o sistema nervoso central: Devido à incapacidade desse composto 
bastante polar de penetrar no SNC, a epinefrina em doses terapêuticas 
convencionais não atua como poderoso estimulante desse sistema. Embora possa 
causar inquietação, apreensão, cefaleia e tremor em muitos indivíduos, esses 
efeitos podem ser, em parte, secundários aos seus efeitos sobre o sistema 
cardiovascular, o músculo esquelético e o metabolismo intermediário, isto é, podem 
resultar de manifestações somáticas da ansiedade. Alguns outros fármacos 
simpaticomiméticos atravessam mais facilmente a barreira hematoencefálica.
Efeitos metabólicos: A epinefrina exerce várias influências importantes sobre os 
processos metabólicos. Ela aumenta as concentrações de glicose e de lactato no 
sangue, inibe a secreção de insulina pela interação com o receptor α2 e a intensifica 
pela ativação dos receptores β2.
A secreção de glucagon aumenta em consequência de sua ação sobre os 
receptores β das células α das ilhotas pancreáticas e o seu efeito na estimulação da 
glicogenólise na maioria dos tecidos e na maioria das espécies envolve os 
receptores β, aumentando a concentração de ácidos graxos livres no sangue e 
favorecendo a essa ação calorigênica (aumento do metabolismo).
Outros efeitos: Os seus efeitos sobre as glândulas secretoras não são 
pronunciados. Na maioria das glândulas, a secreção é habitualmente inibida, 
Agonistas Adrenérgicos 15
devido, em parte, à redução do fluxo sanguíneo causada pela vasoconstrição. 
Estimula o lacrimejamento, bem como uma secreção mucosa escassa pelas 
glândulas salivares.
Nos olhos observa-se midríase durante a estimulação simpática, mas essa midríase 
não é observada muito claramente quando a adrenalina é instilada no saco 
conjuntival de olhos normais. Todavia, a epinefrina costuma reduzir a pressão 
intraocular (o mecanismo desse efeito ainda não foi esclarecido) 
Farmacocinética
A epinefrina não é eficaz por via oral devido a rápida conjugação e oxidação na 
mucosa gastrointestinal e no fígado. A absorção a partir dos tecidos subcutâneos 
ocorre de modo relativamente lento, em razão da vasoconstrição local, podendo a 
sua taxa ser ainda mais reduzida pela presença de hipotensão sistêmica, como, por 
exemplo, em pacientes em choque. A absorção é mais rápida após injeção 
intramuscular.
Em situações de emergência, pode ser necessário administrá-la por via intravenosa. 
Quando soluções relativamente concentradas são nebulizadas e inaladas, as ações 
do fármaco limitam-se, em grande parte, ao trato respiratório; entretanto, podem 
ocorrer reações sistêmicas, como arritmias, sobretudo quando são utilizadas 
quantidades maiores.
A adrenalina injetável está disponível em soluções de 1 mg/mL (1:1.000), 0,1 mg/mL 
(1:10.000) e 0,5 mg/mL (1:2.000). A dose habitual para adultos, administrada por via 
subcutânea, varia de 0,3-0,5 mg e deve ser injetada de forma muito lenta. A dose 
raramente alcança 0,25 mg, exceto para os casos de parada cardíaca, quando pode 
ser necessário administrar quantidades maiores.
A epinefrina é rapidamente inativada no organismo. O fígado, que é rico em ambas 
as enzimas responsáveis pela destruição da epinefrina circulante (COMT e MAO). 
Embora só apareçam pequenas quantidades na urina de indivíduos normais, a de 
pacientes grandes de epinefrina, NE e seus metabólitos.
→ Usos terapêuticos: 
Os usos clínicos da epinefrina baseiam-se nas suas ações sobre os vasos 
sanguíneos, o coração e o músculo brônquico.
Um importante uso da epinefrina consiste em proporcionar alívio rápido das reações 
de hipersensibilidade, incluindo anafilaxia, a fármacos e outros alergénios. Ela 
também é utilizada para prolongar a ação de anestésicos locais, presumivelmente 
Agonistas Adrenérgicos 16
ao diminuir o fluxo sanguíneo local. 
Seus efeitos no coração podem ser utilizados para restaurar o ritmo cardíaco em 
pacientes com parada cardíaca devido a várias causas. É também utilizada como 
agente hemostático tópico em superfícies que sangram, como na boca, ou em 
úlceras pépticas hemorrágicas durante a endoscopia do estômago e do duodeno. 
Além disso, sua inalação pode ser útil no tratamento do crupe infeccioso e pós-
intubação.
→ Efeitos adversos:
A epinefrina pode causar reações desagradáveis, como inquietação, cefaléia 
pulsátil, tremor e palpitações. Reações mais graves incluem hemorragia cerebral e 
arritmias cardíacas. O uso de doses elevadas ou a injeção intravenosa rápida 
acidental de epinefrina podem provocar hemorragia cerebral em consequência da 
elevação aguda da pressão arterial.
Em geral, o uso de epinefrina está contraindicado para pacientes que estão 
recebendo antagonistas bloqueadores não seletivos dos receptores β, visto que 
suas ações sobre os receptores α1 vasculares, sem oposição, podem resultar em 
hipertensão e hemorragia cerebral graves.
PARTE 2
→ Noradrenalina (não seletivo)
É o principal mediador químico liberado pelos nervos simpáticos pós-ganglionares e 
se difere da adrenalina apenas pela ausência da metila no grupo amino. É um 
agonista de receptores α1, α2 e β1, com pouco efeito sobre os receptores β2, mas é 
ligeiramente menos potente do que a epinefrina sobre os receptores α da maioria 
dos órgãos.
Efeitos cardiovasculares:A norepinefrina causa um aumento na resistência 
periférica devido à intensa vasoconstrição da maior parte dos leitos vasculares, 
incluindo os rins (efeito α1). A pressão arterial sistólica e a diastólica aumentam.
❗ A norepinefrina causa maior vasoconstrição do que a epinefrina porque 
ela não induz vasodilatação compensatória via receptores β2 nos vasos 
sanguíneos que suprem os músculos esqueléticos. A fraca atividade β2 
da norepinefrina também explica por que ela não é útil no tratamento de 
asma ou anafilaxia
Agonistas Adrenérgicos 17
A ativação barorreflexa compensadora tende a suplantar os efeitos cronotrópicos 
positivos diretos da norepinefrina; entretanto, os efeitos inotrópicos positivos no 
coração são mantidos.
Outros efeitos: Nos seres humanos, as outras respostas à NE não são 
proeminentes. O fármaco provoca hiperglicemia e outros efeitos metabólicos, que 
se assemelham aos produzidos pela epinefrina; entretanto, esses efeitos são 
observados apenas quando se administram doses elevadas, visto que ela não é tão 
eficaz quanto um “hormônio” como a epinefrina.
→ Usos terapêuticos:
A NE é usada como vasoconstritor para aumentar ou manter a pressão arterial sob 
certas condições de cuidados intensivos (ex.: choque séptico). Também pode ser 
utilizada no tratamento da pressão arterial baixa.
→ Efeitos adversos:
Os efeitos adversos da noradrenalina assemelham-se aos da epinefrina, embora 
ocorra tipicamente uma elevação mais acentuada da pressão arterial com a 
primeira. A sua administração em doses excessivas pode causar hipertensão grave, 
de modo que, em geral, recomenda-se uma monitoração cuidadosa da pressão 
arterial durante a administração sistêmica desse agente.
É preciso ter cuidado para que não ocorra necrose nem descamação no local da 
injeção intravenosa, em consequência do extravasamento do fármaco. A infusão 
deve ser efetuada em uma região alta do membro, de preferência através de uma 
cânula de plástico longa, estendendo-se centralmente. O comprometimento da 
circulação nos locais de injeção, com ou sem o seu extravasamento, pode ser 
aliviado pela infiltração da área com fentolamina, um antagonista dos receptores α. 
É preciso determinar a pressão arterial a intervalos frequentes durante a infusão e, 
particularmente, durante o ajuste da velocidade de infusão. A redução do fluxo 
sanguíneo para órgãos como os rins e o intestino constitui um constante perigo com 
o uso da NE.
Fármacos β seletivos:
A resposta da pressão arterial ao agonista β depende de seus efeitos contrastantes 
sobre o coração e sobre os vasos. A estimulação de receptores β no coração 
aumenta o débito cardíaco pelo crescimento da contratilidade e por ativação direta 
do nodo sinusal para aumentar a frequência cardíaca. Eles também diminuem a 
Agonistas Adrenérgicos 18
resistência vascular periférica pela ativação de receptores β2, levando a uma 
vasodilatação em certos leitos vasculares.
→ Isoproterenol (β seletivo)
É um potente agonista não seletivo dos receptores β (ativa tanto β1 quanto β2), com 
afinidade muito baixa pelos receptores α. Como ativa quase exclusivamente 
receptores β, é um potente vasodilatador.
Essas ações levam a um aumento marcante do débito cardíaco, associado com 
uma queda na pressão arterial diastólica e média, e há um aumento menor ou leve 
da pressão arterial sistólica, de modo a reduzir a pressão arterial média.
→ Usos terapêuticos:
O isoproterenol pode ser utilizado em situações de emergência, para estimular a 
frequência cardíaca em pacientes com bradicardia ou bloqueio cardíaco, 
particularmente quando se planeja introduzir um marca-passo cardíaco artificial, ou 
em pacientes com a arritmia ventricular, torsade de pointes. Em certos distúrbios, 
como a asma e o choque, ele foi substituído, em grande parte, por outros 
simpaticomiméticos.
→ Efeitos adversos:
É comum a ocorrência de palpitações, taquicardia, cefaléia e rubor. Podem ocorrer 
isquemia cardíaca e arritmias, particularmente em pacientes com coronariopatia 
subjacente.
Agonistas Adrenérgicos 19
A adrenalina causa um efeito maior de aumento da pressão arterial sistólica em 
razão do aumento na força de contração cardíaca e da elevação do débito cardíaco. 
Há uma redução da resistência vascular periférica por uma ação predominante em 
receptores β2 vasculares na musculatura esquelética, onde o fluxo sanguíneo 
encontra-se aumentado. Em consequência, observa-se uma queda na pressão 
arterial diastólica.
Como a pressão arterial média não está relativamente muito elevada, os 
barorreceptores compensatórios não antagonizam as ações cardíacas diretas. A 
frequência cardíaca e o débito cardíaco, volume sistólico e trabalho ventricular 
esquerdo por batimento aumentam em consequência da estimulação cardíaca 
direta e do aumento do retorno venoso ao coração, que se reflete por uma elevação 
da pressão atrial direita. Com velocidade de infusão ligeiramente maior, pode não 
haver alteração alguma, ou ocorrer uma discreta elevação da resistência periférica e 
da pressão diastólica. Nesses casos os reflexos compensatórios também podem 
desempenhar algum papel. Logo, o aumento da pressão sistólica é maior que a 
diastólica e a frequência de pulso se eleva ligeiramente.
Agonistas Adrenérgicos 20
Na fusão intravenosa de noradrenalina, observa-se um aumento da pressão 
sistólica e diastólica e, geralmente, a frequência de pulso diminui. O débito cardíaco 
reduz ou permanece inalterado, a atividade vagal compensatória reduz a frequência 
cardíaca, a resistência vascular periférica aumenta na maioria dos leitos vasculares, 
o fluxo sanguíneo renal, esplâncnico e hepático diminuem e o aumento do fluxo 
sanguíneo coronariano em função da dilatação coronariana induzida diretamente 
também acontece.
O isoproterenol, quando infundido por via venosa, reduz a resistência vascular 
periférica, primariamente no músculo esquelético, mas também nos leitos 
vasculares renal e mesentérico. Há redução da pressão arterial diastólica e a 
sistólica se mantém inalterada ou aumenta ligeiramente, embora a pressão arterial 
média geralmente caia. O débito cardíaco aumenta em consequência dos efeitos 
inotrópicos e cronotrópicos positivos na presença da diminuição da resistência 
vascular periférica. 
❗ Esses efeitos são distintos em função dos diferentes receptores que 
esses fármacos ativam.
→ Dopamina (não seletivo)
A dopamina é o precursor da noradrenalina e sua liberação endógena pode ter 
efeitos mais importantes na regulação da excreção do sódio ou na função renal, 
além de ser importante no SNC, onde está envolvida no estímulo gratificante e 
relevante ao vício. Por outro lado, a sua deficiência no SNC na região dos gânglios 
basais leva à doença de Parkinson, tratada com seu precursor, levodopa. Os 
receptores de dopamina também são alvo para fármacos antipsicóticos.
Agonistas Adrenérgicos 21
Suas respostas são dose dependente, ou seja, em doses baixas as respostas 
predominantes são as do receptor D1 (dilatação do músculo liso), levando a um 
aumento da perfusão sanguínea dos leitos coronarianos, mesentéricos e renais. Em 
receptores β1 promove efeitos cronotrópicos e inotrópicos positivos, enquanto sua 
ação em α1 são as ações vasoconstritoras. Logo há necessidade de se ter um 
grande cuidado por conta de sua dose.
Quase nunca é utilizada para ter um efeito vasoconstritor. Na maioria das vezes, é 
utilizada para aumento da perfusão. De modo que nunca se quer que esta chegue a 
uma dose tão alta para que não haja essa resposta vasoconstritora. Ainda promove 
aumento da taxa de filtração glomerular e aumento da excreção de sódio. Em doses 
muito elevadas causa constrição arterial e venosa.
→ Usos terapêuticos:
A dopamina é indicada para o tratamento de insuficiência cardíaca congestiva 
grave, particularmente em pacientes com oligúria e resistência vascular periférica 
baixa ou normal. Também é utilizada no choque cardiogênico ou séptico, 
melhorando os parâmetros fisiológicos, e em cardiopatia ouinsuficiência renal 
crônica.
→ Efeitos adversos:
Durante a infusão pode causar náuseas, vômito, taquicardia, dor anginosa, 
arritmias, cefaléia, hipertensão e vasoconstrição periférica. No extravasamento pode 
levar a uma necrose isquêmica e descamação.
Agonistas Adrenérgicos 22
→ Dobutamina (β seletivos)
A dobutamina é um fármaco agonista β1 seletivo, ou seja, promove estimulação 
cardíaca. Uma observação é que, no caso da dobutamina, esta parece não 
influenciar a frequência cardíaca, possuindo um efeito inotrópico muito mais 
pronunciado que o efeito cronotrópico.
→ Usos terapêuticos:
A dobutamina é utilizada no tratamento a curto prazo da descompensação cardíaca, 
que pode ocorrer após cirurgia cardíaca ou em pacientes com insuficiência cardíaca 
congestiva com infarto agudo do miocárdio, do choque cardiogênico, da 
insuficiência cardíaca crônica (resistência ao tratamento convencional), da 
bradicardia e da parada cardíaca
→ Efeitos adversos:
Seus efeitos adversos são o aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, no 
caso bem menor da frequência, exigindo redução da velocidade de infusão da 
dobutamina (infusão contínua – regulação da resposta à dose - infusão 
acompanhada de um eletrocardiograma).
Este é um fármaco utilizado a nível hospitalar, assim como a adrenalina e a 
noradrenalina em caso de pacientes que não estão respondendo a outros 
medicamentos, logo, sua dose também é individualizada e, dependendo da 
resposta do eletrocardiograma do paciente, o médico aumenta ou diminui a dose.
→ Agonistas β2 seletivos
Os agonistas β2 seletivos substituíram a adrenalina no tratamento da asma, pois 
são seletivos devido a maior substituição no grupo amino e na posição dos grupos 
hidroxila no anel aromático. Entre eles se tem: salbutamol, metaproterenol, 
terbutalina, salmeterol (agonista parcial de ação prolongada), formoterol (agonista 
pleno de longa duração) e ritodrina.
Agonistas Adrenérgicos 23
→ Usos terapêuticos:
São fármacos utilizados principalmente por sua ação broncodilatadora, ou seja, para 
o tratamento da asma, mas também podem ser utilizados por sua ação de 
relaxamento uterino, retardando o parto prematuro; nos vasos, causando 
vasodilatação; e no músculo esquelético, implicando no tremor.
→ Efeitos adversos:
Seus efeitos adversos são tremor, devido a ativação de receptores β2 no músculo 
esquelético; aumento da concentração plasmática de glicose; aumento do risco de 
arritmias em pacientes com coronariopatias; inquietação, apreensão e ansiedade.
→ Agonistas α1 seletivos
São fármacos que agem de forma pronunciada sobre os receptores do tipo α1. 
Agem principalmente no músculo liso vascular. Pode promover elevação da pressão 
arterial ou manutenção da mesma por conta de sua vasoconstrição. São úteis no 
tratamento de hipotensão ou do choque.
A fenilefrina é um agonista α1 relativamente puro e, como não se trata de um 
derivado do catecol, não é inativada pela COMT tendo uma ação mais longa que as 
catecolaminas. É um agente midriático efetivo para facilitar o exame de retina e tem 
Agonistas Adrenérgicos 24
ação descongestionante útil para a hiperemia alérgica leve e coceira das 
membranas conjuntivais.
Já a midodrina é um pró-fármaco hidrolisado por uma via enzimática, a 
desglimidodrina. É usada para tratar a hipotensão postural e insuficiência 
autonômica por causar vasoconstrição arterial e venosa.
❗ A midodrina deve ser evitada antes de dormir e a cabeceira do paciente 
deve ser levantada.
→ Agonistas α2 seletivos
São utilizados primariamente no tratamento da hipertensão sistêmica por reduzirem 
a pressão arterial. No SN, eles diminuem o tônus simpático e ativam receptores α2 
pré-sinápticos, reduzindo a liberação de noradrenalina (diminui a pressão arterial de 
forma prolongada).
A clonidina diminui as descargas nas fibras pré-ganglionares simpáticas no nervo 
esplâncnico e nas fibras pós-ganglionares dos nervos cardíacos. Também estimula 
o fluxo parassimpático, que pode contribuir para reduzir a frequência cardíaca em 
consequência do aumento do tônus vagal e da diminuição do impulso simpático.
A clonidina é bem absorvida após administração oral, e a sua biodisponibilidade 
atinge quase 100%. A concentração máxima no plasma e o efeito hipotensor 
máximo são observados em 1-3 h após uma dose oral. A meia-vida de eliminação 
varia de 6-24 h, com média de 12 h.
Agonistas Adrenérgicos 25
A apraclonidina é um agonista dos receptores α2 relativamente seletivo, utilizada 
topicamente para reduzir a pressão intraocular. Pode reduzir a pressão intraocular 
tanto elevada quanto normal, seja ela acompanhada ou não de glaucoma. A 
redução da pressão intraocular é observada com efeitos mínimos ou nenhum sobre 
os parâmetros cardiovasculares sistêmicos. Por conseguinte, ela é mais útil do que 
a clonidina para terapia oftálmica. Aparentemente, a apraclonidina não atravessa a 
barreira hematoencefálica. O seu mecanismo de ação está relacionado com uma 
redução na formação de humor aquoso mediada pelos receptores α2.
A brimonidina, é outro derivado da clonidina, administrado ocularmente para 
reduzir a pressão intraocular em pacientes com hipertensão ocular ou glaucoma de 
ângulo aberto. É um agonista α2-seletivo, que reduz a pressão intraocular ao 
diminuir a produção de humor aquoso e ao aumentar o seu efluxo. A sua eficácia na 
redução da pressão intraocular assemelha-se àquela do antagonista dos receptores 
β, o timolol. Ao contrário da apraclonidina, a brimonidina pode atravessar a barreira 
hematoencefálica e produzir hipotensão e sedação, embora esses efeitos sobre o 
SNC sejam discretos, em comparação com aqueles da clonidina. A exemplo de 
todos os agonistas α2, a brimonidina deve ser utilizada com cautela em pacientes 
com doença cardiovascular.
A guanfacina é um agonista dos receptores α2, que é mais seletivo do que a 
clonidina para esses receptores. Como a clonidina, diminui a pressão arterial por 
meio da ativação dos receptores do tronco encefálico, com consequente supressão 
da atividade simpática. O guanabenzo é um agonista α2 de ação central, que 
diminui a pressão arterial por meio de um mecanismo semelhante ao da clonidina e 
da guanfacina. Possui meia-vida de 4-6 h e sofre extenso metabolismo no fígado. 
Pode ser necessário ajustar a posologia em pacientes com cirrose hepática. Os 
Agonistas Adrenérgicos 26
efeitos adversos produzidos pelo guanabenzo (p. ex., boca seca e sedação) 
assemelham-se aos observados com a clonidina.
A metildopa (α-metil-3,4-di-hidroxi fenilalanina) é um agente anti-hipertensivo de 
ação central. É metabolizada a α-metilnorepinefrina no cérebro, e acredita-se que 
esse composto seja capaz de ativar os receptores α2 centrais e reduzir a pressão 
arterial de modo semelhante ao mecanismo da clonidina.
Agonistas adrenérgicos de ação mista
Os simpaticomiméticos de ação mista aumentam a liberação de noradrenalina, além 
de ativar receptores α1, induzindo vasoconstrição, e receptores β, que aumentam o 
trabalho cardíaco e promovem também a broncodilatação.
→ Efedrina
É uma fenilisopropilamina sem catecol e, por isso, tem uma alta biodisponibilidade e 
uma duração de ação relativamente longa (horas ao invés de minutos). Uma fração 
significativa deste fármaco é excretada de forma inalterada na urina e, como é uma 
base fraca, sua 
excreção pode ser acelerada pela acidificação da urina.
Ela causa um aumento da resistência vascular periférica, aumento da frequência 
cardíaca, aumento do débito cardíaco e, em função disso, induz o aumento da 
pressão arterial.
→ Usos terapêuticos:
Estão relacionados com o tratamento da hipotensão que ocorre com a anestesia 
espinhal, por causa da indução da vasoconstrição, e como descongestionante 
nasal.
→ Efeitos adversos:
Os mais importantes são a hipertensão arterial e a insônia.
→ Descongestionantes nasais
A fenilefrina, a pseudoefedrina (um estereoisômero da efedrina), a nafazolina e a 
oximetazolina são os fármacos simpaticomiméticos que têm sidoutilizados com 
mais frequência em preparações orais para alívio da congestão nasal.
São fármacos agonistas α que agem sobre as membranas reduzindo o desconforto 
do resfriado comum pela diminuição do volume da mucosa nasal. Este efeito é 
Agonistas Adrenérgicos 27
mediado por receptores α1 e pode haver hiperemia de rebote após o uso desses 
agentes.
Além disso, o uso tópico repetido de concentrações altas do fármaco pode resultar 
em alterações isquêmicas nas membranas das mucosas em função da 
vasoconstrição de artérias nutrientes.
Devem ser utilizados com cautela em pacientes hipertensos e 
não devem ser utilizados em pacientes que estejam usando 
inibidores da monoaminoxidase (IMAO).
Agonistas adrenérgicos indiretos
Eles podem ter 2 mecanismos de ação: No primeiro, podem entrar na terminação 
nervosa simpática e deslocar a noradrenalina que está armazenada dentro de 
vesículas nos neurônios, aumentando a sua liberação. Esses fármacos têm sido 
chamados de semelhantes à anfetamina ou “deslocadores”. No segundo, podem 
inibir a recaptação da noradrenalina liberada por interferência com a ação do 
transportador de norepinefrina (NET), como faz a cocaína e os antidepressivos 
tricíclicos.
Agonistas Adrenérgicos 28
→ Anfetamina
É uma mistura racêmica de fenilisopropilamina e é importante por causa do seu uso 
como estimulante do SNC. Em termos farmacocinéticos é semelhante à efedrina, 
mas entra no SNC ainda mais rapidamente, exercendo efeitos estimulantes mais 
acentuados sobre o humor e o estado de alerta, além de um efeito depressivo sobre 
o apetite.
O seu isômero D é mais potente que o seu isômero L.
As anfetaminas causam elevação do humor (euforia), o que é base para o uso 
abusivo disseminado desse grupo de fármacos. Também tem ação de vigília 
Agonistas Adrenérgicos 29
(posterga o sono) e isso se manifesta por melhoria na atenção em tarefas 
repetitivas e por aceleração e dessincronização do eletroencefalograma.
Efeitos no sistema cardiovascular: A anfetamina administrada por via oral eleva a 
pressão arterial tanto sistólica quanto diastólica. A frequência cardíaca muitas vezes 
diminui de modo reflexo, e podem ocorrer arritmias cardíacas com a administração 
de grandes doses. O débito cardíaco não aumenta com doses terapêuticas, e não 
se observa muita alteração no fluxo sanguíneo cerebral. O isômero l é ligeiramente 
mais potente do que o isômero d em suas ações cardiovasculares.
Efeitos no sistema nervoso central: A anfetamina é uma das aminas 
simpaticomiméticas mais potentes na estimulação do SNC. Estimula o centro 
respiratório bulbar, reduz o grau de depressão central causado por várias 
substâncias e produz outros sinais de estimulação do SNC. Os efeitos psíquicos 
dependem da dose, do estado mental e da personalidade do indivíduo.
Efeitos na analgesia: A anfetamina e algumas outras aminas simpaticomiméticas 
exercem um pequeno efeito analgésico, que não é pronunciado o suficiente para ser 
terapêticamente útil. Todavia, ela pode aumentar a analgesia produzida por 
opiáceos.
Efeitos na respiração: A anfetamina estimula o centro respiratório, aumentando a 
frequência e a profundidade da respiração
Efeitos na depressão do apetite: A anfetamina e substâncias semelhantes têm 
sido utilizadas no tratamento da obesidade, embora a racionalidade desse uso seja, 
quando muito, questionável. A perda de peso observada em seres humanos obesos 
tratados com anfetamina deve-se quase inteiramente a uma redução da ingestão de 
alimentos e, apenas em pequeno grau, a um aumento do metabolismo. O local de 
ação situa-se, provavelmente, no centro da fome no hipotálamo lateral. A sua 
injeção nessa área, mas não na região ventromedial, suprime a ingestão de 
alimentos. Os mecanismos neuroquímicos de ação não estão bem esclarecidos, 
mas podem envolver um aumento da liberação de NE e/ou DA. Nos seres humanos, 
verifica-se o rápido desenvolvimento de tolerância à supressão do apetite. Por 
conseguinte, não se observa habitualmente uma redução contínua do peso em 
indivíduos obesos sem restrição dietética.
→ Usos terapêuticos:
Narcolepsia; A dextroanfetamina, com ação mais acentuada sobre o SNC e menor 
ação periférica, era utilizada contra a obesidade (entretanto, não é mais aprovada 
Agonistas Adrenérgicos 30
para esse propósito, devido ao risco de uso abusivo) e foi aprovada pelo FDA para 
o tratamento da narcolepsia e do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade
→ Efeitos adversos:
Os efeitos tóxicos agudos da anfetamina constituem habitualmente extensões de 
suas ações terapêuticas e, em geral, resultam de superdosagem. Os efeitos sobre o 
SNC consistem comumente em inquietação, tontura, tremor, reflexos hiperativos, 
loquacidade, tensão, irritabilidade, fraqueza, insônia, febre e, algumas vezes, 
euforia. Ocorrem confusão, agressividade,alterações da libido, ansiedade, delírio, 
alucinações paranóicas, estados de pânico e tendências suicidas ou homicidas, 
sobretudo em pacientes com transtornos mentais. Todavia, esses efeitos psicóticos 
podem ser produzidos em qualquer indivíduo se forem ingeridas quantidades 
suficientes de anfetamina por um período prolongado. Em geral, a estimulação 
central é seguida de fadiga e depressão. Os efeitos cardiovasculares são comuns e 
incluem cefaléia, calafrios, palidez ou rubor, palpitações, arritmias cardíacas, dor 
anginosa, hipertensão ou hipotensão e colapso circulatório. Ocorre sudorese 
excessiva. Os sintomas gastrointestinais incluem boca seca, gosto metálico, 
anorexia, náuseas, vômitos, diarréia e cólicas abdominais. Em geral, a intoxicação 
fatal termina em convulsões e coma, e os principais achados patológicos consistem 
em hemorragias cerebrais.
→ Metanfetamina
A metanfetamina (N-metilanfetamina) assemelha-se bastante à anfetamina, com 
uma proporção ainda mais alta de ações centrais do que periféricas.
→ Metilfenidato (conhecido como Ritalina)
O metilfenidato é uma variante da anfetamina cujos principais efeitos 
farmacológicos e potencial de uso abusivo são similares aos da anfetamina. O 
metilfenidato pode ser efetivo em algumas crianças com transtorno do déficit de 
atenção e hiperatividade (TDAH).
→ Modafinila
A modafinila é um psicoestimulante que difere da anfetamina em estrutura, perfil 
neuroquímico e efeitos comportamentais. Seu mecanismo de ação não é 
completamente conhecido. Ela inibe transportadores de norepinefrina e de 
dopamina, e aumenta as concentrações sinápticas não apenas de norepinefrina e 
dopamina, mas também de serotonina e glutamato, enquanto diminui os níveis de 
GABA. É usada para melhorar o estado de vigília na narcolepsia e algumas outras 
condições. Costuma ser associada a aumentos da pressão sanguínea e frequência 
cardíaca, embora esses efeitos sejam geralmente leves.
Agonistas Adrenérgicos 31
→ Tiramina
A tiramina é um produto colateral do metabolismo da tirosina no corpo e pode ser 
produzida em altas concentrações de alimentos ricos em proteína por 
descarboxilação da tirosina durante a fermentação. É metabolizada de imediato pela 
MAO no fígado e é normalmente inativa quando ingerida por via oral, por causa de 
um efeito de primeira passagem muito alto, ou seja, baixa biodisponibilidade.
Se administrada por via parenteral, tem ação simpatomimética indireta causada pela 
liberação de catecolaminas armazenadas. Em consequência, o espectro de ação da 
tiramina assemelha-se ao da norepinefrina. Em pacientes tratados com inibidores 
da MAO – em particular os inibidores da isoforma MAO-A, esse efeito da tiramina 
pode ser muito intensificado, levando a aumentos acentuados da pressão arterial. 
Isso ocorre por causa da biodisponibilidade aumentada da tiramina e estoques 
neuronais aumentados de catecolaminas.
❗ Pacientes tomando inibidores da MAO devem evitar alimentos contendo 
tiramina (queijo envelhecido, carnes curadas e alimentos em conserva).
→ Inibidores da recaptação de noradrenalina (NET)
Muitos antidepressivos, em particular os tricíclicos mais antigos, podeminibir a 
recaptação de norepinefrina e serotonina em graus diferentes. Alguns 
antidepressivos dessa classe, sobretudo a imipramina, induzem hipotensão 
ortostática, presumivelmente por seu efeito similar ao da clonidina, ou por bloqueio 
de receptores α1, mas o mecanismo permanece obscuro.
A cocaína é um anestésico local com ação simpaticomimética periférica que resulta 
da inibição da recaptação de noradrenalina nas sinapses. Ela penetra no SNC e 
produz um efeito psicológico semelhante à anfetamina com duração de ação mais 
curta porém com efeito mais intenso. Sua principal ação no sistema nervoso central 
é inibir a recaptação de dopamina em neurônios no centro do prazer e isso tem feito 
a cocaína ser uma droga de abuso muito utilizada.
Agonistas Adrenérgicos 32

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