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FACULDADE ARAGUAIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ASSESSORIA DE IMPRENSA NA COMUNICAÇÃO DIGITAL GÉSSYCA BASÍLIO DE SOUSA E PAULA AS CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE PLANEJAMENTO NA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Goiânia - 2019 GÉSSYCA BASÍLIO DE SOUSA E PAULA AS CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE PLANEJAMENTO NA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora do curso de Pós-graduação em Assessoria de Imprensa na Comunicação Digital da Faculdade Araguaia, como requisito para a obtenção do título de Especialista em Assessoria de Imprensa na Comunicação Digital. Orientador(a): Profa. Esp. Karine Stringheta Goiânia - 2019 GÉSSYCA BASÍLIO DE SOUSA E PAULA AS CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE PLANEJAMENTO NA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Trabalho de Conclusão de Curso DEFENDIDO e APROVADO em , pela Banca Examinadora do Curso de Pós-graduação em Assessoria de Imprensa na Comunicação Digital, constituída pelos membros: Profa. Esp. Karine Stringheta - Orientadora - Prof. M. Carbio Waqued DEDICATÓRIA Dedico esse presente trabalho ao ausente Rafael Pacheco Rodrigues. SUMÁRIO RESUMO ................................................................................................................................................6 ABSTRACT ............................................................................................................................................6 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................7 3 MATERIAL E MÉTODOS ..............................................................................................................12 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................................13 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................15 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................17 5 AS CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE PLANEJAMENTO NA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Géssyca Basílio de Sousa e Paula 1 Karine Stringheta 2 RESUMO A comunicação tem sido apresentada, no mercado empresarial brasileiro, como algo programado e efetivo. O mundo globalizado tem nos exigido uma melhor prática de planejamento para que isso não prejudique o crescimento empresarial. O objetivo principal deste artigo foi identificar e provar quais são estas possíveis consequências. E, para tal, foi utilizado o método de pesquisa dedutivo, como forma de pesquisa qualitativa, de natureza aplicada, objetivo exploratório, através de pesquisa descritiva e bibliográfica. A realidade dos obstáculos encontrados pelos profissionais, nos sistemas de gestão, nos mostram o quanto a falta de planejamento e investimento trazem consequências às organizações. Os estudos apresentados nos permitem afirmar que as equipes de comunicação precisam de liberdade de atuação, estando sempre alinhadas ao objetivo e sentido real da empresa em que atuam. Podendo pensar, planejar e executar um bom planejamento na área. A falta deste posicionamento e visão tem trazido consequências no que tange o financeiro, administrativo e funcionamento da instituição. Palavras-chave: comunicação empresarial; planejamento empresarial; assessoria de comunicação, marketing; endomarketing. THE CONSEQUENCES OF LACK OF BUSINESS COMMUNICATION PLANNING ABSTRACT Communication has been presented in the Brazilian business market as something programmed and effective. The globalized world has required us to practice best planning so that it does not undermine business growth. The main purpose of this article was to identify and prove what these possible consequences are. For this purpose, the deductive research method was used as a form of qualitative research, applied in nature, exploratory objective, through descriptive and bibliographic research. The reality of the obstacles encountered by professionals in management systems shows us how much the lack of planning and investment has consequences for organizations. The studies presented allow us to state that communication teams need freedom of action, always being aligned with the objective and real meaning of the company in which they operate. Being able to think, plan and execute good planning in the area. The lack of this positioning and vision has brought consequences regarding the financial, administrative and operation of the institution. Keywords: business communication; business planning; communication, marketing advice; endomarketing. 1 Acadêmica do curso de Pós-graduação em Assessoria de Imprensa na Comunicação Digital – Faculdade Araguaia. E-mail:gessycabsp@gmail.com 2 Professora, especialista, orientadora do curso de Pós-graduação em Gestão Estratégica de Pessoas e Coaching – Faculdade Araguaia. E-mail karine.stringheta@gmail.com 6 7 1 INTRODUÇÃO Embora a informação e a comunicação têm, cada vez mais, assumido um papel importante na prática de gestão empresarial no mundo globalizado, a falta da prática de planejamento nas organizações tem prejudicado o crescimento das mesmas. A comunicação empresarial estratégica tem encontrado obstáculos devido aos sistemas de gestão que não têm a comunicação como uma de suas prioridades. Para que se tenha uma comunicação empresarial eficiente talvez seja preciso que o profissional tenha conhecimento sobre a sua audiência e quais as maneiras a mensagem é veiculada e filtrada. É preciso que o emissor e receptor se envolvam na mensagem, de forma clara, consensual e democrática, pois os processos de codificação e decodificação de mensagens são vitais para a maximização do processo de comunicação. Atualmente, vivemos em uma sociedade pluralista de organizações - que consiste em uma diversidade de posições, opiniões e pensamentos - e técnica por excelência - onde aparecem organismos cada vez mais especializados. As Revoluções Industriais acarretaram essas grandes transformações. Mas o critério determinante do crescimento empresarial sempre foi a comunicação. É a comunicação que proporciona a união das partes distintas da empresa, produzindo as condições para um trabalho coordenado e com metas programadas. O interesse pelo tema surgiu após inúmeros enfrentamentos no que tange demonstrar a importância da comunicação empresarial à algumas empresas goianas. Um desafio profissional que carrega o peso de continuar empregada ou não. E que enfrenta obstáculos como a prostituição do mercado de trabalho, uma equipe enxuta para realizar todas as tarefas e a sobrecarga do profissional. A escolha de se fazer o trabalho no formato de artigo se dá pelo fato de o mesmo trazer a possibilidade de se apresentar e discutirideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento, com concisão dos dados apresentados. O presente, analisa o quanto a falta de planejamento na área de comunicação de um grupo empresarial pode trazer como consequências no âmbito do marketing e do endomarketing da empresa. E o referencial teórico é construído com base nos objetivos traçados, inicialmente, tendo como foco principal o saber sobre a falta de planejamento e as consequências oriundas disso. Tendo como base: os conhecimentos bibliográficos que tratam sobre o tema, o conhecimento sobre o modelo de gestão e as definições feitas por 8 alguns grupos e o conhecimento e vivência sobre a realidade da comunicação dentro de algumas empresas. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL A teoria da informação, segundo Cardoso (2006), surgiu num contexto em que já se tinha definido os processos comunicacionais como estratégicos para a sociedade. O autor afirma que a comunicação encontrou, nesta teoria, conceitos delimitadores e metodológicos, surgindo, assim, modelos atendidos pela matemática e pela cibernética. Relembrando o modelo da teoria de comunicação de Shannon e Weaver, o doutor em comunicação ressalta que, com o emprego da teoria da informação, resolveu-se um problema social, tornando-o técnico, e se dissolveu os políticos. Mas, o autor, ainda explica que esta abordagem perdeu significado após o conhecimento científico perceber que “no saber” existe uma parte observável e outra interpretativa da realidade, fazendo com que não exista uma verdade absoluta. Embora a teoria, descrita pelo autor, de Shannon e Weaver seja criticada pela apresentação de limites e não garantia da eficácia no processo, é preciso destacar a noção de emissor, receptor, sinal, mensagem, codificação, transmissão e ruídos, tratados por eles, no processo informacional. A abordagem feita por França (2006), baseada no paradigma informacional dos autores, divide emissor e receptor, para tratá-los separadamente. E, de acordo com os processos, citados pela autora, emissor é aquele quem tem função de produzir, codificar e emitir - detendo a iniciativa e o controle ou tendo o servilismo de atender as demandas e desejos da esfera do consumo; e receptor é quem tem a função de receber, decodificar e consumir - detendo um papel passivo, sendo agendado pela mídia e/ou massa, ou como alguém que escolhe o que consumir. E, se levado em consideração alguns conceitos de comunicação e gestão empresarial, a tese apresentada como se a comunicação brasileira fosse estratégica para as organizações empresariais é, segundo Bueno (2005), mais um desejo do que a expressão da verdadeira realidade. O autor afirma que o conceito de comunicação empresarial estratégica tem sido utilizado de maneira equivocada pelos representantes da comunicação. Ele ressalta que a comunicação empresarial brasileira ainda não possui um patamar descrito por profissionais da comunicação, devido à falta de respaldo em cenários 9 pré-estabelecidos, que visam à organização com individualidade, sem a consideração dos concorrentes. A comunicação, para o autor, será um instrumento de inteligência empresarial somente se levar em consideração as teorias de gestão. E, a consolidação desta comunicação está subjugada ao fato de se existir um ambiente estratégico, financeiro e de recursos humanos favoráveis. Bueno (2005) afirma que a comunicação empresarial brasileira tem se fundado e priorizado na intuição dos executivos. E este fato, para o autor, não está em conformidade com a perspectiva estratégica de um todo. O conceito estratégico não é devidamente colocado nos princípios deste tipo de comunicação em nosso país. O autor ainda reforça que o termo “estratégico” é associado de forma frequente na área, mas com leviandade. Ele explica que para a comunicação empresarial entrar em vigor é preciso que se tenha um ambiente específico e propício a isto. E, no Brasil, infelizmente, poucas organizações levam em consideração a administração estratégica, devido a cultura de gestão centralizada. Waechter (2013) ressalta que a comunicação, na atualidade, é a forma de manter uma equipe coesa, funcional e unida, em torno das metas, objetivos e visão da organização. Rego (1986) afirma que a comunicação nas empresas "está relacionada à necessidade de se assegurar eficácia aos atos comunicativos". O autor coloca como condição, para alcançar esse objetivo, os limites dos atos e comportamentos da comunicação. Em seu livro, descreve as atividades tradicionais da comunicação como uma comunicação da área coletiva, em que se busca aumentar a influência, a credibilidade, respeitabilidade e expandir as bases de consentimento. E a subdivide em unidades especializadas: jornalismo, relações públicas, publicidade, editoração, identidade visual e sistema de informação. A comunicação estratégica, segundo Bueno (2005), encontra obstáculos devido aos sistemas de gestão que não adotam uma administração estratégica e excluem a comunicação de suas prioridades. E, para piorar, as equipes estão cada vez mais reduzidas, com profissionais de comunicação que desempenham múltiplos papéis. E essa sobrecarga acaba deixando o profissional com pouco tempo para planejar, o que consequentemente reduz as possibilidades da comunicação. 10 2.3 CANAIS DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Rego (1986) afirma que a troca de informações ou a disseminação delas, no âmbito empresarial, possui duas espécies de canais: os formais e os informais. O autor explica que os formais são os meios oficiais, em que as informações são utilizadas para assegurar a eficiência do funcionamento empresarial, e os informais são aqueles que não foram planejados pela diretoria e que fogem do seu controle, como as expressões e manifestações dos trabalhadores. 2.4 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL X COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL A comunicação empresarial, segundo Cardoso (2006), é essencial para se operar a entidade e está vinculada diretamente com as formas de se significar, valorar e expressar a imagem reconhecida pelo público - interno e externo. Para ele, a comunicação precisa ser entendida como elemento que configura a identidade e cultura de uma empresa. O autor afirma que se uma organização compromete-se com a comunicação estratégica, ela reconhece-se como uma construtora de sentidos e formas de ser. Assim, atinge uma dimensão em que a comunicação organizacional não se restringe aos fenômenos internos, aos setores e/ou departamentos, mas se dedica, também, ao diálogo com os públicos diversos e com o mercado local de concorrência e consumo. “A comunicação assume um papel muito mais abrangente, fazendo referência a tudo que diz respeito à posição social e ao funcionamento da organização, que envolve desde seu clima interno até suas relações institucionais. As empresas precisam abrir portas, reduzir desconfianças e iniciar um diálogo — sem limites — com os formadores de opinião, o que só será possível se as opiniões e posturas da sociedade forem levadas em conta”. (CARDOSO, 2006, p 1140) Cardoso (2006) ressalta que a comunicação deve cumprir um papel social de envolvimento entre emissor e receptor, com um diálogo democrático e aberto. Para ele, a comunicação sem estratégia corre um sério risco de ser irrelevante e de trazer pouco ou nenhum valor à organização. E, neste ponto de vista, a comunicação passa a ser responsabilidade de toda a instituição, incorporando-se à gestão estratégica da organização. A globalização, segundo o autor, muda os papeis das atividades de uma organização. E o que antes era feito por especialistaspassa a ser exercido de maneira 11 compartilhada. Segundo ele, não é possível mais conceber e executar planos, programas ou projetos se isolando da comunicação institucional e mercadológica, tampouco da administração interna e externa. O doutor em comunicação ainda ressalta, nesta visão de mundo, que a comunicação só será completa quando a empresa criar verdadeiros canais que permitam uma comunicação em que os indivíduos possam compartilhar ideias, comportamentos, atitudes e cultura. 2.5 COMUNICAÇÃO X PLANEJAMENTO A comunicação organizacional, segundo Lupetti (2010), trabalha, de forma conjunta, em busca de uma gestão coordenada, voltada à eficácia e eficiência. E para se atingir este patamar, a autora sugere que se elabore um planejamento estratégico, com diretrizes, orientações e estratégicas. A autora destaca três etapas da realização do Plano Estratégico da Comunicação: pesquisa e construção de um diagnóstico; elaboração do planejamento estratégico da comunicação; e gestão estratégica da comunicação. O planejamento estratégico, segundo Lemos et al (2004), é uma das principais ferramentas administrativas para gerenciar informações e mapear possíveis cenários. Os autores ressaltam que o planejamento é uma forma de conduzir a empresa para uma situação desejada. Minimizando as casualidades entorno da empresa. Buscando crescimento, lucratividade e maximizando a gestão. 2.6 PLANEJAMENTO EMPRESARIAL Albuquerque e Assumpção (2011) afirmam que é de fundamental importância que uma empresa saiba se comunicar. E, neste sentido, veem relevância quanto ao fato de se manter e aprimorar a comunicação com o público interno. Os autores ressaltam a importância, também, da utilização de ferramentas tecnológicas que auxiliem na comunicação multimídia voltada para o público interno e externo. Bueno (2005) afirma que a comunicação empresarial estratégica precisa resgatar a importância da comunicação interna, valorizando a diversidade e levando em consideração a estratégia. Atualmente, essa comunicação tem apenas incorporado, precariamente, a perspectiva estratégica. Sobretudo, o autor acredita que esta situação será revertida, devido ao processo crescente de capacitação dos gestores em comunicação empresarial. 12 E levando em consideração as diversas definições existentes, no mundo, sobre o que é cultura, Albuquerque e Assumpção (2011) ressaltam que existe uma cultura referente ao ambiente empresarial. E que esta cultura pode influenciar pessoas através da identidade do grupo, missão e valores. Para os autores, as empresas que não possuem esses conjuntos básicos definidos, não consegue fazer do público interno um propagador da história e visão de negócio da empresa. Para Corrêa (2005), a comunicação empresarial contemporânea tem sido considerada como a área estratégica em organizações e agrupamentos sociais. A autora ressalta que, mesmo com esse crescimento, é preciso se pensar esta comunicação integrada ao planejamento alinhado da organização. A autora ainda afirma que a comunicação organizacional tem a função de estabelecer canais de comunicação e as ferramentas necessárias para que a empresa consiga falar de uma melhor forma com diversos públicos. 3 MATERIAL E MÉTODOS Gerhard e Silveira (2009), afirmam que a pesquisa, além de ser permanentemente inacabável, nada mais é do que a possibilidade de se aproximar um determinado entendimento da realidade a ser investigada. Segundo Tartuce (2006), a forma mais segura que o homem inventara para controlar o movimento de uma determinada situação, com a compreensão adequada, é através dos métodos científicos, aplicados a pesquisas. E para se alcançar a resposta do objetivo geral, foi escolhido o método dedutivo, que, segundo Gerhard e Silveira (2009), baseados em conceitos de René Descartes, parte do geral e desce para o particular, com o intuito de se confirmar a hipótese. O protótipo definido pelo autor nos auxilia a deduzir duas premissas e a partir delas retirar uma terceira, intitulada de conclusão. E dentre os diferentes tipos de pesquisa, no que se refere à abordagem, foi escolhida a pesquisa qualitativa, por se preocupar com o aprofundamento da compreensão de uma organização, grupo social, entre outros. E, por esta ser a total busca de explicação do porquê das coisas, através de diversas abordagens. Segundo Gerhard e Silveira (2009), é um tipo de pesquisa que se preocupa com aspectos da realidade, levando em consideração a compreensão e explicação das relações sociais e com características de 13 objetivação do fenômeno, hierarquização das ações, compreensão, explicação e precisão das relações entre o global e o local. A natureza da pesquisa escolhida foi a aplicada, devido ao objetivo de se gerar conhecimentos para aplicações práticas em relação à solução dos problemas específicos que se referem à comunicação empresarial. Com o objetivo de se proporcionar uma maior familiaridade com o problema, um dos objetivos de pesquisa escolhidos foi o exploratório. Pois este permite que o pesquisador torne o problema explícito através de um levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas relacionadas ao problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão. Para se chegar a determinada conclusão, vê-se necessária a utilização da pesquisa descritiva, que, segundo Triviños (1987), é o tipo de estudo descritivo dos fatos e fenômenos da realidade estudada. Outro objetivo de pesquisa escolhido para determinar o que contribuiu para que se ocorra o fenômeno pesquisado é a explicativa. Que, segundo Gil (2007), é o resultado do porquê das coisas através das apurações oferecidas, e que serve como continuação da pesquisa descritiva. O estudo bibliográfico, nesta pesquisa, carrega os conceitos de Fonseca (2002), que a descreve como um levantamento de referências teóricas, que nos permite conhecer o que já foi estudado sobre o assunto e/ou problema. Vê-se importante, também, o uso da pesquisa documental, que nos permite a análise de documentos e relatórios de empresas analisadas. Fazendo uso, por último, da pesquisa-ação, descritas, também, pelo autor, onde existe a participação do pesquisador na situação investigada, com o intuito de se transformar a realidade observada. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os vários problemas causados por uma comunicação ineficiente, segundo Vazzoler (2016), não se resume em perdas financeiras para a organização. O autor afirma que, dentre essas perdas, podemos destacar o aumento do Turnover, no que diz respeito aos custos de contratação, treinamento, perda de produtividade, erros no serviço, desligamento e outros. Já quanto a falta de comunicação durante as mudanças na empresa, o líder da equipe de marketing de conteúdo da Progic - empresa de tecnologia na cidade de Florianópolis (SC), afirma que afeta negativamente a conduta dos colaboradores. O autor baseia-se em artigos divulgados pela Holmes Report para ressaltar que a falta de 14 comunicação antecipada em casos de mudanças organizacionais gera um aumento de 42% na má conduta. Vazzoler (2016) ainda afirma em sua publicação, no Blog Endomarketing.TV, que a falta de comunicação pode ocasionar acidentes com funcionários no trabalho. O autor baseia-se em informações divulgadas pela US Joint Commission for Hospital Accreditation - instituição sem fins lucrativos que tem acredita organizações e programas de saúde nos Estados Unidos -, para dizer que 70% dos acidentes com os pacientes é devido à falhas na comunicação. E, dentre tantos outros problemas, Eric ressalta que essas faltas na comunicação impactam o valor da empresa,após tantas perdas financeiras, o que pode causar um menor retorno aos acionistas. Em pesquisa, Menan (2011), identificou e listou diversas consequências devido à falta de comunicação, na organização entrevistada, como: índices de produtividade baixos; falta de comprometimento dos funcionários com os objetivos e metas da empresa; clima permanente de desmotivação no trabalho; muita burocratização e pouca funcionalidade nos processos e projetos; ambiente de desentendimento e discórdia entre as lideranças e os funcionários; elevado número de casos de conflitos internos envolvendo diretorias, departamentos, áreas e unidades da empresa; falta de trabalho em equipe; altos números de acidentes de trabalho; elevados e constantes índices de ações e processos trabalhistas. A autora afirma que a falha e/ou falta de comunicação dentro de uma empresa é gerada através de escolhas feitas pelos superiores. Silva (2002) afirma, em sua dissertação de mestrado, que através de um processo de comunicação eficiente é possível otimizar as atividades empresariais, potencializando os resultados. E neste sentido, a comunicação passa a ser vista, pela autora, como uma atividade de apoio que condiciona o desenvolvimento, permeando toda a organização e interligando as atividades. E, baseando-se em outros autores da área, a pesquisadora afirma que a comunicação empresarial eficiente é capaz de orientar todo uma empresa, proporcionando a divulgação e perpetuação dos objetivos funcionais. Ela afirma, ainda, que a comunicação é capaz de aumentar o valor, externamente, dos produtos da empresa e de melhorar o relacionamento com os clientes e fornecedores. Na revista eletrônica Qualitas, Da Silva et al. publicaram, no ano de 2007, um diagnóstico quanto à comunicação interna e o ao plano de comunicação empresarial, dentro do Hospital Regional de Picuí (PB), e, no que se refere aos resultados, os autores 15 ressaltam que: os colaboradores estavam insatisfeitos com a realidade da comunicação interna, e, para eles, deveria ser feito um investimento neste setor; os meios utilizados para informação não eram eficientes e demonstravam um alerta quanto aos funcionários estarem evitando contato com os chefes; a comunicação “boca-a-boca”, informal, era forte e poderia levar a organização à um caos irreparável; e os boatos e conversas paralelas gerados eram compartilhados de forma intensa e isso mostrou uma preocupação quanto à necessidade de se eliminá-los e transparência da empresa no momento de divulgação dos fatos. A empresa pesquisada por Pizzinatto (2008), Comercial Importadora Ltda, atua no comércio de produtos importados, equipamentos de uso florestais, jardinagem, industriais, tratores e motocicletas, em Piracicaba (SP). E, em seus resultados, o autor apresenta que 55% dos funcionários afirmaram que tiveram falhas no atendimento devido à falta informação/comunicação; 46% dos entrevistados afirmaram ter apresentado propostas de melhorias que não chegaram a ser colocadas em prática; 73% já receberam orientações diferentes sobre o mesmo problema; e dentre as sugestões de melhorias na comunicação interna, os funcionários optaram por respeito, obediência, atenção, compreensão, memorandos, metas comuns, dedicação, critérios para comportamento, função e obrigações, direitos e deveres, reuniões para conscientização. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A comunicação empresarial, no Brasil, conforme percebido durante o estudo teórico do trabalho, atualmente, passa por um momento de enfrentamento quanto às gestões das organizações. As escolhas dos gestores têm influenciado no dia a dia das mesmas, trazendo prejuízos ao funcionamento, ao financeiro, à gestão, à administração e, principalmente, à comunicação. A hipótese levantada inicialmente no trabalho sobre a falta de planejamento na comunicação empresarial e suas consequências foi confirmada através dos estudos e pesquisas apresentadas, dos autores: Vazzoler (2016), Menan (2011), Silva (2002), Da Silva et al. (2007) e Pizzinato (2008). A teoria estudada por eles nos mostra o enfrentamento do profissional de comunicação com a cúpula administrativa das organizações, ou seja, a dificuldade em conseguir estabelecer, criar e manter o processo 16 de comunicação interna na empresa entre todos os funcionários. As pesquisas auxiliam no embasamento teórico e na demonstração da realidade quanto às possíveis consequências quando se existe a falta de planejamento e investimento na área da comunicação. A teoria de Vazzoler (2016), em que o prejuízio da organização não é somente com perdas financeiras, o autor traz, conforme visto durante o desenvolver do trabalho, que a falta de comunicação no ambiente organizacional pode ocasionar em danos materiais, morais e estruturais, ou seja, o funcionário por uma infomação mal repassada, pode acabar se machucando caso não desempenhe de forma correta a sua função. Outra situação que pode gerar muito desgaste dentro das empresas, segundo o mesmo autor, é a falta de comunicação entre os próprios gestores que acaba inflcuenciando diretamente no comportamento dos funcionários, podendo levar desmotivação, alta rotatividade e desgaste tanto físico quanto emocional. O gestor que não cria meios de comunicação interna com seus funcionários, conseguindo com que a mesma seja eficaz e assertiva, pode gerar diversos transtornos como ja citado, dentro da empresa, inclusive a levar um processo de rotatividade alto dos funcionários. Dessa forma, sugere-se que novos estudos e pesquisa de campo em empresas de diversos segmentos e portes (micro, pequena, media e grande), sejam realizados, pois acredita-se ser um estudo relevante e que está cada vez mais acentuado dentro das empresas. Por ser, além de teórico, uma representação/exemplificação da área da comunicação dentro das mais diversas empresas, o estudo também auxilia o profissional à ter um peso a mais em suas apresentações dos “por quês” e das necessárias mudanças. 17 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Milena; ASSUMPÇÃO, Douglas. Planejamento da comunicação organizacional: a multimídia na gestão da comunicação interna. Mediação, Belo Horizonte, v. 13, n. 13, jul./dez. de 2011. Disponível em: <http://www.fumec.br/revist as/mediacao/article/view/518/pdf> Acesso em: 26 dez 2018. BUENO, Wilson da Costa. A comunicação empresarial estratégica: Definindo os contornos de um conceito. Conexão – Comunicação e Cultura, UCS, Caxias do Sul, v. 4, n. 7, p. 11-20, jan./jun. 2005. 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