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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL MARIA EDINALVA LISBOA DE AVIZ ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ENFRENTAMENTO A EVASÃO ESCOLAR NO BRASIL Paragominas 2019 MARIA EDINALVA LISBOA DE AVIZ ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ENFRENTAMENTO A EVASÃO ESCOLAR NO BRASIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. Orientador: Prof.ª Milene Alves Secon Dedico este trabalho primeiramente a Deus que me deu forças e sabedoria para vencer mais uma etapa de minha vida. Dedico ainda a todos que contribuíram para mais essa realização e, principalmente, aqueles que acreditaram numa educação de qualidade fundamentada no compromisso, na ética profissional e na dedicação. AGRADECIMENTOS Após tantos obstáculos enfrentados ao longo desta caminhada, com força de vontade, perseverança e acima de tudo comprometimento finalmente consegui realizar este trabalho, no entanto nada teria conquistado se não fosse à presença daqueles que me ajudaram durante esta minha trajetória. Assim deixo meus agradecimentos: Primeiramente a Deus que me deu forças, clareza, nitidez para alcançar e ultrapassar a cada obstáculo me tornando mais fortes a cada um deles, pois sem Ele nada disso seria possível. A família e principalmente ao meu companheiro de vida Paulo Sérgio Miranda da Silva por sua paciência, compreensão e companheirismo em todos as vezes que teve que me trazer e me esperar até o termino das aulas e por trabalhar incansável para não deixar que faltasse o recurso para as mensalidades. A esta instituição, direção e administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbro. Aos professores que fizeram parte de toda minha trajetória educacional, assim como suas respectivas instituições, por me proporcionar o conhecimento, não apenas racional, mas de crítica perante a sociedade e a manifestação do caráter e afetividade da educação no processo de formação profissional. As minhas Tutoras de sala Roseane e Poliara por ter feito parte da minha formação transmitindo seus conhecimentos com paciência e dedicação. A minha orientadora: Prof.ª Valquiria Dias Caprioli por sua amizade, dedicação, paciência, compreensão e acreditar em mim, na formação e desenvolvimento deste estudo. A todas as colegas de graduação que dividiram comigo o mesmo espaço, as mesmas dificuldades e principalmente ao meu grupo de Portfólio que muitas das vezes foi difícil compreende-las, mas que juntas encontramos forças para prosseguir na caminhada, isso porque tínhamos um foco que era chegar até aqui. Meu muito obrigada! “O papel do trabalhador social que optou pela mudança não pode ser outro senão o de atuar e refletir com os indivíduos com quem trabalha para conscientizar-se junto com eles, isto implica a necessidade constante do trabalhador social de ampliar cada vez mais seus conhecimentos, não só do ponto de vista de seus métodos e técnicas de ação, mas também dos limites objetivos com os quais se enfrenta no seu quefazer”. (Paulo Freire) Maria Edinalva Lisboa de Aviz. ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ENFRENTAMENTO A EVASÃO ESCOLAR NO BRASIL. Paragominas/PA 2019, título (Bacharel em Serviço Social), faculdade de Serviço Social - Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, Polo de Paragominas/PA 2019. RESUMO Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) tem por objetivo, problematizar a partir das revisões de literaturas, A Atuação do Assistente Social no Enfrentamento a Evasão Escolar no Brasil. O tipo de pesquisa utilizada para o estudo foi à pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa, com caráter descritivo. Tendo em vista os objetivos foi realizado o levantamento das fontes bibliográficas pertinentes ao tema que se constituiu de livros de leitura corrente, teses, dissertações, monografias, livros de referência e periódicos científicos. A coleta de dados foi realizada através da leitura sistematizada das obras selecionadas, que organizados e feito o registro dos dados coletados. Para análise dos resultados foi utilizado o método de análise de conteúdo, que foram divididos em categorias teóricas. Evidenciando as principais atribuições e competências que o (a) Assistente Social possui e contribuirão ao enfretamento das expressões da questão social, expressa por este campo de atuação. Contudo nota-se que a temática constitui um desafio para o Serviço Social, o que demanda discussão e produção teórica sobre o tema, com o objetivo de contribuir com novos projetos sociais na política de educação, por entender que o assistente social está na qualidade de mediador social no campo de atuação, na desenvoltura de ações estratégicas e preventivas, visando o bem-estar social, no acesso e conquista dos direitos constitucionais garantidos da permanência e da acolhida na referida política de educação dentro de seu código de ética, coerente com o projeto ético-político profissional, que, por sua vez reconhece as particularidades da atuação do/a Assistente Social no âmbito educacional. Palavras-Chave: Educação; Evasão Escolar; Assistente Social. SUMARIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 08 CAPITULO I: A EDUCAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL ANTES E PÓS CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988......................................................................................................11 CAPITULO II: UMA ANALISE SOBRE A EVASÃO ESCOLA NO BRASIL..................16 2.1 Fatores que impulsionam crianças e adolescentes a prática da evasão escolar ..................................................................................................................... 18 2.1.2 O Trabalho..........................................................................................................19 2.1.2 A Família.............................................................................................................20 2.1.3 O Professor.........................................................................................................21 2.1.4 A Escola…..........................................................................................................22 2.1.5 A falta de Interesse..............................................................................................24 2.1.6 O Bullyng............................................................................................................24 2.1.7 Gravidez na adolescência...................................................................................25 2.1.8 Atividades Ilegais................................................................................................25 CAPITULO III: O (A) ASSISTENTE SOCIAL NO ENFRENTAMENTO A EVASÃO ESCOLAR...................................................................................................................28 3.1 Articulação teoria e prática do (a) Assistente Social.........................................32 3.2 A importância da formação continuada para o (a) Assistente Social..............34 3.3 As Legislações e documentos que norteiam a Política de Educação..............36 3.4 As Legislações que norteiam o trabalho do (a) Assistente Social na Política Nacional de Educação...............................................................................................37 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................48 4 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS........................................................................44 8 1 INTRODUÇAO O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) tem como tema: Atuação do Assistente Social no Enfrentamento a Evasão Escolar no Brasil. A escolha desse tema tem o objetivo de conhecer o campo de atuação do profissional de serviço social, como este desenvolve suas instrumentalidades adquirida através do acumulo teórico obtido em sua formação acadêmica. Foram surgindo questionamentos sobre a eficácia da educação escolar no país, no sentido de garantias de direitos, diante das novas complexidades que este campo de atuação expressa e que de forma direta ou indiretamente interfere na vida dos sujeitos presentes neste campo. Sob este aspecto, surgiu o desafio de problematizar o porquê de uma parcela de crianças, adolescentes e jovens estão afastados dos âmbitos escolares e a cada dia apesar da educação escolar estar sempre se atualizando, a evasão é constante tanto na esfera privada quanto na pública. Dessa forma o mesmo contextualiza a educação no Brasil, fazendo um breve passeio na história da educação, trazendo referencial teóricos de autores que dão margens a uma educação de qualidade assim como também as legislações que fazem com que a educação como direito instituído através da Constituição Federal de 1988, em determinados momentos de seu processo de desenvolvimento como Política Pública, seja executada com eficiência e toda eficácia com ensino de qualidade e gratuidade para seus usuários. Para isso, o (a) próprio Assistente Social, ciente de sua formação, deve perceber o espaço escolar, como um campo de intervenção para além da Política de Educação, um espaço amplo de dinâmica e complexidades da vida social, passível de articulação entre uma prática pedagógica e social, diante do contexto das diversidades que perpassam nesses âmbitos, que o presente trabalho tem como objetivo geral analisar a relação teoria e prática na atuação profissional, no enfrentamento as questões sociais no sentido de conhecer como se dá esse processo para que crianças ou adolescente não evadam e busquem firmar seus laços socioinstitucionais como direito ao acesso a política. Tendo por objetivos específicos discorrer no processo histórico da Política Nacional de Educação (PNE), antes e pós Constituição Federal (CF) de 1988; proporcionar uma visualização em diferentes contextos, seja ele histórico por fazer 9 uma breve viagem na análise dos fatores inerentes entre escolas e o processo que leva criança, adolescentes e jovens a não permanência no ambiente escolar; identificar quais são as atribuições e competências do assistente social na educação escolar, na desenvoltura dos instrumentais da profissão. Bem como conhecer as demandas que este campo apresenta, que são passiveis de intervenção para este profissional e discorrer nas legislações e documentos que dão norte tanto para a Política Nacional de Educação como para o profissional de Serviço Social tramitar nos espaços institucionais. Nestes contextos da realidade de vulneráveis, a presença do Assistente Social na escola pode representar a existência de mais um profissional a contribuir na efetivação dos direitos de crianças e adolescentes. Fatos que este vai discorrer, começando pela gênese do intelecto humano, considerando como ponto que até não pode ser o mais importante para muitos especialistas do assunto, mais que sem este caminho não chegaremos aos objetivos que almejamos. Assim, a partir da revisão de literatura do tema, foi iniciado a busca em torno das categorias teóricas que perpassam toda a temática desta pesquisa, o que subsidiou a apreensão da análise dos resultados da pesquisa. Deste modo, o presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), no que diz respeito ao seu referencial teórico está dividido em três capítulos. O primeiro descoremos sobre a Política de Educação no Brasil antes e pós constituição federal de 1988, o segundo discorre sobre a Evasão Escolar, que traz um sub tópico; Fatores que impulsionam os alunos a Evasão Escolar, no mesmo vem acompanhado de oito fatores referentes a pratica da Evasão Escolar, que formam pequenos sub tópicos e o terceiro sinalizando as ações, atribuições e competências que o (a) Assistente Social desempenha na educação escolar e que contribuirá ao enfrentamento das expressões da questão social presentes neste contexto, dentro do assunto que estão separados em quatro sub tópico, vem discorrendo sobre as articulações teórica e pratica do profissional e a importância da formação continuada dos (a) mesmo, as legislações que norteiam tanto a Política de Educação quanto o profissional Assistente Social nesta política. Portanto, a relevância da pesquisa se destaca no trabalho do assistente social inserido na educação escolar, sinalizando as principais discussões 10 teóricas sobre o tema, além da sua relevância no processo de transformação da educação brasileira, no sentido do alcance de um ensino público de qualidade, democrático, laico e universalizado. Deixando claro que para isso, devem ser entendidos e superados desafios e contradições que perpassam este espaço. Assim como também na carência de elaborar estudos, através da pesquisa científica, que possibilite formas de enfretamento, respostas e argumentos, capazes de contribuir com as ações a serem executadas neste campo de atuação, no sentindo das garantias de direitos e de formação para cidadania. Portanto na construção deste trabalho cientifico foram utilizados diversos autores conceituados como Carlos da Fonseca Brandão, Elaine Rossetti Behring, Ivanete Boschetti, Paulo Freire, Revista Almeida, Maria Piana, entre outros e como também as principais Leis e Documentos que norteiam tanto a referente política, quanto também os referenciais teóricos e metodológico do (a) profissional assistente social. Diante de todo contexto da vida em sociedade, entendemos que o tema é muito pertinente se levarmos em consideração a educação não apenas como um processo de ensino e aprendizagem, mas sim como uma necessidade para qualquer ser humano, e mais do que tudo como um direito social e universal. É nessa concepção que adentramos neste assunto na busca por conhecimento dos princípios que norteiam a profissão do assistente social instituída no código de ética profissional como a defesa intransigente dos direitos humanos como este profissional articula não só na teoria mais na pratica do dia-a-dia das escolas de nosso País na conquista dos direitos cidadãos para o exercício da cidadania. Então discorreremos a seguir, que está leitura seja prazerosa e proveitosa, tanto para os profissionais quanto para estudantes e estagiários. 11 I CAPITULO: A EDUCAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL ANTES E PÓS CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Neste capitulo I, destacaremos a educação formal na gênese de seu desenvolvimento em processo de construção como política em diversas fases da história do Brasil e como um direito social garantido a partir da Constituição Federal de 1988, sendo descrito em seu artigo 205 como um “direito de todos e dever do Estado e da família” (BRASIL, 2010, p. 136). Por todo o país, as escolas públicas vivem momentos de ressignificação de suas funções socioculturais, políticas e pedagógicas. É cada vez maior a responsabilidade das escolas públicas com a formação integral dos estudantes de todas as classes sociais, para que eles conheçam seus direitos e deveres e saibam participar com autonomia nas decisões da comunidade como cidadãos. Dessa forma, com o passar dos séculos, as escolas foram se modificando e se direcionando para outro modelo de educação. O cenário escolar, com a estrutura que vemos atualmente (século XXI), veio surgir por influência da Europa que no século XII voltaram as instituições para os interesses intelectuais e estruturais da sociedade, além de continuar com um viés católico e filantrópico. No Brasil a educação foi implantada com a chegada dos portugueses, por volta de 1549 através dos padres jesuítas que acompanhavam a coroa portuguesa, como único ensino formal existente no Brasil, sobretudo no nível secundário e com o intuito de formação sacerdotal. O ensino da Campainha de Jesus perdurou por um período de 2010 anos, após esses longos anos os padres foram expulsos pelo Marques de Pombal, que já visionava um novo modelo pedagógico importado da Europa. O mesmo decreto que retirou os padres do território brasileiro, introduziu o ensino público como: a academia de militares, o curso superior de direito e medicina, biblioteca real e o jardim botânico. Apenas na Era Vargas (1930 e 1945), quando Getúlio Vargas assume o poder em um governo provisório, um período bastante conturbado por um momento de desenvolvimento industrial, dando um novo rumo para educação, na qual deixou de exercer o modelo clássico, no mesmo ano foi criado educação e saúde pública, com 12 apenas um ano de mandato cria um decreto sancionando o ensino público nas universidades brasileiras, após passar o governo provisório, Getúlio é eleito e promulga uma nova CF, que dá direito a educação a todos cidadãos. Porem em 1937, surge uma nova forma de governo o chamado Estado Novo que sanciona a lei retirando o direito a educação, nesse período nasce a UNE e novamente a educação sofre mudanças, mas não como deveria, só após 1945, com o retorno de Getúlio ao poder, uma nova lei entra em vigor a educação passa a ser redemocratizada, finaliza o Estado Novo. Foram muitas reformas ao longo desses períodos de governos, pois a cada mudança, uma nova Carta Magna era elaborada, um momento de muito avanço para educação, onde ela passa a ser considerada um direito de todos, com a nova LDB surgiu inúmeras discussões e movimentos sociais em torno da nova lei. Novamente Getúlio chega ao poder agora por votos populares, levanta uma nova temática pela mudança de educação, a chamada escola-classe e a escola-parque, assim em seu governo a educação passa a ser ministrada por um ministério próprio. Em 1956 após o suicídio de Getúlio o país passa a ser governado por JK, que priorizou a indústria, o desenvolvimento econômico, deixando de lado a educação, causando um grande descontentamento nos profissionais da educação, momento de grande tenção para a rede pública e privada do país, uma discussão que perdurou até a aprovação da nova lei 4.024-LDB em 1961, tendo em base condições não favoráveis, por dá suporte financeiros as escolas particulares e pouca atenção as públicas, levando os profissionais de Pernambuco, desenvolver uma nova forma de ensino para jovens e adultos, tendo como mentor dessa nova pedagogia Paulo Freire, repercutindo por tudo país e formando cidadãos de Brasil a fora. Um método de ensino que trouxe muito avanço para educação, foi baseado nesse método que foi elaborado o Plano Nacional de Educação (PNE) e o Programa Nacional de Alfabetização. Porém não se estabilizou, os opositores censuraram, onde questionavam o novo método pedagógico não ser compatível, com que eles acreditavam, apenas estratégias políticas porque a pedagogia de Paulo Freire, formava e fazia os cidadãos para sociedade. Chegando a Constituição de 1967 a educação passa a ser um direito universal, gratuita e compulsória dos sete aos quatorze anos para o ensino primário, 13 estendendo a gratuidade do ensino público secundário àqueles que demonstrassem insuficiência de recursos; para tanto, ampliou o percentual de impostos destinados ao financiamento e manutenção da educação (art. 176, § 4º), nesse momento a ensino passa a fazer parte de um sistema de financiamento, ofertado por empresas privadas aos filhos dos empregados que trabalhavam nas ditas empresas. No decorrer da história em pleno processo de desenvolvimento econômico, cultural e político a educação brasileira enfrentou grandes problemas em várias etapas de sua conquista, à cada fase uma nova emenda constitucional. Em 1969, praticamente o modelo de ensino continua o mesmo com relação aos recursos e financiamento da educação, contendo várias restrições. Vejamos o Art. 7 da constituição de 1966 a seguir: 7. “Art. 176. A educação, inspirada no princípio da unidade nacional e nos ideais de liberdade e solidariedade humana, é direito de todos e dever do Estado, e será dada no lar e na escola. § 1º O ensino será ministrado nos diferentes graus pelos Poderes Públicos. § 2º Respeitadas as disposições legais, o ensino é livre à iniciativa particular, a qual merecerá o amparo técnico e financeiro dos Poderes Públicos, inclusive mediante bolsas de estudos. § 3º A legislação do ensino adotará os seguintes princípios e normas: I - o ensino primário somente será ministrado na língua nacional; II - o ensino primário é obrigatório para todos, dos sete aos quatorze anos, e gratuito nos estabelecimentos oficiais; III - o ensino público será igualmente gratuito para quantos, no nível médio e no superior, demonstrarem efetivo aproveitamento e provarem falta ou insuficiência de recursos; IV - o Poder Público substituirá, gradativamente, o regime de gratuidade no ensino médio e no superior pelo sistema de concessão de bolsas de estudos, mediante restituição, que a lei regulará” . Disponível em: <<www.planalto.gov.br>>. Acesso em 27/08/2019. Mesmo diante de diversas constituições, só a partir de 1985 a política educacional obteve melhorias por efetivadas lutas, com vista na conquista lenta e histórica construída por meio da luta de classes de trabalhadores e dos movimentos sociais refletindo sentimento e o desejo de vivenciar a cidadania. Dessa forma os movimentos populares conseguiram para nossa sociedade redigido e outorgado no Art. 1º da LDBE-Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (CF), tendo como obrigação do Estado e da família manter as crianças na escola desde o maternal ao ensino médio, um ensino gratuito de qualidade. 14 A educação como direito de todos só veio assumir seu posicionamento de fato após a constituição Federal de 1988, a única lei até o momento que traz todo um aparato legal. A Constituição Federal de 1988 proclama que a educação pública brasileira tem como missão não só proporcionar ao educando seu pleno desenvolvimento, mas também a função social de formar cidadãos. Por conseguinte, seu Artigo 205° específica como dever da família, do Estado e da sociedade civil, garantir ao educando seu integral desenvolvimento bem como seu preparo para o exercício da cidadania (BRASIL, 2012). Segundo Almeida (2000), a Política de Educação no Brasil vem sofrendo mudanças significativas nos últimos anos. Atualmente, sua função estratégica, caracteriza-se pelo destaque na esfera econômica e cultural, em decorrência de alguns fatores como a política neoliberal, a incorporação da ciência como força produtiva e a crise de superacumulação, que, juntos, vêm acarretando profundas transformações nas relações de trabalho. Fazendo referencias as palavras de Almeida (2000), ao constatar as mudanças com relação a uma educação de qualidade de ensino em nosso país, quanto a sua universalização e promoção, recai sobre a sociedade o paradigma que acompanha todas as políticas sociais públicas na execução dos serviços à população a não abrangências das demandas, levando ao fracassão desses serviços. Pois a conjuntura que envolvem e contribuem para o crescimento e fortalecimento da política, principalmente a de educação que é a questão em foco aqui, ainda é bastante carente, longe da eficiência e eficácia. Portanto, segundo Brandão (2004), esse princípio teria uma relevância maior se fosse especificada na Constituição claramente como competência de o Estado promover que crianças e adolescentes em idade escolar tenham acesso garantido a este direito, bem como sua permanência na escola. Sob a perspectiva de competência, todas as vezes que o Estado não oferecesse vagas a todos ou não conseguisse manter o educando na escola poderia ser responsabilizado. Porem ao constatar a veracidade da responsabilidade que a política educacional tem com os cidadãos e seus filhos em garantir sua plenitude, concretude, eficiência e eficácia, não depende só de a gestão escolar fazer com que dê certo, 15 sabemos que há uma má distribuição de renda, executar um serviço de qualidade depende de uma rede de apoio em torno dessa política, são inúmeras as barreiras que a gestão de escolas públicas precisa ultrapassar. Encontrar um culpado quando os serviços prestados não estão ofertados com exatidão não trará melhorias aos serviços na execução da política, pois o necessário é encontrar solução para resolução da problemática. 16 Assim diante de inúmeras questões em torno da Política Nacional de Educação (PNE) adentramos no II capítulo que discorre sobre uma realidade social historicamente difícil de ser entendida, porém um assunto bastante debatido no decorrer de várias décadas que é a evasão escolar e em contrapartida uma imensa complexidade que caminha na bagagem contribuindo para as desistências de alunos em suas fases de desenvolvimento como cidadãos e de seus intelectos. Vejamos a seguir. II CAPITULO: EVASÃO ESCOLA NO BRASIL A evasão escolar é algo notório nos cenários das escolas públicas, principalmente nas partes mais carentes da população, segundo estudos, essa pratica começa ainda no ensino fundamental e se intensifica no ensino médio levando uma grande parte da sociedade a não concluir seus estudos, trazendo grandes consequências e desajustes na sociedade. Segundo Fávero (2006) compreende como evasão escolar, o abandono do aluno em determinado curso, incluindo aqueles que se matriculam e não iniciam as aulas. Indo além, Machado (2009) evidencia que a temática evasão escolar é amplamente discutida, mas ainda persiste e está presente em todas as esferas da educação, mostrando-se um fenômeno de características genéricas e não pontuais. A educação em um modo geral é um grande desafio para nosso País, ao longo da história muitos problemas educacionais já foram superados, como por exemplo as ofertas de vagas que nas últimas décadas aumentaram, temos também os investimentos, que por mais que ainda não são os almejados já aumentaram bastante. Apesar da evolução da Educação, a Evasão Escolar é uma anomalia preocupante, tanto para a Gestão de escolas Pública como a da Privada. O fracasso escolar vem se tornando um quadro alarmante por estar evidenciando e acarretando muitos problemas sociais na sociedade. Infelizmente é uma preocupação com fundamentos históricos, pois uma criança/adolescente ou jovem deixar de frequentar a instituição de ensino é renunciar o direito ao acesso à educação, é uma decisão inconsequente que atrai graves consequências futuras como por exemplo, o número de analfabetismo 17 funcional, salários baixos ou até mesmo não ter um salário mínimo o que leva a maior dependência de programas oferecido pelo Governo Federal e mais, sofre frustação ao nível de desenvolvimento pessoal do indivíduo. A redução da evasão e da retenção escolar compõe o rol de objetivos do PNAES, juntamente com a democratização das condições de permanência dos estudantes, a minimização dos efeitos das desigualdades sociais na permanência dos jovens na Educação federal superior e a contribuição para a promoção da inclusão social pela Educação. Todos os objetivos estão conectados e têm valor grandioso no que se propõe e tem a Educação a sua via de realização. Porém, a não realização de um deles impede que todos os outros se realizem. A vinculação da contenção da evasão escolar aos objetivos do PNAES ressalta a finalidade do programa: a permanência dos estudantes nas instituições de ensino. Todos os objetivos do PNAES se entrelaçam na medida em que constroem possibilidades concretas de permanência e conclusão dos cursos pelos estudantes. A evasão escolar é o abandono seguido da não conclusão de um curso. Para Baggi e Lopes (2011), a evasão é compreendida como um fenômeno social complexo, definido como a interrupção no ciclo de estudos. Em pesquisa bibliográfica realizada pelas autoras: A evasão em sentido amplo é tratada pelos autores como a saída do aluno da instituição antes da conclusão do seu curso. As distinções entre os estudos de casos encontrados ocorrem em relação ao objeto de estudo, à teoria, ao método para identificação da evasão e aos resultados das pesquisas realizadas. (BAGGI: LOPES, 2011, p.370) O não frequentar a escola é uma questão social que englobam os cenários educacionais públicas e particulares em nosso País, referente as causas das desistências e evasão, são em uma diversidade e, porém, muito complexas. Assim ao questionar sua complexidade chegamos a alguns fatores que por sua vez nem sempre são determinantes para justificar as causas e consequências, apenas dão uma margem para que alunos na fase estudantil abandonem as cadeiras das instituições e cometam a evasão escolar. Descoremos nestes fatores a seguir. 18 2.1 Fatores que impulsionam crianças e adolescentes a prática da evasão escolar Para o Ministério da Educação aponta como principais causas da evasão escolar o desinteresse da família, a falta de incentivos, a necessidade de trabalhar juntamente com a oferta de trabalho, a dificuldade de absorção do conteúdo passado em sala de aula, conflitos com colegas e desentendimento com professores, além da reprovação. Para que fique bem claro vale ressaltar que a evasão escolar não é um caso restrito brasileiro e nem uma questão nova, apenas ainda não foram desenvolvidas medidas estratégicas que de fato venha contribuir, para que o problema venha ser estagnado e assim com intrepidez, desenvolver projetos sociais que dão apoio, só então será seguro apontar políticas públicas para diminuir a evasão e o abandono de jovens nas escolas. Não existe de fato uma relação exata para a motivação de crianças ou adolescente por considerar que o aluno invasor pode ser reflexo de uma complexidade de fatores que ocasionam as condições para não permanência nas instituições, são questões que ultrapassam os seus âmbitos, por estar interligada diretamente ao contexto social, cultural, econômico e político deste educando. Portanto, para entender, a evasão escolar, são necessários discernimento pois estamos diante de diversas e múltiplas as situações e obstáculos que envolve a questão social. Podemos destacar alguns motivos que vareiam de acordo com as fases escolares que a crianças ou adolescente se encontra, como por exemplo: No Fundamental I que vai do 1º ao 5º ano, os motivos muitas das vezes estão relacionados a questão do transporte, de como esse aluno vai fazer o trajeto de sua residência até a escola. Para que fique bem claro, vale ressaltar que, estamos falando de alunos que variam de seis (6) anos a dez (10), são alunos que dependem da compreensão dos pais, por ser crianças totalmente dependentes e vulneráveis. Além disso esse motivo é um dos que estão relacionados mais nas áreas rurais, pôr as escolas estarem situadas muito longe das residências. 19 Já no ensino fundamental II do 6º ao 9º ano e no médio, os fatores são completamente diferentes, vejamos os mais comuns nos dias atuais. 2.1.1 O trabalho Segundo estudos, o trabalho está em primeiro lugar nos gráficos do IBGE como causador de evasão escolar, isso porque há uma imensurável dificuldade de o jovem conciliar os estudos com o emprego. A precária situação sócia- econômica de muitas famílias conduzem muitos dos jovens a procurar um emprego, existe mesmo que velada, uma pressão familiar diante das dificuldades financeiras e de uma sociedade consumista, o que impulsiona muitos jovens a se lançarem no mercado de trabalho por se sentirem compelidos a ajudar financeiramente a contribuir nas despesas domesticas. Segundo (PIANA; CANÔAS, 2007, p. 215): [...] Muitas vezes por terem que trabalhar para ajudar no orçamento do lar, a incompatibilidade no horário para o estudo, o desgaste prematuro no trabalho, não sobrando tempo e ânimo para estudar, a distância da escola de suas casas, ou mesmo a falta de moradia fixa, com constantes mudanças de endereços, uma escola não atrativa, autoritária, professores despreparados, ausência de motivação, sem propostas pedagógicas, aluno indisciplinado, com problema de saúde, gravidez precoce, uso de violência doméstica, negligência dos pais ou responsáveis, uso indevido de drogas, desestrutura familiar, baixo poder aquisitivo para aquisição de materiais escolares, exigidos pelas escolas, violência e outras causas oriundas do sistema capitalista e educacional do país (PIANA; CANÔAS, 2007, p. 215). O aluno precisa ajudar em casa, tanto com apoio familiar quanto com o apoio financeiro, neste momento o aluno (a) precisa escolher entre o apoio familiar, financeiro ou optar pelos estudos, o que acaba por escolher dar suporte financeiro a família, contribuindo com a renda familiar. É muito importante que a sociedade entenda quais são as realidades dessas crianças ou adolescentes que evadem as escolas. 20 Temos também a questão de o aluno cometer a evasão e por detrimento de estar ocioso, entrar no mundo do trabalho para ocupar seu tempo, porém sendo assim neste caso o aluno está trabalhando porque saiu do ambiente escolar, são casos que não definimos como problema a renda como contribuição para evasão e sim um meio de justificativa para a causa. Segundo estudiosos a questão de a evasão escolar estar interligada a questão de diversos ângulo, como por exemplo o consumismo, pode ser que apenas uma pequena parcela dos estudantes deixem de estudar por não acompanha o ritmo, a forma com que este tece suas teias e faz com que as maiorias fiquem frustrados, levando a pratica da anomalia que em vez de solucionar o problema leva a quadros bem piores para o educando como também para a sociedade como um todo. 2.1.2 Família Segundo CARVALHO (2006), a família não é o único canal pelo qual se pode tratar a questão da socialização, mas é, sem dúvida, um âmbito privilegiado, uma vez que este tende a ser o primeiro grupo responsável pela tarefa socializadora. A família constitui uma das mediações entre o homem e a sociedade. Sob este prisma, a família não só interioriza aspectos ideológicos dominantes na sociedade, como projeta, ainda, em outros grupos os modelos de relação criados e recriados dentro do próprio grupo. (CARVALHO, 2006). Fazendo referência as palavras do autor, a família é a primeira instituição formadora de caráter, é o porto seguro da criança, adolescente e jovem, se a família é bem estruturada, logo reflete na vida do aluno. Assim a família é o ponto de partida para a permanência ou não dessa criança ou adolescente nos âmbitos escolares. De um modo em geral vivemos eu mundo capitalista, onde a busca incessante por bens materiais faz com que a maioria das famílias deixem de fazer o seu papel de educar, passando valores, disciplinando, dando amor e principalmente participando da vida escolar do menor, essas atitudes atrai, acarreta muitos problemas. 21 Por essa razão que a família como primeira instituição estabelece o papel principal responsável pelo desenvolvimento saldável dos filhos constitucionalmente amparados, embora hoje não seja priorizado como deveria, não quer dizer que a lei não tenha essa preocupação. Vejamos o que fala a Lei nº 9.394 da LDB, (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), de 20 de dezembro de 1996, determina que a educação escolar deve ser oferecida, predominantemente, por meio do ensino em instituições próprias. O art. 2º da mencionada Lei dispõe o seguinte: A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (CF/88). Logo entendemos que a família é a primeira instituição responsável pela formação e zeladora do bem-estar dos seus vulneráveis, sua atribuição está acima de todos as outras formas de construções do cidadão, por estar vinte horas a mais com a criança ou adolescente em seu seio familiar. Não vamos considerar universal a falta de compromisso dos pais com seus filhos, mas dão uma grande contribuição para evasão escolar na sociedade contemporânea, mesmo diante de meios mais acessível a política ainda há quem desconhece as formas de acesso aos direitos. Segundo ABDALLA (2004), em contrapartida existe uma satisfação muito grande de muitos pais de família quando os filhos frequentam a escola. Isso leva- nos a pensar que (...) embora as famílias de nossos alunos sejam formadas por pais trabalhadores, pobres e pouco escolarizados, a frequência de seus filhos à escola parece fazer parte do projeto familiar de todos aqueles que sonham para seus filhos um futuro melhor do que eles próprios tiveram. Esforçam-se para que seus filhos permaneçam na escola o maior tempo possível, inclusive fazendo em casa um trabalho de cobrança sobre o desempenho e os resultados obtidos (ABDALLA, 2004 p.35). 2.1.3 O Professor Diante dessa realidade, está sendo exigido dos professores mais qualificações, mas não somente técnicas específicas da área de atuação, mas 22 preparados para as novas relações pedagógicas, as relações humanas no processo de ensino e aprendizagem. Na primeira metade do século XX, alguns estudos revelam, (FURLANI, 1995; ESTEVE, 1999), que a relação entre professor e aluno era baseada na hierarquia social, na disciplina, na obediência, no respeito, na importância que a sociedade dava aos conteúdos ministrados pela escola e a atividade docente, pois a família e escola desempenhavam papéis bem definidos. A família se ocupava com os ensinamentos e a educação primária com vistas à transmissão de valores. A escola, por sua vez, era responsável pelos estudos secundários, caracterizada pela formalidade e racionalidade. Nas décadas posteriores, segundo, Tedesco (2002, p.38), produziu-se uns processos de desaparecimento das distinções entre professor e aluno. Desse ponto de vista, a massificação da escola foi acompanhada por um processo de perda de significação social das experiências de aprendizagem que nela se realizam. Quando fazemos um retrocesso no mundo da pedagogia, da forma como ela era repassada pelos profissionais da educação, um passado não muito distante e no que vemos hoje, podemos sentir o impacto, principalmente quando a questão é a disciplina em sala, a forma de como as coisas são conduzidas entre as duas partes, alunos e professor, no qual o professor por ser o condutor dentro de sala não tem autonomia. Assim com escola não recebem apoio dos responsáveis, em muitos casos são obrigados a trabalhar sobre pressão em salas superlotadas sem instrutoras, sem ventiladores, sem materiais pedagógicos o suficiente dependendo do Estado ou Munícipio, são um amontoado de coisas que querendo ou não traz desanimo na vida escolar dos educandos. 2.1.4 A Escola A obrigação da escola é garantir a aprendizagem de conhecimentos, habilidades, conteúdos culturais, da leitura e da escrita, das ciências, da matemática, 23 etc. preparando o aluno para a inserção no mundo do trabalho, são propostas pedagógicas que estão no Projeto Político Pedagógico (PPP). Neste caso da escola, temos as questões da qualidade de ensino, os serviços ofertados pela instituição não despertam o interesse, do aluno, outra é a defasagem, questão que muitas das vezes o educando não consegue acompanhar os métodos de ensino da escola que acaba por cometer o afastamento, temos também a forma de comportamento do aluno na instituição que foge do pragmatismo que a sociedade está acostumada, são questões relacionadas a forma de comportamento do educando que faz com que muitas escolas perca o foco, acabando por não optar pela permanência do aluno naquele ambiente de ensino, por entender que se trata de um caso sem solução, a convivência fica impossível, e o aluno passa a aparecer menos no âmbito escolar, com inúmeras faltas acaba cometendo a evasão. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB9394/96) e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) um número expressivo de faltas sem justificativa ou mesmo a evasão escolar trazem prejuízos aos adolescentes e crianças. Por este motivo a direção da escola e o poder público devem se valer de todas as ações e recursos afim de garantir que a criança permaneça frequentando a escola. O mesmo ECA determina que a escola faça uma queixa ao Conselho Tutelar dos Municípios a respeito das faltas em excesso e casos de evasão conhecidos, afim de que o mesmo tome as ações previstas cabíveis para minimizar ou mesmo sanar o problema. Segundo Althusser, por vários motivos. Primeiro porque os indivíduos passam boa parte de suas vidas na escola. Depois, porque é a escola que especializa as pessoas e as diferencia para as futuras atribuições no processo de produção, designando-as tanto para os papéis de exploradas como para os de agentes da exploração e profissionais da ideologia. Sendo ideologia ou não, a obrigação da escola é garantir que o indivíduo através de conhecimento adquiridos no ambiente institucional, esteja preparado para a inserção no mundo do trabalho, como único papel da escola, porem em muitos casos isso não é possível e a permanência fica restritamente afetada. 24 Nesse caso a escola precisa trabalhar com estimulo, com estratégias que venha desencadear o interesse da criança e ou adolescentes, sendo mais precisa do que qualquer outro meio que a sociedade esteja oferecendo nesse momento, algo que esteja voltado a permanência do aluno naquele ambiente, desconstruindo toda forma de pensamento que está envolvendo-o para estagnar a vida escolar desse indivíduo. 2.1.5 Falta de interesse A falta de interesse é dos principais motivos, “uma pesquisa de 2009 da Fundação Getúlio Vargas mostrou, com base nos dados da PNAD de 2006, que 40,3% dos jovens de 15 a 17 anos tinham abandonado os estudos por falta de interesse (Geekie, 23/04/2015). Isso acontece porque nem sempre o aluno esta ao nível das aulas, muitas das vezes ele pode estar abaixo em outros casos pode estar acima do nível de ensino. Nesse caso a escola não supre as necessidades do aluno fornecendo materiais para que eles possam aprender, assim se sentem menos inteligentes ou ela dá muitos materiais difíceis desse aluno acompanhar a rotina pedagógica da instituição que passa a ser um problema. 2.1.6 Bullying Uma forma de violência psicológica que acontecer em vários dos círculos sociais dos jovens que geralmente são desajustados, em casa pelos próprios familiares, na rua, no parque e finalmente na escola, nesse momento a criança ou adolescente não recebe apoio da escola, porém não consegue conviver com a situação, acaba por se afastar dos estudos. Entendendo que a direção, o professor e os demais funcionário não ofereceram o apoio necessário que esse aluno (a), então não conseguiu participar das aulas, muito menos dividir o mesmo espaço com os demais alunos, o que leva a um afastamento definitivo do ambiente escolar o bullying 25 acarreta muito problema graves, podendo causar vários traumas psicológicos trazendo consequências bem maior do que a evasão escolar na vida da criança ou adolescente. A violência psicológica também designada como tortura psicológica ocorre quando um adulto constantemente deprecia a criança, bloqueia seus esforços de auto aceitação, causando- lhe grande sofrimento mental. Ameaças de abandono também podem tornar uma criança medrosa e ansiosa, representando formas de sofrimento psicológico. A negligência representa uma omissão em termos de prover as necessidades físicas e emocionais de uma criança ou adolescente. Configura-se quando os pais (ou responsáveis) falham em termos de alimentar, vestir adequadamente seus filhos, e quando tal falha não é resultado das condições de vida além do seu controle. (GUERRA, 2001, p. 33). A violência, querendo ou não é um grande fator prejudicial nas fases estudantis pois os reflexos evidenciam nos poucos momentos que este educando passa na instituição, não estamos isentos, no entanto são atitudes que necessitam serem reavaliados, por não haver outra maneira deste aluno expressar seus anseios. 2.1.7 Gravidez e Maternidade Nestes casos, são dois fatores gravíssimos com relação a evasão escolar, porque a maternidade precoce faz com que a mãe adolescente pare de estudar para amamentar e não retoma mais aos estudos no ano seguinte, aumentando o índice de pessoas fora do ambiente institucional. Segundo uma pesquisa de 2016 feita pelo MEC, OEI e Flacso revelou que 18% das meninas que pararam de estudar teve a gravidez como principal motivo. Uma questão muito alarmante, porque são adolescentes tanto a menina que passa de estudante para mãe, como o garoto que se torna pai cedo, certamente quando acontece esse caso a evasão parte dos dois lados, tomando uma proporção bem mais agravante. 2.1.8 Atividades Ilegais 26 O uso de drogas e atividades ilegais, no caso dos meninos são práticas que afetam diretamente as atividades escolares, retirando dos âmbitos institucionais causando um abismo de malefícios imensuráveis para a vida dos alunos que entram para esse mundo, em fim transitando por outro caminho causando evasão escolar. Segundo SCHARGEL e SMINK (2002), suas raízes são de ordem histórico-social e sendo assim, é fundamental, para seu combate, a definição e conhecimento do problema, o que envolve traçar um perfil e conhecer os fatores relacionados ao abandono da escola. Um processo que, mesmo complexo, é prioritário para a minimização do fenômeno (SCHARGEL e SMINK, 2002). Esta causa é tão importante quanto os cuidados com relação a proteção que temos quando nasce um filho, esse caminho é um caminho sem volta, mesmo considerada pelo autor enraizada não podemos pensar que estamos vencidos, temos que como sociedade buscar oferecer meios que façam com quer criança, adolescente e jovens não pendam para esse lado ou então vamos ter que conviver com o medo, subsultados dentro de uma bolha. Buscando associar a questão das drogas e a evasão, es o papel central da escola como formadora de indivíduos, fazendo minhas as palavras de Althusser, quando ele se refere a escola; não podemos naturalizar simplesmente a questão da violência e das drogas, pois como instituição que prepara o ser humano para a vida produtiva em sociedade, sua contribuição precisa alcançar a ideologia que ela prega, independentemente da situação. Assim diante deste contexto, temos as políticas de acolhimento as crianças e o adolescentes o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA Lei Federal nº. 8069 de 13 de julho de 1990 que dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente (BRASIL, 1999). Reconhece a cidadania das crianças e adolescentes e define competências do poder público, da família e da comunidade na garantia dos direitos sociais deste público. Como podemos perceber não existe um motivo principal, há uma diversidade de situações bastante complexas que as escolas não conseguem conter, as gestões escolares não estão preparadas nem tão pouco os professores. São 27 problemas sociais que as instituições precisam estar em parcerias com outros órgãos de apoio à criança e ao adolescente na busca por fortalecimento dos lações socioinstitucionais. Dessa forma discorremos a seguir no capitulo III que será o último e principal desta pesquisa, por estar focalizando a respeito do trabalho do (a) Assistente Social diante da causa da evasão escolar, na busca por estabilidade nos âmbitos das instituições de ensino tanto na publica como na privada, como este executa sua instrumentalidade técnico/operativa no enfrentamento das causas que levam crianças ou adolescentes a não usufruir de seus direitos sociais como cidadãos. 28 III CAPITULO: O ASSISTENTE SOCIAL NO ENFRENTAMENTO A EVASÃO ESCOLAR Durante longos anos no Brasil, a assistência ao mais pobres não foi merecedora de atenção pelo poder público, o estado era um mero distribuidor de inserções clientelista a grupos privados e religiosos e estes concentravam no atendimento à população vulnerável, a pobreza era tida como uma fatalidade e a assistência deixada a iniciativa da igreja e dos chamados “homens bons”, era a assistência esmolada, um conceito que se estendeu até meado do século XVIII, aos pouco foram substituídos pelo que alguns especialistas batizaram de assistência disciplinada, as ações continuaram filantrópicas e a cargos de particulares e religiosos e em instituições como hospitais e asilos. Segundo Almeida: As políticas públicas a partir das últimas duas décadas ganharam novos contornos em função da descentralização de suas ações, das novas feições da relação entre o Estado e a Sociedade Civil e, por conseguinte, da constituição de novas instâncias de controle social. O percurso dessa construção democrática esteve longe de ser linear e foi marcado por experiências políticas que imprimiram ao período uma dinâmica contraditória e bastante diversificada. A questão local passa a ter um significado político e teórico para se pensar a constituição dos novos enfrentamentos e arranjos entre as diferentes políticas públicas e ações no âmbito das esferas pública e privada nos diferentes territórios da cidade. A cidade passa a ter cada vez mais importância como palco privilegiado da materialização desta tendência seja em função dos processos de descentralização das políticas públicas, seja em razão da necessidade de se organizar estratégias que garantissem de fato a articulação de suas ações. (Almeida,2012, p.73.) A atuação dos assistentes sociais na educação, teve início de acordo com a gênese da profissão ainda no século XIX, aqui no Brasil, temos o primeiro documento, em 1946 – Pernambuco. Assim a inserção dos assistentes sociais na área de educação não se constitui em um fenômeno recente, sua origem remota aos anos iniciais da profissão em sua atuação marcadamente voltada para o exercício de um controle social sobre a família proletária e em relação aos processos de socialização e educação na classe trabalhadora durante o ciclo de expansão capitalista experimentado no período varguista (ALMEIDA, 2007, p. 18). Em diferentes contextos histórico, no crescimento político, econômico e cultural, a população principalmente as mais vulneráveis, vivenciou muitos 29 momentos de desajuste na sociedade e uma das maiores foi em volta da educação de nosso país, aqui entendemos que a educação escolar é um dos instrumentos, principais transformador do ser humano podendo mudar o rumo de um pais, fazendo com que a sociedade cresça economicamente e intelectualmente, aquele que opta por aprofunda-se nesse caminho, com certeza conseguirá obter espirito crítico e adquire autonomia para sua vida como cidadão. Portanto, diante desse contexto de uma vida plena de saberes que mesmo das diversidades e complexidades que há a necessidade de inserção e atuação de novos profissionais especializados em diferentes saberes na Política de Educação. Dentre estes o assistente social, que através de sua formação diferenciada, embasada nos múltiplos saberes, poderá de forma efetiva contribuir com outros profissionais da área de educação pública e privada, ao enfretamento das múltiplas expressões da questão social presentes nestes âmbitos. Segundo a contribuição de Piana (2009), afirma que o trabalho do Serviço Social no campo da educação ainda é pouco reconhecido pelos profissionais que atuam em unidades de ensino. Afinal, usualmente há a percepção de que a escola é o espaço ocupado por profissionais diretamente envolvidos com o processo ensino- aprendizagem. Portanto, de onde vem a demanda para ter um profissional da área do Serviço Social em unidades escolares? Mesmo que, diante de pouco reconhecimento por parte dos profissionais das escolas, o (a) Assistente Social atua com uma instrumentalidade mediante seu aprendizado e envolvimento com a vida social, por ser um mediador entre as mais diferenciadas expressões das questões sociais, fazendo com que alunos, professores, pais e comunidade consigam estabelecer e fortalecer vínculos entre as três instituições. Sua contribuição é de suma importância, por ser um profissional que tem um olhar diferenciado, com amplitude dos demais dentro do ambiente com relação ao aluno, e por ter esta visão, que este profissional consegue buscar alternativas para o enfrentamento das questões vivenciadas tanto dentro como fora dos âmbitos escolares. Assim Amaro (1997), traz uma reflexão o fazer profissional, tanto do Assistente Social como dos Educadores. 30 Ela reflete que Educadores e Assistentes Sociais compartilham desafios semelhantes, e tem na escola como ponto de encontro para enfrentá-los. Tem-se a necessidade de fazer algo em torno dos problemas sociais que repercutem e implicam de forma negativa no desempenho do aluno e leva o educador pedagógico a recorrer ao trabalhador do Serviço Social. Amaro (1997). De fato, fazendo minhas as palavras do autor; tanto Educadores quanto Assistentes Sociais, precisam ter a convicção, que quanto mais cedo descobrirem que a união dos profissionais traz bons resultados para que as metas anuais das escolas sejam alcançadas será melhor, visando o fortalecimento e o acesso da permanência, devem focar em garantir o melhor para a criança ou ao adolesceste, dentro das singularidades e especificidades, no exercício da cidadania, como prioridade em consonância com o Código de Ética da profissão e a lei que a regulamenta, na área da educação. Um dos desafios do profissional é atribuir visibilidade e transparência a esses sujeitos de direitos. É importante ressaltar que o profissional de Serviço Social, inserido na escola, não desenvolve ações que substituem aquelas desempenhadas por profissionais tradicionais da área da Educação, sua contribuição se concretiza no sentido de subsidiar, auxiliar a escola, e seus demais profissionais, no enfrentamento de questões que integram a pauta da formação e do fazer profissional do (a) Assistente Social, sobre as quais, muitas vezes a escola não sabe como intervir. Por tanto, o campo educacional torna-se para o assistente social hoje não apenas um futuro campo de trabalho, mas sim um componente concreto do seu trabalho em diferentes áreas de atuação que precisa ser desvelado, visto que encerra a possibilidade de uma ampliação teórica, política, instrumental da sua própria atuação profissional e de sua vinculação às lutas sociais que expressam na esfera da cultura e do trabalho, centrais nesta passagem de milênio (ALMEIDA, 2000, p.74). Nesse sentido, a contribuição que o Assistente Social tem a oferecer, dá-se também na atuação em equipes interdisciplinares, no âmbito das quais, os distintos saberes, vinculados às distintas formações profissionais, possibilitam uma visão mais ampliada, e compreensões mais consistentes em torno dos mesmos processos sociais. Assim, o próprio Assistente Social pode articular propostas de 31 ações efetivas, a partir do resgate da visão de integralidade humana e do real significado histórico-social do conhecimento que lhe é atribuído, por sua instrumentalidade técnica operativa e investigativa de suas práxis, na Política de Educação. No qual está amparado pelo Código de Ética: CFESS, 2013. Sabemos que, é no interior da escola, no cotidiano dos alunos e de suas famílias, que se configuram as diferentes expressões da questão social, como desemprego, subemprego, trabalho infanto-juvenil, baixa renda, fome, desnutrição, problemas de saúde, habitações inadequadas, drogas, pais negligentes, famílias multiproblemáticas, violência doméstica, pobreza, desigualdade social, exclusão social, etc. Dessa forma a escola acaba materializando essas expressões da questões sociais como um todo, não é apenas a manifestação da precariedade da questão educacional que poderia ser manifestado no ambiente escolar, por ser um lugar de ensino e aprendizagem, mas sim todas as barbárie das relações social, estão manifestadas naquele ambiente, não tem como não ser expressado, seja na sala de aula, no pátio em meio ao intervalo, como também fora do âmbito escolar, de certa forma vai ser apresentada, ninguém fica imune aos acontecimentos. Essas manifestações críticas que dá ao Assistente Social a condição de ter competência de atuar, com estratégias de lidar, através de realizações de trabalhos em grupos, trazendo a realidade a esses fatores, para que assim faça-se uma análise de como lidada com as diversas expressões manifestas no dia a dia das escolas. Temos uma grande diversidade de questões relacionadas aos alunos que a escola, enquanto equipamento social, precisa estar atenta para as mais diferentes formas de manifestação. E, é nesse contexto, que se apresenta o fracasso escolar, pois mais do que nunca a escola atual tem o dever de estar em alerta à realidade social do aluno. É neste sinal de aleta que se tem, necessidade do trabalho com crianças e adolescentes, através de projetos como o Apoio Socioeducativo em Meio Aberto (ASEMA), como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990). 32 Inclui-se, também neste contexto a importância na participação das famílias, por meio do desenvolvimento de ações, como trabalho de grupo e, muitas vezes, com os próprios professores da Unidade de Ensino, podendo ainda promover reuniões interdisciplinares para decisões e conhecimento a respeito de determinadas problemáticas enfrentadas pela comunidade escolar. Isso tudo, sem deixar de lado a ação junto ao campo educacional, mediada pelos programas e ações assistenciais que tem marcado o trabalho dos profissionais do Serviço Social. São tantas as expressões das questões sociais que, conforme o CFESS (2001), os problemas sociais a serem combatidos pelo assistente social na área da educação são: Baixo rendimento escolar; Evasão escolar; Desinteresse pelo aprendizado; Problemas com disciplina; Insubordinação a qualquer limite ou regra escolar; Vulnerabilidade às drogas; Atitudes e comportamentos agressivos e violentos (CFESS, 2001, p.23). A função do Assistente Social, é indiscutivelmente educativa- organizativas sobre as classes trabalhadoras. E, na escola, seu papel não poderia ser diferente, pois seu trabalho incide sobre o modo de viver e de pensar da comunidade escolar, a partir das situações vivenciadas em seu cotidiano, justamente por seu caráter político-educativo, trabalhando diretamente com ideologia, e dialogando com a consciência dos seus usuários, nuca jamais ocupando o lugar do professor, pelo contrário sua participação está na qualidade de trazer a realidade dos educando para que juntos consigam alcançar o único objetivos, que é desenvolver intelectualmente este usuário para o exercício da cidadania, buscando não só inserir o usuário a política mais desenvolvendo projetos interventivos, com estratégias para a permanência da criança ou adolescente a esta política de direito. 3.1 Articulação teoria e prática do (a) Assistente Social 33 No começo a pratica profissional era voltada para o assistencialismo, para a caridade aos necessitados, boa parte da história da construção da profissão podemos perceber que não foi fácil chegar a ser reconhecida, teve um longo caminho, até a década de 30 no Brasil não tinha reconhecimento, seus serviços eram em favor do homem carente, e seus objetivos estavam mais direcionados para o atendimento da pobreza, através da assistência, prestação de serviços e orientação individual, sendo seus conhecimentos baseados no neotomismo, expressos pelo ensino das encíclicas e pela moral, pela filosofia e pela religião. Sendo sua prática operada basicamente pelas técnicas da entrevista e da visita domiciliar, mais apresentava doutrina ao conservadorismo da ordem e da promoção da harmonia, da aceitação a toda forma de poder e de injustiça. A década de 1980 foi de extrema relevância para o serviço social, pois, foi nessa época que a profissão caminhou para uma tentativa de ruptura com seu conservadorismo, através do movimento de reconceituação, ganhando um enfoque mais crítico, baseado numa linha marxista, a qual é responsável pela contribuição decisiva no processo de ruptura teórica e prática tradicional. Hoje a pratica profissional não trabalha mais com a assistência aos pobres nem tão pouco com a culpabilidade de vulneráveis, sua prática está voltada para a abordagem da acolhida, do apoio e da inserção aos programas socioassistenciais das políticas de direito, na desconstrução do que antes era visto como “caso de polícia”, hoje caso de política de caráter atributivo, na elaboração, avaliação, coordenação e execução das políticas sociais, um viés científico das práxis da profissão, dentro do seu Projeto Ético Político da profissão que foi construído mediante lutas da categoria que visava defender uma prática profissional comprometida com as lutas das classes dominadas, bem como na luta pelo reconhecimento da cientificidade. Uma conquista categórica que tanto o Código de Ética Profissional e a Lei de Regulamentação da Profissão, foram conquistados no ano de 1993 De acordo com o CFESS: Com o desenvolver do Projeto, a profissão ficou em evidência, pois se tornaram conhecidos seus objetivos e propósitos; sua prática estruturada num Projeto de Profissão, pois o Projeto ético-político da profissão, construído nos últimos anos, pauta-se na perspectiva da totalidade social e tem na 34 questão social a base de sua fundamentação. (CFESS/CRESS, 2009, p. 22) Assim como CFESS e a Lei que regulamentam a profissão, temos também como base teórica e filosófica os pensamentos de Marx e Engels (1984), o trabalho é a atividade que diferencia o homem dos animais, é através do trabalho que o homem transforma a natureza e transforma a si mesmo: “Podemos distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião, por tudo o que quiser. Mas eles começam a distinguir-se dos animais assim que começam a produzir os seus meios de vida, passo este que é condicionado pela sua organização física. Ao produzirem os seus meios de vida, os homens produzem indiretamente a sua própria vida material. ” (MARX e ENGELS, 1984, p.15). Entendemos que o profissional assistente social, vem da força que move a sociedade capitalista, o que reflete em sua proficionalidade, das condições que este trabalho se apresentam, seja pela transformação no mundo, seja pelas políticas em suas desenvolturas na sociedade, enfim, por um amontoado de condições que envolvem a vida em sociedade. Vejamos logo mais qual a importância da formação continuada para o (a) Assistente Social, na manutenção de saberes e na permanência de sua credibilidade profissional. 3.2 A importância da formação continuada para o (a) Assistente Social Quando nos deparamos com o mercado de trabalho nas últimas décadas, com o crescimento tecnológicos desacerbado, com o surgimento de inúmeras frentes de trabalhos, um mercado que exige de seus colaboradores mais qualificações, traz uma imensa satisfação por buscar conhecimento na área de atuação, para que não seja colocado de lado tudo que conquistamos ao longo dessas décadas, principalmente na área do Serviço Social. Dessa forma vejamos o que SOUSA (2008), fala sobre a questão da formação continuada: 35 Assim, o processo de qualificação continuada é fundamental para a sobrevivência no mercado de trabalho. Estudar, pesquisar, debater temas, reler livros e textos não podem ser atividades desenvolvidas apenas no período da graduação ou nos “muros” da universidade e suas salas de aula. Se no cotidiano da prática profissional o Assistente Social não se atualiza, não questiona as demandas institucionais, não acompanha o movimento e as mudanças da realidade social, estará certamente fadado ao fracasso e a uma reprodução mecânica de atividades, tornando-se um burocrata, e, sem dúvidas, não promovendo mudanças significativas seja no cotidiano da população usuária ou na própria inserção do Serviço Social no mercado de trabalho. (SOUSA, 2008, p. 122). Diante do exposto compreendemos que a produção contínua do conhecimento é a fase principal para uma intervenção de qualidade e para uma visão crítica da realidade, necessita de buscar por atualizações de acordo com as estações históricas, por se tratar de vidas, de construção em sociedade e por estar em constante transformações. Segundo Suguihiro, (2009) entre os (as) Assistentes Sociais é frequente o discurso da dicotomia entre a teoria e prática, o que revela resquícios de uma fragilidade de fundamentação teórico-metodológica para uma atuação competente. Os limites se desvelam pela falta de clareza dos fundamentos que orientam a prática profissional, prevalecendo posturas conservadoras, autoritárias, discriminatórias, tecnocratas e clientelistas, enfraquecendo o projeto ético-político cuja defesa de liberdade e da emancipação dos sujeitos sociais se fazem presentes. (Suguihiro, 2009) Deste modo, compete aos profissionais uma constante e permanente formação técnica capaz de garantir o aprimoramento de competência técnico-operativo e intelectual, consolidando o compromisso político com a classe trabalhadora, independentemente da política que este articula na prestação dos seus serviços. Dessa forma, este profissional inserido no mercado de trabalho deve ser constante e preciso, de acordo como as mudanças que ocorre na sociedade, mais precisamente referente as leis que norteiam as políticas públicas e privadas que dão seguimento a estas políticas. O que veremos a seguir. 36 3.1 As principais legislações afetas às políticas educacionais, bem como o Plano Nacional de Educação Neste momento adentramos nos marcos legais que afeta a Política Nacional de Educação (PNA), para isso fazermos ume breve viagem na linha do tempo da política. Assim vejamos os mais interessantes como: LDB (1996); CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988); ECA (1990); PNE I (2001); FUNDEB (2007); PDE (2007); PME (2010); PNE II (2014). A Constituição Federal de 1988 atacou, sobretudo, os problemas históricos da educação nacional resultantes da omissão da elite dirigente: universalizou a educação básica, obrigatória e gratuita, inicialmente dos 7 aos 17 anos e, após a Emenda Constitucional (EC) nº 59/2009, dos 4 aos 17 anos de idade. Com isso, ampliou a duração da escolaridade obrigatória, além de determinar prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade. Outro passo importante foi a redefinição das formas de colaboração entre os três entes: União, Estados, Distrito Federal e Municípios, na organização dos sistemas de ensino, para assegurar a universalização da obrigatoriedade, assim como a elaboração do plano nacional de educação, com duração decenal, como instrumento de articulação do sistema nacional de educação em regime de colaboração. Sendo a Constituição Federal e 1988, temos o ECA/1990 que preconiza a criança e ao adolescente em seu capítulo IV - Art. 53: A criança e ao adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes: I igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II direito de ser respeitado por 37 seus educadores; III direito de contestar critério os avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV direito de organização e participação em entidades estudantis; V acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. Assim com a preconização da constituição Federal de 1988, troce a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que designa os 14 anos de educação compulsória e gratuita, dos 4 aos 17 anos, estabelecidos pelo artigo 208, I, da Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional nº 59/09, assegurada sua oferta gratuita inclusive àqueles que não tiveram acesso na idade própria, a primeira LDB foi criada em1961, a segunda em 1971 e a terceira, ainda vigente no Brasil, foi sancionada em 1996, esta é a lei Orgânica Geral da população brasileira a Lei 9394/96 - LDB, até o momento está responsável por ditar as diretrizes e bases da educação em nosso país. Em seu Art.19, as instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas seguintes categorias administrativas: I - Públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público; II - Privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. Sendo que com relação a este artigo temos também o artigo 20 que fazem referências a forma da distribuição do ensino particular como forma da Lei, assim vejamos como estão distribuídos: I - Particulares em sentido estrito (…); II - Comunitárias, (…) são instituídas por grupos e pessoas (…); que incluam na sua entidade mantenedora representantes da comunidade; III - confessionais, (…) são instituídas por grupos de pessoas (…) que atendem a orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso anterior; IV - Filantrópicas, na forma da lei. Portanto a Lei e Diretrizes e Base da Educação, além de trazer esses suportes legais para a educação básica, tanto pública como particular, ela também atribui informações acerca dos níveis e formalidades de ensino da educação infantil ao nível superior, preconizando a educação como base de sustento profissional do 38 cidadão na desenvoltura de seus bens e serviços como cidadão no exercício da cidadania. Entre tanto ainda em destaque a política de educação, não poderemos deixar de citar o Plano Nacional de Educação (PNE), que em seu plano para o futuro da educação básica brasileira, determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional dos próximos dez anos (2014 –2024), dessa forma temos um plano de educação vigente, que possui vinte metas na primeira esta dessa forma: Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. O PNE foi elaborado com esses compromissos, largamente debatidos e apontados como estratégicos pela sociedade na CONAE 2010, os quais foram aprimorados na interação com o Congresso Nacional. Em sua instrutora há metas para a garantia do direito à educação básica com qualidade, que dizem respeito ao acesso, à universalização da alfabetização e à ampliação da escolaridade e das oportunidades educacionais. São benefícios populacionais que estão distribuídos nesse plano, que por muito anos foram discutido e que consequentemente os desenhos traçados dão concretude para que a política educacional seja ofertada dentro do estabelecido plano e metas, conforme o previsto. 3.2 Legislações que norteiam o trabalho do assistente social na Política de Educação, bem como documento que amparam o profissional para a atuar na sociedade A nível federal, temos o Projeto de Lei 3688/2000, que trata da inserção de assistentes sociais e psicólogos nas escolas públicas de educação básica, que foi aprovado por unanimidade na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara (CSSF) no dia 20/04/2012. Agora o Projeto de Lei (PL) segue para Comissão 39 de Educação e Cultura (CEC) e, se aprovado, passará para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) onde irá a plenário para votação. Em 2005: instituição de uma comissão de trabalho formada por representantes dos CRESS de cada região do país e de representantes do CFESS, apresentada durante o 34º Encontro Nacional CFESS-CRESS. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) aprovado em 1990, o qual dispõe sobre a “proteção integral” à criança e ao adolescente (artigo 1), com se us direitos fundamentais, “prevenções gerais e especiais” (artigos 70 a 85) e “medida s de proteção” (artigos 98 a 102), estabelecendo uma política específica de atendime nto dos direitos da criança e do adolescente a qual movimenta um conjunto arti culado de ações governamentais envolvendo Judiciário, Ministério Público, Defenso ria, Segurança Pública, assistência social, educação entre outros mecanismos (BRA SIL, 1990). Em 2008/2009: O Grupo de Trabalho Serviço Social na Educação3 realizou a sistematização de leis e projetos de lei acerca do Serviço Social na Educação no âmbito municipal, estadual e nacional; incidiu para a ocorrência de adequação das legislações que apresentavam incorreções, tais como a identificação do serviço social com a política de assistência social, bem como a necessidade da ampliação da concepção de “Serviço Social Escolar” para “Serviço Social na Educação”; gestão e acompanhamento frente aos projetos de lei e de emenda constitucional em trâmite no Congresso Nacional. Para que esse benefício seja distribuída de forma correta ao cidadão, o assistente social inserido no âmbito da Educação Escolar deverá adotar “a natureza política de sua prática” (FREIRE apud SOUZA, 2008, p. 33), o que compreende assumir seu perfil social e educativo, na direção de uma atuação aliada a outras forças profissionais existentes neste âmbito, buscando harmonizar as relações e ao mesmo tempo desenvolvendo seus instrumentais teórico de profissional da área social na pratica das políticas, nesse caso, a Política de Educação. Buscando estabelecer uma ligação de harmonia entre as profissões na instituição, a Constituição Federal de 1988, serviço social e educação estão sob o 40 mesmo título “Da ordem social”. Esta, em seu artigo 205 afirma que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988). 41 3 CONCLUSÃO Como vimos a educação escolar de nosso país sofreu diversas transformações, o Brasil fez diversos esforço para universalizar a Política de Educação nas referentes leis, que disponibilizam o ensino do maternal até a fases adulta, sem restrições a quem dela precisar independentemente de cor, raça, credo e classe econômica, mesmo que diante de diversos questionamentos as formas como está sendo conduzida em nosso país. O Brasil atingiu em 2011 o menor nível de desigualdade da década de 60 quando começaram a ser organizados e registrados os dados sobre o tema no país, especificamente nos últimos dez anos a renda dos brasileiros aumentou mais do que as dos mais ricos sobre tudo por parte dos salários que as famílias recebem no final do mês, frutos de empregos com carteira assinadas. Mais segundo dados do IBGE de 2012 apesar desse crescimento a grau de escolaridades dos brasileiros ainda é preocupante, pois há menos jovens entre 15 e 17 anos frequentando as escolas e mesmo com a taxa de analfabetismo em queda a educação em nosso país ainda está longe de ser considerada boa por existir quase treze milhões de analfabeto que não sabe ler e nem escrever. Dessa forma diante desses avanços, com relação as décadas passadas não muito distante, são referências que estão pautadas na busca por estudos, por formação, por entender que o grau de escolaridade é muito importante para erradicar a pobreza da população mais carente, mesmo os dados mostrando que o Brasil tem uma taxa de educação menor do que gostaríamos de ter para acompanhar a renda do país, mais segundo esses estudos, o progresso foi notório, tanto em nível de crescimento econômico quanto a nível de desigualdade social. Esse manifesto se propaga graças a busca por formação dos cidadãos que veem na política educacional o melhor caminho a ser percorrido para consequentemente adquirir melhorias, dessa forma saindo da linha da pobreza que acompanha a história dos cidadãos brasileiros. Entendemos que as questões que envolve a educação estão longe de acabar, porque ainda temos muitas faltas de estruturas, qualidades que envolve o ensino aqui no caso o ensino público, por acesso, por evasão escolar ou seja inúmeras questões que se formos analisar não param em poucas linhas, por ser a educação o 42 indicador estratégico, poderia ser mais estruturada, porém ainda não alcançou o desejado. Assim diante de grandes desajustes da política educacional e com inúmeras lutas de classes de trabalhadores em torno das políticas sociais em busca de garantia de direitos chega-se a nova Constituição Federal de 1988, com o objetivo de assegurar o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade, inclui como elementos fundamentais os direitos sociais, dentre os quais destaca o direito à educação. O novo ordenamento constitucional e legal da educação no Brasil, inaugurado com a promulgação da Constituição Federal de 1988, abre espaço para um conjunto de outros dispositivos legais e várias medidas de planejamento da educação, dando origem a uma verdadeira reforma educacional. Conhecida como “Constituição Cidadã”, busca aglutinar diversos setores da sociedade. Dessa maneira o (a) Assistente Social atua como parceiro no campo educacional, auxiliando os demais profissionais a sanar possíveis problemas com os quais a escola de maneira isolada não é capaz de solucionar. O assistente social não atua isoladamente no cenário escolar, assim como nas demais políticas este se utiliza de uma rede de serviços e programas que consubstanciam sua atuação profissional. Órgãos como o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), cuja política destina-se a esfera da assistência, assim como a política da saúde, são essenciais para que o trabalho desenvolvido pelo assistente social dentro da escola ultrapasse os muros
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