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Unidade II
5 DIREITO CIVIL E CONTRATOS
5.1 DIREITO CIVIL
O Direito privado e, no caso, o Direito Civil, regula relações entre particulares, predominando o 
interesse da ordem privada, portanto de coordenação, uma vez que não emana do Estado, mas sim da 
autonomia da vontade das partes, embora o Estado eventualmente intervenha nessas relações jurídicas 
privadas, a fim de manter o seu equilíbrio.
O Código Civil de 2002 está fundamentado nos princípios da operabilidade (estabelecer soluções 
normativas de modo a facilitar sua interpretação e aplicação pelo operador do Direito), socialidade 
(predomínio do social sobre o individual, superando o caráter individualista da Lei vigente) e da ética 
(participação dos valores éticos no ordenamento jurídico, sem abandono das conquistas da técnica 
jurídica).
5.1.1 Da validade dos negócios jurídicos
5.1.1.1 Conceitos e requisitos
a) Fato, ato e negócio jurídico:
O fato jurídico é todo acontecimento da vida relevante para o Direito, mesmo que seja fato ilícito, são os 
acontecimentos em razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações jurídicas.
Podem ser classificados em fato natural, quando decorrente fenômeno natural, sem 
intervenção da vontade humana, produzindo efeito jurídico, podendo ser: fato jurídico stricto 
sensu ordinário – nascimento, maioridade, morte, decurso do tempo, abandono do álveo pelo rio, 
aluvião e avulsão –, e fato jurídico stricto sensu extraordinário – caso fortuito e de força maior 
(tempestade, raio, terremoto).
Pode também ser fato humano, quando depende da vontade humana, abrangendo tanto atos lícitos 
como ilícitos, podendo ser voluntário (perdão, negócio jurídico) ou involuntário (ilícito civil).
O ato jurídico visa “adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir Direitos, é um ato de 
vontade, ao contrário do fato jurídico que é resultante de forças naturais.
O negócio jurídico decorre da manifestação da vontade, sendo necessário, também, que esteja de 
acordo com a ordem jurídico‑positiva, para produzir efeitos jurídicos.
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
 Observação
Fato>ato>negócio.
b) Elementos essenciais do negócio jurídico – “agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não 
defesa em lei” (art. 104 do Código Civil):
• agente capaz é a pessoa dotada de consciência e vontade reconhecida pela Lei como apta a 
exercer todos os atos da vida civil. Poderá ocorrer a representação dos incapazes (CC, arts. 115 
a 120), de forma convencional (mandato – art. 120), legal (a própria Lei confere poderes para 
administrar bens de outrem como os pais, tutores, curadores), ou judicial quando nomeados 
pelo juiz, para certo cargo no foro ou processo (síndico inventariante). Ainda em relação ao 
elemento subjetivo, será imprescindível o livre consentimento, pois sem o concurso da vontade 
o ato não se configura, podendo ser expresso ou tácito;
• objeto lícito, devendo estar de acordo com o ordenamento jurídico pátrio, ser física e 
juridicamente possível de ser realizado, ser determinado, isto é, especificado, ou, ao menos, 
determinável quando de sua consumação;
• forma prescrita ou não defesa em Lei, pois a forma é o meio de revelação da vontade. Será 
livre, não dependendo de forma especial, salvo quando a Lei expressamente a exigir (CC, art. 
107), como a escritura pública à validade dos negócios jurídicos que visem à Constituição, 
transferência, modificação ou renúncia de Direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 
vezes o maior salário mínimo vigente no país (CC, art. 108).
O Direito brasileiro prevê inúmeras classificações para os negócios jurídicos, tais como: gratuitos, 
quando as partes obtêm enriquecimento patrimonial sem contraprestação (ex.: doações), ou onerosos, 
se ambos os contratantes auferem vantagens às quais corresponde uma contraprestação (ex.: compra e 
venda, locação); solenes, se obedecerem à forma prescrita em Lei para se aperfeiçoar (ex.: testamento), 
ou não solenes quando não exigem forma legal para sua efetivação (ex.: compra e venda de bem móvel); 
patrimoniais, quando versam sobre questões suscetíveis de aferição econômica; extrapatrimoniais, se 
atinentes aos Direitos personalíssimos e direito de família; unilaterais, se a declaração da vontade emana 
de uma ou mais pessoas, desde que na mesma direção, colimando um mesmo objetivo (ex.: testamento); 
bilaterais, quando a declaração de vontade se faz mediante concurso de duas ou mais pessoas, porém 
em sentido oposto, como nos contratos em geral; inter vivos, se acarretam consequências jurídicas em 
vida dos interessados (ex.: compra e venda, doação); causa mortis, regulam relações de Direito após a 
morte do sujeito (ex.: testamento); principais, quando existem por si mesmos, independentemente de 
outro (ex.: locação); ou acessórios, se sua existência subordina‑se à dos principais (ex.: fiança).
Há também uma série de regras a ser observada por ocasião da interpretação dos negócios jurídicos, 
tais como: o artigo 112 do Código Civil estabelece que nas declarações de vontade atender‑se‑á mais à 
sua intenção que ao sentido literal da linguagem; o silencia importa anuência, quando as circunstâncias 
ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa (CC, art. 111); os 
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contratos em geral devem ser interpretados segundo a boa‑fé e os usos e lugar de sua celebração (CC, 
art. 113). Ex.: nos contratos de adesão resolve‑se a dívida a favor do aderente; os negócios jurídicos 
benéficos e a renúncia interpretam‑se estritamente (CC, art. 114); o contrato deve ser interpretado de 
maneira menos onerosa para o devedor.
c) Modalidades:
As modalidades dos atos jurídicos são elementos acidentais do negócio jurídico, uma vez que o ato 
negocial se perfaz sem eles. Podem ou não ser inseridos no negócio jurídico.
A condição (CC, arts. 121 a 130) subordina o efeito do ato jurídico ao implemento de um evento 
futuro e incerto. Antes de realizada a condição, o ato é ineficaz e nenhum efeito produz.
As condições podem ser positivas, se o evento futuro e incerto consistir num fato afirmativo (ex.: se eu 
me casar); ou negativa, se importar numa abstenção (ex.: se eu não me casar); podem ainda ser suspensivas, 
se as partes protelam temporariamente a eficácia do ato até a realização do acontecimento futuro e incerto, 
deixando em suspenso a existência do Direito criado pelo ato; ou resolutivas, se as condições que tenham 
por fim extinguir, depois do acontecimento futuro e incerto, o Direito criado pelo ato. Enquanto a condição 
resolutiva não se verificar, vigorará o ato jurídico, podendo o seu titular exercer desde o momento deste o 
Direito por ele estabelecido (ex.: constituo uma renda em teu favor, enquanto estudares).
Termo é cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio a evento futuro e certo, não 
se confundindo com prazo que é o espaço de tempo intercorrente entre a declaração de vontade e 
o advento do termo. Pode ser certo, quando se reporta uma data do calendário ou quando fixado 
tendo por base o decurso de certo lapso de tempo (ex.: de hoje a um ano, quando tal pessoa atingir a 
maioridade), ou incerto quando se refere a acontecimento futuro, mas que não se verificará em data 
indeterminada (ex.: o óbito de determinada pessoa). Termo inicial (dies a quo): suspende o exercício do 
Direito. Não impede a aquisiçãodo Direito, apenas retarda seu exercício; termo final: (dies ad quem): é 
o que faz cessar o Direito criado pelo ato.
 Lembrete
Condição= se; termo= quando.
Encargo é a cláusula pela qual se impõe obrigação a quem se faz uma liberalidade, não suspende a 
aquisição do Direito, é coercitivo e geralmente inserido (ex.: doarei um terreno à municipalidade para 
nele ser edificado um hospital).
5.1.1.2 Dos defeitos do negócio jurídico
Existem casos em que a vontade se manifesta com algum vício, tornando o negócio anulável: erro, 
dolo e coação são chamados de vícios do consentimento, uma vez que atingem a manifestação da 
vontade da pessoa que não condiz com o seu verdadeiro querer; a simulação e fraude contra credores 
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são chamadas de vícios sociais, uma vez que representam a exata expressão da vontade da pessoa, 
entretanto, com o objetivo de lesar terceiros e de fraudar a Lei.
a) Erro (CC, arts. 138 a 144) é a noção inexata sobre elemento objetivo ou subjetivo do negócio jurídico. 
Se a pessoa tem sobre um fato ou preceito noção incompleta, emite sua vontade de modo diverso do 
que se tivesse conhecimento exato ou completo. O erro só torna anulável o negócio se for substancial, 
escusável e real, ou seja, devendo ter por fundamento uma razão plausível, ou ser de tal monta que 
qualquer pessoa inteligente e de atenção ordinária seja capaz de cometê‑lo. Deve ser real e palpável, 
importando efetivo prejuízo para o interessado. O erro escusável é aquele que é justificável, por exemplo, 
um técnico jamais poderá escusar‑se do erro por ele praticado na área de sua especialidade. Deve ser 
de tal monta que qualquer pessoa inteligente e de atenção ordinária seja capaz de cometê‑lo.
Já o erro acidental é concernente às qualidades secundárias ou acessórias da pessoa, ou do objeto. 
Não induzindo a anulação do negócio por não incidir sobre a declaração da vontade (ex.: contrato de 
compra e venda de um imóvel na rua “x”, nº 60, quando na realidade o número da casa é 61).
b) Dolo é o emprego de manobras destinadas a induzir alguém à prática de um negócio jurídico 
prejudicial (CC, art. 145 a 150).
Por meio desse defeito, alguém é induzido a efetivar negócio jurídico por manobras maliciosas 
que afetaram sua vontade. O dolo é intencionalmente provocado na vítima pelo autor do dolo ou por 
terceiro, sendo, portanto, passível de anulação. Entretanto, somente o dolo determinante é causa de 
anulabilidade, não se presumindo, devendo ser provado.
São espécies de dolo: dolus causam ou principal (CC, art. 145), há intenção de induzir o declarante 
a praticar o negócio jurídico, é aquele que dá causa ao negócio jurídico, sem o qual ele não se teria 
concluído, acarretando, então, a anulabilidade do negócio (ex.: pessoa que vende remédio falso); dolo 
acidental (CC, arts. 146), que leva a vítima a realizar o negócio, porém em condições mais onerosas 
ou menos vantajosas, não afetando a sua declaração da vontade, embora provoque desvios, não se 
constituindo vício de consentimento, por não influir diretamente na realização do ato, que se teria 
praticado independentemente do emprego de artifícios astuciosos (ex.: pessoa que vende um carro com 
um pequeno problema ou pessoa que não revela uma multa por ser de baixo valor).
Há ainda o dolo positivo, artifício astucioso que consta de ação dolosa, ou negativo (CC, art. 148) 
que ocorre quando uma das partes oculta alguma coisa que o cocontratante deveria saber e se sabedor 
não teria realizado o negócio; é o silêncio intencional acerca de determinado fato; o dolo de terceiro 
que exige o conhecimento de uma das partes contratantes, não sendo conhecido pelo beneficiado dará 
lugar a uma indenização por parte da vítima, contra o terceiro autor do engano intencional (ex.: corretor 
de imóveis que sabe que o imóvel será desapropriado e mesmo assim o vende ou sabe que o imóvel está 
com problemas, nem o vendedor sabe, mas vende o imóvel mesmo assim); o dolo de ambas as partes 
(CC, art. 159) caracteriza torpeza bilateral e ocorre neutralização do delito porque há compensação 
entre dois ilícitos, a ninguém cabendo se aproveitar do próprio dolo. Não poderá haver anulação do 
negócio (ex.: pagar um carro roubado com cheque sem fundos).
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c) A coação é sinônima de violência, é a coerção física ou moral sobre a pessoa, seus bens ou sua 
honra, com o intuito de obrigá‑lo a entabular um negócio jurídico (CC, arts. 151 a 155). A coação 
deve incutir a vítima um temor justificado, como morte, cárcere privado, desonra, mutilação, 
escândalo etc. O temor deve dizer respeito a um dano iminente, suscetível de atingir a pessoa da 
vítima, sua família ou seus bens.
Pode ser coação física ou “vis absoluta”, constrangimento corporal que retira toda capacidade de 
querer, implicando ausência total de consentimento, o que acarreta nulidade do ato, não se tratando de 
vício da vontade; coação moral ou “vis compulsiva” atua sobre a vontade da vítima, sem aniquilar‑lhe o 
consentimento, pois conserva ela uma relativa liberdade, podendo optar entre a realização do negócio 
que lhe é exigido e o dano com que é ameaçada, embora a vontade declarada se coloque em oposição 
à realidade.
Exclui a coação a ameaça de um exercício normal de um Direito (ex.: credor que ameaça devedor de 
protestar título por dívida vencida e não paga) e o simples temor reverencial (receio de desgostar o pai, 
mãe, superior hierárquico).
d) Estado de Perigo (CC, art. 156) : premido da necessidade de salvar‑se, ou pessoa de sua família, 
de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Requer 
a iminência do dano, a proximidade de relacionamento da vítima, da gravidade do dano a ser 
causado, do conhecimento deste pela outra parte. Requer ainda a excessiva onerosidade da 
obrigação contraída (ex.: o depósito de cheque caução para fazer frente a despesas médicas, 
prática agora coibida).
e) Lesão (CC, art. 157): sob premente necessidade ou por inexperiência, se obriga a prestação 
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, avaliada está de acordo com os 
valores vigentes ao tempo da celebração. Caso haja suplemento suficiente, ou a parte favorecida 
concordar com a redução do proveito, descaberá a anulação.
f) Constitui fraude contra credores (CC, arts. 158 a 165): “a prática maliciosa, pelo devedor, de atos 
que desfalcam o seu patrimônio, com o escopo de colocá‑lo a salvo de uma execução por dívidas 
em detrimento dos Direitos creditórios alheios” (DINIZ, 2011b, p. 529).
Elemento objetivo: é todo ato prejudicial ao credor, por tornar o devedor insolvente, ou por ter sido 
praticado em estado de insolvência (devedor que tem um passivo maior do que o ativo); o elemento 
subjetivo: má‑fé é o intuito malicioso de prejudicar. Não se exige, no entanto, que o adquirente esteja 
mancomunado ou conluiado com o alienante para lesar os credores, basta a prova da ciência da situação 
de insolvência (ex.: devedor transfere, a título gratuito, todos os imóveis que possui aos genitores, após 
consumar ato ilícito).
O credor deve ser preexistente, ou seja, aquele que tem um título líquido, certo e exigível. São atos 
suscetíveis de fraude a transmissão gratuita de bens, remissão de dívidas, pagamento antecipado de 
dívidas e outorga de Direitos preferenciais, que podem ser anulados por meio de ação revocatória, 
também denominada ação pauliana.
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 Observação
Ordem dos créditos – crédito fazendário (federal, estadual, municipal), 
trabalhistas e previdenciários, real, pessoal privilegiado especial, pessoal 
privilegiado geral, pessoal simples (quirografário).
g) As nulidades (CC, arts. 166 a 184) são causas das imperfeições dos atos jurídicos, que podem ocorrer 
por falta de elemento essencial e, portanto, indispensável à sua existência (consentimento, objeto, 
causa); ato praticado com violação da Lei, contrário à ordem pública, ou aos bons costumes, ou sem 
observância da forma legal exigida. Eivado, portanto, de nulidade os atos são nulos; imperfeição 
da vontade (emanada de incapaz, ou contém alguns dos vícios do consentimento). Os atos são 
anuláveis.“ A nulidade vem a ser a sanção, imposta pela norma jurídica, que determina a privação 
dos efeitos jurídicos do negócio praticado em desobediência ao que prescreve” (DINIZ, 2011b, p. 577).
Nulidades absolutas (CC, art. 166) – os atos são nulos, não têm eficácia jurídica por ofender princípios 
de ordem pública, sendo mais graves do que as nulidades relativas por ofender princípios de ordem 
pública. Acarreta a nulidade dos atos jurídicos, uma vez que é de ordem pública, de alcance geral e 
decretada no interesse da própria coletividade. A declaração da sua invalidade opera efeitos ex tunc 
(retroagem à data na qual foi praticado). Desta forma, não pode ser suprida pelo juiz, mas pode e deve 
ser decretada não só a pedido dos interessados, como também do órgão do Ministério Público, quando 
lhe couber intervir (art. 168). Não convalesce e nem está sujeita aos prazos prescricionais, uma vez que 
é de ordem pública (art. 169). Opera de pleno Direito, é insuscetível de ratificação, é irreparável.
A simulação traduz uma inverdade, caracteriza‑se pelo intencional desacordo entre a vontade interna 
e a declarada, no sentido de criar, aparentemente, um ato jurídico que, de fato, não existe e, portanto é 
anulável. É declaração bilateral da vontade sempre concertada com a outra parte, ou com as pessoas a 
quem ela se destina, feita no sentido de iludir terceiros. O que realmente caracteriza a simulação é o seu 
conhecimento pela outra parte, sendo apenas ignorada por terceiros.
Nulidades relativas (CC, art. 171): “a nulidade relativa ou anulabilidade refere‑se à negócios que 
se acham inquinados de vício capaz de lhes determinar a ineficácia, mas que poderá ser eliminado, 
restabelecendo‑se a sua normalidade” (DINIZ, 2011b, p. 578).
Os atos são anuláveis, e a declaração judicial de sua ineficácia opera efeitos ex tunc, de maneira 
a produzir efeitos até esse momento, uma vez que a falta cometida é mais leve, atingindo Direitos 
meramente individuais. A anulabilidade é decretada no interesse privado da pessoa prejudicada, pode 
ser suprida pelo juiz e a requerimento das partes, ou sanado expressa ou tacitamente pela ratificação. A 
anulação deve sempre ser pleiteada através de ação judicial.
 Lembrete
Nulidade absoluta = insanável; relativa = sanável.
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5.1.2 Responsabilidade civil e ato ilícito (CC, arts. 186 a 188 e 927 a 954)
5.1.2.1 Conceito e requisitos
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar Direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito (CC, art. 186).
Também, comete ato ilícito o titular de um Direito que, ao exercê‑lo, excede manifestamente os 
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa‑fé ou pelos bons costumes (CC, art. 187).
“O ato ilícito é praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando 
Direito subjetivo individual. Causa dano a outrem, criando o dever de reparar 
tal prejuízo. Logo, produz efeito jurídico, só que este não é desejado pelo 
agente, mas imposto pela Lei” (DINIZ, 2003).
Responsabilidade civil é parte integrante do Direito obrigacional, pois a principal consequência da 
prática de um ato ilícito é a obrigação que acarreta, para o seu autor, de reparar o dano, obrigação esta 
de natureza pessoal, que se resolve em perdas e danos. Logo, a finalidade deste instituto é não deixar 
sem ressarcimento a vítima de atos ilícitos.
São elementos constitutivos da responsabilidade civil a existência de um fato lesivo voluntário ou 
não, a ocorrência de um dano e o nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. A 
consequência do ato ilícito é o dever de indenizar, ou seja, obrigação imposta a uma pessoa de ressarcir 
os danos causados a outrem.
Nexo causal é o elo entre a conduta (ação/omissão) produtora de um dano. O Código Civil brasileiro 
adotou a teoria da equivalência das condições, que preconiza que qualquer circunstância que concorra 
para o evento é considerada como causa.
A prova da culpa somente é exigida na responsabilidade subjetiva. Na objetiva, sua prova se faz 
desnecessária, uma vez que se exige apenas a comprovação do dano, da ação e do nexo de causalidade. 
Em se tratando desse tipo de responsabilidade, a prova da culpa só será matéria de discussão em sede 
de regresso.
A culpa divide‑se em culpa stricto sensu e o dolo. Na culpa stricto sensu não há a intenção de causar 
prejuízo. O dano ocorre por imprudência – fazer o que não deve –, negligência – não fazer o que deve 
–, ou imperícia – fazer o que não sabe. No dolo há a intenção de causar o resultado.
Na culpa presumida inverte‑se o ônus da prova. A culpa presumida pode ser in vigilando, 
quando provém de ausência de fiscalização pelo patrão, quer em relação aos empregados, ou 
à coisa (ex.: empresa de transportes que tolera a saída de veículos desprovidos de freios, dando 
causa a acidentes). A culpa in eligendo é oriunda da má escolha do representante ou do preposto 
(ex.: preponente admite ou mantém a seu serviço empregado não legalmente habilitado, ou sem 
aptidões requeridas).
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Na culpa in concreto falta ao agente a diligência que as pessoas são obrigadas a empregar nas 
próprias coisas. Na culpa in abstracto ao agente falta aquela atenção que um homem atento emprega 
na administração de seus negócios.
O Código Civil adota a Teoria da Responsabilidade Subjetiva que depende de comprovação 
de culpa, mas a doutrina e a jurisprudência construíram a Teoria da Responsabilidade Objetiva. 
Desta forma, a Lei acompanhou esta evolução, admitindo, em alguns casos, a Responsabilidade 
Objetiva, que independe da comprovação de culpa (ex.: o Código de Proteção e Defesa do 
Consumidor).
A análise do dano será realizada em item específico adiante.
5.1.2.2 Responsabilidade objetiva e subjetiva
Espécies de responsabilidade civil
A responsabilidade, no seu âmbito contratual, deriva de uma obrigação avençada descumprida, ou 
seja, de contratos não adimplidos ou constituídos em mora, ainda que proveniente de um negócio 
unilateral, por exemplo, um testamento.
Figura 65 – Danos decorrentes de acidente em meios de transporte, 
quando remunerado, enseja reparação civil por ilícito contratual
A responsabilidade extracontratual constitui‑se, basicamente, de obrigações derivadas de atos 
ilícitos que se consubstanciam em ações ou omissões culposas ou dolosas do agente, praticadas 
com infração a um dever de conduta e das quais resulta dano para outrem, com obrigação de 
indenizar ou ressarcir o dano causado. A responsabilidade extracontratual também é denominada 
aquilina e encontra‑se na parte geral do Código Civil em seus artigos 186 a 188, bem como em sua 
parte especial.
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Unidade II
Figura 66 – Danos decorrentes de ruína de edifício por negligência, 
imprudência ou imperícia enseja reparação civil extracontratual
A responsabilidade pode ser direta, se causada pelo próprio agente – ato próprio –, ou indireta, se 
causada por terceiro vinculado (empregado, por exemplo).
A responsabilidade subjetiva pressupõe a culpa como fundamento da responsabilidade civil. A prova 
da culpa do agente passa a ser pressuposto necessário do dano indenizável. Dentro dessa concepção, a 
responsabilidade do causador do dano somente se configura se agiu com dolo ou culpa.
Na responsabilidade legal ou objetiva, a Lei impõe a certas pessoas, em determinadas situações, a 
reparação de um dano cometido sem culpa. A responsabilidade legal ou objetiva prescinde da prova da 
culpa e se satisfaz apenas com o dano e o nexo de causalidade. Tem como postulado que todo dano é 
indenizável, e deve ser reparado por quem a ele se liga por um nexo de causalidade, independentemente 
de culpa. Em alguns casos, ela é presumida pela Lei. O autor da ação só precisa provar a ação ou omissão 
e o dano resultante da conduta do réu, porque sua culpa já é presumida (ex.: art. 936 do CC – presume 
a culpa do dono do animal que venha a causar dano a outrem, mas faculta‑lhe a prova das excludentes 
ali mencionados).
Aqui se adota a Teoria do Risco, pela qual toda pessoa que exerce alguma atividade cria um risco de 
dano para terceiros, e deve ser obrigado a repará‑lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa.
O Código Civil brasileiro filiou‑se à teoria “subjetiva”, segundo o art. 186 do CC, que erigiu o dolo e 
a culpa como fundamento para a obrigação de reparar o dano.
Somente a Lei pode determinar os casos em que a responsabilidade é objetiva, ou seja, prescinde 
da culpa, como ocorre com a responsabilidade civil do estado prevista no art. 37, § 6º da Constituição 
Federal.
Tipologia
• Responsabilidade extracontratual por ato próprio – funda‑se numa conduta pessoal do ofensor. 
Pode ser por ato praticado contra a honra da mulher; calúnia, difamação e injúria; demanda de 
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dívida não vencida ou já paga; abuso de Direito; rompimento de noivado; ruptura de concubinato 
ou separação judicial.
• Responsabilidade extracontratual por ato ou fato de terceiro – a responsabilidade 
extracontratual por ato ou fato de terceiro (in eligendo e in vigilando) envolve os aspectos 
dos pais e patrões; tutores e curadores; educadores; hoteleiros; farmacêuticos; pessoas 
jurídicas de Direito privado e público e produto do crime. A responsabilidade, nesse caso, é 
indireta e complexa, havendo um vínculo entre o culpado, que age, e o responsável, que paga 
a indenização. Em todos os casos há presunção de culpa iuris tantum, ou seja, inverte‑se o 
ônus da prova, o responsável deverá provar que manteve a vigilância adequada e o agente 
provar que não teve culpa.
• Responsabilidade civil pelo fato da coisa – abrange os aspectos de guarda de coisa inanimada, 
ruína de edifício, queda ou arremesso de coisas líquidas ou sólidas e privação de guarda – furto 
ou venda de veículo.
• Responsabilidade contratual – abrange os aspectos dos transportes, instituições financeiras, e 
atividades profissionais como dos médicos, dentistas, advogados e parteiras.
Há um vínculo anterior ao dano entre os contratantes, o que não ocorre na responsabilidade 
extracontratual (186, CC), e o fundamento para ajuizar ação de indenização são diversos, por vezes, 
por violação ao que foi pactuado, inadimplemento do agente que causa prejuízo à vítima. O fim 
é o mesmo: a indenização, mas os fundamentos são divergentes na responsabilidade contratual e 
extracontratual.
Consideramos para análise destas ocorrências as obrigações de meio e de resultado. A obrigação 
de meio implica que a parte deve cumprir todas as diligências necessárias para que seja alcançado 
o resultado pretendido, como é o caso do advogado. Na obrigação de resultado o mesmo deverá ser 
atingido necessariamente, como é o caso dos dentistas, por exemplo. Em ambos os casos se o resultado 
não for atingido, há o direito de indenização.
5.1.2.3 Responsabilidade penal
O ato ilícito pode ser civil ou criminal, ou ambos concomitantemente. Civil, se interesse privado de 
alguém, penal, se ofende a sociedade pela violação de uma norma imprescindível à sua existência.
5.1.2.4 Reparação do dano
Dano material e moral
O dano consiste no prejuízo (sinônimo de dano, entendido como a violação de um Direito 
genericamente considerado, seja este patrimonial – material – ou moral – imaterial), sendo que este 
é intransmissível. O dano deve ser atual, subsistente e certo. A incerteza do dano, por si só, tem como 
consequência a não reparação, que diz respeito ao dano futuro que não é indenizável. A incerteza do 
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dano não se confunde com o dano indireto, no qual existe a liquidação futura, visto que a apuração do 
valor do prejuízo, no que diz respeito ao aspecto monetário, é futura.
O dano não diz respeito ao dinheiro tão somente, a apuração de seu valor assume um aspecto 
secundário, pois é irrelevante, pelo aspecto inicial, sua extensão patrimonial. O importante é o 
que gera o dever de indenizar, é a violação do Direito ou interesse da vítima, violação essa que 
causou um prejuízo. A consequência será o aspecto secundário, que significa a apuração do 
prejuízo como forma de reparação da violação de um Direito ou interesse, e não diz respeito a 
um benefício.
Figura 67 – Um mesmo fato pode ocasionar danos materiais e morais
• Perdas e danos (CC, arts. 402 a 405) – as perdas e danos abrangem além do que efetivamente 
perdeu (dano direto e indireto), também o que deixou de ganhar (lucros cessantes), bem como a 
perda de uma chance séria.
• Juros legais (CC, arts. 406 e 407) – são computados juros moratórios (legais ou convencionais), 
devidos em função da demora pelo atraso (mora), mesmo se não pedidos, a partir do inadimplemento, 
à taxa de 6% ao ano; e juros compensatórios, são os devidos em função do prejuízo efetivamente 
sofrido, à taxa de 12% ao ano.
• O dano moral refere‑se a uma dor, aflição, sempre envolvendo o aspecto subjetivo, um elemento 
axiológico, valorativo, baseado no homo medios (bonus pater familae). A apuração subjetiva do 
que significou essa dor ou aflição para aquele que sofreu o dano destina‑se à valoração no aspecto 
patrimonial. O pagamento do dano moral diz respeito a uma penalidade imposta ao ofensor, que 
assume o aspecto patrimonial. Havia uma divergência na doutrina e jurisprudência a respeito 
da indenização do dano moral, pois entendiam que se a indenização era pecuniária, o dano era 
patrimonial, entretanto, atualmente não é mais essa a visão predominante. A reparação de danos 
morais é uma construção jurisprudencial, vez que, quando da promulgação do Código Civil, não 
havia essa previsão.
Um problema acirrado, dentro dos aspectos que envolvem a responsabilidade civil, é a quantificação 
para indenização completa da vítima.
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Excludentes de responsabilidade civil (CC, art. 188)
Se ocorrer uma das hipóteses seguintes relacionadas, a doutrina considera que não há nexo causal, 
não havendo o dever de indenizar, emboraa regra seja de reparar o dano, afastando ou, ao menos, 
mitigando as disposições atinentes à indenização, previstas nos arts. 944 a 954 do Código Civil.
a) Caso fortuito ou força maior – parte da doutrina define o caso fortuito como o acontecimento 
em virtude do qual, tanto pelo aspecto contratual ou extracontratual, não há o dever de indenizar 
pela ocorrência de fato da natureza. A força maior ocorre quando um acontecimento ocasionado 
pela ação humana exclui o dever de indenizar. Entendemos que a melhor conceituação deva ser 
caso fortuito como evento imprevisível, pois caso se pudesse prever seria evitável, decorrendo 
daí o dever de indenizar. Força maior como evento irresistível, cuja previsibilidade não impede os 
efeitos danosos, consistindo, pois em autêntica excludente. Verificar divergências doutrinárias.
Figura 68 – Tragédias naturais, quando não evitáveis, representam excludentes do dever de indenizar
b) Legítima defesa – hipóteses excepcionalíssimas em que uma pessoa pode se autodefender diante 
da existência de uma agressão injusta, atual e iminente, utilizando‑se dos meios necessários para 
repelir determinada agressão. A legítima defesa real e praticada contra o agressor impede a ação 
de ressarcimento de danos, a legítima defesa putativa não exime o réu de indenizar o dano.
c) Estado de necessidade – configura‑se pela ofensa a um Direito alheio para remover perigo 
iminente, art. 929, CC.
d) Exercício regular de um Direito – é o exercício regular de acordo com os fins sociais para o qual o 
Direito existe, nesse caso não há o dever de reparar o dano.
e) Estrito cumprimento do dever legal – compreende a atuação de guardas e funcionários do Estado 
em geral.
f) Cláusula de não indenizar – é a estipulação prévia e unilateral ou não, pela qual a parte que viria 
a obrigar‑se civilmente perante outra, afasta o dever de indenizar. Não é possível sua existência 
na responsabilidade extracontratual, pois o art. 186, CC é imperativo quando trata do dever de 
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indenizar diante da ocorrência de um dano. Esta cláusula só terá validade se houver convenção 
bilateral para o seu ajuste. Ocorre muito em estacionamentos, caso em que não é válida, conforme 
Súmula 161 do STF.
g) Culpa exclusiva da vítima – ocorre quando há falta de nexo causal entre a ação/omissão do agente 
e o dano que foi causado. O Código Civil não prevê a culpa exclusiva da vítima, esse entendimento 
é baseado na jurisprudência e na doutrina.
h) Culpa concorrente da vítima – ocorre quando, de alguma forma, a vítima contribui para o resultado 
lesivo. Para fins de indenização apura‑se a medida da culpa do agente e da vítima; se a culpa foi 
recíproca não há o dever de indenizar; se a culpa do agente foi maior do que a da vítima, terá o 
seu patrimônio diminuído em face da vítima.
i) Fato de terceiro – a produção de um dano se verifica em decorrência de um fato alheio à vítima 
e ao agente causador do dano direto. Esse fato alheio deve ser estranho, inevitável, imprevisível 
e exclusivo. A causação do dano, por obra direta ocorre em relação ao agente, que, por ordem 
indireta, foi causado por terceiro. A culpa de terceiro não exonera o autor direto do dano, que terá 
direito à ação regressiva contra o terceiro que criou a situação de perigo.
 Saiba mais
Conferir obra:
GONÇALVES, C. R. Responsabilidade civil. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
5.2 Contratos
5.2.1 Conceito e requisitos
O Código Civil disciplina alguns contratos que são chamados de nominados, mas existem também 
contratos inominados, que não estão previstos no Código Civil nem em legislação especial, que também 
devem respeitar as regras do ordenamento jurídico pátrio para que tenham validade.
Os requisitos dos contratos são de duas espécies: de ordem geral e de ordem especial.
Os requisitos ou condições de validade de ordem geral dizem respeito a todos os atos e negócios 
jurídicos e são eles: capacidade do agente, objeto lícito e a forma prescrita ou não defesa em Lei. Os 
requisitos de ordem especial são aqueles específicos dos contratos como o consentimento recíproco ou 
o acordo de vontades.
Os requisitos de validade dos contratos, como negócio jurídico, também podem ser divididos em 
subjetivos e objetivos. Os subjetivos dizem respeito aos sujeitos do contrato e exigem a existência de duas 
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ou mais pessoas, a capacidade genérica para praticar atos da vida civil, a representação (legal, judicial, 
convencional, legitimação) e o consentimento dos contratantes. Os requisitos objetivos dizem respeito 
ao objeto do contrato. Este objeto deve ser lícito, possível, determinado ou, no mínimo, determinável.
A forma é outro elemento contratual. Pode ser definida como o conjunto de solenidades que se 
deve observar para que a declaração da vontade tenha eficácia jurídica. Em regra, a forma é livre ou 
geral, mas também pode ser solene ou especial, quando a Lei estipular uma forma especial para o 
aperfeiçoamento de um negócio jurídico, como a transcrição da escritura no Cartório de Registro de 
Imóveis.
Há também elementos acidentais que podem ser incluídos nos contratos, dependendo da vontade 
das partes como termo, condição, modo ou encargo.
Por fim, também existem elementos naturais atinentes aos contratos, como por exemplo, a evicção 
nos contratos translativos da propriedade.
5.2.2 Princípios contratuais
a) Autonomia da vontade: é o poder das partes estipularem livremente, mediante acordo de 
vontades, o conteúdo do contrato, limitado por normas de ordem pública, pelos bons costumes 
e para revisão judicial dos contratos. Significa ampla capacidade e liberdade de contratar. Podem 
as partes celebrar contratos nominados ou inominados, desde que a vontade manifestada seja 
respeitada, uma vez que faz Lei entre as partes, assegurando a qualquer delas o direito de exigir o 
seu cumprimento.
b) Consensualismo: o simples acordo de vontades basta para gerar contrato válido, embora alguns 
tenham na validade condicionada “a observância de certas formalidades legais”.
c) Obrigatoriedade de convenção: força obrigatória ou força vinculante. O contrato é Lei entre as 
partes. “Pacta sunt servanda”. Se o contrato celebrado for válido e eficaz deve ser cumprido, 
porque a capacidade soberana de contratar confere ao contrato a força de Lei entre as partes.
Referido princípio tem como fundamento a necessidade de segurança nos negócios (função 
social dos contratos) que deixaria de existir se os contratantes pudessem não cumprir a palavra 
empenhada, e a intangibilidade ou imutabilidade do contrato, decorrente da convicção de que o 
acordo de vontade faz Lei entre as partes.
d) Relatividade dos efeitos: vincula apenas as partes, não aproveitando nem prejudicando terceiros, 
salvo exceções. A obrigação, não sendo personalíssima, opera assim entre as partes, como entre 
seus herdeiros.
e) Boa‑fé: na interpretação do contrato é preciso ater‑se mais à intenção do que ao sentido literal 
e, em prol do interesse social da segurança das relações jurídicas, as partes deverão agir com 
lealdade e confiança recíprocas, auxiliando‑se mutuamente na formação e execução do contrato.
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f) Limitações à liberdade de contratar: imposta pelo Estado, tendo em vista a ordem pública e 
os bons costumes. Processos para coibir abusos – LF 8.078/90. Este fenômeno é denominado 
“dirigismocontratual” e representa a intervenção do Estado nas relações contratuais, visando 
ao equilíbrio entre as partes. O Código de Proteção e Defesa do Consumidor constitui um de 
seus instrumentos.
g) Revisão dos contratos: a Teoria da Imprevisão está intrinsecamente ligada à Teoria Geral dos 
Contratos, principalmente no que diz respeito à revisão dos contratos, pois possibilita a revisão de 
cláusulas contratuais, caso situação imprevisível pelas partes ocorra, alterando as circunstâncias 
mediante as quais o contrato foi celebrado, que tornaram o cumprimento da obrigação 
excessivamente oneroso.
O Código Civil brasileiro de 2002 é pautado pela Teoria da Imprevisão, pois exige a imprevisibilidade 
do evento que dará ensejo à revisão contratual, não se contentando apenas com a onerosidade excessiva, 
como ocorre com as relações consumeristas.
Assim, para que a parte que se sentiu prejudicada com a alteração das circunstâncias mediante 
as quais o contrato foi celebrado, se a relação for pautada pelo Código Civil brasileiro, deve provar a 
imprevisibilidade do evento (as partes não poderiam prever) que desequilibrou a relação jurídica.
Entretanto, se a relação for de consumo e, portanto, pautada pelo Código de Defesa do Consumidor, 
basta a caracterização da onerosidade excessiva para que haja a revisão contratual.
A propósito, o artigo 478 do Código Civil brasileiro é esclarecedor ao prever que os acontecimentos 
que podem justificar o pedido de revisão contratual sejam extraordinários e imprevisíveis.
A solução apresentada pela revisão contratual poderá evitar a resolução do contrato com a 
modificação equitativa das condições do contrato, ou seja, com a solução que devolva o equilíbrio à 
relação contratual, de modo que uma parte não se locuplete ilicitamente em detrimento dos Direitos 
da outra.
A Teoria da Imprevisão também se relaciona com a cláusula rebus sic stantibus, o que significa dizer 
que o contrato permanece em vigor com as cláusulas avençadas se as circunstâncias que pautaram 
a sua celebração permanecerem as mesmas também. Logo, o contrato permanecerá o mesmo se as 
circunstâncias não se alterarem. Assim, se ocorrer um evento imprevisível e extraordinário que acarrete 
o desequilíbrio na relação contratual com onerosidade excessiva, as cláusulas poderão ser revistas.
5.2.3 Fases da formação dos contratos (CC, arts. 427 a 435)
a) Negociações preliminares – conversações prévias, sondagens e estudos sobre os interesses de cada 
contraente. Esta fase não acarreta a vinculação jurídica. Excepcionalmente gera a responsabilidade 
civil. Exemplo: a pessoa interessada na aquisição de um veículo, ao fazer um test drive, não se 
vincula à aquisição deste, pois é apenas um experimento. Contudo, se ocasionar culposamente 
algum acidente durante o test drive, será responsável.
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b) Proposta – a proposta é a oferta, também chamada de policitação ou oblação, dá início à formação 
do contrato.
É a declaração receptícia de vontade, dirigida de uma pessoa (proponente) a outra (destinatário), 
pela qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar.
É a declaração unilateral de vontade pelo proponente, constituindo o elemento inicial do contrato, 
devendo ser sério, completo, preciso e inequívoco, de modo que a sua retirada sujeita o proponente ao 
pagamento das perdas e danos. Deve conter todos os elementos essenciais do negócio jurídico proposto, 
ficando vinculada em relação ao que formula.
A vinculação jurídica da proposta acarreta a responsabilização por perdas e danos, se o proponente 
não a cumprir. Entretanto, há exceções à regra, como por exemplo, no caso de morte ou interdição do 
proponente (art. 427, CC), respondendo os herdeiros ou curadores do incapaz, respectivamente.
Para que o proponente não esteja vinculado à proposta é necessário que haja cláusula expressa 
a respeito, conforme se extrai da interpretação do artigo 427 do Código Civil. Esta cláusula pode ser 
inserida quando o proponente declara que a proposta não é definitiva e se reserva no direito de retirá‑la, 
bem como nos casos em que a natureza do negócio vincula ao limite do estoque existente (propostas 
abertas ao público).
Figura 69 – A proposta deve ser séria e vincular o proponente, cabendo atenta análise antes da aceitação
c) Aceitação – é a manifestação da vontade, expressa ou tácita, por parte do destinatário de uma 
proposta, feita dentro do prazo, aderindo aos seus termos, tornando o contrato concluído, desde 
que chegue, oportunamente, ao conhecimento do ofertante.
Deve ser expressa ou tácita, solene ou não solene, entre ausentes ou entre presentes, devendo ser 
oportuna, conclusiva e coerente, correspondendo à adesão integral da oferta.
Pode haver retratação, podendo o aceitante arrepender‑se, desde que a retratação chegue ao 
conhecimento do ofertante antes ou juntamente com a aceitação.
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Figura 70 – A assinatura formaliza a aceitação da proposta
d) Conclusão – ocorre no momento em que a oferta é aceita.
Figura 71 – O contrato faz Lei entre as partes, princípio do pacta sunt servanda
5.2.4 Classificação dos contratos
Em função da ampla margem de liberdade que caracteriza a atividade negocial, os contratos podem 
ser classificados sob vários aspectos.
a) Quanto à natureza da obrigação 
• Unilaterais: uma parte assume a obrigação em face de outra. Criam obrigações para apenas uma 
das partes contratantes, onera apenas uma das partes (ex.: comodato, mútuo, mandato, depósito 
e doação).
• Bilaterais: criam obrigações e Direitos para ambos os contratantes (ex.: compra e venda, troca 
e locação).
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• Sinalagmático: dependência recíproca das obrigações. As obrigações bilatérias são recíprocas. 
Ambos os contratantes são, ao mesmo tempo, credor e devedor (ex.: locação).
• Plurilaterias (plúrimos): são os contratos que contêm mais de duas partes (ex.: contrato de 
sociedade. Cada sócio é uma parte; consórcio).
• Onerosos: traz vantagem econômica para ambos. Implica sacrifício econômico tendo em vista o 
fim almejado. Ambos os contratantes obtém um proveito ao qual corresponde um sacrifício (ex.: 
compra e venda, locação, transporte oneroso).
• Gratuitos: oneram só uma parte. Vantagem para um sem sacrifício (ex.: doação, comodato, 
mandato gratuito).
• Comutativos: equivalência imediata das prestações. As prestações são certas e imediatas. As 
partes podem antever as vantagens e os sacrifícios que se equivalem, geralmente (ex.: locação, 
fornecimento).
• Aleatórios: equivalência futura, risco. Caracterizam‑se pela incerteza para ambas as partes sobre 
as vantagens e desvantagens que deles pode advir (ex.: seguro).
• Paritários: discussão em pé de igualdade destacando a autonomia da vontade (ex.: compra e 
venda, locação, troca).
• Por adesão: mera anuência à proposta de outra. Afasta qualquer alternativa de discussão entre as 
partes. Tem sua definição no artigo 54, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor.
• Contrato tipo (contrato de massa, em série ou por formulários): é apresentado por um dos 
contratantes em fórmula impressa ou datilografada, não lhe sendo essencial a desigualdade 
econômica dos contratantes, admitindo discussão sobre o seu conteúdo (ex.: contratos bancários 
que deixam espaços abertos para taxa de juros,prazo e condições de financiamento. Exemplo: 
plano de saúde, consórcio, contratos bancários).
b) Quanto à complexidade, podem ser simples com obrigação única ou homogênea; ou complexos, 
dotados de feixe de obrigações heterogêneas.
c) Quanto à forma: consensuais, bastando a simples anuência das partes; solenes, exigindo‑se, além 
da anuência, formas especiais prescritas em Lei; e reais, que se ultimam com entrega da coisa 
(comodato/mútuo/depósito), além do consentimento.
d) Quanto à denominação, nominados, com nomen juris, disciplinados em Lei própria (Código Civil 
ou legislação especial); inominados, quando não são regulamentados pelo Código Civil ou por 
legislação especial, resultando da dinâmica sócio econômica, desde que não contrariem a Lei e os 
bons costumes (ex.: cessão de clientela, locação de cofre).
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e) Quanto ao objeto, podem envolver a alienação de bens (ex.: troca, doação, compra e venda); 
transmissão de uso e gozo (ex.: comodato, locação); prestação de serviços (ex.: empreitada, 
transporte, mandato).
f) Quanto à perfeição: preliminar ou pré‑contrato, também chamado de pactum de contrahendo, tendo 
por objeto a celebração de um contrato definitivo (ex.: promessa de compra e venda ou compromisso de 
compra e venda); definitivo (ex.: compra e venda); execução diferida, são os que devem ser cumpridos 
num só ato, mas em momento futuro (ex.: entrega em determinada data, do objeto alienado).
g) Quanto ao tempo de execução, podem ser imediatos se esgotam num só instante mediante única 
prestação (ex.: troca, doação, compra e venda); continuado ou de trato sucessivo, se cumpridos 
mediante a prática de atos reiterados, prestação de um ou ambos a termo de duração (ex.: locação, 
prestação de serviços).
h) No que concerne à pessoa do contratante, podem ser pessoais, se a pessoa do contratante for 
elemento determinante – intuitu personae (ex.: prestação de serviços, mandato); impessoais, 
situação nas quais a pessoa do contratante é juridicamente indiferente (ex.: compra e venda).
i) Em relação ao tempo, podem ser entabulados por prazo determinado (com ou sem prorrogação); 
por prazo indeterminado.
j) Reciprocamente considerados, podem ser principais, se existem por si, não dependendo da existência 
de outro (ex.: locação); ou acessórios, quando a existência jurídica supõe a do principal (ex.: fiança).
5.2.5 Pagamento, pagamento indireto e inadimplemento
a) Objeto do pagamento e sua prova (CC, arts. 313 a 326):
Figura 72 – Os modernos recursos da tecnologia possibilitam a realização instantânea de negócios jurídicos
O pagamento não se presume, prova‑se pela regular quitação fornecida pelo credor ou seu 
representante legal, judicial ou convencional. O devedor tem o direito de exigir a quitação, podendo 
reter o pagamento e consigná‑lo judicialmente, se não lhe for dada (arts. 319 e 335, I do Código Civil).
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Para ser válida, a quitação necessita conter o valor e a espécie da dívida quitada; o nome do devedor 
ou quem por este pagou; tempo e o lugar do pagamento; assinatura do credor ou de seu representante; 
deve ser dada por escrito público ou particular.
Entretanto, há algumas exceções que permitem presumir o pagamento: quando a dívida é 
representada por título de crédito, que se encontra na posse do devedor; quando o pagamento é feito 
em quotas sucessivas, existindo quitação da última; quando há quitação do capital, sem reserva dos 
juros, que se presumem pagos.
Em relação ao lugar do pagamento (CC, arts. 227 a 330), efetua‑se o pagamento no domicílio do 
devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente (artigo 327 do Código Civil).
Em relação ao tempo do pagamento (CC, arts. 331 a 333), as obrigações puras com estipulação de 
data para o pagamento, devem ser solvidas nessa ocasião, sob pena de inadimplemento. A falta de 
pagamento constitui o devedor em mora de pleno Direito (artigo 397 do Código Civil).
Entretanto, há exceções à regra de que a obrigação dever ser cumprida no vencimento, assistindo ao 
credor o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo: se, executado o devedor, se abrir concurso 
creditório (insolvência civil, Falência); se os bens hipotecados, empenhados ou dados em anticrese, forem 
penhorados em execução por outro credor; se cessarem, ou se tornarem insuficientes as garantias do 
débito, e o devedor, intimado, se negar a reforçá‑las.
Se não se ajustou prazo para o pagamento, o credor pode exigi‑lo imediatamente (artigo 952 do 
Código Civil), sendo necessário que o devedor seja informado do propósito do credor de receber. A mora 
do devedor só começa depois da notificação, interpelação ou protesto judicial.
As obrigações condicionais devem se cumpridas na data do implemento da condição.
b) Meios indiretos de pagamento:
• Pagamento em consignação (CC, arts. 334 a 345) – consiste no depósito, pelo devedor, da coisa 
devida, com o objetivo de liberar‑se da obrigação.
• Do Pagamento com sub‑rogação (CC, arts. 346 a 351) – sub‑rogação é substituição de uma pessoa 
(sub‑rogação pessoal) ou de uma coisa, (sub‑rogação real), por outra pessoa, ou por outra coisa, 
em uma relação jurídica.
• Da imputação do pagamento (CC, arts. 352 a 355) – consiste na indicação ou determinação 
da dívida a ser quitada, quando uma pessoa encontra‑se obrigada, por dois ou mais débitos da 
mesma natureza, a um só credor, e efetua pagamento não suficiente para saldar todas elas.
• Dação em pagamento (CC, arts. 356 a 359) – é um acordo de vontades entre credor e devedor, 
por meio do qual o primeiro concorda em receber do segundo, para exonerá‑lo da dívida, objeto 
diverso do que constitui a obrigação (art. 356). Não pode ter como objeto dinheiro de contado.
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Unidade II
• Da novação (CC, arts. 360 a 367)‑ é a criação de obrigação nova, para extinguir tema anterior. É 
a substituição de uma dívida por outra, extinguindo‑se a primeira. Ex.: pai, para ajudar o filho, 
procura o credor deste e lhe propõe, substituir o devedor, emitindo novo título de crédito.
• Compensação (CC, arts. 368 a 380) – é um meio especial de extinção de obrigação, até onde se 
equivalerem, entre pessoas que são, ao mesmo tempo devedoras e credoras umas das outras.
• Confusão (CC, arts. 381 a 384) – a confusão ocorre quando as qualidades de credor e devedor 
encontrarem‑se em uma só pessoa, extinguindo‑se a obrigação, uma vez que ninguém pode ser 
juridicamente obrigado para consigo ou propor demanda contra si próprio.
• Remissão (CC, arts. 385 a 388) – é o perdão da dívida. É a liberalidade efetuada pelo credor, 
consistente em exonerar o devedor do cumprimento da obrigação.
 Observação
Não confundir com remição, que significa resgate.
c) Do inadimplemento das obrigações (CC, arts. 389 a 420):
Da Mora (CC, arts. 394 a 401)
Mora é o retardamento ou o imperfeito cumprimento da obrigação. Ocorre quando há retardamento 
ou atraso no cumprimento da obrigação, como também, quando o pagamento se dá na data estipulada, 
mas de modo imperfeito, ou seja, no lugar ou forma diversa da convencionada.
Mora e inadimplemento absoluto
A mora ocorre quando a obrigação não foi cumprida no tempo, lugar e forma convencionados 
ou devidos, mas ainda poderá sê‑lo com proveito para o credor, ou seja, ainda há interesse por 
parte do credor em receber a prestação, acrescida dos juros, da mora, correção monetária,cláusula 
penal etc.
O inadimplemento absoluto ocorre quando a prestação por causa do retardamento ou do imperfeito 
cumprimento torna‑se inútil ao credor. O credor poderá enjeitá‑la, bem como exigir a satisfação de 
perdas e danos.
O devedor que não efetuar o pagamento e o credor que o não quiser receber no tempo, lugar e 
forma convencionados, responderão pelo ressarcimento dos prejuízos a que sua mora der causa (perdas 
e danos).
A obrigação de reparar o prejuízo depende de existência de culpa do devedor moroso ou 
inadimplente.
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
Espécies de mora
Existe a mora do devedor (mora solvendi), e a mora do credor (mora accipiendi ou creditoris).
A mora do devedor ocorre quando se dá o descumprimento da obrigação por parte do devedor 
e tem com requisitos: a) exigibilidade da prestação, ou seja, vencimento de dívida líquida e certa; b) 
inexecução culposa presumida, salvo prova em contrário; c) Constituição em mora.
É efeito da mora do devedor a responsabilização por todos os prejuízos causados ao credor (juros moratórios, 
correção monetária, cláusula penal ou perdas e danos); perpetuação da obrigação pela qual responde o devedor 
moroso pela impossibilidade de prestação, ainda que decorrente de caso fortuito ou força maior.
A alegação de ausência de culpa no perecimento da coisa, só é válida quando ficar provado que o 
dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse desempenhada em tempo.
A mora do credor consiste no retardamento em receber a prestação por parte do credor e tem como requisitos: 
a) o vencimento da obrigação; b) a oferta da prestação, reveladora do efetivo propósito de satisfazer a obrigação; 
c) a recusa injustificada em receber; d) a Constituição em mora, mediante consignação em pagamento.
A mora de ambos os contratantes pode ser simultânea ou sucessiva. A mora simultânea ocorre 
quando nenhum dos contratantes comparece ao local escolhido de comum acordo para pagamento, 
uma elimina a outra pela compensação.
A mora pode ser ex re, e, neste caso, ocorre de pleno Direito, pelo simples vencimento do prazo, 
independentemente de qualquer ato do credor, por aplicação da regra dies interpellat pro homine, 
consagrado pelo art. 397 do CC.
Caracterizada a mora, se sujeita o devedor moroso ao pagamento da cláusula penal.
A mora pode ainda ser ex persona, quando não existe prazo fixado. O devedor deve primeiro ser 
constituído em mora, através de interpelação. Depende de prévia provocação do credor (art. 397 do CC, 
segunda alínea), como interpelação, notificação ou protesto – o credor cientifica o devedor de que não 
abre mão de seus Direitos, sujeitando‑o aos efeitos da pena convencional.
Purgação da mora
Purgar ou emendar a mora é neutralizar os seus efeitos. Aquele que está em mora corrige, sana a 
sua falta, cumprindo a obrigação já descumprida e ressarcindo os prejuízos causados à outra parte. A 
purgação só poderá ser feita se a prestação ainda for proveitosa ao credor, podendo ainda ser feita a 
qualquer tempo, desde que não cause dano à outra parte.
A cessação da mora não se confunde com purgação, esta depende de um comportamento ativo do 
contratante moroso, destinado a sanar a sua falta ou omissão; aquela decorre da extinção da obrigação. 
Ex.: devedor de dívidas fiscais que recebe anistia.
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Unidade II
d) Execução defeituosa.
Figura 73 – Danos decorrentes da má prestação de serviço podem ser objeto de demanda judicial
e) Ações edilícias.
Vício redibitório (CC, arts. 441 a 446)
Consiste no defeito oculto da coisa, preexistente à época de sua alienação, que a torna imprópria 
ao uso ou lhe reduz o valor, de modo que o negócio não se realizaria se conhecido. É comum a todos os 
contratos translativos da propriedade.
Ação redibitória (CC, arts. 442), implica a devolução da coisa com a restituição dos valores pagos, em 
razão de defeito anterior e oculto (desconhecido pelo adquirente), que torne a coisa imprópria para uso 
ou consumo. A esse propósito, cumpre ressaltar que o desconhecimento do defeito pelo alienante, não 
exime a sua responsabilidade, mas o conhecimento a agrava.
Ação quanti minoris, implica o abatimento do preço, tendo em vista defeito apresentado pela coisa 
que, embora não a torne imprópria para uso ou consumo, reduz o seu valor.
A entrega de coisa diversa da contatada não configura vício redibitório, mas inadimplemento 
contratual, respondendo o devedor por perdas e danos.
Evicção (CC, arts. 447 a 457)
É o vício jurídico do bem, sua perda é por força de decisão judicial conferindo‑o a outrem, por causa 
jurídica preexistente.
Partes: alienante (responde pelos riscos da evicção), evicto (adquirente vencido na demanda movida 
por terceiro) e evictor (terceiro reivindicante e vencedor da ação).
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
A responsabilidade que decorre da evicção decorre de Lei e independe, portanto, de previsão 
contratual. Existe em todo o contrato oneroso, pelo qual se transfere o domínio, posse ou uso.
Funda‑se no princípio da garantia, ou seja, o devedor é obrigado a garantir o uso e gozo da coisa, 
protegendo o adquirente contra defeitos ocultos. A cláusula que prevê o reforço, redução ou exclusão 
da responsabilidade pela evicção deve ser expressa.
São requisitos da evicção a onerosidade da aquisição; perda total ou parcial da posse ou propriedade 
da coisa alienada; sentença judicial transitada em julgado; anterioridade do direito do evictor; 
denunciação da lide (artigo 70, I, do Código de Processo Civil).
Exceção de Contrato não Cumprido (CC, arts. 476 e 477) – exceptio nom adimpleti contractus
O dispositivo em questão prevê que qualquer dos contratantes pode utilizar‑se da exceção do 
contrato não cumprido, para recusar a sua prestação, sob o fundamento de que o demandante não 
cumpriu a que lhe competia.
A exceção do contrato não cumprido só pode ser aventada nos contratos bilatérios, que implicam 
Direitos e deveres para ambas as partes contratantes, ou seja, prestações recíprocas.
Solve et repete é cláusula contratual que restringe a utilização pelas partes do aludido artigo.
Referida cláusula obriga o contratante a cumprir a sua obrigação, mesmo diante do descumprimento 
da do outro. Importa em renúncia ao direito de opor a exceção do contrato não cumprido, por esta 
razão, deve estar prevista expressamente no contrato.
5.2.6 Garantias contratuais
Cláusula penal – (CC, arts. 408 a 416)
É a cláusula que estipula pena ou multa para a parte que descumprir a obrigação ou retardar o seu 
cumprimento.
Em regra, é fixada em dinheiro, mas nada impede seja convencionada em prestação de outra natureza 
(como a entrega de uma coisa, a realização de um ato ou serviço, ou abstenção de um ato). Pode surgir 
com a obrigação principal, como suceder‑lhe em virtude de nova convenção especial.
Deve ser ajustada pelas próprias partes contratantes, tornando‑se inadmissível que seja delegada a 
terceiro a fixação do montante, sendo devida desde que se vença o prazo da obrigação ou desde que se 
constitua em mora (art. 408 do CC).
A cláusula penal tem por função servir como um meio de coerção, a fim de induzir o devedor a 
satisfazer o prometido. Fixa antecipadamente o valor das perdas e danos devido à parte inocente, no 
caso de inexecução do contrato pelo outro contratante.
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Unidade II
A cláusula penal pode ter natureza compensatória, quando, ante a inexecução completa da obrigação, 
o credor opta entre a exigência da pena e o cumprimento da obrigação (art. 410 do CC), ou moratória (art. 
411 do CC), quando o credor pode reclamar simultaneamente a pena convencional e a prestação principal.
Segundo o artigo 412 do Código Civil, “o valor da cominação imposta na cláusula penal não pode 
exceder o da obrigação principal”. Deve guardar certa proporção com o objeto do negócio, sob pena de 
se tornar inócua e ineficiente, incapaz de qualquer pressão sobre o espírito do contratante.
A nulidade da obrigação principal importa a da cláusula penal, uma vez que o acessório segue o 
principal. Nula a cláusula penal, não ficará o credor sem indenização. O credor sujeitar‑se‑á ao Direito 
comum que disciplina o pagamento das perdas e danos, submetendo‑se à demonstração dos prejuízos 
e a apuração de seu montante, pelas vias judiciais.
Quando se cumpriu em parte a obrigação, poderá o juiz reduzir proporcionalmente a uma pena 
estipulada para o caso de mora, ou de inadimplemento, para que não gere enriquecimento ilícito ou 
especulação (art. 413 do CC). Seu valor também poderá ser reduzido quando exceder ao da obrigação 
principal (art.412 do CC). Por outro lado, por corresponder presumidamente ao justo valor dos danos 
experimentados pela parte inocente, sua agravação não será possível.
Arras ou sinal (CC, arts. 417 a 420)
Arras ou sinal é a quantia ou coisa entregue por um dos contraentes ao outro, com confirmação 
do acordo de vontades e princípio do pagamento. Depende do contrato principal, é, portanto, pacto 
acessório dos contratos bilaterais translativos do domínio.
Contratos bilaterais que servem de título translativo de domínio: pressupõe contrato perfeito, para 
ser pacto acessório; aperfeiçoa‑se com entrega de coisa fungível ou valor pecuniário, por uma ou outra 
destinam a confirmar o contrato ou assegurar seu cumprimento.
Não se confunde com cláusula penal, pois esta é multa contratual, e tampouco com fiança, por ser 
um contrato pessoal e acessório.
As arras podem ser confirmatórias, quando destinadas a confirmar o contrato que se torna 
obrigatório; ou penitências quando as partes convencionam o direito de arrependimento, atuando, 
então, como pena convencional, ou seja, sanção à parte que se valer dessa cláusula.
5.2.7 Extinção dos contratos (CC, arts. 472 a 480)
A extinção da relação jurídica contratual poderá ocorrer pela via normal, ante sua regular execução, 
atestada pelo credor por meio da quitação.
Entretanto, poderão ocorrer causas anteriores ou contemporâneas à celebração que impeçam o 
cumprimento do acordo, tais como nulidade absoluta ou relativa do negócio jurídico, implemento de 
condição resolutiva ou exercício do direito de arrependimento, previsto no contrato (arras) ou em Lei.
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Causas supervenientes ao momento da celebração do contrato também poderão inviabilizar o 
seu cumprimento, como a inexecução voluntária ou involuntária (caso fortuito ou força maior), 
onerosidade excessiva no seu cumprimento (arts. 478 a 490 do CC) ante a alteração radical das 
condições existentes à época da celebração no momento de sua execução, o distrato ou resilição 
bilateral (arts. 472 e 473 do CC), resilição unilateral por meio de denúncia unilateral notificada à 
outra parte, rescisão, morte, falência, implemento de cláusula resolutiva (arts. 474 e 475 do CC), 
ou ainda pela execução forçada pelo Poder Judiciário para o credor obter o adimplemento da 
obrigação se o devedor não cumpri‑la espontaneamente, neste caso podendo ser específica com 
o credor recebe a prestação prometida; ou genérica, mediante o pagamento de valor patrimonial 
acrescido dos prejuízos.
5.2.8 Confissão de dívida
Confissão de dívida é o ato pelo qual alguém reconhece que deve a outra pessoa certa quantia em 
dinheiro, por instrumento público ou particular. Constitui título executivo extrajudicial, possibilitando a 
ação de execução.
A Súmula 3001 do Superior Tribunal de Justiça entende que a confissão de dívida de contrato de 
abertura de crédito constitui título executivo extrajudicial.
Segundo o artigo 585 do Código de Processo Civil, o título executivo extrajudicial dá ensejo à ação 
de execução para sua cobrança.
É conhecida comumente como novação, regulamentada pelo artigo 360 e seguintes do 
Código Civil brasileiro, e é conceituada como o ato jurídico que põe termo a uma obrigação, por 
meio da Constituição de uma nova obrigação, que tem como objetivo a extinção da obrigação 
anterior.
Pode ocorrer a novação, também, quando houver a mudança do devedor ou do credor, de modo que 
os anteriores fiquem exonerados da responsabilidade pela obrigação.
Para que esteja caracterizada a confissão de dívida, é necessário que haja o ânimo de novar, ou seja, 
de constituir nova obrigação, com o objetivo de extinguir a anterior.
 Saiba mais
Conferir obra:
DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil brasileiro. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2011b.
1 Disponível em: <http://www.stj.jus.br/docs_internet/VerbetesSTJ_asc.txt>. Acesso em: 5 nov. 2012.
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Unidade II
6 DIREITO DO CONSUMIDOR E DIREITO ADMINISTRATIVO
6.1 Direito do Consumidor
6.1.1 Relação de consumo
O código não diz o que é relação de consumo de forma direta, e sim de forma aberta para possibilitar 
uma interpretação extensiva do conceito. São elementos da relação de consumo o fornecedor, o 
consumidor, o produto ou serviço e sua destinação. Quando tais elementos estiverem presentes, 
caracterizar‑se‑á a relação de consumo. Se houver a falta de um desses elementos não há relação de 
consumo, daí aplica‑se o Direito civil/comercial.
As normas do CODECON são de ordem pública e interesse social, por isso são inderrogáveis.
a) Fornecedor, segundo o art. 3º do CDC, é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional 
ou estrangeira, ou entes despersonalizados que desenvolvem atividades de produção, montagem, 
criação, construção, transformação, importação, exportação e distribuição.
Figura 74 – Mercadorias disponibilizadas pelo fornecedor com elementos da oferta
Nesse contexto, qualquer sujeito de Direito pode ser fornecedor, ou seja, aquele que lança 
produtos e serviços no mercado de consumo. Deve haver a habitualidade e preponderância 
(consagração doutrinária).
A relação de consumo não se restringe às partes do negócio jurídico, mas é decorrência de uma 
cadeia econômica de consumo. Por isso, fornecedores diretos e indiretos podem ser responsabilizados.
b) Consumidor, segundo o artigo art. 2º do CDC é a pessoa física ou jurídica que adquire ou se utiliza 
de produto ou serviço como destinatário final. Todos são consumidores em potencial, o difícil 
é identificar o destinatário final. Quem não é destinatário final é fornecedor. Concessionária é 
intermediária e, portanto, fornecedor. Entre o fabricante e a concessionária aplica‑se o Código 
Civil brasileiro e as normas da Teoria da Empresa.
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Figura 75 – A contraprestação ofertada pelo consumidor é o pagamento do preço
c) Produto é bem móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo, é tudo menos o que for serviço, é tudo 
o que não é atividade humana.
Figura76 – A sociedade contemporânea desenvolveu técnicas de estímulo ao 
consumo que incluem até a disposição preordenada de mercadorias
d) Serviço é toda e qualquer atividade remunerada lançada no mercado de consumo, é tudo o que é 
atividade humana.
Figura 77 – A prestação de serviços implica uma obrigação de fazer por parte do prestador
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À carona não aplica o CODECON. Já ao depósito de carro no shopping a título gratuito, incide o 
CODECON, pois há captação de clientes para o shopping, entendimento da jurisprudência majoritária. 
Nas atividades bancárias remuneradas, incide o CODECON, bem como na atividade remunerada direta. 
Na indireta, por vezes incide, por vezes não. Na relação de vínculo trabalhista, não incide o CODECON.
e) Destinatário final – bem de insumo é o bem utilizado para o desenvolvimento da atividade da 
pessoa (adquire o bem para incrementar sua atividade profissional), para transformação do bem 
por meio de especificação ou aderindo ao produto que irá fornecer. Na aquisição de bem de 
insumo não há relação de consumo.
Quando o bem for de consumo, há relação de consumo, o que se explica pela Teoria da Causa Final 
do Bem, em que a análise deve se centrar na destinação final, ou seja, no que levou a pessoa a adquirir 
o produto. Sendo assim, se a pessoa adquire o bem para uso próprio, será destinatário final e, portanto, 
encaixa‑se no conceito de consumidor. Se adquiriu o produto para, depois, reintroduzi‑lo no mercado 
de consumo, de acordo com a sua atividade habitual, se encaixa no conceito de fornecedor.
Outra teoria que pode ser utilizada para definir consumidor é a teoria maximalista, que não se 
importa com a destinação final que será dada ao produto ou serviço, mas com quem será o seu 
destinatário fático, bastando que a pessoa tenha adquirido o produto sem o ânimo de renegociá‑lo. Por 
isso, a pessoa que recebe um produto como presente encaixa‑se no conceito de consumidor, embora 
não tenha sido a pessoa que fez parte da relação jurídica consumerista.
 Lembrete
Apenas as relações de consumo estão sujeitas ao CDC, as demais relações 
contratuais privadas permanecem sob a égide do Direito Civil ou Empresarial.
6.1.2 A política nacional das relações de consumo (CDC, arts. 4º e 5º)
O Código de Defesa do Consumidor estabelece a política nacional das relações de consumo que é 
um conjunto de medidas destinadas à proteção do consumidor no mercado de consumo, composta por 
objetivos, princípios e instrumentos.
São objetivos da política nacional das relações de consumo o atendimento das necessidades do 
consumidor, o reconhecimento de sua dignidade, a proteção à sua saúde e segurança, a proteção de seus 
interesses econômicos, a melhoria de sua qualidade de vida e a transparência das relações de consumo.
Para dar cumprimento a referidos objetivos, o CDC impõe os Direitos básicos do consumidor, tais 
como o acesso ao Poder Judiciário e aos órgãos administrativos de proteção aos Direitos do consumidor, 
por exemplo, conforme disposto no artigo 6º do diploma consumerista.
São princípios da política nacional das relações de consumo a presunção absoluta da vulnerabilidade 
do consumidor, a proteção ao consumidor, a compatibilização da proteção ao consumidor com o 
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
desenvolvimento econômico e tecnológico, a educação e informação de fornecedores e consumidores, 
criação de meios de controle de qualidade, a coibição dos abusos praticados no mercado de consumo, a 
melhoria dos serviços públicos e o estudo constante das modificações do mercado de consumo.
São instrumentos da política nacional das relações de consumo: a assistência jurídica, a instituição 
de promotorias especializadas na defesa do consumidor, a criação de delegacias de polícia especializadas, 
a criação de Juizados Especiais Cíveis e o estímulo à criação de associações de defesa do consumidor.
A política nacional das relações de consumo visa implantar a sistematização da defesa do consumidor, 
propiciando sua efetiva proteção.
6.1.3 Diretos básicos do consumidor (CDC, arts. 6º e 7º)
O artigo não esgota, ou seja, o rol não é taxativo, são Direitos mínimos a serem observados nas 
relações de consumo, com origem na Resolução 39, de 15.03.85, da ONU: I. saúde e segurança; II. 
educação; III. informação clara, precisa e ostensiva em língua nacional; IV. proteção contra práticas 
comerciais e cláusulas contratuais abusivas; V. revisão contratual; VI. efetiva reparação e prevenção de 
danos patrimoniais e morais;. VII. aplicação da responsabilidade civil objetiva.
O artigo 6º do CDC tem como objetivo identificar os Direitos básicos do consumidor na relação 
de consumo e foi pautado na vulnerabilidade do consumidor em relação ao fornecedor, que detém 
os meios de produção. Importante frisar a diferença entre consumidor vulnerável e hipossuficiente. O 
consumidor é presumidamente vulnerável, mas nem sempre hipossuficiente, esta qualidade deve ser 
analisada no caso concreto, de acordo com o conhecimento do consumidor a respeito do negócio que 
está celebrando.
As relações de consumo são pautadas pelo princípio da boa‑fé objetiva, que impõe que as partes 
devem agir com lealdade e probidade ao celebrarem contratos. Sendo assim, a boa‑fé objetiva deve ser 
observada por todos os contratantes, tanto pelo fornecedor, como pelo consumidor.
Logo, o princípio da boa‑fé objetiva é um princípio norteador dos Direitos básicos do consumidor.
A resolução enfatizou que é obrigação do Estado proteger e promover os Direitos do consumidor, 
que é Cláusula Pétrea, fundamental introduzida no ordenamento jurídico pátrio pelo art. 5º, XXXII, da 
CF/88, sendo garantia fundamental. O art. 170 da CF erigiu o Direito do Consumidor a um princípio da 
ordem econômica.
Além disso, o art. 33 dos ADCT da CF/88 impôs ao legislador infraconstitucional, no prazo de seis 
meses, a obrigação de elaborar do CODECON, servindo este de paradigma para muitos países, inclusive 
a França.
Passa‑se a explicação do elenco dos Direitos básicos do consumidor.
a) Saúde e segurança (CDC, arts. 8º a 11):
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Unidade II
Devem ser considerados em qualquer forma de colocação de produtos no mercado de consumo 
(ex. remédios, veículos). O art. 6º não é exaustivo, e sim exemplificativo, o que significa dizer que 
traz apenas um rol básico, podendo ser extraídos do ordenamento jurídico outros Direitos básicos do 
consumidor.
Figura 78 – A divulgação e comercialização de produtos nocivos devem ser restritas
b) Informação clara, precisa e ostensiva em língua nacional:
No CODECON, todo consumidor é vulnerável, mas nem todo é hipossuficiente, como já foi dito 
anteriormente. Por ser o consumidor, no mínimo, vulnerável, é necessário que receba toda a informação 
a respeito do produto ou serviço que pretende adquirir ou contratar. Referida informação dever ser 
completa, de fácil entendimento, abrangendo todas as vantagens e desvantagens que o consumidor 
terá ao celebrar a relação de consumo em torno do objeto.
Os produtos importados devem ter os seus rótulos traduzidos para a língua portuguesa, devendo 
conter também expressa menção ao fabricante e à empresa importadora.
c) Responsabilidade objetiva:
A responsabilidade civil é um ramo do Direito Obrigacional que acarreta o dever de reparar ou 
indenizar os danos causados a outrem, conforme dispõe o artigo 186 do Código Civil brasileiro.O dever 
de reparar os danos causados a outrem também pode existir numa relação de consumo, quando um dos 
contratantes, consumidor ou fornecedor, causar danos ao outro.
No Código Civil brasileiro, impera, como regra, a responsabilidade subjetiva, ou seja, haverá o dever 
de indenizar se houver a comprovação de que o agente causador do dano agiu com culpa (imprudência, 
negligência ou imperícia).
No Código de Defesa do Consumidor, a regra é a responsabilidade objetiva, ou seja, para que a vítima 
seja indenizada, basta que prove a ação ou omissão, o dano e o nexo de causalidade, não havendo a 
necessidade de se provar a culpa do agente causador do dano.
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
A responsabilidade objetiva no CDC decorre de um dos Direitos básicos do consumidor, que é a 
efetiva e total reparação dos danos sofridos, pois, se tivesse que provar a culpa do agente causador do 
dano, haveria empecilhos à total reparação dos danos, uma vez que o consumidor não detém os meios 
de produção.
Exceção à regra, no CDC, é a responsabilidade do profissional liberal, que é subjetiva. Nesse caso, a 
vítima, para ser indenizada, deve provar a culpa do agente causador do dano, investigando a imprudência, 
a negligência e a imperícia deste.
A inversão do ônus da prova é outro Direito básico do consumidor, que merece destaque.
No Direito Processual Civil Brasileiro, especificamente artigo 333, todo aquele que alega fatos em 
juízo deve prová‑los. Em contrapartida, o réu também deve se utilizar de todos os meios para provar os 
fatos modificativos, impeditivos ou extintivos dos Direitos alegados pelo autor.
A inversão do ônus da prova se dá quando, a critério do juiz, após comprovadas a verossimilhança 
das alegações e a hipossuficiência do consumidor, há a inversão do ônus para a outra parte, que 
originariamente, numa relação normal, não teria esse ônus.
Isso ocorre na relação de consumo para proteger o consumidor hipossuficiente, respeitando o seu 
Direito básico de total reparação dos danos sofridos. Nesse contexto, o consumidor será hipossuficiente 
quando não tiver capacidade de produzir a prova necessária à reparação do dano.
A inversão do ônus da prova é regra de instrução processual, que deve ser feita no despacho saneador 
pelo juiz, para propiciar à parte que recebeu o ônus de provar a possibilidade de produzir as provas 
necessárias à vitória na ação.
A Súmula 372 do Superior Tribunal de Justiça admite a reparação por danos patrimoniais e ou 
morais de forma cumulativa: o fundamento do dano patrimonial é o prejuízo econômico; o fundamento 
do dano moral é o dano psicológico, sofrimento da pessoa; é subjetivo, é a ofensa a um direito da 
personalidade.
d) Responsabilidade civil por fato e por vício do produto e do serviço:
O produto deve atender ao que o consumidor espera, não podendo ter vícios, v. g., se compramos 
uma TV, deve transmitir as imagens de diversos canais, ter som etc. Caso contrário não se presta à 
finalidade.
A mesma coisa ocorre com os serviços, que devem ocorrer como o consumidor espera. Deve atender 
exatamente àquele que está na oferta e que o consumidor, ao adquirir ou utilizar o serviço, seja o que 
espera. Se assim não ocorrer, pode‑se estar diante de um vício de produto ou serviço.
2 Disponível em: <http://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=sumulas_trf4>. Acesso em: 5 nov. 2012.
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Unidade II
Figura 79 – O overbooking, ou venda de passagens aéreas em número 
superior ao de assentos da aeronave, demanda providência judicial
O CDC inovou a Lei de Responsabilidade que está no Código Civil regulamentada, mas que nada 
tem a ver com o vício do produto nas relações de consumo. O CDC aperfeiçoou, ampliou, regulamentou 
de forma mais clara questões relativas à responsabilidade pelo vício do produto. Já o Código Civil fala 
somente em vício oculto e não em vício aparente, como o CDC. Portanto, a responsabilidade pelo vício 
no CDC é distinta da tratada no Código Civil, ou seja, o CDC, além de tratar de serviços ocultos (como o 
CC), trata também de vícios aparentes.
Se o consumidor adquire produto viciado, poderá buscar a responsabilidade do fornecedor, 
conseguindo abatimento no preço, em função do vício aparente.
Art. 18 e 19 do CDC
Há duas espécies de vícios do produto (CDC, arts. 18 e 19): vício de qualidade e vício de quantidade.
Vício de qualidade: esse vício torna o produto impróprio para o consumo ou inadequado para o 
fim colimado. Exemplo: carne estragada – a qualidade do produto está viciada. Tanto faz se produto 
perecível ou durável, ou, ainda, com duração indeterminada.
Na responsabilidade pelo fato (CDC, arts. 12 a 17) do produto, responde o fabricante/produtor/distribuidor, 
sempre em sentido amplo (todos os fornecedores). O comerciante não responde, só responde subsidiariamente.
Já na responsabilidade pelo vício (CDC, arts. 18 a 25) do produto, responde qualquer fornecedor. Todo e 
qualquer fornecedor responde solidariamente: o fabricante, o produtor, até o comerciante, solidariamente.
É que no fato, o dano do produto ou serviço é externo, extrínseco; enquanto que no vício, o 
dano está contido no próprio produto. É dano interno, intrínseco. Somente o produto ou serviço é 
atingido. O dano, a consequência está no produto ou serviço. Portanto, é inadequado ao consumo.
O defeito está no carro apenas. Se ocorrer dano para a pessoa (atropelamento) é fato: 
extrapolou.
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Quem responde é a cadeia interna (tanto para o vício de quantidade, quanto para o vício de qualidade).
Vício de qualidade ou quantidade: considera como vício aquele que diminua o valor do produto ou 
serviço. Por exemplo, se tenho automóvel que já vem com risco na lataria, é vício que, mesmo aparente, 
diminui o valor do produto – não só aquele que torna impróprio ou inadequado ao fim que se destina, 
mas também aquele fator que reduz o valor do produto ou serviço.
O vício não é só aquele que torne impróprio o produto, mas também que vier em desconformidade 
com o informe publicitário, com a oferta, com a embalagem (princípio da vinculação da oferta 
publicitária): uma vez anunciado, deve honrar. Pode ser processado criminalmente por propaganda 
enganosa. É considerado vício se o produto não corresponde à oferta que foi feita.
O próprio Código considera viciado por ser impróprio para o consumo – produtos cujo prazo de 
validade esteja vencido. É presunção jure at jure. O produto não pode apresentar nenhuma deterioração 
e ser perfeitamente adequado ao fim que se destina, mas se vencido o prazo de validade, não pode ser 
colocado no mercado. Como deve proceder o fornecedor? Não pode alterar a validade (fraude). Uma vez 
vencido o prazo, considera‑se impróprio para o consumo.
Produtos deteriorados, falsificados também se revelam inadequados, porque não se prestam ao fim a 
que se destinam – art. 18. Exemplo: projeto de veículos somente para asfalto e não para estrada de terra.
O código prevê consequências: o fornecedor tem responsabilidade. O fornecedor pode sanar o vício 
em até trinta dias (art. 18, § 1º). O prazo é decadencial, a partir do momento que buscou a correção. O 
consumidor deu chance ao fornecedor de se corrigir. Se sanou o vício em trinta dias, acabou. A questão 
da decadência fica da seguinte maneira: começa a contar dessa correção. Se não se corrigir na segunda 
vez, não terá mais trintadias.
Vício de quantidade: compro um quilograma de dado produto, mas vêm 800 gramas: complementação 
do peso ou medida.
Responsabilidade por vício no fornecimento de serviços públicos de consumo, art. 22 do CDC. Deve ser 
adequado, eficiente, seguro e contínuo, se essencial. Não importa que privatizou, é serviço público ainda.
Há também a responsabilidade do profissional liberal (CDC, art. 14, § 4º): na hipótese de responsabilidade. 
No caso do profissional liberal trabalhando em nome próprio, a responsabilidade será do profissional liberal 
e a vítima deve provar a culpa ou o dolo. No caso de profissional liberal trabalhando em nome da empresa, 
a responsabilidade é da empresa (objetiva), e a empresa tem ação regressiva contra o profissional. Não há 
que se provar a culpa, somente o agente, a vítima, o dano e o nexo de causalidade.
Outros Direitos básicos do consumidor são a proteção contra a propaganda enganosa, a 
modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ao consumidor, 
a efetiva prevenção e reparação dos danos causados ao consumidor, o acesso aos órgãos judiciários e 
administrativos, a facilitação na defesa dos seus Direitos e a adequada prestação dos serviços públicos 
em geral.
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6.1.4 Práticas comerciais (CDC, arts. 29 a 45)
a) A oferta (CDC, arts. 30 a 35):
A proposta deve ser séria, clara e precisa, além de definitiva, como também exige o Código Civil.
A recusa indevida de dar cumprimento à proposta dá ensejo à execução específica, consistindo 
opção exclusiva do consumidor resolver em perdas e danos, aceitar outro produto ou prestação de 
serviço equivalente ou, ainda, rescindir o contrato.
A oferta trouxe, no CDC, inovações – garantir ao consumidor a possibilidade de adquirir produto ou 
serviço, conforme foi contratado com o fornecedor, inclusive de acordo com a propaganda publicitária 
veiculada. Antes tinha que haver promessa de contratação, não há mais essas exigências. A simples 
oferta já vincula o fornecedor ao consumidor.
Propaganda do produto por determinado preço, obriga o fornecedor a vender pelo preço veiculado. 
Se anunciou que o produto é vendido por determinado preço, o fornecedor é obrigado a vender pelo 
preço anunciado, de modo que o consumidor pode ajuizar ação específica para proteção de seu Direito.
Deve‑se informar, na publicidade, a quantidade de produtos que estão sendo vendidos pela promoção, 
bem como o prazo de validade da promoção, para que não tenha futuros problemas e para que não 
seja obrigado a entregar ao consumidor o produto ofertado naquelas condições, ainda que tenha de ser 
adquirido de outro fornecedor.
Portanto, o fornecedor deve ter cuidado ao fazer promoção: indicar a quantidade e o prazo de 
validade da promoção, com informação clara e precisa, ou seja, observar os princípios da boa‑fé objetiva.
Figura 80 – A propaganda enganosa e nociva é vedada e deve ser combatida
Pelo princípio da vinculação da oferta, o fornecedor está vinculado à oferta que fez. Se aparecer 
constando ser até o fim do estoque, tem que informar qual seria o estoque. O fornecedor corre o risco 
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de arcar com a entrega do produto ou então por dano que possa advir dessa oferta. Vincula. A empresa, 
por sua vez, pode entrar com ação de regresso contra o jornal.
O princípio da transparência exige que a oferta seja clara, transparente, não pode induzir o 
consumidor a erro. O princípio da veracidade decorre do princípio da publicidade, e significa que a oferta 
não pode ser abusiva ou enganosa, deve sempre, trazer informações verdadeiras, precisas, ostensivas. 
Art. 35, se o fornecedor se recusar: I. exigir cumprimento forçado nos termos da oferta, apresentação ou 
publicidade; II. aceitar um outro produto; III. rescindir o contrato, com restituição do valor antecipado 
mais perdas e danos.
b) A publicidade (CDC, arts. 36 a 38):
É a divulgação, vinculação de informações comerciais por meio de órgão de comunicação/informação 
ou por qualquer forma que atinjam pessoas indeterminadas. É ato unilateral do vendedor, expondo ao 
mercado, oferecendo, mediante uma contraprestação, o seu produto.
Figura 81 – A propaganda é a alma do negócio, quem não anuncia se 
esconde, já dizia o dito popular. Deve, contudo, ser responsável
O dever de informar corretamente é a maior obrigação do fornecedor. No caso da oferta, surge o 
dever de informar com clareza, veracidade, transparência, lealdade, com todos os elementos necessários 
para o consumo, pois toda informação precisa vincula o fornecedor à oferta. O anúncio deve ter o nome 
da empresa que faz a oferta, o produto, o preço, a quantidade e até o dia no caso de promoção. O código 
também proíbe a publicidade abusiva de forma perigosa a sua saúde/vida.
O ônus da prova de informar que a publicidade é verdadeira, transparente, é do fornecedor. Este deve 
provar que a publicidade não é enganosa, sendo portanto a inversão um ato legal.
c) Práticas abusivas (CDC, arts. 39 a 41):
O artigo 39 do CDC elenca quais são as práticas consideradas abusivas. São as seguintes: venda casada; 
recusar atendimento ao consumidor dentro dos limites de seu estoque; enviar produto ou serviço ao consumidor, 
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sem solicitação prévia; exigir vantagem manifestamente indevida do consumidor; impingir produtos ou serviços 
ao consumidor, aproveitando‑se de sua fraqueza; colocar produto ou serviço no mercado de consumo em 
desacordo com as regras expedidas pelos órgãos responsáveis; recusar a venda de produto ou serviço a quem 
se disponha a pagá‑lo prontamente; elevar, sem justa causa o preço de produtos ou serviços; deixar de estipular 
prazo para o cumprimento de sua obrigação; aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou pactuado.
O fornecedor deve entregar ao consumidor orçamento prévio, que salvo estipulação em contrário, 
terá o prazo de validade de dez dias.
d) A cobrança de dívidas (CDC, arts. 42 e 42‑A):
O consumidor inadimplente não poderá ser exposto ao ridículo ao ser cobrado, nem será submetido 
a qualquer tipo de constrangimento. Além disso, o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito 
à repetição de indébito em dobro, acrescido de juros e correção monetária.
e) Bancos de dados e cadastros de consumidores (CDC, arts. 43/45):
O consumidor deve ter acesso às informações constantes sobre ele em cadastros e fichas, registros. 
Tais cadastros devem ser claros, precisos e objetivos, não podendo ter informações negativas referentes a 
período superior a cinco anos. Operada a prescrição, não poderão ser fornecidas informações a respeito 
dos dados do consumidor.
Deve haver comunicação prévia ao consumidor a respeito da abertura de cadastro em seu nome e, 
se houver alguma inexatidão, ele terá direito à correção.
Tais bancos de dados são considerados entidades de caráter público.
6.1.5 Proteção contratual (CDC, arts. 46 a 54)
As cláusulas contratuais serão interpretadas da maneira mais favorável ao consumidor. O consumidor 
tem o direito de ter o conhecimento pleno do objeto do contrato a ser celebrado.
Quando a contratação se der fora do estabelecimento empresarial, o consumidor terá o direito de 
desistir do negócio no prazo de sete dias, o que configura o prazo de reflexão para exercício do direito 
de arrependimento.
A garantia contratual é complementar à legal e deve ser realizadapor escrito.
a) Cláusulas abusivas (CDC, arts. 51 a 53):
As cláusulas abusivas são nulas de pleno Direito.
São consideradas cláusulas abusivas as que relativizam a responsabilidade do fornecedor; as que 
subtraiam o direito de reembolso de quantia já paga por consumidor, as que transfiram a responsabilidade 
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para terceiros, as que coloquem o consumidor em posição de desvantagem, as que estabeleçam 
inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor, dentre outras previstas no artigo 51 do diploma 
consumerista.
Nos contratos de compra e venda de bens móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, 
consideram‑se nulas de pleno Direito as cláusulas que impliquem a perda total das parcelas já pagas 
pelo consumidor na hipótese de resolução do contrato.
b) Contratos de adesão (CDC, art. 54):
São contratos em que as cláusulas contratuais são elaboradas unilateralmente pelo fornecedor, sem 
que o consumidor tenha o direito de discutir ou modificar o seu teor.
Por essa razão, podem causar danos aos consumidores, o que dá ensejo à revisão contratual judicial.
Além disso, as cláusulas limitativas dos Direitos dos consumidores devem ser redigidas com destaque, 
a fim de que o consumidor possa compreendê‑la, com fonte não inferior a doze.
O Código ainda prevê sanções administrativas (arts. 55 a 60), dispõe sobre as infrações penais (arts. 
61 a 80), e disposições processuais relativas à defesa do consumidor em juízo (arts. 81 a 104).
6.2 Direito Administrativo
6.2.1 Conceitos fundamentais e estrutura da administração pública
6.2.1.1 Conceitos
É o conjunto de normas e princípios que regem a atuação da administração pública (MEDAUAR, 
2009, p. 34).
É o ramo do Direito Público que estuda as relações da administração pública com os particulares e 
de seus órgãos e entidades entre si.
Representa o conjunto de órgãos e entes estatais que produzem serviços, 
bens e utilidades para a população, coadjuvando as instituições políticas de 
cúpula no exercício das funções de governo (MEDAUAR, 2009, p. 46).
Personalidade Jurídica: o art. 14 do Código Civil confere a natureza de pessoa jurídica de Direito 
público interno à União, estados, Distrito Federal e municípios (administração direta), estendendo tal 
qualificação às autarquias (indireta).
O art. 5º, II, III e IV do Decreto‑Lei 200/67 confere às empresas públicas, sociedades de economia mista 
e fundações, a qualificação de pessoa jurídica de Direito privado, embora sejam entes que integram a 
Administração Pública (indireta), não são entes políticos.
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Unidade II
6.2.1.2 Estrutura
a) Administração direta – é constituída pelo conjunto de órgãos integrados na estrutura dos Poderes 
(não apenas o Poder Executivo, mas também o Legislativo e o Judiciário que compõem o Estado).
Tomando por exemplo o Poder Executivo, pertencem à administração direta os órgãos integrados 
na chefia do poder (Presidência da República, governo do estado e prefeitura municipal), bem como 
em seus órgãos auxiliares (Ministérios e Secretarias). Exemplo: Ministério dos Transportes, Secretaria de 
Estado da Agricultura, Tribunal de Alçada.
b) Administração indireta – são as entidades dotadas de personalidade jurídica própria, existentes 
nos planos federal, estadual e municipal, vinculadas a um órgão da administração direta, cuja 
área de competência lhe for afim. Decorrem, como visto, do processo de descentralização das 
atividades estatais, não havendo controle hierárquico (embora na prática possa aparentar), mas 
sim tutela, supervisão ou controle administrativo.
As autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público interno, as empresas públicas, as sociedades 
de economia mista e a maioria das fundações são pessoas jurídicas de Direito Privado. São dotadas de 
patrimônio e pessoal próprio para o desempenho de atribuições específicas, sendo dirigidas por um 
presidente ou superintendente, ou ainda por um reitor no caso das universidades (CF, arts. 70 e 71).
• Autarquias: pessoa jurídica de Direito público interno que deve ser criada por Lei específica. Pelo 
inc. I do art. 5º do Dec‑Lei nº 200/67, é um serviço autônomo, criado por Lei, com personalidade 
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da administração pública, 
que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
• Decisões são expressas por meio de atos administrativos; os contratos, administrativos, devem 
obedecer ao processo licitatório; os dirigentes são nomeados e exonerados livremente pelo Chefe 
do Executivo; o ingresso dos quadros se dá por meio de concurso público, ressalvados os casos 
legais (confiança e temporário), preferencialmente pelo regime estatutário (mesmo aos celetistas 
exige‑se concurso). Ex.: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, USP, UNESP, UNICAMP, 
Hospital do Servidor Público, Hospital das Clínicas, Instituto de Previdência do Município – IPREM 
etc.
• Autarquias especiais: embora não haja distinção expressa, diferem das comuns pela forma de 
escolha do dirigente, pela impossibilidade da cessação do mandato do dirigente no seu curso, pela 
autonomia administrativa e financeira etc. Exemplo: autarquias universitárias, Banco Central etc.
• As agências reguladoras constituem autarquias especiais, surgidas com o fim do monopólio estatal 
de alguns serviços públicos, integram a administração indireta, com seus diretores nomeados 
pelo Presidente da República para um mandato, após aprovação do Senado. Exemplo: Agência 
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL – LF 9.427/96, Agência Nacional de Telecomunicações – 
ANATEL – LF 9.472/97, Agência Nacional de Petróleo – ANP – LF 9.478/97, Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária – LF 9.782/99 etc.
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Figura 82 – As agências foram criadas durante o processo de privatização 
de serviços públicos, ocorrido a partir dos anos noventa
Figura 83 – As agências desempenham importante papel na intermediação 
entre o consumidor e a empresa concessionária de serviço público
• Fundações: pelo inc. IV, do art. 5º do Dec.‑Lei 200/67, é a entidade dotada de personalidade 
jurídica de Direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para 
o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de Direito 
público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de 
direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes (o que não impede 
que tenha lucro, embora este não seja o seu objetivo).
Inseridas no campo da administração indireta, são regidas preponderantemente por normas de 
Direito público, independentemente de sua personalidade jurídica ser pública ou privada. Lei específica 
autorizará sua instituição, adquirindo personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de 
sua Constituição no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Gozam de autonomia administrativa, sem 
subordinação hierárquica a autoridade ou órgão da administração direta.
Qualquer que seja o regime de pessoal, celetista ou estatutário, o preenchimento de seus quadros 
se dará por meio de concurso público, ressalvados os casos legais. Ademais, incidem as normas de 
licitações e contratos administrativos. Prevista a existência de um Conselho Curador (ou supervisor),122
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Unidade II
seu diretor ou presidente poderá ser escolhido por meio de lista remetida ao chefe do Executivo, pelo 
próprio Conselho, ou mesmo por livre indicação do chefe do Executivo. Outrossim, a fiscalização se dará 
por meio de tutela administrativa (controle pelos órgãos de cúpula da administração), bem como pelos 
Tribunais de Contas, no que couber. Quanto ao Ministério Público, compete o controle das fundações 
privadas a teor do Código Civil, tendo em vista a tutela administrativa exercida pela administração 
central, malgrado entendimento doutrinário minoritário em contrário (ex.: Fundação Nacional do Índio 
– FUNAI, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Fundação Prefeito Faria Lima – 
CEPAM, Fundação de Amparo à Pesquisa – FAPESP, Fundação Padre Anchieta etc.).
• Empresas públicas: a teor do inc. II do art. 5º do Dec.‑Lei 200/67, é entidade dotada de personalidade 
jurídica de Direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por Lei para 
a exploração de atividade econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência 
ou conveniência administrativa, podendo revestir‑se de qualquer das formas admitidas em Direito.
As empresas públicas e as sociedades de economia mista, também conhecidas como “estatais”, integram 
a administração indireta. Destinadas à realização da atividade econômica, normalmente desempenhada pela 
iniciativa privada, ocorrerá quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse 
coletivo, conforme definidos em Lei, a teor do art. 173 da CF. Criadas em profusão durante as décadas de 1960 
e 1970, vem perdendo envergadura em razão do processo político‑econômico da privatização.
Possuem personalidade jurídica privada, embora o patrimônio seja público ou preponderantemente 
público. As decisões de seus dirigentes equiparam‑se a atos de autoridade para fins de mandado de 
segurança, ação popular e civil pública. Seus contratos estão sujeitos às normas de licitação. Seu pessoal, 
contudo, é regido pela CLT, ocorrendo o ingresso por meio de concurso público, não havendo estabilidade 
(ainda que incidam sobre esses as normas de acumulação de cargos – incs. XVI e XVII da CF). Ademais, 
se estendem as normas relativas aos crimes contra a administração pública (art. 327 do CP), bem como 
as sanções por improbidade administrativa (LF 8.429/92). O controle, variado, se dá por meio de tutela 
administrativa, pelo Congresso Nacional (art. 49, X da CF), pelo Tribunal de Contas (art. 70 da CF) ou mesmo 
do Judiciário, quando provocado (ex.: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBCT, Empresa Brasileira 
de Infra Estrutura Aeroportuária – INFRAERO, Empresa Municipal de Urbanização – EMURB etc.).
Figura 84 – É intenso o debate em torno da abertura do 
capital social de empresas públicas como a INFRAERO
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Figura 85 – O avanço da tecnologia de informação e os serviços privados de transportes 
trouxeram à tona a necessidade de modernização de importantes segmentos, como os correios
• Sociedades de economia mista: a teor do art. 5º, III do Dec.‑Lei 200/67, é pessoa jurídica de Direito 
privado, criada por Lei, composta pela associação de capital público e privado, sujeitas ao regime 
jurídico próprio das empresas privadas (à Lei das Sociedades Anônimas, inclusive), quanto às 
obrigações trabalhistas e tributárias, sem prejuízo das disposições especiais. Não estão sujeitas 
à falência, não ocorrendo penhora ou execução de seus bens, se prestadoras de serviço público. 
Exemplos: Banco do Brasil, PETROBRÁS, SABESP, Companhia de Desenvolvimento Habitacional e 
Urbano – CDHU, METRÔ etc.
• Entes com situação peculiar: não integram a administração indireta e tampouco a direta, 
embora mantenham com o poder público vínculos dos mais diversificados, seja desempenhando 
funções típicas do poder público, seja realizando atividades benéficas à sociedade. Exemplo: 
ordens e conselhos profissionais – OAB, CRM, CREA – LF 9.649/98, fundações de apoio – FIPE, 
FUVEST –, fundações privadas de previdência social, serviços sociais autônomos – SESI, SESC, 
SENAI, SENAC –, organizações da sociedade civil de interesse público – LF 9.790/99.
 Saiba mais
Conferir Decreto nº 200/67 para maior aprofundamento das entidades 
que integram a administração indireta.
 Saiba mais
Conferir obra:
MEDAUAR, O. Direito administrativo moderno. 13. ed. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2009.
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6.2.1.3 Princípios fundamentais
O art. 37 da Constituição Federal menciona os princípios da legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência. Todavia, outros princípios amparam a atuação da 
administração pública, fruto de construção doutrinária e jurisprudencial, ou ainda mencionados 
em legislação esparsa.
Figura 86 – A transparência é a melhor arma contra a corrupção
a) Legalidade: sujeição de toda atividade funcional aos mandamentos da Lei e exigências do bem 
comum, deles não podendo se afastar ou desviar, sob pena de ser praticado ato inválido e expor‑se 
à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. A administração deve sujeitar‑se 
às normas legais.
b) Impessoalidade: o ato só deve ser praticado para o seu fim legal, sendo este, tão só, aquele que 
a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal, 
sendo imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa em 
nome do qual age o funcionário.
c) Moralidade: conjunto de regras finais e disciplinares suscitadas, não só pela distinção entre bem e 
mal, mas também pela ideia geral de administração e pela ideia de função administrativa. Ao legal 
deve se juntar o honesto e o conveniente aos interesses gerais.
d) Publicidade: divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos. 
É a transparência ou visibilidade dos atos da administração a fim de que possam sofrer a fiscalização 
da sociedade.
e) Eficiência: a administração deve agir de forma rápida e precisa, para que produza resultados 
satisfatórios aos interesses da população, usuária de seus serviços. Galgada a nível constitucional 
pela EC 19/98, vem produzindo equivocada polêmica no sentido de se contrapor à legalidade. Agir 
nos limites da legalidade estrita não exige uma máquina marcada pela lentidão, pela negligência, 
pela omissão e pelo descaso, ao contrário, deverá a atuação da administração ser adequada e 
eficiente.
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f) Finalidade: o objetivo certo e inafastável de todo ato administrativo deverá ser o interesse público, 
sob pena de invalidar‑se por desvio de finalidade.
g) Continuidade: a administração transcende, no tempo, a pessoa dos administradores e respectivas 
gestões, devendo suas atividades ser ininterruptas para que os interesses da sociedade não seja 
prejudicado. Para tal, justificam‑se as figuras da substituição, suplência e interinidade.
h) Preponderância do interesse público sobre o particular: é o princípio que baliza todo o Direito 
público, devendo o bem de toda a coletividade ser o norte a ser perseguido, mesmo que haja 
sacrifício de interesse privado (que evidentementedeve ser proporcional, conforme o princípio da 
proporcionalidade).
i) Proporcionalidade: é a adequação proporcional dos meios aos fins, objetivando minimizar o 
sacrifício dos interesses individuais em prol do atendimento dos interesses gerais.
Não devem ser impostas, aos indivíduos em geral, obrigações, 
restrições ou sanções em medida superior àquela estritamente 
necessária ao atendimento do interesse público, segundo critério de 
razoável adequação dos meios aos fins. Aplica‑se a todas as atuações 
administrativas para que sejam tomadas decisões equilibradas, 
refletidas, com avaliação adequada da relação custo‑benefício, aí 
incluído o custo social (MEDAUAR, 2009, pp. 153‑154).
j) Indisponibilidade: o administrador não pode praticar ou deixar de praticar os atos a que está 
obrigado.
k) Presunção de legalidade e veracidade: apesar de não ter caráter absoluto, significa que as 
manifestações da administração gozam da presunção de estarem conforme a Lei e corresponderem 
à verdade. O art. 19, II, da CF corrobora tal princípio, ao vedar à União, estados e municípios a 
recusa de fé aos documentos públicos.
l) Autotutela: a administração deve zelar pela legalidade de seus atos, podendo anulá‑los, se 
ilegais, ou revogá‑los, por motivo de conveniência e oportunidade, a teor da Súmula 4733 
do STF.
6.2.1.4 Deveres e poderes da administração
Deveres:
• poder – dever de agir: o poder do administrador público, revestindo ao mesmo tempo o caráter 
de dever para a comunidade, e insuscetível de renúncia pelo seu titular;
3 Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=473.NUME.%20
NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas>. Acesso em: 5 nov. 2012. 
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Unidade II
• eficiência: todo agente público deve realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento 
funcional, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das 
necessidades da comunidade e de seus membros;
• probidade: integrado na conduta do administrador público como elemento necessário à 
legitimidade de seus atos;
• prestar contas: quem gere dinheiro público ou administra bens ou interesses da comunidade deve 
contas ao órgão competente para a fiscalização.
Poderes administrativos
O uso dos poderes administrativos é prerrogativa da autoridade. O poder é confiado ao administrador 
público para ser usado em benefício da coletividade administrada, mas usado nos justos limites que o 
bem‑estar social exigir. O ordenamento confere os seguintes poderes para que a administração realize 
as atividades que lhe são próprias:
• disciplinar: faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais 
pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da administração (não apenas servidores, 
portanto);
• hierárquico: é o de que dispõe o executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, 
ordenar e rever a atuação de seus agentes, dirimir conflito de competência entre subordinados, 
estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores de seu quadro de pessoal. É 
imprescindível para que a atividade administrativa ocorra de forma coordenada, harmônica e 
eficiente;
• regulamentar: faculdade de que dispõem os chefes de executivo de explicar a Lei para sua 
correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência 
ainda não disciplinada por Lei. Explicita o teor das Leis preparando a sua execução, 
complementando‑a se for o caso. O administrador, contudo, não pode usurpar a função 
legislativa (modificando ou revogando Leis), bem como ultrapassar os limites por ela 
impostos;
• normativo: poderá a administração editar normas para regulamentar matérias não privativas de 
Lei. Cumpre observar que o poder normativo caminha em paralelo com o regulamentar;
• de polícia: faculdade de que dispõe a administração pública para condicionar e restringir o uso e 
gozo de bens, atividades e Direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. 
Tem por fundamentos a ordem e o interesse público.
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Figura 87 
Figura 88 
Figura 89 – O poder de polícia pode se manifestar mediante aposição de símbolos
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Unidade II
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Figura 91 – As posturas de trânsito representam típico exercício do poder de polícia
Figura 92 – As normas relativas à saúde, sossego e segurança constituem o tripé do poder de polícia
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Pela regra do art. 78 do CTN, é a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando 
Direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse 
público concernente à segurança, higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina de produção e do mercado, 
ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos Direitos individuais e coletivos.
 Lembrete
Poder de polícia = fiscalização.
6.2.2 Ato administrativo
É toda manifestação unilateral de vontade da administração pública que, agindo nessa qualidade, 
tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar Direitos, ou impor 
obrigações aos administrados ou a si própria.
6.2.2.1 Requisitos e atributos
• requisitos: competência é do representante do poder público que tem o poder legal para praticá‑lo, 
observados os requisitos materiais, temporais e territoriais; finalidade, o interesse público é o fim 
perseguido pelo ato administrativo, vinculando a atuação do agente; forma legal, sendo mister a 
exteriorização da vontade ou da decisão da administração, para que seja conhecida pelos cidadãos; 
motivo é a motivação ou exposição de motivos. São as circunstâncias de fato e os elementos de 
Direito que ensejam a edição do ato;
• atributos do ato administrativo: presunção de legalidade, relativa, decorrendo da necessária submissão 
da administração à Lei; imperatividade, pois implica na coercibilidade para seu cumprimento; 
autoexecutoriedade, não necessitando do consentimento de outro poder para ser posto em prática. 
Consiste na execução imediata e direta, para administração, independentemente de ordem judicial.
6.2.2.2 Classificação e espécies (MEDAUAR, 2009, pp. 145‑151)
a) Quanto aos destinatários: gerais – expedidos sem destinatários determinados, com finalidade 
normativa, alcançando todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato abrangida 
por seus preceitos (coleta de lixo); individuais – dirigidos a destinatários certos, criando‑lhes 
situação jurídica particular (nomeação para um cargo).
b) Quanto ao âmbito de repercussão: internos – destinados a produzir efeitos no recesso das 
repartições administrativas; externos‑ aqueles que alcançam os administrados, os contratantes, 
em certos casos os servidores, provendo sobre sua relação com a administração.
c) Quanto ao equilíbrio entre as partes: de império – aquele que a administração pratica usando sua 
supremacia sobre o administrado ou o servidor, e lhes impõe obrigatório atendimento (desapropriação); 
de gestão – o que a administração pratica sem usar sua supremacia sobre os destinatários.130
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Unidade II
d) Quanto ao número de manifestações: unipessoais – resultam da decisão de uma só autoridade 
(decreto de prefeito); pluripessoais – resultam da manifestação de várias pessoas ou órgãos, 
podendo ser colegiados (órgão colegiado, porém uno) ou complexos (manifestação sucessiva de 
mais de um órgão, poder ou ente).
e) Espécies quanto à natureza:
• normativos – contém um comando geral do executivo, visando a correta aplicação da Lei;
• decretos – atos de competência exclusiva do chefe do Executivo, regulamentadores de Leis 
(sem deixar de ser ato administrativo); disciplinando matéria não reservada à Lei; expressando 
decisões individualizadas (nomeação);
• regulamentos – atos que especificam os mandamentos da Lei ou suprem suas lacunas. São 
postos em vigência por decreto;
• regimentos – atos que disciplinam o funcionamento de órgãos colegiados, elaborados por este;
• resoluções – atos que fixam normas sobre matéria que esteja jungida à competência do ente 
administrativo. Editados por autoridade de alto escalão (Secretário) ou por dirigente de órgão 
colegiado (Conselho Federal de Educação), não podem contrariar as disposições que lhe sejam 
hierarquicamente superiores (Constituição, Lei, decreto, regimento);
• deliberações – atos normativos ou decisórios decorrentes de órgão colegiado de alcance 
genérico (formalizado por meio de resolução) ou individualizado;
• comunicados – atos divulgadores de decisões e informações tanto para o âmbito interno da 
administração quanto para os administrados (Banco Central sobre a taxa de juros);
• ordinatórios: visam disciplinar o funcionamento da administração e a conduta funcional de 
seus agentes;
• instruções – atos editados por superior hierárquico destinados a fixar diretrizes aos 
subordinados, quanto ao modo de realização dos serviços. Pode repercutir no âmbito externo 
(matéria econômico‑financeira). As instruções normativas são aplicáveis a todas as situações 
que se enquadrarem futuramente à hipótese versada em seu texto;
• circulares – atos que expressam ordens ou diretrizes emanadas dos superiores hierárquicos a 
determinada categoria de subordinados. restritas ao âmbito interno, eventualmente podem 
repercutir no externo (matéria econômico‑financeira). Ex.: circular do prefeito a todos os secretários;
• avisos – atos emanados dos Ministérios a respeito de temas que lhe são afetos.
• portarias – atos destinados às diversas finalidades, editados por chefes ou diretores de órgãos 
da administração direta e indireta. Possuem alcance genérico ou individualizado, vinculando 
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o âmbito interno e externo da administração (servidores e administrados). Ex.: nomeação, 
aposentadoria, instauração de sindicância;
• ordens de serviço – atos pelos quais o superior hierárquico expede diretrizes para realização de 
serviços, ou determina o início de execução de contratos administrativos;
• ofícios – comunicações escritas em caráter oficial, que as autoridades fazem entre si, entre 
subalternos e superiores, entre a administração e particulares;
• despachos – atos que expressam decisões tomadas por autoridade do Executivo (ou 
do Legislativo e Judiciário), proferidas em papéis e processos sujeitos à sua apreciação. 
Repercutem no âmbito interno ou externo da administração, podendo ainda ser genérico 
ou individual;
• editais – atos que dão ensejo ao início de um processo ou atividade, contendo as respectivas 
normas disciplinadoras, ou notificam alguém a respeito de uma decisão (concurso, concorrência 
pública, processo administrativo disciplinar);
• negociais: declaração de vontade do poder público coincidente com a pretensão do particular, visando 
concretizar negócios jurídicos públicos, ou atribuir certos Direitos ou vantagens ao interessado;
• alvará – ato que formaliza o consentimento da administração para o exercício de atividades de 
particulares (construção, funcionamento);
• licença – ato vinculado e definitivo que faculta ao interessado o desempenho de atividades ou 
a realização de fatos materiais, uma vez verificado o atendimento de todas as exigências legais 
(não podendo, neste caso, ser negada pela administração);
• autorização – ato discricionário e precário que possibilita a realização de certa atividade, 
serviço ou utilização de determinados bens (podendo ser negado ainda que satisfeitas as 
exigências legais);
• permissão – ato negocial, discricionário e precário que faculta ao particular a execução de 
serviços de interesse coletivo ou uso de bens públicos, a título gratuito ou remunerado;
• aprovação – ato que verifica a legalidade e o mérito de outro ato ou realizações de seus próprios 
órgãos, de outras entidades ou de particulares, dependentes de seu controle (aprovação de um 
projeto ou obra);
• admissão – ato vinculado que defere ao particular determinada situação jurídica de seu interesse, 
uma vez satisfeitas as condições previstas em Lei (concurso de habilitação, admissão em escolas);
• visto – ato vinculado pelo qual o administrador controla outro ato da própria administração, 
apenas no seu aspecto formal para dar‑lhe exequibilidade. Difere da aprovação, autorização ou 
homologação por não examinar o mérito do ato.
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• homologação – ato de controle pelo qual a autoridade superior examina a legalidade e 
conveniência de ato ou decisão anterior, emanada de autoridade de escalão inferior por uma 
superior, ou mesmo de particular (resultado de concurso ou de licitação). É a confirmação de 
um ato para dar‑lhe eficácia;
• dispensa – ato que exime o particular do cumprimento de determinada obrigação até então exigível;
• renúncia – ato pelo qual a administração unilateralmente extingue um crédito ou Direito, 
liberando o devedor;
• protocolo administrativo – ato vinculado pelo qual a administração acerta com o particular 
a realização de determinado empreendimento ou o exercício de determinada atividade no 
interesse recíproco de ambos;
• enunciativos: aqueles em que a administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou 
emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado;
• certidões – atos que reproduzem fielmente atos ou fatos registrados nos arquivos ou 
processos existentes nos órgãos públicos. Sua obtenção é assegurada em preceito 
constitucional (art. 5º, XXIV, b);
• atestados – atos que comprovam um fato ou uma situação transeunte que a administração 
tenha conhecimento, não se confundindo com certidões (estas são permanentes);
• pareceres – manifestações individuais e concretas de órgãos técnicos sobre assuntos submetidos 
à sua consideração. Geralmente opinativos, não são vinculantes, exceto se convertidos em 
norma de procedimento interno. Neste caso teremos um parecer normativo, que é ato geral 
e normativo. Outra modalidade, o parecer técnico, oriundo de órgão ou agente especializado, 
não pode ser contestado por superior hierárquico, pois não há que se falar em subordinação 
no campo técnico;
• apostilas – atos enunciativos ou declaratórios de uma situação anterior criada por Lei, 
equivalente à averbação;
• punitivos: visam punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos 
servidores ou dos particulares perante a administração;
• multa – é a imposição pecuniária que incide sobre o administrado, a título de compensação do 
dano (presumido,pois independe de dolo ou culpa) decorrente da infração;
• interdição de atividade – ato que veda a prática de atos sujeitos ao controle da administração 
ou que incide sobre os bens do administrado;
• destruição de coisas – ato sumário pelo qual se inutilizam alimentos e objetos imprestáveis ou 
nocivos ao consumo, ou proibidos por Lei. Dispensa processo prévio bem como indenização, devendo, 
contudo, haver auto de apreensão e destruição para posterior exame da legalidade do ato;
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• afastamento de cargo ou função – atos que visam disciplinar os servidores da 
administração.
6.2.2.3 Controle dos atos administrativos
É a faculdade de vigilância, orientação e correção que um poder, órgão ou autoridade exerce sobre a 
conduta funcional de outro. Pode ser exercido pela própria Administração, pelo Legislativo por intermédio do 
Congresso Nacional e do Tribunal de Contas, pelo Poder Judiciário e pela própria sociedade.
Classificações
Em relação ao momento, podem ser prévio, concomitante ou subsequente à edição do ato; quanto 
ao modo de desencadeamento, podem ocorrer de ofício ou mediante provocação; quanto à abrangência, 
podem incidir sobre um único ato ou sobre um conjunto de ações; em relação ao aspecto, apreciam a 
legalidade ou a discricionariedade do ato.
Instrumentos de controle interno:
• autocontrole: Súmula 473 Supremo Tribunal Federal – a administração pode anular seus próprios 
atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam Direitos; 
ou revogá‑los por motivo de conveniência/oportunidade, respeitando os Direitos adquiridos e 
ressalvados, em todos os casos, a apreciação judicial. Fundamento do autocontrole: dever‑poder 
de autotutela;
• fiscalização hierárquica: reexame do ato por autoridade hierárquica superior à responsável pelo 
ato ou decisão;
• direito de petição: noticia à administração de irregularidades praticadas;
• pedido de reconsideração: reexame do ato pela mesma autoridade que o editou;
• recurso administrativo: a administração é provocada a fiscalizar seus próprios atos. Dispensa rigor 
formal (LF 9.784/99), devendo o requerimento conter a exposição dos fundamentos do pedido de 
reexame, bem como documentos eventualmente existentes;
• controle de gestão: é aquele baseado em objetivos de realização ou de produtividade, em suma, é 
a gestão por objetivos;
• inspeção, auditoria e correição: embora desprovido de poder de decisão, exercem poderes de 
investigação sobre o controlado, examinando documentos e ouvindo servidores para, então, 
elaborar relatórios propositivos destinados à autoridade com poder decisório;
• supervisão: abrange a orientação, a coordenação e o controle das atividades dos órgãos que lhe 
são subordinados, não se reduzindo, portanto, ao controle;
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Unidade II
• parecer vinculante: é a consulta prévia a órgão cujo parecer vincula a decisão a ser tomada. É 
modalidade de controle preventivo;
• ouvidoria: recebe queixas e denúncias da população contra irregularidades praticadas pelos 
órgãos e servidores, podendo invocar os órgãos competentes para impor medidas corretivas. Tem 
origem no Ombudsman sueco;
• controle financeiro: exercido pelos órgãos contábeis da administração, portanto controle interno, 
antes da remessa da prestação de contas ao Tribunal de Contas;
• supervisão ministerial: é a tutela administrativa exercida pelos Ministérios sobre as entidades da 
administração indireta que lhes são vinculadas.
 Observação
No sistema brasileiro, a ouvidoria se aproxima de mecanismo de controle 
interno, pois o ouvidor é indicado pela própria administração. Em alguns 
países, possui independência absoluta.
Controle pelo Legislativo:
É controle político, exercido por órgãos legislativos (comissões parlamentares), sobre determinados 
atos do Executivo, tendo em vista os altos interesses do Estado e da comunidade.
a) Comissão parlamentar de inquérito, criadas para a apuração de fatos determinados.
b) Pedidos de informação: pedido de informações escritas feito aos Ministros por parlamentares (o 
não atendimento em 30 dias importa em crime de responsabilidade).
c) Convocação de autoridades: comparecimento obrigatório perante o Congresso ou suas comissões 
para prestar informações cobre assuntos previamente determinados (o não comparecimento 
importa em crime de responsabilidade).
d) Participação na função administrativa: vinculação da validade de alguns atos do Executivo à 
manifestação favorável do Congresso (tratados internacionais, indicações de autoridades etc.).
e) Fiscalização financeiro/orçamentária – Tribunal de Contas (CF, arts. 70/75) – Além desses, 
embora não sejam propriamente modalidades de controle parlamentar, há meios que atingem 
os níveis mais altos do Executivo, como o Impeachment (LF 1.079/52) e a responsabilidade 
político‑administrativa de prefeitos (Dec.‑Lei 201/67).
A fiscalização contábil, financeira e orçamentária do Estado é realizada pelo Tribunal de Contas, sendo 
este um órgão auxiliar do Poder Legislativo, especializado na fiscalização e realização do orçamento e a 
aplicação do dinheiro público. Funções (art. 71):
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
• apreciar as contas do Presidente da República (parecer em 60 dias);
• auditoria financeira e orçamentária;
• julgar as contas dos administradores e responsáveis por bens e valores públicos.
Vinculado ao Poder Legislativo, elege o seu presidente e membros da direção, bem como goza de 
autonomia administrativa e financeira, fixando seus vencimentos e elaborando seu regimento interno. 
Os Ministros do Tribunal de Contas gozam das mesmas garantias, vencimentos e impedimentos dos 
Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Estados e municípios: os estados possuem igualmente Tribunais de Contas auxiliares das Assembleias 
Legislativas. Os municípios de São Paulo e o do Rio de Janeiro também possuem tais órgãos, havendo, 
contudo, forte e justificado movimento tendente à sua extinção.
 Observação
Tribunal de Contas não integra o Poder Judiciário, apesar do nome 
“Tribunal”.
Controle jurisdicional:
É o controle exercido a posteriori, que implica o exame da legalidade (ilegalidade e desvio de poder), 
nunca mérito. Exercido privativamente pelo Poder Judiciário sobre os atos administrativos do Executivo, 
Legislativo e Judiciário sob o aspecto único da legalidade, posterior ao ato, sendo vedado pronunciar 
sobre seu mérito (o que implicaria a ingerência em outro Poder).
O Brasil adota o sistema de jurisdição única, no qual o Judiciário resolve litígios privados e 
administrativos, decorrendo deste sistema o princípio da inafastabilidade do controle do Poder Judiciário 
(CF, art. 5º, XXXV – a Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a Direito). Países 
como a França, Suécia, Portugal, Itália e Alemanha, adotam o sistema de Jurisdição dúplice, com a 
existência paralela de duas ordens de jurisdição, havendo uma justiça própria para julgar lides em que a 
administração é parte, o chamado “contencioso administrativo”.
O controle pelo poder judiciário se dá por intermédios dos remédios constitucionais (mandado de 
segurança, ação popular, ação civil pública, mandado de injunção, habeas corpus, habeas data e direito 
de petição), pela responsabilidade civil do Estado prevista no art. 37, §º 6º da Constituição Federal,pelas 
condutas tipificadas na legislação penal destinadas à tutela do erário, da Lei nº 8.429/1992 que dispõe 
sobre os atos de improbidade administrativa, entre outras.
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Mandado de segurança (LF nº 12.016/09), ação popular (LF nº 4.717/65), 
ação civil pública (LF nº 7.347/85), habeas data (LF nº 9.507/97), mandado 
de injunção, habeas corpus (CPP, arts. 647 e ss.), direito de petição, 
improbidade administrativa (LF nº 8.429/92) e responsabilidade civil do 
Estado (CF, art. 37, § 6º).
6.2.3 Atos administrativos vinculados e discricionários
Trata‑se da divisão mais importante dos atos administrativos, considerados em razão da margem de 
escolha conferida ao agente público.
• Vinculado: é aquele que o Direito positivo confere a administração pública para a prática de ato de 
sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização. Neste 
caso, de poder ou competência vinculada, a administração é obrigada à determinada conduta 
previamente estabelecida por Lei. Contrapõe‑se ao poder discricionário, embora tal dicotomia (em 
sua forma extremada) esteja em desuso.
• Discricionário: é aquele que o Direito concede a administração de modo explícito ou implícito, para 
a prática de atos administrativos com liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e 
conteúdo. Poderá, destarte, escolher uma entre várias condutas possíveis. Ademais, não há que se 
confundir discricionariedade com arbítrio, pois as atividades da Administração estão plasmadas 
no princípio da legalidade.
Vinculados:
Tal classificação ocasiona efeitos diversos por ocasião da invalidação do nato:
• revogação: tem por fundamento o mérito do ato, a análise do juízo de conveniência e oportunidade 
de sua edição. Trata‑se, assim, da invalidação do ato discricionário, que só poderá ocorrer pela 
Administração, de ofício ou mediante provocação. Produz efeitos “ex nunc”, ou seja, a partir da 
declaração, não retroage à data de sua edição;
• anulação: tem por fundamento a ilegalidade, por defeito ou vício (incompetência, ilegalidade do 
objeto, defeito da forma, defeito do motivo, defeito do fim ou desvio de finalidade). Trata‑se, pois, 
do ato vinculado, que poderá ser invalidade pela administração, de ofício ou mediante provocação; 
pelo Poder Legislativo, de ofício ou por provocação ou ainda pelo Judiciário, apenas mediante 
provocação, vez que o Poder Judiciário não atua de ofício (automaticamente), por contra do 
princípio da inércia da jurisdição (o juiz deve ser provocado). Produz efeitos ex tunc, ou seja, desde 
a edição, retroage.
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6.2.4 Contratos administrativos
A administração pública também entabula contratos, são os chamados contratos administrativos. 
Os contratos de Direito privado realizados pela administração pública são regidos pelas normas de 
Direito civil ou de Direito comercial. Os contratos administrativos propriamente ditos são aqueles 
que obedecem às regras muito especiais, às regras de Direito público, que transformam esse 
contrato num acordo de vontades diferenciado da forma tradicional de contratar. Os contratos 
administrativos típicos têm como característica básica sua extensa vinculação à observância 
restrita dos dispositivos legais.
O contrato administrativo típico é um ajuste estabelecido entre a administração pública e um 
particular, ou mesmo entre outro ente administrativo, para a realização de objetivos de interesse 
público dentro de condições estabelecidas pela própria administração pública, em observância estrita 
aos princípios de Direito público.
Este contrato é formal, consensual, oneroso, intuitu personae, comutativo e com exigência prévia 
de licitação, só dispensável quando expressamente prevista em Lei. Por decorrência do princípio da 
supremacia da administração, há a presença das cláusulas exorbitantes, que estabelecem uma supremacia 
contratual em favor da administração pública, grande traço distintivo desse tipo de contrato.
Espécies:
• contrato de colaboração – por meio do qual um particular ou um ente administrativo contratado 
se obriga a realizar, a prestar determinada obrigação, portanto, pressupõe a realização de algo. Ex.: 
a construção de uma ponte ou rodovia;
• contrato de atribuição – a administração pública dá, estabelece determinadas vantagens ou 
Direitos a um particular, desde que isso não contrarie qualquer interesse público;
• quanto ao objeto: obra pública – construção reforma, ampliação ou demolição de imóvel 
destinado ao público/serviço público; serviço: comum, técnico, profissional, artístico; dinheiro 
particular sai dos cofres públicos; fornecimento e compras: aquisição de materiais que sejam 
necessários aos seus serviços; concessão de serviço público, transferindo ao particular execução de 
serviço público, recebendo o particular remuneração pela tarifa que o usuário do serviço lhe paga 
diretamente; dinheiro do particular sai do particular; concessão de bem público: consentimento 
que o particular use privativamente o bem público; gerenciamento; parcerias público‑privadas.
Princípios
Os contratos devem obedecer a dois princípios gerais: lex inter partes, significa que as partes não 
podem alterar aquilo que foi convencionado, pois o contrato faz Lei entre as partes, e pacta sunt servanda, 
que significa que as partes estão obrigadas a dar fiel cumprimento àquilo que tenha sido avençado.
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No Direito público, a observância desses dois princípios é um pouco diferenciada, pois os contratos 
celebrados sob sua égide possuem como característica marcante a presença das chamadas cláusulas 
exorbitantes.
Requisitos de formalização:
• instrumento: termo escrito (verbal para pequenas compras de pronto pagamento);
• carta – contrato;
• nota de empenho;
• ordem de execução de serviço;
• termo: publicado na íntegra ou seu extrato, no diário oficial, devendo seu conteúdo estar de 
acordo com o edital e a proposta vencedora.
Cláusulas:
• essenciais: objeto, regime de execução, preço e condições de pagamento;
• acessórias: foro;
• implícitas: redução ou ampliação.
a) Nota de empenho prévio: antes do contrato e depois da licitação; sem ela não pode ser celebrado 
o contrato; determina que um certo recurso seja reservado para pagamento do contrato.
b) Cláusulas exorbitantes: as cláusulas exorbitantes são cláusulas contratuais que estabelecem 
privilégios para a administração pública colocando‑a numa situação de supremacia contratual, 
representando uma proteção ao interesse público.
c) Equilíbrio financeiro e econômico do contrato: as partes, ao firmarem um contrato, estabelecem regras 
dirigidas ao aspecto financeiro do contrato. No contrato público, grande parte das regras já foram 
preestabelecidas no edital ou previstas em Lei específica. A liberdade de contratar encontra um parâmetro 
básico e essencial dado pelo Edital de Convocação, que é documento através do qual a administração 
pública torna pública sua intenção de contratar, abrindo a possibilidade para que todos os interessados 
participem da licitação, possibilidade essa isonômica, em igualdade de condições para todos.
A administração pública tem total liberdade de ação com relação ao aspecto financeiro do contrato, 
desde que não se altere a relação encargo/remuneração do contrato, ou seja, não tornar mais onerosa 
a execução do contrato.139
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Em relação ao reajustamento dos preços e tarifas, antes da Lei nº 8.666/93 os contratos não previam 
correção monetária e as empresas tinham que ajuizar ações para requerer o pagamento com a correção 
monetária. A Lei nº 8.666/93 prevê que os valores serão corrigidos no art. 55.
Principais cláusulas exorbitantes
Não pode ser invocada pelo particular a exceção do contrato não cumprido, alteração/mutabilidade 
unilateral: no âmbito do Direito público o particular não pode se utilizar desse Direito para interromper 
a execução do contrato, a teor do art. 78 da Lei nº 8.666/93.
Controle da execução do contrato
É o Direito que a administração pública tem de controlar os seus contratos e a sua execução, 
adequando‑os às exigências formais. Fiscaliza, inclusive, com a possibilidade de intervir no contrato. 
Esse Direito não precisa estar expresso no contrato, pois faz parte das normas de Direito público.
Esse tipo de contrato deve ser cumprido dentro de um determinado espaço de tempo: se ocorrer 
atraso, a administração pública pode manter um fiscal seu no local e pedir esclarecimentos durante a 
execução da obra, podendo, inclusive, contratar outra empresa para regularizar a situação, através de 
intervenção na obra, sem o auxílio do Judiciário.
Imposição de penalidades contratuais, sem prévia manifestação do Judiciário
Podem ser: advertência, multa, rescisão unilateral, declaração de inidoneidade para contratar 
(temporária ou definitiva).
Sua aplicação é uma prerrogativa direta da administração pública, sem intervenção de terceiros 
(auxílio do Judiciário) de aplicar penalidades de forma direta, que, geralmente são de natureza 
pecuniária, sem auxílio do Judiciário, havendo somente uma previsão no contrato de que pode aplicar 
as penalidades. Se o particular resistir à pretensão da administração pública, esta poderá recorrer ao 
Judiciário para buscar a execução coercitiva da sanção resistida.
Alteração e rescisão unilaterais
A administração pública pode alterar ou rescindir seus contratos independentemente do fato desta 
possibilidade estar ou não descrita no contrato. Quando alguém contrata com a administração pública 
não existe o direito adquirido à imutabilidade do contrato, pois nesse tipo de contrato, o interesse público 
nunca se subordinará ao interesse do particular. Este poder é de ordem pública, pois está previsto em 
Lei, independente de qualquer situação fática. Este poder pode ser exercido porque o contratante não 
adimpliu o contrato devidamente; a empresa recebe a parte correspondente ao trabalho que já efetuou 
e a indenização é até a proporção do que foi realizado.
A única limitação dessa cláusula é que a administração pública deverá garantir o contraditório e 
a ampla defesa, devendo seu ato ser motivado. Somente o contrato tipicamente administrativo pode 
sofrer essas alterações.
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Interpretação dos contratos administrativos
Interpreta‑se um contrato administrativo a partir das regras de Direito público, utilizando em caráter 
suplementar os princípios da Teoria Geral dos Contratos e os princípios atinentes ao Direito privado.
• Princípios de interpretação: nunca se poderá interpretar um contrato administrativo contra o 
interesse da coletividade. O ato que o administrador praticar num contrato deverá ser em prol do 
bem comum, pois há a vinculação dos atos administrativos ao interesse público. Presumem‑se 
legítimas as cláusulas contratuais (princípio da legitimidade e veracidade dos atos administrativos).
• Ocorre a extinção do contrato administrativo pela conclusão do objeto, término do prazo, anulação 
ou rescisão.
• Sua rescisão se dá pelo desfazimento do contrato durante o período de sua execução, de forma 
amigável e bilateral, de pleno Direito, independente da vontade das partes ante fato extintivo do 
contrato; falência ou falecimento contratado unilateralmente pela administração na hipótese 
de inadimplência ou em razão de interesse público, hipótese em que somente se discutirá 
indenização; ou ainda pela via judicial pedida por particular ou administração (é a única forma de 
rescisão unilateral possível para o particular).
6.2.5 Licitação
6.2.5.1 Disposições gerais
É o procedimento administrativo mediante o qual a administração pública seleciona a proposta mais 
vantajosa para o contrato de seu interesse. Tem a finalidade de obter o contrato mais vantajoso para o 
interesse público e resguardar Direitos dos possíveis contratantes.
O processo licitatório se desenvolve através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a 
administração e os licitantes, proporcionando igual oportunidade a todos os interessados, e atua como 
fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos.
Tem uma finalidade dupla que é a obtenção do contrato mais vantajoso e o resguardo dos Direitos 
de possíveis contratantes. Tem como objetivo a garantia da observância do princípio constitucional da 
isonomia e selecionar a proposta mais vantajosa para a administração pública.
6.2.5.2 Princípios (art. 3º)
Legalidade, devendo ser conduzido em conformidade às normas; impessoalidade, pois não deve 
ser pautado por interesses pessoais ou fatores subjetivos; procedimento formal, observada a forma 
escrita, clara, pública e não livre; publicidade dos atos que conformam a licitação, sendo a transparência 
do processo, como o acesso aos editais, à divulgação do resultado etc.; igualdade entre todos os 
licitantes, vedada qualquer discriminação; sigilo na apresentação de propostas; vinculação ao edital e à 
carta‑convite que devem conter as regras a serem seguidas no processo licitatório, norteando o futuro 
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contrato; julgamento objetivo com a indicação da proposta vencedora pela Comissão de Licitação, a 
partir de critérios previamente fixados no instrumento convocatório; adjudicação compulsória tendo o 
vencedor o direito de ter o contrato garantido para si.
6.2.5.3 Fases
a) Abertura (art. 40): inicia‑se na repartição interessada com a abertura do processo em que a 
autoridade competente determina sua realização, com a consequente publicação do edital.
A comissão de licitação é composta de no mínimo três membros, sendo pelo menos dois deles 
servidores permanentes do órgão responsável pela licitação. Terá um presidente que atua oficialmente 
em seu nome.
• Publicação do edital – o edital é o instrumento vinculante para as partes, através do qual 
a administração pública leva ao conhecimento público a abertura da concorrência ou da 
tomada de preços, fixando as condições de sua realização e convocando os interessados para 
a apresentação de suas propostas. Sua divulgação é obrigatória pela Imprensa Oficial. Edital 
discriminatório ou omisso é passível de impugnação administrativa pelos interessados, desde 
que o façam por petição autônoma antes da entrega da documentação e da proposta.
• Carta‑convite é o instrumento convocatório dos interessados na modalidade de licitação 
denominada convite. É uma forma simplificada de edital dispensado por Lei de publicidade, 
pois é enviado diretamente aos possíveis proponentes, no qual se aplicam as regras do edital 
no que for cabível.
b) Habilitação (arts. 27 a 43): recebimento de documentação e propostas e habilitação dos licitantes 
– habilitados ou inabilitados. Observa‑se a regularidade das condições relativasà habilitação 
jurídica, à qualificação técnica, econômico‑financeira, à regularidade fiscal e aos Direitos sociais 
previstos no art. 7º, inc. XXXIII da CF. A abertura dos envelopes é realizada em sessão pública.
c) Julgamento: julgamento das propostas – desclassificação ou classificação. A proposta mais 
vantajosa é a que melhor atende ao interesse da administração pública e que melhor serve aos 
objetivos da licitação, observados os seguintes critérios: menor preço – mais comum, usual na 
contratação de obras e serviços que dispensam especialização; a administração busca vantagem 
econômica; melhor técnica – objetiva, obra, serviço, equipamentos mais duráveis; técnica e preço – 
técnica satisfatória e preço mais vantajoso; preço‑base – fixa‑se um preço inicial e se estabelecem 
os percentuais admissíveis de variação; maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou 
de concessão de Direito real de uso.
No caso de empate, a classificação será feita obrigatoriamente por meio de sorteio público, com a 
convocação dos licitantes (art. 45, § 2º), restando inconstitucionais os critérios estabelecidos pelo art. 
171 da CF, em razão da EC 6/95 (preferência à empresa nacional).
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d) Adjudicação e homologação: adjudicação é o ato pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da 
licitação para a subsequente efetivação do contrato. Homologação é o ato de controle pelo qual 
a autoridade superior confirma o julgamento das propostas e confere eficácia à adjudicação.
6.2.6 Modalidades licitatórias
a) Concorrência: modalidade de licitação própria para contratos de grande valor, nas concessões de 
Direito real de uso e nas licitações internacionais. Pode ser nacional ou internacional e podem 
participar quaisquer interessados que preencham os requisitos de qualificação fixados no edital. 
A antecedência mínima é de 30 dias (45 se contrato de empreitada integral com julgamento pela 
melhor técnica ou técnica e preço).
Figura 93 Figura 94 
Figura 95 – As grandes obras de infraestrutura devem ser 
precedidas de licitação, modalidade concorrência
b) Tomada de preços: realizada entre interessados previamente registrados (inclusive internacionais). 
Antecedência mínima de 15 dias.
c) Convite: modalidade mais simples, destinada às contratações de pequeno valor. Participam 
interessados do ramo pertinente ao futuro contrato, cadastrados ou não, em número mínimo de 
três. Antecedência mínima de 5 dias úteis.
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d) Concurso: destinada à escolha de trabalho técnico, de criação intelectual. Participam quaisquer 
interessados. Antecedência mínima de 45 dias.
e) Leilão: participam quaisquer interessados para a venda de bens móveis ou imóveis inservíveis, 
ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados. Destinado à venda de bens móveis e 
semoventes da administração.
f) Pregão: instituído pela LF nº 10.520/2002, regulamentada pelo Decreto nº 3.555/00, destina‑se 
à aquisição de bens e serviços comuns, sem limite de valor, em que a disputa é feita por meio 
de propostas e lances em sessão pública, eletrônica ou presencial. Inova em relação às demais 
modalidades licitatórias, ao menos em dois aspectos: há publicidade e conhecimento dos lances 
pelos licitantese invertem‑se as fases do processo licitatório com o julgamento das propostas 
precedendo a habilitação, por integrarem o SICAF – Sistema de Cadastramento Unificado de 
Fornecedores e sistemas semelhantes existentes nos estados e municípios. Tais inovações tornaram 
o pregão a modalidade mais utilizada na atualidade.
6.2.7 Contratação direta
São as hipóteses de contratação direta a dispensa e a inexigibilidade (LF nº 8.666/93, arts. 24 e 25):
• dispensa: é possível realizar a licitação, pois a situação enseja competitividade. A Lei, contudo, 
faculta a sua não realização, sendo o rol do art. 24 taxativo: pequeno vulto, emergência, guerra 
e grave perturbação da ordem; ausências concorrentes; produtos perecíveis; materiais de uso das 
Forças Armadas; outros casos previstos no art. 24 (e seus incs. I a XXIV);
• inexigibilidade: diz respeito às hipóteses em que a licitação é inviável, não sendo o rol do art. 25 
taxativo: fornecedor exclusivo; artistas; notória especialização (serviços técnicos listados no art. 13).
 Lembrete
Na dispensa, a licitação é possível, mas a Lei faculta a sua não realização. 
Na inexigibilidade, as circunstâncias não a permitem.
 Saiba mais
A Legislação sobre contratos administrativos e licitação: Lei Federal 
nº 8.666/93, 8.883/94, 8.987/95, 9.648/98, 9.854/99, 10.520/02 e 12.349/10.
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Unidade II
 Resumo
O Direito Civil constitui o vasto campo no qual são disciplinadas as 
relações jurídicas de Direito privado, como as familiares e contratuais. O 
capítulo tem início com o estudo dos fatos e atos jurídicos, centrando 
o foco na teoria dos negócios jurídicos, especialmente nos requisitos de 
validade e defeitos que eventualmente possam invalidá‑los.
O fenômeno da responsabilidade civil exige atenta análise em todas as suas 
manifestações, contratuais e extracontratuais, subjetiva ou objetiva, variando 
de acordo com a existência ou não de uma conduta culposa da qual resulta 
o evento lesivo. A abordagem inclui a distinção entre dano material e moral, 
e os demais elementos compõem o integral ressarcimento, bem como as 
excludentes do dever de indenizar, tais como caso fortuito, força maior, culpa 
exclusiva da vítima, culpa de terceiro, legítima defesa, estado de necessidade, 
estrito cumprimento do dever e a polêmica cláusula de não indenizar.
Como modalidade de negócio jurídico, a relação contratual é tratada 
a partir dos requisitos de sua Constituição, princípios que a regem, fases 
de formação, tipologia classificatória e garantias. Constituída a relação, 
essa poderá ser extinta pela via ordinária do pagamento com a regular 
quitação, pelo pagamento indireto em suas modalidades (consignação, 
novação, dação, imputação, sub‑rogação, confusão, compensação), pelo 
inadimplemento ou ainda pelo adimplemento defeituoso.
O Direito do Consumidor é um ramo relativamente recente no Brasil, 
por isso mesmo ainda em tormentosa construção, a relação de consumo 
encontra guarida no texto constitucional, regulamentada pela LF nº 
8.078/1990, editada no âmbito da Política Nacional de Consumo. Referido 
regramento dispões sobre o conceito de consumidor e de fornecedor, 
os elementos que caracterizam a relação de consumo e a distingue das 
relações amparadas pelo Direito Civil, dos Direitos básicos do consumidor e 
da proteção conferida ante práticas comerciais lesivas ao hipossuficiente, 
elo mais frágil da relação de consumo.
As relações do cidadão com o Estado são disciplinadas pelo Direito 
Administrativo, ramo do Direito público, cujos princípios fundamentais 
podem ser identificados no art. 37 da Constituição Federal.
A estrutura da administração pública brasileira, dividia em administração 
direta e indireta, é detidamente analisada salientando o surgimento de 
novas entidades como as agências.
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
A unidade ainda trata dos requisitos e da tipologia dos poderes da 
administração, em especial o poder de polícia, e dos atos administrativos,com ênfase nos atos vinculados/discricionários. Para que a atuação da 
Administração não fuja aos princípios estipulados na Constituição, o Direito 
brasileiro desenvolveu um complexo sistema de controle dos atos e poderes 
da administração, realizado por intermédio de órgãos internos da própria 
administração, pelos Poderes Legislativo e Judiciário, ou ainda por meio da 
sociedade civil.
Por fim, é apresentado o módulo o estudo dos contratos administrativos, 
com suas peculiaridades, e do processo licitatório, com suas fases e 
modalidades diversas, salientando ainda as vias de contratação direta 
previstas em Lei.
 Exercícios
Questão 1. O Hotel São Pedro, em Águas de São Pedro, foi palco de um acidente que vitimou uma 
menina de quatro anos, atingida por uma trave de sustentação de um balanço no qual ela brincava. A 
trave se soltou e golpeou a criança que morreu antes de ser socorrida, em razão de grande perda de 
sangue. Os pais da menina são uma brasileira e um francês. Eles moram na França e voltaram para lá 
dias após o acidente. A menina foi enterrada no Brasil. Embora residam na França eles ingressaram com 
uma ação de reparação de danos e incluíram um pedido de danos morais em razão da responsabilidade 
civil do hotel pela negligência na manutenção do brinquedo. Os advogados do hotel poderão contestar 
o pedido de danos morais sob alegação de que a morte da criança se deu em local diverso daquele onde 
moram seus pais?
A) Sim, porque estando longe do local onde ocorreram os fatos os pais se recuperarão mais facilmente 
do que se morassem no Brasil.
B) Não, porque a dor e a revolta dos pais só aumentam porque a negligência ocorreu em um país 
diferente daquele onde residem.
C) Sim, porque os pais sequer tiveram a preocupação de levar a menina para ser enterrada no país 
em que residem.
D) Não, porque a dor moral está prevista na legislação brasileira independente do local onde ocorreu 
o acidente que deu origem.
E) Sim, porque o local onde ocorreu o fato foi de escolha dos pais da criança.
Resposta correta: alternativa D.
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Análise das alternativas:
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a dor, a angústia, a tristeza causados pela perda de um ente querido estão na base do 
dever de indenizar danos morais e, em nenhuma hipótese, esses sentimentos estão relacionados com o 
local em que as pessoas moram.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a localidade em que ocorreu a negligência não importa para aumentar ou diminuir 
o sentimento pela perda do familiar, razão pela qual o dano moral será arbitrado pelo magistrado 
simplesmente pelo fato de ter ocorrido e não em razão de ter ocorrido em local diferente daquele onde 
residiam as vítimas.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a opção de enterrar a vítima fatal é indiferente para a determinação do dano moral, 
porque este é decorrente da atitude dolosa ou culposa do agente e não do procedimento dos familiares 
da vítima.
D) Alternativa correta.
Justificativa: a dor moral a ser indenizada é decorrente de atitude dolosa ou culposa do causador do 
dano como afirmado acima. A Lei determina que seja indenizado o dano moral independente do local 
onde ocorreu o acidente, onde residia a vítima fatal ou onde residiam seus familiares. A indenização será 
deferida mediante prova de ocorrência do fato danoso e da ligação entre a vítima fatal e aqueles que 
pedem a reparação. No caso da perda de um filho de pouca idade, a prova do vínculo filial é suficiente 
porque a dor da perda é inerente ao rompimento abrupto desse vínculo.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: os pais da criança escolheram um local regularmente instalado como hotel, com 
autorização de funcionamento por parte do poder público e confiaram que este lugar era responsável 
pela correta manutenção dos equipamentos de lazer ali instalados. Assim, não podem ser culpados pela 
escolha, porque o local era legalmente autorizado a funcionar.
Questão 2. Pedro Sérgio Taquito comprou um celular pela rede mundial de computadores, em 
um site especializado. O produto foi entregue 10 dias depois da compra. Pedro Sérgio verificou o 
produto e constatou que era muito diferente do que ele imaginou quando viu a foto na rede mundial 
de computadores e resolveu desistir da compra, nos termos do que permite o Código de Defesa do 
Consumidor. Entrou em contato com o site para saber como proceder a devolução e foi informado de 
que havia perdido o prazo de 7 dias para a devolução, porque o prazo era contado da data da compra. 
Além disso, o site informou que somente podem ser devolvidos produtos se houver uma justificativa 
legal para isso. Pedro Sérgio procurou um advogado que afirmou que:
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
I – Em conformidade com o Código de Defesa do Consumidor o prazo de devolução de 7 dias 
começa a contar da data em que o produto é entregue ao consumidor e, portanto, Pedro Sérgio estava 
no prazo legal para efetuar a devolução.
II – O Código de Defesa do Consumidor só prevê a possibilidade de devolução se o consumidor não 
receber o produto no momento em que ele é entregue, ou seja, o arrependimento tem que ocorrer até 
o momento da entrega.
III – A devolução do produto pode ser feita sem que o consumidor preste nenhuma justificativa. 
Basta decidir que não deseja mais o produto e providenciar a devolução.
IV – É necessário que o consumidor tenha um motivo justo e comprovado de que o produto não 
atende às especificações apresentadas no site para poder ser devolvido sem custos.
V – A devolução imotivada é possível, porém o consumidor terá que arcar com 20% do preço pelo 
fato do produto ter saído do estoque do fornecedor.
Assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas:
A) I e V.
B) II e III.
C) III e V.
D) II e IV.
E) I e III.
Resolução desta questão na plataforma.

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