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MATERIAL NACIONALIDADE E DIREITOS POLÍTICOS (COM QUESTÕES)

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NACIONALIDADE
Conceito
Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que estabelece uma ligação entre um determinado 
indivíduo e um determinado Estado. Tal situação faz com que este indivíduo passe a fazer 
parte do povo daquele país e, como consequência, usufrua dos direitos e sujeite-se aos deveres 
provenientes dele.
Segundo Pontes de Miranda: “a nacionalidade faz da pessoa um dos elementos componentes 
da dimensão do Estado”.
Fundamentação 
Artigos 5º, inciso LXXI, 12, 14, §3º, inciso I, 22, inciso XIII, 62, §1º, inciso I, alínea “a”, 68, 
§1º, inciso II, 109, inciso X, da Constituição Federal.
Espécies 
A nacionalidade é dividida em duas espécies: a nacionalidade primária ou originária e a 
nacionalidade secundária ou adquirida.
A nacionalidade primária é involuntária, sendo imposta de maneira unilateral pelo Estado ou 
pelo nascimento, sendo assim independe de sua vontade. A involuntariedade está ligada ao 
fato de cada Estado estabelecer normas diferentes para conceder a nacionalidade àqueles que 
nascem sob seu governo. Nesse sentido, existem dois critérios adotados para a definição da 
nacionalidade: o ius sanguinis e o ius solis. No primeiro, a nacionalidade é determinada pelo 
laço de consanguinidade, ou seja, pela ascendência, não considerando para a aquisição o local 
do nascimento. Tal critério é muito utilizado em países de emigração, para que não se perca o 
vínculo com os descendentes. 
No segundo caso, critério da territorialidade, é o local do nascimento do indivíduo que 
determina a sua nacionalidade sem levar em consideração sua descendência. Tal critério é 
muito utilizado em países de imigração (países novos), pois, assim, os descendentes dos 
imigrantes passam a constituir o povo deste Estado recém-formado.
A nacionalidade secundária, ao contrário da primária, é voluntária, posto que é adquirida pela 
naturalização (ato de vontade da pessoa), que pode ser requerida em razão do casamento, por 
exemplo. Os requisitos para aquisição da nacionalidade varia de acordo com as regras de cada 
Estado e, por isso, é possível a existência de polipátridas (pessoas com mais de uma 
nacionalidade) e apátridas (pessoas sem nacionalidade). Assim, o filho de um italiano com 
uma japonesa, nascido no Brasil terá três nacionalidades, posto que a Itália e Japão adotam o 
“jus sanguinis”, ao passo que o Brasil adota o “jus soli”. 
Brasileiro nato – Aquisição da nacionalidade originária brasileira
Levando-se em consideração o fato do Brasil ser um país de grande imigração, adotou-se o 
critério de territorialidade, ou seja, o ius solis para a aquisição da nacionalidade brasileira. 
Sendo assim, quem nasce em território brasileiro é assim considerado, mesmo que aqui esteja 
de maneira transitória e ilegal. A Constituição Federal prevê, em seu artigo 12, determinadas 
ocasiões especiais em que as pessoas também são consideradas brasileiros natos. Vejamos:
“a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que 
estes não estejam a serviço de seu país” – neste caso um dos pais deve estar a serviço de seu 
país de origem, ou seja, se o estrangeiro tiver um filho em território brasileiro e estiver a 
serviço de outro país (americano a serviço da Itália, por exemplo) a criança ainda assim será 
considerada brasileira nata. Cabe ressaltar também que, se um dos pais for brasileiro, mesmo 
que o outro esteja a serviço do país de origem, a criança também será brasileira, já que a 
exceção exige que os dois tenham nacionalidade de outro país.
“b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles 
esteja a serviço da República Federativa do Brasil” – assim, a criança será considerada 
brasileira nata independente de qualquer providência.
“c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa 
do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade 
brasileira” - neste caso, o critério adotado para aquisição da nacionalidade é o “jus sanguinis”. 
Em muitos casos não há possibilidade da pessoa permanecer com mais de uma nacionalidade, 
então deverá declarar a vontade de optar pela brasileira, sendo que tal opção pode ser feita a 
qualquer tempo e somente poderá ser manifestada pelo interessado (caráter personalíssimo). 
Nesta situação, a nacionalidade é gerada no momento em que a pessoa passa a residir no 
Brasil e, atingida a maioridade, a opção torna-se condição suspensiva da nacionalidade e 
ocorre em processo de jurisdição voluntária, com sentença com efeito “ex tunc”.
Brasileiro naturalizado – Aquisição secundária da nacionalidade brasileira
Como já mencionado anteriormente, a forma para aquisição da nacionalidade secundária é a 
naturalização, dependendo tanto da manifestação de vontade do interessado, quanto do 
consentimento estatal, que poderá ou não atender à solicitação do estrangeiro ou apátrida. 
Portanto, não poderá existir naturalização tácita, existindo apenas a naturalização expressa, 
estabelecida na Constituição Federal (CF) e dividida em ordinária e extraordinária.
A naturalização ordinária se subdivide em duas espécies:
a) de estrangeiros originários de países de língua portuguesa, que poderão pleitear a 
nacionalidade brasileira após 1 ano ininterrupto de residência no Brasil e idoneidade moral, 
segundo o artigo 12, II, “a”, da CF, e os apátridas, desde que estejam preenchidas as regras 
contidas no artigo 112 do Estatuto dos Estrangeiros (Lei nº 6.815 de 19 de agosto de 1980);
b) dos portugueses que, por serem de país de língua portuguesa, já se encaixam na regra 
acima, porém quando houver reciprocidade em favor dos brasileiros, os portugueses, com 
residência permanente no Brasil, terão os mesmos direitos dos brasileiros, desde que não 
sejam vedados, observando que os portugueses não perderão sua cidadania portuguesa. Tal 
situação está assegurada através da Convenção Sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre 
Brasileiros e Portugueses, assinada em 07-09-1971.
Além da naturalização ordinária supramencionada existirá também a naturalização 
extraordinária, que poderá ser chamada de quinzenária. Essa naturalização está prevista no 
artigo 12, II, “b”, que prevê que qualquer estrangeiro que residir por mais de 15 anos 
ininterruptos no Brasil e não sofreu nenhuma condenação penal poderá solicitar a 
nacionalidade brasileira. A naturalização quinzenária é intransferível, e só é adquirida por 
aquele que preencher seus requisitos. Nesse sentido, José Afonso Silva: “a naturalização não 
importa a aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge e filhos do naturalizado, nem 
autoriza estes a entrar ou radicar-se no Brasil, sem que satisfaçam as exigências legais”. 
Distinções entre brasileiros natos e naturalizados
De forma geral, e de acordo com o princípio da igualdade, estabelece a CF que não deverá ser 
feita qualquer distinção entre brasileiros natos e naturalizados. Entretanto, a própria Carta 
Magna comporta algumas exceções presentes nos artigos 5º, LI; 12, §§3º e 4º; 89, VII; e 222.
São hipóteses de exceção à regra:
a) Extradição – artigo 5º, LI, da CF: o brasileiro nato nunca poderá sofrer extradição, ao 
contrário do brasileiro naturalizado, que pode ser extraditado em duas hipóteses: quando 
cometer crime comum antes da sua naturalização ou quando se envolver em tráfico de 
entorpecentes e drogas afins, independentemente do momento da prática do fato típico (antes 
ou depois da naturalização);
b) Há certos cargos que somente poderão ser exercidos por brasileiros natos (artigo 12, §3º, da 
CF), que são: Presidente e Vice-Presidente da República, Presidenteda Câmara dos 
Deputados, Presidente do Senado Federal, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro de 
Estado de Defesa, carreira diplomática e oficial das Forças Armadas;
c) Em caso de atividade nociva ao interesse nacional, somente os brasileiros naturalizados 
poderão perder sua nacionalidade. Tal situação está disposta no parágrafo 4º, I, do artigo 12, 
da CF;
d) Somente os brasileiros natos poderão fazer parte do Conselho da República, segundo o 
artigo 89, VII, da CF;
e) “A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é 
privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos”, tal situação está disposta 
no artigo 222 da CF, mostrando mais uma diferença entre brasileiros natos e brasileiros 
naturalizados. 
Hipóteses de perda da nacionalidade
Todas as hipóteses de perda da nacionalidade estão previstas na CF, artigo 12, §4º, I e II. Os 
requisitos para que seja declarada a perda da nacionalidade são: cancelamento da 
naturalização por sentença judicial e a aquisição de outra nacionalidade.
O cancelamento da naturalização será decretado em caso de atividade nociva ao interesse 
nacional após decisão transitada em julgado. Tal processo só atingirá o brasileiro naturalizado 
e deverá ser proposto pelo Ministério Público Federal (perda necessária da nacionalidade). 
Exemplo: brasileiro naturalizado possui vínculos mais fortes com o país de origem, 
caracterizando a traição à pátria.
Quando ocorre a aquisição voluntária de outra nacionalidade, o brasileiro, nato ou 
naturalizado, perderá sua nacionalidade por procedimento administrativo, assegurada a ampla 
defesa, através de decreto do Presidente da República – perda voluntária da nacionalidade.
Porém, existem formas de se adquirir uma outra nacionalidade, sem a perda da brasileira, que 
são:
a) o reconhecimento da nacionalidade originária por lei estrangeira, que ocorrerá quando 
houver o reconhecimento da nacionalidade adquirida com o nascimento. 
Exemplo: filho de italianos que nasceu quando os seus pais passeavam pelo Brasil. Assim, a 
criança será brasileira nata (ius solis) e poderá requerer ainda a nacionalidade italiana (método 
ius sanguinis), possuindo, portanto, dupla nacionalidade.
b) a imposição de naturalização pela norma estrangeira, a qual ocorrerá quando o brasileiro 
tiver que adquirir a nacionalidade de outro país para sua permanência ou para o exercício de 
seus direitos civis. 
Reaquisição da nacionalidade brasileira 
Existem duas possibilidades de se readquirir a nacionalidade perdida pelas formas admitidas e 
mencionadas acima. Tais possibilidades são:
a) No caso de cancelamento da naturalização: a nacionalidade só será readquirida através de 
ação rescisória que desconstituirá os efeitos da decisão judicial anterior, sendo impossível 
reavê-la através de um novo processo de naturalização. Caso a pessoa tente um novo processo 
sofrerá pena de contrariedade ao texto processual;
b) Em caso de aquisição de outra nacionalidade: a nacionalidade poderá ser readquirida 
através de decreto presidencial caso o ex-brasileiro esteja domiciliado no Brasil, segundo a 
Lei nº 818/49. Entretanto, tal situação só poderá ocorrer se a reaquisição não contrariar os 
dispositivos constitucionais e se existir todos os elementos que concedam a nacionalidade ao 
interessado. 
DIREITOS POLÍTICOS
Conceitos fundamentais
• Cidadania: É a titularidade dos Direitos Políticos. É qualificação daqueles que participam 
da vida do Estado, participando do governo e sendo ouvido por este. Assim, é cidadão aquele 
que possui a capacidade eleitoral ativa (votar) e a capacidade eleitoral passiva (ser votado). 
Não se esqueça que, segundo o modelo brasileiro, o voto é facultativo dos dezesseis anos de 
idade até os dezoito anos de idade. Quem se encontrar nessa faixa etária e estiver alistado 
eleitoralmente poderá votar, mas não poderá ser votado. Mesmo assim é considerado cidadão. 
Veja-se, então, que a cidadania é adquirida com o alistamento eleitoral.
• Nacionalidade: É o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo ao Estado. Nas 
palavras de José Afonso da Silva, é conceito mais amplo do que de cidadania, e é pressuposto 
desta, uma vez que só o titular da nacionalidade brasileira pode ser cidadão. 
• Soberania Popular: soma dos atributos de cada membro da sociedade estatal. 
• Direitos Políticos: É o conjunto de meios, prerrogativas, atributos e faculdades que o 
cidadão dispõe para intervir na estrutura governamental do Estado, através do voto, seja de 
forma ativa ou passiva e dos demais meios à disposição do cidadão, tais como a ação popular 
(CF, art. 5º, LXXIII), a iniciativa popular (CF, art. 61, §2º). Em síntese, são os meios de 
exercício da soberania popular. 
• Direito de Sufrágio: direito de votar (alistabilidade) e ser votado (elegibilidade).
• Escrutínio: Forma pela qual se exercita o voto (público ou secreto). 
Instrumentos do Direito Político
Plebiscito – consulta prévia que se faz ao cidadão no gozo dos direitos políticos, sobre 
determinada matéria a ser, posteriormente, discutida pelo Congresso Nacional;
Referendo – consiste em uma consulta posterior sobre determinado ato governamental para 
ratificá-lo, ou no sentido de conceder-lhe eficácia, ou, ainda, para retirar-lhe eficácia; 
Iniciativa popular – o povo pode fazer um projeto de lei. 
Direitos políticos positivos
É o conjunto de normas que asseguram o direito de participação no processo político e nos 
órgão de governo do Estado. São direitos positivos: 
• direito de votar (alistabilidade) (CF, art. 14, §1º); 
✔ alistamento eleitoral 
✔ nacionalidade brasileira 
✔ idade mínima de 16 anos 
✔ não ser conscrito 
• direito de ser votado (elegibilidade) (CF, art. 14, §3º);
• iniciativa popular (CF, art. 61, §2º);
• ação popular (CF, art. 5º, LXXIII);
• organização e participação em partidos políticos (CF, art. 17).
Capacidade Eleitoral Ativa
• obrigatória: dos 18 aos 70 anos de idade;
• facultativa: dos 16 aos 18 anos de idade, analfabetos e maiores de 70 anos de idade.
Características do voto 
• Secreto
• Universal
• Periódico
• Direto
*O voto obrigatório não é cláusula pétrea. 
Capacidade Eleitoral Passiva (condições de elegibilidade) 
São aquelas do art. 14, §3º, da Constituição da República:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária;
VI – a idade mínima de: 
• trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
• trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
• vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, 
Vice-Prefeito e juiz de paz;
• dezoito anos para Vereador.
Direitos Políticos negativos
São as previsões constitucionais que restringem, limitam os direitos políticos do cidadão, em 
especial por intermédio de impedimentos à capacidade eleitoral passiva.
São direitos políticos negativos:
• as inelegibilidades 
✗ absoluta: estrangeiros e conscritos (são inalistáveis); analfabeto (pode votar, mas 
não ser votado).
✗ relativa: funcional – em razão da função exercida (para o mesmo cargo, terceiro 
mandato dos executivos; para outros cargos, desincompatibilização); reflexa – em 
razão do parentesco (até o segundo grau ou por adoção); militar – alistável e 
elegível (menos de 10 anos de serviço, afasta-se da atividade; mais de 10 anos de 
serviço, eleito, irá para a inatividade); Lei Complementar – estabelece outros casos 
relativos. 
• as regras sobre perda e suspensão dos direitos políticos. 
 
Hipóteses de perda e suspensão dos Direitos Políticos (art. 15)
*Em nenhuma hipótese será permitida a cassação de direitos políticos.PERDA – Definitiva: 
1. Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (readquire através de 
ação rescisória); 
2. Aquisição voluntária de uma nacionalidade ordinária (readquire por Decreto Presidencial se 
estiver aqui domiciliado);
3. Escusa de consciência – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação 
alternativa (readquire ao cumprir a obrigação devida).
SUSPENSÃO – Temporária
1. Incapacidade civil;
2. Condenação por sentença criminal transitada em julgado;
3. Improbidade administrativa nos termos do art. 37, §4º; 
4. Exercício assegurado pela cláusula de reciprocidade;
5. Deputado ou Senador incompatível com Decoro Parlamentar (readquire quando cessarem 
os motivos da suspensão).
QUESTÕES (NACIONALIDADE E DIREITOS POLÍTICOS)
1. Tendo em vista os direitos de nacionalidade, os direitos políticos, o estado de defesa e 
o estado de sítio, assinale a opção correta. 
a) São requisitos para elegibilidade, entre outros, o alistamento eleitoral e o 
domicílio eleitoral na circunscrição em que o indivíduo pretenda candidatar-se. 
b) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade somente poderão requerer a 
nacionalidade brasileira se residirem na República Federativa do Brasil há mais 
de trinta anos ininterruptos e não tiverem condenação penal. 
c) O estado de sítio, medida excepcional, somente pode ser decretado nos casos de 
declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. 
d) O indivíduo que sofrer condenação penal transitada em julgado terá seus direitos 
políticos suspensos, mas apenas no caso de crimes dolosos, não no de crimes 
culposos e contravenções penais. 
e) O presidente da República pode decretar, com a finalidade de preservar a ordem 
pública ameaçada por grave instabilidade institucional, estado de defesa em 
locais determinados, dependendo, para isso, de autorização do Congresso 
Nacional. 
COMENTÁRIO: 
A) Esta é a assertiva correta. Segundo o art. 14º, §3º, da CF, são condições de elegibilidade, 
entre outras, o alistamento eleitoral (inciso III) e o domicílio eleitoral na circunscrição em que 
o indivíduo pretenda se candidatar (inciso IV). As outras condições são a nacionalidade 
brasileira (inciso I); o pleno exercício dos direitos políticos (inciso II); a filiação partidária 
(inciso V); e a idade mínima de 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e 
Senador, 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, 21 
anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de 
paz, e 18 anos para Vereador, lembrando que os inalistáveis e os analfabetos são inelegíveis 
(art. 14, §4º, da CF). 
B) Os requisitos para que os estrangeiros de qualquer nacionalidade requeiram a 
nacionalidade brasileira são residir no Brasil há mais de quinze (e não trinta) anos 
ininterruptos e não ter condenação criminal (art. 12, inciso II, alínea b, da CF). 
C) Além das hipóteses de declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada 
estrangeira, o estado de sítio pode ser decretado em caso de comoção grave de repercussão 
nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o 
estado de defesa (art. 137 da CF). 
D) A Constituição não faz distinção entre crime doloso ou culposo, estabelecendo que os 
direitos políticos serão suspensos, entre outros, “nos casos de condenação criminal transitada 
em julgado, enquanto durarem seus efeitos” (art. 15, inciso III, da CF). A jurisprudência do 
Tribunal Superior Eleitoral é no sentido de que o art. 15, inciso III, da CF determina a 
suspensão dos direitos políticos pelo tempo que durar a pena, independentemente da natureza 
do crime e da pena, abrangendo os crimes culposos e, inclusive, as contravenções penais. E o 
Supremo Tribunal Federal tem precedente entendendo que “a suspensão dos direitos políticos 
se dá ainda quando, com referência ao condenado por sentença criminal transitada em 
julgado, esteja em curso o período de suspensão condicional da pena”. Impende lembrar o 
Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral no RE 601.182, em 
que se discute a suspensão dos direitos políticos de condenado à pena privativa de liberdade 
substituída por pena restritiva de direitos, mas a questão está pendente de julgamento. Diante 
disso, é recomendável que o candidato acompanhe o andamento do processo.
E) A autorização do Congresso Nacional é requisito prévio para a decretação do estado de 
sítio pelo Presidente da República (art. 137 da CF), mas não o é para a decretação do estado 
de defesa (art. 136). Primeiro o Presidente da República decreta o estado de defesa, e, depois, 
dentro do prazo de vinte quatro horas, submete o ato ao Congresso Nacional, que, dentro do 
prazo de dez dias contados de seu recebimento, apreciará o decreto e decidirá por maioria 
absoluta (art. 136, §§4º e 6º, da CF). Se rejeitá-lo, o estado de defesa cessa imediatamente 
(art. 136, §7º, da CF).
RESPOSTA: A 
2. Acerca da nacionalidade, da iniciativa popular de lei, do plebiscito e da disciplina 
constitucional sobre os partidos políticos, assinale a opção correta. 
a) A perda de nacionalidade, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional, é 
procedimento administrativo cujo trâmite ocorre no Ministério da Justiça. 
b) A CF regulamenta a iniciativa popular de lei tanto no âmbito federal quanto nos 
âmbitos estadual e municipal, fixando as regras e os procedimentos relativos à 
apresentação do projeto de lei. 
c) Nas questões de relevância nacional, compete ao Congresso Nacional, mediante 
decreto legislativo, convocar plebiscito; no caso da incorporação, subdivisão ou 
desmembramento de estados, a competência pertence às assembleias legislativas 
dos estados envolvidos. 
d) Os partidos políticos com registro no TSE têm direito a acesso gratuito ao rádio e 
à televisão, mas apenas os partidos com representação no Congresso Nacional 
podem receber recursos do fundo partidário. 
e) A nacionalidade secundária é adquirida por meio da naturalização, que pode ser 
requerida tanto pelo apátrida como pelo estrangeiro. Mesmo que eles satisfaçam 
os requisitos para a obtenção da naturalização, o Poder Executivo dispõe de 
competência discricionária para concedê-la ou não. 
COMENTÁRIO: 
A) O art. 12, §4º, inciso I, da CF estabelece que será declarada a perda da nacionalidade do 
brasileiro que tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade 
nociva ao interesse nacional. Exige a Constituição, portanto, a via jurisdicional para a perda 
da nacionalidade em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. 
B) No âmbito federal, a Constituição estabelece que a “iniciativa popular pode ser exercida 
pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por 
cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de 
três décimos por cento dos eleitores de cada um deles” (art. 61, §2º). No âmbito estadual, 
entretanto, a Constituição remete à lei a atribuição de dispor sobre a iniciativa popular no 
processo legislativo estadual (art. 27, §4º). Quanto ao âmbito municipal, a Constituição 
determina que a lei orgânica dos Municípios deverá assegurar a “iniciativa popular de projetos 
de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação 
de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado” (art. 29, inciso XIII). 
C) De acordo com o art. 49, inciso XV, é da competência exclusiva do Congresso Nacional 
convocar plebiscito. A Lei n. 9.709/98 – que regulamenta a execução do plebiscito, do 
referendo e a iniciativa popular – dispõe, em seu art. 3º, que, nas questões de relevâncianacional, de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo, e no caso do §3º do 
art. 18 da CF (ou seja, no caso da incorporação, subdivisão ou desmembramento de Estados), 
o plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, por proposta de um 
terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional.
D) Depois de adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, os partidos políticos 
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (art. 17, §2º, da CF), sendo-lhes 
assegurado direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na 
forma da lei (art. 17, §3º, da CF), mesmo que não contem com representação no Congresso 
Nacional, já que a Constituição não traz essa limitação. Vale lembrar que o Supremo Tribunal 
Federal declarou inconstitucionais dispositivos da Lei n. 9.096/95 que restringiam 
demasiadamente o acesso gratuito pelos partidos políticos (notadamente aqueles sem 
representação parlamentar) ao rádio e à televisão, bem como aos recursos do fundo partidário. 
Trata-se da ADI 1.351 e da ADI 1.354, assim ementadas: “PARTIDO POLÍTICO – 
FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR – PROPAGANDA PARTIDÁRIA GRATUITA – 
FUNDO PARTIDÁRIO. Surge conflitante com a Constituição Federal lei que, em face da 
gradação de votos obtidos por partido político, afasta o funcionamento parlamentar e reduz, 
substancialmente, o tempo de propaganda partidária gratuita e a participação no rateio do 
Fundo Partidário. NORMATIZAÇÃO – INCONSTITUCIONALIDADE – VÁCUO. Ante a 
declaração de inconstitucionalidade de leis, incumbe atentar para a inconveniência do vácuo 
normativo, projetando-se, no tempo, a vigência de preceito transitório, isso visando a aguardar 
nova atuação das Casas do Congresso Nacional”.
E) A nacionalidade secundária (também, e em geral) é adquirida por meio da naturalização, 
que pode ser requerida tanto pelo apátrida como pelo estrangeiro. Segundo dispõe o art. 111 
da Lei n. 6.815/80 (Estatuto dos Estrangeiros), a concessão da naturalização é faculdade 
exclusiva do Poder Executivo, exercida mediante portaria do Ministro da Justiça; ao passo 
que o art. 121 estabelece que a “satisfação das condições previstas nesta Lei não assegura ao 
estrangeiro direito à naturalização”. Por ser ato de soberania estatal, a doutrina tradicional 
considera que a concessão da naturalização se insere na competência discricionária do Poder 
Executivo. Nesse sentido, Alexandre de Moraes afirma que “não existe direito público 
subjetivo à obtenção da naturalização, que se configura ato de soberania estatal, sendo, 
portanto, ato discricionário do Chefe do Poder Executivo”. Por outro lado, e especialmente 
para a prova dissertativa ou oral, é importante lembrar que há quem defenda que a 
naturalização extraordinária (a requerida pelos estrangeiros de qualquer nacionalidade, 
residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, art. 12, inciso II, alínea b, da CF) é ato vinculado e, portanto, direito 
subjetivo do naturalizando que preenche os requisitos. De acordo com José Afonso da Silva, 
por exemplo, a naturalização extraordinária é “uma prerrogativa à qual o interessado tem 
direito subjetivo, preenchidos os pressupostos: quinze anos de residência ininterrupta e não 
condenação criminal”. Mesmo Alexandre de Moraes parece reconhecer que, neste caso, 
haveria, excepcionalmente, ato administrativo vinculado ao referir que “a expressa previsão 
constitucional afirmando a aquisição, presentes todos os requisitos, ‘…desde que requeiram 
…’, parece não deixar dúvidas sobre a existência de direito subjetivo daquele que cumprir 
com as exigências constitucionais, mesmo porque, diferentemente da hipótese de 
naturalização ordinária, não há referência alguma à lei”. Portanto, esta é a assertiva correta. 
RESPOSTA: E
3. No que se refere aos direitos sociais, aos direitos de nacionalidade e aos direitos 
políticos, assinale a opção correta. 
a) O presidente da República, os governadores de estado, os prefeitos e quem os 
suceda ou substitua no curso do mandato podem ser reeleitos para um único 
período subsequente, mas, para concorrerem a outros cargos, devem renunciar 
ao respectivo mandato até seis meses antes do pleito. 
b) Por ser a licença-paternidade direito constitucional fundamental, o prazo de 
cinco dias previsto para o benefício não pode ser objeto de alteração pela 
legislação infraconstitucional. 
c) Diferentemente do previsto para os trabalhadores urbanos, prescreve em dois 
anos o prazo para os trabalhadores rurais ajuizarem ação para o pagamento de 
créditos resultantes das relações de trabalho. 
d) Aos portugueses com idoneidade moral que comprovem residência no Brasil 
durante, pelo menos, um ano ininterrupto devem ser atribuídos os direitos 
inerentes ao brasileiro nato. E o brasileiro nato adquire plena capacidade 
eleitoral passiva aos trinta anos, idade mínima exigida de candidato a presidente 
e a vice-presidente da República. 
e) O brasileiro nato adquire plena capacidade eleitoral passiva aos trinta anos, 
idade mínima exigida de candidato a presidente e a vice-presidente da República.
COMENTÁRIO: 
A) Esta é a alternativa correta. O art. 14, §5º, da CF dispõe: “O Presidente da República, os 
Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou 
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente”. 
A necessidade de renúncia ao mandato no caso de concorrem a outros cargos vem prevista no 
art. 14, §6º, da CF: “Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os 
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos 
mandatos até seis meses antes do pleito”. 
B) De acordo com o art. 7º, inciso XIX, da CF, um dos direitos fundamentais dos 
trabalhadores urbanos e rurais é a “licença-paternidade, nos termos fixados em lei”. Por força 
do art. 10, §1º, do ADCT, até que a lei venha a disciplinar este dispositivo, o prazo do 
benefício é de cinco dias. Vê-se daí que a própria Constituição remete ao legislador ordinário 
a disciplina da licença-paternidade, não havendo dúvidas, portanto, de que o prazo de cinco 
dias pode ser alterado no plano infraconstitucional.
C) Pela redação atual do art. 7º, inciso XXIX, da CF, é direito dos trabalhadores urbanos e 
rurais: “ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional 
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção 
do contrato de trabalho”. Antes da Emenda Constitucional n. 28/00, os prazos prescricionais 
para a ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, eram de cinco anos para o 
trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a extinção do contrato, e de até dois anos 
após a extinção do contrato de trabalho para o trabalhador rural.
D) A idoneidade moral e a residência por um ano ininterrupto no Brasil são requisitos para a 
naturalização de estrangeiros originários de países de língua portuguesa (art. 12, inciso II, 
alínea a, da CF). A Constituição permite que, em havendo reciprocidade em favor dos 
brasileiros, sejam atribuídos aos portugueses com residência permanente no Brasil os direitos 
inerentes ao brasileiro (e não brasileiro nato), salvo os casos previstos no texto constitucional 
(art. 12, §1º, da CF). Trata-se de figura diversa da naturalização. A norma do art. 12, §1º, da 
CF, nas palavras do Supremo Tribunal Federal, contempla “hipótese excepcional de quase-
nacionalidade”. Os portugueses não adquirema nacionalidade brasileira. Ao revés, eles 
mantêm a condição de estrangeiros, mas podem exercer os direitos conferidos aos brasileiros, 
exceto aqueles que a Constituição reserva aos brasileiros natos. No texto originário da 
Constituição, constava que seriam atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, mas a 
expressão nato foi excluída na redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão n. 3/94. 
O Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do Brasil e a 
República Portuguesa, que trata do Estatuto de Igualdade entre brasileiros e portugueses, foi 
promulgado pelo Decreto n. 3.927/01.
E) O brasileiro nato adquire plena capacidade eleitoral passiva aos trinta e cinco anos (e não 
trinta), já que esta é a idade mínima exigida de candidato a Presidente e a Vice-Presidente da 
República (art. 14, §3º, inciso VI, alínea a, da CF), cargos privativos de brasileiros natos (art. 
12, §3º, da CF).
RESPOSTA: A
4. Com relação à defesa do Estado e das instituições democráticas e aos direitos 
políticos, assinale a opção correta.
a) As hipóteses de inelegibilidade, por configurarem circunstâncias que impedem o 
cidadão de exercer total ou parcialmente a capacidade eleitoral passiva, constam 
de rol taxativo previsto na CF. 
b) A reaquisição de direitos políticos suspensos só se faz possível mediante decisão 
judicial proferida em ação ajuizada para tal fim. 
c) Os casos que ensejam a decretação do estado de sítio estão previstos na CF de 
forma taxativa, diferentemente dos relativos ao estado de defesa. 
d) O controle político exercido sobre a decretação do estado de defesa é prévio, 
concomitante ou sucessivo. 
e) Apesar de a prestação de serviço militar ser obrigatória, a recusa em cumpri-la é 
admitida sob a alegação do direito de escusa de consciência, cabendo, nesse caso, 
às forças armadas atribuir àquele que exercer esse direito serviço alternativo em 
tempo de paz, cuja recusa enseja como sanção a declaração da perda dos direitos 
políticos. 
COMENTÁRIO: 
A) O rol de hipóteses de inelegibilidade previsto na Constituição não é taxativo. Ao revés, o 
§9º do art. 14 da CF dispõe que lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade 
e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para 
exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade 
das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo 
ou emprego na administração direta ou indireta. 
B) A suspensão dos direitos políticos caracteriza-se pela temporariedade. Cessada a causa da 
suspensão, a recuperação dos direitos políticos é automática. Nas palavras e Manoel 
Gonçalves Ferreira Filho: “As pessoas privadas dos direitos políticos podem recuperá-los. Se 
essa privação for a dita definitiva, ou perda, dependerá do cumprimento de exigências legais. 
Se for a privação dita temporária, ou ‘suspensão’, a recuperação se fará automaticamente, 
pelo desaparecimento de seu fundamento ou pelo decurso do prazo”. 
C) Por representarem situações de anormalidade constitucional e implicarem sérias restrições 
aos direitos fundamentais, com a suspensão temporária de certas garantias constitucionais, 
tanto o estado de defesa quanto o estado de sítio somente podem ser decretados nos casos 
taxativamente previstos na Constituição. 
D) Ao contrário do estado de sítio, cuja decretação depende de autorização do Congresso 
Nacional (art. 137 da CF), a decretação do estado de defesa não se submete a controle político 
prévio, pois, consoante previsto no art. 136, §4º, da CF, primeiro o Presidente da República 
decreta o estado de defesa e, depois, submete o ato com a respectiva justificação ao Congresso 
Nacional, que decidirá por maioria absoluta. Nesse ínterim, contudo, o estado de defesa já 
está em vigor. Logo, o controle político sobre a decretação do estado de defesa é posterior. 
Além do controle sobre o ato que instaura ou prorroga o estado de defesa (art. 136, §§4º ao 
7º), chamado, por alguns, de controle político imediato, a Constituição contempla um controle 
político concomitante sobre as medidas adotadas, ao estabelecer, no art. 140, que a Mesa do 
Congresso Nacional designará Comissão composta de cinco membros para acompanhar e 
fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa (e ao estado de sítio), e um 
controle político sucessivo, também sobre as medidas, ao dispor, no art. 141, parágrafo único, 
que, cessado o estado de defesa (ou o estado de sítio), incumbirá ao Congresso Nacional 
examinar as medidas aplicadas em sua vigência, conforme relatado pelo Presidente da 
República em mensagem, na qual deverão ser especificadas e justificadas as providências 
adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
E) Esta é a assertiva correta. Segundo o art. 5º, inciso VIII, da CF, ninguém será privado de 
direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as 
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei. Já o art. 143, §1º, da CF estabelece que o serviço militar é 
obrigatório e que compete às Forças Armadas, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos 
que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se 
como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se 
eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. Por fim, o art. 15, inciso IV, dispõe 
a recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, 
inciso VIII, acarretará a perda dos direitos políticos. Registre-se que há controvérsia na 
doutrina sobre se a hipótese do inciso IV do art. 15 da CF é de suspensão ou perda dos 
direitos políticos, especialmente diante dos termos do art. 4º, §2º, da Lei n. 8.239/91 (no qual 
consta a expressão suspensão). A banca examinadora seguiu a posição majoritária da doutrina 
constitucional, defendida, entre outros, por José Afonso da Silva, Manoel Gonçalves Ferreira 
Filho, Gilmar Ferreira Mendes e Alexandre de Moraes. José Afonso da Silva justifica a 
posição nestes termos: “Incluímos esse caso como de perda dos direitos políticos e não como 
hipótese de suspensão, porque esta se dá quando a situação causal indica temporariedade ou é 
previsível a cessação da privação dos direitos políticos. As constituições anteriores também a 
incluíram como causa de perda e não de suspensão dos direitos políticos. Contudo, a Lei 
8.239/91 prevê, para a hipótese, a suspensão dos direitos políticos do inadimplente, que 
poderá, a qualquer tempo, regularizar sua situação mediante o cumprimento das obrigações 
devidas. Talvez, porque o dispositivo preveja a possibilidade de recuperação dos direitos 
políticos é que se falou em suspensão. No entanto, essa recuperação, a nosso ver, é 
simplesmente a possibilidade de reaquisição dos direitos perdidos. No caso de suspensão, a 
recuperação é automática, em virtude da cessação da causa de privação”. 
RESPOSTA: E
5. Assinale a opção em que não há erro, no que se refere às consequências advindas do 
exercício de mandato eletivo por parte de servidor público.
a) tratando-se de mandato de deputado federal, ficará afastado do cargo, emprego 
ou função;
b) tratando-se de mandato de deputado estadual ou distrital, poderá optar entre 
afastar-se ou não;
c) tratando-se de mandato de prefeito, o afastamento será obrigatório, vedada a 
faculdade de optar pelos vencimentos de servidor;
d) tratando-se de mandato de vereador, não havendo compatibilidade de horários, 
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego oufunção, sem prejuízo da 
remuneração do cargo eletivo;
e) tratando-se de mandato de vereador, havendo compatibilidade de horários, 
aplicar-se-á a norma da alternativa “b”.
COMENTÁRIO: 
A) Esta é a alternativa correta. O art. 38, I, da CF dispõe: “Ao servidor público da 
administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as 
seguintes disposições: I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará 
afastado de seu cargo, emprego ou função”.
B) A letra “b” está errada porque haverá também a necessidade de se afastar do cargo, 
emprego ou função (art. 38, I). 
C) A alternativa “c” traz uma primeira regra correta, qual seja, o necessário afastamento, mas 
erra ao dizer que é vedada a opção pela remuneração do servidor público. O art. 38, II, da CF 
dispõe: “Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício 
de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: II – investido no mandato de 
Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua 
remuneração”.
D) Na letra “d”, o candidato deveria se recordar de que a percepção das vantagens do cargo, 
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, só será permitida se 
houver compatibilidade de horários. O art. 38, III, da CF dispõe: “Ao servidor público da 
administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as 
seguintes disposições: III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de 
horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da 
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do 
inciso anterior”.
E) Por fim, a letra “e”, pelos fundamentos acima expostos, está errada (art. 38, III). 
RESPOSTA: A
6. Assinale a alternativa INCORRETA.
a) A nacionalidade brasileira, o pleno exercício dos direitos políticos e o alistamento 
eleitoral são condições de elegibilidade.
b) É possível a elegibilidade de pessoas não filiadas a nenhum partido, desde que 
façam campanha eleitoral. 
c) O domicílio eleitoral na circunscrição é condição obrigatória para o candidato a 
cargo eletivo.
d) A capacidade eleitoral passiva é adquirida por etapas pelo cidadão.
COMENTÁRIO: 
A) O art. 14, §3º, I, II e III, da CF dispõe: “São condições de elegibilidade, na forma da lei: I 
– a nacionalidade brasileira; II – o pleno exercício dos direitos políticos; III – o alistamento 
eleitoral.”
B) Esta é a resposta certa. O art. 14, §3º, V, da CF, veda a candidatura de pessoas não filiadas 
a nenhum partido político. “§3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: V – a filiação 
partidária”.
C) O art. 14, §3º, IV, da CF dispõe: “São condições de elegibilidade, na forma da lei: IV – o 
domicílio eleitoral na circunscrição”.
D) O direito de ser votado (capacidade eleitoral passiva) depende do cumprimento de 
requisitos determinados, como a filiação partidária, por exemplo (art. 14, §3º, CF).
RESPOSTA: B 
7. Julgue a assertiva a seguir como certa ou errada: 
Com a Emenda Constitucional n. 36/2002, a situação jurídica de brasileiros natos e 
naturalizados, no que se refere à propriedade de empresas jornalísticas e de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens, foi igualada. 
COMENTÁRIO: A Emenda Constitucional n. 36/2002 não igualou natos a naturalizados, pois 
os naturalizados somente podem ser proprietários de empresas jornalísticas e radiodifusão 
sonora e de sons e imagens se naturalizados há mais de 10 anos, conforme art. 222. 
RESPOSTA: Errada.
8. Julgue a assertiva a seguir como certa ou errada: 
Os efeitos jurídicos de sentença transitada em julgado que trate da perda da 
nacionalidade brasileira não são personalíssimos, podendo-se estender, portanto, a 
terceiros.
COMENTÁRIO: Como para qualquer pena em caráter geral (CF, art. 5º, XLV), não há 
transmissão de penas a terceiro.
RESPOSTA: Errada.
9. Nas eleições para prefeito na cidade Alfa, concorria à reeleição o atual prefeito, 
Acácio. Bruno, filho de Acácio, embora filiado ao mesmo partido político do pai há mais 
de dois anos, nunca se motivou a concorrer a nenhum cargo eletivo. Oito meses antes da 
eleição, Acácio, após inflamado discurso, em que sustentou que se fosse reeleito 
melhoraria as condições educacionais do município por meio do investimento prioritário 
no ensino superior, sofreu um fulminante infarto do miocárdio, morrendo antes da 
chegada de socorro médico. Acerca dessa situação hipotética, julgue os itens que se 
seguem (Certo ou Errado). 
a) Bruno poderá concorrer ao cargo de prefeito da cidade Alfa, em substituição a 
seu pai, não se aplicando à sua candidatura o instituto da inelegibilidade reflexa. 
b) A proposta de investimento prioritário no ensino superior, base da campanha 
eleitoral de Acácio, contraria o texto constitucional brasileiro que estabelece que 
os municípios deverão atuar, de forma prioritária, no ensino fundamental e 
médio.
COMENTÁRIO: 
A) Aplicação do art. 14, §7º, interpretado pelo STF no Informativo 311 do STF, pois o 
falecido pai tinha direito à reeleição e sua morte ocorreu há mais de seis meses do pleito.
RESPOSTA: Correta.
B) Aplicação direta do art. 211, §2º, CF/88. Os municípios deverão, prioritariamente, atuar no 
ensino fundamental e na educação infantil. 
RESPOSTA: Errada. 
10. Tendo em vista a disciplina constitucional relativa aos direitos de nacionalidade e aos 
direitos políticos, assinale a opção correta.
a) A CF veda expressamente a extradição do brasileiro, seja ele nato ou 
naturalizado.
b) Os estrangeiros originários de países de língua portuguesa adquirirão a 
nacionalidade brasileira se mantiverem residência contínua no território nacional 
pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de 
naturalização.
c) Mesmo que já sejam detentores de mandato eletivo ou candidatos à reeleição, são 
absolutamente inelegíveis o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o 
segundo grau ou por adoção, do presidente da República, do governador de 
estado, do prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses 
anteriores ao pleito.
d) O militar somente pode ser candidato a cargo eletivo se possuir mais de dez anos 
de serviço. 
e) Para concorrer à reeleição, os detentores de cargos eletivos no Poder Executivo 
não precisam renunciar ao mandato.
COMENTÁRIO: 
A) O art. 5º, LI, da CF dispõe: “LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, 
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento 
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”.
B) O art. 12, II, a, da CF dispõe: “São brasileiros: II – naturalizados: a) os que, na forma da 
lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua 
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral”.
C) O art. 14, §7º, da CF dispõe: “São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o 
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do 
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de 
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já 
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.” Trata-se de inelegibilidade relativa e não 
absoluta. 
D) O art. 14, §8º, da CF dispõe: “O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes 
condições: I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-seda atividade; II – se 
contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará 
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.”
E) Esta é a alternativa correta. O art. 14, §6º, da CF dispõe: “Para concorrerem a outros 
cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os 
Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito”.
RESPOSTA: E
11. Acerca da nacionalidade, da iniciativa popular de lei, do plebiscito e da disciplina 
constitucional sobre os partidos políticos, assinale a opção correta.
a) A perda de nacionalidade, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional, é 
procedimento administrativo cujo trâmite ocorre no Ministério da Justiça.
b) A CF regulamenta a iniciativa popular de lei tanto no âmbito federal quanto nos 
âmbitos estadual e municipal, fixando as regras e os procedimentos relativos à 
apresentação do projeto de lei.
c) Nas questões de relevância nacional, compete ao Congresso Nacional, mediante 
decreto legislativo, convocar plebiscito; no caso da incorporação, subdivisão ou 
desmembramento de estados, a competência pertence às assembleias legislativas 
dos estados envolvidos.
d) Os partidos políticos com registro no TSE têm direito a acesso gratuito ao rádio e 
à televisão, mas apenas os partidos com representação no Congresso Nacional 
podem receber recursos do fundo partidário.
e) A nacionalidade secundária é adquirida por meio da naturalização, que pode ser 
requerida tanto pelo apátrida como pelo estrangeiro. Mesmo que eles satisfaçam 
os requisitos para a obtenção da naturalização, o Poder Executivo dispõe de 
competência discricionária para concedê-la ou não.
COMENTÁRIO: 
A) O art. 12, §4º, I, da CF dispõe: “Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao 
interesse nacional”. Ou seja, a “perda sanção” depende de ação judicial. 
B) O art. 61, §2º, da CF dispõe: “A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à 
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado 
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento 
dos eleitores de cada um deles.” Questão duvidosa, pois se sabe que as regras de processo 
legislativo previstas na CF/88 são normas de reprodução obrigatória para Estados, DF e 
Municípios. 
C) O art. 49, XV, da CF dispõe: “É da competência exclusiva do Congresso Nacional: XV – 
autorizar referendo e convocar plebiscito” (convocação de plebiscito via decreto legislativo). 
Contudo, o art. 18, §3º, da CF dispõe: “Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se 
ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios 
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e 
do Congresso Nacional, por lei complementar”. Ou seja, depende de lei complementar 
federal.
D) O art. 17, §3º, da CF dispõe: “Somente terão direito a recursos do fundo partidário e 
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que 
alternativamente: I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% 
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um 
mínimo de 2% dos votos válidos em cada uma delas; ou II – tiverem elegido pelo menos 
quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação” 
(ver STF, ADI 1.354).
E) As naturalizações ordinárias (comuns) são discricionárias. 
RESPOSTA: E

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