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TÉCNICAS CONSTRUTIVAS E SERRARIA ADEQUADA PARA TORAS DE GRANDE PORTE(1)

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Sociedade Cultural e Educacional de Garça 
Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF
XXV Simpósio de Ciências Aplicadas e IV Simpósio Internacional da FAEF
Sociedade Cultural e Educacional de Garça 
Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF
XXIII Simpósio de Ciências Aplicadas e II Simpósio Internacional da FAEF
TÉCNICAS CONSTRUTIVAS E SERRARIA ADEQUADA PARA TORAS DE GRANDE PORTE 
 BENITIS, Kauane1, 
PUCCI, Felipe2, 
RIBEIRO, Nathana³.
RESUMO
O resumo deverá ser escrito em Times New Roman tamanho 10 com letras minúsculas com espaçamento entre linhas simples e sem recuo na primeira linha. Será escrito em parágrafo único justificado com no máximo 100 palavras. 
Palavras chave: de três a cinco palavras-chave que identificam o trabalho, colocadas em ordem alfabética.
ABSTRACT
O abstract deve seguir uma tradução fiel do resumo, obedecendo às mesmas normas, configurações.
Keywords: deve ser uma tradução fiel das palavras-chave.
1. INTRODUÇÃO
O homem utiliza a madeira como material para construção há milênios, desde o início do processo de sedentarismo da humanidade, com a fundação dos primeiros assentamentos, até as cidades contemporâneas.Muitas técnicas construtivas ao longo deste período foram desenvolvidas utilizando a madeira como elemento estrutural chave, e muitas destas técnicas são aplicadas ainda hoje, porém, utilizando o concreto armado em sua substituição (SOUTO, 2016).
A madeira apresenta vantagens importantes que dificilmente serão superadas pelo concreto ou qualquer outro material não orgânico, como boa relação resistência-peso, ser renovável, custo atrativo em relação ao aço e concreto, versatilidade para industrialização, ótimo conforto térmico e acústico além de sua produção ser limpa com menor consumo de energia e consumo Carbono livre (SOUTO, 2016).
Como principais desvantagens a madeira é um material de baixa resistência ao fogo e a deterioração, provocada por organismos vivos que a consomem. Tais desvantagens podem ser facilmente solucionadas. No caso da deterioração, alguns produtos químicos podem ser aplicados para impedir a proliferação de fungos, bactérias e insetos. Em relação aos incêndios, é um ótimo combustível, porém um péssimo condutor de calor, sendo assim a madeira mantém a temperatura em seu interior por mais tempo (SOUTO, 2016).
A produção de madeira serrada ocorre principalmente nas serrarias e sua produção de madeira serrada já era realizada desde 6 mil anos antes de Cristo, quando os egípcios utilizavam tábuas e pranchões na confecção dos sarcófagos. Nas serraria ou empresas do seguimento as toras são recebidas, estocadas e processadas em madeira serrada, sendo posteriormente armazenadas por um determinado período para secagem. Pode ser encontrados no interior da serraria unidades de beneficiamento ou anexados à serraria(MININI, 2021).
A produção da madeira serrada ocorre basicamente com o desdobro principal e o desdobro secundário, onde o principal reduz as dimensões para facilitar a trabalhabilidade e o secundário subdivide após o desdobro principal par outros fins (MININI, 2021).
Em função do exposto, no qual a madeira tem grande importância e utilidade desde a antiguidade, o trabalho teve como objetivo mostrar através de revisão bibliográfica as técnicas construtivas utilizando madeira e a serraria em toras de grande porte.
2. DESENVOLVIMENTO
	
O presente resumo foi realizado através de revisão bibliográfica, baseado em pesquisas, resumos, artigos, monografias e teses a respeito de técnicas construtivas utilizando madeira e serraria em toras de grande porte. 
2.1 Revisão de literatura 
2.1.1 Técnicas construtivas utilizando a madeira
2.1.1.1 Madeira na construção da antiguidade
Durante milênios o carpinteiro foi o profissional mais requisitado na construção civil. A madeira era utilizada em tudo, desde casas, estruturas defensivas e os templos religiosos, estes últimos apresentando desafios cada vez maiores para o construtor, como vãos e torres cada vez mais altas.
Muitos exemplos de construções religiosas antigas em madeira são encontrados no extremo oriente como os templos xintoístas, no Japão, com mais de 2000 anos de idade que resistem bravamente às intempéries climáticas e aos abalos sísmicos comuns na região. Na Europa existem ruínas de cidades do período neolítico construídas inteiramente com madeira. Estas casas eram construídas apenas enfileirando e agrupando os troncos das árvores.
A disposição de troncos na vertical permite resistência à compressão, originária da cobertura, devido a distribuição da carga seguir em paralelo com as fibras da madeira. Mesmo assim, não ganhou muita preferência, pois apresentava pouca estabilidade, devido à falta de travamento, e pouca estanqueidade, enquanto os troncos na horizontal disponibilizam mais estabilidade, porém permanecia a baixa estanqueidade. Utilizavam musgo para preencher os vazios e a pele de animais ou tecidos para cobrir as paredes, obtendo a estanqueidade necessária. Esse sistema de construção mais tarde seria classificado como Loghomes, numa tradução livre: “casas de tronco”.
2.1.1.2 Construção de madeira na península ibérica
Na península ibérica e nas colônias latino-americanas a construção com madeira era conhecida como pau-a-pique, taipa de mão, barro armado, taipa de sopapo, gaiola ou simplesmente, taipa.
Um esqueleto de madeira era formado pelas peças verticais conhecidas
como “esteio”, pelas peças horizontais superiores o “frechal” e pelas peças
horizontais inferiores os “baldrames”, este esqueleto era firmemente amarrado em
uma estrutura de madeira trançada (pau-a-pique) e esta estrutura era coberta com
barro, argila e areia ou outras misturas que permitam estanqueidade a estrutura.
2.1.1.3 Enxaimel (Heavy wood frame)
Contemporâneo ao pau-a-pique, outra técnica ganha força nos territórios que hoje compõem a moderna Alemanha. Criada durante a Idade Média a técnica construtiva conhecida como “Enxaimel” é precursora das técnicas mais modernas de construção com madeira. No enxaimel as toras das árvores eram cortadas em grandes vigas, robustas e pesadas (Heavy Timber ou Heavy Wood Frame), quadriculares ou retangulares que devidamente encaixadas formam um esqueleto estrutural deixando a construção rígida, sendo muito semelhante com as construções de concreto pré-fabricado modernas.
Como curiosidade, esta estrutura de madeira permitia tanta estabilidade que muitas vezes não existia a necessidade de utilizar estacas fincadas no solo para dar estabilidade, o grande peso da estrutura somado ao pé-direito baixo já permitiam esta estabilidade.
Após a estrutura ser erguida era instalado o telhado. Só após ele ser completamente montado as paredes deveriam ser preenchidas com a vedação disponível, onde inicialmente era utilizado o adobe e após alvenaria, sem função estrutural, apenas para vedação.
2.1.1.4 Light wood frame
O Light Wood Frame é subdividido em duas formas o Ballon Frame (estrutura em balão) e o Platform Frame System (estrutura em plataforma). O sistema Ballon Frame foi desenvolvido primeiro. Na prática as fachadas são levantadas com montantes contínuos em toda a sua altura e as vigas de laje ligam-se diretamente nestes montantes, depois são travadas transversalmente por tábuas corridas formando assim os pisos, sendo que as ligações são feitas apenas com pregos.
Como desvantagens, têm a dificuldade em achar peças com o tamanho adequado para formar os montantes, a dificuldade na execução tendo em vista que as partes devem ser erguidas ao mesmo tempo e por fim o comportamento com relação ao fogo. Como as partes formam uma continuidade total entre os pisos, um incêndio que danifique uma pequena parte da estrutura pode provocar um colapso total desta.
O Platform Frame é a evolução do Ballon Frame, e foi desenvolvido para corrigir as falhas do sistema anterior. Inicialmente os sistemas são bem semelhantes, montantes verticais espaçados a uma distância em média de 60 cm, são travados por vigas horizontais. A principal diferença é o tamanho destes montantesverticais, como foi apresentado anteriormente no Ballon Frame o montante têm a altura total da fachada (1,2,3 pisos) já no Platform Frame os montantes têm a altura de um piso apenas e após erguidos eles são revestidos por estruturas de madeira processada ou madeira engenheirada, e esse revestimento garante o funcionamento de toda a estrutura como um corpo único.
O Platform Frame é mais fácil de ser construído pois permite que cada parede seja montada separadamente e após as vigas de laje são colocadas. O comportamento com relação a incêndios também é mais eficiente pois existe uma maior separação entre os pisos.
2.1.2 Serraria em toras de grande porte editar
A produção da madeira serrada ocorre basicamente em duas operações:
i) desdobro principal (Figura 1 a e b), realizado com equipamentos de grandes dimensões, as toras são cortadas longitudinalmente e transversalmente e possui a função de reduzir as dimensões das toras em peças de mais fácil trabalhabilidade;
ii) desdobro secundário (Figura 1c e d), realizado logo após o desdobro principal, utiliza equipamentos menores, principalmente serra circular, visa a redução das dimensões das peças ou o dimensionamento final das mesmas e subdivide-se em resserragem, reaproveitamento, refilo ou canteagem e destopo (Rocha, 2002)
	A qualidade da tora é muito importante para a produção da madeira serrada. Pois
sua avaliação leva em consideração a dimensão, a forma, os defeitos na superfície rolan-
te e nas pontas, além do estado fitossanitário da tora (IBDF, 1984; Vital, 2008; Luz et al.,2020). No caso da madeira serrada, as características observadas são: inclinação da grã, rachaduras, empenamentos, entre outros (IBDF, 1983). O uso da madeira serrada também pode depender das suas propriedades físicas e mecânicas (ABNT, 1997).
A produção de madeira serrada depende de fatores como a qualidade da matéria prima, dos equipamentos utilizados, dos métodos de corte e da qualificação da mão de obra (Williston, 1976). O rendimento é um importante parâmetro para avaliação da produção de madeira serrada na serraria e, consequentemente, o sucesso de um empreendimento madeireiro. Sua aferição é realizada com a relação entre o volume de toras serradas num período e o volume de madeira serrada obtido destas toras, conforme a Equação1: (1)
O rendimento para a produção de madeira de espécies amazônicas está entre 19% e 74%, com elevada variação devido a defeitos nas toras, como por exemplo, conicidade,
rachaduras, achatamento e diâmetro das extremidades das toras. Com isso, é essencial a padronização do desdobro segundo as propriedades de cada espécie, uma vez que, irá impactar no rendimento de madeira serrada (Luz et al., 2020).
A qualidade da matéria prima tem influência direta nessa variável e na qualidade final da madeira serrada de reflorestamento também (Murara Júnior et al., 2013; Marchesan, 2012). A produção de madeira serrada do gênero Pinus e Eucalyptus, no Brasil, apresentam rendimentos entre 25 e 63% (Monteiro et al., 2017; Juizo et al., 2018; Müler et al., 2019).
Entre algumas medidas para otimizar o aproveitamento das toras e, consequentemente aumentar o rendimento da serraria, está a organização das toras por classes diamétricas e o estabelecimento de modelos de desdobro, de acordo com cada uma dessas classes (Williston, 1976; Ferreira et al., 2004; Juizo et al., 2015; Muller
et al., 2017; Carmo et al., 2020).
No Brasil, a cadeia produtiva das toras de reflorestamentos, principalmente de
Pinus no sul do país, permitiu o desenvolvimento de serrarias com elevada produção e maior uso de sistemas de automação nestas indústrias. Além disso, a competição no setor florestal com produto de maior valor agregado (PMVA), como a celulose. Isso foi possível devido a venda de madeira serrada para o mercado externo e, consequentemente ganhos com a venda em moeda forte, como por exemplo, o dólar americano ou euro. A integração das serrarias com indústrias de molduras, pisos, móveis e outros PMVA foi importante para a alta produção da madeira serrada e o uso de modernos equipamentos nestas indústrias.
No entanto, ainda hoje muitos são os desafios para o processamento mecânico das toras de reflorestamentos. A presença do lenho juvenil e da tensão de crescimento são fatores presentes na madeira desta indústria e devem ser considerados para a produção de madeira serrada (Kojima et al., 2011; Palermo et al., 2015). Essas características intrínsecas nas árvores, são responsáveis pelo surgimento de defeitos nas toras e, consequentemente, são repassados para a madeira serrada, como as rachaduras, fissuras, defeitos de empenamento e de contrações (Muller et al., 2017; Nascimento et al., 2019). Além disso, a maior parte das espécies do gênero Eucalyptus apresenta alguns desafios para a secagem e usinagem da sua madeira e estão relacionados principalmente às características anatômicas e físicas da madeira (Calonego, Severo 2005; Silva et al., 2005).
http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/pIriEN1ErCdNeHD_2014-4-16-16-42-52.pdf
https://cointer.institutoidv.org/inscricao/pdvagro/uploadsAnais/RENDIMENTO-EM-MADEIRA-SERRADA-DE-TORAS-DE-PEQUENO-DI%C3%82METRO-EM-SERRARIA-DE-GRANDE-PORTE.pdf
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do conteúdo abordado no Desenvolvimento, apresente as considerações apontando as potencialidades da pesquisa, sugestões para futuros. Importante responder nesse item o objetivo da sua pesquisa. 
 
4. REFERÊNCIAS
SOUTO, Luciano Gustavo et al. Técnicas construtivas utilizando madeira e sua evolução histórica. Ignis: Periódico Científico de Arquitetura e Urbanismo, Engenharias e Tecnologia da Informação, p. 62-76, 2016.
MININI, Daniela et al. Qualidade e processamento da madeira serrada no Brasil: estado da arte. 2021
1Discente do curso de xxxxxxx da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail: joaosouza@faef.br
2Docente do curso de xxxxxxx da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF; E-mail:toledo@faef.br

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