Buscar

201761DIR_CONSTITUCIONAL_XXIX

Prévia do material em texto

beatrizsantos
Carimbo
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Caro(a) Aluno(a), 
 
 
A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e 
inteligência. Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma 
preparação direcionada, focada nos pontos com maior probabilidade de 
cobrança no seu certame, pode representar a diferença entre aprovação e 
reprovação. 
 
Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS 
ONLINE, concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF - OAB, que tem por premissa 
fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas a 
antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova. 
 
Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, 
levando-se em consideração fatores como banca examinadora e respectivos 
membros (sempre que possível), retrospecto do concurso, incidência temática 
de cada disciplina, momento da economia do país, dentre tantos outros, aliados 
a experiência de Professores de projeção nacional, com larguíssima experiência 
na análise do perfil dos mais diferentes certames públicos. 
 
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método 
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE 
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais 
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso, de modo a, a partir 
do processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma 
experiência diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria 
de preparação para exames profissionais. 
 
Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se 
de uma obsessão. 
 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Francisco Penante 
CEO Ad Verum Suporte Educacional 
 
 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 
SUMÁRIO 
 
1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS ............................................................................................... 1 
1.1 ASPECTOS GERAIS: ........................................................................... 1 
1.2 DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS: ........................ 4 
1.3 DIREITOS SOCIAIS: ............................................................................. 7 
1.4 DIREITOS DA NACIONALIDADE: ...................................................... 11 
1.5 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: ..................................................... 15 
1.6 DIREITOS POLÍTICOS: ...................................................................... 23 
2. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ................................................................. 28 
2.1 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA: ................................ 28 
2.2 ENTES FEDERADOS E DRISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA: ....... 34 
2.3 SEPARAÇÃO DOS PODERES: .......................................................... 38 
3. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDE .................................................. 47 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 1 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Olá querido (a) aluno (a)! Vamos iniciar os estudos de Direito 
Constitucional para o certame ao qual você irá se submeter: A PRIMEIRA FASE 
DA OAB. Vamos juntos para a aprovação? 
Considerada a lei máxima que limita poderes, define os direitos e deveres 
dos cidadãos e organiza o funcionamento do Estado, a Constituição, além de ser 
o pacto fundante do ordenamento supremo de um povo, é um organismo aberto, 
vivo e em constante evolução. Assim sendo, caro (a) aluno (a), é necessário um 
estudo sobre um dos principais ramos do direito- Direito Constitucional. 
 
1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS 
 
1.1 ASPECTOS GERAIS: 
 
Estrutura da Constituição: 
 Preâmbulo: É o anúncio prévio do que está por vir. São as primeiras 
apresentações do texto constitucional, sendo, portanto, uma fonte de 
interpretação para o leitor. Não tem força normativa. 
 Parte Dogmática: Encontrando-se entre o preâmbulo e as normas da ADCT, 
a parte dogmática é um corpo fixo. Vai do art.1º ao 250º. 
 Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT): São normas 
jurídicas temporárias, destinadas a regular situação passageira. Tais normas 
gozam do mesmo status hierárquico que as normas da parte dogmática, 
posto que são formalmente constitucionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O preâmbulo não tem relevância jurídica; sua função é apenas interpretativa, 
servindo, assim, somente para harmonizar a interpretação do texto 
constitucional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
As normas Constitucionais podem ser divididas em dois tipos: 
O preâmbulo tem 
relevância jurídica? 
ATENÇÃO: 
A parte dogmática e o ADCT servem como parâmetro de controle de 
constitucionalidade das leis, ou seja, há inconstitucionalidade de uma nova 
norma caso vá de encontro àquelas. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 2 
a) Originárias: Foram promulgadas em 05 de outubro de 1988. Presunção 
absoluta de constitucionalidade. 
b) Derivadas: São as responsáveis pela transformação da Constituição, ou 
seja, foram necessárias algumas alterações na Carta Magna, as quais 
foram modificadas por meio de emenda. Presunção relativa de 
constitucionalidade. 
 
Classificação das Constituições: 
 Conteúdo: A Constituição pode ser classificada como: material ou formal. A 
primeira sintetiza apenas a decisões políticas fundamentais de um povo, já a 
segunda, é um conjunto de normas que, para serem consideradas 
constitucionais, devem estar aderidas ao texto, ou seja, escritas. A 
Constituição brasileira de 1988 é formal. 
 Forma: A Constituição pode ser classificada como: escrita ou não escrita. A 
primeira é o conjunto de normas que estão de maneira formal e solenemente 
em apenas um documento, já a segunda é aquela que não está pautada em 
apenas um único texto, mas sim em textos esparsos, em usos, costumes, 
convenções, e na própria evolução jurisprudência, ou seja, é uma 
Constituição dispersa e extravagante. 
 Origem: Uma Constituição pode ser classificada como: promulgada, 
outorgada, cesarista ou pactuada. A promulgada é a que conta com a 
participação da população no seu processo político de elaboração. A 
outorgada é aquela que não conta com a participação da população, visto 
que são Constituições impostas de maneira unilateral pelo grupo, governante 
ou agente revolucionário. A cesarista é a Constituição imposta 
unilateralmente pelo grupo, governante ou agente revolucionário, não sendo, 
portanto, democrática. A pactuada é aquela a firmada por um acordo, um 
pacto entre duas forças políticas adversárias. 
 
 
 
 
 
 Estabilidade: A Constituição pode ser classificada como: imutável, fixa, rígida, 
semirrígida ou flexível. A imutável é a que não admite alteração no seu texto. 
A fixa é aquela que, para que haja alteração, há a dependência da 
convocação do próprio poder constituinte originário. A rígida admite alteração 
no seu texto constitucional, entretanto, para que seja alterada, há um 
procedimento mais formal, solene, complexo e dificultoso do que o processo 
de alteração das demais normas não constitucionais. A semirrígida é a que 
compreende a junção da Constituição rígida e flexível, pois a mesma possui 
uma parte que dispensa formalidade para que haja a alteração, e outra que 
exige o formalismo contido na Constituição rígida. A flexível é aquela que não 
há a necessidade de um processo formal, solene, complexo e dificultoso para 
a sua alteração. 
 
 
 
 
Observação: 
No que diz respeito à origem, a Constituição Cidadã de 1988 é promulgada. 
Observação: 
No que diz respeito à estabilidade, a Constituição Cidadã de 1988 é rígida. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estudeAd Verum 3 
 Extensão: pode ser classificada como: sintética ou analítica. A sintética é a 
Constituição mais sucinta, ou seja, se limita a tratar dos princípios básicos 
estruturantes do Estado. Já a analítica é a Constituição minuciosa, detalhista, 
rica em previsões longas, ou seja, seu texto é mais extenso. 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIO 
 
(FGV/TRE-PA/TÉCNICO/2011) Com base no critério da estabilidade, a 
Constituição Federal de 1988 pode ser classificada como: 
 
a) histórica, pois resulta da gradual evolução das tradições, consolidadas como 
normas fundamentais de organização do Estado. 
b) cesarista, pois foi formada com base em um plebiscito a respeito de um projeto 
elaborado pela autoridade máxima da República. 
c) flexível, por admitir modificações em seu texto por iniciativa de membros do 
Congresso Nacional e pelo Presidente da República. 
d) semirrígida, por comportar modificações de seu conteúdo, exceto com relação 
às cláusulas pétreas. 
e) rígida, pois só é alterável mediante a observância de processos mais rigorosos 
e complexos do que os vistos na elaboração de leis comuns. 
 
Gabarito Oficial: Letra E. 
 
Alternativa A. Incorreta. A Constituição brasileira é dogmática, uma vez que a 
mesma fixou os principais dogmas do Estado, além de que é uma Constituição 
elaborada por um dado e determinado momento histórico a partir do qual ela 
começou a viger. 
 
Alternativa B. Incorreta. A Constituição brasileira, por ser aquela que conta com 
a participação popular no seu processo político de elaboração, deve ser 
classificada como promulgada. 
 
Alternativa C. Incorreta. A Constituição brasileira não é flexível, mas sim, rígida, 
pelo fato do processo de alteração na Carta Magna ser mais dificultoso. 
 
Alternativa D. Incorreta. A Constituição brasileira, de fato, permite modificar o 
seu texto, entretanto, de uma forma mais dificultosa, complexa. Por este motivo, 
não é classificada como semirrígida, mas sim, rígida. 
 
Alternativa E. Correta. A Constituição brasileira, para ser alterada, passa por 
um processo mais complexo e dificultoso do que o processo de alteração das 
demais normas não constitucionais. Ou seja, só é alterável mediante a 
observância de processos mais rigorosos e complexos do que os vistos na 
elaboração de leis comuns. 
 
Grau de dificuldade: Médio. 
Observação: 
A Constituição brasileira é um clássico exemplo de Constituição analítica. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 4 
1.2 DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS: 
 
Caro (a) aluno (a), os direitos e deveres individuais e coletivos estão 
regulamentados no artigo 5º, caput, da Constituição Federal, e consagra setenta 
e oito incisos. Diante destes dispositivos, analisaremos aqueles que têm maior 
relevância no certame o qual você irá se submeter. 
 
Art. 5º, caput: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade”. 
 
Percebe-se que o artigo supracitado visa resguardar alguns direitos, são 
eles: vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. 
 
a) Direito à vida: 
A Constituição Federal garante, logo no caput do art. 5º, o direito à vida, este 
direito deve ser visto como o mais importante direito fundamental do ser humano, 
afinal, o gozo dos demais direitos depende dessa condição. Registre-se ainda 
que o dispositivo deve ser analisado conjuntamente com o artigo 1º, III, CF 
(princípio da dignidade da pessoa humana). Consagra-se, portanto, o direito de 
não ser morto e ter uma vida digna, não violando os direitos mínimos civilizatórios 
inerentes ao ser humano. 
 
 
 
 
 
b) Direito à liberdade: 
O direito à liberdade, por ser um direito inerente à própria natureza humana, 
foi consagrado em nossa Constituição sobre suas diversas formas, dentre elas, 
as que merecem maior destaque são: manifestação do pensamento ou opinião, 
locomoção, expressão de atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação e informação. 
 
 
Manifestação do 
pensamento ou 
opinião 
Revela uma liberdade que, para ser exercida, não 
depende de qualquer providência estatal. A CF 
legitima a manifestação de pensamento, entretanto, 
veda o anonimato, tal vedação existe para 
assegurar o direito à resposta. 
 
Locomoção 
Direito de ‘ir, vir e ficar ou permanecer’, desde que a 
locomoção no território nacional seja em tempo de 
paz. 
Expressão de 
atividade intelectual, 
artística, científica e 
de comunicação 
Assegura que o indivíduo obtenha o poder de 
revelar a sua sensibilidade, sensação e criatividade, 
por exemplo, através de uma pintura, música, livro, 
fotografia etc. 
Obs.: O direito à vida não é absoluto, sofre limitação por outro, “seu direito 
começa quando o do outro termina”. Exemplo: 
Artigo 5º, XLVII, CF - não haverá penas: 
 a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, 
XIX; 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 5 
 
Informação 
Abrange três aspectos no ordenamento jurídico 
brasileiro. São elas: o direito de informar, de se 
informar e de ser informado. 
 
c) Direito à igualdade: 
A Constituição Federal garante, no art. 5º, caput e inciso I, o direito à 
igualdade. Tal Carta Magna assegura a igualdade de gêneros, ou seja, entre 
homens e mulheres. 
Esta garantia possui duas espécies, a igualdade formal e a material, vejamos: 
 
 Formal: Todos são iguais perante a lei, ou seja, os direitos e obrigações 
devem estar contidos nos termos da Constituição. Utilizada pelo legislador na 
elaboração das leis e atos normativos. 
 
 Material: Medidas que buscam a efetiva igualdade das pessoas são 
chamadas de atos que consagram a igualdade material, ou seja, são 
atuações que o Estado deve realizar para sentir, na prática, a igualdade entre 
os indivíduos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No que diz respeito aos concursos públicos, o STF limita algumas 
possibilidade de ‘desigualdades’ em relação a sexo, altura, idade, entre outros. 
Contudo, estes casos devem estar previstos na lei e no edital e é necessário que 
a distinção decorra do exercício da atribuição ou profissão. 
 
d) Direito à segurança jurídica: 
A segurança jurídica na Constituição Federal de 1988 pode ser vislumbrada 
no caput do art. 5º, bem como no inciso XXXVI do mesmo dispositivo. A partir 
desta última previsão tem-se que a lei não prejudicará o direito adquirido- já se 
incorporou em definitivo ao patrimônio jurídico do titular-, o ato jurídico perfeito- 
produziu todos os seus efeitos ao tempo da lei anterior- e a coisa julgada- 
sentença a qual não cabe mais recurso. 
Atrelado ao direito à segurança jurídica deve-se mencionar também o direito 
ao devido processo legal, bem como ao contraditório e à ampla defesa. 
 
 
ATENÇÃO: 
Querido (a), aluno (a), é importante destacar que a lei não poderá 
estabelecer tratamento desigual sem uma justificativa efetiva. Podemos, 
neste caso, assimilar a igualdade idealizada por Aristóteles “iguais aos iguais 
e desiguais aos desiguais na medida das desigualdades”. Ou seja, há a 
necessidade, em alguns casos, de tratar pessoas de maneira desigual com 
fim de consagrar a igualdade. Exemplo: Seguir normas de acessibilidade ao 
meio físico para deficiente, para que estes tenham todos os acessos que os 
demais têm. 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 6 
e) Direito à propriedade: 
O direito de propriedade foi assegurado constitucionalmente no art. 5º, XXII, 
da Constituição Federal. Entretanto, no inciso seguinte, tal Carta Magna previu 
que essa propriedade deverá atender a sua função social. Decorre daí a ideia de 
impor limitações à propriedade no sentido de que ela, além de atender os 
desejos e interesses de seu titular, pudesse também responder e servir às 
necessidadesda sociedade. No inciso XXIV, a lei estabelecerá o procedimento 
para a desapropriação por necessidade ou utilidade pública. No inciso XXV, da 
referida Carta há o instituto da requisição administrativa. Ainda sobre este viés, 
no inciso XXVI, o constituinte optou por tutelar a pequena propriedade rural: 
 
Inciso XXVI, 5º, CF: “A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde 
que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de 
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de 
financiar o seu desenvolvimento”. 
 
 
EXERCÍCIO 
 
(FGV/SENADO/TÉCNICO LEGISLATIVO – PROCESSO LEGISLATIVO/2008) 
A Constituição Federal proíbe a pena de morte no Brasil, exceto na 
hipótese de: 
 
a) condenação por crime de terrorismo. 
b) em caso de decretação de estado de sítio. 
c) condenação por crimes hediondos, na forma da lei. 
d) condenação por crime de tortura. 
e) em caso de guerra declarada. 
 
Gabarito Oficial: Letra E. 
 
Alternativa A. Incorreta. Segundo a CF, o crime de terrorismo não é ato que 
decorre em pena de morte. 
 
Alternativa B. Incorreta. Segundo a CF, caso de decretação de estado de sítio 
não decorre em pena de morte. 
 
Alternativa C. Incorreta. Segundo a CF, a condenação em crime hediondo não 
decorre em pena de morte. 
 
Alternativa D. Incorreta. Segundo a CF, a condenação por crime de tortura não 
decorre em pena de morte. 
 
Alternativa E. Correta. Conforme o artigo 5º, inciso XLVII, alínea ‘a’, CF, guerra 
declarada é hipótese de pena de morte: 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX. 
 
Grau de dificuldade: Baixo. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 7 
1.3 DIREITOS SOCIAIS: 
 
Caro (a) aluno (a), os direitos sociais são aqueles que visam assegurar aos 
indivíduos condições materiais imprescindíveis para o pleno exercício dos seus 
direitos, por este motivo, deve, o Estado, realizar uma intervenção na ordem 
social com o intuito de garantir os critérios de justiça distributiva e, 
consequentemente, reduzir as desigualdades sociais. 
A Constituição Federal de 1988, no artigo 6º, descreve de maneira 
bastante genérica os direitos sociais por excelência, tais como: saúde, trabalho, 
lazer, entre outros. Vejamos: 
 
Art. 6º: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição”. 
 
Valido salientar que os direitos sociais são o oferecimento de certas 
prestações por parte do Estado, as quais possibilitam melhores condições de 
vida aos mais fracos, são direitos que tendem a realizar, assim como já vimos, a 
equalização de situações sociais desiguais. 
Os direitos sociais pertencem à segunda dimensão de Direitos 
Fundamentais e estão ligados ao valor da igualdade material. Justificam, assim 
sendo, a existência das escolas públicas, o sistema de saúde público nacional, 
os benefícios auxiliares e previdenciários, a existência de forças policiais, bem 
como outras questões que são adquiridas mediante à atuação do Estado 
brasileiro (normas de eficácia limitada). 
Destarte, com a Constituição Federal de 1988, foram elencadas as 
formalidades para que houvesse um Estado de bem-estar social. Diante dos 
vários direitos sociais previstos no artigo 6º, trataremos, neste capítulo, daqueles 
que têm maior relevância. 
 
 
 
 
 
Educação: 
A Constituição Federal, em seu artigo 6º, consagra a educação como 
sendo um dos direitos sociais mais importantes para o ser humano. Este direito 
tem o objetivo de desenvolver o mínimo necessário para a sobrevivência dos 
indivíduos. 
Para que seja efetivado, o Estado tem o dever de promover políticas 
públicas de acesso à educação de acordo com os princípios elencados na 
própria Carta Magna (art. 206). Ainda, por expressa disposição do art. 208, 
inciso I e § 1º, CF, obriga-se a fornecer educação básica gratuita. 
 
 
 
 
ATENÇÃO: 
Os direitos sociais tem alcance aos brasileiros natos e aos naturalizados. 
ATENÇÃO: 
O STF editou a súmula vinculante de número 12, para evitar a violação do 
disposto no artigo 206, VI, da CF: “A cobrança de taxa de matrícula nas 
universidades públicas viola o disposto no art. 12, VI, da Constituição 
Federal”. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 8 
B 
OAB – FGV – XXIV EOU | 2017: Maria, maior e capaz, reside no 
Município Sigma e tem um filho, Lucas, pessoa com deficiência, com 8 
(oito) anos de idade. Por ser uma pessoa humilde, sem dispor de recursos 
financeiros para arcar com os custos de um colégio particular, Maria 
procura a Secretaria de Educação do Município Sigma para matricular 
seu filho na rede pública. Seu requerimento é encaminhado à assessoria 
jurídica do órgão municipal, para que seja emitido o respectivo parecer 
para a autoridade executiva competente. 
A partir dos fatos narrados, considerando a ordem jurídico-constitucional 
vigente, assinale a afirmativa correta. 
A) O pedido formulado por Maria deve ser indeferido, uma vez que 
incumbe ao Município atuar apenas na educação infantil, a qual é 
prestada até os 5 (cinco) anos de idade por meio de creches e pré-
escolas. Logo, pelo sistema constitucional de repartição de competências, 
Lucas, pela sua idade, deve cursar o Ensino Fundamental em instituição 
estadual de ensino. 
B) O parecer da assessoria jurídica deve ser favorável ao pleito formulado 
por Maria, garantindo ao menor uma vaga na rede de ensino municipal. 
Pode, ainda, alertar que a Constituição da República prevê 
expressamente a possibilidade de a autoridade competente ser 
responsabilizada pelo não oferecimento do ensino obrigatório ou mesmo 
pela sua oferta irregular. 
C) O pleito de Maria deve ser deferido, ressalvando-se que Lucas, por ser 
pessoa com deficiência, necessita de atendimento educacional 
especializado, não podendo ser incluído na rede regular de ensino do 
Município Sigma. 
D) A assessoria jurídica da Secretaria de Educação do Município Sigma 
deve opinar pela rejeição do pedido formulado por Maria, pois incumbe 
privativamente à União, por meio do Ministério da Educação e Cultura 
(MEC), organizar e prestar a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 
(quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade. 
 
GABARITO: alternativa B. 
 
Comentários: 
 
Alternativa A: errada, pois compete ao Município “manter, com a 
cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de 
educação infantil e de ensino fundamental” (art. 30, VI, da CF/88). 
 
Alternativa B: correta, consoante art. 208, § 2º, da CF. 
 
Alternativa C: errada, pois, sendo pessoa com deficiência e necessitando 
de atendimento educacional especializado, Lucas deve ser, 
preferencialmente, inserido na rede regular de ensino (art. 208, III, da 
CF/88). 
 
Alternativa D: errada, pois retrata competência do Estado, de modo geral 
(art. 208, I, da CF), destacando-se que compete ao Município manter os 
programas de educação infantil e ensino fundamental, conforme art. 30, 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 9 
VI, da CF/88. Frise-se, ainda, que os sistemas de ensino devem ser 
organizados de forma colaborativa entre União, Estados-membros, 
Municípios e Distrito Federal, nos termos do art. 211 da CF/88. 
 
Saúde: 
Somente a partir do século XX com o surgimento da Organização Mundial 
de Saúde, foi que este direito passou a ser tratado, pela ordem constitucional 
brasileira, como fundamental. 
 Pelo fato de estar intimamente relacionado ao direito à vida, o artigo 196 
da CF dispõe que: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença 
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviçospara 
sua promoção, proteção e recuperação”. 
A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 6º, bem como no seu artigo 
196, estabelece que o Estado deve agir na efetiva aplicação da saúde, seja esta 
preventiva (medidas com intuito de abster qualquer ato que prejudique a saúde, 
ou seja, prevenindo-as) ou curativa (medidas e prestações estaduais visando o 
tratamento delas). Importante destacar que de acordo com a Constituição 
Federal, a aplicação deste direito deve ser de maneira imediata. 
 
Trabalho: 
De acordo com a CF/88, o trabalho deve ser tido como um direito social, 
e não mais como uma obrigação social, tal como previa a Constituição de 1946. 
Conforme o 6° artigo do rol dos direitos sociais, e dos artigos 7° ao 11° há a 
previsão dos principais direitos para os trabalhadores. 
Pelo fato do trabalho ser o meio mais expressivo de se obter uma 
existência digna, o artigo 170 da CF funda a ordem econômica na valorização 
do trabalho humano e na livre iniciativa, com objetivo de garantir uma existência 
digna a todos. 
 
Moradia: 
O direito à moradia foi inserido na Carta Magna através de Emenda 
Constitucional e, atualmente, encontra-se no artigo 6º da CF. 
Este direito não é necessariamente o direito de possuir uma casa 
própria, mas sim de ter um teto ou abrigo em condições adequadas para 
assegurar uma habitação digna, além de preservar a intimidade pessoal dos 
membros da família (art. 5, X e XI). 
 
Lazer: 
De acordo com a Constituição Federal, o direito a lazer é uma forma de 
promoção social e está relacionado com o direito ao descanso dos 
empregados, bem como ao resgate de energias. 
O Estado, por sua vez, deve fornecer cinema, museu, teatro, praças e 
outras formas de entretimento, com intuito de promover benefícios e causar 
satisfação ao indivíduo. 
 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 10 
EXERCÍCIO 
 
(FGV/ PGE-RO– Técnico da Procuradoria/2015) Irineu informou ao seu 
amigo Edson que pretendia ingressar com uma ação em face do Estado 
para que lhe fosse oferecido um direito social previsto na Constituição 
da República Federativa do Brasil. É correto afirmar que os direitos 
sociais: 
 
a) podem exigir, para a sua efetividade, o oferecimento de certas prestações por 
parte do Estado; 
b) não podem beneficiar uma única pessoa, já que são destinados à sociedade; 
c) são emanações diretas da cidadania, a qual permite a integração do indivíduo 
à sociedade; 
d) asseguram a liberdade do indivíduo perante os poderes constituídos; 
e) somente estão ao alcance dos brasileiros natos, os quais estão integrados à 
sociedade brasileira. 
 
 
Gabarito Oficial: Letra A. 
 
Alternativa A. Correta. Os direitos sociais pertencem à segunda dimensão de 
Direitos Fundamentais, o qual está ligado ao valor da igualdade material. Não 
são meros poderes de agir – como o são as liberdades públicas -, mas 
sim poderes de exigir, chamados, também, de direitos de crédito, como exemplo, 
o lazer. 
 
Alternativa B. Incorreta. Os direitos sociais são de segunda geração e tem o 
objetivo de promover a igualdade. Os direitos sociais fazem parte dos direitos 
fundamentais do indivíduo, sendo assim pode beneficiar tanto uma única 
pessoa, como todos. 
 
Alternativa C. Incorreta. Não é necessário ser cidadão para que o indivíduo 
tenha gozo dos direitos sociais, um claro exemplo é o direito à saúde, que 
abrange a todos os cidadãos, assim como preceitua o artigo 196 da CF. 
Observação: ser cidadão está relacionado à capacidade eleitoral, ou seja, aos 
direitos políticos e não aos direitos sociais. 
 
Alternativa D. Incorreta. O direito à liberdade, de acordo com a Constituição 
Federal de 1988, está previsto no rol dos direitos individuais, sejam eles, o de 
primeira geração. Por este motivo não faz parte dos direitos sociais, mas sim, 
aos direitos individuais. 
 
Alternativa E. Incorreta. Os direitos sociais abrangem todos os brasileiros, 
sejam eles natos ou naturalizados. 
 
Grau de dificuldade: Médio. 
 
 
 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 11 
1.4 DIREITOS DA NACIONALIDADE: 
Querido (a) aluno (a), devemos entender que a nacionalidade é um vínculo de 
natureza política e jurídica que une um indivíduo a determinado Estado 
soberano, ou seja, é um direito (1º geração) que está associado a própria 
identidade do indivíduo. 
 
Espécies de nacionalidade: 
 
 Originária ou primária: É aquela que advinda do nascimento. Poderá ser 
ius sanguinis: a nacionalidade do ascendente determina a nacionalidade 
do descendente; ius soli: a nacionalidade é uma consequência do lugar 
do nascimento; ou critério misto: a nacionalidade é junção do ius sanguinis 
com o ius soli, ou seja, há a uma união das nacionalidades admitindo que 
o indivíduo tenha duas. 
 Secundária ou derivada: Decorre de um ato bilateral. Acontece por uma 
manifestação de vontade. 
 
 
 
 
 
 
 
Conflito de nacionalidade: 
 
 Positivo: Indivíduo que tem mais de uma nacionalidade (polipátrida). 
 Negativo: Indivíduo que não possui nenhuma nacionalidade (apátrida). 
 
 
 
 
 
 
 
Os brasileiros na constituição federal de 1988: 
 
Brasileiro nato: 
Os brasileiros natos são aqueles que estão previstos na Constituição Federal 
de 1988 no art. 12, I, alíneas “a”, “b” e “c”. São natos: 
 
1. Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de país 
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. (critério 
territorial) 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO: 
O Brasil adota o critério misto (espécie originária). É adotado o critério de 
origem territorial como regra geral, mas o critério sanguíneo também é 
admitido em algumas circunstâncias. 
 
ATENÇÃO: 
Dupla nacionalidade ≠ Dupla cidadania 
O indivíduo poderá, por exemplo, ter duas nacionalidades, entretanto poderá 
exercer somente uma cidadania. 
ATENÇÃO: 
Se a questão afirmar que o indivíduo nasceu no mar territorial, é 
importante ter em mente que a área federal é de doze milhas náuticas 
contadas da costa na maré baixa. 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 12 
2. Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que 
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil. (critério 
sanguíneo). 
 
 
 
 
 
 
 
3. Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde 
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a 
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, 
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
São os consulados, embaixadas ou repartições diplomáticas. 
 
Brasileiro naturalizado: 
Os brasileiros naturalizados são aqueles que estão previstos no art. 12, inciso 
II, alíneas “a” e “b”, da Constituição Federal de 1988. São naturalizados: 
 
1. Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas dos 
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano 
ininterrupto e idoneidade moral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Quaisquer estrangeiros, residentes ininterruptamente no Brasil, há mais 
de quinze anos, requerendo a identidade nacional, desde que nesse 
período não tenha sofrido condenação penal. 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO: 
São consideradas a serviço da República Federativa do Brasil todas as 
pessoas que estejam trabalhando tanto pela Administração Pública direta, 
quanto pela Administração pública indireta. 
 
O que se entende por repartição 
brasileira competente? 
ATENÇÃO: 
Os originários de países de Portugal, Angola, Moçambique, Guiné 
Bissau, Goa, Macao, São Tomé, Príncipe, Timor Leste, Cabo Verde, 
Açores, não precisarão seguir todos os requisitos previstos no Estatuto 
do Estrangeiro, é necessário, apenas, possuir residência por um ano 
ininterrupto no Brasil e possuir idoneidade moral. 
 
ATENÇÃO: 
Saídas meramente temporárias não quebram a continuidade dos quinze 
anosininterruptos. 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 13 
 
 
 
 
Mesmo com a possível a existência de distinções (que, de fato, existem), 
não é a lei que tem o poder de estabelecê-las, mas sim a própria Constituição. 
Cumpre, por fim, salientar que uma vez naturalizado brasileiro, o indivíduo 
possui todos os deveres e direitos concedidos ao brasileiro nato, exceto algumas 
funções públicas, como: Presidente e Vice-Presidente da República; Presidente 
da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal; Ministro do Supremo 
Tribunal Federal; carreira diplomática; oficial das Forças Armadas; Ministro de 
Estado da Defesa. 
 
B 
OAB – XXVI EOU | 2018: Afonso, nascido em Portugal e filho de pais 
portugueses, mudou-se para o Brasil ao completar 25 anos, com a 
intenção de advogar no estado da Bahia, local onde moram seus avós 
paternos. Após cumprir todos os requisitos exigidos e ser regularmente 
inscrito nos quadros da OAB local, Afonso permanece, por 13 (treze) anos 
ininterruptos, laborando e residindo em Salvador. 
Com base na hipótese narrada, sobre os direitos políticos e de 
nacionalidade de Afonso, assinale a afirmativa correta. 
A) Afonso somente poderá se tornar cidadão brasileiro quando completar 
15 (quinze) anos ininterruptos de residência na República Federativa do 
Brasil, devendo, ainda, demonstrar que não sofreu qualquer condenação 
penal e requerer a nacionalidade brasileira. 
B) Uma vez comprovada sua idoneidade moral, Afonso poderá, na forma 
da lei, adquirir a qualidade de brasileiro naturalizado e, nessa condição, 
desde que preenchidos os demais pressupostos legais, candidatar-se ao 
cargo de prefeito da cidade de Salvador. 
C) Afonso poderá se naturalizar brasileiro caso demonstre ser 
moralmente idôneo, mas não poderá alistar-se como eleitor ou exercer 
quaisquer dos direitos políticos elencados na Constituição da República 
Federativa do Brasil. 
D) Afonso, por ser originário de país de língua portuguesa, adquirirá a 
qualidade de brasileiro nato ao demonstrar, na forma da lei, residência 
ininterrupta por 1 (um) ano em solo pátrio e idoneidade moral. 
 
Comentários: 
Resposta correta: alternativa “B”. 
 
Alternativa A: INCORRETA, pois, no caso de Afonso, os requisitos seriam 
os descritos no art. 12, II, “a”, da CF/88. 
 
Alternativa B: CORETA, pois o cargo de prefeito não é privativo de 
brasileiro nato (art. 12, § 3º, da CF/88), de modo que Afonso, preenchendo 
os requisitos para a aquisição da qualidade de brasileiro naturalizado, 
poderá concorrer ao cargo (art. 12, §§ 1º e 2º, da CF/88). 
A lei poderá estabelecer distinção 
entre brasileiro nato e naturalizado? 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 14 
 
Alternativa C: INCORRETA. Art. 12, § 1º, da CF/88: “Aos portugueses 
com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de 
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os 
casos previstos nesta Constituição”, sendo possível que Afonso se aliste 
como eleitor, bem como exerça outros direitos políticos. 
 
Alternativa D: INCORRETA, pois, na hipótese de Afonso, preenchidos os 
requisitos da residência ininterrupta por 1 (um) ano em solo pátrio e 
idoneidade moral, por ser originário de país de língua portuguesa, poderá 
ser considerado brasileiro naturalizado (art. 12, II, a, da CF/88), e não 
brasileiro nato (são brasileiros natos aqueles descritos no art. 12, I, da 
CF/88. Afonso não se enquadra em nenhuma dessas hipóteses). 
 
Perda da nacionalidade brasileira: 
Querido (a) candidato (a), após ter em mente o que é brasileiro nato e 
naturalizado, é necessário que aprendamos as causas de perda destas 
nacionalidades. É importante salientar que tanto o brasileiro nato, quanto o 
naturalizado podem vir a perder a nacionalidade brasileira. O primeiro caso 
decorre do fato do brasileiro adquirir outra nacionalidade através de uma 
naturalização voluntária, já o segundo caso é na hipótese de sentença judicial. 
 
De acordo com o art. 12, § 4º: 
Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de 
atividade nociva ao interesse nacional; 
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização pela norma estrangeira, ao brasileiro residente 
em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou 
para o exercício de direitos civis. 
 
O inciso I, aplica-se a apenas ao brasileiro nato, já o inciso II, aplica-se tanto ao 
brasileiro nato, quanto ao naturalizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dependerá da formulação de um requerimento perante o Ministério da Justiça, 
e, posteriormente, a decisão do Presidente da República, por meio de decreto, 
além de que deve estar o brasileiro domiciliado no Brasil. 
Caso o brasileiro adquira outra 
nacionalidade fora desses 
permissivos constitucionais e 
venha a perder a nacionalidade 
brasileira, poderá ele readquiri-la? 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 15 
EXERCÍCIO 
 
(FGV/ OFICIAL DE CHANCELARIA– MRE/2016) Os amigos Ednaldo e José 
Carlos travaram intensa discussão a respeito de sua relação com a 
República Federativa do Brasil. Ednaldo, com 35 anos de idade, nascera 
na Áustria e era filho de pai brasileiro e mãe austríaca, os quais 
trabalhavam em uma organização civil protetora dos animais. Ednaldo 
nunca residiu em território brasileiro. José Carlos, 21 anos de idade, filho 
de pais austríacos, por sua vez, nasceu no Brasil na época em que os 
seus pais trabalhavam na embaixada austríaca, tendo em seguida 
viajado para a Áustria, de onde nunca mais saiu. 
À luz da sistemática constitucional e da análise das informações 
fornecidas na narrativa acima, é correto afirmar, a respeito dos dois 
amigos, que: 
 
a) José Carlos não pode ser considerado brasileiro nato; 
b) Ednaldo é brasileiro nato; 
c) José Carlos é brasileiro nato; 
d) Ednaldo será brasileiro nato caso venha a residir no Brasil; 
e) os amigos somente podem vir a naturalizar-se brasileiros. 
 
Gabarito Oficial: Letra A. 
 
Alternativa A. Correta. Segundo a CF, José Carlos não é considerado brasileiro 
nato, pois os pais estavam no Brasil a serviço da Áustria. 
 Alternativa B. Incorreta. Segundo a CF, Ednaldo não será brasileiro nato. Ele 
nasceu no exterior, filho de pai brasileiro, mas que não estava a serviço da 
República Federativa do Brasil. Somente seria brasileiro nato caso tivesse sido 
registrado em repartição brasileira competente ou viesse a residir no Brasil a 
qualquer tempo e optasse pela nacionalidade brasileira após atingir a 
maioridade. 
 
Alternativa C. Incorreta. Segundo a CF, José Carlos não é considerado 
brasileiro nato, pois os pais estavam no Brasil a serviço da Áustria. 
 
Alternativa D. Incorreta. Segundo a CF, Ednaldo deve residir no Brasil E optar, 
a qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira 
(Art. 12 I "c"). 
 
Alternativa E. Incorreta. José Carlos não cumpriu os requisitos para que o 
estrangeiro se naturalize brasileiro. 
 
Grau de dificuldade: Alto. 
 
1.5 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: 
Querido (a) aluno (a), os Remédios Constitucionais estão postos à disposição 
dos indivíduos, como instrumentos, para provocar a intervenção das autoridades 
competentes, com objetivo de sanar as ilegalidades cometidas contra os direitos 
e interesses individuais. Vejamos quais são: 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 16 
Habeas corpus: 
O art. 5º, LXVIII, do Texto Maior, preceitua que caberá habeas corpus 
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação, 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Assim, 
torna-se nítido quevisa proteger o direito de locomoção: direito de ir, vir e ficar 
ou permanecer (CF, art. 5º, XV). 
 
 
 
 
 
 
 
Remédio Constitucional Legitimidade Ativa 
 
 
Habeas Corpus 
-Pelo Ministério Público; 
-Por qualquer pessoa (o estrangeiro - ainda que 
em trânsito-, o absolutamente incapaz, o 
analfabeto etc.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sim! Desde que seja em favor de terceira pessoa física, sendo denominado 
como impetração em favor de terceiro. Este mesmo raciocínio está direcionado 
ao Ministério Público e à Defensoria Pública, ou seja, são instituições que podem 
impetrar o habeas corpus, mas não têm o condão de ser pacientes, uma vez que 
não exercem o direito de locomoção. 
 
Remédio Constitucional Polo Passivo 
 
 
Habeas Corpus 
-Autoridades públicas (delegado de polícia, juiz, 
tribunal, membro do Ministério Público etc.); 
-Autoridades particulares (hospitais, clínicas 
psiquiátrica etc.). 
 
No que tange as espécies, o habeas corpus poderá ser preventivo ou 
repressivo. O preventivo é no caso em que há uma ameaça em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Já o repressivo acontece quando 
a lesão já foi praticada, ou seja, o objetivo é reparar o dano causado ao direito 
de ir, vir e ficar ou permanecer. Neste caso, o indivíduo deverá pleitear um alvará 
de soltura. 
Importante salientar que no habeas corpus há a possibilidade de haver a 
tutela preventiva, entretanto devem ser preenchidos os requisitos do fumus boni 
iuris e periculum in mora. 
 
ATENÇÃO: 
Segundo o STF, cabe habeas corpus contra decisão judicial que autoriza a 
quebra de sigilo bancário e fiscal em procedimento criminal. 
Pessoa jurídica pode 
impetrar habeas corpus? 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 17 
 
 
 
 
 
 
 
 Por fim, abordaremos as hipóteses de não cabimento. Vejamos a posição 
do STF: 
 
Não é caso para a impetração do ‘habeas corpus’ as hipóteses descritas nas 
súmulas 692 a 695 do STF. De um modo geral, são casos em que não está em 
cheque a liberdade de locomoção: 
692 – Não se conhece de “habeas corpus” contra omissão de relator de 
extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava 
dos autos, nem foi ele provocado a respeito. 
693 – Não cabe “habeas corpus” contra decisão condenatória a pena de multa, 
ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja 
a única cominada. 
694 – Não cabe “habeas corpus” contra a imposição da pena de exclusão de 
militar ou de perda de patente ou de função pública. 
695 – Não cabe “habeas corpus” quando já extinta a pena privativa de liberdade. 
 
Habeas data: 
 Este Remédio Constitucional, querido (a) aluno (a), tem previsão 
constitucional no inciso LXXII do art. 5º, CF e tem objetivo de assegurar o 
conhecimento de informações constante de registro ou banco de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público, além do que serve também 
para retificação de dados, quando não se faça por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
Remédio Constitucional Legitimidade Ativa 
 
 
Habeas Data 
Qualquer pessoa física ou jurídica, de direito 
público ou de direito privado, nacional ou 
estrangeira, residente ou apenas em trânsito no 
território nacional. 
Remédio Constitucional Polo Passivo 
 
 
Habeas Data 
São as entidades governamentais da 
Administração Pública direta e indireta, bem 
como pessoas jurídicas de direito privado que 
sejam detentoras de registros ou bancos de 
dados de caráter público. 
 
ATENÇÃO: 
O habeas corpus possui algumas características pertinentes, são elas: 
1. Dispensa a figura do advogado e, consequentemente, de procuração; 
2. Juntamente com o habeas data, trata-se de uma ação gratuita. 
 
ATENÇÃO: 
Para ser cabível ‘habeas data’, a informação deve ser de caráter pessoal. 
Exceção: referentes a familiares de presos políticos desaparecidos durante 
o regime militar. 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 18 
 
 
 
 
 
Por fim, veremos as hipóteses de não cabimento. São elas: 
-Informação sobre terceiros; 
- Acesso à prova objetiva; 
- Acesso de certidões denegadas (mandado de segurança). 
 
Mandado de Segurança: 
 A previsão constitucional está no art. 5º, incisos LXIX e LXX da 
Constituição Federal e, no âmbito infraconstitucional, na Lei n. 12.016/09, 
conhecida como nova lei do mandado de segurança. 
O mandado de segurança- individual ou coletivo- visa resguardar direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data e quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for uma autoridade pública, ou 
um agente de pessoa jurídica de direito privado no exercício de atribuições do 
poder público. 
 
Remédio Constitucional Legitimidade Ativa 
 
 
Mandado de Segurança 
Individual 
 
O impetrante é o titular do direito líquido e certo, 
podendo ser: 
-Pessoas físicas ou pessoas jurídicas; 
- De direito público ou de direito privado; 
- Nacionais ou estrangeiras; 
- Residentes ou em trânsito no território nacional; 
- Entes despersonalizados; 
 
 
 
Mandado de Segurança 
Coletivo 
 
 
- Partido político com representação no 
Congresso Nacional (tanto interesse dos seus 
membros, como também das finalidades 
partidárias); 
- Organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em 
funcionamento a pelo menos um ano, em defesa 
dos interesses de seus membros ou associados. 
 
Já no polo passivo é possível encontrar as pessoas públicas ou as 
pessoas privadas. Isso porque no inciso LXIX do art. 5º da Carta Magna, há o 
cabimento nos casos em que o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder 
for uma autoridade pública, ou agente de pessoa jurídica de direito privado no 
exercício de atribuições do poder público. 
Importante destacar que o art. 1º, § 1º, da Lei n. 12.016/09, afirma que se 
equiparam às autoridades os representantes ou órgãos de partidos políticos e 
os administradores de entidades autárquicas, assim como os dirigentes de 
pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder 
público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
 
ATENÇÃO: 
O habeas data é um remédio gratuito e sua impetração deve ser realizada 
por um advogado. 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sim! Conforme o art. 6º, caput, da Lei n. 12.016/09, é obrigatória, na 
petição inicial, a inclusão da jurídica a qual se vincula a pessoa coatora. Além do 
que é a autoridade coatora (pessoa jurídica) que possui competência para 
recorrer de uma eventual sentença que seja contrária à posição adotada no ato 
questionado em juízo. 
 
No que tange as espécies, caro aluno, o mandado de segurança poderá 
ser preventivo ou repressivo. O preventivo é no caso em que há uma ameaça ao 
direito líquido e certo, neste caso não há que se falar em prazo para a 
impetração. Já o repressivo acontece quando a lesão já foi praticada, ou seja, já 
houve a violação ao direito líquido e certo, neste caso há um prazo de cento e 
vinte dias contados da ciência do ato impugnado pelo interessado, para o 
ajuizamento da ação (este prazo tem natureza decadencial). 
 Importante salientar que no mandado de segurança há a possibilidade de 
haver a tutela preventiva, entretanto devem ser preenchidos os requisitos do 
fumus boni iuris e periculum in mora. No caso da tutela preventiva, há uma 
diferença envolvendo o mandado de segurança individual do coletivo. Esta 
diferença consiste no fato do mandado de segurança individual não haver a 
necessidade de oitiva (ouvida) da outra partem para a concessão da tutela, já no 
coletivo o juiz deve ouvir a autoridade coatora com pelo menos setenta e duas 
horas antes da autorização desta medida. 
 Por fim, abordaremos as hipóteses de não cabimento do mandado de 
segurança. Vejamos o art. 5ºda Lei n. 12.016/09: 
Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I – De ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução; 
II – De decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III – De decisão judicial transitada em julgado. 
Ação popular: 
A ação popular está disposta no art. 5º, LXXIII, da Carta Magna e na Lei 
nº 4.717/65. Tal remédio visa anular ato lesivo ao patrimônio público, ou de 
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente, ao patrimônio histórico e cultural. 
ATENÇÃO: 
Não pode confundir a autoridade coatora com o réu da ação! 
Autoridade coatora é o agente responsável pela prática do ato e com 
competência para o seu desfazimento. Já o réu é a pessoa jurídica à 
qual está vinculada a autoridade coatora. 
 
É necessário incluir a pessoa 
jurídica, a qual o réu está 
vinculado, na petição inicial? 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 20 
 
 
 
 
 
 
Remédio Constitucional Legitimidade ativa 
 
Ação Popular 
 
Qualquer cidadão (Obs.: não é qualquer 
pessoa, mas sim qualquer CIDADÃO). 
 
No caso da legitimidade ativa, a prova da cidadania para ingresso em juízo 
será feita com o título eleitoral ou documento correspondente. Percebe-se que 
os estrangeiros, apátridas e brasileiros com os direitos políticos perdidos ou 
suspensos não podem figurar na condição de autor da ação popular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Remédio Constitucional Polo passivo 
 
 
 
Ação Popular 
 
 
 
 
Pessoas públicas ou privadas e entidades 
referidas no art. 1º, contra as autoridades, 
funcionários ou administradores que 
houverem autorizado, aprovado, ratificado ou 
praticado o ato impugnado, ou que, por 
omissão, tiverem dado oportunidade à lesão, e 
contra os beneficiários diretos do mesmo 
(Obs.: poderá haver litisconsórcio passivo 
necessário). 
 
No que tange as espécies, caro aluno, a ação popular poderá ser 
preventiva ou repressiva. A preventiva é quando houver a ameaça de lesão ao 
patrimônio comum, já a repressiva é quando a lesão já ocorreu. 
Há, ainda, a possibilidade de haver a tutela preventiva, porém devem ser 
preenchidos os requisitos do fumus boni iuris e periculum in mora. 
 
 
 
 
 
 
 
Mandado de injunção: 
Este remédio constitucional está disposto no art. 5º, LXXI, Constituição Federal 
e na Lei 13.300/16. Conceder-se-á o mandado de injunção sempre que a falta 
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos, liberdades e 
ATENÇÃO: 
Considera-se ato lesivo tanto uma comissão (ação), quanto uma omissão. 
 
, à moralidade administrativa, ao meio ambiente, ao patrimônio histórico e cultural. Lembrando 
que este ato lesivo poderá ser tanto um ato comissivo (ação), quanto um ato omissivo (omissão). 
 
ATENÇÃO: 
O cidadão não está limitado ao seu domicílio eleitoral. Exemplo: O sujeito 
estar inscrito perante a justiça eleitoral no município de Recife-Pernambuco, 
mas pode ajuizar uma ação popular no município de Poções-Bahia. 
ATENÇÃO: 
- O legislador isentou o seu autor do pagamento de custas judiciais e da 
condenação nos honorários de sucumbência, desde que tenha agido de 
boa-fé. 
- Para o ajuizamento da ação indispensável à figura do advogado. 
 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 21 
garantias constitucionais, bem como as prerrogativas inerentes à nacionalidade, 
à soberania e à cidadania. 
 
Remédio Constitucional Legitimidade ativa 
 
 
Mandado de Injunção 
Individual 
 
Pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam 
titulares dos direitos, das liberdades ou das 
prerrogativas referidos no art. 2o e, como 
impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade 
com atribuição para editar a norma 
regulamentadora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mandado de Injunção 
Coletivo 
 
 
 
- Ministério Público, quando a tutela requerida 
for especialmente relevante para a defesa da 
ordem jurídica, do regime democrático ou dos 
interesses sociais ou individuais indisponíveis; 
- Partido político com representação no 
Congresso Nacional; 
- Organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para 
assegurar o exercício de direitos, liberdades e 
prerrogativas em favor da totalidade ou de parte 
de seus membros ou associados, na forma de 
seus estatutos e desde que pertinentes a suas 
finalidades, dispensada, para tanto, 
autorização especial; 
- Defensoria Pública, quando a tutela requerida 
for especialmente relevante para a promoção 
dos direitos humanos e a defesa dos direitos 
individuais e coletivos dos necessitados. 
 
Remédio Constitucional Polo passivo 
 
Mandado de Injunção 
 
 
Poder, órgão ou autoridade. 
 
Válido salientar que a Lei 13.300/16 trouxe uma novidade: possibilidade 
de impetrar o mandado de injunção em face de omissão parcial. Tal possibilidade 
já era acolhida pela doutrina, entretanto agora é positivado. 
Observemos o parágrafo único do artigo segundo da Lei 13.300 que traz 
o conceito de omissão parcial: 
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem 
insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente. 
 
EXERCÍCIO: 
 
(FGV/SEFAZ-RJ/AGENTE TRIBUTÁRIO/2008) Conceder-se-á habeas-data: 
 
a) para assegurar a integridade moral do cidadão. 
b) quando o responsável pela ilegalidade for autoridade pública. 
c) para proteger o direito líquido e certo não amparado por habeas corpus. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 22 
d) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo 
sigiloso, judicial ou administrativo. 
e) quando o responsável pela ilegalidade for agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições de Poder Público. 
 
Gabarito Oficial: Letra D. 
 
De acordo com o artigo 5º, LXXII, ‘b’, CF: 
Conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público. 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo 
sigiloso, judicial ou administrativo; 
 
Alternativa A. Incorreta. A alternativa não corresponde com a Constituição 
Federal vigente. 
Alternativa B. Incorreta. Os responsáveis pela ilegalidade podem ser: 
entidades governamentais da Administração Pública direta e indireta, bem como 
pessoas jurídicas de direito privado que sejam detentoras de registros ou bancos 
de dados de caráter público. 
Alternativa C. Incorreta. A alternativa não corresponde com a Constituição 
Federal vigente. 
Alternativa D. Correta. Segundo a CF, o habeas data será concedido para a 
retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo. 
Alternativa E. Incorreta. Os responsáveis pela ilegalidade podem ser: 
entidades governamentais da Administração Pública direta e indireta, bem como 
pessoas jurídicas de direito privado que sejam detentoras de registros ou bancos 
de dados de caráter público. 
 
Grau de dificuldade: Baixo. 
 
 
EXERCÍCIO 
 
A respeito dos Direitos e Garantias Fundamentais e dos Remédios 
Constitucionais, assinale a afirmativa incorreta. 
 
a) O Habeas Corpus será concedido sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder. 
b) O Mandado de Segurança coletivo pode ser impetrado por partido político 
com representação no Congresso Nacional. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 23 
c) A Ação Popular pode ser proposta por qualquer pessoa, desde que vise a 
anular ato lesivo ao patrimônio público, proteger a moralidade, o meio 
ambiente e o patrimônio histórico e cultural. 
d) O Habeas Data poderá servir deinstrumento para a retificação de dados, 
quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo. 
e) O Mandado de Segurança pode ser proposto tanto contra ato de autoridade 
pública quanto contra ato de agente de pessoas jurídicas privadas no 
exercício de atribuições do poder público. 
 
 
Gabarito Oficial: Letra C. 
 
De acordo com o artigo o art. 5º. LXXIII, CF: 
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular, que vise a anular 
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, 
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência; 
Alternativa A. Correta. A alternativa se encontra totalmente correta. 
Alternativa B. Correta. A alternativa se encontra totalmente correta. 
Alternativa C. Incorreta. Assim como vimos, a ação popular não pode ser 
impetrada por qualquer pessoa. O polo ativo deve ser o CIDADÃO e a prova da 
cidadania para ingresso em juízo será feita com o título eleitoral ou documento 
correspondente. 
 
Alternativa D. Correta. A alternativa se encontra totalmente correta. 
 
Alternativa E. Correta. A alternativa se encontra totalmente correta. 
 
Grau de dificuldade: Alto. 
 
 
1.6 DIREITOS POLÍTICOS: 
 
Querido (a) aluno (a), quando se fala em direitos políticos, deve-se ter em 
mente que se referem a um conjunto de regras que determinam as relações 
sócio-políticas de uma sociedade. 
O titular do Poder Constituinte é o cidadão, sente ele, quem deve exercer a 
vontade política, diretamente ou indiretamente, de acordo com o modelo de 
democracia adotado pela Constituição brasileira. 
Pode-se entender como democracia direta, aquela que se realiza quando o 
cidadão, em pleno gozo de seus direitos políticos, impõe algumas 
manifestações, são elas: participação em referendos, plebiscitos, ajuizamento 
de ação popular, dentre outras. Já a democracia indireta, dar-se-á a quando os 
atos da vida política do país são realizados pelos representantes eleitos. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 24 
 
 
 
 
 
 
 
Direito político positivo: 
 
1. Capacidade eleitoral ativa: 
Direito de votar. Para que este direito seja concretizado é necessário que o 
indivíduo preencha as chamadas condições de alistabilidade, a qual é adquirida 
perante a Justiça eleitoral. Com o título de eleitor em mãos, o cidadão adquire o 
direito de poder votar, de participar de referendos, plebiscito, de propor ação 
popular, de apresentar projetos de leis populares. São desta forma, intervenções 
do cidadão na vida política do país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Plebiscito e Referendo: 
Estes institutos são realizados por meio de consultas populares. O plebiscito 
é uma consulta prévia que se faz aos cidadãos a respeito de determinada 
matéria a ser, posteriormente, discutida pelo Poder Público. Já o referendo é 
uma consulta posterior sobre determinado ato governamental para ratificá-lo, ou 
para conceder-lhe eficácia (condição suspensiva), ou para retirar a eficácia 
(condição resolutiva). 
 
 
 
 
 
 
3. Ação Popular: 
Como já vimos este remédio constitucional é um exercício de direito político 
ativo, uma vez que de acordo com o art. 5°, LXXIII, da Magna Carta, somente 
poderá ser proposta pelo cidadão. 
 
4. Iniciativa popular de apresentação de projetos de lei: 
O cidadão pode apresentar projetos de lei complementar e ordinária, 
desde que satisfaçam os seguintes requisitos firmados pelo art. 61, § 2º, da CF: 
o projeto deve ser subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional 
+ esses eleitores devem estar distribuídos pelo menos por cinco Estados 
brasileiros + e, em cada um desses Estados, o número de eleitores não pode ser 
inferior a três décimos por cento dos eleitores locais. 
ATENÇÃO: 
O art. 14, da CRFB/88 dispõe que a soberania popular será exercida pelo 
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto na forma da lei. 
ATENÇÃO: 
O alisamento eleitoral é obrigatório para os maiores de dezoito anos, e 
facultativos para os analfabetos, os maiores de setenta e para os maiores de 
dezesseis e menores de dezoito anos. 
 
PARA FIXAR: 
Plesbicito: Consulta PRÉVIA. 
Referendo: Consulta POSTERIOR. 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 25 
5. Sufrágio: 
E do Direito Público subjetivo de votar e de ser votado. 
 
6. Voto: 
O voto é o instrumento político através do qual o direito do sufrágio se 
manifesta, ou seja, é o ato que tem por finalidade concretizar e tornar exequível 
o direito de sufrágio. São características constitucionais do voto: pessoal, livre, 
sigiloso, direto, periódico e com valor igual para todos. 
 
 
 
 
 
 
 
7. Capacidade eleitoral passiva: 
Importante destacar que nem todas as pessoas que detém o direito do voto 
poderão ser candidatos. Vejamos o artigo 14, § 3º, da CRFB/88, o qual traz as 
condições de elegibilidade. 
 
São condições genéricas de elegibilidade, com base no art. 14, § 3º, CF: 
I – a nacionalidade brasileira (a nacionalidade originária só é exigida para os 
cargos do art. 12, § 3º); 
II – o pleno exercício dos direitos políticos (não pode estar sofrendo nenhuma 
das restrições do art. 15); 
III – o alistamento eleitoral (que gera a capacidade eleitoral ativa); 
IV – o domicilio eleitoral na circunscrição; 
V – a filiação partidária (pois não se admite candidatura avulsa no país); 
VI – a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente 
da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de 
Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, 
Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito 
anos para Vereador. 
 
 
 
 
 
 
Observação: De acordo com entendimento consolidado pelo Tribunal Superior 
Eleitoral, a idade mínima deve ser comprovada no ato da posse, salvo a do 
vereador que deve ser comprovada no registro de candidatura. 
 
Direito político negativo: 
São limitações do exercício da cidadania, ou seja, situações que o 
indivíduo não poderá participar da vida política ativa ou passiva do país e 
dividem-se em dois principais núcleos: as inelegibilidades (art. 14 da CRFB/88) 
e a perda e suspensão de direitos políticos. Agora estudaremos cada uma 
dessas situações jurídicas. Vamos juntos? 
ATENÇÃO: 
O voto é obrigatório para os maiores de dezoito anos, e facultativos para os 
analfabetos, os maiores de setenta e para os maiores de dezesseis e 
menores de dezoito anos. 
 
ATENÇÃO: 
As idades mínimas, previstas no o art. 12, § 3º, VI, da CF, possuem uma alta 
incidência na prova da Ordem. Cuidado para não cair em “pegadinhas”! 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 26 
1. Inelegibilidade Absoluta: 
Prevista no art. 14, § 4º, CF, a inelegibilidade absoluta veda o sujeito de se 
eleger para qualquer cargo, são os casos dos inalistáveis (estrangeiros e 
conscritos) e dos analfabetos. 
 
2. Inelegibilidade relativa: 
Prevista no artigo 14, parágrafos 5º, 6º e 7º da CF/88, a inelegibilidade 
relativa, privam os cidadãos de serem eleitos apenas para alguns cargos 
eletivos. Vejamos: 
 
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito 
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos 
mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente (reeleição). 
 
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os 
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar 
aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito 
(desincompatibilização). 
 
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes 
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da 
República, de Governador de Estadoou Território, do Distrito Federal, de 
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao 
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição 
(inelegibilidade reflexa). 
 
3. Inelegibilidade reflexa: 
Prevista no art. 14, § 7º, CF, a inelegibilidade reflexa atinge os familiares, ou 
seja, são inelegíveis o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o 
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de 
Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja 
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de 
mandato eletivo e candidato à reeleição. 
Assim, sendo, não poderão cônjuge, companheiro, pai/mãe, avô/avó, filhos, 
netos, irmãos, sogros, genros, noras, cunhados se eleger nos casos previstos 
no art. 14, § 7º, C. Vejamos a tabela abaixo: 
 
CARGO INELEGIBILIDADE DA FAMÍLIA 
 
Prefeito 
Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito pelo mesmo 
Município; 
 
 
Governador de Estado 
Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito pelos 
municípios localizados no mesmo Estado e 
também aos cargos de: Deputado Estadual, 
Deputado Federal, Senador, Governador e Vice-
Governador do mesmo Estado; 
 
Presidente da República 
Não poderão se candidatar a nenhum cargo 
eletivo no país. 
 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 27 
4. Renúncia: 
Este mecanismo é utilizado para afastar a inelegibilidade reflexa, vejamos 
quais são as regra: 
 
►►Caso o titular do Poder Executivo esteja no primeiro mandato e renunciar 
até seis meses antes do pleito eleitoral: 
Neste caso, fica afastada a inelegibilidade reflexa e seus familiares podem 
concorrer a qualquer um dos pleitos eleitorais, até mesmo ao cargo que era 
ocupado pelo renunciante. 
 
►► Caso o titular do Poder Executivo esteja no segundo mandato e renunciar 
até seis meses antes do pleito eleitoral: 
Neste caso, ficará afastada a inelegibilidade reflexa para os demais cargos, 
porém a família não poderá concorrer ao cargo eletivo antes ocupado pelo 
renunciante, uma vez que ficaria caracterizado três mandatos consecutivos na 
mesma família. 
 
5. Perda e suspenção: 
A perda ou suspensão dos direitos políticos constituem exceção à plenitude 
do voto, ou seja, é uma anulação dos direitos políticos positivos caracterizados 
pelo direito de sufrágio (votar e ser votado). 
A perda é a privação definitiva dos direitos políticos positivos e a suspensão 
é a privação temporária dos respectivos direitos, que o simples passar do tempo 
afastará. 
 
 
 
 
 
 
Conforme o art. 15, da CF, são privações dos direitos políticos, conforme: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (perda); 
II - incapacidade civil absoluta (suspensão); 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos 
(suspensão); 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos 
termos do art. 5º, VIII (perda); 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º (suspensão). 
 
 
EXERCÍCIO: 
 
(FGV/OAB NACIONAL/2010) De acordo com a Constituição da República, 
são inalistáveis e inelegíveis: 
 
a) somente os analfabetos e os conscritos. 
b) os estrangeiros, os analfabetos e os conscritos. 
c) somente os estrangeiros e os analfabetos. 
d) somente os estrangeiros e os conscritos. 
ATENÇÃO: 
A cassação – ato arbitrário de retirada de direitos políticos – é vedada pela 
Constituição. 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 28 
Gabarito Oficial: Letra D. 
 
De acordo com o artigo o art. 14º, § 1 e 2º, CF: 
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II - facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
 
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período 
do serviço militar obrigatório, os conscritos. 
 
Alternativa A. Incorreta. De acordo com o § 4º o analfabeto é somente 
inelegível, ou seja, não podem ser votados, mas podem votar. 
 
Alternativa B. Incorreta. Somente os estrangeiros e os conscritos são 
inalistáveis e inelegíveis. Os analfabetos somente são inelegíveis, ou seja, não 
podem ser votados, mas podem votar. 
 
Alternativa C. Incorreta. Os estrangeiros são inalistáveis e inelegíveis. Porém, 
os analfabetos somente são inelegíveis, ou seja, não podem ser votados, mas 
podem votar. 
 
Alternativa D. Correta. Somente os estrangeiros e os conscritos são inalistáveis 
e inelegíveis. 
 
Grau de dificuldade: Médio. 
 
2. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
 
2.1 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA: 
 De acordo com o artigo 18, da Constituição Federal, a organização 
político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos 
desta Constituição. Cada uma dessas ordenações jurídicas tem uma série de 
competências indispensáveis à consecução das suas finalidades. 
Assim, como visto, o Estado Brasileiro possui quatro entidades que no 
âmbito interno não são soberanas, mas sim autônomas, possuindo, cada uma, 
suas competências. 
Competência da União: Art. 20 a 24, CF. 
Competência dos Estados: Art. 25 a 28, CF. 
Competência dos Municípios: Art. 29 a 31, CF. 
Competência do Distrito Federal: Artigo 32, CF. 
 
A autonomia de cada uma das unidades integrantes da nossa federação 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios) garante o poder de auto-
organização. Porém, existem limites a essa autonomia, vejamos as principais: 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 29 
1. A Constituição do Estado (leia-se: SP, MG, RJ, PA, PR, SC, RS, BA, 
etc.) não pode condicionar a nomeação, a exoneração e a destituição dos 
Secretários de Estado à prévia aprovação da Assembleia Legislativa (Poder 
Legislativo Estadual). 
2. A Constituição do Estado não pode fixar a maior ou a menor o quórum 
para aprovação de emendas à Constituição do Estado. 
3. A Constituição do Estado não pode tratar de matérias de iniciativa 
privativa do Chefe do Executivo. 
4. A Constituição do Estado não pode subordinar a nomeação do 
Procurador-geral de Justiça do Estado à prévia aprovação de seu nome pela 
Assembleia Legislativa. 
5. A Constituição do Estado não pode outorgar ao Governador do Estado 
imunidade à prisão em flagrante, à prisão preventiva e à prisão temporária. 
Tampouco pode estabelecer a irresponsabilidade, na vigência do mandato, pelos 
atos estranhos ao exercício de suas funções. 
 6. A Constituição do Estado não pode condicionar a eficácia de convênio 
celebrado pelo Poder Executivo à prévia aprovação do Poder Legislativo. 
7. A Constituição do Estado não pode estabelecer prazo para que os 
detentores de iniciativa privativa apresentem projeto de lei ao Poder Legislativo. 
8. A Constituição do Estado não pode outorgar competência para que a 
Assembleia Legislativa julgue as próprias contas e as dos administradores dos 
Poderes Executivo e Judiciário. Essa competência já foi outorgada aos Tribunais 
de Constas dos Estados pela CF/88. 
9. A Constituição do Estado não pode estabelecer a Monarquia como 
Forma de Governo, nem o Parlamentarismo como Sistema de Governo. 
10. A Constituição do Estado não pode definir os crimes de 
responsabilidade do governador, tampouco cominar as respectivas penas. 
(Súmula 722). 
11. A Constituição do Estado não pode estabelecer que a perda do 
mandato de parlamentar será decidida em votação aberta, em desrespeito ao 
modelo federal, previsto no artigo 55, § 2o da CF/88. 
Intervenção: 
A intervenção é uma medida através da qual se quebra excepcionalmente 
e temporariamente a autonomia de determinado ente federativo, na atual ordem 
constitucional, a regra é de não haver intervenção, entretanto há casos 
específicos que opróprio ordenamento jurídico admite a supressão temporária 
da autonomia administrativa de um ente federado. 
Há duas espécies de intervenção. A primeira é a federal, realizada pela 
União nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios localizados em 
Territórios (arts. 34 e 35, CF). A segunda é a estadual e é realizada pelos 
Estados nos Municípios (art. 35, CF). 
À luz do art. 36 da CF, a decretação da intervenção dependerá: no caso 
de garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da 
Federação, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou 
impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for 
exercida contra o Poder Judiciário; no caso de desobediência à ordem ou 
decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior 
Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; em caso de violação de 
algum dos princípios constitucionais sensíveis (artigo 34, VII), e no caso de 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 30 
recusa à execução de lei federal, de provimento pelo Supremo Tribunal Federal, 
de representação do Procurador-Geral da República. 
 Valido salientar que há a existência de duas intervenções, a primeira, 
chamada de espontânea, intervenção que, por não depender de nenhuma 
provocação, pode ser decretada de ofício pelo Presidente da República (incisos 
I, II, III e V do art. 34 da CF). A segunda é denominada provocada, a qual é 
aquela cuja decretação depende de “provocação” ou de determinadas 
exigências (incisos IV, VI e VII, art. 34 CF). 
 
C 
OAB – XXV EOU | 2018: O Estado Alfa deixou de aplicar, na manutenção 
e no desenvolvimento do ensino, o mínimo exigido da receita resultante de 
impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências. À luz 
desse quadro, algumas associações de estudantes procuram um 
advogado e o questionam se, nessa hipótese, seria possível decretar a 
intervenção federal no Estado Alfa. 
Com base na hipótese narrada, assinale a afirmativa correta. 
A) A intervenção federal da União no Estado Alfa pode ser decretada, ex 
officio, pelo Presidente da República. 
B) A intervenção federal não é possível, pois, por ser um mecanismo 
excepcional, o rol previsto na Constituição que a autoriza é taxativo, não 
contemplando a situação narrada. 
C) A intervenção da União no Estado Alfa dependerá de requerimento do 
Procurador-Geral da República perante o Supremo Tribunal Federal. 
D) A intervenção federal não seria possível, pois a norma constitucional 
que exige a aplicação de percentual mínimo de receita na educação nunca 
foi regulamentada. 
 
Comentários: 
Resposta correta: alternativa “C”. 
 
Alternativa A: INCORRETA, porquanto a situação narrada no enunciado 
não se enquadra nas hipóteses de decretação ex officio de intervenção 
federal pelo Presidente da República (incisos I, II, III e V do art. 34 da CF). 
 
Alternativa B: INCORETA, pois a situação em comento encontra-se 
expressamente contemplada pelo rol de hipóteses em que se autoriza a 
intervenção federal (art. 34, VII, e, da CF). 
 
Alternativa C: CORRETA. Art. 34, VII, e, c/c art. 36, III, ambos da CF. 
 
Alternativa D: INCORRETA, pois o percentual mínimo da receita a ser 
empregado na educação, pelos Estados-membros, é de 25% (vinte e cinco 
por cento), conforme prevê expressamente o art. 212 da CF. 
 
 Referente à intervenção estadual, o art. 35 da CF, estabelece que o 
Estado intervenha em seus Municípios quando: 
I – Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, 
a dívida fundada; 
II – Não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 31 
III – Não tiver sido aplicado o mínimo da receita municipal na manutenção e 
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; 
IV – O Tribunal de Justiça der provimento à representação para assegurar a 
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a 
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. 
 
 
 
Referente ao § 1º do art. 36, CF o decreto de intervenção federal ou 
estadual deverá especificar a amplitude, o prazo e as condições de execução e, 
se couber, nomeará interventor. Ainda, neste dispositivo, o decreto deverá ser 
apreciado pelo Congresso Nacional (federal) ou pela Assembleia Legislativa de 
Estado (estadual), no prazo de 24 horas. 
Quando estiverem cessados os motivos da intervenção, salvo 
impedimento legal, as autoridades afastadas de seus cargos a estes deverão 
voltar. 
Estado de defesa: 
O estado de defesa, disposto no artigo 136, CF, é uma circunstância de 
emergência na qual o Presidente da República concretiza poderes particulares 
para interromper momentaneamente algumas garantias individuais asseguradas 
pela Constituição cuja suspensão se justifica para restabelecer a ordem em 
situações de crise institucional e nas guerras. 
 
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o 
Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou 
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública 
ou a paz social ameaçada por grave e iminente instabilidade institucional ou 
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. 
 
O objetivo principal do estado de defesa é preservar ou restabelecer a 
ordem e a paz social. Este instituto dá-se a partir de decreto emitido pelo 
Presidente da República, sem necessidade de autorização anterior do 
Congresso. Contudo até 24 horas depois de decretado o estado de defesa deve 
o Presidente apresentar a justificativa perante o Congresso e este poderá 
confirmar ou revogar a medida. 
 
 
 
 
 
A 
OAB – XXVI EOU | 2018: Durante ato de protesto político, realizado na 
praça central do Município Alfa, os manifestantes, inflamados por grupos 
oposicionistas, começam a depredar órgãos públicos locais, bem como 
invadem e saqueiam estabelecimentos comerciais, situação que foge do 
controle das forças de segurança. Diante do quadro de evidente 
instabilidade social, o Presidente da República, por Decreto, institui o 
ATENÇÃO: 
A intervenção estadual deve ser decretada pelo respectivo Governador. 
 
ATENÇÃO: 
A duração do estado de defesa deverá ser de no máximo 30 dias, sendo 
admitida apenas uma prorrogação, pelo mesmo período. 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 32 
estado de defesa no Município Alfa por prazo indeterminado, até que seja 
restaurada a ordem pública e a paz social. No Decreto, ainda são fixadas 
restrições aos direitos de reunião e ao sigilo de correspondência e 
comunicação telefônica. 
Acerca do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. 
A) Durante o estado de defesa, podem ser estabelecidas restrições aos 
direitos de reunião e ao sigilo de correspondência e comunicação 
telefônica, mas o referido decreto não poderia estender-se por prazo 
indeterminado, estando em desconformidade com a ordem constitucional. 
B) Ao decretar a medida, o Chefe do Poder Executivo não poderia adotar 
medidas de restrição ao sigilo de correspondência e comunicação 
telefônica, o que denota que o decreto é materialmente inconstitucional. 
C) O decreto é formalmente inconstitucional, porque o Presidente da 
República somente poderia decretar medida tão drástica mediante lei 
previamente aprovada em ambas as casas do Congresso Nacional. 
D) O decreto presidencial, na forma enunciada, não apresenta qualquer 
vício de inconstitucionalidade, sendo assegurada, pelo texto 
constitucional, a possibilidade de o Presidente da República determinar, 
por prazo indeterminado, restrições aos referidos direitos. 
 
Comentários: 
Resposta correta: alternativa “A”. 
 
Alternativa A: CORRETA, conforme art. 136, § 1º, I, e § 2º, da CF/88. 
 
Alternativa B: INCORETA, pois é possível a adoção de medidas de 
restrição

Continue navegando