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@ O A B A I V O U E U - X X X V I E X A M E D E O R D E M
S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U
E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A
A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O
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Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do
"DICAS MATADORAS", nosso material de reta final,
elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS
OABENÇOADAS para que você consiga obter o
máximo de resultado durante a sua preparação.
Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação,
aprender de forma prática e direta os conceitos e
institutos dos temas que mais caem na prova da
OAB!
Agora você pode estudar os temas diários propostos
no cronograma diretamente das DICAS
OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o
seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da
aprovação!
DIA 0801
13
19
36
47
57
DIA 09
DIA 10
DIA 11
DIA 12
DIA 13
 
 
 
1 
 
DICAS OABENÇOADAS 
AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXIV 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 PRIMEIRA DICA DO DIA 08 
1. PRINCÍPIOS E DIREITOS BÁSICOS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
Antes de mais nada, você deve saber que a 
Defesa do Consumidor tem proteção 
constitucional (Art. 5º, XXXII - o Estado 
promoverá, na forma da lei, a defesa do 
consumidor), portanto, trata-se de CLÁUSULA 
PÉTREA. 
A defesa do consumidor também tem previsão 
no artigo 170, V, da CF (PRINCÍPIO DA ORDEM 
ECONÔMICA) e no artigo 48, da ADCT. 
Portanto, o direito e a defesa do consumidor 
SÃO DIREITOS FUNDAMENTAIS, isso quer dizer 
que o ESTADO deve intervir nas relações de 
consumo. 
O CDC surgiu, primordialmente, com o objetivo 
de tutelar os desiguais, ou seja, tornar as 
relações entre os sujeitos da relação de 
consumo mais justas. 
O Código de Defesa do Consumidor é aplicável 
às instituições financeiras (súmula 297, STJ). 
Vale dizer, ainda, que por ser NORMA DE 
ORDEM PÚBLICA, estas são cogentes 
(coercitivas) e inderrogáveis (incontestáveis ou 
que podem ser alteradas) pela vontade ou 
ajuste das partes. 
Em se tratando de norma de ordem pública, 
pode o Juiz, de ofício, atuar nas relações de 
consumo. Contudo, nos contratos bancários, é 
vedado ao julgador reconhecer de ofício a 
abusividade das cláusulas (súmula 381, STJ). 
O CDC também é norma de interesse social, isso 
porque são relevantes e importantes para todas 
as pessoas. 
ATENÇÃO: O CDC não deve ser aplicado aos 
contratos pactuados antes de sua vigência, 
exceto se a obrigação for de trato sucessivo. 
O CDC não é aplicado em casos de contratos de 
locação e também nas relações entre 
condomínio e condôminos. 
Na relação entre advogados e clientes também 
não se aplica o CDC. 
E, também não se aplica o CDC: contratos entre 
postos e distribuidores de combustíveis, 
aquisição de bem ou serviços por pessoa física 
ou jurídica para melhoria de sua atividade 
comercial; relação entre representante 
comercial e empresa; contador e condomínio; 
contrato de prestação de serviços entre os 
correios e empresa; cotista e clube de 
investimento; beneficiários do INSS, crédito 
educativo; serviços notoriais; locação predial 
urbana (aqui há exceção: quando o contrato é 
feito por administradora, por contrato de 
adesão); lojistas e administradora de shopping 
center. 
ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
São os sujeitos da relação de consumo: 
CONSUMIDOR, FORNECEDOR, PRODUTO OU 
SERVIÇO. 
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que 
adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final. 
Portanto, consumidor pode ser PF ou PJ, desde 
que adquira o produto como DESTINATÁRIO 
FINAL. 
 
 
 
2 
 
A PESSOA JURÍDICA NÃO PODE USAR O BEM 
OU SERVIÇO COMO INSUMO PARA SER 
CONSIDERADA CONSUMIDORA. 
Quanto ao DESTINATÁRIO FINAL, é importante 
você saber: 
TEORIA MAXIMALISTA: Destinatário final é o 
destinatário FÁTICO, portanto, é aquele que 
retira o produto do mercado de consumo para 
seu próprio uso. 
TEORIA FINALISTA: Diz que além de o 
consumidor destinatário final tirar o produto do 
mercado, NÃO DEVE usar o produto com vias de 
obtenção de lucro. EX: Se eu levo o produto (ex: 
computador) para casa, eu sou consumidor, 
contudo, se utilizo o produto na minha empresa, 
se entrego para meus funcionários, não pode ser 
considerado consumidor. 
Em casos de dúvida, deve-se apelar para a 
VULNERABILIDADE (técnica, jurídica, 
econômica ou informacional). Acaso 
demonstrada a vulnerabilidade deve ser 
aplicado o CDC. 
Consumidor por equiparação: Equipara-se a 
consumidor a coletividade de pessoas, ainda 
que indetermináveis, que haja intervindo nas 
relações de consumo. Também é aquele 
previsto no art. 17, do CDC (CONSUMIDOR 
BYSTANDER = aquele que não participa 
diretamente da relação, mas sofre os efeitos do 
evento danoso - vítima). 
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, nacional ou estrangeira, 
bem como os entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividade de produção, 
montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, 
distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. 
DETALHE: PARA SER CONSIDERADO 
FORNECEDOR DEVE REALIZAR A ATIVIDADE 
COM HABITUALIDADE. Exemplo: Quando vendo 
meu carro próprio não estou atuando como 
fornecedor, pois ausente a habitualidade, 
contudo, se uma agencia de carros faz a venda, 
deve ser considerada como fornecedora, pois 
presente a habitualidade e há fim comercial. 
Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, 
material ou imaterial. 
Serviço é qualquer atividade fornecida no 
mercado de consumo, mediante remuneração, 
inclusive as de natureza bancária, financeira, 
de crédito e securitária, salvo as decorrentes 
das relações de caráter trabalhista. 
PERCEBA, PARA SER CONSIDERADO SERVIÇO 
DEVE HAVER O REQUISITO DA REMUNERAÇÃO. 
Passado isto, vamos, abaixo, ver quais são os 
princípios básicos do consumidor (são oriundos 
dos direitos básicos no consumidor, com 
previsão no artigo 6º, do CDC): 
1) PRINCÍPIO DA VUNERABILIDADE: Todo 
consumidor é, pela sua natureza, vulnerável em 
relação ao fornecedor. Vale dizer que por tal 
princípio, as cláusulas contratuais serão 
interpretadas de maneira mais favorável ao 
consumidor (artigo 47, CDC); também que o 
consumidor pode desistir do contrato, no prazo 
de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de 
recebimento do produto ou serviço, sempre que 
a contratação de fornecimento de produtos e 
serviços ocorrer fora do estabelecimento 
comercial, especialmente por telefone ou a 
domicílio (artigo 49, CDC) e nos contratos de 
compra e venda de móveis ou imóveis mediante 
pagamento em prestações, bem como nas 
alienações fiduciárias em garantia, consideram-
se nulas de pleno direito as cláusulas que 
estabeleçam a perda total das prestações pagas 
em benefício do credor que, em razão do 
inadimplemento, pleitear a resolução do 
contrato e a retomada do produto alienado 
(artigo 53, CDC). 
2) PRINCÍPIO DO DEVER GOVERNAMENTAL: 
Deve-se, através de órgãos públicos, buscar 
condições mais justas com vistas a garantir uma 
maior harmonia nas relações de consumo. 
 
 
 
3 
 
3) PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO NAS RELAÇÕES DE 
CONSUMO: Deve haver uma busca real e 
incessante por relações de consumo mais justas 
e equilibradas. Tal fato também deve nortear o 
julgador. Em razão de tal princípio também são 
vedadas práticas abusivas e outras em 
detrimento do consumidor. 
4) PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO: O fornecedor 
deve sempre passar informações claras, 
objetivas e diretas sobre seus produtos e 
serviços. É vedada a publicidade enganosa. 
5) PRINCÍPIO DA FACILITAÇÃO DA DEFESA DO 
DIREITO DO CONSUMIDOR: A defesa do 
consumidor deve ser simplificada e facilitada 
através de normas de direito material e 
processual. Exemplo: inversão do ônus da prova, 
responsabilidade objetiva do fornecedor, 
assistência judiciária ao consumidor. 
6) PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA: Tal 
princípio deve nortear não apenas as relações 
de consumo como todas as relações jurídicasde outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, III - cobrar tributos, a) em relação a 
fatos geradores ocorridos antes do início da 
vigência da lei que os houver instituído ou 
aumentado; 
 
Exceções ao princípio da irretroatividade: 
Art. 106 do CTN A lei aplica-se a ato ou fato 
pretérito: 
 I - Em qualquer caso, quando seja 
expressamente interpretativa, excluída a 
aplicação de penalidade à infração dos 
dispositivos interpretados; LEI INTERPRETATIVA 
 II - Tratando-se de ato não definitivamente 
julgado: 
 a) quando deixe de defini-lo como infração; 
 b) quando deixe de tratá-lo como contrário a 
qualquer exigência de ação ou omissão, desde 
que não tenha sido fraudulento e não tenha 
implicado em falta de pagamento de tributo; 
a) quando lhe comine penalidade menos 
severa que a prevista na lei vigente ao 
tempo da sua prática 
Princípio do não confisco: 
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: V - utilizar tributo com efeito de 
confisco 
 
Confisco é a tomada compulsória da 
propriedade privada pelo Estado, sem qualquer 
tipo de indenização, como também a cobrança 
excessiva de tributos de forma que fique 
impossível para o contribuinte cumprir com sua 
obrigação. 
 
O STF declarou a inconstitucionalidade de Lei do 
Estado do Amapá, que instituiu a Taxa de 
Controle, Acompanhamento e Fiscalização das 
Atividades de Exploração e Aproveitamento de 
Recursos Hídricos (TFRH). 
A Corte entendeu que o valor cobrado é muito 
superior em relação ao custo da atividade 
estatal relacionada (fiscalização das empresas 
que exploram recursos hídricos). Logo, não há 
proporcionalidade entre o custo da atividade 
estatal e o valor que será pago pelos particulares 
pela taxa. Isso viola as características da taxa, 
que é um tributo orientado pelo princípio da 
retributividade e que possui caráter 
contraprestacional e sinalagmático. 
Além disso, a lei previa que apenas 30% dos 
valores arrecadados com a taxa seriam 
utilizados em atividades relacionadas com a 
política de recursos hídricos e os 70% restantes 
iriam para a conta única do Tesouro Estadual. 
Isso demonstra o caráter arrecadatório desta 
taxa. 
Por fim, ao onerar excessivamente as empresas 
que exploram recursos hídricos, a referida taxa 
adquiriu feições verdadeiramente 
confiscatórias, dificultando, ou mesmo 
inviabilizando, o desenvolvimento da atividade 
econômica. Houve, portanto, violação ao que 
prevê o art. 150, IV, da CF/88, que proíbe que os 
tributos sejam utilizados com efeito 
de confisco. 
STF. Plenário. ADI 6211/AP, Rel. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 4/12/2019 (Info 962). 
 
PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO 
BASEADANA PROCDÊNCIA OU DESTINO: 
 
EXCEÇÕES DA ANTERIORIDADE 
Exceções 
anterioridade 
anual 
Exceções 
anterioridade 
nonagesimal 
II, IE, IPI, IOF II, IE, IOF 
Imposto 
extraordinário 
guerra 
Imposto 
extraordinário guerra 
Empréstimo 
compulsório 
(guerra/calamidad
e) 
Empréstimo 
compulsório 
(guerra/calamidade) 
Contribuições 
para 
financiamento da 
seguridade social 
IR 
ICMS monofásico 
combustível 
Base de cálculo IPTU 
CIDE combustível Base de cálculo IPVA 
 
 
 
24 
 
 Art. 152 DA CF- É vedado aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios estabelecer 
diferença tributária entre bens e serviços, de 
qualquer natureza, em razão de sua procedência 
ou destino. 
Este princípio não fala na UNIÃO. 
 
2. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
O QUE DEVO SABER: 
 
 As imunidades são localizadas exclusivamente 
na Constituição Federal, enquanto as isenções 
são localizadas nas legislações 
infraconstitucionais. 
Imunidades são vedações as tributações, o ente 
sequer têm competência para instituir ou cobrar 
o tributo, por sua vez, nas isenções, o ente tem 
competência para cobrar e instituir o tributo, 
mas por políticas tributárias ou legislativas opta 
por não tributar. 
Já na Alíquota zero, o fato gerador ocorre, mas 
o tributo não é pago porque a alíquota é zero. 
 
Imunidade= Ausência de competência 
Isenção= Causa de exclusão de crédito 
tributário. 
 
Súmula 649-STJ: Não incide ICMS sobre o 
serviço de transporte interestadual de 
mercadorias destinadas ao exterior. 
• aprovada em 28/04/2021, DJe 03/05/2021. 
 
1-IMUNIDADE RECÍPROCA: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos 
outros; 
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às 
autarquias e às fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, no que se refere 
ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
vinculados a suas finalidades essenciais ou às 
delas decorrentes 
 
As empresas públicas e as sociedades de 
economia mista delegatárias de serviços 
públicos essenciais, que não distribuam lucros 
a acionistas privados nem ofereçam risco ao 
equilíbrio concorrencial, são beneficiárias da 
imunidade tributária recíproca prevista no 
artigo 150, VI, a, da Constituição Federal, 
independentemente de cobrança de tarifa como 
contraprestação do serviço. STF. Plenário. RE 
1320054 RG, Rel. Ministro Presidente, julgado 
em 06/05/2021 (Repercussão Geral – Tema 
1140) 
 
 PRESTA ATENÇÃO: 
A imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, 
“a”, da Constituição) impede que os entes 
públicos criem uns para os outros obrigações 
relacionadas à cobrança de impostos, mas não 
veda a imposição de obrigações acessórias. STF. 
Plenário. ACO 1098, Rel. Roberto Barroso, 
julgado em 11/05/2020 (Info 980 – clipping). 
 
A imunidade tributária gozada pela OAB é da 
espécie recíproca (art. 150, VI, “a” da CF/88), na 
medida em que a OAB desempenha atividade 
própria de Estado (defesa da Constituição, da 
ordem jurídica do Estado democrático de 
direito, dos direitos humanos, da justiça social, 
bem como a seleção e controle disciplinar dos 
advogados). STF. Plenário. RE 259976 AgR, Rel. 
Min. Joaquim Barbosa, julgado em 23/03/2010. 
STF. Plenário. RE 405267, Rel. Min. Edson Fachin, 
julgado em 06/09/2018 
 
Constituição estadual não pode prever 
imunidade tributária para tributos estaduais e 
municipais incidente sobre os veículos de 
radiodifusão. 
STF. Plenário. ADI 773/RJ, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 20/8/2014 (Info 755) 
 
Os veículos automotores pertencentes aos 
Correios são imunes à incidência do IPVA por 
força da imunidade tributária recíproca (art. 
150, VI, “a”, da CF/88). 
STF. Plenário. ACO 879/PB, Rel. Min. Marco 
Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Roberto 
Barroso, 26/11/2014 (Info 769) 
 
Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa 
jurídica de direito público cedido a pessoa 
jurídica de direito privado, devedora do tributo. 
Ex: a União celebrou contrato de concessão de 
 
 
 
25 
 
uso de imóvel com uma empresa privada por 
meio da qual esta última poderia explorar 
comercialmente determinado imóvel 
pertencente ao patrimônio público federal. A 
empresa privada queria deixar de pagar IPTU 
alegando que o imóvel gozaria 
de imunidade tributária. O STF não aceitou a 
tese e afirmou que não incide a imunidade neste 
caso. 
STJ. 2ª Turma. AgRg-REsp 1.381.034/RJ, Rel. 
Min. Francisco Falcao, julgado em 09/05/2019 
 
Sociedade de economia mista, cuja 
participação acionária é negociada em Bolsas 
de Valores, e que, inequivocamente, está 
voltada à remuneração do capital de seus 
controladores ou acionistas, não está abrangida 
pela regra de imunidade tributária prevista no 
art. 150, VI, “a”, da Constituição, unicamente em 
razão das atividades desempenhadas. 
STF. Plenário. RE 600867, Rel. Joaquim Barbosa, 
Relator p/ Acórdão Luiz Fux, julgado em 
29/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 508) 
(Info 993 – clipping). 
 
2-IMUNIDADE RELIGIOSA: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios:VI - instituir impostos sobre: 
b) templos de qualquer culto; 
 
A maçonaria goza da imunidade religiosa? 
NÃO. A 1ª Turma do STF decidiu que as 
organizações maçônicas não estão incluídas no 
conceito de “templos de qualquer culto” ou de 
“instituições de assistência social” para fins de 
concessão da imunidade tributária prevista no 
art. 150, VI, b e c, da CF. Segundo entendeu o 
STF, a maçonaria seria uma ideologia de vida e 
não uma religião. Logo, as organizações 
maçônicas devem pagar IPTU e os demais 
impostos. STF. 1ª Turma. RE 562351/RS, rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, 4/9/2012. 
A entidade religiosa goza de imunidade 
tributária sobre o cemitério utilizado em suas 
celebrações, desde que este cemitério seja uma 
extensão da entidade religiosa. No caso 
julgado, o cemitério analisado era uma extensão 
da capela destinada ao culto da religião 
anglicana, situada no mesmo imóvel. 
STF. Plenário. RE 578562, Rel. Min. Eros Grau, 
julgado em 21/5/2008. 
3-IMUNIDADES PARA PARTIDOS POLÍTICOS, 
ENTIDADES SINDICAIS DE TRABALHADORES, 
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ENTIDADES DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL : 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios:VI - instituir impostos sobre: c) 
patrimônio, renda ou serviços dos partidos 
políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das 
instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da 
lei; 
Esta imunidade deverá respeitar algumas 
condições estabelecidas no CTN, sendo 
incluisive denominada,de imunidade 
condicional. 
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do 
artigo 9º é subordinado à observância dos 
seguintes requisitos pelas entidades nele 
referidas: 
– não distribuírem qualquer parcela de seu 
patrimônio ou de suas rendas, a qualquer 
título; 
- aplicarem integralmente, no País, os seus 
recursos na manutenção dos seus objetivos 
institucionais; 
- manterem escrituração de suas receitas e 
despesas em livros revestidos de formalidades 
capazes de assegurar sua exatidão. 
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste 
artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade 
competente pode suspender a aplicação do 
benefício. 
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do 
inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os 
diretamente relacionados com os objetivos 
institucionais das entidades de que trata este 
 
 
 
26 
 
artigo, previstos nos respectivos estatutos ou 
atos constitutivos. 
 
Somente as entidades fechadas de previdência 
social privada nas quais não há contribuição dos 
beneficiários gozam de imunidade tributária 
 (Súmula 730 do STF). 
 
4-IMUNIDADE DE IMPRENSA: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado 
a sua impressão 
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, 
d, da CF/88 aplica-se à importação e 
comercialização, no mercado interno, do livro 
eletrônico (e-book) e dos suportes 
exclusivamente utilizados para fixá-los, como 
leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda 
que possuam funcionalidades acessórias. STF. 
Plenário. Aprovada em 15/04/2020 
 
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é 
firme no sentido de que a distribuição de 
periódicos, revistas, publicações, jornais e livros 
não estão abrangidos pela imunidade tributária 
da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/88. 
STF. 2ª Turma. RE 630462 AgR, Rel. Min. Ayres 
Britto, julgado em 07/02/2012. 
 
O papel utilizado para a impressão de livros, 
jornais e periódicos também é imune. 
Não importa o tipo e a qualidade do papel. Basta 
que ele seja utilizado para a produção de livros, 
jornais e periódicos. 
Esta imunidade não alcança o barbante, a liga, a 
cola e outros insumos utilizados na produção e 
que não sejam papel. 
STF. 1ª Turma. RE 504615 AgR, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgado em 03/05/2011. 
 
Súmula 657-STF: A imunidade prevista no art. 
150, VI, “d”, da Constituição Federal abrange os 
filmes e papeis fotográficos necessários à 
publicação de jornais e periódicos 
 
5-IMUNIDADE MUSICAL 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
e) fonogramas e videofonogramas musicais 
produzidos no Brasil contendo obras musicais 
ou literomusicais de autores brasileiros e/ou 
obras em geral interpretadas por artistas 
brasileiros bem como os suportes materiais ou 
arquivos digitais que os contenham, salvo na 
etapa de replicação industrial de mídias ópticas 
de leitura a laser. 
 
É inconstitucional lei estadual que isenta 
entidades filantrópicas de recolher as taxas de 
retribuição autoral arrecadadas pelo ECAD. 
A lei estadual que cria novas hipóteses de não 
recolhimento de direitos autorais não previstas 
na Lei federal usurpa a competência privativa 
da União para legislar sobre direito civil, direito 
de propriedade e para estabelecer regras de 
intervenção no domínio econômico (art. 22, I, 
da CF/88). 
Além disso, essa lei estadual retira dos autores 
das obras musicais o seu direito exclusivo de 
utilização, publicação ou reprodução das obras 
ou do reconhecimento por sua criação, 
afrontando o art. 5º, XXII e XXVII, da CF/88. 
STF. Plenário. ADI 5800/AM, Rel. Min. Luiz Fux, 
julgado em 8/5/2019 (Info 939). 
 
3. RESPONSABILIDADE 
TRIBUTÁRIA/OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
O QUE DEVO SABER: 
A obrigação tributária é relação jurídica do 
credor, no caso o estado, com o devedor, pessoa 
física ou jurídica, responsável pelo pagamento 
de uma obrigação de fazer ou não fazer. 
As obrigações tributárias surgem com a 
ocorrência do fato gerador. Praticado o fato 
gerador deverá o devedor pagar um tributo ou 
penalidade pecuniária. 
É o que denominamos de obrigação principal da 
relação tributária. 
 
 
 
27 
 
Obrigação principal é sempre uma obrigação de 
dar dinheiro ao fisco, seja por meio de 
pagamento de tributo ou de penalidade. 
Já a obrigação acessória é a que decorre da 
legislação tributária e tem por objeto prestações 
positivas ou negativas. São as obrigações de 
fazer ou não fazer, diversas da de dar dinheiro. 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou 
acessória. 
 § 1º A obrigação principal surge com a 
ocorrência do fato gerador, tem por objeto o 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária 
e extingue-se juntamente com o crédito dela 
decorrente. 
 § 2º A obrigação acessória decorre da 
legislação tributária e tem por objeto as 
prestações, positivas ou negativas, nela 
previstas no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos. 
 § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato 
da sua inobservância, converte-se em obrigação 
principal relativamente à penalidade pecuniária. 
SE LIGUE: Poderá existir obrigação acessória 
independentemente da existência da 
obrigação principal. É DIFERENTE DO QUE 
OCORRE NO DIREITO CIVIL. 
EX: Uma pessoa imune ao ICMS, obrigação 
principal, mas possui a obrigação de escriturar 
os livros da sua empresa, obrigação acessória. 
Fato Gerador- 
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a 
situação definida em lei como necessária e 
suficiente à sua ocorrência. 
 Art. 115. Fato gerador da obrigação 
acessória é qualquer situação que, na forma da 
legislação aplicável, impõe a prática ou a 
abstenção de ato que não configure obrigação 
principal. 
 Art. 116. Salvo disposição de lei em 
contrário, considera-se ocorrido o fato gerador 
e existentes os seus efeitos: 
 I - Tratando-se de situação de fato, desde o 
momento em que o se verifiquem as 
circunstâncias materiais necessárias a que 
produza os efeitos que normalmente lhe são 
próprios; 
 II - Tratando-se de situação jurídica, desde o 
momento em que esteja definitivamenteconstituída, nos termos de direito aplicável. 
 Parágrafo único. A autoridade 
administrativa poderá desconsiderar atos ou 
negócios jurídicos praticados com a finalidade 
de dissimular a ocorrência do fato gerador do 
tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, 
observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária. 
Outro ponto importante é a ocorrência do fato 
gerador nas situações jurídicas condicionadas, 
ou seja, caso o negócio jurídico esteja sujeito a 
uma condição suspensiva, somente será 
considerado o fato gerador quando do 
implemento da condição e se esta condição dor 
resolutória, o fato gerador será considerado 
ocorrido desde a prática da celebração do ato ou 
contrato. 
Exemplo de uma condição suspensiva: faço a 
doação de um apartamento e estabeleço que 
esta somente produzira efeitos se o donatário 
casar, o casamento está colocado como 
condição suspensiva, pois de sua ocorrência fica 
a depender a produção dos efeitos da doação, 
logo, quando o donatário casar, este passará a 
ser proprietário do imóvel e o fato gerador do 
IPTU passará a ocorrer, vindo o donatário a ser 
responsável pelo pagamento do tributo. 
Ao contrário da condição suspensiva, nesta dita 
resolutória, o fato futuro, quando ocorrido 
encerra o efeito do negócio, ou seja, ele perdura 
até que o evento previsto ocorra. Ex: o fim de 
um casamento desfazendo uma doação, a qual 
foi feita sob a condição do donatário se casar. 
Nesta hipótese, o negócio estará aperfeiçoado 
quando da prática do ato ou da celebração do 
 
 
 
28 
 
negócio, sendo este os momentos a partir dos 
quais incidirão os tributos pertinentes. 
Enquanto, o donatário estiver casado, 
permanecerá a doação, bem como os deveres 
em termos de recolhimento dos eventuais 
tributos incidentes nessa relação, que se iniciam 
com o evento casamento. Uma vez que ele não 
esteja mais casado, encerra o vínculo 
obrigacional, pois presente a condição 
resolutória. 
Sujeito ativo e passivo da obrigação tributária- 
O sujeito ativo é a pessoa jurídica de direito 
público, titular de competência para exigir seu 
cumprimento. Já o sujeito passivo poderá ser o 
contribuinte, quando este tem relação pessoal e 
direta com o sujeito ativo ou poderá ser o 
responsável, quando sem revestir condição de 
contribuinte, sua obrigação decorra de expressa 
disposição em lei, diferentemente do 
contribuinte que possui uma obrigação pessoal 
e direta não sendo decorrente de expressa 
disposição legal. 
Sabemos que o sujeito passivo da obrigação 
tributária sofre com os todos os tributos que 
tem para pagar né? Pois é, diante dos inúmeros 
encargos tributários, o sujeito passivo procura 
anular ou reduzir essa carga tributária a ele 
imposta, seja de maneira lícita, como ilícita. 
Esses meios são a evasão, elisão e elusão. 
EVASÃO: Ocorre quando o sujeito utiliza de 
meios Ilícitos para fugir da carga tributária. Ele 
tenta ocultar a ocorrência do fato gerador ou 
utiliza de meios ilícitos para tornar menos 
onerosa a obrigação tributária, sendo sua 
ocorrência, em regra, APÓS a realização do fato 
gerador. 
Ex: Quando o dono de um supermercado não 
emite notas fiscais, afim de ocultar a ocorrência 
do fato gerador do ICMS. 
ELISÃO: Utiliza de meios LÍCITOS para que o fato 
gerador não ocorra ou que a onerosidade deste 
seja menor. Em regra, ocorre ANTES do fato 
gerador. 
ELUSÃO: Já a elusão, é uma espécie de elisão 
ilícita. Como assim? O sujeito utiliza de um 
negócio jurídico Lícito, para simular, iludir o fisco 
e não pagar o tributo. 
Ex: A vende um apartamento para B e B vende 
um apartamento para A, com isso deveria ser 
pago o ITBI, por ambos. Ocorre, que eles não 
querem pagar. E ai?? Eles fazem um contrato de 
sociedade e integralizam os apartamentos como 
parte do capital de cada um a fazer parte da 
sociedade, posteriormente dissolvem a 
sociedade e retiram os bens que colocaram para 
integralizar as contas, sem pagar qualquer 
tributo, pois tal ato faz parte de imunidade 
empresarial. 
Como gravei: EVASÃO= Lembra evadir, fugir.... 
logo é algo ilícito. 
Elisão= lí DE LÍCITO. 
ELUSÃO= lembra Ilusão, simulação. 
São solidárias as pessoas que possuem interesse 
em comum na situação que constitua o fato 
gerador da obrigação. 
A solidariedade NÃO COMPORTA BENEFÍCIO 
DE ORDEM. 
No direito Tributário NÃO EXISTE solidariedade 
ativa. Além disso, a solidariedade passiva não 
pode resultar da vontade das partes, ela é 
imposta por meio de lei. 
 Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
 I - As pessoas que tenham interesse comum 
na situação que constitua o fato gerador da 
obrigação principal; 
 II - As pessoas expressamente designadas 
por lei. 
 Parágrafo único. A solidariedade referida 
neste artigo não comporta benefício de ordem. 
 
 
 
29 
 
 Art. 125. Salvo disposição de lei em 
contrário, são os seguintes os efeitos da 
solidariedade: 
 I - O pagamento efetuado por um dos 
obrigados aproveita aos demais; 
 II - A isenção ou remissão de crédito 
exonera todos os obrigados, salvo se outorgada 
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse 
caso, a solidariedade quanto aos demais pelo 
saldo; 
 III - a interrupção da prescrição, em favor 
ou contra um dos obrigados, favorece ou 
prejudica aos demais. 
#LINKMENTAL 
ISENÇAO= DISPENSA LEGAL DO PAGAMENTO 
DO TRIBUTO. 
REMISSÃO= PERDÃO DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA, 
QUE NÃO OCORREU DE ATO ILÍCITO. 
 
#BÔNUS 
#CASOQUEIRAESTUDARSETIVERTEMPO 
COMPETÊNCIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA 
Competência tributária é a capacidade que a 
pessoa jurídica de direito público tem para criar 
tributos. 
Art. 7º, CTN A competência tributária é 
indelegável, salvo atribuição das funções de 
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar 
leis, serviços, atos ou decisões administrativas 
em matéria tributária, conferida por uma pessoa 
jurídica de direito público a outra, nos termos do 
§ 3º do artigo 18 da Constituição. 
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os 
privilégios processuais que competem à pessoa 
jurídica de direito público que a conferir. 
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer 
tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de 
direito público que a tenha conferido. 
§ 3º Não constitui delegação de competência o 
cometimento, a pessoas de direito privado, do 
encargo ou da função de arrecadar tributos. 
 
Art. 8º, CTN. O não-exercício da competência 
tributária não a defere a pessoa jurídica de 
direito público diversa daquela a que a 
Constituição a tenha atribuído 
 
Já a capacidade tributária é uma função 
administrativa, é possibilidade de arrecadar ou 
cobrar tributo. 
 
 
COMPETÊNCIA 
TRIBUTÁRIA 
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA 
ATIVA 
Aptidão para criar 
tributos 
Aptidão, de natureza 
administrativa, de cobrar ou 
arrecadar tributos aos 
cofres públicos 
Exclusiva das 
pessoas jurídicas 
de direito público 
integrantes da 
Administração 
Direta = 
INDELEGÁVEL 
Poderá haver a delegação 
legal da capacidade 
tributária ativa = 
PARAFISCALIDADE 
 
 
ÉTICA 
SEGUNDA MATÉRIA DO DIA 10 
1. PROCESSO DISCIPLINAR 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O tema é muito cobrado e exige máxima 
atenção. 
Aqui, vamos começar com os artigos do EAOAB, 
artigos 68 ao 77, e os artigos 55 ao 69, do 
CEDOAB. 
ORDINARIAMENTE se aplica o processo 
disciplinar, SUBSIDIRIAMENTE aplica-se as 
regras da legislação processual penal comum e, 
aos demais processos, as regras gerais do 
procedimento administrativo comum e da 
legislação processual civil, nessa ordem. 
PRAZO DE DEFESA E RECURSOS: Todos os prazos 
necessários à manifestação de advogados, 
 
 
 
30 
 
estagiários e terceiros, nos processos em geral 
da OAB, são de quinze dias. 
Atenção: O prazo para defesa prévia pode ser 
prorrogado por motivo relevante, a juízo do 
relator. 
Atenção: Se, após a defesa prévia, o relator 
se manifestar pelo indeferimento liminar da 
representação, este deve ser decidido peloPresidente do Conselho Seccional, para 
determinar seu arquivamento. 
Em casos de revelia ou quando o representado 
não for encontrado, o Presidente do Conselho 
ou da Subseção deve designar-lhe defensor 
dativo. 
CONTAGEM DE PRAZO: 
1) Nos casos de comunicação por 
ofício reservado, ou de notificação 
pessoal, o prazo se conta a partir do 
dia útil imediato ao da notificação 
do recebimento. 
2) No caso de atos, notificações e 
decisões divulgados por meio do 
Diário Eletrônico da Ordem dos 
Advogados do Brasil, o prazo terá 
início no primeiro dia útil 
seguinte à publicação. 
Fique ligado: EM CASO DE NOTIFICAÇÃO INICIAL 
PARA APRESENTAÇÃO DA DEFESA PRÉVIA ou 
manifestação em PAD (Processo administrativo) 
que corre na OAB, esta notificação deve ser 
realizada através de CORRESPONDÊNCIA 
ACOMPANHADA DE AR (AVISO DE 
RECEBIMENTO), além de ser enviada para o 
endereço profissional ou residencial constante 
do cadastro do Conselho Seccional. 
O poder de punir disciplinarmente os inscritos 
na OAB compete exclusivamente ao Conselho 
Seccional em cuja base territorial tenha 
ocorrido a infração (PRESTE ATENÇÃO: NÃO É O 
CONSELHO SECCIONAL DE ORIGEM DO 
ADVOGADO, MAS SIM O DO LOCAL ONDE 
OCORREU O FATO), salvo se a falta for 
cometida perante o Conselho Federal. 
O julgamento será realizado pelo Tribunal de 
Ética e Disciplina, do Conselho Seccional 
competente. 
Quando da decisão condenatória irrecorrível 
deve ser imediatamente comunicada ao 
Conselho Seccional onde o representado 
tenha inscrição principal, para constar dos 
respectivos assentamentos. 
Quando da instauração do processo, o Tribunal 
de Ética e Disciplina do Conselho onde o 
acusado tenha inscrição principal pode 
suspendê-lo preventivamente. 
Quando isso pode ser feito? 
Em caso de repercussão prejudicial à dignidade 
da advocacia. 
ATENÇÃO: É NECESSÁRIO OUVIR O 
REPRESENTADO EM SESSÃO ESPECIAL, PARA A 
QUAL ESTE DEVE SER NOTIFICADO PARA 
COMPARECER. 
Neste caso, o processo disciplinar deve ser 
concluído no prazo máximo de noventa dias. 
INCÍCIO DO PROCESSO: O processo disciplinar 
instaura-se de ofício ou mediante 
representação de qualquer autoridade ou 
pessoa interessada. 
A instauração, de ofício, do processo disciplinar 
dar-se-á em função do conhecimento do fato, 
quando obtido por meio de fonte idônea ou em 
virtude de comunicação da autoridade 
competente (DENÚNCIA ANÔNIMA NÃO É 
FONTE IDÔNEA)! 
Quando se der mediante representação esta 
será formulada ao Presidente do Conselho 
Seccional ou ao Presidente da Subseção, por 
escrito ou verbalmente (esta deve ser reduzida 
a termo). 
ATENÇÃO: A representação contra membros do 
Conselho Federal e Presidentes de Conselhos 
Seccionais é processada e julgada pelo 
 
 
 
31 
 
Conselho Federal. Já a representação contra 
dirigente de Subseção é processada e julgada 
pelo Conselho Seccional. 
Parágrafo único. Nas Seccionais cujos 
Regimentos Internos atribuírem competência 
ao Tribunal de Ética e Disciplina para instaurar 
o processo ético disciplinar, a representação 
poderá ser dirigida ao seu Presidente ou será a 
este encaminhada por qualquer dos dirigentes 
referidos no caput deste artigo que a houver 
recebido. 
Os requisitos da representação estão no artigo 
57, do CEDOAB. 
Recebida a representação deverá ser designado 
RELATOR (por sorteio). Os atos de instrução 
processual podem ser delegados ao Tribunal de 
Ética e Disciplina, se assim dispuser o regimento 
interno da Seccional. 
O relator, atendendo aos critérios de 
admissibilidade, emitirá parecer propondo a 
instauração de processo disciplinar ou o 
arquivamento liminar da representação, no 
prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de 
redistribuição do feito pelo Presidente do 
Conselho Seccional ou da Subseção para outro 
relator, observando-se o mesmo prazo. 
O Presidente do Conselho competente ou, 
conforme o caso, o do Tribunal de Ética e 
Disciplina, proferirá despacho declarando 
instaurado o processo disciplinar ou 
determinando o arquivamento da 
representação, nos termos do parecer do 
relator ou segundo os fundamentos que adotar. 
ATENÇÃO: O processo disciplinar tramita em 
sigilo, até o seu término, só tendo acesso às 
suas informações as partes, seus defensores e a 
autoridade judiciária competente! 
Nos casos de infração ético-disciplinar punível 
com censura, será admissível a celebração de 
termo de ajustamento de conduta 
(regulamentado em provimento do Conselho 
Federal da OAB), se o fato apurado não tiver 
gerado repercussão negativa à advocacia. 
Como já visto, via de regra, os prazos são de 15 
dias, inclusive, compete ao relator do processo 
disciplinar determinar a notificação dos 
interessados para prestar esclarecimentos ou a 
do representado para apresentar defesa prévia, 
no prazo de 15 (quinze) dias, em qualquer caso. 
A notificação inicial será expedida para o 
endereço constante do cadastro de inscritos do 
Conselho Seccional. 
Também como já visto, se o representado não 
for encontrado ou ficar revel, o Presidente do 
Conselho competente ou, conforme o caso, o do 
Tribunal de Ética e Disciplina designar-lhe-á 
defensor dativo. 
Oferecida a defesa prévia, que deve ser 
acompanhada dos documentos que possam 
instruí-la e do rol de testemunhas, até o limite 
de 5 (cinco), designada, se for o caso, audiência 
para oitiva do representante, do representado 
e das testemunhas. 
DETALHE: Quem indica as testemunhas fica 
responsável comparecimento, salvo se ao 
apresentarem o respectivo rol, requererem, por 
motivo justificado, que elas sejam notificadas a 
comparecer à audiência de instrução do 
processo. 
FIQUE ATENTO: O relator pode indeferir a 
produção de provas se estas forem tidas como 
desnecessárias ou protelatórias, impertinentes 
ou ilícitas. Deverá haver FUNDAMENTAÇÃO. 
Após a conclusão da instrução o relator deverá 
proferir parecer preliminar, que será submetido 
o Tribunal de ética. 
O prazo para razões finais segue a regra de 
quinze dias. 
O processo será incluído em pauta na primeira 
sessão de julgamentos após a distribuição ao 
relator. O representante e o representado são 
notificados pela Secretaria do Tribunal, com 15 
(quinze) dias de antecedência, para 
comparecerem à sessão de julgamento. 
 
 
 
32 
 
De acordo com o artigo 61, do CEDOAB, do 
julgamento do processo disciplinar lavrar-se-á 
acórdão (que sempre trará EMENTA), do qual 
constarão, quando procedente a 
representação, o enquadramento legal da 
infração, a sanção aplicada, o quórum de 
instalação e o de deliberação, a indicação de 
haver sido esta adotada com base no voto do 
relator ou em voto divergente, bem como as 
circunstâncias agravantes ou atenuantes 
consideradas e as razões determinantes de 
eventual conversão da censura aplicada em 
advertência sem registro nos assentamentos 
do inscrito. 
FIQUE LIGADO: Na hipótese prevista no art. 70, 
§ 3º, do EAOAB (grave repercussão á dignidade 
da advocacia), em sessão especial designada 
pelo Presidente do Tribunal, serão facultadas ao 
representado ou ao seu defensor a 
apresentação de defesa, a produção de prova e 
a sustentação oral. 
Todos os recursos têm efeito suspensivo, 
exceto quando tratarem de eleições (art.63 e 
seguintes), de suspensão preventiva decidida 
pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de 
cancelamento da inscrição obtida com falsa 
prova (art. 77, EAOAB). 
CABIMENTO DO RECURSO: Cabe recurso ao 
Conselho Federal de todas as decisões 
definitivas proferidas pelo Conselho Seccional, 
quando não tenham sido unânimes ou, sendo 
unânimes, contrariem esta Lei, decisão do 
Conselho Federal ou de outro Conselho 
Seccional e, ainda, o Regulamento Geral, o 
Código de Ética e Disciplina e os Provimentos. 
Portanto, temos que: 
Cabe recurso ao CONSELHO FEDERAL de todas 
as decisões definitivas proferidas pela 
SECCIONAL, quando: 
1) Não tenham sido unânimes 
2) Sendo unânimes, contrariem esta lei, decisão 
do Conselho Federal ou outro Conselho 
Seccional,o CED ou o RGOAB. 
COMO JÁ CAIU (2019): 
O Conselho Seccional X da OAB proferiu duas 
decisões, ambas unânimes e definitivas, em dois 
processos distintos. Acerca da matéria que é 
objeto do processo 1, há diversos julgados, em 
sentido diametralmente oposto, proferidos pelo 
Conselho Seccional Y da OAB. Quanto ao 
processo 2, há apenas uma decisão contrária, 
outrora proferida pelo Conselho Federal da 
OAB. De acordo com a situação narrada, assinale 
a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) Cabe recurso da decisão proferida no 
processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com 
fundamento na divergência com as decisões 
emanadas do Conselho Seccional Y. Também 
cabe recurso da decisão proferida no processo 2 
ao Conselho Federal da OAB, com base na 
divergência com a decisão anterior do Conselho 
Federal. 
B) Não cabe recurso da decisão proferida no 
processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com 
fundamento na divergência com as decisões 
emanadas do Conselho Seccional Y. No entanto, 
cabe recurso da decisão proferida no processo 2 
ao Conselho Federal da OAB, com base na 
divergência com a decisão anterior do Conselho 
Federal. 
C) Cabe recurso da decisão proferida no 
processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com 
fundamento na divergência com as decisões 
emanadas do Conselho Seccional Y. No entanto, 
não cabe recurso da decisão proferida no 
processo 2 ao Conselho Federal da OAB, com 
base na divergência com a decisão anterior do 
Conselho Federal. 
D) Não cabem recursos das decisões proferidas 
no processo 1 e no processo 2, tendo em vista a 
definitividade das decisões emanadas do 
Conselho Seccional. 
Fácil perceber, portanto, que certa é a LETRA A. 
 
 
 
33 
 
Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as 
decisões proferidas por seu Presidente, pelo 
Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela diretoria 
da Subseção ou da Caixa de Assistência dos 
Advogados. 
REVISÃO DO PAD: É permitida a revisão do 
processo disciplinar QUANDO OCORRER: 1) por 
erro de julgamento 2) por condenação baseada 
em falsa prova. 
Tem legitimidade para requerer a revisão o 
advogado punido com a sanção disciplinar. 
A competência para processar e julgar o 
processo de revisão é do órgão de que emanou 
a condenação final (Quando o órgão 
competente for o Conselho Federal, a revisão 
processar-se-á perante a Segunda Câmara, 
reunida em sessão plenária). 
ATENÇÃO: O pedido de revisão terá autuação 
própria, devendo os autos respectivos ser 
apensados aos do processo disciplinar a que se 
refira. 
MUITA ATENÇÃO: O pedido de revisão não 
suspende os efeitos da decisão condenatória, 
salvo quando o relator, ante a relevância dos 
fundamentos e o risco de consequências 
irreparáveis para o requerente, conceder tutela 
cautelar para que se suspenda a execução. 
O advogado que tenha sofrido sanção disciplinar 
poderá requerer reabilitação no prazo de um 
ano após seu cumprimento, em face de provas 
efetivas de bom comportamento. 
A competência para processar e julgar o pedido 
de reabilitação é do Conselho Seccional em que 
tenha sido aplicada a sanção disciplinar. Nos 
casos de competência originária do Conselho 
Federal, perante este próprio se tramitará o 
pedido de reabilitação. 
O pedido de reabilitação terá autuação própria, 
devendo os autos respectivos ser apensados 
aos do processo disciplinar a que se refira. 
O pedido de reabilitação DEVERÁ ser instruído 
com provas de bom comportamento, no 
exercício da advocacia e na vida social, 
cumprindo à Secretaria do Conselho 
competente certificar, nos autos, o efetivo 
cumprimento da sanção disciplinar pelo 
requerente. 
Nos casos em que o pedido não for 
suficientemente instruído, o relator deverá 
designar prazo para a complementação da 
documentação. Contudo, acaso não cumprida a 
determinação o pedido será liminarmente 
arquivado. 
 
2. PUBLICIDADE NA ADVOCACIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O tema é previsto junto aos Art. 39 ao 47-A, do 
CEDOAB. 
Como você já deve saber, a publicidade 
profissional do advogado deve ter caráter 
meramente informativo e deve primar pela 
discrição e sobriedade, não podendo, JAMAIS, 
configurar captação de clientela ou 
mercantilização da profissão. 
ATENÇÃO: O uso de publicidade de placas, 
outdoors, televisão, muros, veículos, paredes, 
panfletos, oferecimento dos serviços de 
advocacia em conjunto com outras atividades, 
dentre outros previstos no artigo 40, do EAOAB, 
são EXPRESSAMENTE VEDADOS. 
ATENÇÃO: para fins de identificação dos 
escritórios de advocacia (localização), é 
permitida a utilização de placas, painéis 
luminosos e inscrições em suas fachadas, desde 
que respeitadas as diretrizes previstas acima. 
Tudo que se afigure como “captação de 
clientela” é VEDADO! 
A telefonia e a internet podem ser usados 
como veículo de publicidade, para o envio de 
mensagens a destinatários certos, desde que 
estas não impliquem o oferecimento de serviços 
ou representem forma de captação de clientela. 
 
 
 
34 
 
Em cartões de advogado e eventual outro tipo 
de publicidade, o advogado fará constar seu 
nome, nome social ou o da sociedade de 
advogados, o número ou os números de 
inscrição na OAB. 
Acaso queira, pode constar os títulos 
acadêmicos e as distinções honoríficas 
relacionadas à vida profissional, bem como as 
instituições jurídicas de que faça parte, e as 
especialidades a que se dedicar, o endereço, e-
mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo 
e a fotografia do escritório, o horário de 
atendimento e os idiomas em que o cliente 
poderá ser atendido. 
É proibido o uso de fotografias pessoais ou 
de terceiros nos cartões de visitas do 
advogado, bem como menção a qualquer 
emprego, cargo ou função ocupado, atual ou 
pretérito, em qualquer órgão ou instituição, 
salvo o de professor universitário. 
São admissíveis como formas de publicidade o 
patrocínio de eventos ou publicações de caráter 
científico ou cultural, assim como a divulgação 
de boletins, por meio físico ou eletrônico, 
sobre matéria cultural de interesse dos 
advogados, desde que sua circulação fique 
adstrita a clientes e a interessados do meio 
jurídico. 
Será admitida a celebração de termo de 
ajustamento de conduta (TAC) no âmbito dos 
Conselhos Seccionais e do Conselho Federal 
para fazer cessar a publicidade irregular 
praticada por advogados e estagiários. 
É permitido o marketing jurídico, desde que 
exercido de forma compatível com os preceitos 
éticos e respeitadas as limitações impostas pelo 
Estatuto da Advocacia, Regulamento Geral, 
Código de Ética e Disciplina e por este 
Provimento (Provimento 205/2021 – leia 
integralmente). 
Uma das inovações mais marcantes pelo 
provimento foi a autorização do 
impulsionamento de conteúdos, que consiste no 
pagamento para que uma publicação seja vista 
por um público mais amplo, atingindo mesmo 
aqueles que não curtem ou seguem a página. 
Nesse sentido é o artigo 4, do provimento 
acima citado: 
No marketing de conteúdos jurídicos poderá ser 
utilizada a publicidade ativa ou passiva, desde 
que não esteja incutida a mercantilização, a 
captação de clientela ou o emprego excessivo de 
recursos financeiros, sendo admitida a utilização 
de anúncios, pagos ou não. 
No mesmo sentido, o artigo 5: 
A publicidade profissional permite a utilização 
de anúncios, pagos ou não, nos meios de 
comunicação não vedados pelo art. 40 do 
Código de Ética e Disciplina. 
Vale saber a diferença entre publicidade ativa e 
passiva: 
VI - Publicidade ativa: divulgação capaz de 
atingir número indeterminado de pessoas, 
mesmo que elas não tenham buscado 
informações acerca do anunciante ou dos temas 
Anunciados; (Fica vedada, na publicidade ativa, 
qualquer informação relativa às dimensões, 
qualidades ou estrutura física do escritório, 
assim como a menção à promessa de resultados 
ou a utilização de casos concretos para oferta de 
atuação profissional). 
VII - Publicidade passiva: divulgação capaz de 
atingir somente públicocerto que tenha 
buscado informações acerca do anunciante ou 
dos temas anunciados, bem como por aqueles 
que concordem previamente com o 
recebimento do anúncio. (Fica vedada em 
qualquer publicidade a ostentação de bens 
relativos ao exercício ou não da profissão, como 
uso de veículos, viagens, hospedagens e bens de 
consumo, bem como a menção à promessa de 
resultados ou a utilização de casos concretos 
para oferta de atuação profissional). 
Ficou permitida a participação do advogado ou 
da advogada em vídeos ao vivo ou gravados, na 
 
 
 
35 
 
internet ou nas redes sociais, assim como em 
debates e palestras virtuais, desde que 
observadas as regras dos arts. 42 e 43 do CED, 
sendo vedada a utilização de casos concretos ou 
apresentação de resultados. 
Restou vedado o pagamento, patrocínio ou 
efetivação de qualquer outra despesa para 
viabilizar aparição em rankings, prêmios ou 
qualquer tipo de recebimento de honrarias em 
eventos ou publicações, em qualquer mídia, 
que vise destacar ou eleger profissionais como 
detentores de destaque. 
É permitida a utilização de logomarca e 
imagens, inclusive fotos dos(as) advogados(as) e 
do escritório, assim como a identidade visual 
nos meios de comunicação profissional, contudo 
é vedada a utilização de logomarca e símbolos 
oficiais da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Não é permitido vincular os serviços 
advocatícios com outras atividades ou 
divulgação conjunta de tais atividades, salvo a 
de magistério, ainda que complementares ou 
afins. 
3. INFRAÇÕES E SANÇÕES 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
As Infrações Disciplinares são devidamente 
elencadas no estatuto (art. 34 e seguintes), 
sendo aplicáveis apenas aos inscritos nos 
quadros da OAB (advogados e estagiários). 
As infrações são puníveis com censura, 
suspensão ou exclusão dos quadros da OAB, 
além de multa (Art. 35). 
A censura tem natureza é uma infração do tipo 
leve, sendo cabível nos casos das infrações 
definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34; 
violação a preceito do Código de Ética e 
Disciplina; violação a preceito do ESTATUTO, 
quando para a infração não se tenha 
estabelecido sanção mais grave. 
ATENÇÃO: A censura pode ser convertida em 
advertência, em ofício reservado, sem registro 
nos assentamentos do inscrito, quando 
presente circunstância atenuante. 
A suspensão é aplicável nos casos de infrações 
definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34 e 
reincidência em infração disciplinar. 
A suspensão acarreta ao infrator a interdição 
do exercício profissional, em todo o território 
nacional, pelo prazo de trinta dias a doze 
meses. 
OBS: Nas hipóteses dos incisos XXI (recusar-se, 
injustificadamente, a prestar contas ao cliente 
de quantias recebidas dele ou de terceiros por 
conta dele) e XXIII (deixar de pagar as 
contribuições, multas e preços de serviços 
devidos à OAB, depois de regularmente 
notificado a fazê-lo) do art. 34, a suspensão 
perdura até que satisfaça integralmente a 
dívida, inclusive com a correção monetária. 
Na hipótese do inciso XXIV (incidir em erros 
reiterados que evidenciem inépcia profissional) 
do art. 34, a suspensão perdura até que preste 
novas provas de habilitação. 
A exclusão é a mais grave das penalidades e é 
aplicável nos casos de aplicação, por três vezes, 
de suspensão e das infrações definidas nos 
incisos XXVI a XXVIII do art. 34, do estatuto. 
Para a aplicação de exclusão é necessária a 
manifestação favorável de dois terços dos 
membros do Conselho Seccional competente. 
Com a exclusão o advogado tem a inscrição 
cancelada. 
OBSERVALÇAO IMPORTANTE: Fica impedido 
de exercer o mandato o profissional a quem 
forem aplicadas as sanções disciplinares de 
suspensão ou exclusão. 
A multa é aplicável cumulativamente com a 
censura ou suspensão, em havendo 
circunstâncias agravantes. 
O valor da multa é variável entre o mínimo 
correspondente ao valor de uma anuidade e 
o máximo de seu décuplo. 
 
 
 
36 
 
ATENÇÃO: É permitido ao que tenha sofrido 
qualquer sanção disciplinar requerer, um ano 
após seu cumprimento, a reabilitação, em face 
de provas efetivas de bom comportamento. 
ATENÇÃO1: Quando a sanção disciplinar 
resultar da prática de crime, o pedido de 
reabilitação depende também da 
correspondente reabilitação criminal. 
PRESCRIÇÃO: A pretensão à punibilidade das 
infrações disciplinares prescreve em cinco 
anos, contados da data da constatação oficial 
do fato. 
PRESCRIÇAO INTERCORRENTE: Aplica-se a 
prescrição a todo processo disciplinar 
paralisado por mais de três anos, 
pendente 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
DICA DO DIA 11 
1. COMPETÊNCIA TRABALHISTA E 
INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A competência na Justiça Trabalhista é 
determinada pela localidade onde o 
empregado, reclamante ou reclamado, prestar 
serviços ao empregador, ainda que tenha sido 
contratado noutro local ou no estrangeiro. 
Portanto, sempre lembre-se: A competência 
para julgamento, via de regra, será determinada 
pela LOCALIDADE em que o empregado PRESTA 
SERVIÇOS! 
Quando se tratar de demanda que envolva 
agente ou viajante comercial, a competência 
será da Junta da localidade em que a empresa 
tenha agência ou filial e a esta o empregado 
esteja subordinado e, na falta, será 
competente a Junta da localização em que o 
empregado tenha domicílio ou a localidade 
mais próxima. 
Vejamos o que diz a Jurisprudência: 
TRT-1 - Recurso Ordinário Trabalhista RO 
01007495720165010019 RJ (TRT-1) 
Jurisprudência•Data de publicação: 09/07/2019 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL. A competência 
territorial, na Justiça do Trabalho, é 
determinada pela localidade onde o 
empregado presta os serviços e, não sendo o 
autor agente ou viajante comercial, tampouco a 
ré realizando atividades fora do lugar do 
contrato, prevalece a norma contida no caput 
do art. 651 da CLT. 
Em se tratando de empregador que promova 
realização de atividades fora do lugar do 
contrato de trabalho (EX: CIRCO), é assegurado 
ao empregado apresentar reclamação no foro 
da celebração do contrato ou no da prestação 
dos respectivos serviços. 
Mas lembre-se sempre que a regra é que a ação 
trabalhista deve ser ajuizada no local onde 
ocorreu a prestação de serviços, ainda que o 
empregado tenha sido contratado em outra 
localidade ou no exterior. 
Acaso o empregado entre com ação trabalhista 
em vara incompetente para julgamento, caberá 
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO 
LUGAR, cujo prazo é de 05 dias. 
O prazo de cinco dias deve ser contado da 
notificação e a deve ser própria. 
Protocolada a petição de exceção de 
incompetência, será suspenso o processo e não 
se realizará a audiência a que se refere o art. 843 
da CLT até que a Exceção seja decidida. 
Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, 
que intimará o reclamante e, se existentes, os 
litisconsortes, para manifestação no prazo 
comum de cinco dias. 
Se entender necessária a produção de prova 
oral, o juízo designará audiência, garantindo o 
direito de o excipiente e de suas testemunhas 
serem ouvidos, por carta precatória, no juízo 
que este houver indicado como competente. 
 
 
 
37 
 
Decidida a exceção de incompetência territorial, 
o processo retomará seu curso, com a 
designação de audiência, a apresentação de 
defesa e a instrução processual perante o juízo 
competente. 
FIQUE MUITO ATENTO: A interposição de 
recurso ordinário somente é cabível quando a 
exceção de incompetência compreender a 
remessa dos autos a outro Tribunal (EXEMPLO: 
DO TRT DE PERNAMBUCO PARA O DO RIO). 
Inteligência do art. 893, § 1º, da CLT e da súmula 
214, do TST. 
Não se admite o recurso contra decisão que 
acolhe a exceção de incompetência territorial e 
determina a remessa para uma das Varas do 
Trabalho, pertencentes ao mesmo Tribunal 
Regional. 
CASOS DE SUSPEIÇÃO DO JUIZ: 
a) inimizade pessoal; 
b) amizade íntima; 
c) parentesco por consanguinidade ou afinidadeaté o terceiro grau civil; 
d) interesse particular na causa. 
Verificada algumas das hipóteses acima, o Juiz é 
OBRIGADO a declarar-se SUSPEITO! 
ATENÇÃO MÁXIMA: Se o recusante houver 
praticado algum ato pelo qual haja consentido 
na pessoa do juiz, não mais poderá alegar 
exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo 
motivo. 
A suspeição não será também admitida, se do 
processo constar que o recusante deixou de 
alegá-la anteriormente (PRECLUSÃO), quando 
já a conhecia, ou que, depois de conhecida, 
aceitou o juiz recusado (PRECLUSÃO) ou, 
finalmente, se procurou de propósito o motivo 
de que ela se originou. 
ATENÇÃO: A parte interessada deverá arguir o 
impedimento ou a suspeição, em petição 
fundamentada e devidamente instruída, na 
primeira oportunidade em que Ihe couber falar 
nos autos. Apresentada a exceção de suspeição, 
o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de 
48 (quarenta e oito) horas, para instrução e 
julgamento da exceção. 
Por fim, configurada a aceitação por parte dos 
excipientes do juiz recusado, fulmina-se a 
admissibilidade da exceção de suspeição. 
 
VAMOS TESTAR SEU CONHECIMENTO: 
No que diz respeito à exceção de suspeição, 
assinale a opção correta. 
Alternativas: 
A) Em razão do princípio do juiz 
natural, não cabe falar em 
suspeição do juiz na justiça do 
trabalho. 
B) Parentesco de terceiro grau civil, 
em relação à pessoa dos litigantes, 
não é motivo para o juiz dar-se por 
suspeito. 
C) A suspeição será admitida se do 
processo constar que o recusante 
deixou de alegá-la anteriormente, 
quando já a conhecia, ou que, 
depois de conhecida, aceitou o juiz 
recusado ou, finalmente, se 
procurou, de propósito, o motivo 
de que ela se originou. 
D) Das decisões sobre exceções de 
suspeição, salvo, quanto a estas, se 
terminativas do feito, não caberá 
recurso, podendo, no entanto, as 
partes alegá-las novamente no 
recurso que couber da decisão final. 
 
 
2. AÇÃO TRABALHISTA E AUDIÊNCIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A reclamação poderá ser apresentada DE 
FORMA ESCRITA OU VERBAL: 
 
 
 
38 
 
a) pelos empregados e empregadores, 
pessoalmente, ou por seus representantes, e 
pelos sindicatos de classe; 
b) por intermédio das Procuradorias Regionais 
da Justiça do Trabalho. 
Em sendo ESCRITA, a reclamação deverá conter 
a designação do juízo, a qualificação das partes, 
a breve exposição dos fatos de que resulte o 
dissídio, o pedido, que deverá ser certo, 
determinado e com indicação de seu valor, a 
data e a assinatura do reclamante ou de seu 
representante. 
Acaso os pedidos propostos pelo empregado 
não sejam nos moldes acima descrito eles serão 
julgados extintos sem resolução do mérito. 
Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, 
em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão 
ou secretário. 
Recebida e protocolada a reclamação, 
trabalhista o escrivão ou secretário, dentro de 
48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda 
via da petição, ou do termo, ao reclamado, 
notificando-o ao mesmo tempo, para 
comparecer à audiência do julgamento, que 
será a primeira desimpedida, depois de 5 
(cinco) dias. 
Portanto, temos que a primeira audiência 
deverá ser marcada respeitado, ao menos, 05 
dias da notificação inicial! 
Decore: o reclamado deve ser intimado com a 
antecedência mínima de 5 dias da audiência. 
Nesse sentido: 
TRT-5 - Recurso Ordinário RecOrd 
00135006320095050161 BA 0013500-
63.2009.5.05.0161 (TRT-5) 
Jurisprudência•Data de publicação: 19/12/2012 
NULIDADE PROCESSUAL. INOBSERVÂNCIA DO 
INTERSTÍCIO MÍNIMO DE CINCO DIAS ENTRE A 
NOTIFICAÇÃO DO RÉU E A REALIZAÇÃO DA 
AUDIÊNCIA. Conforme disposição contida no 
caput do artigo 841 da Consolidação das Leis do 
Trabalho , deve ser observado o interstício 
processual mínimo de cinco dias entre a 
notificação do Réu e a realização da audiência, 
sob pena de ser declarada a nulidade do 
processo. 
Lembre-se, ainda, que nos processos perante a 
Justiça do Trabalho, constituem privilégio da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios e das autarquias ou fundações de 
direito público federais, estaduais ou 
municipais que não explorem atividade 
econômica: 
II - o quádruplo do prazo fixado no artigo 841 
(para contestar e comparecer à audiência); 
III - o prazo em dobro para recurso. 
Portanto, em se tratando dos entes acima 
descritos, deve ser obedecido o interstício 
mínimo de VINTE DIAS entre a notificação e a 
audiência inaugural! 
Nesse sentido: 
TRT-11 - Recurso Ordinário RO 
00012354220175110012 (TRT-11) 
Jurisprudência•Data de publicação: 16/04/2019 
RECURSO ORDINÁRIO. E.D.A. NULIDADE. 
AUSÊNCIA DE INTERTÍSCIO MÍNIMO DE VINTE 
DIAS. NOTIFICAÇÃO E AUDIÊNCIA INAUGURAL. 
In casu, nos termos do art.841 da CLT c/c art. 1º 
do Decreto Lei nº 779/69, verifica-se que não foi 
obedecido o interstício mínimo entre a 
notificação e a audiência inaugural, conforme 
preconiza a legislação pertinente. Recurso 
Ordinário provido para determinar a nulidade de 
todos os atos a partir da realização da audiência 
inaugural. 
A notificação inicial será feita em registro 
postal com franquia. 
Acaso o reclamado criar embaraços ao seu 
recebimento ou não for encontrado, far-se-á a 
notificação por edital, inserto no jornal oficial 
ou no que publicar o expediente forense, ou, na 
falta, afixado na sede da Junta ou Juízo. 
 
 
 
39 
 
Oferecida a contestação, ainda que 
eletronicamente, o reclamante não poderá, 
sem o consentimento do reclamado, desistir da 
ação. 
Sendo várias as reclamações e havendo 
identidade de matéria, poderão ser acumuladas 
num só processo, se se tratar de empregados da 
mesma empresa ou estabelecimento. 
Nas audiências trabalhistas deverão estar 
presentes o reclamante e o reclamado, 
independentemente do comparecimento de 
seus representantes salvo, nos casos de 
Reclamatórias Plúrimas ou Ações de 
Cumprimento, quando os empregados poderão 
fazer-se representar pelo Sindicato de sua 
categoria. 
O empregador pode se fazer substituiu por 
gerente, ou qualquer outro preposto que tenha 
conhecimento do fato, e cujas declarações 
obrigarão o proponente. 
O preposto NÃO PRECISA ser empregado. 
Se, até 15 (quinze) minutos após a hora 
marcada, o juiz ou presidente não houver 
comparecido, os presentes poderão retirar-se, 
devendo o ocorrido constar do livro de registro 
das audiências. 
As audiências devem ocorrer em dias úteis 
previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 
(dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 
(cinco) horas seguidas, salvo quando houver 
matéria urgente. 
Se o empregado não puder comparecer à 
audiência, poderá ser representado por outro 
empregado que pertença à mesma profissão, 
ou pelo seu sindicato, desde que comprove 
motivo de doença ou qualquer outro motivo 
poderoso e justificador. 
O não-comparecimento do reclamante à 
audiência importa o arquivamento da 
reclamação, e o não-comparecimento do 
reclamado importa revelia, além de confissão 
quanto à matéria de fato. 
ATENÇÃO – SÚMULA 122, TST: A reclamada, 
ausente à audiência em que deveria apresentar 
defesa, é revel, ainda que presente seu 
advogado munido de procuração, podendo ser 
ilidida a revelia mediante a apresentação de 
atestado médico, que deverá declarar, 
expressamente, a impossibilidade de 
locomoção do empregador ou do seu preposto 
no dia da audiência. 
ATENÇÃO – OJ 245, TST: Inexiste previsão legal 
tolerando atraso no horário de 
comparecimento da parte na audiência. 
Portanto: reclamante = arquivamento e 
reclamado = revelia. 
Se o reclamante faltar terá que arcar com o 
pagamento de custas, ainda que beneficiário 
da justiça gratuita, salvo se comprovar, no 
prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu 
por motivo legalmente justificável. 
Pagar as custas é condição para a propositura 
de nova demanda. 
Há vezes que a revelia não induz à confissão 
ficta: 1) pluralidade de reclamados, algum deles 
contestar a ação; 2) litígio versar sobre direitos 
indisponíveis; 3) a petição inicial não estiver 
acompanhada deinstrumento que a lei 
considere indispensável à prova do ato e 4) as 
alegações de fato formuladas pelo reclamante 
forem inverossímeis ou estiverem em 
contradição com prova constante dos autos. 
Se o réu não estiver presente, mas apresentou 
defesa nos autos, serão aceitos a contestação e 
os documentos eventualmente apresentados. 
A conciliação deve ser proposta pelo Juízo tanto 
no início da audiência como ao final. 
Se o réu for apresentar defesa de forma 
VERBAL, o prazo será de VINTE MINUTOS. 
A defesa pode ser apresentada no PJE (processo 
judicial eletrônico) até a data da audiência. 
 
 
 
40 
 
Feito o interrogatório das partes, serão ouvidas 
as testemunhas, os peritos e os técnicos, se 
houver. 
Terminada a instrução, poderão as partes 
aduzir razões finais, em prazo não excedente 
de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, 
o juiz ou presidente renovará a proposta de 
conciliação 
A ata de audiência será, pelo presidente ou juiz, 
juntada ao processo, devidamente assinada, no 
prazo improrrogável de 48 (quarenta e oito) 
horas. 
 
3. PROCESSO TRABALHISTA, ATOS E PRAZOS 
PROCESSUAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Disposições sobre o processo trabalhista são 
encontradas no artigo 763 e seguintes da CLT. 
Processo (procedimento) é o conjunto de atos 
coordenados que se efetivam em contraditório, 
objetivando a decisão do conflito trabalhista. 
Rito é a forma como o procedimento irá se 
desenvolver no processo (Pode ser ordinário, 
sumaríssimo ou sumário). 
Os atos processuais são praticados pelos 
sujeitos da relação processual, com a finalidade 
única de obtenção da decisão de mérito, 
extinguindo o conflito trabalhista. 
Vale ressaltar que no processo do trabalho, ao 
contrário do cível, se busca, primordialmente, a 
simplicidade, celeridade, oralidade, 
concentração dos atos processuais, 
irrecorribilidade das decisões interlocutórias, 
conciliação, etc. 
Estes, portanto, são princípios do processo 
trabalhista. 
Vamos ver o que há de mais importante em cada 
um deles: 
1) Princípio da celeridade: Direito de obter, no 
menor espaço de tempo, a apreciação ao 
conflito levado à Juízo (art. 765, da CLT e inciso 
LXXVIII, do artigo 5º da Constituição Federal). Os 
Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla 
liberdade na direção do processo e velarão pelo 
andamento rápido das causas, podendo 
determinar qualquer diligência necessária ao 
esclarecimento delas. 
2) Princípio da inafastabilidade do controle 
jurisdicional: Previsto no art. 5º, XXXV, da CF e 
prevê que a Lei não excluirá da apreciação do 
Judiciário lesão ou ameaça a direito. 
3) Princípio da concentração dos atos 
processuais: Importante princípio do processo 
trabalhista. Leciona que, na medida do possível, 
todos os atos processuais devem ser 
concentrados e decididos em um único 
momento, representado pela audiência (a 
audiência, em regra, é UNA). Tem o objetivo de 
agrupar os atos de processo em eventos únicos, 
acelerando sua tramitação. 
4) Princípio da oralidade: Outro importante 
princípio: O processo trabalhista é por sua 
natureza um procedimento oral. A reclamação 
pode ser apresentada de forma oral, a 
contestação, etc., tudo com vistas a dar 
celeridade ao processo. 
5) Princípio da conciliação: Importantíssimo! A 
conciliação constitui um dos elementos 
primordiais do processo do trabalho. Com ela se 
obtém paz social e diminuição de conflitos. A 
conciliação trabalhista deve ser incentivada em 
qualquer momento e qualquer grau de 
jurisdição. O JUIZ É OBRIGADO A APRESENTAR 
DUAS PROPOSTAS DE CONCILIAÇÃO, UMA NO 
INÍCIO DA AUDIÊNCIA (Art. 846, da CLT) E UMA 
ANTES DO SEU ENCERRAMENTO (Art. 850, da 
CLT). Art. 764/CLT - Os dissídios individuais ou 
coletivos submetidos à apreciação da Justiça do 
Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. 
ATENÇÃO: O JUIZ NÃO É OBRIGADO A 
HOMOLOGAR O ACORDO PROPOSTO PELAS 
PARTES (Vide súmula 418, do TST, e artigos 855-
B e seguintes, da CLT). 
 
 
 
41 
 
6) Princípio da simplicidade e informalidade: 
São característicos do processo do trabalho os 
princípios da simplicidade e da informalidade, 
sendo certo que segundo o qual os rigores 
formais dos ritos processuais devem ser 
reduzidos a um mínimo indispensável para que 
se atinja a finalidade do processo (realização do 
direito material). 
7) Irrecorribilidade das decisões 
interlocutórias: Assegurado junto ao artigo 893, 
§1º, da CLT e súmula 214, do C. TST. Os 
incidentes do processo serão resolvidos pelo 
próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a 
apreciação do merecimento das decisões 
interlocutórias somente em recursos de 
decisões definitivas. 
8) Princípio da Primazia da Realidade: Em uma 
relação de trabalho o que realmente importa é 
o que acontece, os fatos, mesmo que eventual 
documento indique o contrário. Em matéria 
trabalhista é mais importante o que ocorre na 
prática. 
9) Princípio da Primazia da Realidade: Em uma 
relação de trabalho o que realmente importa é 
o que acontece, os fatos, mesmo que eventual 
documento indique o contrário. Em matéria 
trabalhista é mais importante o que ocorre na 
prática. 
10) Princípio da Publicidade: Em regra, os atos 
processuais devem ser públicos. 
11) Princípio do devido processo legal: 
Ninguém será privado da liberdade ou de seus 
bens sem o devido processo legal 
12) Princípio do contraditório e ampla defesa: 
Aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes. 
13) Princípio do JUS POSTULANDI: No processo 
trabalhista as partes possuem capacidade 
postulatória. No entanto, a súmula 425, do TST, 
estabelece que tal capacidade somente pode ser 
exercida nas INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS (O jus 
postulandi das partes, estabelecido no art. 791 
da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos 
Tribunais Regionais do Trabalho, não 
alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o 
mandado de segurança e os recursos de 
competência do Tribunal Superior do 
Trabalho). 
Passado o estudo dos princípios, vale ressaltar 
que a compensação, ou retenção de valores, só 
poderá ser arguida como matéria de defesa, ou 
seja, se a compensação não for arguida na 
contestação, HAVERÁ PRECLUSÃO (Súmula 48 
e art. 767, da CLT). 
Terá preferência em todas as fases processuais 
o dissídio cuja decisão tiver de ser executada 
perante o Juízo da falência. 
Nos casos omissos, o direito processual comum 
(PROCESSO CIVIL) será fonte subsidiária do 
direito processual do trabalho, exceto naquilo 
em que for incompatível com as normas de 
processo trabalhista. 
Os atos processuais serão públicos salvo 
quando o contrário determinar o interesse 
social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) 
às 20 (vinte) horas. 
Os prazos trabalhistas serão contados em dias 
úteis, com exclusão do dia do começo e 
inclusão do dia do vencimento. 
Os prazos podem ser alterados quando o juízo 
entender necessário e em virtude de força 
maior, devidamente comprovada. 
O Juízo pode dilatar os prazos processuais e 
alterar a ordem de produção dos meios de 
prova, adequando-os às necessidades do 
conflito de modo a conferir maior efetividade à 
tutela do direito. 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Prazos 
peremptórios (aqueles que não podem ser 
alterados pela liberalidade das partes, como os 
prazos para os recursos) não podem ser, em 
regra, modificados, vide 222, do CPC: 
 
 
 
42 
 
Art. 222. Na comarca, seção ou subseção 
judiciária onde for difícil o transporte, o juiz 
poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) 
meses. 
§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos 
peremptórios sem anuência das partes. 
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite 
previsto no caput para prorrogação de prazos 
poderá ser excedido. 
Portanto, prazos peremptórios não comportam 
dilação, a não ser com a anuência expressa de 
todos os litigantes, em caso de calamidade 
pública, ou tratando-se de locais onde for difícil 
o transporte. 
RECESSO TRABALHISTA: Suspende-se o cursodo prazo processual nos dias compreendidos 
entre 20 de dezembro e 20 de janeiro (recesso). 
Durante a suspensão do prazo, não se 
realizarão audiências nem sessões de 
julgamento. 
Na Justiça do Trabalho, litisconsortes com 
procuradores diferentes NÃO têm prazo em 
dobro, em razão de incompatibilidade com a 
celeridade que lhe é inerente (OJ 310, TST). 
Nos processos perante a Justiça do Trabalho, 
constituem privilégio da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e das 
autarquias ou fundações de direito público 
federais, estaduais ou municipais que não 
explorem atividade econômica: 
II - o quádruplo do prazo fixado no artigo 841 
(para contestar e comparecer à audiência); 
III - o prazo em dobro para recurso. 
 
4. NULIDADES PROCESSUAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Vide artigos 794 de seguintes da CLT. 
Só haverá nulidade quando resultar manifesto 
prejuízo às partes litigantes (PRINCÍPIO DA 
TRANSCENDÊNCIA OU DO PREJUÍZO). 
As nulidades no processo do trabalho somente 
serão declaradas mediante provocação das 
partes, as quais deverão argui-las à primeira 
vez em que tiverem de falar em audiência ou 
nos autos (PRINCÍPIO DA CONVALIDAÇÃO OU 
PRECLUSÃO). 
Se tal momento passar, estará PRECLUSA a 
oportunidade de requerer a nulidade. 
EXCEÇÃO: NULIDADE ABSOLUTA, POIS O JUIZ 
DEVE CONHECER DE OFÍCIO E NÃO HÁ 
PRECLUSÃO. 
ATENÇÃO: A nulidade fundada em 
incompetência de foro (matéria ou 
competência funcional) deve ser declarada de 
oficio. Nesse caso, serão considerados nulos os 
atos decisórios. 
A nulidade não será pronunciada: quando for 
possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; ou 
quando arguida por quem lhe tiver dado causa 
(PRINCÍPIO DO INTERESSE). 
A nulidade do ato não prejudicará senão os 
posteriores que dele dependam ou sejam 
consequência. 
 
5. SUCUMBÊNCIA, DAS PARTES E 
PROCURADORES, HONORÁRIOS E DANO 
PROCESSUAL 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
 
As disposições sobre os institutos acima 
mencionados encontram-se a partir do art. 790-
B, da CLT. 
Autor é aquele que ocupa o polo ativo da 
demanda, normalmente é o reclamante 
(empregado). 
Réu é aquele que ocupa o polo passivo, 
normalmente é o reclamado (empresa). 
Os empregados e os empregadores poderão 
reclamar pessoalmente perante a Justiça do 
 
 
 
43 
 
Trabalho e acompanhar as suas reclamações até 
o final (É o “jus postulandi” das partes). 
Via de regra, todo aquele que tem 
PERSONALIDADE JURÍDICA pode ser parte. 
Para pessoas físicas, a capacidade de ser parte 
extingue-se com a morte. Se isso ocorrer 
durante o processo o feito será suspenso para 
habilitação dos sucessores. 
ATENÇÃO: A reclamação trabalhista do menor 
de 18 anos será feita por seus representantes 
legais e, na falta destes, pela Procuradoria da 
Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo 
Ministério Público estadual ou curador 
nomeado em juízo. 
ATENÇÃO: A União, os estados e o DF são 
representados ativa e passivamente pelos seus 
Procuradores. O Município será representado 
pelo Prefeito ou Procuador. 
IMPORTANTE – SÚMULA 426, TST: 
I - A União, Estados, Municípios e Distrito 
Federal, suas autarquias e fundações públicas, 
quando representadas em juízo, ativa e 
passivamente, por seus procuradores, estão 
dispensadas da juntada de instrumento de 
mandato e de comprovação do ato de 
nomeação. 
II - Para os efeitos do item anterior, é essencial 
que o signatário ao menos declare-se exercente 
do cargo de procurador, não bastando a 
indicação do número de inscrição na Ordem 
dos Advogados do Brasil. 
Nos dissídios individuais os empregados e 
empregadores poderão fazer-se representar 
por intermédio do sindicato, advogado, 
solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem 
dos Advogados do Brasil. 
Nos dissídios coletivos é facultada aos 
interessados a assistência por advogado. 
O Ministério Público do Trabalho tem 
legitimidade para ajuizar ações trabalhistas em 
defesa dos direitos difusos e coletivos dos 
trabalhadores (art. 129, III, da CF). 
HONORÁRIOS DE ADVOGADO: Ao advogado, 
ainda que atue em causa própria, serão devidos 
honorários de sucumbência, fixados entre o 
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 
15% (quinze por cento) sobre o valor que 
resultar da liquidação da sentença, do proveito 
econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
Os honorários também são devidos também nas 
ações contra a Fazenda Pública e nas ações em 
que a parte estiver assistida ou substituída pelo 
sindicato de sua categoria. 
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS: 1) 
Grau de zelo do profissional; 2) lugar de 
prestação do serviço; 3) natureza e importância 
de causa e 4) o trabalho realizado pelo advogado 
e o tempo exigido para o seu serviço. 
ATENÇÃO: Na hipótese de procedência parcial, 
o juízo arbitrará honorários de sucumbência 
recíproca, vedada a compensação entre os 
honorários. 
BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA E 
HONORÁRIOS: Vencido o beneficiário da 
justiça gratuita, desde que não tenha obtido 
em juízo, ainda que em outro processo, 
créditos capazes de suportar a despesa, as 
obrigações decorrentes de sua sucumbência 
ficarão sob condição suspensiva de 
exigibilidade e somente poderão ser 
executadas se, nos dois anos subsequentes ao 
trânsito em julgado da decisão que as 
certificou, o credor demonstrar que deixou de 
existir a situação de insuficiência de recursos 
que justificou a concessão de gratuidade, 
extinguindo-se, passado esse prazo, tais 
obrigações do beneficiário. 
HONORÁRIOS NA RECONVENÇÃO: São devidos 
honorários de sucumbência na reconvenção. 
HONORÁRIOS DE PERITO: A responsabilidade 
pelo pagamento dos honorários periciais é da 
parte sucumbente na pretensão objeto da 
 
 
 
44 
 
perícia, ainda que beneficiária da justiça 
gratuita. 
Somente no caso em que o beneficiário da 
justiça gratuita não tenha obtido em juízo 
créditos capazes de suportar a despesa referida 
no caput, ainda que em outro processo, a União 
responderá pelo encargo. 
O juízo poderá deferir parcelamento dos 
honorários periciais. 
O juízo não poderá exigir adiantamento de 
valores para realização de perícias. 
NA JUSTIÇA DO TRABALHO, EXISTE A 
POSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO POR 
DANO PROCESSUAL? 
Sim, e as causas são previstas nos artigos 793-A 
e seguintes, da CLT. 
Responde por perdas e danos aquele que litigar 
de má-fé como reclamante, reclamado ou 
interveniente. 
Hipóteses da litigância de má-fé estão no art. 
793-B, da CLT. 
A pena pode ser aplicada de oficio ou a 
requerimento da parte. 
A penalidade deverá ser superior a 1% (um por 
cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor 
corrigido da causa, além dos honorários 
advocatícios e todas as despesas efetuadas pelo 
adverso. 
Quando forem dois ou mais os litigantes de má-
fé, o juízo condenará cada um na proporção de 
seu respectivo interesse na causa ou 
solidariamente aqueles que se coligaram para 
lesar a parte contrária. 
A mesma multa acima é aplicada a testemunha 
que intencionalmente alterar a verdade dos 
fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento 
da causa. 
A execução da multa ocorre nos próprios autos. 
 
6. COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A compensação, ou retenção, só poderá ser 
arguida como matéria de defesa; 
Portanto, fique atento: A reclamada deve 
sempre requerer a compensação de CRÉDITOS 
TRABALHISTAS na contestação! Acaso assim não 
proceda estará precluso eventual futuro 
requerimento. 
Terá preferência em todas as fases processuais 
o dissídio cuja decisão tiver de ser executada 
perante o Juízo da falência. 
Nos casos omissos, o direito processual comum 
será fonte subsidiária do direito processual do 
trabalho, exceto naquilo em que for 
incompatível com as normas deste Título. 
PRESTE MUITA ATENÇÃO: A compensação, na 
Justiça do Trabalho, está restrita a dívidas de 
natureza trabalhista (Súmula 18, TST). 
PRESTE MUITA ATENÇÃO: A compensaçãosó 
poderá ser arguida com a contestação. (Súmula 
48, TST). 
FIQUE LIGADÍSSIMO (DISCUSSÃO NA OAB 
XXXIII): Na Justiça do Trabalho a compensação 
se restringe à matéria eminentemente 
trabalhista, conforme sedimentado por meio da 
Súmula 18 do C.TST, como exemplo, indicamos: 
Adiantamento de salários e os danos causados 
pelo empregado. Assim sendo, é vedada a 
compensação de empréstimo contraído pelo 
empregado junto ao empregador, porquanto 
débito de natureza civil. 
Nesse sentido: 
TRT-24 - 00242293820135240046 (TRT-24) 
Jurisprudência•Data de publicação: 07/08/2014 
COMPENSAÇÃO. EMPRÉSTIMOS FEITOS 
DURANTE O VÍNCULO. NATUREZA NÃO 
TRABALHISTA. SÚMULA 18/TST. Não é permitida 
a compensação de valores/dívidas que não 
tenham natureza trabalhista, ainda que 
 
 
 
45 
 
contraídas durante o vínculo de emprego 
(Súmula 18/TST). Recurso não provido. 
PRESTE ATENÇÃO AQUI: Embora a CLT restrinja 
as hipóteses de descontos, o artigo 1º da Lei nº 
10.820, de 2003, possibilita ao empregado 
autorizar o desconto de empréstimo 
consignado, inclusive, sobre as verbas 
rescisórias devidas pelo empregador, se assim 
previsto no respectivo contrato, até o limite de 
35%. 
Art. 1º Os empregados regidos pela 
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, 
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de 
maio de 1943, poderão autorizar, de forma 
irrevogável e irretratável, o desconto em folha 
de pagamento ou na sua remuneração 
disponível dos valores referentes ao 
pagamento de empréstimos, financiamentos, 
cartões de crédito e operações de 
arrendamento mercantil concedidos por 
instituições financeiras e sociedades de 
arrendamento mercantil, quando previsto nos 
respectivos contratos. (Redação dada pela 
Lei nº 13.172, de 2015) 
§ 1º O desconto mencionado neste artigo 
também poderá incidir sobre verbas rescisórias 
devidas pelo empregador, se assim previsto no 
respectivo contrato de empréstimo, 
financiamento, cartão de crédito ou 
arrendamento mercantil, até o limite de 35% 
(trinta e cinco por cento), sendo 5% (cinco por 
cento) destinados exclusivamente para: 
(Redação dada pela Lei nº 13.172, de 2015) 
I - a amortização de despesas contraídas por 
meio de cartão de crédito; ou (Incluído pela 
pela Lei nº 13.172, de 2015) 
II - a utilização com a finalidade de saque por 
meio do cartão de crédito. 
MAS FIQUE ATENTO: EMPRÉSTIMO DIRETO É 
DIFERENTE DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO! 
 
7. RITOS PROCESSUAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O processo do trabalho se submete a dois 
procedimentos diversos, o COMUM e o 
ESPECIAL. 
São espécies do procedimento COMUM: RITO 
ORDINÁRIO, SUMÁRIO E SUMARÍSSIMO. 
1) RITO SUMÁRIO: Tem previsão no art. 2º, §§ 
3º e 4º da Lei nº 5.584/70. 
Aplicado em causas com valor de até 2 (dois) 
salários mínimos vigente na data do 
ajuizamento. 
É dispensado o resumo dos depoimentos em 
ata de audiência e não é cabível recursos nas 
suas decisões. 
Só há necessidade de o Juiz registrar a 
conclusão quanto á matéria fática. 
ATENÇÃO: Somente cabe recurso em caso de 
matéria de ordem CONSTITUCIONAL! 
Os embargos declaratórios podem ser 
apresentados normalmente. 
2) RITO SUMARÍSSIMO: Tem previsão nos arts. 
852-A a 852-I da CLT. 
É um rito bem mais informal e célere que o 
ordinário. 
A apreciação da reclamação deverá ocorrer no 
prazo máximo de quinze dias do seu 
ajuizamento (Em que pesa na prática muitas 
vezes o prazo ser desrespeitado, pelo alto 
volume de demandas existentes nas Varas). 
As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão 
instruídas e julgadas em audiência única. 
Aplicado à causa cujo valor supere dois e não 
ultrapasse 40 salários mínimos vigente na data 
do ajuizamento. 
Aplicado aos dissídios individuais. 
Estão excluídas do procedimento sumaríssimo 
as demandas em que é parte a Administração 
Pública direta, autárquica e fundacional. 
 
 
 
46 
 
O pedido deve sempre ser certo e determinado, 
com indicação do valor correlato. 
Não cabe citação por edital. 
Se não observado a correta indicação de valores 
do pedido e o endereço das partes, a 
reclamação será arquivada e o autor 
condenado em custas. 
Todas as provas serão produzidas na audiência 
de instrução e julgamento, ainda que não 
requeridas previamente. 
Na ata de audiência serão registrados 
resumidamente os atos essenciais, as 
afirmações fundamentais das partes e as 
informações úteis à solução da causa trazidas 
pela prova testemunhal. 
02 (duas) testemunhas para cada parte no 
máximo. 
E se a testemunha convidada faltou? 
R: Só será deferida intimação de testemunha 
que, comprovadamente convidada, deixou de 
comparecer. Não comparecendo a testemunha 
intimada, o juiz poderá determinar sua imediata 
condução coercitiva. 
Portanto temos que em caso de testemunha 
que foi comprovadamente convidada e deixou 
de ir depor, o Juízo mandará intimá-la. Se ainda 
assim não vier, determinará a condução 
coercitiva! 
Audiência será UNA. 
Interrompida a audiência, o seu 
prosseguimento e a solução do processo dar-se-
ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo 
relevante justificado nos autos pelo juiz da 
causa. 
Somente quando a prova do fato o exigir, ou for 
legalmente imposta, será deferida prova técnica 
(portanto, cabe perícia). 
O prazo para manifestação sobre o laudo 
comum de cinco dias. 
Na sentença é dispensado o relatório. 
Nas causas sujeitas ao procedimento 
sumaríssimo, somente será admitido recurso de 
revista por contrariedade a súmula de 
jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do 
Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo 
Tribunal Federal e por violação direta da 
Constituição Federal. 
ATENÇÃO: NÃO CABE RECURSO DE REVISTA NO 
RITO SUMARÍSSIMO POR VIOLAÇÃO À 
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO TST 
(Súmula 442, do TST). 
3) RITO ORDINÁRIO: Tem previsão nos arts. 840 
e seguintes da CLT. 
Tem previsão no art. 840 da CLT e é utilizado 
quando o valor da causa estiver acima de 40 
salários mínimos vigentes na data do 
ajuizamento da ação. 
A notificação trabalhista será feita em registro 
postal com franquia. 
Presume-se recebida a notificação 48 
(quarenta e oito) horas depois de sua 
postagem. O seu não-recebimento ou a entrega 
após o decurso desse prazo constitui ônus de 
prova do destinatário (súmula 16 TST). 
Citação pode ocorrer por edital. 
Sendo escrita, a reclamação deverá conter a 
designação do juízo, a qualificação das partes, a 
breve exposição dos fatos de que resulte o 
dissídio, o pedido, que deverá ser certo, 
determinado e com indicação de seu valor, a 
data e a assinatura do reclamante ou de seu 
representante. 
Os pedidos que não atendam o acima disposto 
serão julgados extintos sem resolução do 
mérito. 
Atenção: Tanto a reclamação trabalhista como a 
contestação podem se dar de forma escrita ou 
oral. 
ATENÇÃO: a reclamação trabalhista e a 
contestação também pode ser escrita ou 
verbal no rito sumaríssimo. 
 
 
 
47 
 
Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, 
em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão 
ou secretário. 
Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão 
ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) 
horas, remeterá a segunda via da petição, ou do 
termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo 
tempo, para comparecer à audiência do 
julgamento, que será a primeira desimpedida, 
depois de 5 (cinco) dias, OU SEJA, da notificação 
para a audiência deve haver um interregno 
mínimo de CINCO DIAS. 
ATENÇÃO: Mesmo em se tratando de ação 
processada sob o rito sumaríssimo é 
imprescindível que exista o interregno de 5 
dias entre a citação e a apresentação de 
defesa nos termos do artigo 841 da CLT sob 
pena de violação ao devido processo legal o 
que se constitui em cerceamento de defesa. 
IMPORTANTE: Oferecida a contestação, ainda 
que eletronicamente, o reclamante não poderá, 
sem o consentimento do reclamado, desistir da 
ação. 
Relatório da sentença passa a ser obrigatório. 
No presente rito a audiência poderá ser una, 
inicial ou de instrução. 
Sendo váriase 
humanas. É extraída da ética e da moral. Devem 
as relações sempre se pautar por lealdade, 
confiança e dever de informação, isso em todas 
as fases do contrato, até mesmo após sua 
extinção. 
7) PRINCÍPIO DA REVISÃO: O consumidor tem 
direito à modificação das cláusulas contratuais 
que estabeleçam prestações desproporcionais 
ou sua revisão em razão de fatos supervenientes 
que as tornem excessivamente onerosas. 
8) PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL: O 
consumidor tem direito a efetiva prevenção e 
reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos e difusos (Sobre o 
ressarcimento, vale olhar as seguintes súmulas, 
do STJ: 37, 227, 281, 326, 362, 370, 385, 387, 
388, 402). 
Compreendido os princípios, você deve 
entender os direitos básicos de proteção ao 
consumidor estão previstos no artigo 6, do 
CDC. 
Dentre eles, ressaltamos como principais: 
proteção da vida, saúde e segurança contra os 
riscos dos produtos e serviços; informação 
adequada e clara sobre os diferentes produtos e 
serviços; proteção contra a publicidade 
enganosa e abusiva; prevenção e reparação de 
danos patrimoniais e morais, individuais, 
coletivos e difusos; a facilitação da defesa de 
seus direitos, inclusive com a inversão do ônus 
da prova, a seu favor. 
ATENÇÃO: Tendo mais de um autor a ofensa, 
todos responderão solidariamente pela 
reparação dos danos previstos nas normas de 
consumo (Responsabilidade solidária). 
EXCLUSÃO À RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA: 
Art. 19, §2º: O fornecedor imediato será 
responsável quando fizer a pesagem ou a 
medição e o instrumento utilizado não estiver 
aferido segundo os padrões oficiais. 
Fique atento, ainda, que os produtos e serviços 
colocados no mercado de consumo não 
acarretarão riscos à saúde ou segurança dos 
consumidores, exceto os considerados normais 
e previsíveis em decorrência de sua natureza e 
fruição, obrigando-se os fornecedores, em 
qualquer hipótese, a dar as informações 
necessárias e adequadas a seu respeito. 
O fornecedor não poderá colocar no mercado 
de consumo produto ou serviço que sabe ou 
deveria saber apresentar alto grau de 
nocividade ou periculosidade à saúde ou 
segurança. 
Vale ressaltar, também, que DEVE OCORRER 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA, quando, em prejuízo do consumidor, 
houver abuso de direito, excesso de poder, 
infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação 
dos estatutos ou contrato social (Art. 28, CDC). 
A desconsideração também será efetivada 
quando houver falência, estado de insolvência, 
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica 
provocados por má administração. 
 
 
 
4 
 
Sociedades integrantes dos grupos societários e 
as sociedades controladas, são 
subsidiariamente responsáveis. 
Sociedades consorciadas são solidariamente 
responsáveis. 
Sociedades coligadas só responderão por 
culpa. 
#NOVIDADELEGISLATIVA 
Art. 4º A Política Nacional das Relações de 
Consumo tem por objetivo o atendimento das 
necessidades dos consumidores, o respeito à 
sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de 
seus interesses econômicos, a melhoria da sua 
qualidade de vida, bem como a transparência e 
harmonia das relações de consumo, atendidos 
os seguintes princípios: 
IX - Fomento de ações direcionadas à educação 
financeira e ambiental dos consumidores 
X- Prevenção e tratamento do 
superendividamento como forma de evitar a 
exclusão social do consumidor. 
 
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das 
Relações de Consumo, contará o poder público 
com os seguintes instrumentos, entre outros: 
 I - Manutenção de assistência jurídica, 
integral e gratuita para o consumidor carente; 
 II - Instituição de Promotorias de Justiça de 
Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério 
Público; 
 III - criação de delegacias de polícia 
especializadas no atendimento de 
consumidores vítimas de infrações penais de 
consumo; 
 IV - Criação de Juizados Especiais de 
Pequenas Causas e Varas Especializadas para a 
solução de litígios de consumo; 
 V - Concessão de estímulos à criação e 
desenvolvimento das Associações de Defesa do 
Consumidor. 
VI - instituição de mecanismos de prevenção e 
tratamento extrajudicial e judicial do 
superendividamento e de proteção do 
consumidor pessoa 
natural #novidadelegislativa 
VII - instituição de núcleos de conciliação e 
mediação de conflitos oriundos de 
superendividamento. 
 
#JURISPRUDÊNCIA 
Todo paciente possui, como expressão do 
princípio da autonomia da vontade 
(autodeterminação), o direito de saber dos 
possíveis riscos, benefícios e alternativas de um 
determinado procedimento médico, 
possibilitando, assim, manifestar, de forma livre 
e consciente, o seu interesse ou não na 
realização da terapêutica envolvida, por meio do 
consentimento informado. 
Esse dever de informação decorre do art. 22 do 
Código de Ética Médica e dos arts. 6º, III, e 14 do 
CDC. 
Além disso, o Código Civil também disciplinou 
sobre o assunto no art. 15. 
Justamente por isso, é indispensável o 
consentimento informado do paciente acerca 
dos riscos inerentes ao procedimento cirúrgico. 
O médico que deixa de informar o paciente 
acerca dos riscos da cirurgia incorre em 
negligência, e responde civilmente pelos danos 
resultantes da operação. 
Vale ressaltar, ainda, que a informação prestada 
pelo médico ao paciente, acerca dos riscos, 
benefícios e alternativas ao procedimento 
indicado, deve ser clara e precisa, não bastando 
que o profissional de saúde informe, de maneira 
genérica ou com termos técnicos, as eventuais 
repercussões no tratamento, o que 
comprometeria o consentimento informado do 
paciente, considerando a deficiência no dever 
de informação. 
Com efeito, não se admite o chamado “blanket 
consente”, isto é, o consentimento genérico, em 
que não há individualização das informações 
prestadas ao paciente, dificultando, assim, o 
exercício de seu direito fundamental à 
autodeterminação. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1848862-RN, Rel. Min. 
 
 
 
5 
 
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 05/04/2022 
(Info 733) 
OBS.A venda de ingresso para um determinado 
espetáculo cultural é parte típica do negócio. 
Logo, trata-se de um risco da própria atividade 
empresarial que visa ao lucro e que integra o 
investimento do fornecedor, compondo, 
portanto, o custo básico embutido no preço. 
Desse modo, as sociedades empresárias que 
atuaram na organização e na administração da 
festividade e da estrutura do local integram a 
mesma cadeia de fornecimento e, portanto, são 
solidariamente responsáveis pelos danos, em 
virtude da falha na prestação do serviço, ao não 
prestar informação adequada, prévia e eficaz 
acerca do cancelamento/adiamento do evento. 
Os integrantes da cadeia de consumo, em ação 
indenizatória consumerista, também são 
responsáveis pelos danos gerados ao 
consumidor, não cabendo a alegação de que o 
dano foi gerado por culpa exclusiva de um dos 
seus integrantes. 
NÃO CONFUNDA 
A empresa patrocinadora de evento, que não 
participou da sua organização, não pode ser 
enquadrada no conceito de fornecedor para fins 
de responsabilização por acidente de consumo 
ocorrido no local.STJ. 3ª Turma. REsp 1955083-
BA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
15/02/2022 (Info 727). 
2.DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
Os direitos básicos de proteção ao consumidor 
estão previstos no artigo 6, do CDC. 
Dentre eles, ressaltamos como principais: 
proteção da vida, saúde e segurança contra os 
riscos dos produtos e serviços; informação 
adequada e clara sobre os diferentes produtos e 
serviços; proteção contra a publicidade 
enganosa e abusiva; prevenção e reparação de 
danos patrimoniais e morais, individuais, 
coletivos e difusos; a facilitação da defesa de 
seus direitos, inclusive com a inversão do ônus 
da prova, a seu favor. 
ATENÇÃO: Tendo mais de um autor a ofensa, 
todos responderão solidariamente pela 
reparação dos danos previstos nas normas de 
consumo (Responsabilidade solidária). 
EXCLUSÃO À RESPONSABILIDADEas reclamações e havendo 
identidade de matéria, poderão ser acumuladas 
num só processo, se se tratar de empregados da 
mesma empresa ou estabelecimento. 
Três (três) testemunhas para cada lado. 
E se a testemunha convidada faltou? 
R: As que não comparecerem serão intimadas, 
ex officio ou a requerimento da parte, ficando 
sujeitas a condução coercitiva, além das 
penalidades do art. 730, caso, sem motivo 
justificado, não atendam à intimação. 
Portanto temos que HÁ GRANDE DIFERENÇA 
PARA O RITO SUMARÍSSIMO, caso em que é 
EXIGIDO A COMPROVAÇÃO de que foi a 
testemunha convidada para depor. 
EM SUMA: Ao contrário do rito sumaríssimo, 
no procedimento ordinário, se a parte se 
comprometeu a levar a testemunha à 
audiência e a testemunha, por razões 
desconhecidas da parte, não comparecer, 
descumprindo o combinado, deve o juiz 
providenciar a sua intimação, sob pena de 
cerceamento ao direito à ampla defesa. A 
exigência de comprovação do “convite” feito 
à testemunha é específica das causas 
submetidas ao procedimento sumaríssimo 
(art. 852-H, §§ 3º e 4º). 
 
É espécie do procedimento ESPECIAL: 
INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE 
– QUE SERÁ ESTUDADO EM BREVE. 
 
DIREITO PENAL 
DICA DO DIA 12 
1.TEORIA GERAL DO CRIME 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Conceito de crime: Doutrinariamente existe 
vários conceitos sobre o que venha a ser crime. 
Vejamos alguns dos principais conceitos: 
a) Legal- Conceitua Crime como a infração penal, 
a qual a lei impõe pena de reclusão ou detenção. 
b) Material- Está relacionado ao conteúdo do 
ilícito penal. Conceitua crime como o 
comportamento humano que causa lesão ou 
perigo de lesão ao bem jurídico. 
c) Formal- Contradição ao ato descrito na norma 
penal como crime 
d) Analítico- Enfoca elementos ou requisitos do 
crime. 
Como regra, se utiliza o conceito tripartido da 
teoria analítica. Sendo crime o fato típico, ilícito 
e culpável. 
 
 
 
48 
 
Para teoria Bipartida, crime é fato típico e ilícito, 
sendo a culpabilidade um pressuposto de 
aplicação da pena e não um elemento do crime. 
Principais classificações doutrinárias dos crimes: 
a) Crime comum: O tipo penal não exige 
nenhuma qualidade específica do sujeito ativo 
b) Crime Próprio: O tipo legal exige uma 
qualificação especial do sujeito ativo Ex: O crime 
de peculato, que exige a qualidade de 
funcionário Público, 
c) Crime de mão própria: O tipo penal, além de 
exigir qualidade específica para o sujeito ativo, 
somente ele pessoalmente poderá realizar a 
conduta, não admitindo coautoria. 
d) Crime comissivo: O tipo penal exige uma ação 
proibida. 
e) Crime omissivo próprio: O tipo penal descreve 
um não fazer para o agente. É uma norma penal 
mandamental 
f) Crime omissivo impróprio (comissivo por 
omissão) :o A gente deixa de evitar o resultado 
quando deveria e podia agir. É necessário que o 
agente tenha o dever legal de impedir o 
resultado. 
g) Crime consumado: Quando a infração penal 
possui todos os elementos de sua definição legal 
h) Crime tentado: Quando iniciada a execução o 
resultado não ocorre por circunstâncias alheias 
a sua vontade. 
i) Crime material: Para consumar o delito faz-se 
necessário resultado naturalístico. 
j) Crime formal: Para consumar o delito o 
resultado naturalístico pode ou não acontecer. 
k) Crime de mera conduta: Para consumar o 
crime o resultado naturalístico não precisa 
acontecer. 
Obs.: Cuidado para não confundir os conceitos 
de crime formal e de mera conduta. 
CONDUTA: 
O crime é composto pelo fato típico + ilicitude + 
Culpabiliade. 
O primeiro elemento do crime, o fato típico, não 
deve se confundir com conduta. E por quê? 
Porque tem crimes que necessariamente para se 
consumarem faz-se necessário a conduta + 
resultado naturalístico+ nexo causal 
naturalístico (crimes materiais), assim como tem 
crimes que o fato só é composto pela conduta, 
que é caso dos crimes formais e de mera 
conduta. 
FATO = CONDUTA + NEXO CAUSAL + RESULTADO 
NATURALÍSITCO (crimes materiais) 
FATO= CONDUTA (crimes formais e de mera 
conduta) 
TEORIAS DA CONDUTA 
1-TEORIA CAUSAL- NATURALISTICA: Para a 
teoria clássica o delito constitui-se de elementos 
objetivos e subjetivos. Os elementos objetivos 
são o fato típico e a ilicitude, por sua vez o 
elemento subjetivo é a culpabilidade. 
A culpabilidade está relacionada ao querer 
interno do agente, ou seja, ao dolo e a culpa. 
Assim, o tipo para esta teoria é objetivo, pois se 
encontra ausente de elementos subjetivos. 
A culpabilidade para esta teoria é psicológica. 
2- TEORIA CAUSAL – NEOKANTISTA 
Para esta teoria, a culpabilidade para a ter 
elementos psicológicos e normativos (que 
demandam um juízo de valor), vindo esta a ser a 
culpabilidade psicológica-normativa. 
3- TEORIA FINALSITA- Wetzel 
Para esta teoria o querer interno do agente (o 
dolo e a culpa) está relacionado ao fato típico e 
não a culpabilidade. Com isso o dolo e a culpa 
migram da culpabilidade para o fato típico. A 
culpabilidade passa a ser normativa pura. 
Para esta teoria o dolo deixa de ser normativo e 
passa a ser natural. O tipo passa a ser objetivo e 
subjetivo. 
 
 
 
49 
 
DOLO NATUTAL = CONSCIÊNCIA DA CONDUTA + 
RESULTADO E NEXO CAUSAL 
DOLO NORMATIVO = CONSCIÊNCIA DA 
ILICITUDE DO FATO + CONSCIÊNCIA DA 
CONDUTA + RESULTADO + NEXO CAUSAL. 
Falou-se sobre as teorias da conduta, o que seria 
crime, seus conceitos, mas quais seriam as 
funções do Direito Penal? 
Existe duas teorias, que são as que predominam 
a doutrina penal. 
1-Funcionalismo Moderado/ teleológico de 
Roxin: O autor dessa teoria procura uma 
reconstrução para o conceito de crime com base 
em critérios políticos-criminais. Ele acredita que 
as políticas- criminais podem ser exigidas 
juridicamente para obtermos o socialmente 
correto. 
Roxin defende os princípios garantistas, a pena 
possui finalidade preventiva e a culpabilidade é 
o limite desta. 
Para ele crime é composto pelo injusto + 
responsabilidade. 
2-Funcionalismo sistêmico/radical de Gunther 
Jakobs- Para o autor o Direito Penal deverá 
reafirmar o valor das normas violadas, assim 
como fortalecer as expectativas dos 
destinatários que essas normas possuem valor e 
serão cumpridas. 
Para Jakobs praticar um crime é violar todo o 
sistema, pois se viola a norma. A pena possui 
função da prevenção integradora, ou seja, 
reafirma a força da norma viola e reforçando a 
confiança da sociedade nesta. 
Formas de conduta: Como já mencionado, duas 
são as formas de conduta: As comissivas 
(descreve uma ação proibida) e a omissivas 
próprias (descrevem uma violação 
mandamental) 
Excludentes de Conduta: Na realidade o mais 
correto seria dizer, ausência de conduta, pois 
para se caracterizar conduta faz-se necessária 
consciência e vontade, logo, inexistência um 
desses elementos sequer a conduta irá existir e 
não excluir. Como a conduta é um dos 
elementos do fato típico, a ausência de um dos 
elementos da conduta incorre na atipicidade da 
conduta. 
a) Coação física irresistível: é você praticar uma 
conduta porque irresistivelmente você teve que 
utilizar a sua força física e não porque você teve 
vontade de realizar realmente os seus 
movimentos (um dos elementos da conduta) 
Ex: Um lutador de sumô pegar a força a mão de 
uma criança e fazer com que ela assine, mesmo 
contra a sua vontade. 
b) Inconsciência: é você praticar movimentos 
estando ausente da sua capacidade psíquica. Ex: 
Sonambulismo, hipnose, crise de epilepsia. 
RESULTADO: é um dos elementos do fato típico. 
Conforme a teoria naturalística, a prática da 
conduta ocasiona modificação no mundo 
exterior, sendo exatamente resultado, esta 
modificação. 
Observe, que para os crimes de mera conduta 
não irá existir modificação no mundo exterior, 
pois eles se consumam mesmo sem haver o 
resultado naturalístico. Ex: Porte ilegal de arma. 
É crime apenas o fato de você portar a arma, 
independentemente de você obter um 
resultado naturalístico. 
No art. 13, Caput do CP, consta que “O 
resultado,de que depende a existência do 
crime, somente é imputável a quem lhe deu 
causa”. 
Para Alguns doutrinadores, deve-se interpretar 
restritivamente este artigo, do contrário 
estaríamos excluindo os crimes de mera 
conduta, afinal este não possuem resultado. Já 
para outros doutrinadores, o artigo em questão 
está tratando do resultado NORMATIVO 
(jurídico), onde todo crime tem e não o 
resultado naturalístico, o qual nem todo crime 
possui. 
 
 
 
50 
 
NEXO CAUSAL: Causa é a Logo, para o nexo 
causal existir faz-se necessário uma ligação 
entre a conduta praticada e o resultado obtido. 
(TEORIA NATURALÍSTICA) 
Existem várias teorias sobre a relação de 
causalidade, as quais explicam quando uma 
ação é causa ou não de um resultado. 
Destacam-se: 
1-Teoria da causalidade adequada: Para esta 
teoria causa é a condição mais adequada, mais 
idônea para produzir o resultado. Ela afasta 
qualquer causa que acidentalmente contribua 
para o resultado. 
2- Teoria da equivalência dos antecedentes 
causais (conditio sine qua non): Esta é a teoria 
adotada pelo nosso Código Penal em seu artigo 
13, caput. Ela considera causa qualquer 
condição que contribua para a produção do 
resultado. 
Observa-se que esta teoria é muito extensa e 
pode levar o regresso ao infinito, afinal qualquer 
causa poderá ser considera uma condição para 
o resultado, como exemplo, o dono do 
supermercado que vende veneno para ratos, e 
que uma esposa o utilizou para matar o marido. 
Diante disto, é necessário impor limites a teoria 
da equivalência dos antecedentes, como a 
presença ou não do dolo ou culpa, de forma a 
afastar a responsabilidade objetiva. 
Espécies de Causa: 
1-Causa absolutamente independente: Neste 
de causa/concausa a conduta do agente não 
possui relação como resultado. Ela pode ser: 
Preexistente- A causa que produziu o resultado 
existia antes da conduta do agente. 
Ex: A desferiu 3 tiros contra B, porém B morreu 
por envenenamento, devido a um suco que 
havia ingerido antes. A conduta de A não tem 
causa com relação a morte de B, contudo, tem 
relevância para o direito penal, afinal ele tinha 
intenção de matar, logo, A irá responder por 
TENTATIVA de homicídio. 
Concomitante: A causa que produziu o 
resultado surge no mesmo momento que a 
conduta do agente. 
Ex: A esfaqueou B, que no mesmo momento foi 
baleado por C. C não sabia da existência de A. B 
faleceu devido ao disparo de C. A irá responder 
por tentativa de homicídio ou por lesão 
corporal, a depender da sua intenção, do seu 
dolo. 
Superveniente: A causa que produziu o 
resultado surgiu posteriormente a conduta do 
agente. 
Ex: A coloca veneno na comida de B, mas antes 
que o veneno venha a fazer efeito, B morre por 
um disparo efetuado por C. A irá responder por 
Tentativa de Homicídio. 
2- Causa Realtivamente independente: O 
agente constribui relativamente com a causa 
que produziu o resultado. 
Preexistente: Duas causas interligadas 
produziram o resultado. Uma preexistente a 
conduta do agente e a conduta do agente. 
Ex: A esfaqueia B (hemofílico), que vem a morrer 
devido aos ferimentos aliados ao seu estado de 
saúde. A responde por homicídio consumado. 
Obs: Alguns doutrinadores defendem que A só 
irá responder pelo homicídio consumado, caso 
soubesse do estado de saúde de B. 
Concomitante: Duas causas interligadas 
produziram o resultado, uma concomitante a 
conduta do agente. 
Ex: A atira em B, no momento que este sofre um 
ataque cardíaco e vem a falecer pela 
contribuição do disparo feito por A. A responde 
por homicídio consumado. 
Superveniente independente: Duas causas 
interligadas produziram o resultado, uma 
superveniente e a conduta do agente. Esta pode 
ser: Causa superveniente relativamente, que 
 
 
 
51 
 
NÃO por si só produziu o resultado e Causa 
superveniente relativamente que por si só 
produziu o resultado. 
Superveniente que NÃO por si só produziu o 
resultado: Uma causa posterior a conduta do 
agente, que NÃO produziu o resultado sozinha. 
Existe Nexo causal, ele não foi interrompido. 
Ex: A esfaqueia B. que veio a falecer no Hospital 
devido a uma broncopneumonia que pegou, 
enquanto estava internado devido as facadas. A 
responde pela morte de B. 
Superveniente Independente que por si só 
produziu o resultado: O agente praticou uma 
causa e posteriormente ocorreu outra causa, 
que por si só, produziu o resultado. 
Superveniência de causa independente  
Art. 13, § 1º do CP - A superveniência de causa 
relativamente independente exclui a 
imputação quando, por si só, produziu o 
resultado; os fatos anteriores, entretanto, 
imputam-se a quem os praticou. 
Ex: A esfaqueou B, que foi para o hospital e 
morreu decorrente a um desabamento. A 
responde por tentativa de homicídio e não pela 
morte de B. 
Como que eu faço para saber se a causa 
superveniente relativamente por si só 
produziria ou não o resultado? Se o resultado 
obtido atingiu apenas a vítima, a causa por si só 
não produziria o resultado, é causa da 
broncopneumonia, que a vítima pegou no 
hospital. Só a vítima pegou essa doença ou o 
hospital todo pegou? Só a vítima. A causa da 
morte da vítima, por mais que tenha relação 
com a conduta do agente só atingiu a vítima e 
mais ninguém. Por isso, que o agente responde 
pelo crime consumado. 
Agora, se o resultado atingiu além da vítima, o 
agente responde apenas pelos atos que 
praticou. É o caso do desabamento. O 
desabamento atingiu só o a vítima ou o hospital 
todo? O hospital todo! Logo, é uma causa 
superveniente relativamente que PRO SI SÓ 
produziu o resultado. O agente responde pelo 
crime tentado, pois fica excluído o nexo de 
causalidade. 
TIPICIDADE: A tipicidade penal é composta pela 
tipicidade objetiva e a tipicidade subjetiva. 
Tipicidade objetiva = Tipicidade formal + 
tipicidade material. 
Tipicidade Formal = Conformidade do fato 
praticado ao tipo penal 
Tipicidade material = Desvalor da conduta e do 
resultado. 
Tipicidade subjetiva = Realização do tipo 
subjetivo. 
Obs: A teoria adotada pelo nosso CP é a da 
“ratio cognoscendi”, POIS OCORRENDO O FATO 
TÍPICO HÁ INDICIO QUE ELE TAMBÉM SEJA 
ILÍCITO, PODENDO A ILICITUDE SER AFASTADA 
CASO SEJA APRESENTADA ALGUMA CAUSA 
EXCLIDENTE DE ILICITUDE. 
OBS: Tipicidade conglobante (Zaffaroni): Para 
Zaffaroni, a tipicidade comglobante é a 
tipicidade legal + conglobante 
(antinormatividade) 
Tipo Doloso: Dolo é a consciência e a vontade 
de realizar o fato típico. 
Teorias sobre o dolo: 
Teoria da Vontade- é à vontade e consciência de 
realizar o resultado. É a teoria adotada pelo CP, 
para o dolo direto. 
Teoria do assentimento ou consentimento- O a 
gente tem a consciência e a previsão do 
resultado, mas não necessariamente a vontade 
de produzir o resultado. O agente prevê o 
resultado e assume o risco de que ele possa vir 
a ocorrer. É a teoria utilizada pelo CP para o dolo 
eventual 
#linkmental 
Não confunda a teoria do assentimento com a 
culpa consciente, pois nesta o agente prevê o 
 
 
 
52 
 
resultado, mas NÃO assume o risco da sua 
produção. 
Teoria da representação- É a vontade e a 
previsão de produzir o resultado. 
Espécies de dolo: 
Dolo direto: o AGENTE QUE A PRODUÇÃO DO 
RESULTADO. Ele pode ser de primeiro grau, que 
o fim em si mesmo, não causa qualquer efeito 
colateral. Como também dolo direto de segundo 
grau, que é previsão de efeitos colaterais pra 
produzir seu resultado. Por ex: A quer matar B e 
decide colocar uma bomba no avião que ele vai 
viajar, logo irá matar B e todas as pessoas que 
estão no avião, pois os efeitos colaterais para o 
resultado que A pretende é necessário. 
Dolo indireto: A vontade do agente não se 
resume a um resultado determinado. Podendo 
ser, dolo eventual, o agente arrisca a produção 
do resultado previsível (Teoria do 
Assentimento) ou dolo alternativo, o agente 
possui uma vontade dirigida a um ou outro 
resultado. 
Dolo eventual x Dolo de Segundo Grau: No dolo 
eventual o resultadocolateral é previsível, 
poderá ocorrer ou não. Já no dolo de segundo 
grau, para que o agente consiga a sua finalidade 
NECESSARIAMENTE irá ocorrer uma 
consequência colateral. (Teoria da 
representação) 
Dolo direto x Dolo eventual: No direito o 
resultado é previsto e pretendido, no eventual é 
previsto e aceito. 
Tipo Culposo: No crime culposo, o agente não 
quer o resultado, mas assume o risco de 
produzi-lo. 
Elementos do tipo Culposo: 
Voluntariedade: O agente possui vontade de 
praticar a conduta, contudo o resultado é 
causado involuntariamente. 
Inobservância do dever objetivo de cuidado- 
Nem sempre o dever de cuidado é observado, é 
o que ocorrer com a imprudência, negligência e 
imperícia. 
Previsibilidade: Em regra, no crime culposo não 
há PREVISÃO, que é diferente de previsível. NÃO 
CONFUNDA! FGV, AMA ISSO 
Resultado naturalístico INVOLUNTÁRIO: A 
conduta é voluntária, mas o resultado é 
involuntário. NÃO CONFUDA! 
Modalidades da culpa: 
Imprudência: Imprudência é uma atitude 
precipitada, sem ponderação. Ex: Dirigir em alta 
velocidade. 
Negligência: Ausência de precaução. Ex: Deixar 
uma arma próximo a uma criança. 
Imperícia: Inaptidão para o exercício da arte ou 
profissão. 
Espécies de Culpa: 
Culpa Consciente (ex lasciva): O agente prevê o 
resultado, mas não assume o risco de produzi-
lo. 
Culpa Inconsciente (ex ignorantia): O agente 
não prevê o resultado e nem assume o risco de 
produzir. Deve ser previsível para o homem 
médio. 
Culpa Própria: O agente não prevê e nem 
assume o risco, mas pratica o resultado por 
imprudência, negligência ou imperícia. 
Culpa Impropria: Deriva do erro 
evitável/inescusável ou do excesso nas 
justificativas. O agente imagina que está diante 
de uma causa excludente ou que pode agir 
excessivamente, que não será punido. Na 
verdade, é uma conduta dolosa, mas por 
políticas criminais o tratam como crime 
culposo. 
#LINKMENTAL 
Erro sobre elementos do tipo 
 
 
 
53 
 
 Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do 
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a 
punição por crime culposo, se previsto em lei. 
O erro de tipo é incidente sobre elementos 
OBJETIVOS da conduta. Neste caso há má 
interpretação sobre os fatos, ele recai sobre 
elementos descritivo dos fatos, os quais ao 
desaparecer excluem o crime, pois o fato deixa 
de ser típico. 
O erro de tipo pode ser ESCUSÁVEL 
(desculpável) ou INESCUSÁVEL (indesculpável). 
Quando ele for escusável, ou seja, desculpável, 
exclui o dolo e quando ele for inescusável, o 
agente responderá a título de culpa, caso o 
crime seja previsto também na modalidade 
culposa. Essa culpa, a qual o artigo 20 do CP traz, 
é a culpa IMPRÓPRIA. 
Erro sobre a ilicitude do fato/ Erro de proibição 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. 
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, 
isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de 
um sexto a um terço.  (erro de proibição 
DIRETO) 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se 
o agente atua ou se omite sem a consciência da 
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas 
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência 
O erro de proibição é o erro sobre a ilicitude do 
fato. O agente sabe que o fato está 
acontecendo, mas ele não sabe que é ilícito. 
Diante do caso concreto, caso a consciência da 
ilicitude seja INEVITÁVEL(DESCULPÁVEL) o 
agente é isento de pena, caso seja EVITÁVEL, a 
pena poderá ser diminuída de 1/6 a 1/3. 
Perceba, que diferentemente do erro de tipo, o 
erro de proibição diminui a pena caso seja 
evitável, o erro de tipo pune o agente por crime 
culposo, caso seja previsto. 
O erro de proibição pode ser Direto ou indireto: 
a) O direto é o erro sobre a ilicitude real do fato. 
É você achar que está fazendo algo que não é 
proibido 
b) O indireto está relacionado as discriminantes 
putativas ou aos limites jurídicos da ilicitude. É 
você saber que está agindo ilicitamente, mas 
que está amparado por uma causa excludente 
de ilicitude ou achar que está agindo dentro dos 
limites de uma causa excludente de ilicitude, 
mas não está. 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro 
plenamente justificado pelas circunstâncias, 
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria 
a ação legítima. Não há isenção de pena quando 
o erro deriva de culpa e o fato é punível como 
crime culposo (erro de proibição INDIRETO) 
OBS: ERRO DE PROIBIÇÃO NÃO É CAUSA 
EXCLUDENTE DE ILICITUDE. É ERRO SOBRE A 
ILICITUDE DO FATO. NÃO CONFUNDA! 
OBS: Erro de proibição é erro sobre a ilicitude do 
fato, mas exclui a CULPABILIDADE e não a 
ilicitude. Até porque o fato é ilícito, o agente 
apenas não sabia que era, logo não tem como 
ser excluída a ilicitude “apenas” porque o 
agente não sabia, mas a sua culpabilidade sim. 
#VOCÊSQUELUTEM #TOMEMAISLINKMENTAL 
=) 
CRIMEPRETERDOLOSO: O crime preterdoloso 
ocorre quando o agente quer o resultado 
(dolo), mas causa um resultado além do 
pretendido (culpa) 
ILICITUDE: Ilicitude é a contrariedade do fato 
com o ordenamento jurídico. 
Discriminante = Causas de exclusão de ilicitude 
 Causas legais de exclusão de Ilicitude: 
 (art. 23 do CP) 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica 
o fato:          
        I - Em estado de necessidade 
        II - Em legítima defesa;         
 
 
 
54 
 
        III - em estrito cumprimento de dever legal 
ou no exercício regular de direito 
Art. 24 - Considera-se em estado de 
necessidade quem pratica o fato para salvar de 
perigo atual, que não provocou por sua 
vontade, nem podia de outro modo evitar, 
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se.          
        § 1º - Não pode alegar estado de 
necessidade quem tinha o dever legal de 
enfrentar o perigo.          
        § 2º - Embora seja razoável exigir-se o 
sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá 
ser reduzida de um a dois terço 
Obs: Não configura estado de necessidade se a 
conduta lesiva for um crime permanente ou 
habitual, tendo em vista que não se terá o 
perigo ATUAL, tão pouco será INEVITÁVEL A 
CONDUTA. 
#linkmentalmeupovo 
CRIME CONTINUADO E CRIME PERMANENTE 
O crime continuado está previsto no art. 71 do 
CP: 
 Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de 
uma ação ou omissão, prática dois ou mais 
crimes da mesma espécie e, pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras 
semelhantes, devem os subsequentes ser 
havidos como continuação do primeiro, 
aplicasse-lhe a pena de um só dos crimes, se 
idênticas, ou a mais grave, se diversas, 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a 
dois terços. 
Já o crime permanente é aquele em que a 
consumação se prolonga/se protrai no tempo, 
pela vontade do agente. EX: Extorsão mediante 
sequestro, tráfico ilícito de drogas... 
Tanto no crime permanente, como no crime 
continuado será aplicado a súmula 711 do STF 
sobre o momento em que o crime foi praticado. 
Súmula 711 STF - A lei penal mais grave aplica-
se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à 
cessação da continuidade ou da permanência. 
Formas de estado de necessidade: 
Estado de necessidade próprio: Proteção de 
direito próprio do agente 
Estado de necessidade de terceiro: O agente 
protege direito de terceiro. 
Estado de necessidade agressivo: A conduta 
recai sobre direito/bem de quem não concorreu 
para a produção da situação de perigo. A 
conduta recai sobre o direito de terceiro alheio 
a situação. 
Estado de necessidade defensivo: A conduta 
lesiva recai sobre direito de quem provocou o 
perigo. 
Estado de necessidade Real: Existe uma 
situação real de perigo acontecendo. É o próprio 
artigo 24 do CP. 
Estado de necessidade putativo: O agente 
imagina estar diante de um estado de 
necessidade real ou erra sobre os limites da 
excludente, acreditando estar praticando um 
ato LICITO. 
Estado de necessidade justificante: Exclusão de 
Ilicitude 
Estado denecessidade exculpante: Excludente 
de culpabilidade 
#PLUS 
O estado de necessidade poderá ser uma causa 
exclusão de ilicitude, o justificante ou causa 
excludente de culpabilidade, o exculpante. Irá 
depende de qual teoria será adotada. 
Para a teoria diferenciadora, se o bem 
protegido pelo agente for de valor superior ao 
bem sacrificado, ocorrerá a exclusão de ilicitude. 
Ex: Para Salvar a vida e alguém, o agente danifica 
um patrimônio. Entretanto, caso o bem 
protegido seja inferior ou igual ao bem 
 
 
 
55 
 
sacrificado, ocorrerá a exclusão da 
culpabilidade. ESTA TEORIA NÃO É ADOTADA 
PELO CP 
Para teoria Unitária, O ESTADO DE 
NECESSIDADE SEMPRE SERÁ CAUSA DE 
EXCLUSÃO DE ILICITUDE. 
LEGÍTIMA DEFESA: 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, 
usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual ou 
iminente, a direito seu ou de outrem.         
        Parágrafo único. Observados os requisitos 
previstos no caput deste artigo, considera-se 
também em legítima defesa o agente de 
segurança pública que repele agressão ou risco 
de agressão a vítima mantida refém durante a 
prática de crimes (NOVIDADE LEGISLATIVA) 
NÃO CONFUNDA COM EXERCÍCIO REGULAR DO 
DIREITO. 
Art. 23, Parágrafo único do CP - O agente, em 
qualquer das hipóteses deste artigo, 
responderá pelo excesso doloso ou culposo. 
Obs: legítima defesa putativa: legítima defesa 
imaginária. Poderá ocorrer no caso de erro de 
tipo permissivo (art. 20, §1º do CP) ou erro de 
proibição indireto (art.21 do CP) 
LEGÍTIMA DEFESA REAL X LEGÍTIMA DEFESA 
REAL = Não pode ocorrer 
LEGÍTIMA DEFESA REAL x LEGÍTIMA DEFESA 
PUTATIVA = Pode ocorrer, pois quem imagina 
estar sob legítima defesa, pratica uma agressão 
injusta. 
LEGÍTIMA DEFESA X ESTADO DE NECESSIDADE 
= Não pode 
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL- 
 Não se aplica as obrigações sociais, morais, 
culturais ou religiosas. 
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO- o que é 
permitido não pode ao mesmo tempo ser ilícito. 
Contudo, o exercício não pode ser abusivo, 
deverá ser regular. 
Ex: PRISÃO EM FLAGRANTE FEITA POR 
PARTICULAR. 
Obs: Para a doutrina ofendículos constitui 
exercício regular do direito. Ofendículos são 
mecanismo de defesa visíveis. EX: cacos de vidro 
no muro de casa. 
CONSENTIMENTO DO OFENDIDO 
O consentimento do ofendido é uma criação 
doutrinária, pois não existe previsão legal. 
Em determinados casos ele será exclusão da 
tipicidade, caso o consentimento seja um 
elementar do tipo, e em outros, uma causa 
SUPRALEGAL (que está “fora” da lei) 
excludente de ilicitude. 
As causas legais excludentes de ilicitude são 
aquelas previstas no art. 23, do CP. Já causas 
supralegais são aquelas que não estão previstas 
em lei, como, por exemplo, o consentimento do 
ofendido, logo, quando a ausência do 
consentimento for um requisito para que o 
delito seja tipificado, a sua presença irá 
configurar a atipicidade da conduta, porém 
quando ela não for um elementar do tipo, 
poderá configurar uma causa supralegal de 
exclusão da ilicitude. 
CULPABILIDADE: A culpabilidade é o juízo de 
reprovação do agente, devido este ter praticado 
um fato típico e ilícito. 
O código penal adotou a teoria normativa pura 
da culpabilidade, a qual a culpabilidade tem 
como elementos a: imputabilidade, potencial 
consciência de ilicitude e exigibilidade de 
conduta diversa. 
A culpabilidade é composta por três elementos: 
a imputabilidade, a potencial consciência da 
ilicitude e inexigibilidade de conduta diversa 
Imputabilidade: é a capacidade que o agente 
possui para ser responsabilizado criminalmente. 
O CP adotou o sistema biopsicológico ou misto 
 
 
 
56 
 
para verificar a capacidade do agente. De acordo 
com Este sistema a anomalia psíquica o agente, 
era, ao tempo da conduta, incapaz de entender 
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse. (art. 26 do CP). 
A inimputabilidade é a falta da imputabilidade, 
ou seja, é a falta de um dos elementos da 
culpabilidade. 
EXCLUDENTES DA CULPABILIDADE: 
Doença mental 
Art. 26 do CP - É isento de pena o agente que, 
por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação 
ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de 
um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por 
desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado não era inteiramente capaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse 
entendimento 
MENORIDADE: 
Os menores de 18 anos são inimputáveis, não se 
sujeitam à Justiça Penal, respondem pela 
sistemática do ECA. Em relação a menoridade o 
nosso código utiliza o sistema biológico. 
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são 
penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às 
normas estabelecidas na legislação especial. 
Obs. A emancipação civil do menor de 18 anos 
não alterada em nada a inimputabilidade 
penal. Desta forma, o menor de 18 anos é capaz 
para o Direito Civil, mas inimputável para o 
Direito Penal. 
Embriaguez 
Art. 28, § 1ºdo CP - É isento de pena o agente 
que, por embriaguez completa, proveniente de 
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da 
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse 
entendimento 
Para que a embriaguez seja cause a 
inimputabilidade, ela precisa ser 
INVOLUNTÁRIA, PROVENIENTE DE CASO 
FORTUITO OU FORÇA MAIOR, AO TEMPO DA 
AÇÃO OU OMISSÃO, O AGENTE PRECISA ESTAR 
INTEIRAMENTE INCAPAZ. Caso o agente apenas 
não possuísse a plena capacidade no momento 
da ação ou omissão será causa de diminuição de 
pena e não de isenção. 
Art. 28, § 2º do CP - A pena pode ser reduzida de 
um a dois terços, se o agente, por embriaguez, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, não 
possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a 
plena capacidade de entender o caráter ilícito 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento 
A potencial. consciência da ilicitude, outro 
elemento da culpabilidade, está relacionada ao 
erro de proibição inevitável do art.21 do CP. 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. 
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, 
isenta de pena; (erro de proibição/causa 
excludente da culpabilidade) 
Por fim, a exigibilidade de conduta diversa, 
terceiro elemento da culpabilidade, se encontra 
no art. 22 do CP 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação 
irresistível ou em estrita obediência a ordem, 
não manifestamente ilegal, de superior 
hierárquico, só é punível o autor da coação ou 
da ordem (Coação MORAL irresistível e 
obediência hierárquica/ causas excludentes da 
culpabilidade) 
0bs. Ao INIMPUTÁVEL SERÁ PROLATADA UMA 
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA- Pois 
absolve o réu (isenta-o de pena), mas impõe-lhe 
sanção penal (medida de segurança) 
 
 
 
57 
 
Se a pena for de RECLUSÃO- Teremos a 
internação 
Se a pena for de DETENÇÃO- Tratamento 
ambulatorial 
NÃO CONFUNDA 
COAÇÃO FÍSICA= EXCLUE A CONDUTA 
COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL= EXCLUDENTE 
DE CULPABILIDADE 
 
Exigibilidade de conduta diversa= Causa LEGAL 
de exclusão de culpabilidade 
INEGIBILIDADE de conduta diversa= Causa 
SUPRALEGAL de exclusão de culpabilidade 
#linkmental 
Súmula 443 do STJ: "O aumento na terceira fase 
de aplicação da pena no crime de roubo 
circunstanciado exige fundamentação concreta, 
não sendo suficiente para a sua exasperação a 
mera indicação do número de majorantes." 
Súmula 617: “A ausência de suspensão ou 
revogação do livramento condicional antes do 
término do período de prova enseja a extinção 
da punibilidade pelo integral cumprimento da 
pena 
 
DIREITO DO TRABALHO 
DICA DO DIA 13 
1. CONTRATO DE TRABALHO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Contrato individual de trabalho nada mais é do 
que o acordo tácito ou expresso,correspondente à relação de emprego (Pode ser 
acordado tácita ou expressamente, 
verbalmente ou por escrito, por prazo 
determinado ou indeterminado, ou para 
prestação de trabalho intermitente). 
A prova do contrato individual do trabalho será 
feita pelas anotações constantes da carteira 
profissional ou por instrumento escrito e 
suprida por todos os meios permitidos em 
direito. 
Cabe ao empregador definir o padrão de 
vestimenta no meio ambiente laboral, sendo 
lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da 
própria empresa ou de empresas parceiras e de 
outros itens de identificação relacionados à 
atividade desempenhada (ANTES DA REFORMA 
ISSO NÃO ERA POSSÍVEL). 
A higienização do uniforme é de 
responsabilidade do trabalhador, salvo nas 
hipóteses em que forem necessários 
procedimentos ou produtos diferentes dos 
utilizados para a higienização das vestimentas 
de uso comum. 
O empregador não exigirá do candidato a 
emprego comprovação de experiência prévia 
por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo 
tipo de atividade. 
EM REGRA o contrato se dá de forma 
indeterminada, ou seja, sem termo estipulado. 
Contrato por prazo determinado só será válido 
em se tratando: a) de serviço cuja natureza ou 
transitoriedade justifique a predeterminação do 
prazo; b) de atividades empresariais de caráter 
transitório e c) contrato de experiência. 
ATENTAR: O contrato de trabalho por prazo 
determinado não poderá ser estipulado por 
mais de 2 (dois) anos. 
ATENTAR: O contrato de experiência não 
poderá exceder de 90 (noventa) dias. 
ATENTAR: Admite-se uma única renovação, 
desde que não ultrapasse o limite (02 anos ou 
90 dias). Ultrapassado o limite ou renovado 
mais de uma vez, passa a ser contrato por prazo 
indeterminado. 
ATENTAR: No caso do DOMÉSTICO o contrato de 
experiência tem que ser por escrito e admite 
uma única renovação (também desde que a 
soma dos 2 (dois) períodos não ultrapasse 90 
(noventa) dias). 
 
 
 
58 
 
Todo e qualquer contrato que se suceder, 
dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por 
prazo determinado, deve ser tido como POR 
PRAZO INDETERMIADO, salvo se a expiração 
deste dependeu da execução de serviços 
especializados ou da realização de certos 
acontecimentos. 
CONTRATO INTERMITENTE: Considera-se como 
intermitente o contrato de trabalho no qual a 
prestação de serviços, com subordinação, não é 
contínua, ocorrendo com alternância de 
períodos de prestação de serviços e de 
inatividade, determinados em horas, dias ou 
meses, independentemente do tipo de atividade 
do empregado e do empregador, exceto para os 
aeronautas, regidos por legislação própria. 
ATENÇÃO: SE NÃO HOUVER COMPROVAÇÃO DA 
DESCONTINUIDADE E DA INATIVIDADE O 
CONTRATO SE CONVOLA EM INDETERMINADO! 
Nesse sentido: 
TRT-7 - Recurso Ordinário Rito Sumaríssimo 
RO 00007995320195070003 CE (TRT-7) 
Jurisprudência•Data de publicação: 
12/06/2020 
RECURSO DO RECLAMANTE. CONTRATO 
INTERMITENTE. NULIDADE. O art. 443 e 452-
A da CLT definem o contrato intermitente. na 
falta de um dos requisitos do contrato, esse 
se descaracteriza. no caso foi constatado a 
falta do requisito da descontinuidade, e da 
inatividade. O contrato passou a ser por 
tempo indeterminado. 
O contrato intermitente DEVE SER 
NECESSARIAMENTE ESCRITO (452-A, da CLT). 
O empregador deve convocar o empregado com 
pelo menos três dias corridos de antecedência. 
Recebida a convocação, o empregado terá o 
prazo de um dia útil para responder ao 
chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa. 
A recusa não descaracteriza a subordinação. 
Aceita a oferta para o comparecimento ao 
trabalho, a parte que descumprir, sem justo 
motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta 
dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da 
remuneração que seria devida, permitida a 
compensação em igual prazo. 
CONTRATO TEMPORÁRIO: É permitido em dois 
casos: Necessidade de substituição temporária 
de algum funcionário permanente (exemplo: 
férias de funcionário) e demanda complementar 
de serviços (exemplo: fim de ano, páscoa, etc.). 
O período máximo que um trabalhador 
temporário pode ficar à disposição da empresa 
tomadora é de 270 dias ao total (180 dias, 
prorrogáveis por mais de 90 dias). 
Caso haja violação do prazo acima, estará 
configurado o vínculo empregatício 
indeterminado com a empresa tomadora de 
serviços. 
NÃO SE PODE CONTRATAR PESSOAL 
TEMPORÁRIO PARA SUBSTITUIR FUNCIONÁRIOS 
EM GREVE! 
A responsabilidade do tomador de serviços, via 
de regra, é subsidiária. 
Em casos de falência da empresa prestadora ou 
intermediadora da mão de obra, a tomadora de 
serviços deve responder de forma solidária. 
 
2. EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O contrato de trabalho pode ser rescindido ou 
resolvido de diversas formas, dentre elas, para 
essas você deve ser atentar: 
2.1 EXTINÇÃO DO CONTRATO POR INICIATIVA 
DO EMPREGADOR 
Em casos de demissão sem justa causa são 
devidos: o saldo de salário (dias trabalhados 
pelo empregado), o aviso-prévio (trabalhado ou 
indenizado e proporcional ao tempo de serviço), 
férias vencidas e proporcionais acrescidas de 
1/3, 13º salário, liberação dos valores 
depositados no FGTS, multa de 40%, entrega das 
guias para solicitação do seguro-desemprego e 
 
 
 
59 
 
indenização adicional, quando a dispensa se 
consumar no trintídio anterior (data base da 
categoria - artigo 9°, da Lei 7.238/1984). 
Em casos de demissão com justa causa são 
devidos: Depósito do FGTS referente ao mês da 
rescisão, além de saldo de salários e férias 
vencidas acrescidas do terço constitucional (pois 
tratam-se de direito adquirido). 
As hipóteses de justa causa estão elencadas no 
artigo 482, da CLT: 
1. Ato de improbidade (gera prejuízo 
patrimonial ao empregador). 
2. Incontinência de conduta ou mau 
procedimento (Incontinência de 
conduta é relativa à moral sexual. 
Mau procedimento tudo que é 
contra as regras sociais e internas. 
3. Negociação habitual por conta 
própria ou alheia sem permissão do 
empregador, e quando constituir 
ato de concorrência à empresa para 
a qual trabalha o empregado, ou for 
prejudicial ao serviço. 
4. Condenação criminal (transitada 
em julgado - caso não tenha havido 
suspensão da execução da pena) 
5. Desídia no desempenho das 
respectivas funções (negligencia, 
preguiça). 
6. Embriaguez (habitual (quando for 
de forma repetida e fora do local 
de trabalho) ou em serviço (no 
próprio local do trabalho)). 
7. Violação de segredo da empresa 
8. Ato de indisciplina ou de 
insubordinação (A indisciplina 
acontece quando há o ato de 
descumprimento de regras 
genéricas – aquelas que regem o 
comportamento de todos os 
funcionários dentro da empresa. 
Já a insubordinação está associada 
ao descumprimento de regras 
específicas (verbais ou escritas), 
geralmente associada à recusa em 
seguir ordens inerentes à atividade 
de trabalho do profissional). 
9. Abandono de emprego (ausentar-
se do serviço pelo prazo mínimo de 
30 dias sem justificativa). 
10. Ato lesivo da honra ou da boa fama 
praticado no serviço contra 
qualquer pessoa, ou ofensas físicas, 
nas mesmas condições, salvo em 
caso de legítima defesa, própria ou 
de outrem (TEM QUE SER NO 
AMBIENTE DE TRABALHO). 
11. Ato lesivo da honra ou da boa fama 
ou ofensas físicas praticadas contra 
o empregador e superiores 
hierárquicos, salvo em caso de 
legítima defesa, própria ou de 
outrem; Prática constante de jogos 
de azar (PODE SER EM QUALQUER 
LUGAR). 
12. Prática constante de jogos de azar. 
13. Perda de habilitação ou requisitos 
para exercício da profissão 
(Incluído pela reforma trabalhista 
– Deve decorrer de conduta dolosa 
do empregado). 
14. Atentados à segurança nacional. 
ATENÇÃO: A dispensa por justa causa é a pena 
máxima aplicada ao empregado, cujas 
consequências acompanhar-lhe-ão por toda sua 
vida profissional. Por esse motivo deve ser 
utilizada pelo empregador com todo o cuidado 
necessário e mediante um ato faltoso de 
tamanha gravidade queimpossibilite a 
continuidade da prestação dos serviços pelo 
trabalhador, sendo necessária, ainda, a 
observância dos requisitos essenciais para sua 
aplicação, quais sejam, previsão legal, 
gravidade do ato, nexo causal, 
 
 
 
60 
 
proporcionalidade e imediatidade na aplicação 
da pena. 
ATENÇÃO: O EMPREGADO NÃO PODE SER 
PUNIDO DUAS VEZES PELO MESMO FATO. 
EXEMPLO: SE SOFREU SUSPENSÃO NÃO 
PODERÁ SER PUNIDO COM A JUSTA CAUSA EM 
RAZÃO DO MESMO FATO! 
Nesse sentido: 
TRT-24 - 00010073220115240007 (TRT-24) 
Jurisprudência•Data de publicação: 
06/02/2013 
JUSTA CAUSA - BIS IN IDEM. É ônus do 
empregador demonstrar o cometimento de 
nova falta disciplinar pelo empregado entre a 
aplicação das penalidades de suspensão e 
rescisão motivada, sob pena de incorrer em 
bis in idem. 
 
2.2 EXTINÇÃO DO CONTRATO POR INICIATIVA 
DO EMPREGADO 
Em tais casos o empregado quem deve 
conceder aviso prévio ao empregador e, acaso 
não o faça serão feitos descontos relativos a 
esse período de aviso não dado. 
Nos casos de pedido de demissão são devidos 
ao empregado: saldo de salário, férias vencidas 
(se houver), proporcionais acrescidas de 1/3 e 
13º salário proporcional. 
Não tem direito ao saque do FGTS, multa 
rescisórias e seguro desemprego. 
2.3 EXTINÇÃO DO CONTRATO POR INICIATIVA 
MÚTUA 
A ruptura contratual por iniciativa de ambas as 
partes foi incluída pela reforma trabalhista e 
está bem definida no artigo 484-A, da CLT. 
Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser 
extinto por acordo entre empregado e 
empregador, caso em que serão devidas as 
seguintes verbas trabalhistas: 
I - por metade 
a) o aviso prévio, se indenizado; e 
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de 
Garantia do Tempo de Serviço (MULTA DO FGTS 
É DE 20%) 
II - na integralidade, as demais verbas 
trabalhistas (férias, 13º, saldo de salário) 
§ 1o A extinção do contrato prevista no caput 
deste artigo permite a movimentação da conta 
vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do 
art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, 
limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos 
depósitos. (EM RESUMO: O EMPREGADO PODE 
MOVIMENTAR/SACAR 80% DO VALOR DE SUA 
CONTA FUNDIÁRIA) 
§ 2º. A extinção do contrato por acordo prevista 
no caput deste artigo não autoriza o ingresso no 
Programa de Seguro-Desemprego. 
2.4 RESCISÃO INDIRETA 
o EMPREGADOR dá causa à ruptura contratual, 
OU SEJA, comente ATO FALTOSO. 
Tem previsão no artigo 483, da CLT. 
Nas hipóteses da alínea D (não cumprir o 
empregador as obrigações do contrato) e G 
(Redução unilateral, pelo empregador, do 
trabalho do empregado, sendo este por peça 
ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a 
importância dos salários) do artigo 483, o 
empregado pode pleitear a rescisão indireta e 
permanecer ou não no serviço até a final 
decisão do processo! 
Nos casos em que ficar caraterizada a rescisão 
indireta do contrato, são devidas as verbas 
típicas de uma dispensa SEM JUSTA CAUSA. 
2.4 MORTE DO EMPREGADO 
Nesses casos são devidas aos dependentes as 
seguintes verbas rescisórias: o saldo de salário 
(dias trabalhados pelo empregado), férias 
vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3, 13º 
salário, liberação dos valores depositados no 
FGTS. 
 
 
 
61 
 
No falecimento do empregado, serão pagas as 
parcelas do seguro-desemprego vencidas até a 
data do óbito, aos sucessores, mediante 
apresentação de Alvará Judicial, conforme a 
Resolução CODEFAT 665/2011. 
Não há direito ao aviso prévio e à multa de 40% 
sobre o FGTS. 
2.5 DECURSO DO PRAZO DO CONTRATO 
DETERMINADO 
Nos contratos de trabalho por prazo 
determinado, sua extinção, em regra, se dará 
com o término do prazo estipulado no contrato. 
Em tal caso, o empregado terá direito as 
seguintes verbas: 13º salário proporcional; 
férias proporcionais; e levantamento dos 
depósitos do FGTS (sem a multa do FGTS). 
Agora, acaso tenha a extinção corrida antes do 
fim do prazo previsto em contrato (rescisão 
antecipada), haverá de se levar em conta o que 
segue: 
A) Justa causa cometida pelo empregado, 
ele terá direito a somente os salários devidos no 
período; 
B) Sem justa causa, o empregado terá 
direito a: indenização correspondente ao valor 
da remuneração a que teria direito até o termo 
do contrato (art. 490, da CLT), além de: férias 
acrescidas de 1/3, 13º salário e ao FGTS mais a 
multa de 40%; 
C) Iniciativa do empregado, este deverá 
indenizar o empregador no valor 
correspondente ao que seria devido se a 
rescisão tivesse sido causada por vontade do 
empregador (artigo 480, §1º, da CLT). 
OBS: Se houver cláusula assecuratória do direito 
recíproco de transferência (art. 481, da CLT), faz 
jus o empregado às verbas rescisórias típicas dos 
contratos por prazo indeterminado (acrescenta-
se, portanto, aviso prévio, multa fundiária). 
2.6 CULPA RECÍPROCA 
No caso de culpa reciproca, as verbas rescisórias 
são devidas à razão de 50%, além de liberação 
das guias de FGTS, multa fundiária de 20%. 
Súmula nº 14 do TST: Reconhecida a culpa 
recíproca na rescisão do contrato de trabalho 
(art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 
50% (cinquenta por cento) do valor do aviso 
prévio, do décimo terceiro salário e das férias 
proporcionais. 
2.7 FORÇA MAIOR 
Antes de mais nada você precisa saber o que a 
força maior é assim conceituada: 
Acontecimento inevitável, alheio à vontade do 
empregador e sobre o qual este em nada 
interveio. Exemplo: Um meteoro que caiu em 
cima da empresa e a destruiu completamente. 
Sua caracterização exige a simultaneidade dos 
seguintes requisitos: que o empregador não 
tenha concorrido com sua vontade para o 
evento; que o mesmo seja imprevisível; e que 
abale a estrutura econômico-financeira da 
empresa de forma que impossibilite o 
cumprimento de todas as suas obrigações 
contratuais. 
Na hipótese de força maior, serão devidas as 
seguintes verbas rescisórias, à saber: 
I - sendo estável, nos termos dos arts. 477 e 478; 
II - não tendo direito à estabilidade, metade da 
que seria devida em caso de rescisão sem justa 
causa; 
III - havendo contrato por prazo determinado, 
aquela a que se refere o art. 479 desta Lei, 
reduzida igualmente à metade. 
O que se entende como FORÇA MAIOR tem 
previsão nos artigos 501 e 502 da CLT. 
Para a caraterização da força maior é necessário 
que fique comprovado a extinção da empresa 
ou do estabelecimento que o funcionário 
trabalho. 
2.8 FALÊNCIA DA EMPRESA 
 
 
 
62 
 
A falência da empresa em nada prejudica o 
direito do empregado ao percebimento de 
TODAS as verbas rescisórias devidas, como a 
dispensa sem justa causa fosse. 
2.9 FATO DO PRÍNCIPE 
Decorre de ato do poder público. 
Situação jurídica imposta pelo Poder Público em 
decorrência de ato discricionário para 
consecução de políticas públicas. 
ATENÇÃO MÁXIMA: A EMPRESA NÃO PODE 
ALEGAR FATO DO PRÍNCIPE EM RAZÃO DE 
COVID 19: 
TRT-6 - Recurso Ordinário Trabalhista RO 
00005626020205060181 (TRT-6) 
Jurisprudência•Data de publicação: 
19/05/2021 
RECURSO ORDINÁRIO. FATO DO PRÍNCIPE. 
FORÇA MAIOR. NÃO CARACTERIZAÇÃO. A 
pandemia ocasionada pela covid-19 não 
guarda relação com a figura do fato do 
príncipe, que, conforme definição do art. 486 
da CLT , corresponde à situação jurídica 
imposta pelo Poder Público em decorrência 
de ato discricionário para consecução de 
políticas públicas. Em verdade, a restrição 
direcionada aos empresários em relação às 
atividades ditas não essenciais no âmbito de 
uma situação de calamidade, tratou-se de 
questão de saúde pública, não se 
confundindo, portanto, com o alegado fato 
do príncipe. Além disso, a empresa poderia 
ter aderido às hipóteses de flexibilização 
previstas na Medida Provisória de nº 927 
/2020, de 22 de março de 2020, antes de 
proceder à dispensa da reclamante. De outro 
lado, também não encontra amparo a tese de 
força maior, uma vez que sequer houve 
comprovação de que houve extinção da 
empresa ou de um dos estabelecimentosem 
que trabalhe a empregada, tal como 
determina o art. 502 da CLT . (Processo: ROT 
- 0000562-60.2020.5.06.0181 , Redator: 
Fabio Andre de Farias, Data de julgamento: 
19/05/2021, Segunda Turma, Data da 
assinatura: 19/05/2021) 
Na hipótese de fato do príncipe, serão devidas 
as seguintes verbas rescisórias, à saber: Saldo de 
salário, férias vencidas e proporcionais, décimo 
terceiro salário, aviso prévio, saque de FGTS, 
guias do seguro desemprego. 
A multa de 40% sobre o FGTS deve ficar a cargo 
da administração pública. 
2.10 ATENÇÃO – DISPENSA DISCRIMINATÓRIA 
O rompimento da relação de trabalho por ato 
discriminatório, além do direito à reparação 
pelo dano moral, faculta ao empregado optar 
entre: 
I - a reintegração com ressarcimento integral de 
todo o período de afastamento, mediante 
pagamento das remunerações devidas, 
corrigidas monetariamente e acrescidas de juros 
legais; 
II - a percepção, em dobro, da remuneração do 
período de afastamento, corrigida 
monetariamente e acrescida dos juros legais. 
FAIXA BÔNUS – IMPORTANTE!!!! 
ACORDO EXTRAJUDICIAL 
O Acordo extrajudicial é procedimento previsto 
junto ao artigo 855-B e seguintes da CLT. 
O processo de homologação de acordo 
extrajudicial terá início por petição conjunta das 
partes, devendo estas estarem representadas 
por ADVOGADOS. 
Os advogados das partes DEVEM SER 
DISTINTOS! 
O trabalhador pode ser assistido pelo advogado 
do sindicato de sua categoria. 
No prazo de quinze dias a contar da distribuição 
da petição, o juiz analisará o acordo, designará 
audiência se entender necessário e proferirá 
sentença. 
A petição de homologação de acordo 
extrajudicial suspende o prazo prescricional da 
ação quanto aos direitos nela especificados 
(FIQUE ATENTO: SUSPENDE O PRAZO, NÃO 
 
 
 
63 
 
INTERROMPE). O prazo prescricional voltará a 
fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em 
julgado da decisão que negar a homologação 
do acordo. 
ATENÇÃO: O JUIZ NÃO É OBRIGADO A 
HOMOLOGAR O ACORDO PROPOSTO PELAS 
PARTES (Vide súmula 418, do TST, e artigos 855-
B e seguintes, da CLT). 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
SEGUNDA DICA DO DIA 13 
1. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A Administração Tributária corresponde a uma 
parcela da Administração Pública, na parte 
ligada a atividade financeira do Estado, ao tratar 
da receita tributária. 
É o Estado administrador que, agindo sob o 
império da lei criada pelo Estado legislador, 
exerce essa função administrativa, através das 
diversas pessoas jurídicas de direito público 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
bem como suas autarquias), cada qual com sua 
competência, seus órgãos, suas repartições e 
seus agentes (servidores públicos). 
Assim, o Estado, através da Administração 
Tributária, acompanha, controla e fiscaliza o 
cumprimento das normas tributárias, adotando, 
sempre que necessário, medidas coercitivas à 
sua observância, tudo no interesse da 
arrecadação e gestão das receitas tributárias. 
 
A Administração Tributária é, assim, o conjunto 
de atos administrativos voltados para o controle 
da receita tributária; é o procedimento 
destinado: 
1-À verificação do cumprimento das obrigações 
tributárias 
2-À adoção de medidas necessárias (em geral, 
pela aplicação de penalidades) para obrigar os 
respectivos sujeitos passivos (devedores) a esse 
cumprimento; e, por fim, 
3-À homologação (quitação) dos 
correspondentes créditos tributários. 
Legislação tributária 
A expressão legislação tributária compreende 
não apenas as leis, mas os tratados, decretos, 
convenções internacionais e as normas 
complementares, que versem no todo ou em 
parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles 
pertinentes. Ademais, também se incluem na 
expressão acima mencionada, os atos 
normativos primários, como os secundários. 
Por sua vez, a palavra “lei” está se referindo não 
apenas a lei em seu sentido estrito, mas todos 
os atos normativos que possuem força de lei, 
assim como: leis complementares, medidas 
provisórias, leis delegadas e decretos 
legislativos. 
Vale ressaltar, que algumas matérias são de 
competência exclusiva da lei em sentido estrito 
e outras de reserva da lei complementar. 
Vejamos: 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I - A instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - A majoração de tributos, ou sua redução, 
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 
e 65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação 
tributária principal, ressalvado o disposto no 
inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito 
passivo; 
IV - A fixação de alíquota do tributo e da sua base 
de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 
26, 39, 57 e 65; 
V - A cominação de penalidades para as ações ou 
omissões contrárias a seus dispositivos, ou para 
outras infrações nela definidas; 
 
 
 
64 
 
VI - As hipóteses de exclusão, suspensão e 
extinção de créditos tributários, ou de dispensa 
ou redução de penalidades. 
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a 
modificação da sua base de cálculo, que importe 
em torná-lo mais oneroso. 
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os 
fins do disposto no inciso II deste artigo, a 
atualização do valor monetário da respectiva 
base de cálculo. 
ESSE É UM DOS ARTIGOS QUE MAIS É 
COBRADO NA OAB. 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - Dispor sobre conflitos de competência, em 
matéria tributária, entre a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios; 
II - Regular as limitações constitucionais ao 
poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de 
legislação tributária, especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem 
como, em relação aos impostos discriminados 
nesta Constituição, a dos respectivos fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e 
decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato 
cooperativo praticado pelas sociedades 
cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e 
favorecido para as microempresas e para as 
empresas de pequeno porte, inclusive regimes 
especiais ou simplificados no caso do imposto 
previsto no art. 155, II, das contribuições 
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239 
#linkmental#espéciestribuitárias 
Tributos que são instituídos mediante Lei 
complementar: 
 
O STF já pacificou o entendimento de que 
poderá MP versar sobre matéria tributária, 
desde que estas não estejam reservadas a lei 
complementar. 
 
Com relação aos tratados e convenções 
internacionais, estes revogam ou modificam a 
legislação tributária interna e serão observados 
pela que lhes sobrevenha (art.98 do CTN). 
Outro ponto importante é sobre as normas 
complementares, as quais são: 
Art. 100. São normas complementares das leis, 
dos tratados e das convenções internacionais e 
dos decretos: 
I - Os atos normativos expedidos pelas 
autoridades administrativas; 
II - As decisões dos órgãos singulares ou 
coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei 
atribua eficácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas 
autoridades administrativas; 
IV - Os convênios que entre si celebrem a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
Parágrafo único. A observância das normas 
referidas neste artigo exclui a imposição de 
penalidades, a cobrança de juros de mora e a 
atualização do valor monetário da base de 
cálculo do tributo. 
Vigência da legislação tributária- 
Existe dois tipos de vigência, a espacial, que é o 
espaço/território que a lei é criada e a temporal, 
o qual se refere ao momento que a lei é exigida. 
Com relação a vigência espacial, esta é regia 
pelo princípio da territorialidade. O que quer 
dizer que a legislação tributária terá vigência no 
limite do ente político que a criou. EX: Uma 
norma tributária de Pernambuco foi editada, 
esta norma valerá em Pernambuco e não no Rio 
de Janeiro. 
 
 
 
65 
 
Contudo,excepcionalmente poderá ocorrer a 
extraterritorialidade da legislação tributária, 
caso haja convênio ou lei de normas gerais 
expedidas pela União. 
 
Por sua vez, a vigência temporal está 
relacionada ao momento de vigência da lei, a 
qual leciona os arts. 103 e 104 do CTN: 
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram 
em vigor: 
I - Os atos administrativos a que se refere o 
inciso I do artigo 100, na data da sua publicação; 
II - As decisões a que se refere o inciso II do 
artigo 100 (- As decisões dos órgãos singulares 
ou coletivos de jurisdição administrativa, a que 
a lei atribua eficácia normativa), quanto a seus 
efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data 
da sua publicação; 
III - os convênios a que se refere o inciso IV do 
artigo 100 (Os convênios que entre si celebrem 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios), na data neles prevista. 
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do 
exercício seguinte àquele em que ocorra a sua 
publicação os dispositivos de lei, referentes a 
impostos sobre o patrimônio ou a renda: 
I - Que instituem ou majoram tais impostos; 
II - Que definem novas hipóteses de incidência; 
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo 
se a lei dispuser de maneira mais favorável ao 
contribuinte, e observado o disposto no artigo 
178. 
Obs. A doutrina majoritária defende que os 
incisos I e II do Art. 104 do CTN não foram 
recepcionados pela CF/88. 
 
OBS: O ART. 104, III DO CTN TRAZ A HIPÓTESE 
DE REVOGAÇÃO DA ISENÇÃO QUE ENTRARIA 
EM VIGOR NO PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO DO 
ANO SEGUINTE ÁQUELE EM QUE OCORRA A 
PUBLICAÇÃO DA LEI, REFEFENTE A IMPOSTOS 
SOBRE O PATRIMÔNIO OU RENDAS. 
CONTUDO, O STF ENTENDE QUE EM CASO DE 
REVOGAÇÃO DA ISENÇÃO O IMPOSTO DEVE 
SER EXIGIDO DE IMEDIATO. EX: JOÃO POSSUI 
ISENÇÃO QUANDO AO PAGAMENTO DE IPTU 
DA SUA CASA, OCORRE QUE EM 2019 FOI 
PUBLICADA UMA LEI REVOGANDO ESSA 
ISENÇÃO.QUANDO JOÃO DEVERÁ PAGAR TAL 
IMPOSTO? 
SE NA QUESTÃO VIER PERGUNTANDO 
CONFORME O CTN, A SUA RESPOSTA DEVERÁ 
SER: JOÃO COMEÇARA A PAGAR O IPTU EM 01 
DE JANEIRO DE 2020. AGORA SE NA QUESTÃO 
PERGUNTAR CONFORME ENTENDIMENTO DO 
STF, VC IRÁ RESPONDER QUE JOÃO IRÁ PAGAR 
DE IMEDIATO. 
Aplicação da legislação tributária- 
A legislação tributária se aplica aos fatos futuros 
e aos pendentes (aqueles que sua ocorrência 
teve início, mas não está completa). 
Logo, entende-se que a legislação tributária tem 
aplicação imediata e prospectiva (para o futuro), 
excepcionalmente tendo aplicação retroativa. 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
I - Em qualquer caso, quando seja 
expressamente interpretativa, excluída a 
aplicação de penalidade à infração dos 
dispositivos interpretados; 
II - Tratando-se de ato não definitivamente 
julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a 
qualquer exigência de ação ou omissão, desde 
que não tenha sido fraudulento e não tenha 
implicado em falta de pagamento de tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos severa 
que a prevista na lei vigente ao tempo da sua 
prática. 
 
 
 
66 
 
Obs. Lei interpretativa é aquela que apenas 
declara algo, ela não modifica o ordenamento 
jurídico. 
Interpretação da lei tributária- 
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a 
definição, o conteúdo e o alcance de institutos, 
conceitos e formas de direito privado, utilizados, 
expressa ou implicitamente, pela Constituição 
Federal, pelas Constituições dos Estados, ou 
pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos 
Municípios, para definir ou limitar competências 
tributárias. 
Ex: Conceito de bens móveis. A lei tributária não 
poderá alterar para limitar ou definir 
competência tributária. 
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação 
tributária que disponha sobre: 
I - Suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
II - Outorga de isenção; 
III - dispensa do cumprimento de obrigações 
tributárias acessórias. 
Ou seja, NÃO poderá haver interpretação 
extensiva ou ampliativa sobre esses temas. 
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou 
lhe comina penalidades, interpreta-se da 
maneira mais favorável ao acusado, em caso de 
dúvida quanto: 
I - À capitulação legal do fato; 
II - À natureza ou às circunstâncias materiais do 
fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; 
III - à autoria, imputabilidade ou punibilidade; 
IV - À natureza da penalidade aplicável, ou à sua 
graduação 
Integração da legislação tributária- 
Integrar é diferente de interpretar. Integrar é 
suprir, é preencher algo que não está completo. 
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a 
autoridade competente para aplicar a legislação 
tributária utilizará sucessivamente, na ordem 
indicada: 
I - A analogia; 
II - Os princípios gerais de direito tributário; 
III - os princípios gerais de direito público; 
IV - a equidade. 
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar 
na exigência de tributo não previsto em lei. 
§ 2º O emprego da equidade não poderá 
resultar na dispensa do pagamento de tributo 
devido. 
Integrar mediante a analogia é aplicar ao caso 
concreto, um dispositivo de outra norma (afinal 
não existe dispositivo para determinada 
situação na legislação tributária) já aplicado em 
caso semelhante.SOLIDÁRIA: 
Art. 19, §2º: O fornecedor imediato será 
responsável quando fizer a pesagem ou a 
medição e o instrumento utilizado não estiver 
aferido segundo os padrões oficiais. 
São direitos básicos do consumidor, entre 
outros: 
XI - a garantia de práticas de crédito 
responsável, de educação financeira e de 
prevenção e tratamento de situações de 
superendividamento, preservado o mínimo 
existencial, nos termos da regulamentação, por 
meio da revisão e da repactuação da dívida, 
entre outras medidas; 
 
XII - a preservação do mínimo existencial, nos 
termos da regulamentação, na repactuação de 
dívidas e na concessão de crédito; 
 
XIII - a informação acerca dos preços dos 
produtos por unidade de medida, tal como por 
quilo, por litro, por metro ou por outra 
unidade, conforme o caso. #CAIMUITO 
 
3. PROTEÇÃO CONTRATUAL- PRÁTICAS 
ABUSIVAS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
As práticas abusivas estão condicionadas junto 
ao artigo 39 do código consumerista. 
Dentre as principais destacamos: condicionar o 
fornecimento de produto ou de serviço ao 
fornecimento de outro produto ou serviço, 
enviar ou entregar ao consumidor, sem 
solicitação prévia, qualquer produto, ou 
fornecer qualquer serviço, exigir do consumidor 
vantagem manifestamente excessiva, executar 
serviços sem a prévia elaboração de orçamento 
e autorização expressa do consumidor, 
ressalvadas as decorrentes de práticas 
anteriores entre as partes, elevar sem justa 
causa o preço de produtos ou serviços. 
 
 
 
6 
 
O fornecedor de serviço será obrigado a 
entregar ao consumidor orçamento prévio 
discriminando o valor da mão-de-obra, dos 
materiais e equipamentos a serem empregados, 
as condições de pagamento, bem como as datas 
de início e término dos serviços. 
O valor orçado terá validade pelo prazo de dez 
dias, contado de seu recebimento pelo 
consumidor, salvo se estipulado o contrário 
pelas partes. 
Vale registrar, ainda, que na cobrança de 
débitos, o consumidor inadimplente não será 
exposto a ridículo, nem será submetido a 
qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 
OBS: O consumidor cobrado em quantia 
indevida tem direito à repetição do indébito, por 
valor igual ao dobro do que pagou em excesso, 
acrescido de correção monetária e juros legais, 
salvo hipótese de engano justificável. 
Vale também a leitura dos artigos abaixo 
transcritos: 
Art. 47: As cláusulas contratuais serão 
interpretadas de maneira mais favorável ao 
consumidor. 
Art. 49. O consumidor pode desistir do 
contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua 
assinatura ou do ato de recebimento do 
produto ou serviço, sempre que a contratação 
de fornecimento de produtos e serviços ocorrer 
fora do estabelecimento comercial, 
especialmente por telefone ou a domicílio. 
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o 
direito de arrependimento previsto neste 
artigo, os valores eventualmente pagos, a 
qualquer título, durante o prazo de reflexão, 
serão devolvidos, de imediato, 
monetariamente atualizados. 
Art. 50. A garantia contratual é complementar 
à legal e será conferida mediante termo escrito. 
MELHOR EXPLICANDO: Existem DOIS TIPOS de 
garantia, a contratual (Art. 50, CDC) e a legal 
(artigo 26, CDC). 
A contratual é dada pelo próprio 
fabricante/distribuidor/comerciante e não é 
obrigatória e seu prazo pode ser estipulado por 
quem à confere, contudo, acaso ofertada, 
torna-se vinculante. Vale dizer ainda que de 
acordo com o artigo 74, do CDC, a não entrega 
do termo de garantia contratual devidamente 
preenchido constitui crime e a pena prevista é 
de 1 a 6 meses de detenção, ou multa. 
Já a garantia legal independe de termo escrito 
e decorre da própria lei, além de ter prazos 
próprios, que são previstos no artigo 26, do 
CDC. 
ATENÇÃO MÁXIMA: Na contagem, primeiro 
será contada a garantia CONTRATUAL, após o 
seu decurso, tem início a garantia LEGAL. 
PORTANTO, AS GARANTIAS SE SOMAM! 
Sobre CLÁUSULA ABUSIVAS, você deve fazer a 
leitura do artigo 51 e ss. do CDC. Sobre estas 
é bom saber que SÃO NULAS DE PLENO 
DIREITO. 
Em razão da vedação às práticas abusivas, se faz 
imperioso você também ter conhecimento da 
SEÇÃO II, CAPÍTULO 5, DO CDC, QUE TRATA DA 
OFERTA (Art. 30 ao 35) e SEÇÃO III, 
DAPUBLICIDADE (Art. 36 ao 38). 
Vamos vê-las em sequência: 
DA OFERTA (Art. 30 e ss., do CDC) 
Toda informação ou publicidade, 
suficientemente precisa, veiculada por qualquer 
forma ou meio de comunicação com relação a 
produtos e serviços oferecidos ou apresentados, 
obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela 
se utilizar e integra o contrato que vier a ser 
celebrado. 
Portanto, A OFERTA FEITA VINCULA o 
fornecedor. 
As ofertas devem possuir informações corretas, 
claras, precisas, ser em língua portuguesa e 
apresentar as características, qualidades, 
quantidade, composição, preço, garantia, 
 
 
 
7 
 
prazos de validade e origem, entre outros dados 
que garantam a saúde do consumidor. 
Fabricantes e importadores deverão assegurar a 
oferta de componentes e peças de reposição 
enquanto não cessar a fabricação ou 
importação do produto (Cessadas a produção 
ou importação, a oferta deverá ser mantida por 
período razoável de tempo). 
O fornecedor do produto ou serviço é 
solidariamente responsável pelos atos de seus 
prepostos (e empregados) ou representantes 
autônomos. 
Se o fornecedor de produtos ou serviços 
recusar cumprimento à oferta, apresentação 
ou publicidade, o consumidor poderá, 
alternativamente e à sua livre escolha: 
I - Exigir o cumprimento forçado da obrigação, 
nos termos da oferta, apresentação ou 
publicidade; 
II - Aceitar outro produto ou prestação de 
serviço equivalente; 
III - rescindir o contrato, com direito à restituição 
de quantia eventualmente antecipada, 
monetariamente atualizada, e a perdas e danos 
PUBLICIDADE (Art. 36 e ss., do CDC) 
É proibida toda publicidade enganosa ou 
abusiva. 
É enganosa qualquer modalidade de 
informação ou comunicação de caráter 
publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, 
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, 
capaz de induzir em erro o consumidor a 
respeito da natureza, características, qualidade, 
quantidade, propriedades, origem, preço e 
quaisquer outros dados sobre produtos e 
serviços. 
A publicidade é enganosa por omissão quando 
deixar de informar sobre dado essencial do 
produto ou serviço. 
Perceba: NÃO É QUALQUER DADO, MAS DADO 
ESSENCIAL! 
O ônus da prova da veracidade e correção da 
informação ou comunicação publicitária cabe a 
quem as patrocina 
 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
SEGUNDA MATÉRIA DO DIA 08 
1. ADOÇÃO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Antes de iniciarmos o tema que será estudado 
farei uma breve introdução sobre a proteção 
integral da criança e do adolescente, para que 
vocês compreendam melhor o assunto. Tá 
certo? 
Vamos Lá! 
SUJEITOS PROTEGIDOS 
Quem o ECA protege? 
A criança e o adolescente são os sujeitos 
protegidos pelo ECA. O estatuto da criança e do 
adolescente considera CRIANÇA a pessoa que 
possua 12 anos de idade INCOMPLETOS. Por 
sua vez, o ADOLESCENTE está compreendido 
entre os maiores de 12 anos e os menores de 18 
anos. 
CUIDADO: A CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS 
DA CRIANÇA consideram criança todo menor de 
18 anos, ou seja, para questões relacionadas a 
Direitos Humanos e seu âmbito Internacional, o 
qual não se confunde com o ECA (que é aplicado 
no nosso âmbito interno), deverá ser 
considerado criança toda pessoa menor de 18 
anos. 
CUIDADO: O ECA se aplica apenas aos menos de 
18 anos? NÃO. Excepcionalmente, em casos 
expressos em lei, o ECA poderá ser aplicado aos 
menores de 21 anos. 
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos 
desta Lei, a pessoa até doze anos de idade 
incompletos, e adolescente aquela entre doze e 
dezoito anos de idade. 
 
 
 
8 
 
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, 
aplica-se excepcionalmente este Estatuto às 
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de 
idade. 
Art. 3º A criança e ao adolescente gozam de 
todos os direitosfundamentais inerentes à 
pessoa humana, sem prejuízo da proteção 
integral de que trata esta Lei, assegurando-se 
lhes, por lei ou por outros meios, todas as 
oportunidades e facilidades, a fim de lhes 
facultar o desenvolvimento físico, mental, 
moral, espiritual e social, em condições de 
liberdade e de dignidade. 
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta 
Lei aplicam-se a todas as crianças e 
adolescentes, sem discriminação de 
nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, 
etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, 
condição pessoal de desenvolvimento e 
aprendizagem, condição econômica, ambiente 
social, região e local de moradia ou outra 
condição que diferencie as pessoas, as famílias 
ou a comunidade em que vivem. 
E quem são os responsáveis por proteger 
integralmente as crianças e os adolescentes? 
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da 
sociedade em geral e do poder público 
assegurar, com absoluta prioridade, a 
efetivação dos direitos referentes à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, 
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária. 
PODER FAMILIAR 
O poder familiar é um tema de suma 
importância, que devemos compreender 
anteriormente ao estudo da nossa querida 
adoção. 
Sendo assim, de forma breve farei pequenos 
comentários: 
O poder familiar será exercido, em igualdade de 
condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que 
dispuser a legislação civil, assegurado a 
qualquer deles o direito de, em caso de 
discordância, recorrer à autoridade judiciária 
competente para a solução da divergência. 
 Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda 
e educação dos filhos menores, cabendo-lhes 
ainda, no interesse destes, a obrigação de 
cumprir e fazer cumprir as determinações 
judiciais. 
A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos 
iguais e deveres e responsabilidades 
compartilhados no cuidado e na educação da 
criança, devendo ser resguardado o direito de 
transmissão familiar de suas crenças e culturas, 
assegurados os direitos da criança e do 
adolescente. 
A falta ou a carência de recursos materiais não 
constitui motivo suficiente para a perda ou a 
suspensão do poder familiar. 
 
DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR 
A condenação criminal do pai ou da mãe, EM 
REGRA GERAL, não implicará a destituição do 
poder familiar 
PRESTA ATENÇÃO: ESTAMOS FALANDO DE 
CONDENAÇÃO E NÃO DE PROCESSSO/PRISÃO 
TA? 
Contudo, caso o pai ou a mão da criança e do 
adolescente venha a ser condenado (NÃO É 
PROCESSADO) por crime doloso sujeito à pena 
de reclusão contra outrem igualmente titular do 
mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou 
outro descendente. 
SUSPENSÃO E PERDA DO PODER FAMILIAR 
 A perda e a suspensão do poder familiar serão 
decretadas judicialmente, em procedimento 
contraditório, nos casos previstos na legislação 
civil, bem como na hipótese de descumprimento 
injustificado dos deveres de sustento, guarda e 
educação dos filhos. 
 
 
 
9 
 
Art. 1.637do CC. Se o pai, ou a mãe, abusar de 
sua autoridade, faltando aos deveres a eles 
inerentes ou arruinando os bens dos filhos, 
cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o 
Ministério Público, adotar à medida que lhe 
pareça reclamada pela segurança do menor e 
seus haveres, até suspendendo o poder 
familiar, quando convenha. 
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o 
exercício do poder familiar ao pai ou à mãe 
condenados por sentença irrecorrível, em 
virtude de crime cuja pena exceda a dois anos 
de prisão. 
Nas causas de suspensão do poder familiar a 
criança e o adolescente voltar a residir 
novamente com os pais quando cessado o 
motivo que levou a suspensão. 
Por sua vez, a perda do poder familiar é uma das 
situações mais graves no âmbito familiar, a qual 
gera a extinção do mesmo. 
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder 
familiar o pai ou a mãe que: 
I - Castigar imoderadamente o filho; 
II - Deixar o filho em abandono; 
III - praticar atos contrários à moral e aos bons 
costumes; 
IV - Incidir, reiteradamente, nas faltas previstas 
no artigo antecedente. 
V - Entregar de forma irregular o filho a terceiros 
para fins de adoção. 
Art. 1.635 do CC- Extingue-se o poder familiar: 
I - Pela morte dos pais ou do filho; 
II - Pela emancipação, 
III - pela maioridade; 
IV - Pela adoção; 
V - Por decisão judicial, na forma do artigo 1.638 
- o qual trata das causas de perda do poder 
familiar. 
NÃO CONFUNDA AS CAUSAS DE SUSPENSÃO, 
PERDA E EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR. 
NOTE QUE QUALQUER CONDENAÇÃO 
IRRECORRÍVEL ACIMA DE 2 ANOS É CAUSA DE 
SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR.TODAVIA, A 
SENTENÇA CONDENATÓRIA (NÃO PRECISA SER 
IRRECORRÍVEL) POR CRIME DOLOSO SUJEITO A 
PENA DE RECLUSÃO contra outrem igualmente 
titular do mesmo poder familiar ou contra filho, 
filha ou outro descendente É CAUSA DE 
DESTITUIÇÃO. 
FAMÍLIA NATURAL E FAMÍLIA EXTENSA 
Conforme expresso pelo estatuto da criança e 
do adolescente existe 3 definições de família: a 
natural, a extensa e a substituta. 
Família natural- Entende-se por família natural 
a comunidade formada pelos pais ou qualquer 
deles e seus descendentes 
Família extensa- Entende-se por família extensa 
ou ampliada aquela que se estende para além da 
unidade pais e filhos ou da unidade do casal, 
formada por parentes próximos com os quais a 
criança ou adolescente convive e mantém 
vínculos de afinidade e afetividade 
E a substituta? É a originada por meio dos 
institutos jurídicos da Guarda, tutela e adoção. 
A colocação da criança ou adolescente em 
família substituta será precedida de sua 
preparação gradativa e acompanhamento 
posterior, realizados pela equipe 
interprofissional a serviço da Justiça da Infância 
e da Juventude, preferencialmente com o apoio 
dos técnicos responsáveis pela execução da 
política municipal de garantia do direito à 
convivência familiar. 
Em se tratando de criança ou adolescente 
indígena ou proveniente de comunidade 
remanescente de quilombo, é ainda 
obrigatório: 
I - Que sejam consideradas e respeitadas sua 
identidade social e cultural, os seus costumes e 
tradições, bem como suas instituições, desde 
 
 
 
10 
 
que não sejam incompatíveis com os direitos 
fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela 
Constituição Federal; 
II - Que a colocação familiar ocorra 
prioritariamente no seio de sua comunidade ou 
junto a membros da mesma etnia; 
III - a intervenção e oitiva de representantes do 
órgão federal responsável pela política 
indigenista, no caso de crianças e adolescentes 
indígenas, e de antropólogos, perante a equipe 
interprofissional ou multidisciplinar que irá 
acompanhar o caso. 
Sempre que possível, a criança ou o adolescente 
será previamente ouvido por equipe 
interprofissional, respeitado seu estágio de 
desenvolvimento e grau de compreensão sobre 
as implicações da medida, e terá sua opinião 
devidamente considerada. 
Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de 
idade, será necessário seu consentimento, 
colhido em audiência. 
Art. 29. Não se deferirá colocação em família 
substituta a pessoa que revele, por qualquer 
modo, incompatibilidade com a natureza da 
medida ou não ofereça ambiente familiar 
adequado. 
 Art. 30. A colocação em família substituta não 
admitirá transferência da criança ou 
adolescente a terceiros ou a entidades 
governamentais ou não-governamentais, sem 
autorização judicial. 
 Art. 31. A colocação em família substituta 
estrangeira constitui medida excepcional, 
somente admissível na modalidade de adoção. 
Agora, que vocês estão totalmente 
introduzidos ao tema, finalmente iremos 
estuda-lo! 
A adoção é medida excepcional e irrevogável, à 
qual se deve recorrer apenas quando esgotados 
os recursos de manutenção da criança ou 
adolescente na família natural ou extensa, na 
forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. 
 
É vedada a adoção por procuração 
 
Em caso de conflito entre direitos e interesses 
do adotando e de outraspessoas, inclusive seus 
pais biológicos, devem prevalecer os direitos e 
os interesses do adotando. 
 
 Art. 40. O adotando deve contar com, no 
máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo 
se já estiver sob a guarda ou tutela dos 
adotantes. 
 
 Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao 
adotado, com os mesmos direitos e deveres, 
inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer 
vínculo com pais e parentes, salvo os 
impedimentos matrimoniais. 
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o 
filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação 
entre o adotado e o cônjuge ou concubino do 
adotante e os respectivos parentes. 
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o 
adotado, seus descendentes, o adotante, seus 
ascendentes, descendentes e colaterais até o 
4º grau, observada a ordem de vocação 
hereditária. 
 
 Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 
(dezoito) anos, independentemente do estado 
civil. 
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os 
irmãos do adotando. 
§ 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que 
os adotantes sejam casados civilmente ou 
mantenham união estável, comprovada a 
estabilidade da família. 
 
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, 
dezesseis anos mais velho do que o adotando. 
 
§ 4 o Os divorciados, os judicialmente 
separados e os ex-companheiros podem adotar 
conjuntamente, contanto que acordem sobre a 
guarda e o regime de visitas e desde que o 
estágio de convivência tenha sido iniciado na 
constância do período de convivência e que 
seja comprovada a existência de vínculos de 
afinidade e afetividade com aquele não 
 
 
 
11 
 
detentor da guarda, que justifiquem a 
excepcionalidade da concessão. 
§ 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que 
demonstrado efetivo benefício ao adotando, 
será assegurada a guarda compartilhada, 
conforme previsto no art. 1.584 da Lei 
n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código 
Civil . 
§ 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante 
que, após inequívoca manifestação de vontade, 
vier a falecer no curso do procedimento, antes 
de prolatada a sentença. 
 
 Art. 44. Enquanto não der conta de sua 
administração e saldar o seu alcance, não pode 
o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o 
curatelado. 
 
 Art. 45. A adoção depende do consentimento 
dos pais ou do representante legal do adotando. 
§ 1º. O consentimento será dispensado em 
relação à criança ou adolescente cujos pais 
sejam desconhecidos ou tenham sido 
destituídos do pátrio poder familiar . 
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze 
anos de idade, será também necessário o seu 
consentimento. 
 Art. 46. A adoção será precedida de estágio de 
convivência com a criança ou adolescente, pelo 
prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas 
a idade da criança ou adolescente e as 
peculiaridades do caso. 
§ 1 o O estágio de convivência poderá ser 
dispensado se o adotando já estiver sob a 
tutela ou guarda legal do adotante durante 
tempo suficiente para que seja possível avaliar a 
conveniência da constituição do vínculo. 
 
§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por 
si só, a dispensa da realização do estágio de 
convivência. SEMPRE CAI 
 
§ 2 o -A. O prazo máximo estabelecido 
no caput deste artigo pode ser prorrogado por 
até igual período, mediante decisão 
fundamentada da autoridade judiciária. 
 
§ 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal 
residente ou domiciliado fora do País, o estágio 
de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) 
dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, 
prorrogável por até igual período, uma única 
vez, mediante decisão fundamentada da 
autoridade judiciária. 
 
§ 3 o -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste 
artigo, deverá ser apresentado laudo 
fundamentado pela equipe mencionada no § 
4 o deste artigo, que recomendará ou não o 
deferimento da adoção à autoridade judiciária 
 
§ 5 o O estágio de convivência será cumprido no 
território nacional, preferencialmente na 
comarca de residência da criança ou 
adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade 
limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a 
competência do juízo da comarca de residência 
da criança. 
 Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por 
sentença judicial, que será inscrita no registro 
civil mediante mandado do qual não se 
fornecerá certidão. 
§ 1º A inscrição consignará o nome dos 
adotantes como pais, bem como o nome de seus 
ascendentes. 
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, 
cancelará o registro original do adotado. 
 3 o A pedido do adotante, o novo registro 
poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil 
do Município de sua residência 
 
 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do 
trânsito em julgado da sentença constitutiva, 
exceto na hipótese prevista no § 6 o do art. 42 
desta Lei, caso em que terá força retroativa à 
data do óbito. 
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação 
de adoção será de 120 (cento e vinte) dias, 
prorrogável uma única vez por igual período, 
mediante decisão fundamentada da autoridade 
judiciária. 
 
A gestante ou mãe que manifeste interesse em 
entregar seu filho para adoção, antes ou logo 
após o nascimento, será encaminhada à Justiça 
da Infância e da Juventude. 
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe 
interprofissional da Justiça da Infância e da 
 
 
 
12 
 
Juventude, que apresentará relatório à 
autoridade judiciária, considerando inclusive os 
eventuais efeitos do estado gestacional e 
puerperal. 
§ 2 o De posse do relatório, a autoridade 
judiciária poderá determinar o 
encaminhamento da gestante ou mãe, 
mediante sua expressa concordância, à rede 
pública de saúde e assistência social para 
atendimento especializado. 
§ 3 o A busca à família extensa, conforme 
definida nos termos do parágrafo único do art. 
25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 
(noventa) dias, prorrogável por igual período. 
§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação do 
genitor e de não existir outro representante da 
família extensa apto a receber a guarda, a 
autoridade judiciária competente deverá 
decretar a extinção do poder familiar e 
determinar a colocação da criança sob a guarda 
provisória de quem estiver habilitado a adotá-
la ou de entidade que desenvolva programa de 
acolhimento familiar ou institucional. 
§ 5 o Após o nascimento da criança, a vontade 
da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai 
registral ou pai indicado, deve ser manifestada 
na audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 
desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. 
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à 
audiência nem o genitor nem representante da 
família extensa para confirmar a intenção de 
exercer o poder familiar ou a guarda, a 
autoridade judiciária suspenderá o poder 
familiar da mãe, e a criança será colocada sob a 
guarda provisória de quem esteja habilitado a 
adotá-la. 
 
PRESTA ATENÇÃO: Vamos imaginar que a mãe 
gestante queira colocar o filho que irá nascer ou 
assim que ele nascer para adoção, CERTO? E 
que neste caso a mãe não indicou quem era o 
pai e que a criança não possua ninguém para 
que fique responsável por sua guarda. O que 
acontece? Nesta situação o juiz irá EXTINGUIR o 
poder familiar da mãe e colocará a criança em 
algum programa de acolhimento ou irá 
determinar a guarda provisória da criança para 
alguém que seja capaz de adotá-la. 
Agora, vamos imaginar que a criança já nasceu 
e que ambos os pais queiram entrega-la para a 
adoção ou que a mãe queira entrega-la para 
adoção, porém a criança possui pai registral ou 
que a mãe saiba quem é o pai e indicou. O que 
acontece? Neste caso será marcado uma 
audiência para que os genitores expressem a sua 
vontade de entregar a criança para a adoção. Na 
hipótese de não comparecerem à audiência 
nem o genitor nem representante da família 
extensa para confirmar a intenção de exercer o 
poder familiar ou a guarda, a autoridade 
judiciária SUSPENDERÁ o poder familiar da mãe, 
e a criança será colocada sob a guarda provisória 
de quem esteja habilitado a adotá-la. 
NÃOCONFUNDA. EM UMA SITUAÇÃO A 
GENITORA TEM O SEU PODER FAMILIAR 
EXTINTO E NA OUJTRA ELA TEM SUSPENSO. 
 § 7 o Os detentores da guarda possuem o prazo 
de 15 (quinze) dias para propor a ação de 
adoção, contado do dia seguinte à data do 
término do estágio de convivência. 
§ 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores 
- manifestada em audiência ou perante a 
equipe interprofissional - da entrega da criança 
após o nascimento, a criança será mantida com 
os genitores, e será determinado pela Justiça da 
Infância e da Juventude o acompanhamento 
familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) 
dias. 
§ 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre 
o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 
desta Lei. 
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-
nascidos e crianças acolhidas não procuradas 
por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, 
contado a partir do dia do acolhimento. 
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua 
origem biológica, bem como de obter acesso 
irrestrito ao processo no qual a medida foi 
 
 
 
13 
 
aplicada e seus eventuais incidentes, após 
completar 18 (dezoito) anos. 
Parágrafo único. O acesso ao processo de 
adoção poderá ser também deferido ao 
adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu 
pedido, assegurada orientação e assistência 
jurídica e psicológica. 
 Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece 
o pátrio poder familiar dos pais naturais. 
 
ADOÇÃO INTERNACIONAL 
 
Considera-se adoção internacional aquela na 
qual o pretendente possui residência habitual 
em país-parte da Convenção de Haia, e deseja 
adotar criança em outro país-parte da 
Convenção. 
 
PRESTA ATENÇÃO: ADOÇÃO INTERNACIONAL 
ESTÁ RELACIONADA COM A RESIDÊNCIA DA 
PESSOA QUE PRETENDE ADOTAR E NÃO COM A 
SUA NACIONALIDADE.EX: Um brasileiro que 
mora nos EUA e que pretende adotar uma 
criança brasileira é exemplo de uma adoção 
internacional. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
DICA DO DIA 09 
1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O constitucionalismo foi um movimento, que 
tinha como objetivo limitar o poder do estado, 
garantir os direitos fundamentais e buscar a 
separação dos poderes, em face do 
absolutismo. 
Tal movimento vai muito mais além do que 
conferir constituições aos estados, até porque 
estas já existiam materialmente, mas não 
possuíam força para garantir os direitos que a 
sociedade precisava, assim como para separar 
as funções estatais e romper com os ideais 
absolutistas da época. 
CONSTITUCIONALISMO ANTIGO: Ocorreu entre 
a idade clássica até o fim do século. XVII. No 
início do constitucionalismo antigo tinha-se a 
limitação do poder estatal por dogmas 
religiosos, o que originou o Estado Teocrático. 
Em um segundo momento, nas cidades-estados 
gregas (Carta Magna 1215), as constituições 
eram consuetudinárias, pois tinham como base 
costumes e precedentes judiciais. Caracteriza-se 
pela existência de direitos perante um monarca 
limitando seu poder. 
CONSTITUCIONALISMO CLÁSSICO OU LIBERAL: 
Inicia do fim do século XVIII e permanece até o 
fim da 1ª Guerra Mundial. 
Uma das suas principais características é o 
surgimento das constituições escritas. 
Momento em que surgiu a 1ª constituição dos 
EUA (1787), na França surgiu com o liberalismo 
em 1789 (a primeira constituição escrita da 
França foi em 1791) e com a Declaração dos 
Direitos do Homem e do Cidadão. 
A Declaração do Homem e do Cidadão traz as 
matérias que devem ser matéria expressa em 
qualquer constituição, como a separação dos 
poderes, direitos fundamentais e estrutura do 
estado. 
No constitucionalismo Clássico, o Estado era 
Liberal/de Direito, o qual limitava os direitos 
que o soberano tinha em seu poder. 
Surgiu os direitos da Primeira geração, ou seja, 
os direitos relacionados a liberdade (direitos 
civis e políticos). 
CONSTITUCIONALISMO MODERNO OU SOCIAL: 
Inicia com o fim da 1ª Guerra Mundial e vai até 
o fim da 2ª Guerra Mundial. 
Com a crise do liberalismo econômico, no final 
do século XIX, os constitucionalistas modernos 
deram ênfase a 2º geração dos direitos 
fundamentais, tendo como modelo a 
Constituição do México de 1917 e a de Weimar 
de 1919. 
Neste momento surge o ESTADO SOCIAL, o qual 
se caracteriza pelo abandono de um estado 
abstencionista e o surgimento de um estado 
que implementa a igualdade e que intervém 
 
 
 
14 
 
em inúmeras questões que antes eram deixas a 
livre iniciativa. 
CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO: 
inicia com o fim da 2º Guerra Mundial. 
Tem como uma das suas características a 
garantia jurisdicional da supremacia da 
Constituição, o surgimento da 3ª geração dos 
direitos fundamentais. 
No constitucionalismo Contemporâneo surge 
duas concepções: o neoconstitucionalismo, e o 
pós-positivismo. 
O neoconstitucionalismo tem como 
fundamento a dignidade da pessoa humana. O 
Estado constitucional de Direito é o seu marco 
histórico, a legalidade se subordina a 
constituição, é o chamado força normativa da 
constituição. 
 
Diferença entre Constitucionalismo/ 
Jusnaturalismo X Positivismo X Pós-Positivismo 
X Neoconstitucionalismo 
Jusnaturalismo: Para o Jusnaturalismo, o direito 
é algo natural e anterior ao ser humano, 
devendo seguir sempre aquilo que condiz aos 
valores da humanidade (direito à vida, à 
liberdade, à dignidade, etc) e ao ideal de justiça. 
O Jusnaturalismo ou direito natural é aquele que 
o homem já nasce sendo este imutável. 
Positivismo: Representa a ultra valorização da 
lei, além de separar o direito e a moral. 
Pós-Positivismo: Surge para aperfeiçoar o 
positivismo e ponderar a relação entre direito e 
ética com o intuito de dar aos princípios jurídicos 
caráter normativo. 
Neoconstitucionalismo: visa refundar o direito 
constitucional com base em novas premissas, 
como a difusão e o desenvolvimento da teoria 
dos direitos fundamentais e a força normativa 
da constituição 
Sentidos da Constituição: Em regra, todo Estado 
tem uma constituição, que a regulamentação e 
a forma que o estado deve ser, deve ser 
organizado. 
SENTIDO SOCIOLÓGICO DA CONSTITUIÇÃO 
(FERDINAND LASSALLE):Para Lassalle a 
constituição deve ser puro reflexo da sociedade, 
a qual adota. NÃO É FORMA DE DEVER SER, 
MAS DE SER. 
Os fatores reais do poder (a sociedade) é quem 
possui força ativa e eficaz de informar quais leis 
são necessárias, do contrário, as constituições 
escritas se tornaram ineficazes e passarão a ser 
uma mera folha de papel. 
SENTIDO POLÍTICO (CARL SCHIMITT): Para 
Schimitt a constituição é uma decisão política 
fundamental, ou seja, é um conjunto de normas 
que disciplinam sobre o modo e a forma de 
existência de um Estado. As outras normas que 
formalmente estão inseridas neste conjunto, 
mas que não tratam sobre esses temas, são leis 
constitucionais e não constituição. 
SENTIDO JURÍDICO (HANS KELSEN): Para Kelsen 
a verdadeira constituição está dissociada de 
qualquer fundamento político, filosófico ou 
sociológico. A constituição é uma norma, ela 
descreve como as coisas DEVEM SER e não a 
maneira real de ser das coisas. (VEJA QUE 
DIFERE DO CONCEITO SOCIOLÓGICO) 
Para Kelsen, a Constituição posta, a constituição 
em si, é a norma suprema (sentido jurídico-
positivo), pois é dela que todas as outras leis 
devem tirar a sua validade. Contudo, além de 
uma constituição posta há ainda uma 
pressuposta (sentido lógico-jurídico), é a 
verdadeira norma hipotética fundamental, é a 
norma que serve de fundamento de validade 
para a própria constituição. 
NEOCONSTITUCIONALISMO 
Marco Histórico Estado de Direito 
Marco Filosófico Pós-Positivismo 
Marco Teórico Força Normativa da 
Constituição 
 
 
 
15 
 
SENTIDO CULTURA (KONRAD HESSE E 
HABERLE): A constituição é uma norma aberta 
em correlação aos fatos sociopolíticos, sempre 
disposta a conectar a realidade com o texto 
constitucional, para que este de fato possua 
força normativa. 
Existe inúmeras formas de classificar as 
constituições, vejamos algumas delas: 
 
QUANTO AO CONTEÚDO 
 
 
 
 
MATERIAL 
Conjunto de normas,escritas ou 
costumeiras, onde o 
importante é o 
conteúdo delas, e 
não a fonte 
normativa em que 
veiculadas. 
 
 
 
 
FORMAL 
Conjunto de normas 
que, 
independentemente 
do conteúdo, 
consideram-se 
constitucionais, pois 
estão inseridas em 
ato escrito dotados 
de hierarquia jurídica 
superior 
 
 
QUANTO A FORMA 
 
ESCRITA/DOGMÁTICA 
formalizada em um 
texto escrito. 
 
 
NÃO 
ESCRITA/HISTÓRICA 
não há texto único 
centralizado. É 
baseada, muitas 
vezes, pelos 
costumes e 
jurisprudência do 
país. 
 
 
QUANTO A ESTABILIDADE 
FLEXÍVEL 
 
é alterada da mesma 
forma que as leis 
inferiores. 
SEMIRÍGIDA 
 
uma parte é flexível e 
outra é rígida. 
RÍGIDA a sua alteração é mais 
rígida do que as leis 
inferiores 
SUPER-RÍGIDA uma parte é rígida e 
outra é imutável, ou 
seja, não pode ser 
modificada de modo 
algum 
IMUTÁVEL : todo o texto é 
imutável. 
 
 
QUANTO Á ORIGEM 
OUTORGADA 
 
Imposta por 
quem está com 
detenção do 
poder 
PROMULGADA 
 
Elaborada com 
participação 
popular 
CESARISTA(BONAPATIST
A) 
 o soberano 
elabora o texto 
e, 
posteriormente
, o submete a 
um referendo 
popular. 
PACTUADA(DUALISTA) elaborada POR 
MEIO de um 
pacto realizado 
entre os 
detentores do 
poder político. 
 
 
QUANTO Á VOLUNTARIEDADE 
HETERÔNOMA 
 
É elaborada por 
um pais 
diferente de 
onde será 
executada 
AUTÔNOMA É Elaborada pelo 
próprio país que 
será executada. 
 
 
 
 
 
 
16 
 
QUANTO A DOGMÁTICA 
ORTODOXA 
 
Formada por uma 
só ideologia 
ECLÉTICA Formada por 
várias ideologias. 
 
QUANTO À FINALIDADE 
DIRIGENTE/ANALÍTICA 
 
Estabelece um 
projeto de estado 
para o futuro 
GARANTIA Garante buscar a 
liberdade e 
limitar o poder. 
BALANÇO descreve e 
registra a 
organização 
política atual, 
estabelecida 
 
 
Podemos classificar a CF/88 em PRAFED(ê) 
Promulgada 
Rígida 
Autônoma 
Formal 
Escrita 
Dogmática 
 
2.NACIONALIDADE: 
 
O QUE DEVO SABER: 
 
Espécies de Nacionalidade: 
Nacionalidade primária (adquirida por razão do 
nascimento) 
 Art. 12. São brasileiros: 
I - Natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, 
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes 
não estejam a serviço de seu país (Critério 
territorial) 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro 
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles 
esteja a serviço da República Federativa do 
Brasil (Critério sanguíneo) 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou 
de mãe brasileira, desde que sejam registrados 
em repartição brasileira competente ou venham 
a residir na República Federativa do Brasil e 
optem, em qualquer tempo, depois de atingida 
a maioridade, pela nacionalidade brasileira 
(Critério jus sanguinis + residência no Brasil + 
opção pela nacionalidade) 
 
Nacionalidade Secundária (adquirida por 
manifestação de vontade) 
II - Naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a 
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários 
de países de língua portuguesa apenas 
residência por um ano ininterrupto e idoneidade 
moral (Secundária Ordinária) 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 
residentes na República Federativa do Brasil há 
mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a 
nacionalidade brasileira (Secundária 
Extraordinária) 
 
NÃO CONFUNDA: A cassação dos direitos 
políticos não se confunde com a perda 
dos direitos políticos. A cassação é 
expressamente vedada pela Constituição 
Federal, proibição estampada em seu Art. 15. 
 
 
 
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: 
 
DECORA: MP3.COM 
 
I - De Presidente e Vice-Presidente da República; 
P1 
II - De Presidente da Câmara dos Deputados; P2 
 III - de Presidente do Senado Federal; P3 
IV - De Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
 V - Da carreira diplomática; 
 
VI - De oficial das Forças Armadas. 
 
 VII - de Ministro de Estado da Defesa 
 
 
 
 
17 
 
3. DIREITOS POLÍTICOS 
O QUE DEVO SABER: 
A soberania popular será exercida pelo sufrágio 
universal e pelo voto direto e secreto, com 
valor igual para todos, e, nos termos da lei, 
mediante: 
I - Plebiscito; 
II - Referendo; 
III - iniciativa popular. 
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - Obrigatórios para os maiores de dezoito 
anos; 
II - Facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos. 
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os 
estrangeiros e, durante o período do serviço 
militar obrigatório, os conscritos. 
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma 
da lei: 
I - A nacionalidade brasileira; 
II - O pleno exercício dos direitos políticos; 
III - o alistamento eleitoral; 
IV - O domicílio eleitoral na circunscrição; 
V - A filiação partidária; 
VI - A idade mínima de: 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-
Presidente da República e Senador; 
b) trinta anos para Governador e Vice-
Governador de Estado e do Distrito Federal; 
c) vinte e um anos para Deputado Federal, 
Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz; 
d) dezoito anos para Vereador. 
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os 
analfabetos. 
§ 5º O Presidente da República, os 
Governadores de Estado e do Distrito Federal, os 
Prefeitos e quem os houver sucedido, ou 
substituído no curso dos mandatos poderão ser 
reeleitos para um único período 
subsequente. 
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o 
Presidente da República, os Governadores de 
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos 
devem renunciar aos respectivos mandatos até 
seis meses antes do pleito. 
OBS: Deputado federal, Deputado Estadual e 
Vereador não precisam renunciar. PRESTE 
ATENÇÃO! 
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição 
do titular, o cônjuge e os parentes 
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou 
por adoção, do Presidente da República, de 
Governador de Estado ou Território, do Distrito 
Federal, de Prefeito ou de quem os haja 
substituído dentro dos seis meses anteriores ao 
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e 
candidato à reeleição. 
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as 
seguintes condições: 
I - Se contar menos de dez anos de serviço, 
deverá afastar-se da atividade; 
II - Se contar mais de dez anos de serviço, será 
agregado pela autoridade superior e, se eleito, 
passará automaticamente, no ato da 
diplomação, para a inatividade. 
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros 
casos de inelegibilidade e os prazos de sua 
cessação, a fim de proteger a probidade 
administrativa, a moralidade para exercício de 
mandato considerada vida pregressa do 
candidato, e a normalidade e legitimidade das 
eleições contra a influência do poder econômico 
ou o abuso do exercício de função, cargo ou 
 
 
 
18 
 
emprego na administração direta ou 
indireta. 
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado 
ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias 
contados da diplomação, instruída a ação com 
provas de abuso do poder econômico, 
corrupção ou fraude. (NÃO É APENAS COM 
ABUSO DE PODER, MAS ABUSO DE PODER 
ECONÔMICO) 
OBS: Não são indícios, mas provas. PRESTE 
ATENÇÃO 
§ 11 - A ação de impugnação de mandato 
tramitará em segredo de justiça, respondendo 
o autor, na forma da lei, se temerária ou de 
manifesta má-fé. 
§ 12. Serão realizadas concomitantemente às 
eleições municipais as consultas populares 
sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras 
Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral 
até 90 (noventa) dias antes da data das eleições, 
observados os limites operacionais relativos ao 
número de quesitos 
§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às 
questões submetidas às consultas populares nos 
termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas 
eleitorais, sem a utilização de propaganda 
gratuita no rádio e na televisão 
 Art. 15. É vedada a cassação de direitos 
políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos 
casos de: 
I - Cancelamentoda naturalização por sentença 
transitada em julgado; 
II - Incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, 
enquanto durarem seus efeitos; 
IV - Recusa de cumprir obrigação a todos 
imposta ou prestação alternativa, nos termos do 
art. 5º, VIII; 
V - Improbidade administrativa, nos termos do 
art. 37, § 4º. 
 Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral 
entrará em vigor na data de sua publicação, não 
se aplicando à eleição que ocorra até um ano da 
data de sua vigência. 
OBS: ESSE ARTIGO MUDOU. ANTES ERA UM 
ANO DA SUA PROMULGAÇÃO E NÃO 
PUBLICAÇÃO. 
CUIDADO! A FGV PODE QUERER TROCAR ESSAS 
PALAVRINHAS. 
DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
 Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e 
extinção de partidos políticos, resguardados a 
soberania nacional, o regime democrático, o 
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da 
pessoa humana e observados os seguintes 
preceitos 
I - Caráter nacional; 
II - Proibição de recebimento de recursos 
financeiros de entidade ou governo estrangeiros 
ou de subordinação a estes; 
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; 
IV - Funcionamento parlamentar de acordo com 
a lei. 
§ 1º É assegurada aos partidos políticos 
autonomia para definir sua estrutura interna e 
estabelecer regras sobre escolha, formação e 
duração de seus órgãos permanentes e 
provisórios e sobre sua organização e 
funcionamento e para adotar os critérios de 
escolha e o regime de suas coligações nas 
eleições majoritárias, vedada a sua celebração 
nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade 
de vinculação entre as candidaturas em âmbito 
nacional, estadual, distrital ou municipal, 
devendo seus estatutos estabelecer normas de 
disciplina e fidelidade partidária 
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem 
personalidade jurídica, na forma da lei civil, 
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior 
Eleitoral. 
 
 
 
19 
 
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo 
partidário e acesso gratuito ao rádio e à 
televisão, na forma da lei, os partidos políticos 
que alternativamente (PRESTA ATENÇÃO! OS 
PARTIDOS POLÍTICOS NÃO SÃO OBRIGADOS A 
TEREM TODOS ESSES REQUISITOS, MAS UM OU 
OUTRO) 
I - Obtiverem, nas eleições para a Câmara dos 
Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos 
votos válidos, distribuídos em pelo menos um 
terço das unidades da Federação, com um 
mínimo de 2% (dois por cento) dos votos 
válidos em cada uma delas; ou 
II - Tiverem elegido pelo menos quinze 
Deputados Federais distribuídos em pelo menos 
um terço das unidades da Federação 
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos 
políticos de organização paramilitar. 
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os 
requisitos previstos no § 3º deste artigo é 
assegurado o mandato e facultada a filiação, 
sem perda do mandato, a outro partido que os 
tenha atingido, não sendo essa filiação 
considerada para fins de distribuição dos 
recursos do fundo partidário e de acesso 
gratuito ao tempo de rádio e de televisão. 
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados 
Estaduais, os Deputados Distritais e os 
Vereadores que se desligarem do partido pelo 
qual tenham sido eleitos perderão o mandato, 
salvo nos casos de anuência do partido ou de 
outras hipóteses de justa causa estabelecidas 
em lei, não computada, em qualquer caso, a 
migração de partido para fins de distribuição de 
recursos do fundo partidário ou de outros 
fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e 
à televisão. 
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no 
mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do 
fundo partidário na criação e na manutenção de 
programas de promoção e difusão da 
participação política das mulheres, de acordo 
com os interesses intrapartidários. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022) 
§ 8º O montante do Fundo Especial de 
Financiamento de Campanha e da parcela do 
fundo partidário destinada a campanhas 
eleitorais, bem como o tempo de propaganda 
gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído 
pelos partidos às respectivas candidatas, 
deverão ser de no mínimo 30% (trinta por 
cento), proporcional ao número de candidatas, 
e a distribuição deverá ser realizada conforme 
critérios definidos pelos respectivos órgãos de 
direção e pelas normas estatutárias, 
considerados a autonomia e o interesse 
partidário. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
PRIMEIRA MATÉRIA DO DIA 10 
 1. PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS 
O QUE DEVO SABER: 
Princípio da Legalidade: Faz-se necessário uma 
lei formal, para que haja a instituição ou 
aumento de um tributo. 
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
I - Exigir ou aumentar tributo sem lei que o 
estabeleça; 
Obs. Em regra, basta a lei ordinária para a 
criação de um tributo. Contudo, existem 
tributos que só poderão ser criados mediante 
Lei complementar. 
As medidas provisórias, por possuírem força de 
lei, podem tanto instituir como aumentar 
tributo, entretanto, não podem versar sobre 
matéria reservada a Lei complementar. 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
 I - A instituição de tributos, ou a sua 
extinção; 
 
 
 
20 
 
 II - A majoração de tributos, ou sua redução, 
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 
e 65; 
 III - a definição do fato gerador da obrigação 
tributária principal, ressalvado o disposto no 
inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito 
passivo; 
 IV - A fixação de alíquota do tributo e da sua 
base de cálculo, ressalvado o disposto nos 
artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
 V - A cominação de penalidades para as 
ações ou omissões contrárias a seus 
dispositivos, ou para outras infrações nela 
definidas; 
 VI - As hipóteses de exclusão, suspensão e 
extinção de créditos tributários, ou de dispensa 
ou redução de penalidades (SEMPRE CAI UMA 
QUESTÃO COM ESSE ARTIGO, ONDE A FGV 
AFIRMA QUE EXCLUSÃO, SUSPENSÃO OU 
EXTINÇÃO DO TRIBUTO SÃO MATÉRIA 
RESERVADA DE LEI COMPLEMENTAR) 
 § 1º Equipara-se à majoração do tributo a 
modificação da sua base de cálculo, que 
importe em torná-lo mais oneroso. 
 § 2º Não constitui majoração de tributo, 
para os fins do disposto no inciso II deste artigo, 
a atualização do valor monetário da respectiva 
base de cálculo. 
Regra: Os tributos são instituídos por LEI 
ORDINÁRIA. 
Exceção: Apenas 4 tributos são instituídos por 
meio de LEI COMPLEMENTAR: CEGI 
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (art. 148); 
IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS (art. 
153, VII); 
IMPOSTOS RESIDUAIS (art. 154, I); 
NOVAS FONTES DE CUSTEIO DA SEGURIDADE 
(art. 195, § 4º) – contribuições residuais 
 
Obs. Não se aplica ao princípio da legalidade: 
Para atualização monetária (neste caso o poder 
público não está aumentando o valor, mas 
recompondo), prazo de recolhimento do tributo 
e obrigações acessórias. 
As hipóteses de exceções ao princípio da 
legalidade são diferentes das hipóteses de não 
aplicação, por isso, preste atenção ao que a 
questão pede. 
Exceções ao princípio da legalidade: As 
alíquotas dos impostos, como regra, deverão ser 
aumentadas por lei ou MP. Contudo, quanto ao 
II, IE, IPI e IOF suas alíquotas poderão ser 
alteradas por meio de ato do poder executivo 
(decreto ou portaria). 
Exceções: II, IE, IPI e IOF 
Reduzir ou Restabelecer as alíquotas do CIDE 
combustível; 
ICMS monofásico incidente sobre combustíveis; 
Resolução do Senado Federal para fixar alíquota 
do ICMS nas operações interestaduais 
 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito 
Federal instituir impostos sobre: 
II - Operações relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestações de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação, ainda que as operações e as 
prestações se iniciem no exterior; 
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao 
seguinte: 
(...) 
X - Não incidirá: 
(...) 
b) sobre operações que destinem a outros 
Estados petróleo, inclusive lubrificantes,combustíveis líquidos e gasosos dele 
derivados, e energia elétrica; 
 
A norma prevista no art. 155, §2º, X, “b”, da 
CF/88, ao proibir a cobrança do ICMS pelo 
Estado produtor, teve por escopo beneficiar o 
Estado de destino, e não o Estado de origem, 
tampouco o contribuinte do tributo. 
O objetivo foi fazer com que o Estado de destino 
ficasse com toda a arrecadação do ICMS relativo 
a essa operação. Esse é o entendimento 
consolidado do STF. 
 
Em suma: Segundo o art. 155, § 2º, X, “b”, da 
CF/88, cabe ao Estado de destino, em sua 
 
 
 
21 
 
totalidade, o ICMS sobre a operação 
interestadual de fornecimento de energia 
elétrica a consumidor final, para emprego em 
processo de industrialização, não podendo o 
Estado de origem cobrar o referido imposto. 
STF. Plenário. RE 748543, Rel. Marco Aurélio, 
Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, 
julgado em 05/08/2020 (Repercussão Geral – 
Tema 689) (Info 990 – clipping) 
 
Obs. A competência do Poder Executivo é para 
“alterar/modificar” as alíquotas, e não para 
instituir as alíquotas. A instituição de alíquotas é 
tema reservado exclusivamente ao legislador. 
 
Obs. Em todos os casos a alteração por ato do 
Executivo diz respeito somente às alíquotas (art. 
153, § 1º, da CF), nunca às bases de cálculo. Base 
de cálculo é tema que, como regra, somente 
pode ser disciplinado por meio de lei (art. 97, IV, 
do CTN). 
 
Art. 153. Compete à União instituir impostos 
sobre: 
I - Importação de produtos estrangeiros; 
II - Exportação, para o exterior, de produtos 
nacionais ou nacionalizados; 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - Produtos industrializados; 
V - Operações de crédito, câmbio e seguro, ou 
relativas a títulos ou valores mobiliários; 
VI - Propriedade territorial rural; 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei 
complementar. 
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas 
as condições e os limites estabelecidos em lei, 
alterar as alíquotas dos impostos enumerados 
nos incisos I, II, IV e V. 
Em relação a CIDE-COMBUSTÍVEL a exceção é 
parcial, pois a redução ou restabelecimento da 
alíquota poderá ser por ato infralegal (decreto), 
mas para a instituição do tributo faz-se 
necessário lei em sentido formal. 
Com relação ao ICMS monofásico, a Lei 
complementar irá prevê determinados 
combustíveis sobres os quais incidirão o ICMS, 
UMA ÚNICA VEZ, por isso monofásico. A 
alíquota neste caso, será dada através de 
deliberação dos Estados, por convênio 
celebrado no âmbito do CONFAZ. 
Princípio da Isonomia: Vedação ao tratamento 
desigual entre contribuintes que estão em 
situação equivalentes. 
É INCONSTITUCIONAL lei estadual que concede 
isenção de ICMS para operações de aquisição de 
automóveis por oficiais de justiça estaduais. STF. 
Plenário. ADI 4276/MT, Rel. Min. Luiz Fux, 
julgado em 20/8/2014 (Info 755). 
 
Princípios que estão relacionados ao princípio 
da isonomia: 
a) Princípio da Uniformidade da tributação da 
renda- É vedado a União tributar rendimento do 
ente federado que emitir dívida pública, mas 
não a renda gerada pela operação (os juros 
sobre essa dívida, por exemplo) 
b) Princípio da liberdade de tráfego- é vedado 
estabelecer limitações ao tráfego de pessoas, 
por meio de tributos interestaduais ou 
intermunicipais, salvo a cobrança de pedágio. 
Art. 150 da CF- Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
V - estabelecer limitações ao tráfego de 
pessoas ou bens, por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a 
cobrança de pedágio pela utilização de vias 
conservadas pelo Poder Público 
c) Princípio do não confisco- Art. 150 da CF- Sem 
prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; A 
vedação à confiscabilidade proíbe a instituição 
de quaisquer tributos com caráter de absorção 
substancial da propriedade privada, sem a 
proporcionada indenização 
d)Princípio da capacidade contributiva- 
-Art. 145. (...) 
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão 
caráter pessoal e serão graduados segundo a 
capacidade econômica do contribuinte, 
facultado à administração tributária, 
especialmente para conferir efetividade a esses 
objetivos, identificar, respeitados os direitos 
 
 
 
22 
 
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os 
rendimentos e as atividades econômicas do 
contribuinte. 
 
A capacidade contributiva se manifesta por 
meio da: 
1-Progressividade´: técnica de incidência de 
alíquotas variadas, cujo aumento se dá na 
medida em que se majora a base de cálculo do 
gravame. O critério refere-se ao aspecto 
quantitativo, do qual decorre a progressividade 
fiscal e a extrafiscal. 
Conforme previsão expressa na CF, existe 3 
impostos progressivos– Imposto de Renda (art. 
153, § 2.º, I, da CF);IPTU (art. 156, § 1.º, I e II, da 
CF c/c art. 182, § 4.º, II, da CF);ITR (art. 153, § 
4.º, I, da CF) 
2-Proporcionalidade:As pessoas pagarão 
conforme sua capacidade econômica.,mostra-se 
pela técnica de incidência de alíquotas fixas, em 
razão de bases de cálculo variáveis. Dessa 
forma, qualquer que seja a base de cálculo, a 
alíquota sobre ela terá o mesmo percentual 
c)Seletividade: técnica de incidência de 
alíquotas que variam na razão inversa da 
essencialidade do bem. Vale dizer, a técnica 
permite gravar-se com uma maior alíquota o 
bem mais não essencial. 
Ex: O ICMS pode ser seletivo, enquanto o IPI 
deve ser seletivo. 
 
PRINCÍPIO DA UNIDADE GEOGRÁFICA: Art. 151. 
É vedado à União: 
I - instituir tributo que não seja uniforme em 
todo o território nacional ou que implique 
distinção ou preferência em relação a Estado, ao 
Distrito Federal ou a Município, em detrimento 
de outro, admitida a concessão de incentivos 
fiscais destinados a promover o equilíbrio do 
desenvolvimento socioeconômico entre as 
diferentes regiões do País; 
Este princípio está relacionado a UNIÃO. 
 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: 
Este princípio possui dois tipos de anterioridade, 
a anual e a nonagesimal. 
1-Anual: Art. 150. Sem prejuízo de outras 
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, III - cobrar tributos: no mesmo 
exercício financeiro em que haja sido publicada 
a lei que os instituiu ou aumentou; 
2-Nonagesimal: Art. 150. Sem prejuízo de outras 
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, III - cobrar tributos: c) antes de 
decorridos noventa dias da data em que haja 
sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou, observado o disposto na alínea b; 
 
Não confunda: O princípio da ANTERIORIDADE 
é a data da PUBLICAÇÃO DA LEI. 
O princípio da IRRETROATIVIDADE é a data da 
VIGÊNCIA DA LEI 
 
Súmula Vinculante 50: norma legal que altera o 
prazo de recolhimento da obrigação tributária 
não se sujeita ao princípio da anterioridade. 
 
É constitucional a previsão em lei ordinária que 
introduz a sistemática da não-cumulatividade a 
COFINS dado que observa os princípios da 
legalidade, isonomia, capacidade contributiva 
global e não-confisco. 
STF. Plenário. RE 570122/RS, rel. orig. Min. 
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, 
julgado em 2/9/2020 (Repercussão Geral – 
Tema 34) (Info 989). 
 
Incide o IPI em importação de veículos 
automotores por pessoa natural, ainda que não 
desempenhe atividade empresarial, e o faça 
para uso próprio. 
STF. Plenário. RE 723651/PR, Rel. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 3 e 4/2/2016 (repercussão 
geral – Tema 643) (Info 574). 
 
Incide IPI sobre veículo importado para uso 
próprio, haja vista que tal cobrança não viola o 
princípio da não cumulatividade nem configura 
bitributação. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1396488-SC, Rel. Min. 
Francisco Falcão, julgado em 25/09/2019 
(recurso repetitivo – revisão do Tema 695) (Info 
657). 
 
 
 
 
23 
 
 
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE: 
Art. 150. Sem prejuízo

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