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O Serviço Social na Escola Pública

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53
FACULDADE KURIOS - FAK
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
O SERVIÇO SOCIAL NA ESCOLA PÚBLICA
GERMANIA DE PAULA MARCELINO ARRUDA
MARANGUAPE – CE
2017
GERMANIA DE PAULA MARCELINO ARRUDA
O SERVIÇO SOCIAL NA ESCOLA
Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Bacharelado em Serviço Social da Faculdade Kurios – FAK, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social, sob orientação da Prof.ª Ma. Cicera Inara Oliveira Sousa
MARANGUAPE – CE 
2017
TERMO DE APROVAÇÃO
GERMANIA DE PAULA MARCELINO ARRUDA
O SERVIÇO SOCIAL NA ESCOLA PÚBLICA
Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Bacharelado em Serviço Social da Faculdade Kurios – FAK, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço social.
Monografia aprovada em ____/____/_____ 			 Nota: _____
_______________________________________________
Germania de Paula Marcelino Arruda
Banca Examinadora:
_______________________________________________
Dr.ª Lucia Vanda Rodrigues 
Prof.ª Orientadora de Conteúdo
_______________________________________________
Ma. Michella Rita Santos Fonseca 
Prof.ª Orientadora de Metodologia
_______________________________________________
Me. Carlos Dias Chaym 
Membro do Comitê de Ética em Pesquisa e Extensão
_______________________________________________
Raphael Bispo Milhomens
Diretor Acadêmico
MARANGUAPE – CE
2017
DEDICATÓRIA
Ao meu esposo, Cristiney, a quem amo, meus filhos, Mateus e Emilly Vitória, razões de minhas batalhas, que durante o percurso da formação, sempre me incentivaram para nunca desistir. 
Amo vocês!
AGRADECIMENTOS
À Deus pela saúde e sabedoria, peças fundamentais para a realização desse sonho que é a formação.
A meu Pai (in memoriam), que é um exemplo de caráter e determinação, e que me inspiram até hoje. 
À minha mãe, que através de seu carinho, zelo e compromisso com a família, sempre nos pautou com uma excelente educação, tendo-a sempre como modelo de equilíbrio e sabedoria.
Aos amigos e colegas de sala que durante a trajetória da formação vivenciamos momentos de superação e de grande aprendizagem, levo todos no coração. 
Aos professores que sempre dedicados e compromissados compartilharam conhecimentos acreditando em nosso potencial. 
À professora orientadora Cicera Inara Oliveira Sousa, por me acompanhar e partilhar de sua experiência, que levarei para toda vida pessoal e profissional. 
Finalizo com a certeza de que o futuro dependerá só daquilo que tenho construído no presente.
RESUMO
O presente trabalho busca analisar e refletir o trabalho do Assistente Social na Educação. Percebe-se que na maioria das vezes há uma grande lacuna entre a escola e a sociedade na qual ela está inserida, podendo ser o Assistente Social um elemento importante para aproximar esses dois polos e fazer deles a integração necessária para obter sucesso no desenvolvimento de ambos. Partindo de um breve histórico sobre o Serviço Social, refletimos sobre as atribuições do Assistente Social. Em seguida, analisamos superficialmente a realidade da educação brasileira, e por último fazemos a inserção do Assistente Social e os benefícios que o mesmo pode trazer enquanto elemento integrador da sociedade e da escola. Acreditando que o ambiente, muitas vezes hostil, criado entre a sociedade e a escola, pode ser revertido por meio de um trabalho sério e dinâmico realizado pelo Assistente Social, que poderá ser promovido por políticas públicas educacionais de qualidade, reiterando a importância das mesmas para o desenvolvimento da educação. Diante dos resultados alcançados com a pesquisa, foi possível concluir que há muito o que ser feito para a integração da sociedade e da escola, e que o Assistente Social pode ter um papel fundamental nesse processo.
Palavras-Chave: Serviço Social; Educação; Escola; Sociedade. 
ABSTRACT
The present work seeks to analyze, reflect and improve the work of the Social Worker in Education. It is noticed that most of the times there is a great gap between the school and the society in which it is inserted, being the Social Worker an important element to approach these two poles and to make of them the necessary integration to be successful in the development of both. Starting from a brief history about Social Work, we reflect on the duties of the Social Worker. Then, we analyze superficially the reality of Brazilian education, and finally we insert the Social Worker and the benefits that it can bring as an integrating element of society and school. Believing that the often hostile environment created between society and school can be reversed through a serious and dynamic work carried out by the Social Worker, which can be promoted by quality public education policies, reiterating their importance for The development of education. Given the results achieved with the research, it was possible to conclude that there is much that needs to be done to integrate society and school, and that the Social Worker can play a fundamental role in this process.
Keywords: Social service; Education; School; Society.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	11
2 O SERVIÇO SOCIAL E O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL	14
2.1 A História do Serviço Social no Brasil	14
2.2 O Profissional do Serviço Social no Mercado de Trabalho	16
2.3 O Profissional do Serviço Social e a Escola	18
3 UMA BREVE OBSERVAÇÃO DA REALIDADE ESCOLAR NO BRASIL	23
3.1 Os Marcos Legais da Obrigatoriedade do Direito à Educação	23
3.2 O Cenário Atual da Educação Pública no Brasil	28
3.3 As Questões Sociais que Afetam a Aprendizagem Escolar	31
4 O SERVIÇO SOCIAL NO ESPAÇO ESCOLAR	36
4.1 O Assistente Social como Integrante da Equipe Escolar	37
4.2 As Atribuições do Assistente Social no Ambiente Escolar	40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS	48
REFERÊNCIAS	52
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema de interesse a inserção do Serviço Social na educação escolar. O desejo pela pesquisa nasce das experiências que tive em âmbito escolar, no período que desempenhei a função de educadora na rede pública de ensino de Senador Pompeu-CE. Apesar de não ser um espaço de trabalho novo, as produções teóricas na área e a inserção profissional não têm alcançado grande visibilidade e se manifestam de forma pulverizada, o que tem dificultado um debate de maior fôlego na categoria e a conformação de uma identidade e de um reconhecimento social da profissão na área.
Nesta pesquisa tratamos sobre a participação e inserção dos assistentes sociais nos trabalhos desenvolvidos pela escola pública. Foram surgindo questionamentos sobre a eficácia da educação escolar no país, no sentido de garantias de direitos, diante das novas complexidades que este campo de atuação expressa e que de forma direta ou indiretamente interfere que os sujeitos presentes neste campo, gozem de seus direitos e liberdades fundamentais. Sob este aspecto, problematizaremos a questão da educação como direito instituído através da Constituição Federal de 1988, assim como as demais legislações pertinentes ao tema.
A educação é de fundamental importância para o desenvolvimento da sociedade e é através dela que um país pode alcançar as transformações sociais necessárias para assim atingir o progresso. Nesse sentido, é interessante analisar que “[…] os processos educacionais e os processos sociais mais abrangentes de reprodução estão intimamente ligados” (MÉSZÁROS, 2008, p. 25), assim, torna-se necessário que se tenha um entendimento sobre os aspectos da educação escolar atual considerando, como parte importante nesse estudo, a influência dos problemas sociais na vida dos alunos.
A escola é um espaço institucional e legítimo de promoção da educação, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) a educação deve estar vinculada “ao mundo do trabalho e a prática social”, ressaltando, também, que o artigo 1º estabelece que:
A educação abrange os processos formativos quese desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 1996).
Assim sendo, deve-se prezar por um ambiente educacional que priorize a formação dos sujeitos para a cidadania, orientando-os acerca dos seus direitos e deveres; instruindo-os e educando-os para que haja a superação da desigualdade e exclusão sociais; e estimulando-os a tornarem-se sujeitos autônomos. Diante disso, considera-se que a escola constitui-se um dos espaços de intervenção do Assistente Social, já que este profissional é habilitado para atuar no enfrentamento das mazelas sociais através do acompanhamento social das famílias, do fortalecimento dos vínculos das mesmas e do desenvolvimento de suas potencialidades a fim de alcançarem a emancipação social (FALEIROS, 2010).
É diante deste contexto de diversidade e complexidades que na contemporaneidade vem se debatendo a necessidade de inserção e atuação de novos profissionais especializados em diferentes saberes na Política de Educação. Dentre estes o assistente social, que através de sua formação diferenciada, embasada em múltiplos saberes, poderá de forma efetiva contribuir com outros profissionais da área de educação, ao enfretamento das múltiplas expressões da questão social presentes neste âmbito (MENDES et al., acesso em 20 abr. 2017). 
Para isso, o próprio assistente social, ciente de sua formação, deve perceber o espaço escolar, como um campo de intervenção para além da Política de Educação, um espaço amplo de dinâmicas e complexidades da vida social, passível de articulação entre uma prática pedagógica e social. 
O presente estudo vem contribuir com o debate sobre a importância da atuação do assistente social no campo da educação escolar, onde no âmbito dos seus objetivos, pretende a partir da revisão de literatura, responder a seguinte questão: Quais são os avanços e desafios que a atuação no ambiente escolar coloca para o assistente social?
O profissional de Serviço Social, através de uma atuação conjunta com os outros profissionais, deverá estabelecer com a escola um espaço de escuta e acolhimento dos impasses e dificuldades escolares que podem se apresentar a partir de situações de violência nas adversas expressões, uso abusivo de drogas, gravidez na adolescência, assim como situações de risco e vulnerabilidade social, reflexos da questão social que perpassam o cotidiano escolar. O trabalho do Serviço Social na Educação volta-se para identificar e atender as demandas provenientes da questão social que perpassa o cotidiano do campo educacional.
O objetivo geral da pesquisa será o de problematizar, através da revisão de literatura a possibilidade de inserção do Serviço Social em unidades de educação pública. Tendo por objetivos específicos identificar quais são as atribuições e competências do assistente social na educação escolar. Bem como as demandas que este campo apresenta, que são passiveis de intervenção para o Serviço Social. Analisar os Projetos de Leis que tramitam sobre a inserção do Serviço Social na educação escolar. Além das ações que as instituições da categoria vêm realizando, no sentido de aprovação de tais Projetos de Leis. Identificar, elementos da Política Pública de Educação que apontam para a possibilidade de intervenção do assistente social no espaço escolar, assim como quais as contribuições possíveis do Serviço Social para a Política de Educação. Destacando, os avanços e desafios que este campo novo de atuação traz para o profissional assistente social.
Historicamente, o vínculo estabelecido entre o Serviço Social e a Educação remonta a década de 1930, sendo incentivado nos anos de 1990. Prática social que na educação se constitui, sobremaneira, como área de conhecimento voltada para a emancipação política, social e emocional dos indivíduos, uma vez que possibilita a construção e a socialização de conhecimentos que, certamente, contribuirão para transformá-los em cidadãos conscientes de seus direitos. 
Assim sendo, a ação profissional do assistente social, na operacionalização deste objetivo, terá grande valia, pois poderá colaborar junto aos professores e demais educadores para pensar a escola como espaço privilegiado de acolhimento e incentivo a reflexões e ações sobre a dimensão social. 
Em 2009, de acordo com a nova reorientação do trabalho elaborada pela Gerência de Serviço Social na Educação, as atribuições do assistente social na área da educação dizem respeito aos seguintes itens: 
· Atendimento e acompanhamento sistemático às famílias e alunos da escola, colaborando para a garantia do direito ao acesso e permanência do educando na escola; 
· Elaboração de Plano de Trabalho da equipe, contemplando ações/projetos para os diferentes segmentos da comunidade escolar, considerando as especificidades do território; 
· Monitoramento e acompanhamento dos educandos em situação de não frequência e evasão escolar; 
· Elaboração de relatórios de sistematização do trabalho realizado, contendo análises quantitativas e qualitativas; 
· Levantamento dos recursos da área de abrangência e articulação com a Rede Intersetorial; 
· Realização de estudos e pesquisas que identifiquem o perfil sócioeconômico-cultural da população atendida, suas demandas, características do território, dentre outras temáticas; 
· Realização de reuniões de estudos temáticos, oficinas, estudo de casos, envolvendo a equipe da RPE, professores e equipe diretora/pedagógica da unidade escolar; 
· Participação nos espaços dos conselhos de políticas e direitos, fóruns, em especial das áreas da educação, assistência, criança e adolescente e saúde; 
· Fortalecimento da parceria com as equipes dos Conselhos Tutelares, CRAS, CREAS e unidades de saúde para viabilizar o atendimento e acompanhamento integrado da população atendida; 
· Participação semanal em reunião de supervisão, estudo de casos e planejamento.
A justificativa da pesquisa está relacionada à produção de conhecimento a cerca de um novo campo de atuação e intervenção para o Serviço Social, no sentido de contribuir com as reflexões e discussões em curso, enquanto demanda crescente aos assistentes sociais e suas constantes lutas pela materialização da sua efetiva inserção na Política de Educação. 
Por conseguinte, concordamos que a relevância da pesquisa está relacionada à escassa produção teórica sobre o tema, principalmente em âmbito acadêmico. Onde surge a necessidade de elaboração de estudos, através da pesquisa científica, que possibilite formas de enfretamento, respostas e argumentos, capazes de contribuir com as ações a serem executadas neste campo de atuação, no sentindo das garantias de direitos e de formação para cidadania. 
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que busca reiterar o leitor sobre a atuação do Assistente Social e a necessidade de sua presença na escola para o desenvolvimento de atividades integradoras entre escola e família. No primeiro capítulo, buscamos explicitar o que é o Serviço Social e as atividades inerentes ao Assistente Social, com o objetivo de situar o leitor sobre as necessidades da ideia exposta.
Fica claro, que esse trabalho não inicia uma discussão sobre o assunto. Ao contrário, parte de um conjunto de reflexões produzidas e sistematizadas sobre o Serviço Social na Educação, que vem se revelando comum no decorrer de algumas décadas. Vale lembrar ainda, que tais reflexões não têm obtido o sucesso e interesse esperados e necessários para alavancar as políticas públicas no sentido de criar leis e subsídios que regulamentem a presença do Assistente Social dentro da escola. Por este mesmo motivo, o documento não tem qualquer intenção de encerrar o debate, nem de se configurar essas reflexões com o intuito de utilizá-las como única e última referência ao exercício profissional ou à intervenção política da categoria, mas de oferecer subsídios para o debate sobre o assunto e reafirmar a perspectiva dos direitos inerente à direção construída peloServiço Social brasileiro.
A escola é um ambiente de diversidade, onde os indivíduos, com diferentes valores, raças, culturas e perspectivas de vida, se reúnem com o intuito do aprimoramento intelectual. E é neste âmbito tão plural, que se expressam grandes demandas sociais, que trazem preocupações se pensado como serão os indivíduos de uma sociedade futura, visto que determinados problemas apresentados hoje em crianças e adolescentes, ou na família dos mesmos, interferem diretamente em sua conduta.
A escola acompanha nos alunos, a face de maior desenvolvimento do indivíduo, seja em questão, o físico, o intelectual, ou o social, a idade escolar é um momento de transformação, onde um erro de conduta, não concertado no momento propício, pode marcar todo o destino do aluno. Portanto, nesse capítulo buscamos abranger não somente o que é o Serviço Social e quais são as atribuições do Assistente Social, bem como a importância do seu trabalho no desenvolvimento social da classe trabalhadora.
Já no segundo capítulo, procuramos visualizar, de maneira breve e concisa, a legislação educacional do país, bem como a realidade atual da educação no Brasil e as dificuldades encontradas pela escola, quando depende da parceria família/escola. Ainda nesse capítulo, explicitamos o quanto importante e necessário, é a participação da família nas atividades escolares do seu filho e a ligação positiva do trabalho de um Assistente Social.
Para encerrar o trabalho, o terceiro capítulo apresenta a inserção do profissional do Serviço Social na escola, e o trabalho desenvolvido por ele dentro desse espaço, fazendo um elo participativo entre a sociedade (no caso, a família) e a escola, ambiente onde muitos filhos passam parte considerável do seu tempo, e que muitos pais têm a resistência de participar efetivamente, de forma clara, não apenas com sua presença nos eventos importantes como reuniões, comemorações sociais, etc., mas também na tomada de decisões, como o Conselho de Escola, Associações de Pais, Mestres e Funcionários, Conselho de Ano/Ciclo, etc. Também nesse capítulo se estabelece uma reflexão sobre o avanço da discussão sobre o tema e a implantação do parâmetro legal para a inserção do profissional do Serviço Social no ambiente escolar.
Fica claro que os pais, têm receio de qualquer envolvimento maior que possa requerer-lhe responsabilidades, o que necessita de um trabalho de conscientização, fato que apenas a escola não tem dado conta, e que a presença de um Assistente Social, poderia contribuir. Nesse capítulo, nos preocupamos ainda, em apresentar os avanços legais para que o Assistente Social seja parte integrante do ambiente escolar.
2 O SERVIÇO SOCIAL E O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
2.1 A História do Serviço Social no Brasil
O trabalho dos assistentes sociais não se desenvolve independentemente das circunstâncias históricas e sociais que o determinam, de fato. Segundo Corrêa (2010) a filantropia e a política do favor e da dominação, quando não a política da repressão, percorrem a história da assistência social e da profissão até os dias atuais. De acordo com a autora, a construção teórica do Serviço Social no Brasil, sobretudo a partir de 1980, tem sido rica para a compreensão da profissão em seus limites e possibilidades.
Para a Constituição Federal de 1988, a Assistência Social, é uma política pública, dever do Estado, tendo por diretriz a “descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal, e à coordenação e execução dos respectivos programas, às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social” – artigo 204, parágrafo I.
A origem do Serviço Social no século XIX vincula-se às ações desenvolvidas pela burguesia a partir de iniciativas de organizações de caridade e do Estado... para amenizar os efeitos da exploração da classe trabalhadora e garantir a reprodução desta... (CORRÊA, 2010, p. 105).
É possível perceber que já em sua origem o Serviço Social, preocupa-se com uma classe oprimida e explorada em seu trabalho, fato que impedia seu avanço e desenvolvimento. Para Corrêa (2010), o Serviço Social pode ser compreendido como uma especialização do trabalho coletivo inserido na divisão sócio-técnica do mundo do trabalho na sociedade capitalista.
Ideia também citada por Iamamoto (2005), que afirma que o Serviço Social é uma especialização do trabalho, uma profissão particular inscrita na divisão social e técnica do trabalho coletivo da sociedade.
Diante dessas reflexões, podemos afirmar que o Serviço Social não pode ser compreendido como resultado de uma evolução natural, bem como não tem nada a ver com a filantropia e muito menos com a intervenção estatal para colocar fim à pobreza. Desse modo, percebemos que o Serviço Social teve uma interpretação errônea desde o início de sua historicidade.
Nesse contexto Corrêa contribui da seguinte forma:
O trabalho do assistente social é historicamente determinado pelas forças produtivas e pelas relações sociais que se estabelecem na sociedade do capital, porém não de modo fatalista (2010, p. 110).
Diante do mundo capitalista apresentado hoje e do crescente número de desempregados, o Serviço Social é uma profissão que se encontra em expansão, seja por questão de implementação de políticas públicas ou devido à desproteção social.
Outro autor também contribui com a discussão dizendo:
O Assistente Social, é um trabalhador assalariado especializado, que para intervenção nas múltiplas manifestações da questão social na vida cotidiana, possui seus próprios objetivos, papéis, técnicas e instrumentos direcionados politicamente. Os resultados de sua ação são frutos não só de uma formação acadêmica, mas também, do seu processo de socialização com o mundo durante o decorrer de sua vida. (LUZ, 1998, p. 119).
Com base nessas afirmações, constatamos que o Serviço Social nasce na sociedade do capital, para amenizar os efeitos da contradição entre capital e trabalho, visto que o trabalhador, em sua grande maioria acaba por vezes pressionado e impedido de evoluir pelo capitalismo.
Analisando as informações, percebemos que o Serviço Social nasceu de uma necessidade desenhada pela sociedade capitalista, porém desenvolveu-se à sombra de uma filantropia desnecessária.
O Serviço Social é uma profissão investigativa e interventiva, portanto há uma preocupação em se obter desde a formação fundamentação teórico-metodológica e valores éticos políticos que lhes assegurem a capacidade de apreensão e proposição de ações a partir das particularidades presentes no cotidiano da prática profissional.
De acordo com FRAGA,
“...o Assistente Social exerce sua atividade em diversos espaços, âmbitos, áreas, segmentos populacionais (criança e adolescente, idoso, pessoas com necessidades especiais, família) e em diferentes setores (educação, judiciário, habitação, saúde, previdência social, assistência social, trabalho, questão agrária, cultura, empresas, entre outros). Dessa multiplicidade de possibilidades de atuação advém também uma variedade de processos de trabalho, o que exige desse profissional um arsenal de conhecimentos variados” (2010, p. 46).
Portanto, verificamos que há um vasto campo para a atuação do profissional do Serviço Social, visto que uma gama de possibilidades que lhe são abertas, desde que haja conhecimento e formação adequados.
2.2 O Profissional do Serviço Social no Mercado de Trabalho
A inserção do profissional do Serviço Social no mercado de trabalho, pode ocorrer por meio de concurso público, situação que pode oferecer-lhe estabilidade funcional e com isso, maior autonomia no desenvolvimento de seu trabalho, mas a grande maioria ocorre por meio de uma relação precária de trabalho, muitas vezes por indicações políticas, o que acaba prejudicando os trabalhos desenvolvidos por ele, visto que está sempre ligado a decisões políticas, diversas vezes não favoráveis.
Sobre o desenvolvimento do trabalho no Serviço Social, existe ainda, a questão do baixosalário pago nas esferas municipais, que aliado à carga horária reduzida, faz com que cada vez mais esse profissional esteja sendo inserido, ou mesmo reinserido nessa esfera, através de relações precárias de trabalho.
CASTEL contribui com a discussão afirmando que
Começa a tornar-se claro que a precarização do emprego e do desemprego se inseriram na dinâmica atual da modernização. São as consequências necessárias dos novos modos de estruturação do emprego, a sombra lançada pelas reestruturações industriais e pela luta em favor da competitividade – que, efetivamente fazem sombra para muita gente (CASTEL, 1998, p.516).
Diante disso, percebemos que a desproteção social, retira a possibilidade de autonomia do profissional, pois esse acaba atrelado e dependente de quem lhe paga pelo serviço preestabelecido. Fato que não muda, no caso do trabalho autônomo sem vínculo empregatício, de caráter eventual e sem subordinação administrativa e/ou técnica, no caso do profissional do Serviço Social, principalmente o Assistente Social, tal situação poderia gerar uma descontinuidade de seu trabalho, não atendendo às necessidades básicas da população em situação de vulnerabilidade social.
Diante do exposto, Corrêa contribui com a discussão dizendo que,
Ao acreditar, ingenuamente na autonomia de seu trabalho, o assistente social pode desenvolver um sentimento de impotência e frustração ao se deparar com a concretude das determinações de seu trabalho, fazendo-o perder a noção de totalidade do capital, das condições postas de reprodução das relações sociais... (1998, p.150).
Sendo assim, o Assistente Social vê-se atrelado à duas situações que atrapalham o desenvolvimento do seu trabalho: quando inserido no mercado do trabalho por indicações políticas, na maioria das vezes não consegue desenvolver seu trabalho pela falta de autonomia que lhe é imposta, quando autônomo, falta-lhe os recursos necessários para tomar as decisões cabíveis nas diversas situações e necessidades apresentadas pela população.
Devido aos baixos salários, podemos ainda citar outra situação, a de que a maioria dos trabalhadores do Serviço Social, se veem obrigados a ter mais de um vínculo empregatício, e se pensarmos que a maioria desses trabalhadores são do sexo feminino e possuem uma jornada familiar, seja ela com ou sem filhos, a sobrecarga desse profissional é clara e grande, dificultando assim um maior desempenho, exigindo das profissionais maior habilidade pessoal.
Vale lembrar, que são crescentes a discussão e a implantação de políticas públicas que busquem a contratação de profissionais do Serviço Social, principalmente, o Assistente Social, tal fato, ainda que de forma precária, tem levado maior número desses profissionais a atuar de maneira formal com vínculos empregatícios mais definidos.
A inserção do Serviço Social nos diversos processos de trabalho, encontra-se profunda e particularmente enraizado na forma como a sociedade brasileira e os estabelecimentos empregadores do Serviço Social recortam e fragmentam as próprias necessidades do ser social e a partir desse processo como organizam seus objetivos institucionais que se voltam a intervenção sobre essas necessidades (ABESS, 1996, p.36).
A partir das diversas ideias exploradas, é possível perceber a necessidade do Assistente Social, nos mais variados ambientes que atendem a população em geral, principalmente o grupo dos trabalhadores com baixa renda e dificuldades de sobrevivência na sociedade capitalista apresentada atualmente, porém também é notável a má interpretação dessa profissão, visto que em muitos casos ela está ligada à filantropia e a troca de favores.
É possível ainda analisar a necessidade de formalizar a contração desse profissional na esfera pública, seja ela de ordem municipal ou estadual, para que haja uma autonomia adequada do profissional e seu trabalho não seja usado nas questões políticas, como forma de promoção pessoal por políticos interessados em votos.
2.3 O Profissional do Serviço Social e a Escola
Pensar no Serviço Social, nos remete ao ambiente escolar, pois a escola é uma porta de entrada comunitária. Além de seu papel pedagógico, formador e de socialização, ela é palco dos conflitos, limites, esperanças e possibilidades sociais.
Envolver a família na educação, abrir o espaço escolar à comunidade, realizar trabalhos preventivos contra a evasão, a violência, as drogas e o alcoolismo, identificar e buscar formas de atendimento às demandas socioeconômicas das crianças e seus familiares, fortalecer a gestão democrática e participativa da escola, entre tantas outras, são tarefas que têm ocupado muito tempo os gestores, que deixam de desenvolver atividades inerentes e pertinentes ao seu trabalho para buscar soluções para esses fatos que afetam diretamente o rendimento escolar, porém são tarefas que não podem ser exclusivas do corpo técnico da Educação.
Elas remetem a pesquisas e diagnósticos sociais, as diretrizes e os direitos estabelecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente e exigem estratégias integradas de enfrentamento. Esse é um dos pontos que nos leva à ideia de que a presença do Assistente Social se faz necessária no ambiente escolar, para aliviar o trabalho árduo que a equipe técnica da educação tem feito na escola, sem nenhuma formação e muitas vezes com abordagens não qualificadas.
São muitos os casos de exploração e violência sexuais, por exemplo, identificados a partir do comportamento das crianças na escola. Sabemos da presença das drogas. Conhecemos a incidência do trabalho infantil e seus reflexos no rendimento do aluno. Não devemos esquecer ainda, que são dramáticos os índices de evasão, seja no Ensino Médio como no Fundamental.
A educação pode ser pensada como um dos mais complexos processos constitutivos da vida social. A compreensão da educação como totalidade histórica vai além da abordagem da sua institucionalização nos marcos das ações reguladoras do Estado.
A história da educação articula de modo não linear a relação entre as esferas privada e pública, grupal e comunitária, econômica e ideológica da vida em sociedade, ela perpassa o ambiente social ao qual o indivíduo está inserido, começando pela família e se alongando aos ambientes secundários de convívio.
Considerando, portanto, a educação como uma dimensão complexa e histórica da vida social, compreende-se a política educacional como uma dada expressão das lutas sociais, em particular, aquelas travadas em torno da disputa pela hegemonia no campo da cultura que não pode ser pensada de forma desconexa da sua dinâmica particular com o mundo da produção, portanto há de se pensar nas políticas públicas educacionais como uma alavanca impulsionadora das questões políticas que tratarão desse ponto como uma das únicas formas de garantir um desenvolvimento social justo.
A política educacional é, assim, expressão da própria questão social na medida em que representa o resultado das lutas sociais travadas pelo reconhecimento da educação pública como direito social, pois o que acompanhamos é a evolução da educação no Brasil, porém não de forma efetiva quando o assunto é a garantia dos direitos fundamentais.
Para uma efetiva compreensão da política educacional é preciso referenciar o conjunto de áreas que são reguladas em termos das práticas e conhecimentos legais e educacionais socialmente reconhecidos hoje enquanto estrutura institucional desta política.
A escola pública e, mesmo, a particular, na esfera do ensino fundamental, se vê atravessada, hoje, por uma série de fenômenos que, mesmo não sendo novos ou estranhos ao universo da educação escolarizada, hoje se manifestam de forma muito mais intensa e complexa: a juventude e seus processos de afirmação e reconhecimento enquanto categoria social, exacerbadamente, mediado pelo consumo; a ampliação das modalidades e a precoce utilização das drogas pelos alunos; a invasão da cultura e do forçado narcotráfico; a pulverização das estratégias de sobrevivência das famílias nos programas sociais; a perda de atrativo social da escola como possibilidadede ascensão social e econômica; a desprofissionalização da assistência no campo educacional com a expansão do voluntariado; a gravidez na adolescência tomando o formato de problema de saúde pública e a precarização das condições de trabalho docentes são algumas das muitas expressões da questão social.
A própria trajetória dos assistentes sociais, no que se refere ao acúmulo teórico e profissional no campo das políticas sociais e, em particular, da assistência, tem sido um dos principais fatores de reconhecimento de sua presença em diferentes áreas de atuação, mas cuja efetiva inserção, assim como os alcances da sua atuação ultrapassam o campo da vontade e da competência, visto que expressam movimentos e processos concretos de organização dos serviços sociais no âmbito de estruturas institucionais historicamente construídas, fato nem sempre encarado com a devida seriedade e comprometimento por parte dos dirigentes políticos do Brasil.
Desta forma, esta possibilidade recai, novamente, no campo da organização e da intervenção política, pois expressará o resultado de um processo de ampliação das formas de enfrentamento das expressões da questão social no ensino fundamental. O reconhecimento do significado social e institucional desta inserção junto aos sujeitos que atuam na área de educação representa, assim, elemento decisivo para sua efetivação, direcionando o debate para a esfera dos processos sociais dirigidos para a ampliação e conquista dos direitos sociais e educacionais.
A introdução do Serviço Social na escola constitui, portanto, decisão política de fortalecimento das políticas sociais. Hoje, professores e diretores se desdobram na tarefa de ouvir, compreender e mediar sozinhos, quantas vezes sem condições para isso, as influências da dura realidade social sobre a vida escolar.
A inserção dos assistentes sociais nos estabelecimentos educacionais, em particular nas escolas do ensino fundamental, tem representado, na atualidade, não apenas o desejo dessa categoria profissional e o resultado de sua atuação política e profissional na defesa dos direitos sociais e humanos, mas uma necessidade sócio-institucional cada vez mais reconhecida no âmbito do poder legislativo de diferentes estados e municípios.
A presença dos assistentes sociais, sobretudo, nas escolas, tem sido tomada como a presença de um profissional que possa contribuir com a ampliação do processo educacional em sentido amplo, ou seja, contribuindo para o acesso e a permanência das crianças e jovens na educação escolarizada, assim como para a extensão dessa convivência para outros membros da família, que por razões sociais diversas não concluíram ou experimentaram plenamente esta oportunidade.
O trabalho desenvolvido pelos assistentes sociais não se confunde ao dos educadores, pelo contrário, suas atividades vêm de encontro com a possibilidade de garantir não apenas a permanência do aluno na escola, mas também ao desejo de levar a família participar de maneira ativa na vida escolar de seu filho.
Seu trabalho está diretamente ligado a dimensão sócio-educativa de suas ações, sua inserção tem se dado no sentido de fortalecer as redes de sociabilidade e de acesso aos serviços sociais e dos processos sócio-institucionais voltados para o reconhecimento e ampliação dos direitos dos sujeitos sociais.
Sua inscrição na organização do trabalho coletivo nas instituições educacionais não tem se sobreposto a de nenhum outro profissional, visto que o estreitamento da interface entre a política educacional com outras políticas sociais setoriais tem, historicamente, levado ao reconhecimento da necessidade de uma atuação teórica e tecnicamente diferenciada daquelas desempenhadas pelos professores e profissionais da educação de um modo em geral, é um trabalho diferenciado até mesmo devido à sua formação acadêmica, que o levará a uma abordagem ideal e construtiva no confronto do problema.
A presença dos assistentes sociais nas escolas expressa uma tendência de compreensão da própria educação em uma dimensão mais integral, envolvendo os processos sócio-institucionais e as relações sociais, familiares e comunitárias que fundam uma educação cidadã, articuladora de diferentes dimensões da vida social como constitutivas de novas formas de sociabilidade humana, nas quais o acesso aos direitos sociais é crucial. É a educação tida como um todo, de forma contextualizada e ativa.
Ainda que os profissionais em geral e os Assistentes Sociais, muitas vezes, não se deem conta da influência das tendências pedagógicas em suas práticas, elas são permeadas por posturas educativas. Dessa forma, temos posturas profissionais que vão desde uma preocupação em preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, visando disciplinar a mente e formar hábitos; como, também, profissionais preocupados, sobretudo, em produzir indivíduos competentes para o mercado de trabalho, transmitindo-lhes informações precisas e rápidas. Essas concepções e práticas educativas coexistem no espaço escolar, constituindo um emaranhado de ações, ideias e valores que se expressam através das práticas dos diversos sujeitos.
É no contexto do espaço escolar, marcado pelos conflitos naturais de uma instituição social, como a Escola, que deve ser pensada a relevância do trabalho dos Assistentes Sociais. Sendo, então, a escola uma instituição social, no interior da qual, vários projetos e propostas entram em disputa para organizar e dirigir o processo educativo, diante disse torna-se necessário “descobrir” quais seriam as funções específicas dos Assistentes Sociais no espaço escolar.
A escola recebe e expressa as contradições da sociedade. Nesse contexto, o Serviço Social tem grande contribuição a dar à política pública da Educação e aos desafios que se apresentam para a elevação do rendimento escolar, a efetivação da escola como espaço de inclusão social e a formação cidadã de nossas crianças e jovens.
3 UMA BREVE OBSERVAÇÃO DA REALIDADE ESCOLAR NO BRASIL
Em uma sociedade capitalista marcada pela desigualdade social como a brasileira, muito precocemente centenas de crianças e adolescentes inserem-se no mercado de trabalho, obrigadas a abdicar ao direito à infância e à adolescência e submetendo-se a condições extremamente precárias com a finalidade de complementar a renda familiar. Nestas condições têm inúmeros direitos violados segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente. O tempo da educação, do lazer, da cultura é prejudicado pela inserção precoce no trabalho, interditando o desenvolvimento integral em condições de liberdade e dignidade.
3.1 Os Marcos Legais da Obrigatoriedade do Direito à Educação
É na Constituição de 1988 que ocorre avanços significativos no plano jurídico/legal, um movimento voltado para a garantia e efetividade da cidadania. A referida Constituição representou um avanço significativo em matéria educacional estabelecendo, desde logo, a educação como um direito social “fundante da cidadania e o primeiro na ordem das citações”, ou seja, sem educação, não há como contemplar uma cidadania ativa e participativa. A partir daí, estabelece o capítulo próprio da educação onde retoma a questão da obrigatoriedade do ensino e a coloca como direito público subjetivo, redundando, no dizer de Flach (2009, p.511) na seguinte lógica: “[...] o sujeito deste direito é o indivíduo e o sujeito do dever é o Estado, sob cuja competência estiver esta etapa da escolaridade”.
A Constituição de 1988 foi ampla sendo que o texto final “[...] foi minucioso, estabelecendo não só princípios gerais, como também especificando algumas situações dignas de serem reguladas por lei ordinária” (FERREIRA, 2008, p. 32).
Vale lembrar que, desta obrigatoriedade deveres impostos ao Poder Público e aos alunos e pais, com medidas coercitivas para que se efetive o direito à educação. Se faz importante colocar ainda, como fator determinante, que não basta buscar o aumento quantitativo do contingente educacional, se não se prender à qualidade do ensino que se ministra. Pois, a evasão escolar, repetência,falta de vagas, ausência de inclusão do aluno com deficiência (afinal a educação é para todos), defasagem na correlação idade/série frequentada são fatores que contribuem para que a universalização e obrigatoriedade da educação básica não se efetivem.
Nesse sentido Ferreira (2008) afirma que:
Após contemplá-la como direito social, o legislador constituinte enfatizou seu conteúdo no título da ordem social, mais especificamente no capítulo da educação, cultura e desporto. Estabeleceu como princípios da educação a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; a valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso, exclusivamente, por concurso público de provas e títulos; a gestão democrática do ensino público na forma da lei e a garantia de padrão de qualidade. (FERREIRA, 2008, p.33).
Como afirma Horta (1998, p. 25) a “[...] Constituição de 1988 fecha o círculo com relação ao direito à educação e à obrigatoriedade escolar na legislação educacional brasileira, recuperando o conceito de educação como direito público subjetivo, abandonado desde a década de 30”.
A criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei nº 9.394/96, que prevê que seja assegurado ao profissional da educação: "o aperfeiçoamento continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado"; um "piso salarial profissional"; a "progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho"; um "período reservado a estudos, planejamento e avaliação incluído na carga horária"; e "condições adequadas de trabalho" (art. 67), porém muitos estados ainda não conseguem cumprir tais determinações.
A lógica excludente da educação pública formal brasileira se materializa no reforço ao setor privado, por meio do abatimento de impostos e na imposição aos trabalhadores de financiar duplamente o acesso de seus filhos à educação, pelas instituições privadas, fato que nos leva a desacreditar da educação pública.
De acordo com Gentili (1998):
Educados num sistema escolar pulverizado e segmentado, coabitado por circuitos educacionais de oportunidades e qualidades diversas; oportunidades e qualidades que mudam conforme a condição social dos assuntos e os recursos econômicos que eles têm para acessar a privilegiada esfera dos direitos da cidadania (p.83).
Com esse pensamento ressaltam-se as desigualdades existentes nos espaços escolares, bem como os impactos que geram na promoção da política educacional. O espaço escolar é resultado de um processo dinâmico de uma rede de relações, da forma como o Estado atua por meio das políticas públicas e de como as diversas classes sociais exercem o controle social no poder político.
A ideia de garantia de direitos, da concretização de uma cidadania fundada no acesso e garantia de bens materiais, sociais e morais, nos leva a compreender o que vem ocorrendo na última década, com a estratégia de desmonte do sistema de garantia de direitos conquistados até então. A legislação brasileira tem, reiteradamente, afirmado a responsabilidade do Poder Público para com a educação, particularmente no que diz respeito ao oferecimento da educação básica.
A relativa ausência do Estado na área da educação nos últimos anos, através da redução das verbas públicas, baixos salários aos profissionais da educação e a concessão da exploração privada nesta área, tem gerado um impacto real na baixa qualidade de ensino e na população usuária, que hoje se constitui de uma população eminentemente pobre.
A trajetória da política de educação no Brasil revela uma intensa disputa de classes no tocante à garantia do acesso à educação escolarizada. As lutas sociais travadas pela classe trabalhadora desde os primórdios do século XX em torno do direito à educação e as recorrentes interdições das frações dominantes da burguesia à organização de um sistema educacional alicerçado na universalização do acesso à escola pública, sobretudo a partir da ação de seus intelectuais, ilustram tensões que ainda hoje estão presentes nos debates sobre os rumos desta política.
A própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação, aprovada em 1996, em seu artigo 4º afirma que a responsabilidade do Estado com a educação escolar pública será efetivada mediante a garantia da gratuidade da educação apenas na educação infantil e no ensino fundamental. A referência à universalização do acesso é feita apenas em relação ao ensino médio, enquanto que o acesso aos níveis superiores de educação se fará segundo a capacidade de cada um. 
Deste modo, se no plano legal o acesso à educação deve ser assegurado por vias distintas de acordo com o nível ou modalidade educacional, no plano da realidade a educação escolarizada tem acentuado e ampliado esta diferenciação, se constituindo em um importante mecanismo de reprodução das desigualdades sociais entre as classes e suas frações.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, criados pelo MEC a partir de 1998, para a educação básica buscaram expressar os avanços do ensino, propondo uma nova forma de educar alunos para o novo milênio, aproximando o que se ensina na sala de aula do cotidiano dos alunos e do mundo nos dias de hoje, trazem os chamados temas transversais que são: ética, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo. Não são novas matérias, mas assuntos que devem permear as disciplinas ministradas aos alunos durante o ano letivo. 
Tais parâmetros revelam uma educação antidemocrática, alienante e controladora pelo sistema vigente, a fim de padronizar a educação no Brasil. Não conseguiram sair do papel e expressaram o despreparo e o desinteresse dos educadores em incorporar esses temas à sua rotina de ensino.
Desde a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9.394, de dezembro de 1996, o Brasil colocou o seu “projeto educacional à disposição das necessidades sociais, técnicas e político-ideológicas da atual fase de expansão do capitalismo”. (ALMEIDA, 2000a, p.21). Especialmente quando substituiu o primeiro projeto de 1994, da LDBEN, discutido e negociado com muitas entidades e os movimentos sociais do campo educacional, por outro projeto do Ministério da Educação (MEC), articulado às diretrizes do Banco Mundial. E desde então, o MEC tem imposto várias reformas educacionais sem o diálogo e a participação da sociedade civil organizada e de profissionais do campo educacional.
Almeida (2000a) confirma quando coloca que:
A política desenvolvida pelo MEC nos últimos anos foi orientada, sobretudo pela necessidade de elevar o nível de escolaridade mínima da mão de obra no país e de empreender reformas no sentido de garantir sua integral adequação às novas exigências da esfera da produção e da cultura sem grandes investimentos, visto que deveria ser também funcional ao processo de ajuste fiscal imposto pela nova ordem econômica mundial. [...] A LDB contém um arcabouço geral de organização e orientação da política educacional referenciado pelas principais balizas do Estado neoliberal: a reforma administrativa e gerencial do Estado; a flexibilização das legislações exigida pela flexibilização da produção no mundo do trabalho; a substituição da lógica do pleno emprego pela da empregabilidade; a valorização ideológica da supremacia do mercado e da individualidade [...] (ALMEIDA, 2000ª, p.161).
As reformas no campo educacional têm buscado responder às exigências do paradigma da empregabilidade e do interesse público e privado, ou seja, a inserção no mundo do trabalho é segundo os interesses do mercado, atendendo sua lucratividade e a busca da supremacia dos setores privados para uma educação mercantilizada e gerenciada pelo Estado, sem ações executivas, mas incorporando institucionalmente,a filantropia e o assistencialismo à rede de serviços públicos para a população de baixa renda, não equacionando a exclusão educacional e social (ALMEIDA, 2000a, p. 21).
Aqui deve ser ressaltada uma das principais características da realidade brasileira: o fato de a educação não ter se constituído até o momento em um direito social efetivo e universalmente garantido, um patrimônio da sociedade civil, conforme ocorreu em vários países como etapa fundamental do processo de consolidação do próprio modo de produção capitalista, ou seja, como um valor social universal e como condição necessária ao desenvolvimento das forças produtivas.
Tem-se hoje um amplo conjunto de mudanças acontecendo no sistema educacional brasileiro, desde a educação inicial até a educação superior. E é nesse vasto e complexo campo de atuação que o Serviço Social tem redefinido sua intervenção. São muitos assistentes sociais trabalhando diretamente com as instituições de ensino (públicas e privadas): nos Centros Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental, nos conselhos municipais de educação, na assessoria e elaboração dos planos municipais e estaduais de educação, nos projetos de educação não-formal, nas universidades através do estágio curricular, projetos de extensão universitária e a inserção do jovem de baixa renda, no ensino superior e nas equipes interdisciplinares através da formação continuada dos profissionais da educação, ou seja, no campo da educação enquanto política social e como dimensão da vida social.
E hoje entende-se práticas curriculares inseridas num contexto histórico, social e cultural que buscam a qualidade da educação e do ensino, em processos de aprendizagem para os alunos (SACRISTÁN, 2000, p. 15-16).
A categoria profissional tem-se destacado nesses trabalhos e ampliado suas ações realizando uma interface com outras políticas sociais previstas em leis, como o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n. 8.069/90 e a Lei Orgânica de Assistência Social, Lei n. 8742/93 e pela importância estratégica que tem a educação nesse novo milênio.
Nos dias atuais, a obrigatoriedade da matrícula aumentou consideravelmente o número de alunos nas escolas, porém, em contrapartida, o interesse no ambiente escolar tem diminuído de maneira drástica. Nem mesmo as “bolsas” criadas pelo Governo Federal têm obtido sucesso na garantia da qualidade da educação, pois na maioria das vezes, os pais garantem a frequência, porém não incentivam a participação de seus filhos nas atividades escolares. Vale lembrar, que nos casos onde os alunos possuem baixa frequência, os pais já desistiram, inclusive, de receber a ajuda financeira do governo, eles acham mais prático deixar que seus filhos façam o que quiserem, do que correr atrás de sua participação.
3.2 O Cenário Atual da Educação Pública no Brasil
Falar da educação brasileira hoje pode nos causar certo constrangimento e desânimo, pois muito se tem dito à respeito dos investimentos na área, porém na prática, a realidade é bastante inversa. O Brasil apresenta, de forma agravada, algumas características próprias de países em desenvolvimento, entre as quais enorme desigualdade na distribuição da renda e imensas deficiências no sistema educacional.
Temos hoje um cenário polarizado: um lado é a má distribuição de riqueza, a minoria tem muito capital e trabalha pouco e na maioria das vezes isso se inverte, pouco capital e muito trabalho. O outro lado é o crescente da exclusão social, onde a grande parte da sociedade (a classe trabalhadora) não tem possibilidade de acessar o mínimo necessário para sobreviver, e é cada vez mais vulnerável.
Esses dois problemas estão obviamente associados. Não é possível, hoje em dia, aumentar substancialmente a renda média de adultos sem instrução, nem se consegue educar adequadamente crianças cujas famílias vivem à beira da miséria. Por isso mesmo, ao se traçar uma política educacional, há de se evitar a posição simplista de que se pode resolver o problema da pobreza apenas abrindo escolas. Garantir a matrícula ou a frequência no ambiente escolar, não significa garantir a qualidade dos trabalhos desenvolvidos, muito menos o aprendizado. 
Pobreza e ausência de escolarização são deficiências que somente poderão ser superadas, enfrentadas simultaneamente, cada um no seu lugar próprio. Obviamente a educação sempre foi considerada um bem em si, pelas oportunidades que oferece de enriquecimento social. Mas isso por si só não cria condições para o bom desenvolvimento social do cidadão.
A escola carece da definição de um papel e de sua identidade no contexto social, político e histórico. E essa construção depende de um movimento interno, ou seja, do interesse das pessoas envolvidas em construir a identidade da escola e consequentemente a construção da identidade dos seus educadores e o grau de conhecimento da escola.
O cotidiano escolar é um campo muito vasto para intervenções preventivas relacionadas ao universo infanto-juvenil como a sexualidade precoce, drogas, violências, discriminações, exclusão, adolescentes em conflito com a lei, crianças e adolescentes que sofrem algum risco pessoal ou social, são intervenções que englobam a família, a escola, a sociedade e o Estado.
Esse universo de complexas expressões sociais, não pode continuar sendo visto como uma rotina natural. Portanto, para que esta intervenção contribua no processo educacional, é preciso que seja inclusiva e baseada na totalidade do contexto social em que está inserido o aluno.
Afirma Frigotto (2000) que o Brasil assiste à banalização da escola pública e é preciso dar uma resposta coletiva, 
As propostas educacionais como alternativas no campo educativo expõem os limites do horizonte da burguesia e, em casos como o brasileiro, sobre determinados por uma burguesia atrasada, elitista e despótica. Isto se materializa de forma exemplar no embate em torno da educação no processo constituinte (1988) e, mais especificamente, no processo em curso há mais de 5 anos da LDB (1989-1995). O discurso da modernidade, na prática, esconde o profundo atraso histórico. O que vem ocorrendo por inúmeros disfarces, convênios, cooperativa, etc., é a privatização crescente e o desmonte da escola pública (FRIGOTTO, 2000, p. 203).
Outro fato presente e bastante preocupante para as escolas públicas brasileiras hoje, é o grande número de evasão e por conta disso a distorção idade/série. Os casos de baixa frequência escolar, geram o baixo rendimento escolar, o aluno não acompanha o aprendizado e se vê à margem de outros que conseguem um aproveitamento melhor. O resultado não é apenas o de ficar numa classe de reforço escolar, mas muitas vezes, o de também acabar evadindo-se da escola. Problema que atrapalha as avaliações externas das escolas e que baixa o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) da escola, valores obtidos por meio de avaliações e análises de evasões e distorções idade/série de uma escola. 
Mas não é só isso. Hoje, nas escolas brasileiras, nos deparamos com professores que estão desestimulados a praticarem o que de melhor fazem: transmitir conhecimento e formar cidadãos para viverem em sociedade. Isso por vários motivos: falta de profissionais (de apoio e de professores), baixos salários ou ter que se dividir com outro vínculo de emprego. O que ensinam parece não que atrai ou não é apreendido pelos alunos. Grande parte dos profissionais, que atuam hoje no âmbito escolar, são graduados em pedagogia, profissão essa que habilita o indivíduo estar lecionando do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, a estar eventualmente a frente de determinadas matérias das demais series escolares, e a estar a frente da direção escolar.
Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica será feita em cursos de graduação em pedagogia ou nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional (L.D.B., p.41).
A formação educacional que tiveramnão está sendo compatível com as mudanças que a sociedade atualmente exige, principalmente com a ampliação do acesso ao ensino público, que de certa forma fez com que o público escolar crescesse em números e deixasse as salas de aulas lotadas.
O que vemos nas escolas, nas salas de aulas, é um palco de conflitos.
Professores e alunos em iminentes contradições de relações. Há exceções, evidentemente, mas em sua grande maioria são salas inchadas de alunos e esvaziadas de interesse. Por parte do aluno, o mundo da “rua” pode oferecer-lhe muito mais que a escola, por parte do professor, a sua baixa remuneração pode justificar qualquer falta de planejamento e busca.
Um dos problemas sociais de grande complexidade é a violência nas escolas. Não é uma questão nova, nem de fácil solução, podendo ser abordada em três dimensões diferentes: violência dentro da escola, a violência em torno da escola e a violência da escola. Essa violência tem aumentado de forma assustadora em nossa sociedade e ultrapassado as instâncias socioeconômicas. Instaurando-se nas escolas como um fenômeno crescente, ela altera o comportamento dos jovens que expressam, assim, a sua frustração sobre a família, o trabalho, a escola e a comunidade.
Inegavelmente, os horizontes postos para a educação brasileira têm sido desenhados, em alguma medida, a partir da discussão política em torno do que se espera da escola, porém o diagnóstico da realidade social e educacional na qual a escola encontra-se inserida atualmente, não condiz com as metas a serem atingidas. Uma escola “assistencialista” deixa de exercer sua função para cumprir outras que não fazem parte de sua alçada, porém diante do desenho desenvolvido no dia a dia escolar, essa instituição não consegue simplesmente ignorar algumas situações e exercer apenas sua função. 
Seria prático e fácil para a escola preocupar-se apenas com as questões acadêmicas, mas custa-lhe ignorar os alunos que chega até ela com fome, vítima de abusos diversos, muitos deles pela própria família, crianças que convivem e falam do tráfico com naturalidade, e pior ainda, os alunos que nem chegam às escolas. Professor e diretor, acabam por vezes deixando de ser o “profissional” da educação para interceder junto a esse aluno, sobre a necessidade da sua frequência na escola.
Diante deste cenário quais são os desafios teórico-políticos para a inserção do/a assistente social no âmbito da Política de Educação? Que elementos merecem destaque? Esta inserção supõe a referência a uma dada concepção de educação que assuma sintonia, coerência com a direção hegemônica do projeto ético-político profissional. 
Nessa perspectiva se impõe construir ações profissionais no sentido de fortalecer as lutas sociais em defesa de uma educação emancipadora que possibilite aos indivíduos sociais o desenvolvimento de suas potencialidades como gênero humano. Cumpre à categoria profissional a reflexão crítica sobre a educação como processo social numa perspectiva de totalidade que envolve projetos institucionais e societários em disputa, os quais podem reforçar o status quo ou insurgir-se contra o mesmo. Na direção da insurgência frente à dominação sob o capital, uma educação emancipadora exige a articulação com as diferentes dimensões da vida social como constitutivas de experiências de sociabilidade humana fundadas na igualdade e liberdade substantivas e que possibilitem o acesso, a garantia e a ampliação aos direitos sociais.
3.3 As Questões Sociais que Afetam a Aprendizagem Escolar
O Serviço Social contribui para a garantia do direito à educação, que estão ligados a realidade social, política, econômica, e cultural, que muitas vezes no dia- a- dia é deixado de lado ou ficam na responsabilidade das Políticas Educacionais. O processo educacional está repleto de dúvidas, entretanto é preciso ter clareza que a educação tem um caráter social e político pautado na busca da transformação social da sociedade. Um dos seus grandes objetivos é capacitar o educando para refletir criticamente acerca dos diferentes problemas sociais. Portanto, faz se necessário um reordenamento sobreas práticas pedagógicas desenvolvidas para contribuir no enfrentamento das problemáticas, sejam por meio de medidas preventivas, projetos, propostas ou alternativas.
Segundo Rios (2006):
Certas circunstâncias exigem de nós determinadas posturas, e não podemos nos recusar a assumi-las, porque se impõem como necessárias. O educador exigente não se contentará com pouco, não procurará o fácil: sua formação deverá ser a formação de um intelectual atuante no processo de transformação de um sistema autoritário e repressivo; o rigor será uma exigência para sua prática, contra um laissez-faire que se identifica com o espontaneísmo (RIOS, 2006, p.69).
Para uma crescente percepção da realidade social, é preciso aprofundar as discussões em relação a função social da escola, aproximando a família do contexto escolar. Isso porque, a escola também é um espaço onde a concretização dos problemas sociais acontece. As demandas apresentadas na escola como a evasão escolar, estão ligadas as várias formas de expressão da questão social enfrentadas não só pelos alunos, mais também por seus familiares. 
Para Iamamoto (1998),
Os Assistentes Sociais Contribuem para a criação de formas de um consenso – distinto daquele dominante – ao reforçarem os interesses de segmentos majoritários da coletividade. Contribuem nesta direção ao socializarem informações que subsidiem a formulação, gestão de políticas públicas e o acesso a direitos sociais; ao viabilizarem o uso de recursos legais em prol dos interesses da sociedade civil organizada; ao referirem na gestão e avaliação daquelas políticas ampliando o acesso a informação a indivíduos sociais para que possam lutar e interferir na alteração dos rumos da vida em sociedade (IAMAMOTO, 1998, p. 69).
Criar políticas públicas de auxílio à essas crianças e adolescentes, é fácil. O difícil é cumpri-las, para que isso ocorra, muitas vezes a própria escola deve fazer o desvio de sua função para realizar as cobranças necessárias. A redução do Estado nesta área faz parte de um foco maior e global que se fortalece principalmente na década de 1990, o neoliberalismo.
Nesse contexto, para BONAMINO,
(…), as propostas neoliberais em matéria de política educacional se orientam pela lógica do mercado, pelas leis da oferta e da procura. A ação do Estado em matéria de educação se reduz a garantir uma educação básica geral, deixando os outros níveis de ensino sujeitos às leis do mercado. Ele se encarregará de premiar as escolas de melhor qualidade, punindo as ineficientes com a restrição da demanda (BONAMINO, 1993, p.7).
Porém, o que percebemos na realidade, é o fato de que o Estado não consegue garantir a qualidade nem da educação básica, pois à ela está atrelada questões que vão muito além de inserir o aluno na escola e manter sua frequência, fato nem sempre possível.
Quanto à evasão escolar, os procedimentos utilizados pelas escolas públicas estaduais, são primeiramente estar entrando em contato com a família ou os responsáveis pelo aluno para verificar as circunstancias que levaram a tal situação. Não obtendo o regresso do aluno ao âmbito escolar, a mesma solicita ao Conselho Tutelar do Município para que se responsabilize pelo caso, sendo que se o órgão, também não conseguir fazer com que os alunos retomem os estudos, o caso passa a ser acompanhado pelo poder judiciário, sobre o regimento da lei, que garante que:
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
V – acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência;
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I – ensino fundamental,obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiverem acesso na idade própria;
II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; 
VII – atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
1.º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. 
2.º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente (Estatuto da Criança e do Adolescente).
O Serviço Social brasileiro por meio de suas entidades representativas: o Conjunto CFESS/CRESS, a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e a Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO) em parceria com o Sindicato Nacional de Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) têm desenvolvido diversas ações no sentido de fortalecer a educação pública, universal, laica e de qualidade a exemplo de sua inserção na campanha 10% do PIB para Educação, dos diversos posicionamentos públicos que reafirmam a luta pela formação profissional de qualidade e das ações em prol dos PLs13 e ou da Emenda Constitucional que propõe a inserção do Serviço Social na Educação.
Nesse sentido:
O Serviço Social brasileiro ousa dizer não à forma como vem sendo implementado o acesso da população brasileira ao ensino, que, em larga medida, extravia seu caráter público, presencial, laico e de qualidade, em um contexto neoliberal, no qual o Estado empenha-se para atender às exigências dos organismos internacionais, criando as condições para a institucionalização de um padrão educacional que dissemina uma educação que contribui para a manutenção da desigualdade social e de relações sociais que alienam, desumanizam e conferem adesão passiva ao modo de ser burguês (CFESS, 2012).
Ao Conjunto CFESS-CRESS, também são dados os créditos da origem das Comissões Temáticas de Educação nos CRESS e às discussões, debates e proposições nos encontros nacionais da categoria. No 30º Encontro Nacional do Conjunto CFESS-CRESS 2001, pela primeira vez a categoria realizou proposições de âmbito nacional. Neste mesmo ano, foi constituído um “Grupo de Estudos sobre o Serviço Social na Educação” pelo CFESS, que construiu uma brochura intitulada “Serviço Social na Educação”. O objetivo foi contribuir com o processo de discussão que se configurava no cenário nacional. 
Neste documento, se problematizou a função social da escola, a educação como um direito social, a contribuição do Serviço Social para a garantia do direito à educação e a escola como instância de atuação do/a assistente social. Incorporou também o parecer jurídico número 23/2000, da Dra. Sylvia Terra, assessora jurídica do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), sobre a implantação do Serviço Social nas escolas de ensino fundamental e médio. Tal parecer aponta, dentre outros aspectos, o direito à educação, bem como o acesso e permanência nas escolas. E que a inserção dos/as assistentes sociais nas escolas é pertinente, face “às atribuições atinentes à atividade profissional respectiva, estabelecida nos artigos 4º e 5º da Lei número 8.662/1993”. Tratou-se, também, das possibilidades legais dos projetos de lei para a implantação do Serviço Social nas escolas e da discussão sobre a regulamentação da mesma nas instâncias de poder municipal e estadual.
No 31º Encontro Nacional CFESS-CRESS, realizado em 2002 em Brasília (DF), e no 32º Encontro Nacional CFESS-CRESS de 2003, realizado em Salvador (BA), apontou-se para a necessidade do mapeamento das discussões sobre a inserção do/a assistente social na educação no cenário nacional. Embora estivesse presente nos dois encontros, tal mapeamento não pôde ser realizado. Outra demanda que surgiu nesses dois encontros e que permanece até o presente momento é o acompanhamento dos projetos de lei e das legislações já existentes no país a respeito do Serviço Social na Educação. Tal demanda tem sido, desde então, permanentemente trabalhada tanto pelos CRESS como pelo CFESS.
Já no 33º e no 34º Encontros Nacionais, de 2004 e 2005 respectivamente, foi indicada a construção de parâmetros nacionais, a partir do levantamento das produções já existentes nas diferentes regiões. Apontou-se, também, a necessidade da configuração de uma comissão de trabalho que não conseguiu se efetivar. Em 2004, o Conselho Federal de Serviço Social solicitou ao professor Ney Luiz Teixeira de Almeida a elaboração de um parecer sobre os projetos de lei que versavam sobre a inserção do/a assistente social na área de educação. Naquela ocasião, foi então elaborado pelo referido professor o documento intitulado “Parecer sobre os projetos de Lei que dispõem sobre a inserção do Serviço Social na Educação”.
É necessário que a categoria representada pelos Conselhos Federal (CFESS) e Regional (CRESS) de Serviço Social priorizem movimentos e organizações temáticas para conhecer todos os seus profissionais e respectivos trabalhos realizados direta e indiretamente no campo da educação. E assim estabelecer um plano estratégico para um trabalho profissional orgânico, rompendo com ações e práticas profissionais isoladas.
O cerne da atual política educacional consiste em melhorar o professor para melhorar a qualidade do ensino oferecido pelas escolas públicas e diminuir a evasão e fazer com que um maior número de crianças chegue ao final do ensino fundamental.
De acordo com ALMEIDA (2004, p.2), a política educacional é uma das expressões das disputas protagonizadas pelos sujeitos sociais no campo da cultura, mas não encerra todas as particularidades da educação enquanto dimensão da vida social.
A escola (educação) em seu compromisso de organizar o trabalho no sentido de torná-lo mais tangível para aqueles que a ela têm direito, de possibilitar o acesso do indivíduo à cultura de uma sociedade e de um país, pelo direito do cidadão dizer sua voz e ser ouvido pelos outros e o Serviço Social em seu compromisso de efetivar direitos sociais intervindo nas expressões da questão social, tanto na atuação direta nas unidades escolares, como nas atividades de gerenciamento e de planejamento da política educacional, poderão juntos viabilizar a concretização da universalização do acesso ao ensino e a superação das desigualdades sociais.
3.4 O Papel da Escola Diante da Violação de Direitos das Crianças e dos Adolescentes
A crise atual das escolas brasileiras está cada vez marcada pela violência proveniente de aspectos que perpassam pelas questões econômicas, sociais e históricas. Desse modo, faz-se mister evidenciar que o presente período histórico determina transformações societárias que afetam diretamente o conjunto da vida social e incidem fortemente sobre a educação, seus suportes de conhecimento e de implementação, suas funcionalidades, etc. (BARBOSA & FREIRE, 2006).
Para que o direito à educação seja plenamente assegurado muitas transformações devem ocorrer na área social, já que a realidade de grande parte da população é caracterizada pela pauperização, desemprego, fome, exclusão social. Estes fatores são responsáveis pela fragilização dos processos escolares no Brasil na medida que a família não tem o suporte necessário para as suas crianças e adolescentes e acabam reproduzindo práticas que constituem-se como violação de direitos, a exemplo o trabalho infantil, a exploração sexual da criança e do adolescente, a violência doméstica seja ela física ou psicológica, além de em muitos casos estas crianças e adolescentes presenciarem os pais alcoolizados e conflitos dentro de casa (MONTEIRO, 2011).
Frente a esta situação, o estudante chega muitas vezes à escola apresentando comportamentos agressivos, irritado, inquieto e às vezes chega a brigar na escola, perdendo a concentração nas aulas,ou torna-se distante, retraído e, assim, o seu aprendizado torna-se difícil, ocasionando muitas vezes na evasão escolar. Diante deste cenário, a escola deve estar preparada para ver além das atitudes desses estudantes, preocupando-se com as causas que levam a esse comportamento, buscando estabelecer um diálogo com esses indivíduos e, principalmente, conhecer as legislações, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), apropriando-se desse instrumento como forma de enfrentamento da violação dos direitos.
Vale ressaltar que para se estabelecer um diálogo, sendo este fundamental no processo de aprendizado, é essencial saber escutar, acerca disso Paulo Freire traz sua contribuição relatando o seguinte:
Se, na verdade, o sonho que nos anima é democrático e solidário, não é falando dos outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos os portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando que aprendemos a falar com eles. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições, precise de falar a ele. […] fala com ele como sujeito da escuta de sua fala crítica e não como objeto de seu discurso. O educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às vezes necessário, ao aluno, em uma fala com ele (1996, p. 71).
     A partir da perspectiva do diálogo torna-se possível encontrar soluções e a escola consegue estabelecer uma relação com a família e com os alunos, procurando entender o contexto social no qual estão submetidos. Esta interação escola-família deve existir para que seja conhecido se os direitos básicos à vida humana estão sendo assegurados, que de acordo com o Artigo 6º da Constituição Federal correspondem “a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados” (BRASIL, 1988). A efetivação desses direitos é necessária para que a formação educacional nas escolas obtenha bons resultados.
4 O SERVIÇO SOCIAL NO ESPAÇO ESCOLAR
A exemplo das demais áreas da vida social humana, a educação encontra-se passível das demais normas instituídas pelo sistema legal do Estado. A educação também está inserida no contexto mundial dos direitos aos cidadãos, como podemos observar nos principais documentos e declarações emitidos tanto em nosso país, ou através de organismos internacionais. Contudo, ao se discutir educação no Brasil, deve se considerar as diversidades regionais, as situações econômicas, sociais e culturais em que as escolas estão inseridas, pois o país possui dimensões continentais.
De acordo com Mello (2005):
Esse pequeno sistema social que chamamos escola, apesar das normativas homogêneas dos sistemas de ensino e de uma aparência uniforme aos olhos mais desavisados, desenvolve seu próprio conjunto de normas e valores e, principalmente, sua própria cultura. Não se trata de tomar as escolas como instituições isoladas do contexto social. Muito ao contrário, os valores da sociedade constituem a matriz da cultura escolar (MELLO, 2005, p. 175).
Um dos desafios das escolas na atualidade é realizar uma articulação do conteúdo escolar trabalhado com a realidade social dos alunos, considerando seus direitos e deveres preconizados na Constituição Federal de 1988 (CF), Lei no 8069 de 13/07/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei no 9394 de 20/12/1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). 
Desta forma, se alinham em um amplo projeto normativo, com o objetivo de propiciar o bem-estar social, consequência da formação da consciência cidadã e da construção de conhecimentos específicos sobre os direitos e deveres do cidadão, a LDB é resultado de um longo embate que se iniciou em 1948, ou seja, somente após 48 anos de retrocesso é que ocorreu a sua promulgação. Juntos esses documentos normativos tornam-se mecanismos legais, criando pontes entre a escola pública e todos os brasileiros.
A escola, antes considerada como um ambiente propício à aprendizagem e ao crescimento social e afetivo, na atualidade passa a ser descrita como um espaço de violências e angústias, o que gera crescente sentimento de insegurança, impotência, medo e desânimo. Sobre a escola recaem as ausências das instituições e das políticas públicas em saúde, segurança, trabalho, esporte, cultura e promoção da transformação social. A política de ensino é tratada isoladamente no espaço da instituição de ensino.
A violência escolar tem se constituído, nos últimos anos, em um problema social e amplamente divulgado e explorado pelos meios de comunicação principalmente o bullying, que era considerado como brincadeira. Este fenômeno, que possui determinações complexas, tem colocado em xeque a relação professor-aluno.
4.1 O Assistente Social como Integrante da Equipe Escolar
A presença do/a Assistente Social na área da educação já é discutida desde a década de 1930, portanto, desde a origem dos processos sócio-históricos constitutivos da profissão. No entanto, é a partir da década de 1990, em consonância com o amadurecimento do projeto ético-político profissional, que se visualiza no Brasil um considerável aumento do Serviço Social na área da educação.
Estabelece na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Lei 9.394/96), no art. 1º. Parágrafo 1º. “A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e a prática social”, notamos aí que o professor só está preparado para ensinar o básico, não se preocupa o que será deste aluno após a escola. Com o Assistente Social inserido na escola, o mesmo vai orientar e preparar o indivíduo para o mundo fora da escola e a prática social. Prepará-lo não só para o mundo do trabalho, mais fazê-lo descobrir a sua autonomia para que na hora de escolher uma profissão e concorrer no mercado de trabalho o aluno estará preparado.
Os profissionais do Serviço Social inseridos nas escolas contribuem com a realização de diagnósticos sociais, com isso indicará uma alternativa para problematizar as expressões da questão social vivenciada por muitas crianças e adolescentes, isso implicará na melhoria da sua condição de enfrentamento da vida pessoal e escolar. Vemos no âmbito educacional, que há uma necessidade de melhorar a quantidade de vagas para atender uma maior parte de alunos, e ao mesmo tempo melhoria na qualidade do ensino, da escola, dos profissionais, etc.
Conforme abordado até aqui, pode-se afirmar que a área da educação tem sido um grande desafio para o assistente social. São poucas as definições e a construção do trabalho hoje é contínua, visto que a realidade atual impõe a necessidade de alternativas de trabalho frente às demandas da escola, pois esta se vê muitas vezes impotente na resolução dos mesmos. O espaço do Serviço Social no cenário educacional ainda é pouco reconhecido, mas vem sendo gradativamente conquistado. Embora de forma gradativa, a profissão tem ampliado sua atuação através das escolas públicas e privadas, assessorias na elaboração e implementação das políticas sociais, especialmente a educação, nos projetos educacionais de extensão à comunidade, nos conselhos escolares e municipais de educação, nas equipes de formação e orientação aos profissionais da educação.
A partir dos avanços que vêm ocorrendo do trabalho dos Assistentes Sociais na educação brasileira, torna-se evidente cada vez mais que é importante e fundamental a intervenção desses profissionais na política educacional e na gestão escolar especialmente na “proposta pedagógica que insere a escola na realidade e a realidade na escola como elemento fundamental para o ensino e aprendizagem”. (ALESSANDRINI, 2001, p. 55).
Afirma Iamamoto (2001) que as atuais mudanças no mundo profissional exige do assistente social uma participação enquanto:
[...] um sujeito profissional que tenha competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e funções profissionais [...] [...] desenvolver

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