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Autor: Prof. William Antonio Zacariotto Colaboradores: Prof. Nonato de Assis Miranda Profa. Silmara Maria Machado Prof. Fábio Vieira do Amaral Tecnologia da Informação e Comunicação em Educação © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Z13t Zacariotto, William Antonio Tecnologia da informação e comunicação em educação / Willian Antonio Zacariotto; Joaquim Ribeiro. – São Paulo, 2012. 176 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-047/12, ISSN 1517-9230. 1. Tecnologia da informação. 2. Comunicação em educação. 3. Pedagogia I. Título CDU 37:65.011.56 Professor conteudista: William Antonio Zacariotto William Antonio Zacariotto é mestre em educação de nível superior (Puc-Campinas, 2004), especialista em análise de sistemas pela FECAP, em Matemática pela Faculdade Hermínio Ometto, em qualidade de educação básica e formação em tutoria virtual pela OEA – Organização dos Estados Americanos; graduado em administração de empresas pelas Faculdades Associadas de Educação (1991). Atualmente é coordenador e professor adjunto mestre do curso de Administração de Empresas do Instituto de Ensino Superior de Itapira. Tem experiência na área de administração desde 1983, e foi gerente de informática na Prefeitura Municipal de Mogi Guaçu, de 1991 a 2008. Criador do Projeto Amigos do Trânsito, Linuxday. Escritor do livro Internet: Meu primeiro emprego (2008), palestrante em educação, administração e tecnologias. Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Alessandro de Paula e Silva Amanda Casale Sumário Tecnologia da Informação e Comunicação em Educação APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8 Unidade I 1 INTRODUÇÃO AO USO DA TECNOLOGIA NAS ESCOLAS ...................................................................11 1.1 A sociedade da tecnologia ................................................................................................................ 12 1.2 O que é tecnologia? ............................................................................................................................. 13 1.3 O profissional da educação e a tecnologia no Brasil ............................................................. 14 1.4 Os professores e a tecnologia .......................................................................................................... 15 1.5 Educação tradicional e educação com tecnologia ................................................................. 16 1.6 Um pouco da história da tecnologia brasileira ........................................................................ 19 2 OS PILARES NECESSÁRIOS PARA O USO DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL ............................. 21 2.1 As mudanças necessárias para utilização da tecnologia no ensino ................................ 22 2.2 A estrutura física das escolas .......................................................................................................... 25 2.3 A participação da administração escolar no contexto tecnológico ................................ 27 2.4 A participação dos educadores ....................................................................................................... 28 3 METODOLOGIAS DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO .......................................................................... 30 3.1 As escolas e os recursos tecnológicos .......................................................................................... 32 3.2 A televisão e os vídeos ....................................................................................................................... 32 3.2.1 Os microcomputadores e os laboratórios de informática ...................................................... 36 4 COMO UTILIZAR A TECNOLOGIA NA SALA DE AULA ......................................................................... 37 4.1 Abordagens pedagógicas na tecnologia ..................................................................................... 37 4.2 Tipos de aprendizagem ...................................................................................................................... 40 4.2.1 Softwares ................................................................................................................................................... 43 4.2.2 Atividades utilizando o editor de texto simples ......................................................................... 44 4.2.3 Atividades com o editor de textos utilizando tabelas e desenhos ..................................... 45 4.2.4 Atividades com o editor de textos utilizando imagens e textos ......................................... 46 Unidade II 5 SISTEMA OPERACIONAL ............................................................................................................................... 66 5.1 Sistemas operacionais Microsoft ................................................................................................... 67 5.1.1 Windows 7 ................................................................................................................................................. 67 5.1.2 Windows 2008 ......................................................................................................................................... 69 5.2 Linux e suas versões ............................................................................................................................ 70 5.3 Mac OS da Apple ...................................................................................................................................71 6 O USO DA INTERNET NA EDUCAÇÃO ...................................................................................................... 72 6.1 Domínio na rede mundial de computadores ............................................................................ 74 6.2 Os navegadores da internet ............................................................................................................. 76 6.3 Como funciona cada navegador .................................................................................................... 77 6.3.1 Como baixar os navegadores ............................................................................................................. 77 6.3.2 Firefox .......................................................................................................................................................... 77 6.3.3 Internet Explorer..................................................................................................................................... 78 6.3.4 Opera ............................................................................................................................................................ 79 Unidade III 7 GOOGLE: UM MUNDO DE OPORTUNIDADES ....................................................................................... 83 7.1 O Google como ferramenta de apoio .......................................................................................... 83 7.1.1 Pesquisa de páginas ............................................................................................................................... 84 7.1.2 Pesquisa simples textual ...................................................................................................................... 84 7.1.3 Copiando o conteúdo do site ............................................................................................................ 88 7.1.4 Pesquisa de imagens .............................................................................................................................. 89 7.1.5 Como salvar imagens da internet .................................................................................................... 92 7.2 Wikipédia (Biblioteca virtual) .......................................................................................................... 93 7.3 Criando um e-mail para comunicação ........................................................................................ 95 7.3.1 Criando um e-mail no Gmail ............................................................................................................. 96 7.3.2 Enviando e-mails .................................................................................................................................... 98 7.3.3 Visualizando e-mails enviados .......................................................................................................... 99 7.3.4 Gerenciando contatos .........................................................................................................................100 7.4 Google Agenda ....................................................................................................................................101 7.4.1 Montando uma agenda pessoal .....................................................................................................103 7.4.2 Modificando as cores da agenda ....................................................................................................104 7.4.3 Inserindo eventos na agenda ...........................................................................................................104 7.4.4 Formas de visualizar a agenda ........................................................................................................106 7.4.5 Visualização por dia .............................................................................................................................107 7.4.6 Visualização por semana ...................................................................................................................107 7.4.7 Visualização por mês ...........................................................................................................................107 7.4.8 Visualização por 4 dias .......................................................................................................................108 7.4.9 Visualização por compromissos ......................................................................................................108 7.4.10 Pesquisando eventos .........................................................................................................................108 7.4.11 Imprimir a agenda ..............................................................................................................................109 8 O PACOTE MICROSOFT OFFICE .................................................................................................................109 8.1 O pacote Office 2007 ........................................................................................................................109 8.2 Microsoft Word 2007 – Básico...................................................................................................... 110 8.2.1 Iniciando o Microsoft Word 2007 ...................................................................................................111 8.3 Microsoft Excel 2007 – Básico ......................................................................................................127 8.3.1 Iniciando o Microsoft Excel 2007 .................................................................................................. 128 8.4 Microsoft PowerPoint 2007 – Básico .........................................................................................151 8.4.1 Iniciando o PowerPoint 2007 ...........................................................................................................151 7 APRESENTAÇÃO Caro aluno Tenho me dedicado à tecnologia há, aproximadamente, trinta anos e por meio de diversas pesquisas pude observar que ela é uma ferramenta poderosa de comunicação e construção de conhecimentos entre professores e alunos. Logo na primeira página da apostila, em minha apresentação, você saberá como me localizar, e deve perguntar: será que o professor é louco? Disponibilizar seus e-mails, MSN e outros? Estamos no mundo da tecnologia, não há mais do que se esconder, basta uma simples procura e certamente me achará, para que complicar? Espero ser seu parceiro neste novo caminho de colocar um pouco da tecnologia educacional nas escolas. Juntos podemos mobilizar diversas ações para melhoria do processo educacional. Este material didático foi organizado em duas unidades: a primeira, inserindo o contexto da tecnologia no ambiente pedagógico; a segunda, mais técnica, com indicações de como utilizar a tecnologia como ferramenta de trabalho diário, comunicando-se, gerando novos materiais didáticos ou até mesmo analisando o perfil de uma escola. Outro destaque a ser ressaltado é que muitas das citações indicadas neste material devem ser adequadas à faixa etária das crianças; portanto, é necessário avaliar o recurso que está trabalhando e a faixa etária adequada. Cerca de 70 milhões de pessoas se dedicam ao ensino no mundo, e seis em cada 10 pessoas vivem em países em vias de desenvolvimento, segundo Marles (2004). A falta do desenvolvimento traz consigo a deterioração da qualidade do profissional e a perda de prestígio dos professores, embasados na falta de programas de qualificação e titulações adequadas. Paralelamente, frente à importância e à necessidade de incluir os avanços tecnológicos nos processos de formação, emergem do continente americano problemas críticos nas instituições de ensino, que são afetados pelas diferenças econômicas e sociais, diante da aquisição, compra, adequação, compreensão, transformação e uso pedagógico das tecnologias. No Brasil, a prática pedagógica proposta para este novo século está incluindo os recursos tecnológicos e mobiliários para que atendam às exigências da modernidade. Um bom exemplo é o programa Banda Larga nas Escolas, do governo federal, que está fornecendo internet a 91,6% das escolas públicas urbanas do Brasil. A modernidade é necessária, pois a tecnologia é parte integrante da vida das crianças que hoje estão na escola; elas nasceram em um mundo tecnológico, convivendo com cartões que substituem o dinheiro, TV com controle remoto, telefone celular com jogos, microcomputadores e a internet. Algumas delas sabem utilizar melhor o computador e o aparelho celular que seus próprios pais. A facilidade com que os alunos interagem com a tecnologia tem incentivado os professores a utilizaro computador como ferramenta de apoio pedagógico. Nessa linha, a disciplina Tecnologia da Informação e Comunicação em Educação tem como objetivo alertar sobre a capacidade de articular o ensino e a pesquisa de conhecimento na pratica pedagógica. 8 Espero que possa, por meio dessas unidades, agregar conhecimento e facilitar o processo de inserção da tecnologia como ferramenta de apoio pedagógico ao professor e suas escolas. A tecnologia pode ser uma ferramenta maravilhosa de incentivo aos alunos no ensino aprendizagem e na construção do aprendizado, permitindo uma maior interação entre professores, alunos e a comunidade escolar desde que usada corretamente (William Zacariotto). O objetivo desta apostila é fornecer aos alunos o material de apoio para o acompanhamento da disciplina de Tecnologia da Informação e Comunicação em Educação. Com este mundo globalizado e com a facilidade de acesso à informação, grande parcela dos municípios e estados que gerenciam a educação já contam com laboratórios de informática, salas de tecnologia e até mesmo distribuição de laptops aos alunos. Deve-se ressaltar a necessidade do envolvimento tecnológico na vida dos alunos, que é ponto fundamental nos dias de hoje. O viver está baseado na tecnologia, seja na televisão, nos videogames, nos computadores, nos bancos e até mesmos nos meios de transporte. A facilidade de acesso à tecnologia não pode ser considerada como ferramenta pronta ou uma solução final, como simplesmente passar na lousa a matéria, exibir um conjunto de slides, utilizar um livro didático, assistir a um filme, ler uma revista ou até mesmo um jogo. Ela tem como base ser o mecanismo de interação entre professor e aluno, facilitando a colaboração, a comunicação e a execução de inúmeras tarefas que possam atingir o objetivo desejado, que é ensinar e aprender. Esta disciplina caracteriza-se por ser bastante prática e envolvente e tem como foco auxiliar o professor no processo de utilização da tecnologia como ferramenta pedagógica em sala de aula. O uso do computador na educação tem como papel ultrapassar as fronteiras do educar convencional, dando oportunidade às escolas de renovar a forma de se trabalhar os conteúdos programáticos. A informática na educação possibilita ao educando a construção do seu conhecimento, transformando a sala de aula num espaço real de interação, de troca de resultados, e adaptando os dados à realidade do educando (VALENTE, 1993). INTRODUÇÃO A tecnologia está sendo utilizada para renovação do conhecimento, tanto para professores quanto para alunos. Os recursos tecnológicos são inúmeros, entre eles apresentamos a escola frente a esses recursos, a televisão, o vídeo, os microcomputadores e sua disposição na escola e nos laboratórios. Neste livro-texto, abordamos como a tecnologia pode ser usada para renovar o conhecimento, as escolas e os recursos tecnológicos (informática, televisão, vídeo e os laboratórios de informática). 9 Na unidade I, apresentaremos a você uma breve introdução sobre o uso das tecnologias nas escolas, as mudanças necessárias para o uso da tecnologia em sala de aula, as metodologias de informática na educação e como utilizar a tecnologia na sala de aula como ferramenta de apoio pedagógico. Na unidade II, abordaremos conceitos um pouco mais técnicos, às vezes, de maior dificuldade de compreensão. Serão mostrados os recursos necessários para que um professor possa utilizar o computador como uma ferramenta de planejamento, de pesquisa e também de administração. Trabalharemos em um conceito misto de necessidades administrativas e ferramentas educacionais a fim de trazer para você uma realidade no seu convívio educacional. Serão trabalhados, ainda, os sistemas operacionais que permitem o funcionamento do computador, propostas para utilizar a internet na educação, as ferramentas do Google como apoio às escolas e aos professores, o aplicativo de editor de textos Word, a planilha eletrônica Excel e o software de apresentação PowerPoint. Na unidade III, propomos utilizar o Google como ferramenta de pesquisa, fonte de imagens e busca de informações. Também trabalharemos com o Wikipédia, uma biblioteca virtual, e o Google Agenda, que pode ser muito útil para você se organizar ou para criar agendas de equipamentos para a escola. Para o bom funcionamento da agenda, implementamos o e-mail gratuito Gmail, da própria Google, que permite enviar e receber mensagens e ainda receber os avisos de sua própria agenda diariamente. Esperamos que este livro-texto ajude-o a perceber que é papel do professor decidir quando e como deverá utilizar a tecnologia como ferramenta de apoio pedagógico. Cabe a ele decidir se é ou não necessário o emprego do recurso, a escolha dos programas e potencializar quais são as dificuldades dos alunos. Vale lembrar que, para isso, é preciso estar capacitado para identificar esses fatores. Bom estudo! 11 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 1 INTRODUÇÃO AO USO DA TECNOLOGIA NAS ESCOLAS Que fique claro que não quero dizer que o uso de tecnologias mais avançadas melhore o conteúdo de um texto. Carlos Drummond de Andrade Neste capítulo, vamos tratar sobre a força que a tecnologia tem exercido em nossas vidas. Indiretamente, ela tem chegado e se integrado em nosso dia a dia, e nem percebemos que isso está acontecendo. Como na charge abaixo, nos tornamos tão dependentes dela que, às vezes, não conseguimos nem mesmo realizar tarefas rotineiras, como armazenar ou anotar um simples telefone em um papel. Isso é automático, e já deve ter ocorrido com você, não é mesmo? Faça o teste: você sabe de cor todos os telefones que estão na sua agenda? Certamente não, um bom exemplo disso é que, quando preciso falar com minha sogra, que coisa, nunca me lembro do número do telefone dela; mas basta localizar o nome no celular e pronto, estarei falando com ela! O mundo é da tecnologia... Celulares, e-mail, cartão eletrônico, carros... Tudo é tecnológico... É verdade... então anota aí meu número e meu e-mail! Xiii! Acabou a bateria! Figura 1 – Tecnologia é do mundo Na verdade, isso ocorre naturalmente com você, e também com os alunos, que tem mais facilidade no uso desses recursos. Assim, nasce naturalmente que a tecnologia já está presente na vida dos alunos, facilitando o ensino e o aprendizado com a utilização dos seus recursos. Também estaremos apresentando um percurso histórico da tecnologia no Brasil, seu envolvimento com a educação e os principais marcos relatados ao longo do envolvimento. O Dicionário Houaiss (2001) explica o que é a tecnologia: Unidade I 12 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Tecnologia: teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana. A origem da palavra tecnologia, na sua etimologia, está na palavra grega tekhnología, que significa: “tratado ou dissertação sobre uma arte, exposição das regras de uma arte”, pois é formada a partir do radical grego tekhno, que vem de tékhné, que significa: “arte, artesania, indústria, ciência”, e do radical grego – logía, que vem de logos, que significa: “linguagem, proposição”. Lembrete A Tecnologia O papel do professor diante da tecnologia é estar devidamente capacitado e promover o uso da ferramenta como apoio pedagógico; dessa forma, uma série de fatores pode contribuir para seu uso e a melhoria da educação no País. 1.1 A sociedade da tecnologia A sociedade se inova a cada dia, desde as formas de organizar-se, de produzirbens, de comercializá-los, de se divertir, de ensinar e de aprender. Desde a década de 1990, com a utilização em grande escala dos microcomputadores, passamos por uma verdadeira revolução tecnológica. Os desafios impostos pela rápida evolução dessas novas tecnologias e sua inserção em todos os ramos da atividade humana somam-se às contradições sociais. Muitas escolas acreditam que modernização é simplesmente adotar equipamentos de informática, programas e professores para ministrar cursos de treinamento de uso de ferramentas aos seus alunos, esquecendo o lado pedagógico. É preciso entender que a nova prática pedagógica deve preparar as pessoas para aprender a usar a tecnologia como ferramenta de apoio pedagógico e não material final. Você já deve ter escutado que a sociedade está se construindo através da tecnologia. Perguntamos: será? Sabe-se que, historicamente, a tecnologia esteve presente na mídia em geral, passando por fotos, telégrafos, telegrafia sem fio, telefones, telecomunicações, gravação de sons, filmes, rádio, televisão, até os microcomputadores e softwares. Não podemos nos esquecer também dos monitores de TV, das videoconferências, dos vídeos interativos, dos treinamentos por meio de softwares e da distância, que, com softwares específicos, tentava auxiliar e criar métodos de ensino via internet ou teleconferência. Outra coisa interessante foram as unidades de armazenamento, antes os discos, CDs e DVDs, e hoje estão migrando para os pen drivers. A resposta é: realmente a tecnologia tem-nos influenciado. E o que a tecnologia tem a ver com o conceito pedagógico? As formas de se comunicar estão mudando, e com elas as de ensinar, pois os recursos são melhores, assim o aspecto 13 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 tecnológico tem-nos auxiliado a adotar novas formas de ensinar mais práticas e mais próximas da sociedade. Por isso, a grande maioria das ações dos governos é direcionada à utilização de tecnologias como fonte de apoio ao ensino-aprendizagem e como foco de inclusão digital, daí vem a necessidade de envolver-se neste mundo novo. 1.2 O que é tecnologia? Como citamos anteriormente, a tecnologia está presente em nosso dia a dia, em tudo que fazemos, seja para se comunicar, alimentar, locomover, comprar e outras atividades rotineiras. Você consegue identificá-la com maior facilidade nos computadores, nos equipamentos eletrônicos e de comunicação, que têm invadido nossos lares e tomado parte de nossa vida. O termo “tecnologia” refere-se a tudo que se inventou, tanto artefatos como métodos e técnicas, para estender a capacidade física, sensorial, motora ou mental do homem, facilitando e simplificando o seu trabalho, enriquecendo suas relações interpessoais, ou simplesmente lhe dando prazer. Definindo tecnologia, sentimos a necessidade de entender o significado de “arte”: habilidade ou disposição dirigida para a execução de uma finalidade prática ou teórica, realizada de forma consciente, controlada e racional, ou definida como “conjunto de meios e procedimentos através dos quais é possível a obtenção de finalidades práticas ou a produção de objetos; técnica”. As técnicas são formas, jeitos ou habilidades especiais em lidar com cada tipo de tecnologia, que encontramos ao executar nossas atividades cotidianas, lidando com vários equipamentos, produtos e serviços originados da tecnologia. Algumas dessas técnicas são simples e de fácil aprendizado, transmitidas de geração para geração, e se incorporam aos costumes e hábitos sociais de um determinado grupo de pessoas. Dessa linha, refletimos, a tecnologia está presente em nossas vidas, qual é o papel da mesma em nível educacional? O computador pode ser a ferramenta que substitua o professor? Veja a charge abaixo e reflita sobre a dificuldade do aluno. Figura 2 – Tecnologia – lição de casa 14 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 A tecnologia educacional é um pouco diferente da tecnologia, pois ela pode ou não ser utilizada, fica a cargo dos professores e da coordenação pedagógica essa decisão. Diferente da sociedade, que tem de se adequar às novas formas de viver, ela simplesmente colabora e permite novos caminhos e soluções para sanar as deficiências de ensino. A tecnologia não irá, em nenhum momento, substituir a figura do professor, como na charge, o aluno pode ser o melhor em nível tecnológico, mas não condiz com seu português, seu inglês ou suas formas de calcular. Em nível educacional, a tecnologia são ferramentas, programas e técnicas que permitem que o aluno reflita e aprenda o que está sendo ensinado. 1.3 O profissional da educação e a tecnologia no Brasil O governo federal instalou até 2010 cerca de 6,6 mil telecentros em 5,4 mil cidades brasileiras, atingindo 98% dos municípios brasileiros, e em 2011 estará capacitando todos os monitores e professores por meio de parceria entre o Ministério das Comunicações e da Educação. A previsão do governo federal é que, até 2014, seja implantada uma rede com 100 mil telecentros. Esses telecentros serão compostos por dez computadores, um servidor central, central de monitoramento com câmera de vídeo, impressora a laser, projetor multimídia e todo mobiliário (cadeiras e mesas). Com a ampliação do volume de serviços, da velocidade e da necessidade de se chegar à frente, os recursos tecnológicos têm invadido nossas vidas em todos os ambientes. Governos e municípios estão dando os primeiros passos informatizando as escolas, promovendo a primeira necessidade básica para se trabalhar na educação, que são os conhecimentos mínimos necessários para a operação de micros. Certamente a tecnologia invadirá todas as secretarias das escolas, tornando-se um pré-requisito para contratações de futuros profissionais para a área. No contexto pedagógico, ela vem se fundamentando através da inserção dos laboratórios, os quais vêm sendo adquiridos em longa escala, inicialmente promovendo as preocupações das adequações necessárias para o seu uso. Primeiro, eles são adquiridos, instalados, inaugurados e depois se analisa como deverão ser utilizados, é o que vemos na grande maioria das escolas, que possuem laboratórios maravilhosos, com recursos de mídia infinitos. Mas, infelizmente, não são utilizados porque são proibidos, ou falta profissional capacitado para trabalhar. Ao se pensar no laboratório, primeiro devemos levar em conta o professor, o profissional que deve estar capacitado para utilizá-lo como recurso de apoio pedagógico. Não podemos esquecer dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, que são as referências para a educação infantil, ensinos fundamental e médio do país. O objetivo é propiciar subsídios para elaboração do currículo, tendo em vista os projetos pedagógicos que tenham relação com os locais de convivência dos alunos e da escola. Em 2008, cerca de 38,7% das crianças entre 4 e 6 anos que eram portadoras de deficiência não frequentavam a escola, aponta o IBGE. Nessa visão, o Ministério da Educação tem colocado ações 15 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 do Programa de Educação Inclusiva para estados e municípios brasileiros, incluindo essas crianças na escola. As ações de tecnologia disponibilizam sistemas de ensino, equipamentos mobiliários e material pedagógico para implantação de sala de recursos para dar apoio à prática pedagógica. Em paralelo, trabalha-se a formação contínua de professores em deficiência mental, auditiva, visual, superdotação, altas habilidades e outras.1.4 Os professores e a tecnologia Recentemente foi divulgado que cerca de 1,7 milhão de jovens brasileiros entre 15 e 17 anos está fora da sala de aula, devido à falta de estímulo para o estudo. A evasão está direcionada ainda à falta de estímulos na visão dos alunos, que consideram as aulas monótonas e cansativas. A tecnologia pode servir de apoio ao professor com as mídias, som, imagem, filmes, pesquisas, promovendo a criatividade e o estímulo aos alunos. Diante do avanço tecnológico, o professor não poderá ser apenas um técnico, mas um profissional que desenvolve, implementa inovações, participando ativamente e criticamente do processo, transformando-se em um agente dinâmico cultural, social e curricular que possa tomar decisões educativas e elaborar projetos com os colegas controlado pelo coletivo. Fazer parte da “sociedade moderna” implica lançar-se à razão instrumental e tecnológica, que valoriza, antes de mais nada, apenas a razão como elemento explicador e transformador do mundo. Se escolhermos apenas a razão, podemos cometer um grave erro, pois na maioria das vezes pensamos em um único e exclusivo movimento de transmissão, que termina quando a coisa que se transmite é recebida. Ensinar vai além disso, é necessário um processo permanente de atualização e continuidade, o qual vai além do transmitir. Ao ensinar, o professor proporciona aos alunos a mediação, o encontro com a realidade, e articula novos saberes, transmitindo e ensinando simultaneamente a cada nova aula. A arte de ensinar é complexa, mas pode se transformar em oportunidade para ampliar o conhecimento de estudantes e educadores. Os alunos podem ser mais ou menos ativos durante o processo de aprendizagem; alguns se interessam mais, outros ficam quietos e não participam da proposta. Daí a necessidade de uma boa proposta construída pedagogicamente que desperte oportunidades e possibilidades de união de trabalho coletivo. Os dois devem desempenhar papéis de protagonistas dos próprios processos de aprendizagem. Uma das formas de colaboração para ampliar o conhecimento poderia vir da realização de processos de aprendizagem com tecnologia, gerando uma melhoria nas condições de acesso à informação, minimizando as restrições de tempo e de espaço e permitindo agilizar a comunicação entre professores, alunos e instituições. 16 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 A teoria e a prática de ensino apareceriam como elementos fundamentais para o trabalho do docente, devendo ser entendidas como prática de contribuição ao desenvolvimento do trabalho no ensino. Paralelamente, há muito se fala em desenvolver nos alunos a habilidade de “aprender a aprender”, e que não se trata de um novo meio de ensinar, mas de propor que alunos e professores passem a ter produção própria, desenvolvendo a criatividade e a inovação. O “aprender a aprender” fundamenta-se na busca da autonomia de professores e alunos impulsionados pelo ato de refletir e criticar as suas próprias experiências e delas extrair conhecimentos. Nesse processo, o professor não existe para explicar a matéria, e sim para mostrar quais são os caminhos e como dominar os temas propostos; mas para que isso ocorra o aluno deve passar a ver o professor como um pesquisador, um motivador, o qual se tornaria um parceiro na construção dos conhecimentos, acabando com o ponto de terminalidade na escola. Devido à velocidade de renovação do saber e do fazer, baseados em tecnologia, a maior parte dos conhecimentos adquiridos por uma pessoa no início de sua formação profissional será obsoleta ao iniciar a carreira. A nova sociedade baseada na informação insere na educação o desafio de formar continuamente indivíduos capazes de interagir com as tecnologias e apropriar-se delas. Transformar a formação inicial em formação ao longo da vida seria o único caminho para alcançar ou manter-se em condições de competitividade em nível individual ou nacional, numa economia globalizada altamente tecnológica; assim, o ensino a distância é o parceiro ideal para desenvolver essa tarefa. 1.5 Educação tradicional e educação com tecnologia A tecnologia poderia auxiliar na melhoria da transmissão de informações, permitindo ao aluno a interação, o desenvolvimento de atividades, a criação e o acompanhamento, diferente do ritmo monótono e repetitivo das salas de aulas dos professores tradicionalistas. Ao definir tradicionalista, deve-se ater à situação de uma classe de professores que seguem os padrões em sala de aula que se identificam com ritmos monótonos e repetitivos, associados ao perfil dos alunos que permanecem apenas acompanhando, ouvindo, copiando e não interagindo com as solicitações do professor. Um estudo desenvolvido em uma escola superior do estado de São Paulo analisou a diferença entre a sala de aula tradicional e aquela com tecnologia, em especial quanto ao uso da internet, visando descrever quais foram as mudanças que ocorreram nas formas de aulas, antes e após a utilização dos recursos tecnológicos aplicados na escola. O estudo concluiu, em um quadro comparativo, a situação do ensino tradicional e com o uso das novas tecnologias: 17 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Quadro 1 – As mudanças da tecnologia na educação tradicional Na educação tradicional Com a nova tecnologia O professor Um especialista Um facilitador O aluno Um receptor passivo Um colaborador ativo A ênfase educacional Memorização de fatos Pensamento crítico O método de ensino Repetição Interação O acesso ao conhecimento Limitado ao conteúdo Sem limites Fonte: o Autor. O quadro demonstra as mudanças ocorridas quando deixamos de utilizar o ensino do modo tradicional e passamos ao ensino com tecnologia. Porém, deve-se levar em consideração que tais mudanças não ocorrem imediatamente, sendo necessários inúmeros fatores para utilizar corretamente a tecnologia como ferramenta de apoio pedagógico. Para que ocorram essas mudanças, deveria ser levado em consideração o que realmente a escola pretende com a utilização desses recursos, definindo-se qual é o percurso didático a ser implementado e a metodologia a ser adotada. Não há como falar de professores facilitadores quando os mesmos não detêm o domínio da ferramenta que irão aplicar aos seus alunos; para tanto, eles precisam estar devidamente capacitados e dotados de domínio sobre o recurso. A essas mudanças adicionam-se outros elementos: o contexto da estrutura física, da facilitação e colaboração do acesso aos laboratórios pela direção e coordenação e de um projeto de utilização de informática coerente, que trataremos adiante. Mesmo após essas mudanças, a possibilidade e a facilidade de estabelecer relações em questão de segundos por intermédio das redes eletrônicas gera riscos de massificação e de homogeneidade, abrigando “equívocos culturais”. Nesse sentido, cabe observar que algumas empresas de cunho tecnológico fornecem programas ditos de “formações virtuais” que, ao serem aplicados nos microcomputadores, sem qualquer acompanhamento pelos professores, visam à redução de custos, à certificação desleal e ao lucro, transmitindo unicamente as informações sem preocupação com o conhecimento. Vale ressaltar que é necessário criar possibilidades para que o aluno encaminhe sua própria produção, construção e desenvolvimento. A esses atos, aplica-se constantemente a vivência das salas de aula, através do professor e do aluno, numa situação de abertura às curiosidades, às perguntas e às inibições, construindo o conhecimento. Mas, para desenvolver a construção de conhecimentos, Moran (2000) adverte que precisamos nos envolver nos processosde aprendizagem, que podem estar em cada coisa que fazemos, cada pessoa, ou ideia que vemos, ouvimos, sentimos, tocamos, experimentamos, lemos, compartilhamos e sonhamos. 18 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Para tanto, é necessário colaborar para que professores e alunos, nas escolas e organizações, transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. Deve-se levar em conta que apenas deter a tecnologia não é suficiente para garantir a aquisição de conhecimentos. Não basta ter um laboratório de informática, datashow, softwares ou internet de alta velocidade, é necessário construir esse conhecimento. Essa construção necessita do envolvimento dos professores, que analisam como utilizar a tecnologia no projeto pedagógico, determinando quais serão as ferramentas e como utilizá-las em conjunto com seus alunos. A construção de conhecimentos pode ser obtida por situações já vivenciadas, por diversas experiências, pela simples leitura, pela escrita, por pesquisas individuais ou coletivas, não importa; o importante é utilizar o recurso da melhor forma que facilite a comunicação entre professor e aluno na construção dos conhecimentos. Os recursos tecnológicos constituem um meio importante para a obtenção de informações, sendo estas entendidas como matéria-prima para a elaboração do conhecimento. Piaget já afirmava que todo conhecimento é uma construção, uma interação, que apresenta um aspecto de elaboração do novo. Não existe conhecimento resultante do simples registro de observações e informações, ou seja, não basta visualizar, é necessário construir, pensar e desenvolver conceitos permanentemente. O conhecimento procede de ações que se generalizam por aplicação a novos objetos, gerando um esquema, uma espécie de conceito prático. Além disso, há uma percepção clara das diferenças e das especificidades dos saberes e das práticas; não no sentido de afastá-los uns dos outros ou de isolá-los, e sim de realizar um trabalho coletivo e interdisciplinar que vai além de juntar simplesmente as matérias. Falar em um corpo docente, como um coletivo organizado, atuante, buscando um ensino de boa qualidade, sinônimo de atuação competente dos docentes. Observação Principais mudanças no ensino com tecnologia Utilizar a tecnologia na educação, unir professor e alunos, facilitando e colaborando na construção coletiva do pensamento crítico, interagindo sem limites e aprendendo coletivamente. Há muito se fala das dificuldades socioeconômicas, conhecidas principalmente pela crise que abrange o mundo globalizado neste momento, que vão desde os significados da vida humana, das relações entre as pessoas, instituições, até as comunidades. Se efetivamente se vive e vivemos em uma crise, é necessário lembrar que devemos considerar que a ideia de crise aponta para duas perspectivas: a de perigo e a de oportunidade. Nesse sentido, não podemos esperar os acontecimentos para buscar o novo. 19 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 As novas tecnologias podem enriquecer a mediação pedagógica e gerar oportunidades para a mudança do paradigma educacional relacionado à aprendizagem. Mas é preciso lembrar que somente informações acabam envelhecendo facilmente e que todo o conhecimento é provisório, pois, em se tratando de educação, nada é permanente ou totalmente acabado. Não há como ignorar a tecnologia, seu papel na sociedade ou o que se passa no mundo. Descrição de tecnologia: • As ferramentas e as máquinas que ajudam a resolver problemas; • As técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e processos usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução dos mesmos; • Um método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia de manufatura, a tecnologia de infraestrutura ou a tecnologia espacial); • A aplicação de recursos para a resolução de problemas; • O termo tecnologia também pode ser usado para descrever o nível de conhecimento científico, matemático e técnico de uma determinada cultura; • Na economia, a tecnologia é o estado atual de nosso conhecimento de como combinar recursos para produzir produtos desejados (e nosso conhecimento do que pode ser produzido) (WIKIPÉDIA, 2011). 1.6 Um pouco da história da tecnologia brasileira A entrada da informática na educação, no Brasil, está ligada diretamente ao ingresso dos microcomputadores, que ocorreu nos últimos trinta anos, principalmente no campo da microeletrônica, acarretando inúmeras transformações. Essas transformações ocorreram em vários setores econômicos, como indústrias, bancos e telecomunicações, que passaram a ter como base de seu desenvolvimento a informática. Os avanços tecnológicos educacionais começaram na década de 1970, com a caracterização de dois pontos de vista: um restrito e outro amplo. O restrito estava limitado ao ensino dirigido apenas à utilização dos recursos dos microcomputadores no aspecto físico, ou seja, dominar os equipamentos; já o amplo se enquadrava em uma linha diferente, baseada no desenvolvimento e na administração dos elementos sistêmicos, ou seja, na educação concebida como o sistema ou a totalidade de subsistemas inter-relacionados, em que o papel da tecnologia é apenas colaborar, fornecendo ferramentas para o auxílio do desenvolvimento de atividades na educação. A seguir, seguem os principais investimentos em educação com tecnologia no país: 20 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 • 1981 – Política de Informática Educativa (PEI), do governo federal, das secretarias estaduais e municipais de educação e das universidades, a fim de inserir o computador no processo ensino-aprendizagem. • 1982 – Centro de Informática Educativa do MEC – CENIFOR, subordinado à Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa, seu papel era assegurar a pesquisa, o desenvolvimento, a aplicação e a generalização do uso da informática no processo de ensino-aprendizagem em todos os níveis e modalidades. • 1983 – Comissão Especial de Informática na Educação (CE/IE), que elaborou e aprovou o projeto Educom – Educação com computadores, ficando a cargo da FUNTEVÊ, apoiado financeiramente pela Secretaria Especial de Informática (Seinf-MEC), pelo CNPq e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). • 1985 – I Plano Setorial: Educação e Informática, prevendo ações nos segmentos de ensino e pesquisa relacionadas ao uso e aplicação da informática na educação. • 1986 – Comitê Assessor de Informática na Educação de Primeiro e Segundo Graus – CAIE/SEPS, aprovou-se o programa de ação imediata em informática na educação. • 1988 – Realizou-se o III Concurso Nacional de Software Educacional Brasileiro, e a Organização dos Estados Americanos (OEA) convidou o MEC-Brasil para avaliar o programa de informática aplicada à educação básica do México. O resultado foi um projeto multinacional de cooperação técnica e financeira integrado por sete países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana e Venezuela), com o objetivo de utilizar as redes telemáticas para a formação de professores, investigadores, administradores escolares e membros da comunidade, para auxiliar a implantação da informática na educação e a promoção de mudanças na escola pública. • 1989 – Jornada de Trabalho Latino-Americano de Informática na Educação e Reunião Técnica de Coordenação de Projetos em Informática na Educação; a Unicamp avançou implantando o II Curso de Especialização em Informática na Educação – Projeto Formar II. Outro fator importante foi que o ConselhoNacional de Informática e Automação (CONIN) alterou a redação do II Plano Nacional de Informática e Automação, introduzindo ações de informática na educação, implantando núcleos de informática em educação nas instituições de ensino superior, secretarias de educação e escolas técnicas, no sentido de criar ambientes informatizados para atendimento à clientela de primeiro, segundo e terceiro graus, educação especial e ensino técnico, para o desenvolvimento de pesquisa e formação de recursos humanos; instituiu-se o Proninfe (Programa Nacional de Informática na Educação). • 1991 – Aprovado o 1º Plano de Ação Integrada (Planinfe), para desenvolver nos anos de 1991 a 1993 um plano de ação integrada com objetivos, metas e atividades para o setor da informática educativa; criou-se o Comitê Assessor de Informática Educativa. 21 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 • 1996 – Foi criada a Secretaria de Educação a Distância – SEED, e também foi apresentado o documento básico “Programa Informática na Educação”, tendo como função básica promover o uso da informática como ferramenta de enriquecimento pedagógico no ensino público médio. • 2000 – Projeto Rede Telemática para Formação de Educadores a Distância. O projeto formava professores, administradores, pesquisadores e membros das comunidades escolares em informática na educação, analisando, estudando e programando as mudanças pedagógicas e de gestão da escola, integrando a comunidade e a escola, envolvendo e formando continuamente os seus integrantes. • 2010 – O governo federal instalou 6,6 mil telecentros em 5,4 mil cidades brasileiras. Os telecentros são dotados de dez computadores, servidor central, central de monitoramento, impressora, mobiliário e conexão internet. Parcialmente, o Estado de São Paulo promoveu a inclusão digital implementando 519 postos do Acessa São Paulo, atendendo a 464 municípios paulistas. Também foi criado o programa Acessa Escola em 3.752 escolas da rede pública estadual. Esse programa tem um diferencial ao utilizar estagiários, cerca de 13.086, que são os responsáveis pelo atendimento aos alunos nas salas de informática, que ficam abertas o dia todo. Atualmente, o MEC tem procurado, através de seus projetos, fundamentar nas escolas um enorme potencial didático-pedagógico, ampliando oportunidades onde os recursos são escassos, familiarizando o cidadão com a tecnologia que está em seu cotidiano, dando respostas flexíveis e personalizadas para pessoas que exigem diversidade maior de tipos de educação (ZACARIOTTO, 2009). Outro fator é a criação de espaços educacionais que promovam a formação e o conhecimento em informática educativa, motivando os profissionais e alunos para aprender continuamente, em qualquer estágio de suas vidas (MEC, 2004). Saiba mais Dica de filme que pode propiciar uma inter-relação com os conteúdos da unidade: TV Escola – a tecnologia a serviço da educação. Disponível em: <http:// penta3.ufrgs.br/PEAD/Semana14/videos/tecnologia/index2.html>. 2 OS PILARES NECESSÁRIOS PARA O USO DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL Fazer da escola não apenas o lugar da qualificação, do treinamento, mas o lugar da formação. Creio que isto significa fazer a escola retornar a seu futuro. Neidson Rodrigues 22 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 No capítulo anterior, abordamos o que é a tecnologia e como os professores estão sendo influenciados a utilizá-la na sala de aula. Agora, temos como objetivo identificar e potencializar quais são os pontos-chaves para o sucesso com o uso da tecnologia educacional. Utilizar a tecnologia em sala de aula não é tão simples assim, temos uma série de fatores que acabam promovendo sucesso ou fracasso na utilização do recurso. Como já abordamos anteriormente, não basta colocar uma televisão, um vídeo ou um computador para que a tecnologia seja empregada, é necessária a participação de todos, desenvolvendo um projeto de apoio pedagógico que utilize os recursos como uma ferramenta de apoio, e não uma solução pronta. 2.1 As mudanças necessárias para utilização da tecnologia no ensino A tecnologia educacional é apenas uma ferramenta, como caderno e lápis; se não houver um professor para ensinar a escrever, ninguém aprende e o caderno se perde no tempo (William Zacariotto). A tecnologia sempre afetou o homem, desde as primeiras ferramentas, por vezes consideradas a extensão do corpo, passando pela máquina a vapor, que mudou hábitos e instituições, até chegar ao microcomputador, que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais. Diante desse fator, grande parcela da sociedade confunde a evolução social do homem com as tecnologias desenvolvidas e empregadas em cada época. Historicamente, passamos pelos avanços tecnológicos fundamentados na Idade da Pedra, do Ferro, do Ouro e do tratamento da informação, gerando avanços científicos e ampliando o conhecimento sobre esses recursos cada vez mais sofisticados. Paralelamente, ao assumir o uso de tecnologias nas escolas, precisamos requerer que estas estejam preparadas para realizar investimentos em equipamentos, qualificação pessoal e, sobretudo, na viabilização das condições de acesso e de uso dessas máquinas. Não podemos afirmar que a revolução da informática se trata de uma novidade, aliás basta olhar para seus filhos ou para os alunos, para eles a tecnologia é natural. O que não podemos é ignorar sua existência. A escola, face à revolução tecnológica, sofre as mesmas influências que qualquer outra organização, ou seja, não há como ignorar ou deixar de aproveitar os benefícios tecnológicos proporcionados. Mas é necessário tomar cuidado, pois a escola não deve agir como as empresas, que procuram sucesso em pequeno prazo. Com a tecnologia educacional, o sucesso pode vir de duas ou três intervenções realizadas com alunos. O foco é identificar a dificuldade de ensino e buscar formas de melhoria do aprendizado. São vastos os recursos tecnológicos oferecidos no mercado atualmente, desde equipamentos audiovisuais, microcomputadores, programas de computador, lousas eletrônicas, até equipamentos de robótica e outros simuladores. Em uma de minhas pesquisas, contatei escolas ditas totalmente informatizadas, em que os alunos enviavam semanalmente aos professores os exercícios extraclasse via e-mail. Numa dessas ações, 23 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 o computador da escola foi contaminado com um vírus, e todos os trabalhos perdidos, criando um problema maior ainda. Cobrou o aluno ou não? Figura 3 – Vírus de computador A charge acima ilustra bem o caso citado, diante da tecnologia podem surgir imprevistos, por isso é necessário estar organizado e planejado. ] Caminhando pela rua, recebi um panfleto que continha a propaganda de uma escola particular. Observei que havia um destaque central, no qual estava escrito “Escola totalmente informatizada”. Pergunto a você, o que é uma escola totalmente informatizada? Há diversas formas de analisar se uma escola é ou não informatizada. Uma escola que possui um controle de notas e pagamentos informatizado, biblioteca toda catalogada em um micro, site disponibilizando notas dos alunos etc. é informatizada. Portanto, uma escola informatizada nem sempre utiliza os recursos tecnológicos como ferramenta de apoio pedagógico, o conceito administrativo não pode ser levado em conta. No anseio de destacar-se das demais, algumas escolas acabam adquirindo esses equipamentos para seus laboratórios de informática sem mesmoverificar se há profissionais capacitados para operá-los, meios de mantê-los, ou se atendem ao planejamento escolar. Em alguns casos, escolas investem nos recursos e os deixam guardados por medo de danificá-los. Também há escolas que adquirem os equipamentos e somente os professores da área de tecnologia podem utilizá-los. Alguns diretores costumam trancar esses laboratórios, e os equipamentos acabam se tornando obsoletos, pois a evolução é rápida. 24 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Uma escola não pode ser chamada de informatizada pelo simples conteúdo dos equipamentos, pelo boletim eletrônico, ou por dispor de laboratórios maravilhosos, deve-se levar em conta como está planejada sua utilização. É preciso enfatizar que o essencial não é a tecnologia, mas pode-se contar com um novo estilo de suporte, que auxilie ambas as partes (aluno e Professor). A construção coletiva dos conhecimentos não é uma tarefa fácil, principalmente no que diz respeito ao confronto das expectativas dos sujeitos envolvidos. Trata-se de dificuldades que precisam de condições especiais para serem superadas. O exercício de confrontar as expectativas de cada um dos organizadores do projeto coletivo da escola implica tornar público o desejo de um princípio, de uma convicção, exigindo um desprendimento com relação ao próprio desejo, desenvolvendo a ideia de que algo que era de uma pessoa agora é também de muitos e poderá ser transformado. A internet, por exemplo, pode ser uma ferramenta de integração para a multidisciplinaridade, pois permite compartilhar projetos de diversas matérias. As pesquisas podem ser múltiplas e ainda servir como facilitadoras no ato de compartilhar conhecimentos produzidos pela própria escola, disponibilizando os trabalhos dos alunos em blogs, sites e ferramentas de redes sociais. Também é uma ferramenta importante para agendamento e gerenciamento da comunicação entre direção, coordenação pedagógica e professores. Ao disponibilizar os trabalhos escolares, projetos e ações da escola na internet, ela abre as portas à comunidade, demonstrando o quanto são criativos os projetos, permitindo que toda a sociedade passe a conhecer os trabalhos desenvolvidos pelos alunos e professores. Nessa construção, pode-se gerar novos parceiros que venham da comunidade privada ou de órgãos governamentais. Não estamos falando em dispor fotos de alunos, nem rede social de cada um, mas dos seus trabalhos e atividades por eles criados. A articulação entre as escolas e outras instituições (como bibliotecas, museus, arquivos etc.) poderia ser realizada através do uso das telecomunicações e da informática, proporcionando contatos entre pessoas, grupos e associações regionais, por serem espaços de intervenção, realização de atividades integradas e coletivas. Não há como deixar de lado o uso da tecnologia, ela nos envolve e sempre se adaptará para atender às nossas necessidades. O importante, ao utilizá-la, é saber que se trata de um instrumento de apoio pedagógico, tal como um livro ou um jogo. Apenas um instrumento a ser desenvolvido, inacabado, pronto para ser integrado, o qual proporcione frutos para ambos os lados. Em 2009, foi realizado um estudo com escolas do interior paulista dotadas de laboratórios de informática; nele os professores responderam aos questionários sobre como eram utilizados os laboratórios e quais eram os seus objetivos. No estudo em questão, pôde-se observar que os professores tinham uma apostila chamada Tecnologia, monitor nos laboratórios e que sempre, quando chegavam, os laboratórios já estavam prontos para uso. 25 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 A grande maioria dos professores respondeu que os alunos eram levados aos laboratórios para seguir o material da apostila, onde eram executados os jogos dispostos nos micros e que estes eram repetitivos e monótonos. Pôde-se perceber, pelas respostas dos professores, a grande insatisfação quanto à forma de trabalho, principalmente que as apostilas não abordavam o que era trabalhado em sala de aula. É importante que o trabalho desenvolvido com o recurso tecnológico seja o mesmo que se trabalha em sala de aula, tenha a construção e permita a interação do mundo real com o da informática. Ao procurar identificar as necessidades para a utilização da tecnologia como ferramenta pedagógica nas escolas, criamos quatro pilares que são primordiais para o uso da tecnologia na escola. São eles: a estrutura física, a participação da administração escolar, a participação dos professores e o contexto pedagógico. Educação com tecnologia Contexto pedagógico ProfessorEstrutura física Administração e coordenação Figura 4 – Os pilares da tecnologia educacional Os pilares da tecnologia não são leis, não são obrigatórios, e sim pontos importantes, norteadores para uma boa aplicação da ferramenta como apoio pedagógico. Também se sabe que grande parcela são resultados pessoais, de um diretor, de um colaborador, de um coordenador pedagógico ou de um professor, que se aventura a utilizá-lo e percebe que a ferramenta pode auxiliá-lo na elaboração de uma boa aula. Lembrete Os pilares são fundamentais Os quatro pilares da tecnologia são Estrutura física, Participação da administração e Coordenação pedagógica, o Professor e o Contexto pedagógico. O funcionamento coletivo deles pode melhorar significativamente o uso da tecnologia nas escolas. 2.2 A estrutura física das escolas O primeiro ponto a ser levantado é: será que as escolas estão preparadas fisicamente para receber a tecnologia? Diante de um mercado complicado e de inúmeras ocorrências de furto e roubo, as escolas 26 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 têm se fechado, e o acesso aos laboratórios acaba sendo dificultado. Em um dos meus estudos, pude constatar essa dificuldade, eram 20 minutos para abrir a sala e ligar os computadores. Grande parte da aula era perdida, alguns alunos até brincavam: “Professor, estamos fazendo um curso intensivo de abrir e fechar laboratórios”. A reorganização física dos prédios das escolas deveria ser tratada como ponto importante para que se inicie o envolvimento tecnológico, pois sem a infraestrutura física aparentemente encontraríamos dificuldade no acesso a esses recursos. Na maioria dos projetos de implementação da tecnologia, são criados laboratórios de informática, rede de acesso aos dados e acesso à rede de pesquisas (internet). É necessária atenção quanto às estruturas físicas das escolas, à facilidade de acesso aos laboratórios, a torná-los mais acessíveis e organizados, à criação de salas de aula mais funcionais, e até mesmo à disponibilização de conexões a redes locais em cada sala, ou em diversos pontos da escola, permitindo assim que professores e alunos desenvolvam pesquisas em diversos pontos da escola, utilizando os micros disponíveis ou seus próprios notebooks. Paralelamente, caminhamos para formas de gestão menos centralizadas, mais flexíveis e integradas; para isso, seria necessário ter estruturas mais enxutas, trabalhando mais sinergicamente, concentrando maior participação dos professores, alunos, pais e comunidades, gerenciando atividades e proporcionando os rumos de cada instituição escolar, com a finalidade de obter uma maior integração, um acesso facilitado e garantia da qualidade da educação. A melhoria do espaço físico das escolas poderia ser facilitada se fossem bem planejadas. Escolas eficazes não são necessariamente grandes, mas sim aquelas que utilizam de forma criativa seu espaço,transformando-o em um ambiente especial para a leitura, para as representações, ou até mesmo para o convívio da comunidade. Grande parte dessas melhorias do espaço físico já ocorreu em escolas onde houve a participação da comunidade. Mas não basta às escolas simplesmente ter microcomputadores e programas para uso em atividades de ensino, é preciso também que esses microcomputadores estejam interligados e em condições de acessar a internet e todos os demais sistemas e serviços disponíveis nas redes, multiplicando assim as possibilidades educativas. É necessário adequar a tecnologia ao alcance das expectativas de seu uso: telecomunicações, por exemplo, facilitam a coleta de dados e o acesso às informações da escola; o audiovisual favorece a apresentação explicativa e ilustrativa do real; e a informática pode colaborar para classificação, seleção e simulação de situações. Ao adequar o uso das tecnologias, segue uma sugestão iniciando um trabalho coletivo: alunos, professores, especialistas, diretores e comunidades de pais, juntos, em um processo de construção, criem uma equipe própria na escola, a qual, ao analisar a base tecnológica disponível (equipamentos e mídias), tome as decisões quanto à escolha de ser ou não conveniente o uso de informática aplicada à educação, e ainda sugira possíveis adequações no projeto pedagógico, contando com o apoio de universidades ou de especialistas externos para assessoramento e suporte técnico voltado à tecnologia. Em conjunto, poderiam também analisar os problemas relativos às cargas horárias, hoje constituídas de “aulas” de 50 ou 100 minutos, e aqueles ocasionados por turmas grandes de alunos. Notadamente nessas condições, o 27 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 uso do microcomputador e da internet no curto tempo da “aula” e para um número excessivo de alunos é totalmente inviável. Cada instituição de ensino deveria orientar, no seu próprio projeto pedagógico, a relevância a ser dada quanto ao uso da tecnologia aplicada na educação, envolvendo professores, coordenadores pedagógicos e diretores, os quais, através de reuniões permanentes, provocassem atualizações nesses projetos, buscando acompanhar e melhorar todas as dificuldades encontradas no processo. O projeto pedagógico aparentemente é o modo de ser e de fazer da escola. O clima escolar positivo na escola como um todo envolveria alunos, professores, direção e equipe técnico-pedagógica, e estes, orientados para a superação dos desafios, certamente desenvolveriam comportamentos importantíssimos aos alunos. A existência ou não de locais de concentração e de circulação de alunos e professores, as cores das paredes, a distribuição dos ambientes dentro do espaço escolar projetam-se diretamente na produção e no estímulo dos que ali convivem. Esses fatores refletem-se na disposição para trabalhar e estudar e na própria qualidade do ensino e podem vir a definir a ação pedagógica. O ambiente pode influenciar no processo de aprendizagem do aluno, e as instalações condicionariam a integração da comunidade acadêmica com sua produção e pesquisa. O conjunto escola, alunos e comunidade é a aura da escola. Uma das soluções viáveis é a utilização de monitores, contratados, terceirizados, colaboradores que venham de projetos sociais ou até mesmo os próprios alunos. Estes terão a função de abrir e fechar as salas, ligar e desligar os equipamentos, checar os defeitos e comunicar a necessidade de reparos à administração. Assim, o professor não perderá tempo com ações rotineiras e diárias. 2.3 A participação da administração escolar no contexto tecnológico Os principais problemas encontrados nas escolas quanto à utilização das tecnologias são falta de acesso, apoio técnico inadequado, tempo insuficiente para aprendizagem e planejamento. O envolvimento da direção e da coordenação nos cursos de capacitação auxiliam na disseminação da ideia de utilização da tecnologia como ferramenta de apoio no ensino-aprendizagem. Além de frequentarem os cursos de capacitação em informática na educação, é de vital importância que os professores estejam dispostos a colaborar nos aspectos de diminuição dos problemas de acesso à tecnologia, providenciando apoio técnico necessário, mostrando interesse pelo assunto e pelos projetos que venham a surgir com o uso da informática, e finalmente proporcionando tempo de aprendizagem aos professores. As mudanças na educação dependem também de termos administrativos, esperando que os dirigentes da instituição entendam todas as dimensões que estão envolvidas no processo educacional, dando apoio aos professores, equilibrando o gerenciamento empresarial, tecnológico e humano, e finalmente contribuindo para que haja um ambiente de maior inovação, intercâmbio e comunicação na escola. Possivelmente com essas mudanças, diretores e coordenadores passariam a procurar formas de tornar viável o acesso frequente e personalizado de professores e alunos às novas tecnologias, sendo imprescindível que haja laboratórios bem equipados; salas conectadas à internet e adequadas para 28 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 pesquisa; que seja facilitado a aquisição de microcomputadores por meio de financiamentos públicos, privados, com juros baixos e com o apoio de organizações não governamentais. Observação Papel do diretor É papel do diretor auxiliar no ingresso da tecnologia tanto na parte administrativa como na inserção pedagógica. Com seu apoio, as coisas se tornam mais fáceis. 2.4 A participação dos educadores O novo educador é um profissional em constante mudança, passando a ser o intermediário entre o conhecimento acumulado, o interesse e a necessidade do aluno. Nessa perspectiva, Phillipe Perrenoud, sociólogo suíço e referência essencial aos educadores, devido às ideias pioneiras sobre a profissionalização de professores, acredita ser necessário que o uso da tecnologia seja uma competência do professor, de modo que ele atinja uma atitude desafiadora e assuma uma postura de aprendiz ativo, crítico e criativo. A escola não pode ignorar as novas tecnologias de informação e da comunicação que afetam o mundo, pois estas transformam as maneiras de comunicar, de trabalhar, de decidir e de pensar. Para ele, o professor necessita utilizar os aplicativos para explorar todas as potencialidades didáticas dos programas de computador em relação aos objetivos do ensino, adicionando-se as formas de comunicação a distância por meio da telemática e as ferramentas multimídia no ensino. Os avanços das ciências e das tecnologias fazem com que a educação assuma um caráter de recomeço da renovação sempre, pois possui papel de transformar criticamente a realidade por meio da construção e disseminação do conhecimento. A colocação do microcomputador na sala de aula não garante um ensino inovador crítico e transformador: a sociedade do conhecimento exige dos professores e dos alunos autonomia e produção própria, baseada na modernidade, analisando a proposição metodológica do “aprender a ensinar”. O desafio de “aprender a ensinar” é acoplado à habilidade ou ao atributo indispensável ao professor que, aqui, muito mais do que um portador de conhecimento, deverá ter um papel de gerenciador da circulação e da construção desse conhecimento, assim como o de um orientador da aprendizagem. Para um professor não é possível separar as dimensões pessoais e profissionais; e essas dimensões são a forma pela qual cada um vive a profissão de professor, tão ou mais importante do que as técnicas que aplicam ou os conhecimentos que transmitem; os professores constroem sua identidade por referência aos saberes (práticose teóricos), mas também por um conjunto de valores. A tecnologia pode auxiliar, mas para que seu uso seja efetivo é necessário que os professores estejam preparados ou capacitados. Atualmente o educador cria, organiza e promove o ambiente tecnológico 29 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 através de atividades que facilitam o processo de ensino-aprendizagem, fornecendo recursos para que o aluno desenvolva ao máximo o processo de aprender. Há professores que resistem ao trabalho realizado no laboratório de informática, não querem se envolver, e, mesmo quando aceitam o trabalho, acreditam que este é independente das atividades curriculares, delimitam o uso como reforço, enquanto outros procuram os laboratórios para realizar um trabalho integrado, inserindo-se em projetos, de modo que a sua função passa de apenas “lecionar a incentivar os demais professores”. Outro ponto a ser incluído nesta reflexão diz respeito à formação do professor. Simplesmente ter um curso superior na área de educação e participar das matérias de informática na faculdade, quando estas existem no currículo, não garante em nenhum momento que esses professores estão prontos para realizar as tarefas de ensino de informática na educação. Daí a necessidade de um processo permanente de capacitação, monitoramento e estruturas de apoio docente, em que possam ser desenvolvidas as dimensões técnico-didáticas (campo científico específico), pedagógicas (campo das teorias e práticas educacionais) e tecnológicas (campo das novas tecnologias). Ao professor cabe o papel de facilitar, supervisionar, ser consultor do aluno no processo de resolver o seu problema, e não somente transmitir informação ao aluno; o professor deverá se concentrar em propiciar ao aluno a chance de construir o próprio conhecimento, convertendo a enorme quantidade de informação adquirida em conhecimento aplicável na resolução de problemas de seu interesse. Ao trabalhar nessa construção de conhecimentos, é necessário conhecer o aluno, incentivando a reflexão e a crítica e permitindo que ele passe a identificar os próprios problemas em sua formação. A questão da qualificação e da carreira docente sempre precisou ser repensada e tratada com base em uma perspectiva mais aberta, flexível. São necessários docentes qualificados, recursos tecnológicos, clima intelectual sério e responsável, caracterizando o cotidiano do trabalho acadêmico. É fundamental a valorização da atuação desse professor, ou seja, é preciso que os governos e os sistemas de ensino invistam tanto na sua formação continuada (incluindo a sua capacitação) quanto na promoção de condições adequadas de trabalho. José Manuel Moran, um dos maiores especialistas no uso da internet em sala de aula, discorre em seus livros que esse investimento transforma o professor no gerenciador do processo de aprendizagem, coordenando todo o andamento no ritmo adequado, sendo o gestor das diferenças e das convergências do contexto de sua prática. O professor precisa ter consciência de que sua ação profissional competente não será substituída pelas máquinas, mas ampliada no seu campo de atuação para além da sala de aula. Nessa perspectiva, ele passa a ser um incansável pesquisador, um profissional que se constrói a cada dia, que aceita os desafios e a imprevisibilidade da época para se aprimorar cada vez mais, gerando melhorias de desempenho tanto para si próprio quanto para os alunos. Ao buscar a ampliação nos campos de atuação, as tecnologias apontam para a busca do trabalho coletivo, passando da sala de aula e caminhando para a escola como um todo, tomando cuidado de desenvolver atividades que estejam definidas no projeto pedagógico, evitando fugir do estudo proposto em questão. Se olharmos para o ambiente da internet, poderíamos perder facilmente o contato com o objetivo do estudo, devido à grande diversidade proposta. 30 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Ao professor cabe assumir o papel de mediador e promotor desse novo processo de aprendizagem, procurando criar ambientes interdisciplinares, propondo desafios e explorações que possam conduzir a descobertas, utilizando dessa forma os recursos do microcomputador no sentido de articular informações com conhecimentos adquiridos para a construção de novos conhecimentos, ou seja, professores e alunos tornam-se aprendizes e mestres de sua própria educação, participantes de um processo que envolve os aspectos social, afetivo e cognitivo. Além disso, não é possível pensar na prática docente sem pensar na pessoa do professor e em sua formação, que não se dá apenas durante os cursos de formação, mas em todo o caminho profissional, dentro e fora da sala de aula. A diferença didática não está no uso ou não uso das novas tecnologias, mas na compreensão das suas possibilidades, sabendo efetuar escolhas conscientes sobre as formas mais adequadas ao ensino, optando ou não pelo uso da tecnologia. Observação Capacitação dos professores O professor do futuro deve estar preparado para o uso das tecnologias em sala de aula como ferramenta de apoio pedagógico e, para isso, deve estar devidamente capacitado. O Governo Federal, Estados e Municípios têm criado programas para capacitação, aproveite essa oportunidade. 3 METODOLOGIAS DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO Tão importante quanto o que se ensina e se aprende é como se ensina e como se aprende (César Coll). Neste capítulo, temos como objetivo identificar e potencializar quais são os pontos-chaves para se ter sucesso com o uso da tecnologia educacional. Estudamos, no capítulo anterior, as necessidades para o uso da tecnologia nas escolas, percebemos que sua inserção não é tão fácil quanto parece e precisa do envolvimento e da participação de todos. Nesse caminho, buscamos mostrar como podemos utilizar os recursos na escola. Iniciando com a televisão e os vídeos, os laboratórios de informática e até mesmo os locais de convivência da escola. Algumas de minhas sugestões nem sempre são bem-vistas pelas direções, pois mesmo com o barateamento da tecnologia necessitam de investimento. Daí, perguntamos, mas e esse investimento, de onde virá? Para ser sincero, não sei, mas uma boa sugestão seria aproveitar micros antigos, buscar parceiros, doações de pessoas físicas ou empresas, ou até mesmo fazer rifas, o que importa é a ação, que certamente parceiros virão. A charge abaixo demonstra a realidade de uma pesquisa em diversas classes. Os recursos tecnológicos estão presentes no cotidiano das pessoas e podem ser ferramentas brilhantes de apoio pedagógico, incentivando a participação dos alunos. 31 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Figura 5 – Como manter a atenção na sala de aula Devido à velocidade de renovação do saber e do fazer, baseados em tecnologia, a maior parte dos conhecimentos adquiridos por uma pessoa no início de sua formação profissional será obsoleta ao iniciar a carreira. A nova sociedade, baseada na informação, insere na educação o desafio de formar continuamente indivíduos capazes de interagir com as tecnologias e de apropriar-se delas. Nessa linha, a tecnologia pode promover a formação contínua dos professores, é um dever da sociedade e do Estado, tanto para atender às necessidades do sistema econômico quanto para oferecer ao indivíduo oportunidades de desenvolver suas competências como trabalhador e cidadão, capaz de viver na sociedade. Sendo assim, transformar a formação inicial em formação ao longo da vida seria o único caminho paraalcançar ou manter-se em condições de competitividade, em nível individual ou nacional, numa economia globalizada altamente tecnológica. A tecnologia, atualmente, é vital para a atualização, seja através de sites de pesquisa, de videotecas, museus e até mesmo universidades virtuais e cursos a distância. Em vídeo ou computador ligado à internet, pode propiciar ao professor mecanismos para que possa, ao longo dos anos, colher novas propostas, técnicas e soluções para projetos. Saiba mais No artigo “Um guia sobre o uso da tecnologia em sala de aula”, publicado pela Revista Nova Escola de junho de 2009, foram descritas as novas ferramentas necessárias e imprescindíveis para o avanço dos alunos no uso da tecnologia. Acesse: < http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/223_materiacapa_abre.shtml>. 32 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 3.1 As escolas e os recursos tecnológicos A estrutura física da escola, abordada anteriormente, como um dos pilares necessários para o trabalho com a tecnologia foi analisada em uma pesquisa de mestrado realizada no interior paulista, em que se pôde perceber que há nas escolas grande diversidade de recursos tecnológicos; mas para funcionamento dos mesmos é necessária a participação dos diretores, coordenadores e professores na inserção pedagógica. Um dos pontos levantados no estudo foi que muitas das escolas escondiam dos professores os equipamentos de projeção com medo de que eles os danificassem. Os laboratórios eram trancados com grades e cadeados, e a chave ficava com a direção; assim, se houvesse algum problema no laboratório, o professor era o responsável. Inicialmente, sugerimos que a escola faça um levantamento de todos os recursos tecnológicos de que dispõe. A lista deve ser disponibilizada nas reuniões pedagógicas para que todos os professores possam saber como utilizá-los em aulas e adequá-los ao planejamento pedagógico. Nessas reuniões, a direção e a coordenação devem pesquisar quais as dificuldades dos professores quanto à utilização do recurso e procurar saná-las. Outro ponto importante é criar agendas cujo objetivo seja delimitar quem estará usando o recurso tecnológico, evitando conflitos e problemas de uso coletivo. A Google fornece uma agenda informatizada gratuita que pode ser distribuída a todos os professores, ou seja, ele pode, de sua casa, visualizar quando e qual recurso estará sendo utilizado por ele nas aulas. 3.2 A televisão e os vídeos Levando em conta os recursos tecnológicos que grande parte das escolas dispõe, não se pode deixar de lado a televisão e o vídeo, que também são recursos tecnológicos de apoio às aulas. Se a escola possuir câmeras digitais, será possível trabalhar minivídeos de explicação das matérias e criar uma videoteca no local. O papel da escola é observar esses meios de comunicação, interagir e colocar novos caminhos para visão de professor e aluno para o avanço tecnológico. A utilização de programas de vídeo como instrumento didático depende de uma seleção e avaliação prévia do material disponível. Sejam filmes ou conteúdos pré-desenvolvidos, basta uma seleção por parte dos professores ou da equipe pedagógica do que pode ser utilizado como material de apoio pedagógico. José Manuel Moran descreve em seu artigo, O vídeo na sala de aula, que o professor deve documentar o que é mais importante em seu trabalho: ... ter o seu próprio material de vídeo assim como tem os seus livros e apostilas para preparar suas aulas. O professor estará atento para gravar o material audiovisual mais utilizado, para não depender sempre do empréstimo ou aluguel dos mesmos programas. 33 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Segundo Mandarino (2002), os vídeos devem ser usados apenas quando adequados ao conteúdo e que possam contribuir significativamente para o desenvolvimento do trabalho como ferramenta de apoio. A autora ressalta que nem todos os temas e conteúdos escolares podem e devem ser explorados a partir da linguagem audiovisual ou pelos vídeos. Ao verificar as potencialidades do vídeo no processo de ensino aprendizagem, é necessário inicialmente construirmos os planos de aula. A seguir, são apresentados, segundo a autora, os pontos a serem considerados no planejamento de uma aula com vídeo: • Ao explorar um vídeo, devem-se fazer analogias com outras concepções, métodos, técnicas e resultados que já foram ou podem ser explorados em sala de aula; • O vídeo pode ter a função de apresentar conceitos novos ou já estudados no sentido de motivar o aluno, despertar a curiosidade e interesse, além de transmitir as ideias básicas relacionadas com o conteúdo da aula; • O vídeo deve ser complementado pela apresentação dos conceitos/ conteúdos na forma textual. O texto pode ser mais linear, detalhado e acrescido de exercícios de fixação e aplicação. Vídeos e textos devem se complementar mutuamente; • O vídeo tem a capacidade de aproximar o conhecimento científico do cotidiano, fazendo com que algumas concepções do senso comum passem a se fundamentar nas ciências; • A dinâmica e o tempo de aula devem ser bem planejados, pois o uso do vídeo pressupõe sempre a atuação do professor; • O vídeo pode ser usado como instrumento de leitura crítica do mundo, do conhecimento popular, do conhecimento científico e da própria mídia (MANDARINO, 2002). Com o advento da internet, hoje, há grande diversidade de sites que disponibilizam conteúdo através de videotecas, as quais podem ser acessadas das bibliotecas escolares, ou mostrados em sala de aula. Um bom exemplo é o site da TV Escola, que possui atualmente uma videoteca com mais de 600 títulos de diversos temas que podem ser utilizados em sala de aula. Pelo link <http://tvescola.mec.gov. br>, é possível assistir aos vídeos. Para baixá-los em um computador ou em uma rede, a fim de utilizá-los posteriormente, siga estes passos: • Acesse o link de pesquisas disponíveis no domínio público, um site do governo cujo objetivo é distribuir gratuitamente vídeos que poderão ser utilizados para educação no Brasil: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do> 34 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Figura 6 – Tela do Portal Domínio Público Para baixar os vídeos ou mídias disponíveis: 1) Tipo de mídia: selecione qual tipo de mídia deverá ser localizado (imagem, som, texto e vídeo). 2) Categoria: indique a categoria da mídia desejada, você pode localizar TV Escola, vídeos de educação ambiental, conferência da FUNAG, programa de formação dos professores, passeios virtuais, religião e diversas categorias de vídeos da TV Escola. 3) Clique sobre o botão pesquisar, automaticamente abrirá uma nova tela com todos os vídeos disponíveis: Figura 7 – Vídeos e mídias do Portal Domínio Público 4) Selecione o vídeo desejado clicando sobre ele, será mostrada a tela para baixá-lo: 35 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Figura 8 – Selecionando o vídeo escolhido 5) Basta clicar sobre o botão baixar e selecionar o local a ser baixado o vídeo em seu computador. O vídeo está pronto para ser usado. 6) Não se esqueça de antes fazer o planejamento e o teste. Os vídeos do site Domínio Público foram criados pela TV Escola e pelo Ministério da Educação, são destinados a professores, educadores e alunos. E podem ser utilizados facilmente em sala de aula. A TV Escola não é um canal de divulgaçãode políticas públicas da educação. É uma política pública em si, com o objetivo de subsidiar a escola e não substituí-la. Em hipótese alguma, substitui também o professor. A TV Escola não vai “dar aula”, ela é uma ferramenta pedagógica disponível ao professor: seja para complementar sua própria formação, seja para ser utilizada em suas práticas de ensino. Para todos que não são professores, a TV Escola é um canal para quem se interessa e se preocupa com a educação ou simplesmente quer aprender. Saiba mais A seguir, dicas de sites com vídeos de domínio público que podem ser utilizados gratuitamente: <http://www.youtube.com/?gl=BR&hl=pt> <http://video.google.com.br/?hl=pt-br&tab=wv> <http://br.video.search.yahoo.com/video> Outra fonte importante de uso do vídeo em sala de aula é o livro Como usar a televisão na sala de aula, de Marcos Napolitano, Editora Contexto. 36 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 3.2.1 Os microcomputadores e os laboratórios de informática Sabemos que a realidade educacional brasileira é complexa. Há escolas públicas onde nem mesmo existem carteiras, e também escolas com laboratórios completos, às vezes abandonados. Se sua escola possui um laboratório abandonado, proponha à direção mudanças. Lembre-se: o professor é ponto-chave para mudanças na escola, não deve esperar que elas venham somente da administração, e sim promover ações que possam trazer melhorias para todos. Outro ponto importante é que às vezes tentamos, mas a direção não aceita as opiniões. É complicado, mas você deve insistir, como diz o ditado: Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Conto com vocês para que, juntos, possamos implementar a tecnologia nas escolas. Se precisar de apoio, não hesite em me procurar, lembre-se: logo na primeira página desta apostila, você encontra meus contatos. Levando em conta que grande parcela das escolas já conta com laboratórios de informática, sugerimos implementar algumas mudanças que podem melhorar a forma de acessibilidade à tecnologia de sua escola. Entre elas, destacamos os seguintes pontos: 1) Laboratório de Informática – Crie uma agenda para seu laboratório de informática, a fim de que os professores possam realizar as tarefas na escola ou em suas próprias casas. A sugestão é que no agendamento sejam informados a data, o horário e quais serão os softwares necessários para utilização em laboratório. – Se possível, os laboratórios devem contar com um profissional especializado para acompanhar, orientar e supervisionar as atividades (um monitor). Outro ponto importante é que esse monitor faça um check list dos equipamentos diariamente, verificando se todos os programas solicitados pelos professores no cronograma de atividades estarão aptos a serem utilizados. 2) Sala dos professores Se possível, coloque um computador com acesso à internet, recursos audiovisuais e de impressão na sala dos professores, para que os mesmos pesquisem e preparem as aulas. 3) Bibliotecas Verifique a possibilidade de disponibilizar micros nas bibliotecas, com atalhos diretos para museus, bibliotecas mundiais, digitais, câmeras em locais turísticos, históricos e culturais. A biblioteca pode servir de fator para gerar a articulação entre as escolas e outras instituições (como pesquisas de bibliotecas, museus, arquivos e outros). Mas, para isso, é necessária a existência de micros conectados à internet. Na biblioteca convencional, os livros podem ser lidos e examinados. Nesse caso, usa-se a mente humana para localizar e comparar conteúdos nos livros, constituindo uma tarefa que pode ser demorada. Por outro lado, a tecnologia pode armazenar todos os livros de uma 37 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 biblioteca e usá-los em um programa de busca que aponte relações entre os conceitos descritos nos livros. Além de armazenar, podem ser criadas formas de acesso através de mídias ou de páginas da internet, multiplicando e propiciando um maior acesso a essa base de informação. Isso sugere que, além do micro na biblioteca, os programas de acesso à informação devem ser interessantes e facilitar as buscas. As bibliotecas não se tornam virtuais nem digitais apenas por contar com um microcomputador com alguns recursos à sua disposição; outros fatores são necessários para que essa transformação ocorra, a biblioteca informatizada tem o objetivo de acrescentar outras opções de acesso às informações registradas. A transformação dos livros impressos em eletrônicos é algo esperado, da mesma forma que as bibliotecas tradicionais devem passar a ser digitais, virtuais e eletrônicas, gradativamente. Outro ponto importante diz respeito à possibilidade de os micros das bibliotecas serem disponibilizados também aos professores para o desenvolvimento das matérias, criando-se mais um local de facilitação do acesso à tecnologia. 4 COMO UTILIZAR A TECNOLOGIA NA SALA DE AULA Ao trabalhar com tecnologia é necessário definir os percursos pedagógicos a serem seguidos. Neste capítulo, serão mostradas duas abordagens pedagógicas, meios de aprendizagem e alguns programas aplicativos. Um estudo recente feito pela Digital Diaries Series com 2.200 mães com filhos na faixa etária entre 2 e 5 anos de dez países (Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Japão, Austrália e Nova Zelândia) apontou que 58% das crianças sabem como jogar no computador, enquanto 20% nadam e 25% sabem como andar de bicicleta. Outra conclusão é que 69% delas sabem como usar o mouse; porém, apenas 11% amarram o cadarço do tênis. A tecnologia já é parte da vida, daí a necessidade de integrá-la no contexto educacional como ferramenta de apoio. 4.1 Abordagens pedagógicas na tecnologia A escolha de uma metodologia pedagógica pode ser ponto-chave para o trabalho com a tecnologia nas escolas. Inicialmente, deve-se levar em conta que o professor tem que estar preparado para usar a informática com os alunos, observando suas dificuldades frente à máquina e aos recursos pedagógicos, intervindo e auxiliando-o nas dificuldades, diagnosticando as potências e os problemas, a fim de utilizar essa ferramenta ao máximo para suprir ou auxiliar nas dificuldades de ensino com o aluno. É importante ter em mente qual será o método adotado e a forma de utilização da tecnologia. A escolha deve ocorrer naturalmente, dependendo da necessidade da escola. Ao longo de pesquisas identifiquei alguns problemas relacionados ao uso do laboratório com os alunos. A charge a seguir mostra o que tem ocorrido em inúmeros laboratórios brasileiros: 38 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Agora não posso, tô vendo meu e-mail! Professor, o que eu faço aqui? Figura 9 – Na sala de aula A grande maioria dos profissionais, que não estavam capacitados para utilizar a tecnologia, levava os alunos ao laboratório e se “esqueciam” deles. Como os próprios alunos, alguns acessavam seus e-mails, sites e até mesmo jogos. Outros abandonavam a sala e ficavam batendo papo com outros professores. Portanto, a necessidade de saber o que, como e de que forma deve ser construído o uso da tecnologia. Os trabalhos com tecnologia podem ser desenvolvidos de duas formas: a primeira, em que o microcomputador e o software assumem o papel de ensinar o aluno, baseados em jogos ou instruções sequenciadas, trabalhado e passando por fases e avaliações sem a presença do professor ou monitor; nesse caso, o tutor é equipamento e em exercício e prática, jogos e simulações, busca passar o conhecimento proposto ao aluno;a segunda, em que o microcomputador é utilizado como ferramenta de construção, com a qual o aluno desenvolve algo, cria, pesquisa, participa e constrói o conhecimento. As aplicações pedagógicas de utilização de microcomputadores se realizam sob abordagens que se situam entre dois grandes polos: Instrucionista e Construcionista, descritos nas figuras a seguir. avaliação aluno Estuda Conteúdo Módulo 1 Resposta errada Resposta correta Próximo módulo Conteúdo Professor Almeida (2000) Instrucionismo Utiliza o computador para desenvolver a instrução programada Figura 10 – O Instrucionismo 39 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 O Instrucionismo utiliza o microcomputador para desenvolver a instrução programada; o conteúdo ensinado é subdividido em módulos, estruturados de forma lógica, de acordo com a perspectiva pedagógica de quem planejou a elaboração do material instrucional. No final de cada módulo, o aluno deve efetuar uma pergunta ou uma avaliação, que o leva ao módulo seguinte caso as respostas estejam corretas; caso contrário, ele retornará ao mesmo módulo até que obtenha sucesso (ALMEIDA, 2000). A atuação do professor no ensino instrucionista não exige muito preparo, pois ele tem apenas de selecionar o software de acordo com o conteúdo previsto, propondo as atividades para os alunos e acompanhando-os durante a exploração do mesmo. O microcomputador funciona como uma máquina de ensinar otimizada, e o software como um produto acabado, ensinado conforme a estrutura do pensamento de quem o elaborou. Professor aluno Conteúdo Desenvolve Propicia ao aluno a construção de conhecimentos a partir de suas próprias ações (físicas e mentais): Almeida (2000) Internet Construcionismo seria desenvolver, construir, aplicar, refletir e depurar o conhecimento utilizando o microcomputador na escola Rocha (2002) Figura 11 – O Construcionismo Outra aplicação pedagógica é o Construcionismo, o qual, segundo Gómez (2004), diz que o papel do educador se representa em função da necessidade de estimular processos cognitivos dos estudantes, os quais, por sua vez, assumem o papel ativo em virtude desse desenvolvimento. Cabe aos educadores experimentar novas formas conscientes e reflexionistas sobre as diversas formas de aprender de seus alunos, muito particularmente dos mecanismos. Uma das formas de os professores utilizarem o ambiente construcionista seria desenvolver, construir, aplicar, refletir e depurar o conhecimento usando o microcomputador na escola. As formas de emprego do microcomputador como ferramenta educacional propiciam ao aluno a construção de conhecimentos a partir de suas próprias ações (físicas e mentais); isso pode ocorrer através do uso de aplicativos como o processador de texto, a planilha eletrônica, o gerenciador de banco de dados, ou mesmo através de uma linguagem de programação que favoreça a aprendizagem ativa, ou quando o aluno interage com o microcomputador desenvolvendo atividades de pesquisa. 40 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 No Construcionismo, o professor é um facilitador, com o objetivo de enriquecer o ambiente, provocando situações para que o aprendiz possa se desenvolver de forma ativa, realizando também suas próprias descobertas, ao invés de somente assimilar conhecimentos prontos, baseados na memorização. Paralelamente, há uma confusão na forma de aplicar os métodos construcionistas. Em muitos casos, os professores utilizam os métodos tradicionais, trabalhando com o microcomputador com softwares organizados para seguir de acordo com a capacidade do aluno. Esses programas, do modo sequenciado de perguntas e respostas, que avançam em níveis e retornam quando há erro, não podem ser tratados como construcionistas, pois somente ocorre a interação com o aluno, sem instigá-lo a refletir e a desenvolver o seu processo mental (VALENTE, 1993). Um modelo ideal de capacitação a ser seguido consiste naquele que, promovendo as atitudes de desmistificação do uso do microcomputador, diminui a resistência à informática e quebra o ceticismo em relação às contribuições do microcomputador na educação, o que pode ser conseguido através de debates e seminários. Também é recomendável que cada país, a exemplo do Brasil, pesquise formas próprias de formação dos professores, ao invés de simplesmente importar soluções encontradas em outras culturas. Os cursos de formação e capacitação docentes podem levar a mudanças substanciais no meio educacional, desde que desenvolvidos em conjunto com a prática pedagógica realizada na escola. Adicionam-se a essas mudanças o desenvolvimento de trabalhos coletivos a fim de contribuir para a profissionalização dos professores. Lembrete Instrucionismo – o computador é a única ferramenta, cuja função é desenvolver a instrução programada em fases. Construcionismo – propicia ao aluno e ao professor a construção dos conhecimentos a partir de suas ações no computador. 4.2 Tipos de aprendizagem Uma vez definidos os métodos, vamos buscar quais são as formas possíveis de aprendizagem com os recursos tecnológicos. Jonassen (1996) descreve que seria necessário separar os tipos de aprendizagem relacionados ao uso da tecnologia em quatro classes: 1. Aprender a partir da tecnologia (learning from), em que a tecnologia apresenta o conhecimento e o papel do aluno é receber esse conhecimento, como se ele fosse apresentado pelo próprio professor; 2. Aprender acerca da tecnologia (learning about), em que a própria tecnologia é objeto de aprendizagem; 41 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 3. Aprender através da tecnologia (learning by), em que o aluno aprende ensinando o microcomputador (programando o microcomputador através de linguagens como Basic ou o Logo); 4. Aprender com a tecnologia (learning with), em que o aluno aprende usando as tecnologias como ferramentas que o apoiam no processo de reflexão e de construção do conhecimento (ferramentas cognitivas). Nesse caso, a questão determinante não é a tecnologia em si mesma, mas a forma de encarar essa mesma tecnologia, usando-a, sobretudo, como estratégia cognitiva de aprendizagem. Todas as formas de interação proporcionadas pelos microcomputadores, principalmente os ligados à internet, geram transformações explícitas no comportamento dos seus usuários: As mídias, como tecnologias de comunicação e de informação, invadem o cotidiano das pessoas e passam a fazer parte dele. Para seus frequentes usuários, não são mais vistas como tecnologias, mas como complementos, como companhias, como continuação de espaço de vida (KENSKI, 2003, p. 25). Pelo que é transmitido pela televisão ou acessado pelo microcomputador, as pessoas se comunicam, adquirem informações e transformam comportamentos, tornando-se “teledependentes” ou “webdependentes”, consumidoras ativas, permanentes e sem críticas ao universo da mídia. O grande desafio para a escola é viabilizar um espaço crítico em relação ao uso e à apropriação dessas tecnologias de comunicação e informação, reconhecendo sua importância e interferência no modo de agir e ser das pessoas e na própria maneira de se comportarem diante do grupo social. Os alunos somente devem acessar a internet se dispuserem de um projeto pedagógico, com o acompanhamento do professor e orientados sobre a maneira correta de utilizar a informação. Essas preocupações somam-se ao fato de os alunos acessarem as informações sobre algo que o professor solicitoue simplesmente imprimirem, sem critério ou seleção, deixando para ler mais tarde aquilo que foi impresso/obtido, até mesmo após a devolução do professor. Os materiais escritos têm um papel fundamental, seja através das clássicas propostas dos impressos (papéis) ou das produções mais sofisticadas, que permitem integração em programas, e professores e alunos não podem se apoiar exclusivamente apenas no virtual. Uma pesquisa de um trabalho não deve se ater somente ao conteúdo proposto na disciplina e, para que essas informações possam ser compreendidas e explicadas, devem identificar a construção de conhecimentos, desenvolvendo atividades e projetos sob a orientação dos professores. Outro ponto importante é realizar uma correta seleção de bibliografias e dos conteúdos, cujo objetivo é assegurar que os materiais de leitura selecionados para o conteúdo trabalhado respeitem os critérios básicos de compreensão dos alunos. Seria interessante que no planejamento fossem inseridas, inicialmente aos alunos, as formas de utilização dos recursos de informática dotados na escola, explicar conceitos básicos de sistemas operacionais, usar os aplicativos de editor de textos e cálculos e pesquisar de forma mais rápida os 42 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 conteúdos na internet, se estes estiverem disponíveis. Após confiar na tecnologia, o ambiente se torna mais facilitado e o aprendizado flui normalmente. Ao utilizar os recursos de informática, devem ser pré-planejados os conteúdos e escolhidos quais serão os programas de computador adequados para o desenvolvimento pedagógico. Assim, a tecnologia desempenha apenas o papel auxiliar de ensinar, de trabalhar e de ensinar e aprender. Para não correr riscos, Valente (2003) descreve que o uso da tecnologia deveria seguir os seguintes pontos fundamentais: • Propiciar condições para entender o microcomputador como uma nova maneira de representar o conhecimento, provocando um redimensionamento dos conceitos já conhecidos e possibilitando a busca e compreensão de novas ideias e valores; • Propiciar a vivência de uma experiência que contextualiza o conhecimento que ele constrói; • Prover condições para a construção de conhecimentos sobre as técnicas computacionais, entender por que e como integrar o microcomputador em sua prática pedagógica e ser capaz de superar as barreiras de ordem administrativas e pedagógicas; • Criar condições para que o professor saiba recontextualizar o que foi aprendido e a experiência vivida durante a formação para a sua realidade de sala de aula, compatibilizando o que se dispõe a atingir. O uso da tecnologia deve construir o conhecimento sobre técnicas computacionais e entender por que e como integrar o microcomputador em sua prática pedagógica no contexto de trabalho dos alunos. Essa atividade requer o acompanhamento e o assessoramento inicial do professor por um especialista presencial ou a distância, alguém que já tenha vivenciado essas atividades de uso da informática na educação e possa auxiliar o professor com suas atividades diárias, entendendo o que ele faz e propondo novos desafios, até que o mesmo esteja apto para seguir sozinho. As mudanças podem ser propostas e devem contemplar ações simultâneas: a primeira, em que o professor aprenda a desenvolver uma tarefa usando o microcomputador, podendo, nessa fase, refletir sobre o próprio processo de aprendizagem, ler e discutir textos relativos à base psicopedagógica da metodologia construcionista; a segunda, no uso de microcomputadores com os alunos, propiciando aos professores a experiência de como usar o microcomputador com os alunos, tornando-o facilitador do processo e o aluno um usuário, podendo ser trabalhada a observação da forma de aprendizagem dos alunos; e a terceira, elaborando um projeto pedagógico em que cada professor monte um projeto de trabalho descrevendo como pretende utilizar o microcomputador na sua respectiva disciplina, podendo isso ser discutido no curso e aplicado posteriormente em uma escola. 43 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Portanto, não basta treinar, é necessário acompanhar propondo novos desafios na atribuição de significados para aquilo que está realizando, principalmente na construção de novos conhecimentos. O domínio do uso do microcomputador não ocorre imediatamente, requer tempo e diferentes formas de assimilação das técnicas pelo profissional, que podem transformar a informática em uma verdadeira ferramenta educacional. Ele deve se sentir confortável e não ameaçado pela tecnologia. 4.2.1 Softwares O software (programa de computador) é composto por uma sequência de instruções, que é interpretada e executada pelo computador. Em um programa correto e funcional, essa sequência segue padrões específicos que resultam em um comportamento desejado. Um programa pode ser executado por qualquer dispositivo capaz de interpretar e executar as instruções de que é formado, podendo ser um microcomputador, um notebook, um tablet, um palmtop e até mesmo um celular. Os softwares podem ser adquiridos de duas formas: paga e livre. O software pago, também conhecido como proprietário, é aquele que tem um dono, ou seja, para utilizá-lo é necessário comprar a licença do produto para uso. É importante destacar que cada microcomputador deve ter uma licença, não basta apenas ter um único programa. Se você tem 10 micros, é necessário adquirir dez licenças. Lembrando que a aquisição do produto deve estar identificada na nota fiscal, pois há um grande número de pessoas que comercializam CDs com os programas, mas não detêm direitos sobre eles. A outra forma são os softwares livres, ou não proprietários, programas que estão sob licença livre, e seu uso, modificação e distribuição é permitido a todos. Nos microcomputadores, existem dois tipos principais de software: os sistemas operacionais (softwares básicos que controlam o funcionamento do microcomputador), sem eles seria impossível utilizar os computadores, pois desempenham a interação homem x máquina; e os softwares aplicativos, executados nos sistemas operacionais, que têm por objetivo desempenhar tarefas, como rotinas administrativas, cálculos, apresentações, vídeos, imagens, ações educacionais, lúdicas, jogos, vacinas etc. Os principais sistemas operacionais pagos são comercializados pela Microsoft (Windows XP, Vista e Seven) e pela Apple (Mac-OS). Na linha dos sistemas operacionais gratuitos, conhecidos por Linux, encontramos o Debian, o Kurumin e o Ubuntu). Os principais softwares aplicativos utilizados comercialmente são: • Programas de editoração de texto (Word): ao utilizar os programas de editoração de texto (Word) com os alunos, desenvolvemos habilidades linguísticas e também atividades de criação de relatórios, palavras cruzadas, cartões, livros e jornais. 44 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 • Programas de planilhas eletrônicas (Excel): além de realizar cálculos de forma rápida a partir de dados informados, podem ser trabalhados conceitos de organização de dados, classificação e filtragem de informações, checagem de valores de cálculos matemáticos. • Programa de apresentação (PowerPoint): é destinado a elaborar apresentações de palestras e aulas, costuma ser bem aceito pelos alunos, pois permite mostrar os trabalhos no próprio computador sem a necessidade de entregá-los impressos. Como se trata de software administrativo, grande parcela das escolas e professores deixa de lado esse tipo de programa aplicativo; na realidade, são grandesferramentas que podem ser utilizadas como apoio pedagógico, e não devem ser descartadas. A seguir, apresentamos exemplos desenvolvidos por professores, em um curso de capacitação para utilização desses recursos em sala de aula, que podem ser utilizados por você. As atividades foram desenvolvidas apenas com o aplicativo de editor de textos. São simples e podem ser trabalhadas como exemplo em um laboratório de informática, um recurso disponível em todas as escolas e que pode ser adquirido gratuitamente pela internet como software livre. Observação Programas Aplicativos Há uma série de programas aplicativos gratuitos que têm em grande parte as funções do Excel, do PowerPoint e do Word. Eles podem ser encontrados na internet e são de domínio público. Lembrete Google Docs O Google Docs é computação em nuvem, isto é, os programas de aplicação e seus documentos ficam na internet (por isso são chamados de nuvem). Assim, a cada acesso ao documento é necessário estar conectado à internet. 4.2.2 Atividades utilizando o editor de texto simples O aplicativo de editor de textos pode auxiliar os professores e permitir que sejam criadas inúmeras atividades com os alunos. Essas atividades podem ser impressas ou até mesmo usadas no laboratório com a própria ferramenta. A seguir, alguns exemplos de propostas: 1) O professor pode abrir um texto e, no início, colocar uma frase inicial de uma história e solicitar aos alunos que desenvolvam toda a história. Essas histórias serão lidas e corrigidas uma a uma na sala. Exemplo: “Ontem à noite estava em minha casa, na cozinha, com meus dois irmãos...”. 45 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 2) Outra forma é inserir um texto no editor com diversos erros de grafia. Os alunos terão de apontar os erros, e o professor deverá corrigi-los em voz alta e indicar quais são os erros. Pode-se, no final, ainda passar o corretor ortográfico para ver se não há mais erros; 3) Também é possível trabalhar com diário ou até mesmo com diário reflexivo; o professor solicita aos alunos que abram o editor e indiquem um dia da semana, ou as minhas férias e outros. Pede que os alunos leiam e, ao fim, deverá realizar as correções ortográficas explicando quais foram os principais erros; se for diário reflexivo, a sugestão é que a cada aula em laboratório o aluno anote quais são suas dificuldades; 4) Outra solução seria colocar um texto e, ao final, solicitar que o aluno responda às alternativas corretas ou preencha as frases sobre o texto Exemplo: O cravo ________ com a rosa; 5) Trabalhar com Negrito e Itálico é outro recurso que pode ser utilizado; o professor disponibiliza um texto para os alunos e pede que marquem em negrito as palavras que desconhecem e em itálico as palavras que não são nacionais. Depois, pede que os alunos leiam em voz alta quais foram as anotações, explicando uma a uma. 4.2.3 Atividades com o editor de textos utilizando tabelas e desenhos Com o recurso tabelas, é possível montar um caça-palavras, que pode ser impresso ou mesmo utilizado no próprio editor de textos. Se utilizado no editor de textos, o professor deve passar o texto para cada aluno. Na versão digital, basta solicitar que os alunos utilizem o recurso de colorir a fonte marcando os itens selecionados. Exemplo: Localize a seguir as seguintes palavras: BOLA – CASA – VACA – BOI – MÃE W I E E R T Y U I O P A S C S D F C V A A U L A M A C F D I B S T Y U P U S O G S O N D A L A S I A L H A B M A E Q W E O A A J J X O T Y U I O B O L A N Z Q R M A E A Pode-se ainda desenvolver cruzadinhas simples com o editor de textos. O professor insere uma imagem simples para que as crianças preencham os dados informados. Outro exemplo é de apenas completar frases utilizando as mesmas tabelas: 46 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 S R D A Pode-se inserir textos e criar um caça-palavras: MÚSICA O PATO LÁ VEM O _ _ _ _ _ _ _ _ AQUI PATA ACOLÁ LÁ VEM O PATO PARA VER O QUE É QUE HÁ. 4 LETRAS PATO FALO PATA PAPO BALA 6 LETRAS PATETA COMIDA CAVALO PANELA PETECA 8 LETRAS JENIPAPO MELANCIA JOANINHA JURUBEBA Pode-se trabalhar o conteúdo de montar letras: CA BA RA RI OR TU PAL MAS MEL SA PO CO TIA UM LHER LA BIO BO CA PA CA TO Também se pode desenvolver a quantidade de letras, sílabas e outros. Quantas letras tem: Pato - Hotel - Brasil - É possível ainda trabalhar a música. Os alunos recebem em um texto impresso uma música ou parlenda de seu conhecimento. São divididos em duplas, um deverá ditar e o outro copiar, e vice-versa. Os alunos terão de anotar quais são as dificuldades e pedir ajuda ao professor. 4.2.4 Atividades com o editor de textos utilizando imagens e textos 1) Com as imagens, podem-se utilizar os diversos recursos do editor ou até mesmo de sites que desenvolvam atividades e historinhas na internet. Exemplo: 47 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Dada a tirinha abaixo, escreva uma historinha: Figura 12 – Exemplo de tira de educação de trânsito Na internet, é possível desenvolver inúmeras histórias em quadrinhos ou charges. Essas histórias unem a literatura e as artes plásticas e podem ser desenvolvidas de acordo com o plano pedagógico ou até mesmo com a dificuldade encontrada no momento. A escola deve adequar quais serão os objetivos do trabalho, e até mesmo qual é o ritmo necessário para seu uso. O Ministério da Cultura recomendou a utilização de histórias em quadrinhos na escola, no PCN da Língua Portuguesa, para os conteúdos disciplinares da 1ª. à 4ª. série. Essas histórias podem criar a realidade local e ainda permitir que as crianças deduzam seu significado, dando aos alunos a sensação de serem leitores. Mesmo sem contato com a leitura, o professor pode, antes de tudo, ensiná-los como se lê da esquerda para a direita e de cima para baixo. Segue a lista dos sites que permitem o desenvolvimento de histórias em quadrinhos. Eles podem ser disponibilizados via e-mail ou na internet: • Strip Generator: <http://stripgenerator.com> Figura 13 Usabilidade: permite criar histórias, implementar personagens, objetos, fazer charges e disponibilizar o conteúdo para os alunos até mesmo via internet. 48 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Tela do sistema Figura 14 Para utilização do site, é necessário criar um login de acesso e uma senha, que se encontra na parte superior direita do site; a partir daí, é possível desenvolver as histórias. Para criar a charge, basta optar por “Criar uma nova história” (Create a new strip). Inicialmente, você terá os seguintes menus: – Frames (responsável pela quantidade de tiras a serem usadas e formatos) – Characters (personagens/people; animais/beings; e my characters (personagens criados por você) – Itens (objetos/objects e figuras/shapes) – Text (speech/balões, thought/balões de pensamento) – Titles (Títulos) – Library (elementos pessoais/my elements e elementos de amigos/friend’s elements) Ao final, basta inserir o título e seus formatos. Pronto, a história está criada! 49 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Exemplo: Figura 15 • Strip Creator: <http://www.stripcreator.com> Figura 16Usabilidade: permite criar histórias com fundos diferentes e diálogos de um ou dois personagens. Tela do sistema Figura 17 50 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Para utilização do site, é necessário criar um login de acesso e uma senha, que se encontra na parte superior direita do site, na cor azul; a partir daí, é possível desenvolver as histórias. Após estar conectado com login e senha, basta digitar Make a comic para criar a sua história. Ela pode ter de uma a três divisões, e o interessante é que todos os dados já são mostrados na tela; daí, basta acertar o que escrever na história. Para acompanhar e criar, basta seguir estes passos: • Switch: 123 panels (selecionar o número de tiras) • Random comic layout: a cada click, são indicados novos personagens e fundos das tiras • Para cada quadrinho, são mostradas as seguintes caixas de seleção: – Left e Right Character: personagem da esquerda e da direita – Category: escolha do objeto do personagem – Character: escola do personagem – Dialog: texto do diálogo – Type-dialog: balão falando e Thought: balão pensando • Background – Category: categoria do desenho de fundo – Background: cor do desenho de fundo – Narrarion: título de cada quadro – Close panel: fechar a história – Título: título da história 51 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Exemplo: Figura 18 • Makebeliescomix.com: <http://www.makebeliefscomix.com/Comix> Figura 19 Usabilidade: permite criar histórias com fundos diferentes e diálogos de um ou dois personagens; não é necessário se registrar e pode ser enviado via e-mail. Tela do sistema Figura 20 52 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Para criar as histórias, basta seguir estes passos: • Name your comix – nome da história • Author´s name – nome dos autores • Print e-mail – permite imprimir ou enviar por e-mail a história pronta • Move – movimentação dos personagens e objetos inseridos na história • Scale – permite ampliar ou reduzir o item selecionado • Flip – permite trocar de lado o objeto da direita para a esquerda • Delete – deleta o objeto Ao centro, estão todos os personagens mostrados. • Menu Window – permite modificar a personalidade do personagem clicando na seta • Balões de texto em 8 formatos diferentes • Balões de pensamento em 8 formatos diferentes • Panel – número de quadrinhos a serem trabalhados na história: 2, 3 ou 4 • Background colors – cores de fundo dos quadros • Painel propts – título interno de cada quadrinho Lembrando: Para finalizar, basta digitar “Print”, o primeiro item superior do lado esquerdo. Exemplo: Figura 21 53 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 • Toonlet: <http://toonlet.com> Figura 22 Usabilidade: criar histórias com personagens individualizados, não há plano de fundo, somente os personagens falando quadrinho a quadrinho. Cada quadro aceita apenas um personagem, que descreve a cena relatando a fala do personagem. A principal vantagem é a possibilidade de criar inúmeros personagens no momento da seleção. Tela do sistema Figura 23 Para criar as histórias, basta selecionar Make a comic. É possível desenvolver histórias sem registrar; mas, registrando, você pode armazená-las no site. – Title (título da história em quadrinhos) – Link (link disponível para a história) Figura 24 Nesse local, são inseridos os textos do quadrinho. A caixa de seleção, a seguir, permite colocar a cor de fundo do quadrinho: 54 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Figura 25 E também criar ou selecionar o personagem com os objetos que podem ser adicionados e suas reações. – Make a comic (permite finalizar e mostrar a história) – Add panels (é possível ir adicionando quadrinhos à história) Ao finalizar, basta selecionar o Make a comic. Exemplo: Bom dia, crianças! Figura 26 • Pikistrips: <http://www.pikistrips.com> Figura 27 Usabilidade: criar histórias com personagens individualizados; não há plano de fundo, somente os personagens falando quadrinho a quadrinho. Vantagens: viabilidade dos formatos dos quadrinhos, inúmeros tipos e tamanhos. 55 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Tela do sistema Figura 28 Para criar as histórias, basta se cadastrar com um login e uma senha. O início da história é dado quando selecionado o item: Create your comic now. A sequência de criação é dividida em três partes: – Step 1: Layout (onde você escolhe os formatos das tiras e a quantidade) – Step 2: Os formatos das tiras, desde as bordas, tamanho das bordas, cores, cores de fundo e outros itens, como: Border width (tamanho da borda) Border color (cor da borda) Cell spaccing (espaço entre os quadrinhos) Background color (cor de fundo da história, não do quadrinho) Cell brackground color (cor de fundo do quadrinho da história) Comic size (tamanho do quadrinho) – Step 3 – Objetos a serem inseridos: Select panel to edit – qual será o quadrinho de edição Select foto for the panel – selecione foto para usar na história Upload – pode permitir a inserção de imagens para serem inseridas no quadrinho Search – pesquisar imagens Gallery – galeria de imagens disponíveis Drop and drag speech bubbles – permite inserir os balões e histórias Add some fun stuff – permite inserir figuras no quadrinho 56 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Para criar, você pode usar o preview para visualizar como ficou e o save para finalizar. Exemplo: Por que será que o povo quer me eliminar? Figura 29 • Quadritiras: <http://www.quadritiras.com.br> Figura 30 Usabilidade: crias histórias em quadrinhos, importar histórias para o site. Vantagens: totalmente em português, mas o desenho é com o mouse, o que torna complicado desenvolver os quadros; não há como inserir personagens, inviabilizando a produção. Tela do sistema Para criar as histórias, basta se cadastrar com uma nova conta informando: Figura 31 57 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Após criada a conta, basta logar e desenvolver as histórias ou importá-las para o site. Elas podem ser criadas em 3 ou 4 quadrinhos. Há um sistema de proteção por letras para que os dados não sejam inseridos de forma errada. Tela de utilização Figura 32 Para desenhar, escrever ou criar as histórias, basta utilizar o mouse. Após a criação, é só digitar save. • Create your comicqs <http://superherosquad.marvel.com/create_your_own_comic> Figura 33 Usabilidade: criar histórias em quadrinhos com super-heróis da Marvel. Vantagens: tem uma série de personagens e imagens de fundo que auxiliam o processo e interagem com as crianças com maior facilidade. A qualidade dos desenhos também é muito boa. Para iniciar, basta selecionar Create new comic. 58 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on -1 0/ 05 /1 1 Duas possibilidades de criação: – Comic strip: histórias pequenas – Create a comic book: histórias com 1 a 22 páginas A seleção de quadrinhos é vasta e com apenas um clique do mouse podem ser utilizadas. Tela do sistema Figura 34 Basta selecionar as tiras e inserir os objetos: – Backgrounds: uma série de fundos de tela – Characters: personagens – Objects: objetos de inserção – Dialogue: balões de diálogo – Sound effects: desenho de sons 59 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Exemplo: Figura 35 • Toondoo: <http://www.toondoo.com/createToon.jsp> Figura 36 Usabilidade: criar histórias em quadrinhos com uma série de personagens e objetos. Vantagens: facilidade de uso, vasta série de modelos diferentes dos quadrinhos. Para iniciar, você tem que realizar um registro; após, basta se logar que o sistema já começa a desenvolver a história. A seguir, a tela do sistema, que é bem prática e simples para uso; basta selecionar o item no menu e arrastá-lo para a historinha. Figura 37 60 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 No menu inferior, você pode modificar o estado dos personagens, adicionar, duplicar e copiar. Figura 38 Exemplo: Figura 39 Com as imagens, pode-se trabalhar atividades diversas de comparação, de escrita, de leitura e composição. Ex.: desenvolvimento de atividades para detectar o realismo nominal, comparando imagens e letras. Das imagens apresentadas a seguir, qual tem a maior palavra? Figura 40 Também é possível criar enigmas e solicitar que os alunos escrevam sobre eles. Ex.: o professor coloca no editor de textos alguns enigmas e as crianças devem decifrá-los; assim que terminar, o aluno chama o professor para verificar. Ao final da aula, é interessante que o professor decifre todos os enigmas. 61 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Qual é o enigma abaixo? Figura 41 Além do editor de textos, temos inúmeros outros recursos. A pesquisa de conteúdo na internet também é um recurso pedagógico fascinante, pois permite o intercâmbio de informações nas mais diversas áreas, desenvolvendo no aluno a oportunidade de comunicar-se com muitos receptores, trocar informações, desenvolver o senso crítico e contribuir para aprimorar e facilitar o trabalho de interpretação e estudo dinâmico de outras línguas. Alguns sites direcionados podem auxiliar no ensino-aprendizagem e melhorar diariamente o contato com os alunos, como os indicados a seguir: • Amigos do trânsito – O site Amigos do Trânsito foi desenvolvido por educadores da Secretaria de Obras e Viação da Prefeitura Municipal de Mogi Guaçu com apoio de alunos da Universidade Paulista de Limeira, é totalmente gratuito, não necessitando nem mesmo efetuar cadastro para utilizar seus recursos. Nesse site, você encontra trabalhos desenvolvidos por alunos da Universidade Paulista que podem ser impressos ou utilizados no próprio site, abordando ações educacionais em prol do trânsito, desde a pré-escola até a 4ª série. Também há um minicurso de educação de trânsito, com impressão de carteira mirim de habilitação, games para download, para execução local, ligar pontos e colorir. O endereço do site é: <http://www.amigosdotransito.com.br> • Edumusical – Esse portal foi desenvolvido por cerca de 15 pessoas, entre profissionais e estagiários da área de engenharia, computação, arquitetura, jornalismo, cinema e música, no Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica da USP. O laboratório produziu programas em site e em CD, sempre buscando um formato lúdico, com brincadeiras e gráficos, desenvolvendo desde cedo o potencial artístico das crianças, alvo principal do projeto. No site, o aluno pode compor utilizando escalas das notas na vertical e de tempo na horizontal, “pintando” quadrinhos da tabela. As principais inovações no programa são que os alunos podem realizar composição individual, composição colaborativa, desafio individual e desafio colaborativo. O projeto conta ainda com módulos colaborativos, o aluno pode trocar ideias e compor uma música em parceria com seus colegas em rede, cada um compondo para um instrumento, por exemplo. É possível até usar recursos de bate-papo. O endereço do site é: 62 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 <http://www.edumusical.org.br> • Portal do Professor – Esse portal foi desenvolvido pelo MEC – Ministério da Educação e Cultura, é totalmente gratuito e conta com diversos recursos para auxílio no trabalho de educação e tecnologia. Nele, é possível inserir e pesquisar diversas aulas já desenvolvidas pelos professores do país, tudo de domínio público. O endereço do site é: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br> Finalmente, os programas de aplicação ou softwares educacionais são programas específicos desenvolvidos para cada necessidade. São criados e desenvolvidos para auxiliar no processo de ensino com jogos, interações e ações, os quais permitem que o aluno construa seu percurso e vá aprendendo com seu apoio. Existem diversos programas educacionais, alguns tratam individualmente os problemas, sejam eles de português, matemática, ciências, geografia, história, línguas; outros são jogos que permitem a interatividade e a interdisciplinaridade trabalhada em um único contexto. A escolha do programa depende de dois pontos: primeiro, de um teste inicial pelo professor para averiguar se está no contexto pedagógico; segundo, da avaliação, se está bem elaborado e economicamente viável a proposta escolar. Saiba mais Segue uma lista de sites para baixar os pacotes aplicativos gratuitos: Broffice–http://www.broffice.org/ Openoffice–http://br-pt.openoffice.org/ GoogleDocs–http://www.google.com/google-d-s/hpp/hpp_pt-PT_ pt.html Resumo A tecnologia está sendo utilizada para renovação do conhecimento, tanto para professores quanto alunos. Os recursos tecnológicos são inúmeros, entre eles apresentamos a escola frente a esses recursos, a televisão, o vídeo, os microcomputadores e sua disposição na escola e nos laboratórios. Nesta unidade, abordamos a tecnologia usada para renovar o conhecimento, as escolas e os recursos tecnológicos (informática, televisão, vídeo e os laboratórios de informática). 63 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Os pilares necessários para o uso da tecnologia é um estudo que descreve quais são os meios e os recursos necessários para implementar a tecnologia em sala de aula. Não basta colocar uma televisão, um vídeo ou um computador para que a tecnologia seja empregada, é necessária a participação de todos, desenvolvendo um projeto de apoio pedagógico que utilize os recursos como uma ferramenta de apoio, e não uma solução pronta. A tecnologia tem mudado nossas vidas a cada dia, desde os primórdios o homem utilizou-se de recursos tecnológicos para sobreviver; atualmente é necessário ter noções básicas para poder comprar, locomover-se e até mesmo para comer. Diante dessa evolução, o papel do professor é decidir quando e como deverá utilizar a tecnologia como ferramenta de apoio pedagógico. Cabe a ele decidir se é ou não necessário o emprego do recurso, a escolha dos programas e potencializar quais são as dificuldades dos alunos. Vale lembrar que, paraisso, ele deve estar capacitado para identificar esses fatores. Saiba mais O site abaixo ensina como criar uma história em quadrinhos em sala de aula, vale a pena conferir: <http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html> Outra boa dica são os livros: Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula, de Ângela Rama (Org.), Editora Contexto. Quadrinhos na educação, da rejeição à prática, de Waldomiro Vergueiro (Org.), Editora Contexto. Exercícios Questão 1. (ENADE 2005 – curso Pedagogia) Na aula de Biologia, em uma escola de Ensino Médio, ao trabalhar um determinado assunto a partir do livro didático adotado, o professor é interpelado por um aluno sobre a atualidade daquela matéria. O aluno explicou que, tendo acessado o site de uma universidade pela Internet, leu que havia novos conhecimentos sobre o conteúdo em pauta, os quais contrariavam o que estava no livro. 64 Unidade I Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Diante da situação, o professor, que sempre tivera posturas que valorizam a produção de conhecimentos pelos alunos, deve: A) desqualificar a Internet como meio de transmissão do conhecimento, informando sobre a existência de muitos sites não confiáveis. B) acatar a informação do aluno como verdadeira, indicando à turma que esse conhecimento será objeto de avaliação. C) recomendar à turma que estude pelo livro didático adotado, explicando que a prova terá o livro como base. D) incentivar a turma a pesquisar sobre o assunto para avaliar as novas informações trazidas pelo aluno, deslocando a discussão para uma próxima aula. E) impor-se ao aluno, confirmando que o livro adotado é atual e suas informações estão corretas. Resposta correta: alternativa D. Análise das alternativas A) Afirmativa incorreta. Justificativa: o professor pode formular a hipótese da possibilidade de incorreção da informação, mas deve incentivar o aluno a desenvolver uma pesquisa mais aprofundada a fim de chegar a uma conclusão sobre o assunto. B) Afirmativa incorreta. Justificativa: a afirmação do aluno deve ser analisada de forma coerente, buscando a veracidade ou a falsidade da informação, e esse processo deverá envolver trabalho conjunto entre professores e alunos. C) Afirmativa incorreta. Justificativa: os alunos permaneceram com uma dúvida registrada, que deve ser sanada de forma convincente. D) Afirmativa correta. Justificativa: evidenciar a dúvida é a medida mais adequada. Resolver o problema com a ajuda do grupo é ainda melhor, pois a relação entre professor e alunos poderá ser fortalecida. E) Afirmativa incorreta. 65 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO Re vi sã o: A nd ré ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 05 /1 1 Justificativa: a atitude autoritária e arbitrária do professor poderá gerar resistência e desconfiança a qualquer informação transmitida por ele. Questão 2. (Adaptado de: ENADE 2005 – curso Pedagogia) Analise as imagens e as afirmações a seguir, considerando que são de autores e épocas diferentes. Roberto Doisneau Ilustração de Mariana Massarani, in Ruth Rocha, Nicolau tinha uma ideia. Fonte: Revista Época, edição 461. Lousa eletrônica: Colégio Dante Alighieri. I. A atualização é necessária, pois a tecnologia é parte integrante da vida das crianças em fase escolar; como consequência, o conhecimento do professor pode ser substituído pelo emprego da tecnologia. II. As crianças representadas na imagem da esquerda e na imagem central receberam uma educação tradicional, em que o professor é o detentor do conhecimento. III. A facilidade de acesso à tecnologia não pode ser considerada como ferramenta pronta ou uma solução final, mas sim como um meio para desenvolver as potencialidades do aluno, facilitando a colaboração, a comunicação e a execução de inúmeras tarefas que possam atingir o objetivo desejado, que é ensinar e aprender. Está correto o que se afirma apenas em a) I. b) II. c) III. d) I e II e) II e III Resolução desta questão na Plataforma.