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Cálculo II, exercícios ect/ufrn 1 HLCS hectors@ect.ufrn.br Capítulo V Integral dupla, tripla 5. 1 Integral dupla. 5.11 Soma de Riemann e integração dupla 5.12 Teorema de Fubini 5.13 Integração dupla em regiões planas arbitrarias. 5.14 Mudança de coordenadas na integração dupla. 5.15 Exercícios 5.16 Respostas 5.2 Integral tripla. 5.21 Definição de integral tripla 5.22 Mudança de coordenadas na integração tripla. 5.3 Integração dupla em superfícies arbitrarias. 5.31 Exercicios 5.32 Respostas Cálculo II, exercícios ect/ufrn 2 HLCS 5.4 Aplicações 5.41 Volume de sólidos. 5.42 Cálculo da massa de sólidos com densidade arbitrária. 5.43 Centro de massa. 5.44 Momento de inércia. 5.45 Carga total de um condutor com distribuição arbitrária de carga elétrica. 5.46 Variados. 5.47 Exercícios 5.48 Respostas Cálculo II, exercícios ect/ufrn 3 HLCS 5.1 Integração dupla Motivação. A integral simples de uma função real de variável real, foi introduzida no calculo I, com intuito de calcular, por exemplo, a área limitada por uma função 𝑓(𝑥) no intervalo 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏. Uma abordagem mas detalhada esta no apêndice A5 deste capitulo. A integral dupla foi introduzida na matemática entre outras, por um necessidade, a de poder calcular o volume limitado por cima por uma superfície arbitrária “S” no espaço R3, as 4 paredes laterais e por baixo por uma superfície plana horizontal retangular [𝑎. 𝑏] 𝑥[𝑐, 𝑑] (ver figura 5.1). È claro que,precisamos conhecer com antecedência a função f(x,y) que define a superfície “S”. Imaginemos que temos um deposito de arroz, e precisamos saber qual é o volume total de arroz que podemos armazenar?. Qual seria o procedimento experimental que nos permite calcular pelo menos aproximadamente o volume deste deposito?. Um método fácil seria empilhar tijolos do mesmo tamanho (com volume previamente determinado) até preencher todo o deposito. Logo, bastaria contar o número total de tijolos e multiplicar pelo volume de um tijolo. Neste procedimento, haveria um pequeno erro, relativo aos espaços na vizinhança do teto que não foram preenchidos totalmente. Entre tanto, é natural pensar que se tivermos tijolos menores, teríamos que preencher maior número de tijolos no armazém, porém os espaços vazios que não conseguirmos preencher com os tijolos agora seriam menores. Logo comparado com o caso anterior, o volume calculado do armazém utilizando tijolos menores daria um valor mais real, mais próximo ao valor real do volume do armazém. Do ponto de vista teórico, este procedimento para calcular o volume de um sólido, podemos generalizar utilizando blocos (paralelepípedos) cada vez menores. Ou seja, o número total de blocos que ocupam o volume do solido vai aumentando conforme o tamanho ou dimensão do bloco vai diminuindo. É de se esperar que Cálculo II, exercícios ect/ufrn 4 HLCS quando o tamanho de cada bloco fundamental vai ficando cada vez menor, o número de blocos fundamentais pra preencher o volume do solido vai aumentando indefinidamente, os espaços vazios perto do teto de forma arbitraria vão se reduzindo e tendendo como limite a zero. Finalmente é de se esperar que o volume exato do sólido, será igual ao limite da soma dos volumes dos blocos fundamentais, quando o número deles vai a infinito. 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = lim𝑛→∞(∑ 𝑑𝑣𝑖 𝑛 𝑖=1 ), sendo 𝑑𝑣𝑖 o volume diferencial ou volume fundamental. O índice i é para indicar que em geral os volumes dos “tijolos fundamentais em principio podem ser diferentes. De qualquer forma temos que ter o controle entre o volume de cada unidade fundamental e o número deles para preencher o volume total do solido W. A ideia anterior é a base teórica da chamada soma de Riemann que define formalmente uma integral dupla numa região de integração. As aplicações da integração dupla são muitas, cálculo de massa de objetos tridimensionais com densidade variável; calculo do centro de massa de laminas, de sólidos tridimensionais; o calculo do momento de inércia, seja em coordenadas cartesianas, esféricas o cilíndricas, isto dependendo da simetria do objeto em estudo. Calculo da carga total de objetos metálicos (sólidos tridimensionais ou superfícies bidimensionais) com uma distribuição de carga de densidade arbitraria. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 5 HLCS 5.11 Soma de Riemann e integração dupla Seja F uma função real de variável vetorial, 𝐹 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅 (𝑥, 𝑦) → 𝐹(𝑥, 𝑦) Consideremos o domínio 𝐷 = [𝑎, 𝑏] × [𝑐, 𝑑], ou seja: 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑. Vamos supor que 𝑓(𝑥, 𝑦) ≥ 0, logo a gráfica da superfície “S”definida pela função z=f(x,y) está completamente na parte superior ao plano 𝑥𝑦 no espaço R3. Logo, o sólido W que está acima do retângulo D e debaixo da superfície “S” e limitada lateralmente pelas quatro paredes verticais (planos verticais: 𝑥 = 𝑎, 𝑥 = 𝑏, 𝑦 = 𝑐, 𝑦 = 𝑑), e está definido como segue : 𝑊 = { (𝑥, 𝑦, 𝑧) ⊂ 𝑅3 / (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑓(𝑥, 𝑦)} D Cálculo II, exercícios ect/ufrn 6 HLCS ou 𝑊 = { 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 , 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑 , 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑓(𝑥, 𝑦) }. Para calcular o volume do sólido W, precisamos subdividir a região de integração D em sub-retângulos, chamaremos isto de partição. Ao retângulo D iremos dividir da seguinte maneira: O intervalo [a,b] iremos dividir em n partes iguais, logo cada parte tem ∆𝑥 = 𝑏−𝑎 𝑛 como comprimento. O intervalo [c,d] iremos dividir em m partes iguais, logo cada parte tem ∆𝑦 = 𝑑−𝑐 𝑚 como comprimento. Desta maneira temos 𝑛𝑚 sub-retângulos iguais da mesma área ∆𝐴 = ∆𝑥 ∆𝑦, como podemos ver na figura a seguir: Na figura anterior, 𝑥1 = 𝑎, 𝑥𝑛+1 = 𝑏, 𝑦1 = 𝑐, 𝑦𝑚+1 = 𝑑 O ponto 𝑟∗ = (𝑥∗𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 ) está localizado num ponto arbitrário dentro do retângulo 𝐷𝑖𝑗 (verde), ou seja 𝑥𝑖 ≤ 𝑥 ∗ 𝑖 ≤ 𝑥𝑖+1, 𝑦𝑗 ≤ 𝑦 ∗ 𝑗 ≤ 𝑦𝑗+1. Adicionalmente: 𝑥𝑖 = 𝑥1 + (𝑖 − 1)∆𝑥 = 𝑎 + (𝑖 − 1) ∆ x ........ (5.1) 𝑦𝑗 = 𝑦1 + (𝑗 − 1)∆𝑦 = 𝑐 + (𝑗 − 1) ∆𝑦 .......(5.2) Cálculo II, exercícios ect/ufrn 7 HLCS Onde 𝑖 = 1,2,… , 𝑛 + 1; 𝑗 = 1,2,… ,𝑚 + 1. A seguir iremos colocar um paralelepípedo sobre o retângulo 𝐷𝑖𝑗 com altura igual a 𝑓(𝑟∗) = 𝑓(𝑥∗𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 ), isto significa que a parte superior deste paralelepípedo bate a superfície S: z=f(x,y), pelo menos parcialmente, desde que a superfície é arbitraria, e o topo do paralelepípedo é retangular, logo o encaixe não será perfeito. O volume desta caixa retangular é dado pelo produto da área da base pela altura da caixa, logo: ∆𝑉𝑖𝑗 = 𝑓 (𝑥 ∗ 𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗)∆𝐴 = 𝑓(𝑥 ∗ 𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 )∆𝑥∆𝑦 Podemos dizer também que o volume desta caixa retangular é aproximadamente igual ao volume do sólido limitado por baixo S : z=f(x,y) W ∆Vij xi yj )( rf ∆y ∆x Cálculo II, exercícios ect/ufrn 8 HLCS pelo retângulo 𝐷𝑖𝑗 e superiormente pela superfície S, a pesar que o volume da caixa retangular será um pouco menor. De qualquer forma, quanto menor for as dimensões do retângulo 𝐷𝑖𝑗 tanto melhor será a aproximação. Se repetirmos este processo pra todas as caixas retangulares no domínio 𝐷, e somar os volumes de cada paralelepípedo, então iremos obter um valor aproximado do volume total do solido 𝑊. Logo: 𝑣𝑜𝑙(𝑊) ≈ ∑ ∆𝑉𝑖𝑗 𝑖=𝑛,𝑗=𝑚 𝑖=1,𝑗=1 = ∑ 𝑓(𝑥∗𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 )∆𝑥∆𝑦 𝑖=𝑛,𝑗=𝑚 𝑖=1,𝑗=1 Esta forma de calcular o volume do solido W será tanto melhor, quanto maior for a partição do domínio retangular D. Isto podemos perceber das seguintes relações: ∆𝑥 = 𝑏−𝑎 𝑛 , ∆𝑦 = 𝑑−𝑐 𝑚 Quanto maior for n e m, tanto menor será ∆𝑥 e ∆𝑦, já que a,b,c,d são números fixos. E quanto menor for as dimensões laterais ∆𝑥 e ∆𝑦 então tanto melhor vai encaixar os paralelepípedos no topo do sólidos W(no contato com a superfícies S). Por tanto é natural realizar o processo de limite e finalmente: 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = lim 𝑛→∞,𝑚→∞ ∑ 𝑓(𝑥∗𝑖 , 𝑦 ∗ 𝑗 )∆𝑥∆𝑦 𝑖=𝑛,𝑗=𝑚 𝑖=1,𝑗=1 Observe que: quando 𝑛 → ∞,𝑚 → ∞; a localização do ponto 𝑟∗ = (𝑥∗ 𝑖 , 𝑦∗ 𝑗 ) dentro do retângulo 𝐷𝑖𝑗 pouco importa, já que a dimensão do retângulo 𝐷𝑖𝑗 vai ficando cada vez menor então as coordenadas dos pontos (𝑥∗ 𝑖 , 𝑦∗ 𝑗 ), (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗), (𝑥𝑖−1, 𝑦𝑗−1) irão coincidir no limite. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 9 HLCS Logo, sem perda de generalidade, podemos reescrever a equação anterior assim : 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = lim 𝑛→∞,𝑚→∞ ∑ 𝑓(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗)∆𝑥∆𝑦 𝑖=𝑛,𝑗=𝑚 𝑖=1,𝑗=1 Definição.- Seja uma função real de duas variáveis 𝑓 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅, e limitada no domínio 𝐷 = {𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑. }. A integral dupla da função 𝑓 sobre o retângulo D é : 𝐼(𝑓) = ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝐷 = lim 𝑛→∞,𝑚→∞ 𝑆𝑛𝑚 ......(5.3) se o limite existir. Sendo 𝑆𝑛𝑚 = ∑ 𝑓(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗)∆𝑥∆𝑦 𝑖=𝑛,𝑗=𝑚 𝑖=1,𝑗=1 A chamada soma de Riemann. Se o limite da soma de Riemann existir a função f(x,y) é integrável no domínio D, caso o limite não existir então a função f(x,y) não é integrável. Observação 1. A pesar que no processo anterior temos escolhido uma partição uniforme, isto é, que todas as células fundamentais tem as mesmas dimensões retangulares; na verdade no processo poderíamos ter escolhido outro tipo de partições; entretanto o resultado não vai depender do tipo de partição escolhido. Observação 2.- A altura do paralelepípedo fundamental, dado por 𝑓(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗), pode ser avaliado em qualquer ponto interno a célula fundamental Ξ𝑖𝑗 = [𝑥𝑖 , 𝑥𝑖+1] × [𝑦𝑗 , 𝑦𝑗+1]; já que ao calcular o processo de limite da soma de Riemann, o resultado deve ser o mesmo. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 10 HLCS Observação 3.- A condição inicial de que a função 𝒇(𝒙, 𝒚) é limitada no domínio D (conjunto fechado), quer dizer que a função tem um mínimo e um máximo definido no retângulo 𝐷. Consequentemente em cada unidade fundamental, Ξ𝑖𝑗 = [𝑥𝑖 , 𝑥𝑖+1] × [𝑦𝑗 , 𝑦𝑗+1] a função vai ter um mínimo e um máximo relativo. Isto indica uma maneira controlada de calcular a integral dupla no retângulo D, por aproximação inferior e superior, deste modo: Seja: 𝐼𝑖𝑛𝑓 = ∑ 𝑓𝑚(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗)∆𝑥∆𝑦 𝑖=𝑛,𝑗=𝑚 𝑖=1,𝑗=1 o valor aproximado de ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴𝐷 por soma inferior. Onde 𝑓𝑚(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗) é o mínimo da função na unidade fundamental Ξ𝑖𝑗. De forma similar, podemos definir 𝐼𝑠𝑢𝑝 = ∑ 𝑓𝑀(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗)∆𝑥∆𝑦 𝑖=𝑛,𝑗=𝑚 𝑖=1,𝑗=1 Como o valor aproximado de ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴𝐷 por soma superior. Onde 𝑓𝑀(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗) é o máximo da função na unidade fundamental Ξ𝑖𝑗 . Logo vale a desigualdade a seguir: 𝑰𝒊𝒏𝒇 ≤ 𝑰(𝒇) ≤ 𝑰𝒔𝒖𝒑 Teorema. A função 𝑓(𝑥, 𝑦) limitada no retângulo D; é integrável se e somente se os limites a seguir existem e são iguais. lim 𝑛→∞,𝑚→∞ 𝐼𝑖𝑛𝑓 = 𝐼(𝑓) = lim 𝑛→∞,𝑚→∞ 𝐼𝑠𝑢𝑝 O número real 𝐼(𝑓) é o valor da integral dupla ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴𝐷 no retângulo 𝐷. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 11 HLCS Exemplo 1.- Determinar ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴𝐷 , para 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑦 + 2 e 𝐷 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 4,2 ≤ 𝑦 ≤ 4}, utilizando o conceito da soma de Riemannn. Solução.- Consideremos a partição regular 𝑃 = {𝑎 = 𝑥1 = 0, 𝑥2, … . 𝑥𝑖 , 𝑥𝑖+1, … 𝑥𝑛+1 = 𝑏 = 4; 𝑐 = 𝑦1 = 2, 𝑦2, … . 𝑦𝑗 , 𝑦𝑗+1, … 𝑦𝑚+1 = 𝑑 = 4} Logo: ∆𝑥 = 𝑥𝑖+1 − 𝑥𝑖 = 𝑏 − 𝑎 𝑛 = 4 − 0 𝑛 = 4 𝑛 ∆𝑦 = 𝑦𝑗+1 − 𝑦𝑗 = 𝑐 − 𝑑 𝑚 = 4 − 2 𝑚 = 2 𝑚 Pela definição de integral dupla, temos: ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝐷 = lim 𝑛→∞,𝑚→∞ ∑ 𝑓(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗)∆𝑥∆𝑦 𝑖=𝑛,𝑗=𝑚 𝑖=1,𝑗=1 .......(5.4) Se 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑦 + 2, logo 𝑓(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗) = 𝑥𝑖 𝑦𝑗 + 2; dai a somatória de Riemann fica: 𝑆𝑛𝑚 = ∑ ∑ 𝑓(𝑥𝑖 , 𝑦𝑗)∆𝑥∆𝑦 𝑗=𝑚 𝑗=1 𝑖=𝑛 𝑖=1 = ∑ ∑(𝑥𝑖 𝑦𝑗 + 2) 4 𝑛 2 𝑚 𝑗=𝑚 𝑗=1 𝑖=𝑛 𝑖=1 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 12 HLCS De (5.1) e (5.2) : 𝑥𝑖 = 𝑥1 + (𝑖 − 1)∆𝑥 = 0 + (𝑖 − 1) 4 𝑛 𝑦𝑗 = 𝑦1 + (𝑗 − 1)∆𝑦 = 2 + (𝑗 − 1) 2 𝑚 Substituindo na somatória de Riemann 𝑆𝑛𝑚 = ∑ ∑{( 4𝑖 𝑛 − 4 𝑛 ) (2 + 2𝑗 𝑚 − 2 𝑚 ) + 2} 4 𝑛 2 𝑚 𝑗=𝑚 𝑗=1 𝑖=𝑛 𝑖=1 𝑆𝑛𝑚 = ∑ ∑{(2 − 2 𝑚 ) ( 4𝑖 𝑛 − 4 𝑛 ) + 2𝑗 𝑚 ( 4𝑖 𝑛 − 4 𝑛 ) + 2} 8 𝑛𝑚 𝑗=𝑚 𝑗=1 𝑖=𝑛 𝑖=1 𝑆𝑛𝑚 = ∑ ∑ {(2 − 2 𝑚 )( 4𝑖 𝑛 − 4 𝑛 ) + 2} 8 𝑛𝑚 + ∑ ∑ 2𝑗 𝑚 ( 4𝑖 𝑛 − 4 𝑛 ) 8 𝑛𝑚 𝑗=𝑚 𝑗=1 𝑖=𝑛 𝑖=1 𝑗=𝑚 𝑗=1 𝑖=𝑛 𝑖=1 Inicialmente iremos somar no índice j, para isto vamos utilizar algumas propriedades de somatória. 1) ∑𝑎 𝑚 𝑗=1 = 𝑚𝑎 Sendo 𝑎 uma constante numérica (não depende do índice 𝑗). 2) Somatória dos primeiros 𝑛 números naturais : ∑𝑗 𝑚 𝑗=1 = 𝑚(𝑚 + 1) 2 Logo, Cálculo II, exercícios ect/ufrn 13 HLCS ∑[(2 − 2 𝑚 )( 4𝑖 𝑛 − 4 𝑛 ) + 2] 8 𝑛𝑚 = [(2 − 2 𝑚 )( 4𝑖 𝑛 − 4 𝑛 ) + 2] 8 𝑛𝑚 𝑚 𝑚 𝑗=1 ∑ 2𝑗 𝑚 ( 4𝑖 𝑛 − 4 𝑛 ) 8 𝑛𝑚 = ( 4𝑖 𝑛 − 4 𝑛 ) 16 𝑛𝑚2 ∑𝑗 𝑚 𝑗=1 𝑚 𝑗=1 = ( 4𝑖 𝑛 − 4 𝑛 ) 16 𝑛𝑚2 𝒎(𝒎 + 𝟏) 𝟐 Logo, 𝑆𝑛𝑚 = ∑[(2 − 2 𝑚 )( 4𝑖 𝑛 − 4 𝑛 ) + 2] 8 𝑛 𝑖=𝑛 𝑖=1 + ∑( 4𝑖 𝑛 − 4 𝑛 ) 8 𝑛𝑚 (𝒎 + 𝟏) 𝟏 𝑖=𝑛 𝑖=1 𝑆𝑛𝑚 = 64 𝑛2 (1 − 1 𝑚 )∑𝑖 𝑛 𝑖=1 + ( 16 𝑛 − 64 𝑛2 + 64 𝑚𝑛2 )∑1 + 𝑛 𝑖=1 32 𝑛2 (1 + 1 𝑚 )∑𝑖 𝑛 𝑖=1 − 32 𝑛2 (1 + 1 𝑚 )∑1 𝑛 𝑖=1 𝑆𝑛𝑚 = 64 𝑛2 (1 − 1 𝑚 ) 𝑛(𝑛 + 1) 2 + ( 16 𝑛 − 64 𝑛2 + 64 𝑚𝑛2 ) 𝑛 + 32 𝑛2 (1 + 1 𝑚 ) 𝑛(𝑛 + 1) 2 − 32 𝑛2 (1 + 1 𝑚 )𝑛 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 14 HLCS 𝑆𝑛𝑚 = 32(1 − 1 𝑚 )(1 + 1 𝑛 ) + 16 − 64 𝑛 + 64 𝑚𝑛 + 16 (1 + 1 𝑚 )(1 + 1 𝑛 ) − 32 𝑛 (1 + 1 𝑚 ) A seguir tomamos o limite 𝑛 → ∞,𝑚 → ∞ ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝐷 = lim 𝑛→∞,𝑚→∞ 𝑆𝑛𝑚 = 64 Interpretação geométrica da integral dupla. Se f é contínua e 𝑓(𝑥, 𝑦) ≥ 0, ∀ (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷, o fato que a função f seja integrável no domínio D, tem um significado direto. Consideremos o sólido 𝑊 = { 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 , 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑 , 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑓(𝑥, 𝑦) }. Logo o volume do solido W é definido como a integral dupla da função f(x,y) no domínio de integração D. 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝐷 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑 𝑐 𝑏 𝑎 Uma maneira de justificar a definição anterior é seguir o raciocínio a seguir: Volume de sólidos . Para calcular o volume do sólido W, o procedimento é como segue: no ponto (x,y) interior ao retângulo D, localizamos o elemento de área dA= dx dy, logo construímos um paralelepípedo infinitesimal dV, utilizando como base o elemento dA e levantando as 4 paredes verticais até o topo que corresponde à posição da superfície “S”. Desta maneira a altura do paralelepípedo será 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), e o volume do paralelepípedo infinitesimal será 𝑑𝑉 = 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 15 HLCS Finalmente o volume do sólido W é 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∬𝑑 𝑉 𝐷 = ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝐷 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑 𝑐 𝑏 𝑎 Onde: a ≤ x≤ b, c ≤ y ≤ d, definem os limites de integração em x e y. Propriedades da integra dupla 1.- Propriedade de Linearidade. Sejam as funções 𝑔(𝑥, 𝑦) e 𝑓(𝑥, 𝑦) integráveis no domínio D. Logo para qualquer par de números reais 𝑎 e 𝑏 existe a integral ∬ (𝑎 𝑓(𝑥, 𝑦) + 𝑏 𝑔(𝑥, 𝑦))𝑑𝑥 𝑑𝑦𝐷 E se verifica : ∬(𝑎 𝑓(𝑥, 𝑦) + 𝑏 𝑔(𝑥, 𝑦))𝑑𝑥 𝐷 𝑑𝑦 = 𝑎 ∬𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝐷 𝑑𝑦 + 𝑏 ∬𝑔(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥𝑑𝑦 𝐷 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 16 HLCS 2.- Propriedade de aditividade. Seja a função 𝑓(𝑥, 𝑦) integrável e limitada no domínio D. Sejam 𝐷1, 𝐷2, …𝐷𝑘 subconjuntos do domínio D, tal que 𝐷 = 𝐷1 ∪ 𝐷2 ∪ …∪ 𝐷𝑘 e 𝐷𝑖 ∩ 𝐷𝑗 = {∅}, ∀ 𝑖 ≠ 𝑗, 𝑖 = 1,2,… , 𝑘, 𝑗 = 1,2,… , 𝑘. Logo as integrais ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥𝐷𝑖 𝑑𝑦 existem, ∀ 𝑖, é ∶ ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∑∬𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝐷𝑖 𝑑𝑦 𝑘 𝑖=1𝐷 3.- Integração de desigualdades.- Sejam as funções 𝑓(𝑥, 𝑦) e 𝑔(𝑥, 𝑦) integráveis no domínio D, e que ∀ (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷 𝑔(𝑥, 𝑦) ≥ 𝑓(𝑥, 𝑦), então ∬𝑔(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 ≥ ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝐷𝐷 4.- Se a função 𝑓(𝑥, 𝑦) é integrável e limitado no domínio 𝐷, então o valor absoluto |𝑓(𝑥, 𝑦)| é também integrável e se cumpre : |∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝐷 | ≤ ∬|𝑓(𝑥, 𝑦)| 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝐷 5.- Se a função 𝑓(𝑥, 𝑦) é separável: 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑔(𝑥)ℎ(𝑦) então, no domínio retangular 𝐷 = [𝑎, 𝑏] × [𝑐, 𝑑], vale ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝐷 = ∫𝑔(𝑥) 𝑏 𝑎 ∫ ℎ(𝑦) 𝑑 𝑐 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 17 HLCS 5.12 Teorema de Fubini. Se a função é contínua num retângulo 𝐷 = [𝑎, 𝑏] × [𝑐, 𝑑], então a integral dupla de f sobre D existe e pode ser obtida através de integrais interadas, ou seja. ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴𝐷 = ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 ]𝑑𝑦 𝑏 𝑎 𝑑 𝑐 ..........(tipo I) Ou ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴𝐷 = ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 ]𝑑𝑥 𝑑 𝑐 𝑏 𝑎 ... (tipo II). Se a função é continua no dominio D, então é limitada em D. Logo o processo de calculo da integral dupla por soma inferior e superior esta bem definida em D, Logo a função é integravel em D. No teorema anterior se admite que ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 esta bem definido pra 𝑦 fixo; e similarmente, ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 𝑑 𝑐 esta bem definido para 𝑥 fixo. Para demonstrar que a integral dupla da função 𝑓 sobre 𝐷 é do tipo 𝐼, iremos proceder da seguinte maneira. Vamos contruir uma lamina infinitesimal de espesura 𝑑𝑦 localizada no ponto 𝑦, paraleo ao eixo 𝑥, limitada superiormente pela superficie 𝑆: 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) Cálculo II, exercícios ect/ufrn 18 HLCS Logo iremos calcular a área lateral Al da lamina infinitsimal delimitada pelos planos 𝑥 = 𝑎, 𝑥 = 𝑏, 𝑧 = 0 e superiormente pela curva C : 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦0), sendo 𝑦=𝑦0 fixo1 . 1 A curva C é a interseção do plano vertical, com equação 𝑦 = 𝑦0 e a superfície S. dx 𝐴𝑙 = ∫𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑏 𝑎 𝑦 = 𝑦0 é fixo. C Cálculo II, exercícios ect/ufrn 19 HLCS A lâmina infinitesimal de espessura 𝑑𝑦 define um volume infinitesimal 𝑑𝑉 = 𝐴𝑙𝑑𝑦 (ver figura anterior). Logo, 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∫ 𝑑𝑉 = ∫ 𝐴𝑙𝑑𝑦 = 𝑑 𝑐 𝑑 𝑐 ∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑏 𝑎 ] 𝑑𝑦 𝑑 𝑐 , que é a integra iterativa do tipo I. O procedimento anterior, podemos repetir com uma lamina infinitesimal de espessura dx, paralelo ao eixo y. e iremos chegar à integral iterativa do tipo II. Exemplo 1.- Determinar a seguinte integral dupla 𝐼 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴𝐷 , sendo 𝐷 = {−2 ≤ 𝑥 ≤ 3,0 ≤ 𝑦 ≤ 1} e 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥2ey Solução. A ordem de integração não importa, desde que, a região de integração é um retângulo. 𝐼 = ∫∫𝑥2ey 1 0 𝑑𝑦 𝑑𝑥 3 −2 𝐼 = ∫𝑥2[∫ey 1 0 𝑑𝑦 ]𝑑𝑥 3 −2 = ∫𝑥2[𝑒𝑦 ]1 0 𝑑𝑥 3 −2 𝐼 = ∫𝑥2(𝑒 − 1)𝑑𝑥 3 −2 = (𝑒 − 1) ∫𝑥2𝑑𝑥 3 −2 𝐼 = (𝑒 − 1)[ 𝑥3 3 ]3 −2 = (𝑒 − 1) ( 27 3 − −8 3 ) 𝐼 = (𝑒 − 1) 35 3 Exemplo 2.- Seja a região volumétrica W limitada inferiormente pelo retângulo 𝐷 = [−1,1] × [−1,4], superiormente pela superfície z = f(x,y) = 4-x2 e pelas paredes laterais x=-1, x=1, y=-1, y=4 (4 planos verticais). Determine o volume de W. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 20 HLCS Solução. Podemos começar tentando realizar um esboço da região volumétrica W. Para isto, podemos utilizar alguns programas com o Maple, o Mathematica ou Wolfram alpha. De qualquer forma, no capitulo 2 temos aprendido a construir gráficos de funções de duas variáveis, então a tarefa não é difícil. 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∬𝑑 𝑉 𝐷 = ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝐷 = ∫[ ∫(4 − 𝑥2) 𝑑𝑦 ]𝑑𝑥 4 −1 1 −1 = ∫(4 − 𝑥2)[ ∫ 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 = ∫(4 − 𝑥2) [𝑦 |4(−1) 1 −1 ]𝑑𝑥 4 −1 1 −1 = ∫(4 − 𝑥2) (4 − (−1) 1 −1 ) 𝑑𝑥 = 5 ∫(4 − 𝑥2) 1 −1 𝑑𝑥 5 (4𝑥 − 𝑥3 3 ) |1(−1) = 5((4 − 1 3 ) − (−4 + 1 3 )) =110/3. Observe que, de acordo com o teorema de Fubini, para desenvolver a integração dupla, temos escolhido a integração interativa do tipo II. -1 ≤ x ≤ 1, -1 ≤ y ≤ 4 f (x,y) = 4 - x2 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 21 HLCS Observação 1. Podemos também escolher o método iterativo tipo I, assim 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∬𝑑 𝑉 𝐷 = ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝐷 = ∫[ ∫(4 − 𝑥2) 𝑑𝑥 ]𝑑𝑦 1 −1 4 −1 O resultado da integração dupla no final será o mesmo. Observação 2.- o fato de que podemos integrar primeiro em y e depois em relação a x, ou vice-versa e que dá o mesmo resultado para a integral dupla, se deve a que estamos integrando num retângulo, ou seja, os limites de integração são constantes numéricas. Observação 3.- Em domínios de integração mas geral, que não seja mais um retângulo, é importante reconhece a variável em relação a qual será integrada por último. Exemplo 3.- Calcular ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴𝐷 , se 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑦 cos(2𝑥) − 𝑥 𝑒 2𝑦 No retângulo [0, 𝜋/2] × [−1,1]. Solução: Seja : 𝐼 = ∫ [∫ (𝑦 cos(2𝑥) − 𝑥 𝑒2𝑦) 𝑑𝑦]𝑑𝑥 =? 1 −1 𝜋 2 0 , observamos que ∫ 𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑥 = 0 1 −1 , y é uma função impar, logo automaticamente, 𝐼 = ∫[ ∫(−𝑥 𝑒2𝑦) 𝑑𝑦]𝑑𝑥 = ∫(−𝑥)[ ∫ 𝑒2𝑦) 𝑑𝑦]𝑑𝑥 = 1 −1 𝜋 2 0 1 −1 𝜋 2 0 𝐼 = ∫ (−𝑥)[∫ 𝑒𝑢 𝑑𝑢 2 ] 𝑑𝑥 1 −1 𝜋 2 0 , sendo u= 2y. I =−( 𝑥2 2 ) | 𝜋 2 0 [ 𝑒𝑢 2 ] 1 −1 = −( 𝜋2 8 − 0) [ 𝑒2𝑦 2 ] 1 −1 = − 𝜋2 8 ( 𝑒2 2 − 𝑒−2 2 ) 𝐼 = − 𝜋2 8 ( 𝑒2 2 − 𝑒−2 2 ). Resposta. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 22 HLCS Exemplo 4.- Considere a função 𝑓(𝑥, 𝑦) = x cosh(𝑥2 + 𝑦) no intervalo 𝐷 = [−2,2] × [1,4]. Determine ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝐴𝐷 Solução 𝐼 = ∫∫ x cosh(𝑥2 + 𝑦)𝑑𝑦𝑑𝑥 4 1 2 −2 = ∫𝑥[∫ cosh(𝑥2 + 𝑦)𝑑𝑦]𝑑𝑥 4 1 2 −2 Integrando em y, pelo método de substituição 𝑢 = 𝑥2 + 𝑦, logo 𝑑𝑢 = 𝑑𝑦 ∫ cosh(𝑥2 + 𝑦) 𝑑𝑦 = 4 1 ∫ cosh(𝑢) 𝑑𝑢 = sinh(𝑢) |∗ ∗∗ = sinh(𝑥2 + 𝑦) |1 4 ∗∗ ∗ ∫ cosh(𝑥2 + 𝑦)𝑑𝑦 = 4 1 sinh(𝑥2 + 4) − sinh (𝑥2 + 1) 𝐼 = ∫𝑥[sinh(𝑥2 + 4) − sinh (𝑥2 + 1)] 𝑑𝑥 2 −2 A função integrando da integral anterior, é ímpar, logo I é zero. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 23 HLCS 5.13 Integrais duplas em regiões planas arbitrárias. I caso Consideremos uma região de integração do tipo D={ (x,y,z) ⊂ R3 / a ≤ x ≤ b, 𝞥1(x) ≤ y ≤ 𝞥2(x)} De acordo à figura anterior, na posição arbitrária x, vamos localizar uma barra vertical. Nesta barra vertical, iremos variar a coordenada y, que adota seu valor mínimo na curva inferior logo ymin=𝞥(x) e adota seu valor máximo na curva superior, logo ymax=𝞥(x). Por tanto, 𝞥1(x) ≤ y ≤ 𝞥2(x). Essa barra vertical (azul) pode se deslizar tentando cobrir toda a região de integração, isto é de esquerda a direita, logo a coordenada x varia entre seu valor mínimo em a, ate seu valor máximo em b. a ≤ x ≤ b. As duas desigualdades anteriores definem bem a região de integração D. x=a x=b x=a x=b x Cálculo II, exercícios ect/ufrn 24 HLCS Seja 𝑓: 𝐷 → 𝑅 uma função integrável em D, logo a integral dupla de f na região D fica assim: ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝐷 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥 ∅2(𝑥) ∅1(𝑥) 𝑏 𝑎 Exemplo 1.- Determinar a seguinte integral dupla 𝐼 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴,𝐷 sendo 𝐷 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 1,2𝑥 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥2 + 2} e 𝑓(𝑥, 𝑦) = xy − 𝑦 Solução 𝐼 = ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝐷 = ∫ ∫ (xy − 𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑥2+2 2𝑥 1 0 𝐼 = ∫ [𝑥 ∫ y𝑑𝑦 − ∫ y 𝑑𝑦 ] 𝑥2+2 2𝑥 𝑑𝑥 𝑥2+2 2𝑥 1 0 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 25 HLCS 𝐼 = ∫ [𝑥 𝑦2 2 − 𝑦2 2 ] 𝑥2+2 2𝑥 𝑑𝑥 1 0 𝐼 = 1 2 ∫(𝑥5 + 4𝑥 − 𝑥4 − 4) 𝑑𝑥 1 0 𝐼 = [ 𝑥6 12 + 𝑥2 − 𝑥5 10 − 2𝑥]1 0 = −122 120 II caso Consideremos uma região de integração do tipo D={ (x,y,z) ⊂ R3 / c ≤ y ≤ d, 𝞥1(y) ≤ x ≤ 𝞥2(y)} Como podemos ver na figura a seguir, se fixamos a coordenada y e construímos uma barra horizontal na região D. Nesta barra a coordenada x varia de um valor mínimo na curva mas a esquerda, ou seja, xmin=𝞥1(y); até um valor máximo na curva mas a direita da regiao D, logo xmax=𝞥2(y). logo : 𝞥1(y) ≤ x ≤ 𝞥2(y). A barra horizontal pode se deslizar verticalmente ate cobrir toda a região D de integração, logo: c ≤ y ≤ d. Seja 𝑓: 𝐷 → 𝑅 uma função integrável em D, logo a integral dupla de f na região D fica assim: y x y x Cálculo II, exercícios ect/ufrn 26 HLCS ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝐷 = ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 ∅2(𝑦) ∅1(𝑦) 𝑑 𝑐 Exemplo 2.- Determinar a seguinte integral dupla 𝐼 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴,𝐷 sendo 𝐷 = {0 ≤ 𝑦 ≤ 1, y + 1 ≤ 𝑥 ≤ 2y} e 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑦2 Solução 𝐼 = ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝐷 = ∫ 𝑦2[ ∫ 𝑑𝑥 ]𝑑𝑦 2y y+1 1 0 𝐼 = ∫ 𝑦2[ 𝑥]2𝑦𝑦+1 𝑑𝑦 = ∫ 𝑦 2(𝑦 − 1) 𝑑𝑦 = [ 𝑦4 4 − 𝑦3 3 ] 1 0 1 0 1 0 𝐼 = −1 12 Outros exemplos variados: Exemplo 3.- Determine a integral dupla ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴𝐷 na região planar D limitada pelas curvas y= 4 e y = x2 (ver figura). Sendo f(x,y) = yx. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 27 HLCS Solução. A integral dupla na região D, que não é mais retangular pode ser calculada de duas maneiras, de acordo ao método apresentado anteriormente. I método. Podemos colocar barras verticais na região D para desta forma encontrar os limites de integração em x e y. Quando deslocamos a barra para cobrir a região de integração, de esquerda a direita; a coordenada x varia do seu valor mínimo 𝑥 = 0, ate seu valor máximo em 𝑥 = 2. 0 ≤ 𝑥 ≤ 2 Fixando a variável x, então iremos analisar a variação da coordenada y dentro da barra(no domínio D). Da figura o valor mínimo de y será na curva y=x2 , e o valor máximo será na curva y=4, logo: 𝑥2 ≤ 𝑦 ≤ 4 y=x 2 y=4 D Cálculo II, exercícios ect/ufrn 28 HLCS Do raciocínio anterior e da figura podemos concluir que: 𝐷 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅2 𝑥2 ≤ 𝑦 ≤ 4, 0 ≤ 𝑥 ≤ 2} Em consequência temos: 𝐼 = ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴𝐷 = ∫ ∫ 𝑥𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥 4 𝑥2 2 0 . Observe que devemos integrar primeiro na variável y, porque um dos limites de integração é função de x. 𝐼 = ∫𝑥 ∫𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = ∫𝑥 [ 𝑦2 2 2 0 ]|4 𝑥2 𝑑𝑥 = ∫𝑥[8 − 𝑥4 2 ] 2 0 𝑑𝑥 4 𝑥2 2 0 𝐼 = ∫ (8𝑥 − 𝑥5 2 ) 2 0 𝑑𝑥 = (4𝑥2 − 𝑥6 12 ) |20 = 16 − 16 3 = 32 3 . Resposta. II método. Para definir os limites na variáveis x e y no domínio de integração podemos também utilizar barra horizontais. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 29 HLCS Quando deslocamos verticalmente a barra para cobrir a região de integração, de baixo pra cima; a coordenada y varia do seu menor valor y= 0, ate seu maior valor em 𝑦 = 4. 0 ≤ 𝑦 ≤ 4 Fixando a variável y, então iremos analisar a variação da coordenada x dentro da barra (no domínio D). Da figura o valor mínimo de x será na reta x=0 , e o valor máximo será na parábola(𝑥 = √𝑦), logo: 0 ≤ 𝑥 ≤ √𝑦 Por tanto: 𝐷 = {0 ≤ 𝑥 ≤ √𝑦, 0 ≤ 𝑦 ≤ 4} 𝐼 = ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 𝐷 = ∫∫ 𝑥𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∫𝑦[∫ 𝑥 𝑑𝑥] 𝑑𝑦 = √𝑦 0 4 0 √𝑦 0 4 0 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 30 HLCS 𝐼 = ∫𝑦[ 𝑥2 2 4 0 ]|√𝑦 0 𝑑𝑦 = ∫𝑦( 𝑦 2 4 0 )𝑑𝑦 = ∫ 𝑦2 2 4 0 𝑑𝑦 𝐼 = [ 𝑦3 6 ] |40 = 32 3 Exemplo 4.- Considere o sólido formado na base pelo retângulo D ={0 ≤ x≤ 3 , 0 ≤ y ≤ 2}, os planos verticais, x=0, y=0, y=2,x=3 e superiormente limitado pelo plano 2y+z=10. Determine o volume do solido por integrada dupla. Solução. Devemos realizar o gráfico do solido em questão. Na figura, as paredes laterais em x= 0 e em x =3 não foram desenhadas para não atrapalhar a visão tridimensional da solido. Definindo o elemento diferencial de volume dV= dA f(x,y), sendo f(x,y) a altura da superfície superior (plano inclinado), por cima do elemento de área dA. O que significa que f(x,y) =z= 10-2y. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 31 HLCS 𝑣𝑜𝑙(𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑𝑜) = ∬𝑑𝑉 𝐷 = ∬𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝐴 = ∬(10 − 2𝑦) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝐷𝐷 𝑣𝑜𝑙(𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑𝑜) = ∫[∫(10 − 2𝑦) 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 = ∫[10𝑦 − 3 0 2 0 3 0 𝑦2]|2 0 𝑑𝑥 𝑣𝑜𝑙(𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑𝑜) = ∫16 𝑑𝑥 = 48. 3 0 Exemplo 5.- Determine a área limitada pelas retas y=-x+2, y=x-2 e x=0, utilizando integral dupla. Solução. No ponto arbitrário (x,y) interior a região D de interesse, localizamos um elemento de área dA=dx dy. D Cálculo II, exercícios ect/ufrn 32 HLCS Logo, 𝐴 = ∬ 𝑑𝐴 =𝐷 ∬ 𝑑𝑥 𝑑𝑦𝐷 . A seguir iremos determinar os limites de integração. I método. Na posição x, localizamos uma barra vertical para determinar os limites de integração em y. Observando a figura a seguir, a coordenada y varia de um valor mínimo na reta y=x-2, até o valor máximo na reta superior y=-x+2. Logo, x-2 ≤ y ≤ -x+2. A coordenada x varia entre 0 e 2. Em resumo, o triangulo é: 𝐷 = { 𝑥 − 2 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥 − 2, 0 ≤ 𝑥 ≤ 2}. x y dA X=0 Resolvendo o sistema y=-x+2, y=x-2 simultaneamente, obtemos as coordenadas do vértice do triangulo, sendo o resultado B=(2,0). B Cálculo II, exercícios ect/ufrn 33 HLCS 𝐴 = ∫[ ∫ 𝑑𝑦] 𝑑𝑥 = ∫(−𝑥 + 2 − (𝑥 − 2))𝑑𝑥 = 2 0 −𝑥+2 𝑥−2 2 0 𝐴 = ∫ (−2𝑥 + 4)𝑑𝑥 = 2 0 (−𝑥2 + 4𝑥)|2 0 = 4. II método. A seguir apresentamos outra possibilidade para calcular a área triangulo. Para montar a integral dupla, precisamos conhecer os vértices do triangulo, os quais são N=(0,2), M=(0,-2), B=(2,0). 𝐴1 = { 0 ≤ 𝑥 ≤ 2 − 𝑦, 0 ≤ 𝑦 ≤ 2} 𝐴2 = { 0 ≤ 𝑥 ≤ 2 + 𝑦,−2 ≤ 𝑦 ≤ 0} x y Cálculo II, exercícios ect/ufrn 34 HLCS 𝐴 = 𝐴1 + 𝐴2 = ∫[ ∫ 𝑑𝑥] 𝑑𝑦 + ∫[ ∫ 𝑑𝑥] 𝑑𝑦+= 𝑥=0 𝑥=𝑦−2 0 −2 4 𝑥=2−𝑦 𝑥=0 2 0 Exemplo 6.- calcular a integral ∬ 𝑦𝑥𝐷 , sendo D limitado pelas curvas : a) 𝑦 = −1 e 𝑦 = −√4 − 𝑥2 b) 𝑥 = 1 − 𝑦 e 𝑥 = √4 − 𝑦2 Solução.- Exemplo 7.- Considere a função 𝑓(𝑥, 𝑦) definido no retângulo 𝐷 = [−2,2] × [0,2]. Determine ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦𝐷 , sendo: 𝑓(𝑥, 𝑦) = { 2, 𝑦 = 𝑥2 0, 𝑦 ≠ 𝑦2 x y N B M A1 A2 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 35 HLCS 5.14 Mudança de coordenadas na integração dupla. 5.141 Regiões arbitrarias Quando tempos uma integral dupla em coordenadas cartesianas, eventualmente pode acontecer que a integral fica inviável pela dificuldade em realizar as integrais iterativas, então existe a possibilidade de ser resolvida realizando uma mudança de coordenadas. Mudança de coordenadas de uma região D. Considere uma região plana D, limitada por uma curva fechada nas coordenadas x e y, iremos propor uma transformação de coordenadas 𝑇: 𝑅2 → 𝑅2/ 𝑥 = 𝑥(𝑢, 𝑣) 𝑒 𝑦 = 𝑦(𝑢, 𝑣). A superfície fechada D é a imagem da superfície fechada D* via a transformação T, D= T(D*). Teorema: Sejam D e D* superfícies fechadas elementares no plano R2. Seja T uma transformação de classe C1 e injetora em D*. Então para toda função f(x,y) integráveis sobre D temos ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬ 𝑓(𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣))|𝐽(𝑢, 𝑣)|𝑑𝑢 𝑑𝑣𝐷∗𝐷 , D* D v u y x T Cálculo II, exercícios ect/ufrn 36 HLCS Sendo |𝐽(𝑢, 𝑣)| o valor absoluto do jacobiano 𝐽(𝑢, 𝑣). A transformação injetiva T garante que para dois pontos diferentes do conjunto D* lhe corresponde dois pontos diferentes no conjunto D. 𝐽(𝑢, 𝑣) = 𝑑𝑒𝑡 [ 𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝜕𝑣 𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑦 𝜕𝑣 ] = 𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑦 𝜕𝑣 − 𝜕𝑥 𝜕𝑣 𝜕𝑦 𝜕𝑢 Observação 1.- Vamos assumir que o det (𝐽) ≠ 0 Observação 2.- O fato que a transformação de coordenadas 𝑇 seja de classe 𝐶1, quer dizer que todas as derivadas parciais existem e são continuas, isto vai garantir que T seja diferenciável. Importante: Se o sistema de equações 𝑥 = 𝑥(𝑢, 𝑣); 𝑦 = 𝑦(𝑢, 𝑣) Pode ser resolvido de modo único com 𝑢 = 𝑢(𝑥, 𝑦); 𝑣 = 𝑣(𝑥, 𝑦), sendo (𝑥, 𝑦) ∈ R. A aplicação 𝑇 possui inversa 𝑇−1 definida em 𝑅 e as funções 𝑢(𝑥, 𝑦) e 𝑣(𝑥, 𝑦) tem derivadas parciais continuas em 𝑅. Logo 𝐽∗ = 𝑑𝑒𝑡 [ 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑦 𝜕𝑣 𝜕𝑥 𝜕𝑣 𝜕𝑦] = 1 𝐽 Exemplo 5.21.- Consideremos a transformação de coordenadas cartesianas a coordenadas polares : 𝑥 = 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃) 𝑦 = 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃) Considere o circulo de raio R e centralizada na origem de coordenadas no sistema de coordenadas xy, sendo assim; 0 ≤ r ≤ R, 0 ≤θ≤2π, em coordenadas polares. O que quer dizer que o retângulo 𝐷∗ = {0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅, 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋} em coordenadas polares, representa um disco de raio R e centralizado na origem, em coordenadas cartesianas. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 37 HLCS O jacobiano da transformação de coordenadas cartesianas a polares se calcula assim: 𝐽(𝑟, 𝜃) = 𝑑𝑒𝑡 [ 𝜕𝑥 𝜕𝜃 𝜕𝑥 𝜕𝑟 𝜕𝑦 𝜕𝜃 𝜕𝑦 𝜕𝑟 ] = 𝑑𝑒𝑡 [ −𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃) 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃) 𝑟𝑠𝑖(𝜃) ] = 𝑟, Sendo r positivo então |J|=r. Logo, qualquer integral dupla em coordenadas cartesianas, pode ser trocada por uma integral dupla em coordenadas polares da seguinte forma. ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬ 𝑓(𝑥(𝑟, 𝜃), 𝑦(𝑟, 𝜃)) 𝒓 𝑑𝑟 𝑑𝜃𝑅𝐷 , Toda vês que temos uma integral dupla em coordenadas cartesianas num domínio de integração com simetria circular, podemos desenvolver em coordenadas polares. Logo, os limites de integração serão mais fáceis de determinar e o calculo da integral dupla é mais fácil. r θ y x T D* D Cálculo II, exercícios ect/ufrn 38 HLCS Exemplo 5.22.- Determine a área de um circulo de raio R por integração dupla. Solução. Como a região é circular então, podemos localizar a origem de coordenadas no centro do circulo, como isto não iremos perder generalidade, e faremos a integração em coordenadas polares. 𝐴(𝐷) = ∬𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬ 𝒓 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝐷𝐷 = ∫ ∫ 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑅 0 = 𝜋𝑅2 2𝜋 0 Exemplo 5.23.- Calcule a integral ∬ ln (𝑥2 + 𝑦2)𝑑𝑥𝑑𝑦𝐷 , onde D é a região do segundo quadrante situada entre as circunferências x 2 +y 2 =1 e x 2 +y 2 =4. Solução: Primeiro vamos identificar a região de integração, pra isso vamos reescrever a equação das circunferências em coordenadas polares, assim: x 2 +y 2 =1 -> r =1 x 2 +y 2 =4 -> r=2 y x D r 𝞠 dA 𝑜 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋 O circulo em coordenadas polares Jacobiano Cálculo II, exercícios ect/ufrn 39 HLCS A integral dupla na região D, vamos reescrever em coordenadas polares,assim : 𝐼 = ∬ ln (𝑥2 + 𝑦2)𝑑𝑥𝑑𝑦 𝐷 = ∬ln(𝑟2) 𝒓 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝐷 = ∫ ∫ ln(𝑟2) 𝑟𝑑𝑟 𝑑𝜃 2 1 𝜋 𝜋 2 Observamos que a integral se pode resolver facilmente com a mudança u=r2, logo du = 2r dr. 𝐼 = 1 2 ∫ ∫ ln(𝑢) 𝑑𝑢 𝑑𝜃 2 1 𝜋 𝜋 2 = 1 2 ∫(𝑢 ln(𝑢) − 𝑢)|2 1 𝑑𝜃 𝜋 𝜋 2 𝐼 = 1 2 ∫ (4 ln(4) − 3)𝑑𝜃 = 𝜋 4 𝜋 𝜋 2 (4 ln(4) − 3) Resposta. Exemplo 5.24.- Determine a integral dupla ∬ 𝑒𝑥𝑦𝑑𝑥𝑑𝑦𝐷 no domínio 𝐷 limitado pelas curvas 𝑦 = 2𝑥, 𝑦 = 𝑥, 𝑦 = 1 𝑥 , 𝑦 = 4 𝑥 do primeiro quadrante no plano 𝑥𝑦. Solução.- D r 𝞠 dA Cálculo II, exercícios ect/ufrn 40 HLCS Para definir os limites de integração precisamos desenhar as curvas, são duas retas e duas hipérboles, como segue De acordo a figura, para encontrar os limites de integração em 𝑥 e 𝑦 precisamos de dividir a região D em varias sub-regiões, o melhor seria realizar uma mudança de coordenadas, baseado no fato que a equação dos lados são similares dois a dois. Logo, definimos a seguinte transformação de coordenadas 𝑢 = 𝑥𝑦 𝑣 = 𝑦 𝑥 . Nas novas coordenadas (𝑢, 𝑣) , as fronteiras da região 𝐷, são as retas: 𝑢 = 1, 𝑢 = 4, 𝑣 = 2, 𝑣 = 1 Logo, a região arbitrária 𝐷 se transforma na região retangular 𝑅, cujo elemento diferencial de área é 𝑑𝐴 = |𝐽|𝑑𝑢 𝑑𝑣. Pelo teorema anterior sobre mudança de coordenadas ∬𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬𝑓(𝑥(𝑢, 𝑣), 𝑦(𝑢, 𝑣))|𝐽(𝑢, 𝑣)|𝑑𝑢 𝑑𝑣 𝑅𝐷 4xy xy 1xy xy 2 D Cálculo II, exercícios ect/ufrn 41 HLCS 𝐽∗ = 𝑑𝑒𝑡 [ 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑦 𝜕𝑣 𝜕𝑥 𝜕𝑣 𝜕𝑦] = 𝑑𝑒𝑡 [ 𝑦 𝑥 −𝑦 𝑥2 1 𝑥 ] = 2𝑦 𝑥 = 2𝑣 = 1 𝐽 ∬𝑒𝑥𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = ∬𝑒𝑢 1 2𝑣 𝑑𝑢 𝑑𝑣 𝐷𝑅 Sendo: 𝑅 = {1 ≤ 𝑢 ≤ 4,1 ≤ 𝑣 ≤ 2} ∬𝑒𝑢 1 2𝑣 𝑑𝑢 𝑑𝑣 𝐷 = ∫∫𝑒𝑢 1 2𝑣 2 1 𝑑𝑣 𝑑𝑢 4 1 ∬𝑒𝑢 1 2𝑣 𝑑𝑢 𝑑𝑣 𝐷 = ∫𝑒𝑢 𝑑𝑢 ∫ 1 2𝑣 2 1 𝑑𝑣 4 1 = (𝑒4 − 𝑒1)ln (2) 2 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 42 HLCS 5.142 regiões planas em coordenadas polares Nesta seção iremos discutir cálculo de áreas em regiões planas, sendo que a curva que é a fronteira da região de interesse esta em coordenadas polares 𝑟 = 𝑟(𝜃) Considere a região limitada pela curva 𝑟 = 𝑟(𝜃) e os raios vetores 𝑟1 e 𝑟2, que iremos denotar pela letra 𝐷 = {𝜃1 ≤ 𝜃 ≤ 𝜃1, 0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑟(𝜃)}. Para calcular a área 𝐴 desta região procedemos assim 𝐴(𝐷) = ∫ 𝑑𝐴 𝐷 = ∫ 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝐷 = ∫ ∫ 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑟(𝜃) 0 𝜃2 𝜃1 Integrando em 𝑟: Cálculo II, exercícios ect/ufrn 43 HLCS 𝐴(𝐷) = ∫ 1 2 𝑟(𝜃)2𝑑𝜃 𝜃2 𝜃1 Esta é a formula que iremos utilizar para calcular a area da região D em coordenadas polares. Exemplo Determine a área da região plana limitada pela cardioide 𝑟 = 2(1 − sin(𝜃)) a seguir: Solução.- De acordo á formula anterior 𝐴(𝐷) = ∫ 2 (1 − sin(𝜃)) 2𝑑𝜃 𝜃2 𝜃1 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 44 HLCS 𝐴(𝐷) = ∫ 2 (1 − sin(𝜃)) 2𝑑𝜃 𝜃2 𝜃1 = ∫(2 − 4 sin(𝜃) + sin(𝜃)2)𝑑𝜃 𝜃2 𝜃1 𝐴(𝐷) = ∫ (2 − 4 sin(𝜃) + (1 − cos(2𝜃)) 2 )𝑑𝜃 𝜃2 𝜃1 𝐴(𝐷) = [ 3 2 𝜃 + 4 cos(𝜃) − 1 4 sin (2𝜃)]𝜃1 𝜃2 Em relação aos limites de integração, podemos visualizar a variação do ângulo polar 𝜃 quando realizamos uma volta completa ao construir a região de interesse. Da figura anterior, é evidente que o ângulo polar varia de 𝜃1 = 0, ate o valor 𝜃1 = 2𝜋 𝐴(𝐷) = [ 3 2 𝜃 + 4 cos(𝜃) − 1 4 sin (2𝜃)]0 2𝜋 = 5𝜋 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 45 HLCS Exemplo 2. Determine a área da região 𝐷 limitada externamente pelo circulo 𝑟 = 1, e internamente pela rosácea de duas pétalas 𝑟 = 2√sin (2𝜃) , 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋/2. Solução.- Para determinar a área da região D (laranja) devemos em primeiro lugar encontrar os pontos de interseção entre a circunferência e uma das pétalas. De acordo a figura, devemos obter 4 pontos de interseção, dois dos quais estão no primeiro quadrante. 𝑟 = 1 = 2√sin (2𝜃) Logo sin(2𝜃) = 1/4 No intervalo 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋/2 ou 0 ≤ 2𝜃 ≤ 𝜋, teremos unicamente dois pontos de interseção (isto devido a que sin(2𝞠) é positivo unicamente no primeiro e segundo quadrante) , como podemos ver no círculo trigonométrico abaixo Cálculo II, exercícios ect/ufrn 46 HLCS Considerando 𝜑 = 2𝜃, temos a equação trigonométrica a resolver 𝑠𝑖𝑛(𝜑) = 1/4 𝜑 = {𝜑0, 𝜋 − 𝜑0} Sendo 𝜑0 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛( 1 4 ) do primeiro quadrante. Logo 𝜽 = { 𝜑0 𝟐 , 𝝅 𝟐 − 𝜑0 𝟐 } Para calcular a área iremos proceder do seguindo modo: a) Primeiro iremos calcular a área de uma pétala e b) Iremos calcular a área da região fora da circunferência de radio 1 e dentro da pétala c) Finalmente faremos a subtração das áreas anteriores, para calcular a área da região indicada. y x 1 1 Círculo trigonom Cálculo II, exercícios ect/ufrn 47 HLCS a) Calculando a área da pétala 𝑟 = 2√sin (2𝜃) do primeiro quadrante 𝐴(𝐷1) = ∫ 1 2 𝑟(𝜃)2𝑑𝜃 𝜃2 𝜃1 = ∫ 2sin(2𝜃)𝑑𝜃 𝜋 2 0 = −cos(2𝜃) |0 𝜋 2 Para determinar o limite de integração, é suficiente achar os valores de 𝞠 (dois valores no primeiro quadrante) para os quais 𝑟 = 2√sin (2𝜃) = 0 Logo 𝜃 = {0, 𝜋 2 }. 𝐴(𝐷1) = ∫ 2 sin(2𝜃)𝑑𝜃 𝜋 2 0 = −cos(2𝜃) |0 𝜋 2 = 2 x y Cálculo II, exercícios ect/ufrn 48 HLCS b) Calculando a área da região limitada internamente pela circunferência de rádio 1 e externamente pela pétala 𝑟 = 2√sin (2𝜃) Iremos utilizar a formula : 𝐴(𝐷2) = ∫ 1 2 (𝑟1 2(𝜃) − 𝑟2 2(𝜃))𝑑𝜃, 𝜃2 𝜃1 que foi demonstrado no exercício 14 da lista correspondente à seção. Sendo 𝑟1 = 2√sin (2𝜃) , e 𝑟2 = 1. Os pontos: 𝑄 = (𝑅1,𝜃1), 𝑃 = (𝑅2,𝜃2) irão definir os limites de integração anterior, os quais já foram determinados no inicio da solução e são : 𝜃1 = 𝜑 0 𝟐 , 𝜃2 = 𝝅 𝟐 − 𝜑 0 𝟐 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 49 HLCS 𝐴(𝐷2) = ∫ 1 2 (4 sin (2𝜃) − 1)𝑑𝜃 𝜃2 𝜃1 𝐴(𝐷2) = −(cos(2𝜃) + 𝜃 2 )|𝜑0 𝟐 𝝅 𝟐 − 𝜑0 𝟐 𝐴(𝐷2) = 2 cos(𝜑0) − 𝜋 4 + 𝜑 0 𝟐 = 2√15 − 𝜋 4 + 𝜑 0 𝟐 Finalmente a região de interesse 𝐴(𝐷) = 𝐴(𝐷1) − 𝐴(𝐷2) = 8 − 2√15 + 𝜋 4 − arcsin ( 1 4) 𝟐 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 50 HLCS 5.15 Exercícios 1.- Calcular as seguintes somas a) 1 +2 +3+4+....100. b) 2+4+6+8+......200. c) ∑ (2𝑖 + 3)𝑖=20𝑖=1 d)∑ (𝑖2)𝑖=15𝑖=1 2.- Considere a função 𝑓(𝑥, 𝑦) = −𝑥 + 2, definida no domínio 𝐷 = [0,2] × [0,3]. Determine o volume da região W, limitada superiormente pela superfície 𝑓(𝑥, 𝑦), inferiormente pelo retângulo D e pelas paredes verticais : 𝑥 = 0, 𝑥 = 2, 𝑦 = 0, 𝑦 = 3. Utilize o conceito da soma dupla de Riemann. 3. Considere a função 𝑓: [0,4] × [2,4] → 𝑅 . Calcular ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦 4 2 4 0 pelo método da soma de Riemann, nos seguintes casos: a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 + 2𝑦 b) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥𝑦 + 3𝑦 4.- calcule o valor as seguintes integrais a) ∫ ∫ (𝑥 − 3𝑦𝑥)𝑑𝑥 𝑑𝑦, 3 1 2 0 b) ∫ ∫ √𝑥𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦, −𝑦2 𝑦 0 −1 c) ∫ ∫ (𝑦 + 2) 𝑑𝑦 𝑑𝑥, cos (𝑥) 0 2𝜋 0 (**) identifique e desenhe as regiões de integração. 5.- calcular ∬ 𝑓(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥 𝑑𝑦𝑅 nos seguintes casos. a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥3𝑦2, 𝑅 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 4,−1 ≤ 𝑦 ≤ 1}, b) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑦−1 𝑙𝑛(𝑥 + 1) , 𝑅 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑦 − 1, 1 ≤ 𝑦 ≤ 4}, c) f(𝑥, 𝑦) = 𝑒𝑥𝑝(𝑥 + 2𝑦), 𝑅 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 2, 0 ≤ 𝑦 ≤ 2𝑥}, 6) calcular ∬ (𝑦 + 2)𝑑𝐴𝑅 , onde R é a região limitada pelas curvas Cálculo II, exercícios ect/ufrn 51 HLCS a) y=7 e y= -1+ 2x2. b) y=x e y= √𝑥 7.- Determine o volume do solido limitado pela função f(x,y) =3x+4y+4 no retângulo R=[1,2] X [3,6] (1 ≤ 𝑥 ≤ 2 , 3 ≤ 𝑦 ≤ 6) e pelas paredes verticais localizadas nos lados do retângulo. 8.- Determine a massa total de uma lamina retangular definida pelas desigualdades −1 ≤ 𝑥 ≤ 1 , −2 ≤ 𝑦 ≤ 2. A densidade da lamina retangular é D(x,y) = |cos(x)| |y|. 9. - Determine a área limitada pelas curvas y = x 2 e y = 4 x − x2 . 10. - Seja a região D limitada pelas seguintes curvas: y 2 − x = 1 e y2 + x = 1. Determine a área da região D. 11. - Seja a região D limitada pela reta x + y = 2 e pelos eixos coordenados, no primeiro quadrante. Determine o volume do sólido limitado pela base D, às paredes laterais verticais sobre os limites da região D e por cima pela função z = e (x+y) . 12. -Determine a área definida por uma elipse de semi-eixo maior a e semi- eixo menor b. 13.- Considere a região D limitada pelas curvas 𝑟 = 𝑟1(𝜃) e 𝑟 = 𝑟2(𝜃) e os rádios vetores cujos ângulo polares são 𝜃1 e 𝜃2 respectivamente. Demonstre que a formula para calcular a área da região D é : 𝐴(𝐷) = ∫ 1 2 (𝑟1 2(𝜃) − 𝑟2 2(𝜃))𝑑𝜃 𝜃2 𝜃1 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 52 HLCS 14.- Considere a região D limitada pelas curvas 𝑟 = 2 e 𝑟 = 2 + 2 𝑐𝑜𝑠 (𝜃), no primeiro quadrante. Logo determine a integral dupla: ∬ 𝒇(𝒓, 𝜽) 𝒅𝑨𝑫 . Sendo dA o elemento de área infinitesimal no plano xy, e 𝒇(𝒓, 𝜽) = 𝒄𝒐𝒔(𝜽). 15. - Determine a área limitada pela rosácea r =12cos(3θ). 16. - Determine o volume do sólido limitado na base pelas retas: y = x, y = −2x, y = x − 2 , y = 2 – 2x e z = 0, e na parte superior pela função z = x 2 +y 2 . Cálculo II, exercícios ect/ufrn 53 HLCS 17. - Determine o volume do sólido limitado na base (plano z=0) pelas retas: y = x, y = −x, y = x − 2 , y = 2 – x e na parte superior pela função z = x-y (plano) e as paredes laterais por cima das 4 retas. Plano x y: 18. - Calcule a integral ∬ ln (𝑥2 + 𝑦2)𝑑𝑥𝑑𝑦𝐷 , onde D é a região do primeiro quadrante situada entre as circunferências x 2 +y 2 =1 e x 2 +y 2 =4. Sugestão: passar a coordenadas polares. 19. - Demonstre que a integral ∬ 𝑒−(𝑥 2+𝑦2)𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝜋 𝐷 , D é o plano R 2 = {- ∞ < x < ∞, -∞ < y < ∞}. 20.- calcular ∬ 𝑥𝑑𝑥𝑑𝑦𝐷 , sendo D a região planar no “xy” limitada pelas curvas 𝑦 = 4 − (𝑥 − 2)2 e a curva 𝑦 = 𝑥 2 − 2𝑥 21. - Determine o volume do sólido limitado lateralmente pelo cilindro de raio R=2, limitada na base pela superfície z=0 e limitada por cima pela superfície z = 4 – y (ver figura). Sólido centrado na origem de coordenadas. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 54 HLCS Exercícios variados 22.- Determine a área da região verde limitada pela parábola y+6 = x 2 , e a reta y = x. Figura: questão 22 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 55 HLCS 23- A figura a seguir é uma possível representação matemática do diagrama de taiji que simboliza a dualidade ying/yang na filosofia oriental chinesa. Sendo: Curva azul: 𝑟 = 1.2√𝜃 Curva vermelha: 𝑟 = 2 Curva amarela: reflexão especular em relação à origem de coordenadas da curva azul. Os dois círculos pequenos são idênticos. a) Determine a área da região em preto da figura. b) Determine também o perímetro externo da região em preto 24.- Considere uma superfície plana limita pela cardioide 𝑟 = 𝑎(1 − cos(𝜃)), 𝑎 > 0. Determine o volume do solido de revolução gerado pela rotação da superfície interna a cardioide em relação ao eixo y. 25.- Considere a rosácea de duas pétalas 𝑟 = 2cos (2𝜃) e a cardioide 𝑟 = 1 + cos (𝜃). Determine a área da região planar limitada internamente pela rosácea e externamente pela cardioide (ver figura). Ajuda: È preciso analisar os pontos de intercepto das curvas pra definir bem os limites de integração Cálculo II, exercícios ect/ufrn 56 HLCS Cálculo II, exercícios ect/ufrn 57 HLCS 5.16.- Repostas aos exercícios 3 ) a) 64 3b) 96 4 a) -16 4b) -10/27 4c) π/2 5a) 128/3 5b) 10 ln(2)-6 5c) 2/5+ e10/10 –e2/2 6a) 1856/15 6 b) 5/12 7) 159/2 8) 8sen(1) 9) 8/3 10) 8/3 11) e2+1 12) πab 14) π+4/3 15) 36π 16) 88/81 17) 2 18) 𝜋 4 (4 ln(4) − 3). 20 ) 27/2 21) 16 π 22 (22 + 12√6) 1 3 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 58 HLCS 23 a) 2𝜋 5.2 Integral tripla 5.21 Definição da integral tripla Consideremos uma função f definida numa região espacial D ⊂ R3. 𝑓 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅3 → 𝑅 (𝑥, 𝑦, 𝑧) → 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) Consideremos que D seja um paralelepípedo no primeiro oitante, ou seja : 𝐷 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑎, 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑏, 𝑒 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑐}. Podemos particionar o domínio de f da seguinte maneira. - O intervalo [0,a] em n partes iguais, logo cada parte ∆𝑥 = 𝑎−0 𝑛 -O intervalo [0,b] em m partes iguais, logo cada parte ∆𝑦 = 𝑏−0 𝑚 -O intervalo [0,c] em l partes iguais, logo cada parte ∆𝑧 = 𝑐−0 𝑙 . No eixo x temos: [x0,x1,x2,....xi,xi+1,...,xn] onde x0=0, xn=a . No eixo y temos: [y0,y1,x2,....yi,yi+1,...,yn] onde y0=0, yn=b . No eixo z temos: [z0,z1,z2,....zk,zk+1,...,zn] onde z0=0, zn=c . Após realizar uma partição espacial no domínio D, na posição arbitrária 𝑟𝑖𝑗𝑘 = (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 , 𝑧𝑘) ∈ 𝑊 , localizamos uma unidade fundamental infinitésima de volume 𝑑𝑉 = 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧. A escolha da localização da caixa com um vértice na origem de coordenadas não limita a generalidade da discussão. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 59 HLCS Para a função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) definida no domínio 𝐷, a soma de Riemann tem a seguinte forma 𝑆(𝑛,𝑚, 𝑙) = ∑∑ ∑ 𝑓 (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 , 𝑧𝑘) 𝑑𝑥𝑖𝑑𝑦𝑗 𝑑𝑧𝑘 𝑙 𝑘=1 𝑚 𝑗=1 𝑛 𝑖=1 Sendo o ponto 𝑟𝑖𝑗𝑘 = (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 , 𝑧𝑘) um ponto arbitrário da caixa infinitesimal dV. No entanto, a sua localização precisa, não importa, desde que quando realizemos o processo de limite, quando o numero de caixas elementares ou diferenciais vai para o infinito, o ponto 𝑟𝑖𝑗𝑘 = (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 , 𝑧𝑘) se confunde com o ponto central 𝑟 = (𝑥𝑖 , 𝑦𝑗 , 𝑧𝑘) de dV. Como temos particionado os 3 lados da caixa W em intervalos iguais, então: 𝑑𝑥𝑖 = 𝑑𝑥 = 𝑎 − 0 𝑛 ; 𝑑𝑥𝑖 = 𝑑𝑦 = 𝑏 − 0 𝑚 ; 𝑑𝑧𝑘 = 𝑑𝑧 = 𝑐 − 0 𝑙 , ∀𝑖, ∀𝑗, ∀𝑘. Agora estamos em condição de apresentar a definição da integral tripla de uma função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) de 3 variáveis no domínio D. y j zk xi r x=a y=b z=c z x y dx dy dz dV = elemento de volume diferencial Cálculo II, exercícios ect/ufrn 60 HLCS Definição: A integral tripla da função f no domínio D é ∭𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 = lim 𝑛,𝑚,𝑙→∞ 𝑆(𝑛,𝑚, 𝑙), 𝐷 Se o limite existir. Se o limite da soma de Riemann existe, então dizemos que a função f é integrável no domínio D. Teorema: Uma função 𝑓 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅3 → 𝑅 é integrável em D, se o limite da soma de Riemann em D existe. Teorema: Uma função 𝑓 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅3 → 𝑅 continua no conjunto D, é integrable em D. As propriedades listadas na pagina 15-16, para integral dupla, também são validas pra integrais triplas. Teorema de Fubini Se 𝐷 um paralelepípedo [𝑎, 𝑏] × [𝑐, 𝑑] × [𝑒, 𝑓] ⊂ 𝑅3, e 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) um função continua em D, então vale o método das integrais iteradas, do mesmo modo que no caso de integrais duplas. Logo: ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 =𝐷 ∫ [∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧] 𝑑𝑦 𝑓 𝑒 ] 𝑑 𝑐 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 , ou ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 =𝐷 ∫ [∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑦] 𝑑𝑧 𝑑 𝑐 ] 𝑓 𝑒 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 , ou ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 =𝐷 ∫ [∫ [∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥] 𝑑𝑦 𝑏 𝑎 ] 𝑑 𝑐 𝑑𝑧 𝑓 𝑒 ,.... E assim por diante, a integral tripla tem em total 6 possibilidades distintas de se calcular em forma iterativa. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 61 HLCS Volume de um solido. Considere um elemento de volume ΔV, dentro de um objeto volumétrico 𝐷, logo ao realizar a soma destes elementos de volume para toda região 𝐷, e logo realizarmos o limite desta soma quando o numero de partições vá para infinito (ou que as dimensões do elemento de volume se torna infinitesimal), então no limite o resultado deste processo da o volume da região 𝐷. 𝑣𝑜𝑙(𝐷) = lim 𝑛,𝑚,𝑙→∞ ∑∑ ∑ 𝑑𝑥𝑖𝑑𝑦𝑗 𝑑𝑧𝑘 𝑙 𝑘=1 𝑚 𝑗=1 𝑛 𝑖=1 , = ∭𝑑𝑉 = ∭𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 𝐷𝐷 Procedimento pra calcular uma integral tripla de uma função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) no domínio 𝐷 arbitrário. Considere uma função 𝑓 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅3 → 𝑅 , sendo D um domínio arbitrário no espaço R3, porem limitado dentro de um paralelepípedo. Para determinar a integral tripla de f no domínio D, utilizamos o método da projeção. Dependendo da forma ou complexidade da função f, iremos realizar uma projeção do solido 𝐷 no plano xy ou no plano xz, ou no plano zy. A projeção do solido 𝐷 vai definir num destes planos um domínio de integração nas variáveis que define tal plano escolhido. Na figura a seguir temos um solido D, limitada superiormente por uma superfície S1, definida pela função 𝑧 = 𝑓1(𝑥, 𝑦), e inferiormente pela superfície S2 definida pela função 𝑧 = 𝑓2(𝑥, 𝑦), Logo 𝑓2(𝑥, 𝑦) ≤ 𝑧 ≤ 𝑓1(𝑥, 𝑦), ou seja 𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 ⋰ (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑹, 𝑓2(𝑥, 𝑦) ≤ 𝑧 ≤ 𝑓1(𝑥, 𝑦)} Cálculo II, exercícios ect/ufrn 62 HLCS Ao projetar o solido 𝐷 no plano xy obtemos a superfície 𝑹, então a integral tripla tem 𝐷 tem a seguinte forma: ∭𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 = ∬ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧 𝑑𝑥𝑑𝑦 𝑓1(𝑥,𝑦) 𝑓2(𝑥,𝑦)𝑹𝐷 Isto quer dizer, que devemos integrar primeiro na variável z, e logo nas outras coordenadas xy onde temos feito a projeção. Para determinar os limites de integração em x e y, precisamos estudar a superfície 𝑹. Formas gerais de domínios de integração de funções de 3 variáveis Existem 6 maneiras diferentes de acomodar a integral tripla como integrais iterativas, vamos listas algumas delas. Caso I : 𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3, 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, ∅1(𝑥) ≤ 𝑦 ≤ ∅2(𝑥), 𝜑1(𝑥, 𝑦) ≤ 𝑧 ≤ 𝜑2(𝑥, 𝑦) Logo a integral tripla tem a seguinte forma geral: ∭𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑣 𝐷 = ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝜑2(𝑥,𝑦) 𝜑1(𝑥,𝑦) ∅2(𝑥) ∅1(𝑥) 𝑏 𝑎 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 63 HLCS Caso 2: 𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3, 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑, 𝛽1(𝑦) ≤ 𝑥 ≤ 𝛽2(𝑦), 𝜑1(𝑥, 𝑦) ≤ 𝑧 ≤ 𝜑2(𝑥, 𝑦) Logo a integral tripla tem a seguinte forma geral : ∭𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑣 𝐷 = ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝜑2(𝑥,𝑦) 𝜑1(𝑥,𝑦) 𝛽2(𝑦) 𝛽1(𝑦) 𝑑 𝑐 Caso 3 : 𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3, 𝑚 ≤ 𝑦 ≤ 𝑛, 𝛼1(𝑦) ≤ 𝑧 ≤ 𝛼2(𝑦), 𝜎1(𝑦, 𝑧) ≤ 𝑥 ≤ 𝜎2(𝑦, 𝑧) Logo a integral tripla tem a seguinte forma geral : ∭𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑣 𝐷 = ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝜎2(𝑦,𝑧) 𝜎1(𝑦,𝑧) 𝛼2(𝑦) 𝛼1(𝑦) 𝑛 𝑚 Tem mais 3 casos a listar, fica a cargo do leitor escrever tais casos. Exercício 5.31 Determine a seguinte integral tripla ∭𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 𝐷 Sendo 𝑓 ∶ 𝐷 ⊂ 𝑅3 → 𝑅 / 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 4 + 𝑧, e D = {−2 ≤ x ≤ 2, x ≤ y ≤ 4, 0 ≤ z ≤ x + y} Solução.- Os limites de integração já estão bem definidos (caso I ), é evidente que, ao projetar a região D no plano xy, teremos como limite de integração 𝑹 = {−2 ≤ x ≤ 2, x ≤ y ≤ 4}, logo: 𝐼 = ∭𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 = ∬ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑧 𝑑𝑥𝑑𝑦 𝑥+𝑦 0𝑹𝐷 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 64 HLCS 𝐼 = ∫∫[∫ ( 𝑥+𝑦 0 4 𝑥 2 −2 4 + 𝑧) 𝑑𝑧] 𝑑𝑦 𝑑𝑥 Temos escolhido integrar por ultimo na variável x, porque ela tem limites de integração numérica. 𝐼 = ∫ ∫[4𝑧 + 4 𝑥 2 −2 𝑧2 2 ]|0 𝑥+𝑦𝑑𝑦𝑑𝑥 𝐼 = ∫[∫(4(𝑥 + 𝑦) + (𝑥 + 𝑦)2 2 ) 4 𝑥 2 −2 𝑑𝑦 ]𝑑𝑥 𝐼 = ∫ 1 2 [∫(8𝑥 + 8𝑦 + 𝑥2 + 𝑦2 + 2𝑥𝑦)𝑑𝑦] 𝑑𝑥 4 𝑥 2 −2 𝐼 = ∫(4𝑥𝑦 + 2𝑦2 + 𝑥2𝑦 2 + 𝑦3 6 + 𝑥𝑦2 2 ) 2 −2 | 𝑥 4𝑑𝑥 𝐼 = ∫( 128 3 + 24𝑥 − 4𝑥2 − 7𝑥3 6 ) 2 −2 𝑑𝑥 = 448/3 Exercício 5.32.- Encontrar o volume de um solido formado pelos planos z=0, y=0, x=0, x=3 e z=4-2y. Solução. Primeiro devemos desenhar o solido W, construindo as faces uma a um. O plano inclinado z+2y=4 com vetor normal n=(0,2,1) é paralelo ao eixo x e corta ao plano xy (z=0) na reta y=2. Todas as outras faces do solido W são planos verticais a exceção da base z=0 que é horizontal. Por tanto: 𝑊 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 3, 0 ≤ 𝑦 ≤ 2, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑧 = 4 − 2𝑦} Cálculo II, exercícios ect/ufrn 65 HLCS O solido W em forma de uma cunha ao projetar no plano xy, gera o domínio retangular de integração D em x e y. 𝐷 = {0 ≤ 𝑥 ≤ 3, 0 ≤ 𝑦 ≤ 2} W Z= 4-2y z dV D Cálculo II, exercícios ect/ufrn 66 HLCS 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∭𝑑𝑉 = ∭𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = ∬ ∫ 𝑑𝑧 𝑑𝑦 𝑑𝑥 4−2𝑦 0𝐷𝑊𝑊 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∬(4 − 2𝑦)𝑑𝑦𝑑𝑥 = ∫∫(4 − 2𝑦) 𝑑𝑦 𝑑𝑥 2 0 3 0𝐷 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∫ (4𝑦 − 𝑦2)|20 3 0 𝑑𝑥 = ∫ 4 𝑑𝑥 = 12 3 0 . Resposta Outro método para calcular volume de W Podemos também projetar o solido W no plano zy. Neste caso temos uma base triangular D com altura (relativa a base) constante x=3. 𝑊 = {0 ≤ 𝑦 ≤ 2, 0 ≤ 𝑧 ≤ 4 − 2𝑦, 0 ≤ 𝑥 ≤ 3} Cálculo II, exercícios ect/ufrn 67 HLCS Logo o volume de W será : 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∭ 𝑑𝑉 = ∬ [∫ 𝑑𝑥] 𝑑𝑦 𝑑𝑧 3 0𝐷𝑊 = 3∬ 𝑑𝑧 𝑑𝑦 = 3𝐷 𝐴𝑟𝑒𝑎𝐷 = 12. sendo 𝐷 = {0 ≤ 𝑦 ≤ 2, 0 ≤ 𝑧 ≤ 4 − 2𝑦} a base triangular do solido. Exercício 5.33.- Determine a integral ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣𝐷 no domínio D limitado pela interseção do cilindro parabólico 𝑆 ≔ {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3, 𝑧 = 5 − 𝑥2, y = [0,8]} e o plano horizontal 𝑃 ≔ {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3, 𝑧 = 1,−2 ≤ 𝑥 ≤ 2,0 ≤ 𝑦 ≤ 8} . Sendo 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥𝑦2𝑧. Solução.- Para calcular a integral tripla da função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) no domínio D, é necessário saber descrever o domínio D, em forma de desigualdades. A seguir vamos estabelecer as projeções do solido D, nos planos cartesianos xy, xz e yz. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 68 HLCS De acordo as regiões R1,R2,R3, resultados das projeções do sólido D, nos planos cartesianos xy, xz e yz, respetivamente; temos: 𝑅1 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅 2, −2 ≤ 𝑥 ≤ 2, 0 ≤ 𝑦 ≤ 8} 𝑅2 = {(𝑥, 𝑧) ∈ 𝑅 2, −2 ≤ 𝑥 ≤ 2, 1 ≤ 𝑧 ≤ 5 − 𝑥2} 𝑅3 = {(𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅 2, 0 ≤ 𝑦 ≤ 8, 1 ≤ 𝑧 ≤ 5} Com isto o sólido D, pode ser representado assim : 𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 / (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅1, 0 ≤ 𝑧 ≤ 5 − 𝑥 2}, ou 𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3/ (𝑥, 𝑧) ∈ 𝑅2, 0 ≤ 𝑦 ≤ 8}, ou 𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3/ (𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3, −√5 − 𝑧 ≤ 𝑥 ≤ √5 − 𝑧} Logo, a integral tripla fica assim: ∭𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 𝐷 = ∬[ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑧] 𝑑𝑦 𝑑𝑥 5−𝑥2 0𝑅1 ou Cálculo II, exercícios ect/ufrn 69 HLCS ∭𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 𝐷 = ∬[∫𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑦] 𝑑𝑧 𝑑𝑥 8 0𝑅2 Ou ∭𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 𝐷 = ∬[ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥] 𝑑𝑦 𝑑𝑧 √5−𝑧 −√5−𝑧𝑅3 Vamos desenvolver esta última integral 𝐼 = ∭𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑣 𝐷 = ∬[ ∫ 𝑥𝑦2𝑧 𝑑𝑥] 𝑑𝑦 𝑑𝑧 √5−𝑧 −√5−𝑧𝑅3 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 70 HLCS 𝐼 = ∬𝑦2𝑧 ∫ 𝒙 𝒅𝒙 𝑑𝑦 𝑑𝑧 √𝟓−𝒛 −√𝟓−𝒛𝑅3 = 0 Isto porque a integral em azul é zero, por propriedade de funções impares. Observação: quando projetamos o sólido ao plano yz, a altura “x” do solido se pode medir diretamente a partir do plano x=0, logo a altura do mesmo, varia de um 𝑥𝑚𝑖𝑛 = −√5 − 𝑧 até 𝑥𝑚á𝑥 = √5 − 𝑧 5.22 Mudança de coordenadas na integração tripla. Definição Integração tripla em coordenadas cilíndricas Mudança de coordenadas de Coord. Cartesianas a cilíndricas: 𝑥 = 𝑥(𝑟, 𝜃, 𝑧) = 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃) 𝑦 = 𝑦(𝑟, 𝜃, 𝑧) = 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑧 = 𝑧 Elemento de volume em coordenadas cilíndricas 𝑑𝑉 = |𝐽|𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝑧 Sendo J o Jacobiano da transformação de coordenadas cartesianas a cilíndricas. 𝐽 = det (𝐽) Cálculo II, exercícios ect/ufrn 71 HLCS 𝐽 = | | 𝜕𝑥 𝜕𝑟 𝜕𝑥 𝜕𝜃 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑟 𝜕𝑦 𝜕𝜃 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑟 𝜕𝑧 𝜕𝜃 𝜕𝑧 𝜕𝑧 | | Especificando as derivadas parciais 𝐽 = | 𝑐𝑜𝑠(𝜃) 𝑟 𝑠𝑖𝑛(𝜃) 0 𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑟 𝑐𝑜𝑠(𝜃) 0 0 0 1 | Finalmente, calculando a determinante da matriz anterior 𝐽 = det(𝐽) = 𝑟 Por tanto na mudança de coordenadas de cartesianas a cilíndricas o elemento de volume muda da seguinte forma: 𝑑𝑉 = 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 → 𝑑𝑉 = 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝑧 De outra forma, podemos também chegar ao resultado anterior por considerações geométricas. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 72 HLCS Isto significa que uma integral tripla em coordenadas cartesianas vai se modificar em coordenadas cilíndricas da seguinte forma: ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = 𝑠(𝑥,𝑦) 𝑟(𝑥,𝑦) ℎ(𝑥) 𝑔(𝑥) 𝑏 𝑎 ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝑟, 𝜃, 𝑧) 𝒓 𝑑𝑧 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑛(𝑟,𝜃) 𝑙(𝑟,𝜃) 𝑝(𝜃) 𝑞(𝜃) 𝜃2 𝜃1 Exemplo 5.411.- Determine a integral ∭ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉𝑊 , sendo 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑧, e 𝑊 = {(𝑟, 𝜃, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋/2, 4cos (𝜃) ≤ 𝑟 ≤ 4,0 ≤ 𝑧 ≤ 5. Solução. Pelos dados do domínio de integração, é melhor integrar em coordenadas cilíndricas logo : 𝐼 = ∭𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑉 𝑊 = ∫ ∫ ∫𝑧 𝒓 𝑑𝑧 𝑑𝑟 𝑑𝜃 5 0 4 4cos (𝜃) 𝜋/2 0 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 73 HLCS 𝐼 = ∫ ∫ 𝑟 [ 𝑧2 2 ]0 5 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 4 4cos (𝜃) 𝜋/2 0 25 2 ∫ ∫ 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 4 4cos (𝜃) 𝜋/2 0 Integrando em r e avaliando nos limites de integração 𝐼 = 25 4 ∫ (16 − 16 (cos(𝜃))2) 𝑑𝜃 𝜋/2 0 = 100 ∫ ((sin(𝜃))2) 𝑑𝜃 𝜋/2 0 𝐼 = 25𝜋 Exemplo 5.412.- Determine a formula do volume de um cilindro de raio R e altura H. Solução.- Para calcular o volume do cilindro vamos localizar a origem de coordenadas no centro da base circular do cilindro, como o eixo coaxial do cilindro sendo o eixo Z. Cálculo II, exercícios ect/ufrn 74 HLCS O sólido cilíndrico em coordenadas cilíndricas fica assim: 𝑊 = {(𝑟, 𝜃, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻} 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∭𝑑𝑉 = ∭𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝑧 = 𝑊𝑊 ∫ ∫ ∫ 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝑧 𝐻 0 𝑅 0 2𝜋 0 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = 𝜋𝑅2𝐻 Exemplo 5.413.- Determine a área lateral de um cilindro de altura H e raio R, em coordenadas cilíndricas Solução.- Solução.- Vamos colocar o sistema de coordenadas cartesianas centralizada na base do cilindro. Logo a superfície cilíndrica S tem os seguintes limites : 𝑆 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 𝑥2 + 𝑦2 = 𝑅2, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻} ou 𝑆 = {(𝑟, 𝜃, 𝑧) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋, 𝑟 = 𝑅, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻} De acordo com a figura construída, vamos identificar um elemento de área infinitesimal na posição arbitrária 𝑟 = (𝑅, 𝜃, 𝑧) da superfície lateral do cilindro. O elemento de área 𝑑𝐴 tem como dimensões 𝑑𝑧 e 𝑅𝑑𝜃 logo: 𝑑𝐴 = 𝑅𝑑𝜃 𝑑𝑧 𝐴𝐿 = ∬𝑑𝐴 = ∫ ∫ 𝑑𝐴 2𝜋 0 = ∫ ∫ 𝑅𝑑𝜃 𝑑𝑧 2𝜋 0 = 𝑅 (2𝜋)(𝐻) = 2𝜋𝑅 𝐻 𝐻 0 𝐻 0 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 75 HLCS Podemos cortar o cilindro por uma linha vertical lateral e ao esticar temos um retângulo de dimensões H e 2𝜋𝑅, logo trivialmente a área total será 𝐴𝐿 = 2𝜋𝑅 𝐻 Exemplo 5.414.- Considere a seguinte a seguinte transformação de coordenadas 𝑇: (𝑢, 𝑣, 𝑧) → (𝑥, 𝑦, 𝑧), definido assim 𝑥 = 𝑎 𝑣 cos(𝑢) , 𝑦 = 𝑏 𝑣 sin(𝑢) , 𝑧 = 𝑧 a) Seja a região 𝐷∗ = {(𝑢, 𝑣, 𝑧) ∈ 𝑅3/ 0 ≤ 𝑢 ≤ 2𝜋, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻, 0 ≤ 𝑣 ≤ 1} nas coordenadas (𝑟, 𝜃, 𝑧). Determine a imagem de 𝐷∗ via a transformação 𝑇. b) Determine o jacobiano da transformação T. c) Determine o volume do cilindro elíptico de altura H, definido assim 𝑉 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3/ 0 ≤ 𝑥2 𝑎2 + 𝑦2 𝑏2 ≤ 1, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻} Cálculo II, exercícios ect/ufrn 76 HLCS Solução.- a) Observe que 𝐷∗ nas coordenadas : 𝑢, 𝑣, 𝑧 é um paralelepípedo, já que cada variável é um segmento de reta. Para determinar a forma da região 𝐷 = 𝑇(𝐷∗) no espaço 𝑅3 procedemos assim: Da definição de T: 𝑥 𝑎 = 𝑣 cos(𝑢) , 𝑦 𝑏 = 𝑣 sin(𝑢) , 𝑧 = 𝑧 Logo, ( 𝑥 𝑎 )2 = 𝑣2 cos(𝑢)2 , ( 𝑦 𝑏 ) 2 = 𝑣2 sin(𝑢)2 Dai que: ( 𝑥 𝑎 ) 2 + ( 𝑦 𝑏 ) 2 = 𝑣2 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 77 HLCS E como, por dado do problema: 0 ≤ 𝑣 ≤ 1 Temos: 𝐷 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝜖𝑅3 / 0 ≤ ( 𝑥 𝑎 )2 + ( 𝑦 𝑏 ) 2 ≤ 1, 0 ≤ 𝑧 ≤ 𝐻} O conjunto D anterior nada mais é um cilindro elíptico finito, ou seja, um cilindro vertical ao longo do eixo z de altura H, por cima do plano 𝑥𝑦; com seção transversal elíptica. b) O jacobiano da transformação de coordenadas T é 𝐽 = |𝐽∗| 𝐽∗ = 𝑑𝑒𝑡 ( 𝜕𝑥 𝜕𝑣 𝜕𝑥 𝜕𝑢 𝜕𝑥 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑣 𝜕𝑦 𝜕𝑢 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑣 𝜕𝑧 𝜕𝑢 𝜕𝑧 𝜕𝑧) = 𝑑𝑒𝑡 ( 𝑎cos (𝑢) −𝑎𝑣sin (𝑢) 0 𝑏𝑠𝑖𝑛(𝑢) 𝑏𝑣𝑐𝑜𝑠(𝑢) 0 0 0 1 ) Cálculo II, exercícios ect/ufrn 78 HLCS 𝐽∗ = 𝑎𝑏𝑣 Dai que, 𝐽 = |𝑎𝑏|𝑣 Observe que 𝑢 é uma coordenada angular. c) Pelo item a e b, a região 𝑉, dado no enunciado da questão c, é o mesmo que o cilindro elíptico 𝐷. Pra calcular o volume da região 𝐷, procedemos assim: 𝑣𝑜𝑙(𝐷) = ∭1 𝒅𝒙 𝒅𝒚 𝒅𝒛 𝐷 = ∭1 𝑱 𝒅𝒖 𝒅𝒗 𝒅𝒛 𝐷∗ 𝑣𝑜𝑙(𝐷) = ∫ ∫∫ 𝑑𝑢 𝑑𝑣 𝑑𝑧 𝐻 0 1 0 2𝜋 0 𝑣𝑜𝑙(𝐷) = 2𝜋 |𝑎𝑏|𝐻 Ou seja, o volume de um cilindro elíptico é 2𝜋 |𝑎𝑏|𝐻. Integração tripla em coordenadas esféricas Já sabemos da transformação de coordenadas de Coord. Cartesianas a esféricas : 𝑥 = 𝑥(𝑟, 𝜃, 𝑧) = 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)cos (𝜙) 𝑦 = 𝑦(𝑟, 𝜃, 𝑧) = 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)sin (𝜙) 𝑧 = 𝑧(𝑟, 𝜃) = 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃) Cálculo II, exercícios ect/ufrn 79 HLCS O elemento de volume em coordenadas cilíndricas será 𝑑𝑉 = |𝐽|𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑 𝜙 De acordo a regra geral da transformação de coordenadas dado na seção 5.2, o Jacobiano da transformação de coordenadas cartesianas a esféricas é : 𝐽 = det (𝐽) 𝐽 = | | 𝜕𝑥 𝜕𝑟 𝜕𝑥 𝜕𝜃 𝜕𝑥 𝜕𝜙 𝜕𝑦 𝜕𝑟 𝜕𝑦 𝜕𝜃 𝜕𝑦 𝜕𝜙 𝜕𝑧 𝜕𝑟 𝜕𝑧 𝜕𝜃 𝜕𝑧 𝜕𝜙 | | Especificando as derivadas parciais 𝐽 = | 𝑠𝑖𝑛(𝜃)cos (𝜙) 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃)cos (𝜙) −𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)sin (𝜙) 𝑠𝑖𝑛(𝜃)sin (𝜙) 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃)sin (𝜙) 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)cos (𝜙) cos (𝜙) −𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃) 0 | Finalmente, calculando a determinante da matriz anterior 𝐽 = |det(𝐽)| = |𝑟2 sin(𝜃) | Como 𝜃 𝜖 [0, 𝜋] e 𝑟 > 0, então : |𝑟2 sin(𝜃)| = r2sin(𝜃) Por tanto na mudança de coordenadas de cartesianas a esféricas o elemento de volume muda da seguinte forma: 𝑑𝑉 = 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 → 𝑑𝑉 = 𝑟2 sin(𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝜙 Isto significa que uma integral tripla em coordenadas cartesianas vai se modificar em coordenadas esféricas da seguinte forma: ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 = 𝑠(𝑥,𝑦) 𝑟(𝑥,𝑦) ℎ(𝑥) 𝑔(𝑥) 𝑏 𝑎 ∫ ∫ ∫ 𝑓(𝑟, 𝜃, 𝜙) 𝑟 2 sin(𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝜙 𝑛(𝜙,𝜃) 𝑙(𝜙,𝜃) 𝑝(𝜙) 𝑞(𝜙) 𝜙2 𝜙1 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 80 HLCS Uma maneira geométrica de obter a formula do elemento do elemento 𝑑𝑉 é utilizando a figura anterior. Na figura, no ponto final do vetor posição 𝑟 localizamos um elemento de volume 𝑑𝑉 infinitesimal cujos lados são 𝑑𝑟, 𝑟𝑑𝜃, 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)𝑑𝜙, respectivamente. Dai, que o volume 𝑑𝑉 = 𝑑𝑟 𝑟𝑑𝜃 𝑟𝑠𝑖𝑛(𝜃)𝑑𝜙 = 𝑟2𝑠𝑖𝑛(𝜃)𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝜙, que coincide com o resultado anterior via construção do jacobiano. Observamos também, da figura que o elemento de área 𝑑𝐴𝑟 para 𝑟 fixo é dado por : 𝑑𝐴𝑟 = 𝑟 2𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑑𝜃 𝑑𝜙 Isto será útil, por exemplo, pra calcular a área total da superfície esférica de raio fixo (ver exemplo 5.315). Cálculo II, exercícios ect/ufrn 81 HLCS Exemplo 5.421.- Considere uma esfera de raio R=4 centralizada na origem de coordenadas, determine o volume da esfera. Solução.- Para calcular o volume da esfera solida 𝑊, iremos localizar o elemento de volume 𝑑𝑉 no ponto 𝑃 = (𝑟, 𝜃, 𝜙) interior a esfera 𝑊 (ver figura). A seguir devemos delimitar a esfera em coordenadas esféricas, logo: 𝑊 = {(𝑟, 𝜃, 𝜙) ∈ 𝑅3 / 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋, 0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅, 0 ≤ 𝜙 ≤ 2𝜋} 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∭𝑑𝑉 = ∭𝑟2 sin(𝜃) 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝜙 𝑊𝑊 logo : 𝑣𝑜𝑙(𝑊) = ∫ sin(𝜃) 𝑑𝜃 ∫ 𝑟2𝑑𝑟 ∫ 𝑑𝜙 2𝜋 0 𝑅 0 𝜋 0 = 4 3 𝜋𝑅3 r 𝞥� 𝞠� x y z dV R Cálculo II, exercícios ect/ufrn 82 HLCS Exemplo 5.423.- Determine a área total da superfície esférica (𝑆2) de raio R=4 e centralizada na origem de coordenadas. solução De acordo ao ultimo resultado nesta seção, temos que numa superfície esférica, o elemento de área é 𝑑𝐴𝑟 = 𝑟 2𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑑𝜃 𝑑𝜙 Logo, a área total é 𝐴𝑠 = ∬𝑑𝐴𝑟 = ∬𝑟 2𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑑𝜃 𝑑𝜙 𝐴𝑠 = ∫ ∫ 𝑅 2𝑠𝑖𝑛(𝜃) 𝑑𝜃 𝑑𝜙 𝜋 0 2𝜋 0 = 4𝜋𝑅2 Exemplo 5.424 Resolva a seguinte integral ∭ 𝑓(𝑟, 𝜃, ∅) 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝜙𝑊 Sendo 𝑊 = {(𝑟, 𝜃, ∅) ∈ 𝑅3, 0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅, 0 ≤ ∅ < 2𝜋, 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋 2 } e 𝑓(𝑟, 𝜃, ∅) = 𝑟4sin (𝜃)3 Solução.- A região indicada por W, é basicamente o hemisfério norte de uma esfera maçisa de raio R. A função 𝑓(𝑟, 𝜃, ∅) esta inicialmente definida em todo espaço 𝑅3 inclusive claro W. 𝐼 = ∭𝑟4sin (𝜃)3 𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑𝜙 𝑊 = ∫ ∫ ∫ 𝑟4sin (𝜃)3𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑∅ 𝑅 0 𝜋 2 0 2𝜋 0 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 83 HLCS Como a função 𝑓(𝑟, 𝜃, ∅) é separável e os limites de integração são constantes numéricas então 𝐼 = ∫ ∫ ∫ 𝑟4sin (𝜃)3𝑑𝑟 𝑑𝜃 𝑑∅ 𝑅 0 𝜋 2 0 2𝜋 0 = ∫ 𝑑∅ .∫ sin (𝜃)3𝑑𝜃 ∫ 𝑟4 𝑑𝑟 𝑅 𝑜 𝜋 2 0 2𝜋 0 𝐼 = 2𝜋. 2 3 . 𝑅5 5 = 4𝜋𝑅5 15 Cálculo II, exercícios ect/ufrn 84 HLCS 5.3 Integração dupla em superfícies arbitrarias Consideremos uma superfície arbitraria 𝑆 no espaço 𝑅3 cuja equação é 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), com derivadas parciais continuas no domínio 𝑅2 Consideremos um elemento de área infinitesimal 𝑑𝐴 no ponto 𝑃, sobre a superfície 𝑆. Para calcular o vetor unitário normal �̂� a S em P, procedemos assim: O conjunto D é a projeção da superfície S no plano xy . Consideremos a hiper- superfície S: 𝑤 = 𝑤(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥 − 𝑓(𝑥, 𝑦) = 0, d A xydA 2RD 3RS n k Cálculo II, exercícios ect/ufrn 85 HLCS Logo �̂� = ∇𝑤 |∇𝑤| = (−𝑓𝑥, −𝑓𝑦 , 1) √1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2 Da figura anterior, a projeção do elemento diferencial de área 𝑑𝐴 no plano horizontal 𝑥𝑦 é : 𝑑𝐴𝑥𝑦 = 𝑑𝐴 cos (𝛾) Sendo 𝛾 o ângulo formado pelo vetor unitário �̂� (perpendicular a 𝑑𝐴) e o vetor unitário �̂� = (0,0,1) (perpendicular a 𝑑𝐴𝑥𝑦). Sendo �̂�. �̂� = |�̂�||�̂�|cos (𝛾), daí, cos(𝛾) = 1 √1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2 Por tanto, 𝑑𝐴𝑥𝑦 = 𝑑𝐴 1 √1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2 Finalmente: dA K dAxy Cálculo II, exercícios ect/ufrn 86 HLCS 𝐴(𝑆) = ∬ 𝑑𝐴 = ∬√1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝐷𝑆 É a área da superfícies S. Definição. (integral dupla de uma função de variável vetorial sobre uma superfície arbitraria). Seja 𝑆 uma superfície definida pela função real de variável vetorial 𝑓:𝐷 ⊂ 𝑅2 → 𝑅, 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦), suave (continua e com derivadas parciais bem definidas e continuas em D) e 𝑔 é outra função real continua de variável vetorial (tal que 𝑤 = 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧)) esta bem definida na superfície 𝑆. Definimos a integral dupla de 𝑔 sobre 𝑆 por ∬𝒈 𝒅𝑨 = ∬𝒈(𝒙, 𝒚, 𝒛) 𝒅𝑨 𝑺 = ∬𝒈(𝒙, 𝒚, 𝒇(𝒙, 𝒚))√𝟏 + 𝒇𝒙 𝟐 + 𝒇𝒚 𝟐 𝒅𝒙 𝒅𝒚 𝑫𝑺 Sendo 𝑓𝑥 = 𝜕𝑓 𝜕𝑥 , 𝑓𝑦 = 𝜕𝑓 𝜕𝑦 . Exemplo 5.50 Determine a seguinte integral ∬ 𝑔 𝑑𝐴𝑆 Sendo 𝑆 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑅3/ 𝑧 = 4 − 𝑦, 0 ≤ 𝑥 ≤ 2} e 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥 + 𝑦 + 𝑧. solução A superfície 𝑆 é um plano inclinado com vetor normal �⃗⃗� = (0,1,1), cuja equação podemos adequar como uma função de duas variáveis 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) = 4 − 𝑦 (ver figura). ∬𝑔 𝑑𝐴 = 𝑆 ∬𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) √1 + 𝑓𝑥 2 + 𝑓𝑦 2 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝐷 Sendo 𝐷 a projeção da superfície 𝑆 no plano 𝑥𝑦. Da equação do plano 𝑆 temos: Cálculo II, exercícios ect/ufrn 87 HLCS 𝑓𝑥 = 𝑑𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 = 0, 𝑓𝑦 = 𝑑𝑓(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 = −1 ∬𝑔 𝑑𝐴 = 𝑆 ∬𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) √2 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝐷 Observe que para calcular a integral, importa o valor da função 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧) na superfície S, logo 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑓(𝑥, 𝑦)) = 𝑥 + 𝑦 + 4 − 𝑦 = 𝑥 + 4 ∬𝑔 𝑑𝐴 = 𝑆 ∬(𝑥 + 4) √2 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝐷 Sendo 𝐷 = {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑅2/ 0 ≤ 𝑥 ≤ 2, 0 ≤ 𝑦 ≤ 4} S: z = f(x,y) = 4-y D Cálculo II, exercícios ect/ufrn 88
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