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facilita a manutenção e reposição de peças e escolha da força motriz (eletricidade, Diesel ou vapor). Além desses fatores, deve ser realizado um levantamento topográfico do terreno e um nivelamento do mesmo, procurando-se aproveitar as inclinações naturais, as quais proporcionam maior facilidade em algumas fases das operações, como por exemplo, o pátio de toras estar um nível superior à entrada das toras na serraria. Após tais procedimentos é realizada uma avaliação a fim de se determinar a localização do edifício dentro do terreno, o que será em função do clima (temperaturas médias anuais, insolação, ventos dominantes e chuvas dominantes). Em relação às temperaturas médias anuais, estas são de suma importância, pois determinarão a forma, o tipo de construção e o material utilizado para a construção. A insolação irá determinar a disposição dos pátios e do edifício, para um melhor aproveitamento das horas de sol. O ventos dominantes devem ser na direção do maior eixo da serraria, principalmente quando a força motriz é oriunda de caldeiras, a fim de se prevenir incêndios. No caso das chuvas dominantes, a serraria deve estar na direção das mesmas, o que impede a entrada da chuva na área de trabalho, caso não hajam paredes laterais. É muito importante se ter em mente que na maioria das vezes não é possível uma situação ideal, onde todos os fatores analisados sejam favoráveis. TÉCNICAS E PLANEJAMENTO EM SERRARIAS – Márcio Pereira da Rocha 51 Sendo assim, é importante uma avaliação criteriosa, para que se possa optar pelas melhores condições possíveis. 4.4 DIVISÃO DE UMA SERRARIA Uma serraria bem planejada basicamente deve possuir um pátio de toras, um local para maquinário, um local para classificação e secagem da madeira serrada e um depósito de madeira serrada. É conveniente que todas as dependências da serraria sejam dispostas em linha reta, visando uma maior economia do trabalho. 4.4.1 PÁTIO DE TORAS O pátio de toras, normalmente é constituído de quatro partes: uma ligação com as vias de transporte, local para descarregamento, local para classificação e preparo das toras e depósito de toras já classificadas. O pátio deve ter forma retangular, com o maior comprimento na mesma direção do restante da serraria. A largura e o comprimento são variáveis, dependendo de fatores relacionados às instalações, do volume de produção e do período de estocagem das toras. Em regiões com água em abundância, o pátio de toras pode ser em água, o que é uma boa forma de proteger as toras do ataque de fungos xilófagos. Porém, esta opção dependerá das espécies utilizadas pela serraria, pois as mesmas devem boas condições de flutuação. Quando o pátio for em terra firme, este deverá apresentar algumas características importantes: deve ser seco, não apresentar declives acima de 5%, possibilitar que seja um nível um pouco superior ao da serraria, ter boa comunicação com rodovias e as toras não devem ser descarregadas em contato direto com o solo. Em serrarias maiores as estradas no pátio devem apresentar duas vias, para uma maior facilidade de movimentação de máquinas e veículos. TÉCNICAS E PLANEJAMENTO EM SERRARIAS – Márcio Pereira da Rocha 52 4.4.2 LOCAL PARA MAQUINÁRIO O edifício que abrigará todo o maquinário de desdobro da serraria não deve apresentar colunas interiores, pois estas prejudicam as operações. Deverá ainda ser disposto no mesmo nível do pátio de toras ou levemente inferior. Em relação ao tamanho do prédio, as dimensões dependerão do maquinário utilizado, das dimensões das toras e do volume de produção da serraria. As dimensões mais comuns variam de 25 a 60 m de comprimento por 6 a 12 m de largura. O prédio onde se encontra o maquinário é basicamente constituído pelos seguintes setores: - Setor de maquinário principal: onde se encontram as serras para desdobro de toras. Em todas as máquinas deve haver uma pequena mesa ou bancada para anotação de dados de produção e colocação de ferramentas usadas na máquina. - Setor de maquinário secundário: local onde se encontram instaladas as máquinas de desdobro secundário e de reaproveitamento, como resserras, canteadeiras, destopadeiras, etc. - Sala de afiação: local onde são executadas todas as operações de manutenção e afiação das ferramentas cortantes. É muito importante que a iluminação na sala de afiação seja abundante. - Casa de força: deve localizar-se separadamente da indústria e ser preferencialmente construída com material não inflamável. - Escritório ou gerência: instalado em local que permita uma visão completa de todas as operações realizadas na indústria. Se possível deve ter amplas janelas ou paredes de vidro e estar num plano mais elevado que o da indústria. - Vestiário e refeitório: são indicados somente para grandes serrarias e devem ter uma área de aproximadamente 1m2 por operário. TÉCNICAS E PLANEJAMENTO EM SERRARIAS – Márcio Pereira da Rocha 53 4.5 LAYOUT DA SERRARIA Definidos os equipamentos necessários para a produção desejada, deve ser feito um estudo criterioso sobre a forma de disposição e localização deste equipamentos. Para um bom fluxo de produção, os equipamentos devem estar dispostos em linha reta, evitando-se ao máximo mudanças de fluxo em ângulos e que se evite o retrocesso das peças no fluxo. 4.5.1 DISTÂNCIA ENTRE OS EQUIPAMENTOS O principal fator que irá determinar a distância entre os equipamentos é o comprimento das toras a serem desdobradas e consequentemente das pecas serradas. Portanto, a distância mínima entre os equipamentos deverá ser o dobro do comprimento máximo das toras. No caso de serrarias com pouca automação, esta distância permite um breve acúmulo de peças. Caso haja interrupção nas operações do equipamento subsequente. Já no caso de serrarias automatizadas, esta distância propicia ao controlador do processo, um pequeno intervalo de tempo para que o mesmo possa interromper o fluxo produtivo sem causar danos aos equipamentos. Distâncias muito longas entre os equipamentos também não são convenientes. Pois no caso de serrarias pouco automatizadas, provocam um aumento de mão de obra, diminuem a eficiência e aumentam os riscos de acidente. No caso das serrarias automatizadas, longas distâncias aumentam o consumo de energia e de desgaste e consumo de equipamentos de transporte, podendo também diminuir a produção ou eficiência da serraria. 4.5.2 DISTRIBUIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS Este aspecto deve ser cautelosamente observado, pois é muito importante, a fim de se facilitar o manuseio ou transporte das peças dentro da área de operação. Desta forma, evita-se que o acúmulo das peças entre os equipamentos TÉCNICAS E PLANEJAMENTO EM SERRARIAS – Márcio Pereira da Rocha 54 prejudique o fluxo normal de processamento, reduzindo as possibilidades de acidentes, principalmente quando as serrarias são pouco automatizadas. 4.5.3 DEFINIÇÃO DA ÁREA COBERTA Na maioria das vezes, este aspecto é observado de forma incorreta. Normalmente, em um barracão já construído, são colocados na forma mais adequada possível, todos os equipamentos necessários para uma serraria executar suas operações. O procedimento correto é, após a definição das posições e distâncias dos equipamentos, se projetar o edifício. As estruturas para a cobertura devem ser suspensas nas duas laterais do prédio, evitando-se a colocação de pilares na área interna da serraria, o que prejudica o bom andamento das operações. Para se facilitar o manuseio das toras do pátio até a máquina de desdobro principal, a dimensão maior do prédio deverá estar disposta paralelamente à rampa de retirada das toras. 4.5.4 SEÇÃO DE MANUTENÇÃO DE SERRAS Se a serraria executar as operações