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2017 História da arte: Pré- História à idade Média Prof.ª Clara Aniele Schley Copyright © UNIASSELVI 2017 Elaboração: Prof.ª Clara Aniele Schley Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 930.13 S322h Schley, Clara Aniele História da arte: pré-história a idade média / Clara Aniele Schley: UNIASSELVI, 2017. 235 p. : il. ISBN 978-85-515-0076-7 1.História da Idade Média. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Impresso por: III aPresentação Em muitos livros, textos, artigos, encontramos a seguinte pergunta: O que é arte? E várias são as respostas. Talvez tenhamos que repensar o sentido do que seja a arte, reformulando a pergunta para: Onde a arte predomina no contexto da sociedade? Talvez essa pergunta sendo feita antes, possa auxiliar as pessoas a entenderem os caminhos percorridos por ela, e de fato entender qual é o sentido para a transformação humana, de forma mais sensível. Mas por que essa troca de reflexão sobre a arte? Você já parou para pensar como as pessoas de modo geral a veem? Como ocorre a compreenção no âmbito escolar? A arte pode ser percebida como bonita ou feia? Ou mesmo quando saem dos espaços culturais e se instauram nas cidades, como são vistas aos olhos da sociedade? São apenas algumas perguntas para reflexão em âmbito acadêmico. Se a arte assume diversos sentidos e funções na sociedade, trazendo do contexto político, histórico, religioso, econômico e raízes para a criação artística, ela está imersa em nosso cotidiano. Entretanto, percebemos a presença direta ou indireta, dependendo de todo conhecimento adquirido na bagagem da vida para então questionarmos, de fato o que ela seria. O tempo/espaço é importante para o entendimento da arte na relação para consigo, para com o outro e o contexto onde se está inserido. Onde algumas pessoas são transeuntes e outras interpenetram nesse mundo para inspirar/expirar arte em uma caminhada sem fim, pois como em outros campos profissionais, ela também teve momentos cíclicos, momentos de descobertas; de mudanças; de inspiração; da não concordância entre a arte de um povo e outro, da evolução, primando boa parte da sua instauração pela autonomia do artista. Nesse leve contexto reflexivo escrito nos parágrafos acima, nos coloca diante do livro de estudos: História da Arte: Pré-História a Idade Média, onde o caminhar artístico teve diversas nuances no perpassar histórico, para o artista fazer sua arte, beber de fontes diversas, mas acima de tudo, construir uma identidade e ser valorizada por ela. Portanto, trazemos novamente a pergunta: Onde a arte predomina no contexto da sociedade? Neste livro, a trama entre as civilizações e os impérios instaurados mostra como a arte abriu caminhos para mostrar a sua importância sociocultural. A caminhada inicia com a Unidade 1, onde é abordada a arte desde a Pré-História, quando o homem fez experimentos com elementos da natureza IV e resultam em descobertas, como o fogo, instrumentos rudimentares que auxiliaram até na concretização de registros artísticos, como o osso virando pincel. Esse período teve como marca as pinturas nas paredes das cavernas. Parte dos registros apresenta-se preservados nos dias de hoje para estudos científicos, e quem sabe, novas descobertas. Caminhando para as civilizações que surgiram posteriormente, a arte feita em murais e vasos no Egito e na Grécia, eram as marcas dos feitos do dia a dia, enquanto a escultura começou rígida, esculpida em bloco puro pelos egípcios, começando a se desprender e ganhar leveza com os gregos. A arquitetura, teve sua solidez com os egípcios, com fins de moradia. Já na civilização Romana começaram a introduzir além da beleza, funcionalidade. Aos poucos, os povos começam a se aprimorar, e a arte toma rumos diferentes, sendo servil à igreja. Ela toma, no entanto, caminhada dentro das igrejas, no período da Idade Média, que será estudado na Unidade 2. Na arte bizantina, o clero dava os encaminhamentos para os artistas que não eram conhecidos na época para realizarem as pinturas que nada mais eram, que as interpretações das passagens bíblicas. Enquanto a igreja se propunha a construir fortalezas para alimentar a fé do povo e nas pinturas então, decoravam as paredes, auxiliando os fiéis a entenderem por meio da linguagem visual a compreensão da fé. Nesse período foram introduzidos a rosácea e vitrais que eram construídos de forma artística. Mas foi no Renascimento, que o homem toma atitude, tomando a frente da igreja, assim, iniciando mudanças sociais, e na arte, começam a realizar pinturas com assinatura, estudando a arte da Idade Antiga, e se desafiando a criar a sua identidade, por meio da perspectiva, sfumato, claro/escuro, marcando o período e aparecendo nos períodos posteriores, como o barroco. Já, na Unidade 3, a arte começa a se tornar cíclica, onde os [ismos] surgem, propondo retorno em alguns momentos, que seja da Antiguidade Clássica ou da Idade Média. No neoclassicismo, o retorno ocorreu na arte greco-romana. O romantismo, contra o pensamento dos neoclássicos, volta- se para às fontes das culturas nacionais e a pureza original da Idade Média. Neste período inicia-se a Revolução Industrial, começando a surgir máquinas, auxiliando a produção do campo e a venda de produtos para outros países, e com isso, acarretou a divisão de classes. E na arte teve impacto? Sim! Começam aos poucos a surgir a seriação, onde artistas se mobilizam podendo ser visto na “Art Nouveau” com o retorno aos princípios manuais, do artesanato, onde a peça é única e com valor sentimental infindável, e logo a arte e o artesanato realizam exposições conjuntas, mostrando a sua unicidade. No final do século XIX, a arte começa a borbulhar, ou seja, os artistas começam a olhar também para a natureza, e nela se inspirar, como ocorreu com os impressionistas. E dele, se ramificou o pontilhismo, posteriormente veio os pós-impressionistas que não aceitavam a arte dos impressionistas, buscando pesquisar culturas, lugares diversos para que a arte inovasse. Inovou, abrindo caminhos para outros campos profissionais, como a publicidade. V Portanto, a História da Arte deste livro se constitui até o final do século XIX, onde o artista sai do princípio de ordens e se posiciona em relação às temáticas, pesquisas nas cores e formas, criando uma identidade artística. Ela vai se ampliando no estudo do próximo livro, porém, sua tarefa agora, será de exclusiva dedicação à leitura deste livro de História da Arte e lembre-se, a arte está por toda parte. Prof. Clara Aniele Schley VI Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas docelular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! UNI Olá acadêmico! 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UNI VII VIII IX UNIDADE 1 - A ARTE NA ANTIGUIDADE .................................................................................... 1 TÓPICO 1 - ORIGENS DAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS: ARTE PRÉ-HISTÓRICA ... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 A ARTE PALEOLÍTICA ...................................................................................................................... 3 3 A ARTE NEOLÍTICA .......................................................................................................................... 10 4 A ARTE PRIMITIVA ........................................................................................................................... 13 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 16 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 17 TÓPICO 2 - ARTE NO EGITO ............................................................................................................. 19 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 19 2 ESTRUTURA DA ARTE EGÍPCIA ................................................................................................... 20 2.1 MONARQUIA ANTIGA – DINASTIAS III A X (2778 – 2040 a.C.) ......................................... 20 2.2 MONARQUIA MÉDIA – DINASTIAS XI A XVII (2040 – 1580) .............................................. 24 2.3 MONARQUIA NOVA – DINASTIAS DE XVIII A XX (1580-1000) a.C. ................................. 26 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 31 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 32 TÓPICO 3 - ARTE DO ORIENTE: SUMÉRIOS, ASSÍRIOS E PERSAS ...................................... 35 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 35 2 ARTE DOS SUMÉRIOS ..................................................................................................................... 35 3 ARTE ASSÍRIA ..................................................................................................................................... 38 4 ARTE PERSA ........................................................................................................................................ 40 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 44 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 45 TÓPICO 4 - ARTE GREGA E ROMANA ........................................................................................... 47 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 47 2 PERÍODOS ARTÍSTICOS DA ARTE GREGA .............................................................................. 48 2.1 PERÍODO ARCAICO ..................................................................................................................... 48 2.2 PERÍODO CLÁSSICO .................................................................................................................... 52 2.3 PERÍODO HELENÍSTICO ............................................................................................................. 57 3 ARTE ROMANA .................................................................................................................................. 59 4 MODA NA ARTE/ARTE NA MODA: ENTRE O POVO GREGO E ROMANO .................... 61 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 64 RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 69 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 70 UNIDADE 2 - NOVAS PERSPECTIVAS PARA A ARTE: UM CAMINHAR PELO VÍNCULO RELIGIOSO .............................................................................................. 73 TÓPICO 1 - ARTE NA IDADE MÉDIA: A ARTE BIZANTINA E OS ESTILOS ROMÂNICO E GÓTICO ................................................................................................ 75 suMário X 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 75 2 ARTE BIZANTINA .............................................................................................................................. 75 3 ESTILO ROMÂNICO ......................................................................................................................... 82 4 ESTILO GÓTICO ................................................................................................................................. 88 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 95 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 96 TÓPICO 2 - AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA: RENASCIMENTO ATÉ O ROCOCÓ .............................................................................................................. 99 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 99 2 RENASCIMENTO, DO VERBO RENASCER – DO HOMEM, DA SOCIEDADE E DA CULTURA ................................................................................................................................... 99 3 MANEIRISMO ..................................................................................................................................... 115 4 BARROCO ............................................................................................................................................. 117 5 ROCOCÓ ...............................................................................................................................................134 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 139 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 142 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 143 UNIDADE 3 - CAMINHANDO PARA A ARTE MODERNA ....................................................... 147 TÓPICO 1 - A ARTE CAMINHA PARA A ERA DOS “ISMOS”: NEOCLASSICISMO .......... 149 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 149 2 NEOCLASSICISMO ........................................................................................................................... 150 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 161 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 162 TÓPICO 2 - ROMANTISMO ............................................................................................................... 163 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 163 2 ROMANTISMO: UMA RECUSA AO NEOCLASSICISMO E UM RETORNO ÀS FONTES DA IDADE MÉDIA ..................................................................................................... 163 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 172 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 173 TÓPICO 3 - REALISMO ........................................................................................................................ 175 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 175 2 REGISTRO SOCIAL NAS TELAS ................................................................................................... 176 3 ART NOUVEAU – RIQUEZAS DA INDUSTRIALIZAÇÃO ...................................................... 182 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 189 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 190 TÓPICO 4 - O MOVIMENTO IMPRESSIONISTA E A FOTOGRAFIA ..................................... 191 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 191 2 A ARTE IMPRESSIONISTA .............................................................................................................. 191 3 CARACTERÍSTICAS IMPRESSIONISTAS E SEUS ARTISTAS .............................................. 193 4 FOTOGRAFIA COMO INFLUÊNCIA ............................................................................................ 204 5 SEGUIDORES IMPRESSIONISTAS, OUTRO OLHAR .............................................................. 205 6 PONTILHISMO – EVOLUÇÃO DO IMPRESSIONISMO ......................................................... 208 RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 211 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 212 XI TÓPICO 5 - PÓS-IMPRESSIONISMO: A PLURALIDADE TEMÁTICA QUE O “PÓS” PROPORCIONOU ........................................................................................................... 213 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 213 2 A ARTE DOS ARTISTAS PÓS-IMPRESSIONISTAS .................................................................. 213 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 227 RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................................... 230 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 231 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 233 XII 1 UNIDADE 1 A ARTE NA ANTIGUIDADE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Ao final desta unidade você será capaz de: • compreender que a História da Arte na Antiguidade, por meio de suas ex- pressões artísticas, serviu de exemplo para outros povos na organização sociocultural. • identificar as especificidades das artes de cada civilização, a começar pela produção artística das culturas antigas, partindo da Pré-História até a arte romana. Esta unidade está dividida em quatro tópicos. Em cada um deles, você encontrará atividades que auxiliarão na compreensão dos conteúdos apresentados. TÓPICO 1 – ORIGENS DAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS: ARTE PRÉ- HISTÓRICA TÓPICO 2 – ARTE NO EGITO TÓPICO 3 – A ARTE DO ORIENTE: SUMÉRIOS, ASSÍRIOS E PERSAS TÓPICO 4 – ARTE GREGA E ROMANA Assista ao vídeo desta unidade. 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 ORIGENS DAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS: ARTE PRÉ-HISTÓRICA 1 INTRODUÇÃO Em que momento da história se pode compreender o início da arte? De onde vêm a vontade e a necessidade de criar e se manifestar artisticamente? Esses questionamentos permitem entender o contexto histórico artístico que tem início na Pré-História. Durante muito tempo, arqueólogos, historiadores e pesquisadores fizeram pesquisas aprofundadas sobre este período de grandes indagações. Se analisarmos o que hoje torna nossa vida mais fácil, poderíamos citar uma diversidade de criações e as tecnológicas seriam as mais citadas. Mas você já parou para pensar sobre a importância das ferramentas que nos ajudam a superar as limitações físicas? Estamos cercados de objetos que foram criados na Pré-História e aprimorados com outros povos, por exemplo, as machadinhas e martelos desenvolvidos com materiais que provinham da natureza, e hoje são industrializados. Destacamos também que na Pré-História tivemos os primeiros registros pictóricos, que trazem elementos figurativos de animais e o estereótipo de figura humana, além de esculturas, com destaque para o feminino. Mas para que possamos entender a evolução nessa era, vamos estudá-la nas suas divisões em períodos: Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada; Neolítico ou Idade da Pedra Polida, e Arte Primitiva. 2 A ARTE PALEOLÍTICA A Era Glacial durou dezenas de milênios e corresponde a um período de tempo em que boa parte do planeta estava coberta de gelo, logo, os homens não existiam. Com as eras glaciais vieram várias mudanças naturais, surgindo assim o primeiro período, denominado de Paleolítico. Foi neste período que começou a história humana e da arte. Nesse sentido, podemos dividir o Paleolítico em três períodos, denominados de: Paleolítico Inferior, Paleolítico Médio e Paleolítico Superior. O primeiro período refere-se ao Paleolítico Inferior, conhecido também como Idade da Pedra Lascada, que corresponde a 200.000 anos a.C. Mas por que estenome? Devido à criação de instrumentos e armas que foram feitos de pedra, mas que tiveram as pontas lascadas e bordas cortantes que auxiliavam nas UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE 4 caçadas e na luta pela sobrevivência, sendo, assim, caracterizados como caçadores e coletores, além de se protegerem dos nômades com estas armas confeccionadas por eles. Estes objetos foram encontrados na África, confeccionados pelo Homo habilis, que utilizou ferramentas rudimentares por aproximadamente um milhão e meio de anos. Depois deste período surgiu o Homo erectus, outra evolução humana, quando o homem se pôs a andar de forma ereta, permitindo tomar espaço do Homo habilis e, assim, ocupando outras regiões da Ásia e da Europa. O segundo período é o Paleolítico Médio, que compreende entre 200.000 a 35.000 a.C., no qual surgiu o Homo neanderthalensis, o Homem de Neandertal. Sua existência está ligada ao homem moderno. Essa espécie se adaptou ao período frio da Europa, mais precisamente no Vale de Neander, na Alemanha, onde os primeiros ossos desses homens foram encontrados. Possuíam ferramentas como machadinhas, facas e lanças para uso alimentício, e como defesa contra outros grupos usavam o corpo para as lutas. Desse período datam as primeiras sepulturas, e isso aconteceu porque o homem, ao perceber que não veria mais seu companheiro, cavou uma fossa onde o sepultou, colocando junto a seu corpo nacos de carne, a fim de que ele pudesse se alimentar em algum momento da sua viagem. Com o passar do tempo, o Homem de Neandertal desapareceu, e surgiu outro tipo humano, semelhante ao homem moderno, e junto a ele vieram novas condições ambientais, onde o homem pôde aproveitar melhor os lugares para sua sobrevivência. O terceiro período cabe ao Paleolítico Superior, que compreende de 35.000 a 8.000 a.C. Este período caracteriza-se pela fabricação de ferramentas rudimentares e outros objetos, além de surgirem as primeiras organizações sociais, onde o grupo se baseava na caça, na pesca e na coleta de folhas e frutos. Enquanto que na arte, os Homo sapiens realizaram as primeiras manifestações artísticas nas paredes de cavernas, como em Altamira (na Espanha). Além da Espanha, foram descobertas ainda pinturas em Lascaux e Chauvet, na França. Essas pinturas que foram encontradas consistiam em traços nas paredes das cavernas. Esses traços foram chamados de rupestres, do latim rupes, que quer dizer “rocha”. Para Proença (2011, p. 10), “[...] as primeiras expressões da arte eram muito simples. Consistiam em traços feitos nas paredes das cavernas ou nas mãos em negativo”, como mostra a imagem a seguir: TÓPICO 1 | ORIGENS DAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS: ARTE PRÉ- HISTÓRICA 5 FIGURA 1 - MÃOS EM NEGATIVO, FEITAS HÁ 13 MIL E 9.500 ANOS, NA COVA DAS MÃOS, NA PATAGÔNIA, ARGENTINA FONTE: Disponível em: <http://lounge.obviousmag.org/psicologia_na_ contemporaneidade/2014/11/as-artes-e-a-evolucao-da-especie-humana. html>. Acesso em: 3 jan. 2017. De acordo com Proença (2011), as mãos impressas nas paredes das cavernas foram produzidas com um pó colorido, por meio de trituração de rochas. Depois, com um osso, como se fosse um canudo, o pó foi soprado sobre a mão encostada na parede. Toda a área em volta da mão ficava colorida, assim foi criada uma silhueta da mão como negativo de uma fotografia. De acordo com estudiosos, referente à arte da pré-história, as impressões em negativo realizadas nas paredes, no solo ou em placas de barro, bem como pinturas de animais, surgiram como possíveis formas de comunicação. Para a realização de tal feito, que vamos chamar de artístico, Proença (2011, p. 10) contribui dizendo que nas pinturas encontradas nas paredes das cavernas eram utilizados “[...] óxidos minerais, ossos carbonizados, carvão, vegetais, suco de ervas e sangue de animais. Os elementos sólidos eram esmagados e dissolvidos na gordura dos animais caçados”. Como pincéis, usavam os dedos ou instrumentos feitos de penas e pelos. Depois de terem os materiais necessários, faziam as representações figurativas das espécies de animais desenhados, como: “os cavalos que são os mais numerosos, seguidos pelo bisão, pelo boi, pelo mamute, pelo cervo, pela camurça, pelas figuras antropomórficas e pelos carnívoros; os peixes são raros e as aves quase desconhecidas” (ZARATE, BRAGA, 2008, p. 12). No entanto, as pinturas deste período podem ser compreendidas por aspectos de naturalismo: o artista do Paleolítico representava seres do modo como os via em uma determinada perspectiva, isto é, reproduzia a natureza tal qual sua visão captava, como podemos visualizar na figura a seguir: UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE 6 FIGURA 2 - PINTURA RUPESTRE DE BISÃO, CAVERNA DE ALTAMIRA – ESPANHA FONTE: Museu arqueológico, Barcelona. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/ sociedade/historia/abertura-da-caverna-de-altamira-gera-discussao-sobre- acesso-do-publico-monumentos-15778878>. Acesso em: 3 jan. 2017. Muitas vezes pensamos: como o homem pôde realizar pinturas rupestres em locais de difícil acesso? Uma das possíveis explicações seria a de que o homem, que era caçador, realizava pinturas como ritual de magia. A esta magia coube a hipótese de que eles realizavam pinturas de animais transpassados por flechas e lanças como modo de aprisioná-los na imagem, e isto resultaria em maior poder do homem sobre a caça que seria realizada. Janson (2001, p. 41) nos explica que: [...] ao matar o animal na imagem, o homem não conseguirá estabelecer uma distinção nítida entre as imagens e a realidade. Por isso, as imagens mortas perdiam o seu poder uma vez efetuado o rito da matança, e deixavam de servir para uma nova feitiçaria. TÓPICO 1 | ORIGENS DAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS: ARTE PRÉ- HISTÓRICA 7 FIGURA 3 - ARTE DO HOMEM DAS CAVERNAS: BISÃO FERIDO POR FLECHAS (NIAUX, SUL DA FRANÇA) FONTE: Disponível em: <http://www.coladaweb.com/historia/periodo- paleolitico-ou-idade-da-pedra-lascada>. Acesso em: 3 jan. 2017. Os homens pré-históricos, ao realizarem as pinturas de animais, proporcionavam uma determinada força como caçadores e, claro, adquirindo confiança para realizar a caça e matar os animais com as armas primitivas desenvolvidas por eles. No entanto, bisões, aparentemente veados e cavalos foram pintados em forma de movimento. Neste caso coube possivelmente a possibilidade de se usar traços fortes que expressavam a ideia de vitalidade. Como mostra a figura acima, entender esta ação neste período histórico exige muita pesquisa científica para desvelar as pinturas que chegaram até nós nos dias de hoje. Nesse período ainda, esculpir e talhar eram atividades cotidianas do Homo sapiens. A partir da estabilidade de moradia, o homem se apropriou de outros materiais, como a pedra e o marfim, e realizou pequenas esculturas. Conforme Proença (2011, p. 11), “nota-se o predomínio das figuras femininas e a ausência de figuras masculinas”, como uma série de Vênus que se destacam. São figuras femininas nuas, tendo algumas características mais exageradas que outras, como os seios, as nádegas e o estômago, que costumam ser volumosos, enquanto os pés, as mãos e características faciais são omitidos. A Vênus de Willendorf, vista na imagem a seguir, é um exemplo. UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE 8 FIGURA 4 - VÊNUS DE WILLENDORF, ESTATUETA DE 11 CM ENCONTRADA NA ÁUSTRIA EM 1908. MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL, VIENA FONTE: Proença (2011, p. 11) Denota-se então que a escultura “Vênus de Willendorf” apresenta desproporção e a falta de partes do corpo humano. No entanto, vale destacar que o material-base da escultura é pedra, que já apresentava volume, e que lembra partes da figura humana. Para Proença (2010, p. 9), a Vênus tem [...] a cabeça como prolongamento do pescoço, a ausência de detalhes do rosto, os seios volumosos,o ventre saltado e as grandes nádegas. Na antiguidade, Vênus para os romanos – ou Afrodite para os gregos – era uma bela deusa que despertava amor nos deuses e nos seres humanos [...]. No século XIX, em escavações na França, foram descobertas esculturas de figuras femininas pré-históricas. Os arqueólogos chamaram de Vênus também a figura de Willendorf. Nesse sentido (JANSON, 2001, p. 45), destaca que a Vênus de Willendorf apresenta “[...] o umbigo, que marca o centro do desenho, é uma cavidade natural da pedra [...] como as pinturas efetuadas nas paredes das cavernas, algumas foram contornadas, pois as rochas proporcionavam o desenho natural e a imagem então foi concebida”. Compreendemos então que essas esculturas de pedra, na sua maioria, foram moldadas pelo próprio meio natural. TÓPICO 1 | ORIGENS DAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS: ARTE PRÉ- HISTÓRICA 9 UNI Uma mãe de 25 mil anos A cabeça dela era indefinível, uma bola escamada, sem narinas, sem olhos, boca ou orelhas, mas os seus seios e o seu abdômen eram imensos, inflados, colossais. Tratava-se de uma pequena estátua (11.1 cm de altura) encontrada nas proximidades de Willendorf, na Áustria, em 1908. Visivelmente era de uma mulher prestes a dar à luz, uma estatueta de uma futura mãe. Chamaram-na ironicamente de Vênus de Willendorf. Posteriormente, o pequeno objeto, submetido às perícias do carbono 14, um quase exato método científico que apura a idade dos achados, revelou que aquela senhora esculpida com as primitivas ferramentas do Paleolítico Superior datava de 24 ou 25.000 anos atrás! Não havia nela nem um só traço de beleza. Nenhuma exaltação à feminilidade ou à graça da mulher. Aquele que a modelou, talvez um xamã, um sacerdote-artista, viu-a apenas na sua função mais natural, a mais primitiva da mulher: gerar filhos. Terem- na cinzelado naquele estado pré-natal, sem nenhuma preocupação estética, segundo os antropólogos, revelava que a exclusiva preocupação daquela remotíssima sociedade era com a reprodução da espécie. A estátua era um pleito às forças mágicas ou divinas. Desenharam- na redonda, em formas abundantes, porque esperavam que as mulheres dessem filhos e mais filhos à tribo. A mulher era a usina da vida, de cujo ventre saltavam os guerreiros e os caçadores do clã. FONTE: Disponível em: <http://educaterra.terra.com.br/ voltaire/artigos/matriarcado.htm>. Acesso em: 3 jan. 2017. A "Vênus" do Paleolítico, um ícone da maternidade Você sabia que existiram outras vênus além da Willendorf? A maior parte delas é naturalista, ou seja, o meio natural moldou – apresentando formas exageradas, que fazem parte dos pedaços naturais das pedras. Mas existiram esculturas que foram desenvolvidas de forma simplificada, tendo então ação humana. Acredita-se que muitas delas foram desenvolvidas para garantir abundância de alguma forma, em vez de serem símbolos eróticos, pois, no contexto onde foram encontradas, denotam uma importância doméstica, do cuidado, da atenção para com o lugar e o outro. Vejamos algumas das vênus que foram encontradas pelo mundo e, claro, onde algumas apresentam um refinamento realizado pela ação do homem, que varia de acordo com o país. UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE 10 FIGURA 5 - VÊNUS NO PALEOLÍTICO SUPERIOR Vênus de Lespugne (França), Museu de Paris. Vênus de Laussel (França), segurando um chifre de bisão. Vênus de Vestonice (República Tcheca). Foi desenvolvida de forma naturalista, como a de Willendorf, tendo partes mais exageradas do que outras. Foi esculpida em baixo relevo, apresenta traços desalinhados. Foi desenvolvida de forma naturalista. Apresentando um corpo mais equilibrado do que a Vênus de Lespugne. FONTE: Adaptado de Gowing (2008) No período paleolítico superior, podemos observar que se anunciava uma vida em grupos, onde de certa forma caminhavam para divisões de tarefas. Desse modo, entende-se que os povos começaram a se fixar em determinado lugar e a tirar seu sustento do meio ambiente, além de levar a sua arte, fazendo surgir, assim, um novo homem e uma nova vida cultural, pertencente ao período Neolítico. 3 A ARTE NEOLÍTICA O período Neolítico ou Idade da Pedra Polida compreende entre 6.000 até 4.000 a.C, onde o homem passou a construir as primeiras moradias, domesticar os animais e realizar o plantio. Essas ações ocasionaram aumento da população, surgindo as primeiras famílias, bem como a divisão de atividades, por exemplo, o homem voltado à responsabilidade da caça e a mulher ocupada com o plantio. Nesse período descobriu-se como produzir o fogo através do atrito das pedras, permitindo ao homem trabalhar com metais. Também se descobriu que o calor do fogo endurecia o barro, o que possibilitou o surgimento da cerâmica, e por meio dela, o homem passou a fazer potes onde armazenava água e alimentos. TÓPICO 1 | ORIGENS DAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS: ARTE PRÉ- HISTÓRICA 11 Foram criados ainda, novos valores culturais relacionados às suas crenças, pois o homem começou a enterrar os mortos. Nesse período, deixou-se para trás o estilo naturalista do Paleolítico, surgindo o estilo geometrizante. As pinturas das cerâmicas foram realizadas com o uso de linhas múltiplas e estreitas. Com o tempo, as linhas deram lugar às pinturas em grandes áreas dos blocos, com linhas curvas orgânicas e equilibradas. Posteriormente apareceram círculos, quadrados e formas espirais, distribuídos de forma proporcional nos vasilhames, muitas vezes formando rostos. UNI Pertencentes às linguagens visuais, as linhas curvas orgânicas eram realizadas de forma livre, fluida, que não permitiram em nenhum momento que se convertessem em linhas retas. Vejamos, a seguir, vasos que tiveram a arte da geometrização como marco artístico. FIGURA 6 - JARRO ANTROPOMÓRFICO ENCONTRADO NO NORTE DA BULGÁRIA – 6.000 a.C FIGURA 7 - VASOS BICÔNICOS DO GRUPO DE TRÍLOPE, ENCONTRADOS NA UCRÂNIA FONTE: Zarate; Braga (2008, p. 24) FONTE: Zarate; Braga (2008, p. 23 UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE 12 As pinturas apresentaram mudanças temáticas nas cavernas, onde começaram a aparecer pinturas com temas de vida coletiva, por exemplo, a dança, mostrando movimento nos braços e nas pernas das figuras humanas estereotipadas. Segundo Proença (2011, p. 13), “[...] a preocupação com o movimento levou à criação de figuras cada vez mais leves, ágeis, pequenas, com poucas cores. Com o tempo, tais figuras reduziram-se a traços e linhas muito simples, mas capazes de transmitir sentido a quem as via”. FIGURA 8 - PINTURA RUPESTRE NAS CAVERNAS DE TASSILI N’AJJER, NA ARGÉLIA FONTE: Proença (2011, p. 12) Ainda conforme Proença (2011), pinturas com cenas de dança em grupo possivelmente estavam ligadas ao trabalho de plantação e colheita. Foi um período de mudanças em relação à moradia. Começaram a sair de suas cavernas para fazer as primeiras esculturas monumentais. Surgiu uma colossal arquitetura de pedras erguidas em duas formas básicas: o dólmen e o cromeleque. O dólmen que consiste em enormes pedras verticais cobertas por uma laje, parecendo uma mesa gigante. Alguns destes dolmens eram túmulos ou casas de mortos e cromeleques (monumento pré-histórico, composto de menires que formam um ou vários círculos ou elipses), quando são várias pedras dispostas em círculos. O cromeleque, como mostra a figura a seguir, é o “Stonehenge”, que está localizado na Inglaterra, com pedras medindo até quatro metros e pesando até 50 toneladas. Alguns estudiosos acreditam que essas construções estão ligadas ao culto ao Sol. TÓPICO 1 | ORIGENS DAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS: ARTE PRÉ- HISTÓRICA 13 FIGURA 9 – STONEHENGE, INGLATERRA FONTE: Disponível em: <http://brasil.visitbritainblog.com/2015/09/alem-de-stonehenge/>. Acessoem: 3 jan. 2017. DICAS Filme para complementação de estudos acadêmicos: A GUERRA DO FOGO aborda o momento em que o homem descobre o fogo, e toda mudança suscetível após. Este filme vem como forma de complementar seus estudos com uma fundamentação histórica. Já OS CROODS traz de forma leve a vivência de um grupo familiar que desbrava o habitat natural, onde descobriram formas de se relacionar, fazer arte e se adaptar a cada momento vivido. Podemos compreender que para haver os períodos da pré-história, o homem precisou ser nômade, desbravando lugares e, aos poucos, centralizando-se em um só, onde se firmou para cultivar, caçar e viver em grupos familiares. Nesses períodos fez várias descobertas, seja de utensílios, ferramentas, que auxiliaram na realização artística. Mas há outro povo que procurou viver mais isolado, descobrindo e aprendendo entre eles, chamado de povo primitivo, que viveu na África. 4 A ARTE PRIMITIVA Após o período paleolítico, surge outro modo de vida, que é a Arte Primitiva, onde os homens viviam na África e não tinham a intenção de se expandirem territorialmente. Com isso, os saberes artísticos e culturais provêm dos seus costumes diários. Há pouca informação da sua arte, mas muitas tribos desenvolveram uma arte voltada à cestaria, talhas ou mesmo ao trabalho com metais, que de certa forma serviam para protegê-los. Para Gombrich (1999, p. 44), “os artistas tribais podem produzir obras tão corretas na representação e interpretação da natureza quanto o mais hábil trabalho de um mestre ocidental”. UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE 14 Um dos trabalhos artísticos realizados por este povo se refere à criação de máscaras, que auxiliavam nos rituais de dança, para atrair os espíritos. Essas máscaras eram produzidas em diversos modelos, como animais, humanos e figuras híbridas, tornando-as muitas vezes assustadoras, com o propósito de assustar e afastar o inimigo. Nesse sentido, cada máscara apresentava uma peculiaridade para a função que iria exercer. FIGURA 10 - MÁSCARA EGBO EKOI – NIGÉRIA FONTE: Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/ File:M%C3%A1scara_Egbo_Ekoi_-_Nig%C3%A9rie- Camar%C3%B5es.jpg>. Acesso em: 3 jan. 2017. Outro ponto a destacar se refere à construção. Os povos primitivos expandiram suas casas, que eram de madeira, pois gostavam de representar cenas lendárias. Eles também cultuavam os antepassados. Na Ilha de Páscoa encontram- se alinhadas figuras gigantes talhadas em rocha vulcânica. De acordo com Janson (2001, p. 58), “havia o costume de acumular as caveiras dos antepassados em grandes depósitos, como cemitérios de espíritos [...]”. TÓPICO 1 | ORIGENS DAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS: ARTE PRÉ- HISTÓRICA 15 FIGURA 11 - GUARDIÕES NA ILHA DE PÁSCOA (RAPA NUI). FEITOS DE PEDRA. MEDEM ENTRE 6 A 10 METROS DE ALTURA FONTE: Disponível em: <http://cazamitos.com/wp-content/uploads/2011/06/Los- 7-Moais-de-la-Isla-de-Pascua..jpg>. Acesso em: 3 jan. 2017. No campo da expressão da arte, algumas tribos desenvolveram a técnica da pintura em areia. Segundo Janson (2001, p. 70), “a técnica, que exige considerável perícia, consiste em lançar pó de pedra ou de terra de várias cores sobre um leito plano de areia”. Essa pintura em areia era um ritual de grande intensidade emocional, tanto para o médico como para o paciente, que estava adoecido. Portanto, os povos primitivos viviam isolados e a troca de saberes e fazeres estava em torno da cultura deles. Restaram poucos registros documentados sobre eles. 16 • A Pré-História divide-se em três períodos: Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada, Neolítico ou Idade da Pedra Polida e Arte Primitiva. • A Arte Paleolítica divide-se em três linhas: Período Inferior, quando os homens eram caçadores e coletores. No Paleolítico Médio começaram a construir seus instrumentos para caça e também lutavam utilizando seu próprio corpo. Já no Paleolítico Superior os homens começaram a fazer as primeiras impressões nas paredes das cavernas, como também pequenas esculturas com formas desproporcionais. • Na Arte Neolítica, o homem começou a fazer potes de cerâmica, que serviam para armazenar água e alimentos. Também fizeram pinturas com temáticas grupais nas paredes e construções grandes que serviam como proteção. • Na Arte Primitiva, o povo produzia a cestaria e máscaras. As máscaras tinham intencionalidade de afastar seus inimigos, como também usavam para os momentos de danças e espanto de espíritos. Cultuavam esculturas que foram talhadas em rochas vulcânicas. RESUMO DO TÓPICO 1 17 1 Várias Vênus foram criadas ao longo da história da arte. Vejamos algumas: AUTOATIVIDADE F I G U R A 1 - Vê n u s d e Willendorf. Altura: 11 cm. Museu de História Natural, Viena. FIGURA 2 - Vênus de Milo (séc. II a.C). Altura: 2,02m. Museu do Louvre, Paris. Sabemos que essas versões foram feitas em momentos diferentes, compreendendo o momento histórico e os preceitos estéticos que também se diferenciam no contexto artístico. Desta forma, analise as seguintes sentenças: I- A Vênus de Willendorf é uma pequena escultura pré-histórica. O seu corpo apresenta características femininas. II- A Vênus de Milo é uma estátua da Grécia Antiga pertencente ao acervo do Museu do Louvre, situado em Paris, França. Segundo a história, esta escultura foi descoberta no ano 2000 na ilha de Milo. III- A Vênus de Willendorf pertence ao período Neolítico, quando o homem não era mais nômade, firmando-se em algum lugar onde, na troca de aprenderes entre os homens, pôde aprender técnicas para esculpir. IV- A Vênus de Milo apresenta-se como uma escultura mais real que a Vênus pré-histórica, pois foi realizada na Grécia séculos mais tarde, quando o homem apresentava domínio sobre técnicas e materiais. De acordo com as sentenças, assinale a alternativa correta: ( ) As alternativas I e IV estão corretas. ( ) As alternativas I, II e IV estão corretas. ( ) Apenas a alternativa II está correta. ( ) As alternativas I, II e III estão corretas. 18 2 A arte pré-histórica surge a partir da necessidade do ser humano de se comunicar. Neste sentido, ela é manifestada por meio do desenho, da gravura, da escultura e da pintura. Com relação à pintura da arte paleolítica é CORRETO afirmar que: ( ) A pintura busca as formas reais da natureza. ( ) A pintura busca as perfeições em formas geométricas. ( ) A pintura busca retratar homens, animais e aves de forma estilizada. ( ) A pintura busca a idealização das formas humanas. Assista ao vídeo de resolução da questão 2 19 TÓPICO 2 ARTE NO EGITO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Este tópico tem como propósito compreender a arte no Egito, considerando aspectos artísticos que revelam a cultura desse povo. A essência cultural fica em torno da arquitetura e seus mistérios internos; esculturas rígidas, pinturas murais chapadas e que contam a realidade diária do povo. Iniciamos a arte egípcia com as construções, onde os templos eram preparados para receber o rei (intitulado como faraó) e seus respectivos acessórios, pois acreditavam em uma vida após a morte. A preservação da aparência do rei constituiria uma garantia a mais da continuidade de sua existência por toda eternidade. "Assim, mandavam talhar a cabeça do monarca em granito, duro e imperecível, e a depositavam na tumba, longe dos olhares de todos, para lá operar sua magia e assim ajudar sua alma a manter-se viva na imagem e por intermédio dela" (GOMBRICH, 2013, p. 50). Para realizar tal feito, havia a crença de manter vivo aquele que foi uma pessoa importante para o povo egípcio. Aos poucos, pessoas nobres também requisitaram túmulos para abrigar seus pertences junto ao corpo. Você, acadêmico, conhece na cultura de algum povo esse ritual, ou mesmo a ideia de eternizarjunto ao corpo um objeto que esteve presente com a pessoa durante a vida toda, e que levará junto a si para a eternidade? Reflita! Para os egípcios, a expressão da pintura estava presente nas paredes dos túmulos e as miniaturas de esculturas iam junto com o morto. Antes das miniaturas serem enterradas junto com o corpo, havia o costume de enterrar os servos e escravos, sacrificados para acompanhar o rei ao outro mundo. Mas essa barbárie foi extinta, vindo a serem introduzidas as esculturas em miniatura, “[...] com a ideia de fornecer à alma ajudantes para a outra vida – uma crença muito comum a diversas culturas antigas” (GOMBRICH, 2013, p. 51). Podemos compreender, então, que a pintura e a escultura não estavam ligadas à beleza, mas sim à obrigação de preservar tudo por meio do registro da arte. Desenhavam o que fosse significativo e que aparecesse de forma clara, sem seguir regras, por isso você verá, mais adiante, a forma de representação do corpo, os elementos que faziam parte, sendo simplificados com a intenção de contar por meio da arte o cotidiano de um homem ou mesmo a história de um povo. UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE 20 Portanto, as expressões artísticas, sejam elas pintura, escultura ou arquitetura, apresentavam leis rígidas. As pinturas dos homens tinham o tom de pele mais escuro que o das mulheres; as esculturas, muitas delas, eram representações de pessoas sentadas e com as mãos sobre os joelhos e a arquitetura apresenta mistérios que até hoje muitos procuram desvendar. Para conhecer um pouco mais sobre o legado artístico desse povo, convidamos você a desfrutar o texto a seguir. 2 ESTRUTURA DA ARTE EGÍPCIA A organização social do Egito parecia militar, centrada na riqueza que era produzida por várias mãos, principalmente de escravos. Uma das riquezas coube ao desenvolvimento da escrita, ao destaque na matemática, ciência e medicina. Este povo que teve determinados destaques se desenvolveu nas margens do Rio Nilo, com as primeiras civilizações divididas em dinastias. A primeira foi a Monarquia Antiga, que teve como destaque a pintura, a escultura e a arquitetura. 2.1 MONARQUIA ANTIGA – DINASTIAS III A X (2778 – 2040 a.C.) Esta monarquia evidencia a representação pictórica, onde a clareza da pintura estava em torno da lei da frontalidade, um marco da pintura durante 2.500 anos. Arquitetura Um dos maiores destaques arquitetônicos coube às pirâmides, ainda um mistério para os engenheiros, devido à sua técnica de construção. As de maior relevância são as três pirâmides de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Para Seidel e Schulz (2006), a Queóps, que é a maior de todas, tem 146,5 m de altura e 230m de lado, e seu maior destaque é a forma de construção, que se resume a uma parede de blocos, sem nenhum material entre elas para firmar melhor. Já a pirâmide de Quéfren, construída décadas mais tarde, tem 143,5m de altura e é a segunda maior pirâmide do Egito. Apresenta revestimento original de calcário fino e polido, completando o conjunto das pirâmides com a de Miquerinos. Esse conjunto de pirâmides servia, provavelmente, para abrigar os restos mortais dos faraós. TÓPICO 2 | ARTE NO EGITO 21 FIGURA 12 - PIRÂMIDES DE MIQUERINOS, QUÉFREN E QUÉOPS, EM GIZÉ FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d7/ Pir%C3%A2mides_Qu%C3%A9ops%2C_Qu%C3%A9fren_e_Miquerinos.jpg?uselang=pt- br>. Acesso em: 3 jan. 2017. UNI Como foram construídas as pirâmides? Para erguer uma delas, era necessário o trabalho de milhares de homens ao longo de mais ou menos 25 anos. As estimativas variam, mas as pesquisas mais recentes falam de 10 mil a 40 mil trabalhadores (bem menos que as mais antigas, que mencionavam até 100 mil). Ao construí- las, era necessário investir praticamente todos os recursos do Estado. Blocos de calcário eram extraídos com martelos e outras ferramentas e transportados de barco pelo rio Nilo. Depois, eram arrastados até uma rampa em torno da primeira camada de pedras da pirâmide. Para isso, usavam-se trenós e rolos feitos de troncos. Hoje, investir em obras que tivessem comparativamente a mesma magnitude levaria qualquer país à falência. A expressão "obras faraônicas" é utilizada para indicar coisas construídas com dinheiro público por políticos, que gostam de se promover gastando muito mais do que podem. FONTE: <http://educacao.uol.com.br/historia/egito-antigo-verdades-e-mentiras-sobre-a- civilizacao-multimilenar.jhtm>. Acesso em: 3 jan. 2017. Junto a estas pirâmides se encontra a Esfinge, considerada a maior escultura do antigo Egito. Esta obra foi esculpida a partir de uma rocha e apresenta feições miscigenadas. Contudo, para Seidel e Schulz (2006), a cabeça da escultura provém de uma unificação entre parte humana e parte animal, sendo o corpo de um leão e a cabeça de um faraó, como podemos ver na imagem a seguir: UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE 22 FIGURA 13 - ESFINGE – IV DINASTIA, C. 2530 a.C. FONTE: Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/9/93/Monumento_Esfinge.JPG?uselang=pt-br>. Acesso em: 3 jan. 2017. Escultura Além da riqueza arquitetônica, houve outras expressões artísticas que se destacaram, como estátuas-retratos provenientes de sepulcros e templos funerários. A posição que era acoplada à escultura do Faraó, a arquitetura, como no caso, no templo, enfatizava a relação e a sua importância que tinha com aquele lugar. Para assim ter relações com o mundo, mesmo se o túmulo viesse a ser violado. Na figura a seguir podemos observar esculturas no templo funerário. FIGURA 14 - MIQUERINOS – MENKAURÉ E KHAMERERNEBTI II FONTE: Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/9/98/Menkaure_and_Chamerernebti_ II.jpg?uselang=pt-br>. Acesso em: 3 jan. 2017. TÓPICO 2 | ARTE NO EGITO 23 A figura acima demonstra o poder que uma escultura em pé ou sentada pode exercer, através da rigidez e da simetria. Para Janson (2001), as estatuárias deste período, mesmo por serem um enigma, eram desenhadas sobre três faces (aspectos frontais e laterais) e esculpidas por todos os lados do bloco de pedra. O resultado consistia em uma escultura sólida e rígida. Além das esculturas, produziram vasos de várias formas, dimensões e materiais, como o alabastro, que é uma pedra branca parecida com o mármore. Pintura No que concerne à pintura, Seidel e Schulz (2006) destacam que o corpo feminino era representado de amarelo claro ou rosa, enquanto o masculino era coberto por branco para o fundo e depois colorido por castanho avermelhado. Mas, antes da pintura, primeiramente eram traçadas com todo cuidado as inscrições (desenhos) nas paredes, para em seguida selecionar as cores e fazer a pintura, conforme podemos ver a seguir: FIGURA 15 - CULTIVO DE TRIGO FONTE: Disponível em: <http://reino-de-clio.blogspot.com.br/2015/04/egito- economia.html>. Acesso em: 3 jan. 2017. Os saberes artísticos e culturais desta monarquia foram preservados, mas aos poucos começou a haver alternâncias, pois tiveram início as lutas civis, gerando o enfraquecimento do poder do faraó e resultando na abertura de outra monarquia. Esses saberes tomaram novas formas, que veremos a seguir. UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE 24 2.2 MONARQUIA MÉDIA – DINASTIAS XI A XVII (2040 – 1580) O Egito passou por conturbadas questões políticas durante 700 anos, quando várias foram as dinastias que surgiram, mas com curta duração. Nesse sentido, envolveram aspectos sociais, religiosos e políticos, e na arte também houve reflexos. O reflexo foi em não seguir regras com base em um realismo físico, mas dar ênfase à cor, vivacidade e expressões mais melancólicas. Enquanto as construções arquitetônicas voltaram-se aos templos em honra aos deuses, como forma de reflexo das alterações religiosas e da situação políticano momento. Nesse período ocorreu o desenvolvimento dos teares e da cerâmica, bem como novos instrumentos e estilos de música. Dentre as diversas linguagens artísticas, a escultura teve maior destaque, como podemos ver na imagem a seguir, representada pela escultura acoplada na arquitetura. Na figura a seguir denota-se que as esculturas dos faraós que estavam na porta de entrada do templo, além de serem enormes, tinham a intenção de mostrar o poder deles. FIGURA 16 - O TEMPLO DE ABU-SIMBELL NA BAIXA NÚBIA - SÉCULO XII a.C. FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/wp-content/ uploads/2010/03/templo-abu-simbel.jpg>. Acesso em: 3 jan. 2017. Escultura A escultura desta monarquia, ao contrário da Monarquia Antiga, que marcou o período com esculturas grandes à frente dos templos, ou menores que estavam nos templos funerários, trouxeram como características, a definição corporal, pois elas são: TÓPICO 2 | ARTE NO EGITO 25 [...] menores, em madeira pintada (figuras de animais e humanos), que apresentavam cenas do cotidiano (barcos de pescadores, artesãos, tecelões e até pelotões de escravos). Algumas esculturas eram colocadas próximas ao túmulo e serviam para acompanhar o faraó na vida após a morte. Como foram feitas em madeira, poucas restaram (LISE, 1992, p. 154). FIGURA 17 - SOLDADOS EM MARCHA PARA A GUERRA. MUSEU EGÍPCIO, CAIRO FONTE: Zarate; Braga (2008, p. 105) Essas peças, como mostra a figura acima, foram produzidas como acessórios funerários, para beneficiar os reis – os objetos eram colocados junto ao túmulo, como forma de mostrar o que em vida eles dominavam. Pintura A pintura apresenta temas como os afazeres do cotidiano dos egípcios, além de figuras com posições e alturas diferentes, realizadas em pedra, onde faziam sulcos contornando a imagem, e quanto mais profundos eram feitos esses sulcos, mais a imagem se destacava. Podemos observar na figura a seguir, em uma arte realizada em pedra. UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE 26 FIGURA 18 - ACKENATON, NEFERTITE E SEUS FILHOS FONTE: Disponível em: <http://amantesdehistoriadaarte.blogspot.com. br/2011_06_01_archive.html>. Acesso em: 3 jan. 2017. Devido a muitos conflitos políticos e sociais, este período entrou em declínio, abrindo espaço para uma nova monarquia, como veremos a seguir. 2.3 MONARQUIA NOVA – DINASTIAS DE XVIII A XX (1580- 1000) a.C. Durante essa monarquia, reis poderosos comandaram o Estado e construíram grandes projetos arquitetônicos, a arte teve maior qualidade e era muito rica em detalhes. Arquitetura Foram construídos vários templos, mas na atualidade um dos poucos templos funerários intactos é o da rainha Hatshepsut. Para se construir estes templos na Monarquia foram empregados adobes cozidos ao sol, material que seria mais econômico, além de algumas construções terem desenhos em que a burguesia ornamentava as paredes feitas de blocos, como no templo de Luxor, conforme mostra a figura a seguir. TÓPICO 2 | ARTE NO EGITO 27 FIGURA 19 - TEMPLO DE LUXOR – TEBAS FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b0/ Entrada_al_templo-luxor-2007.JPG?uselang=pt-br>. Acesso em: 4. Jan. 2017. Escultura Período onde a escultura começou a apresentar rigidez e revelar informações sociais, étnicas e profissionais. Sendo um dos maiores túmulos o de Tutancâmon, onde se encontram vasos, trono, carruagens e várias peças escultóricas. Dentre as peças escultóricas encontram-se duas que representam o faraó em ouro, além da máscara sobre seu rosto. Segundo Proença (2011, p. 23): A múmia imperial estava protegida por três sarcófagos, um dentro do outro: um de madeira dourada, outro também de madeira, mas com incrustações preciosas e, finalmente, o terceiro, em ouro maciço com aplicações de lápis-lazúli, coralinas e turquesas e que guardava o corpo do faraó. UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE 28 FIGURA 20 - SARCÓFAGO DE OURO DE TUTANCÂMON FONTE: Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tutankhamon_ sarcofago.tif?uselang=pt-br>. Acesso em: 4 jan. 2017. Os sarcófagos apresentavam detalhes que exaltavam o poder do faraó, como entalhes e pinturas. Além do faraó, a escultura da rainha Nefertite foi feita em pedra, e devido ao material usado, proporciona maior rigidez à estrutura. Já na pintura e nos traços, quebra o vigor rígido, dando mais suavidade e feminilidade à escultura, como se pode ver na figura a seguir. FIGURA 21 - ESCULTURA DA RAINHA NEFERTITI FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/9/94/Nefertiti_altes_Museum2.jpg?uselang=pt-br>. Acesso em: 4 jan. 2017. TÓPICO 2 | ARTE NO EGITO 29 Para Janson (2001), neste período, a beleza esculpida mostra que houve alternâncias sociais, políticas e religiosas, e a liberdade artística pôde ser refletida na beleza com que eram realizadas as esculturas. Pintura A escultura foi marcada pela elegância e leveza, enquanto a pintura, pela “lei da frontalidade”, na figura humana. Assim, o tronco era representado sempre de frente, enquanto a cabeça, pernas e pés eram retratados de perfil, e pintados dessa forma em seus afazeres diários, em obras que decoravam murais ou túmulos. Ao ver uma figura representada dessa forma, Proença (2010) ressalta que o espectador pode associá-la a uma pintura egípcia. Além da pintura, os egípcios começaram a empregar vasos, objetos e hieróglifos como elementos estéticos. Muitos papiros com hieróglifos eram colocados junto ao morto para confortá-lo em sua passagem, como podemos ver na figura a seguir. FIGURA 22 - UM PAPIRO MOSTRANDO O "DIA SEGUINTE APÓS A MORTE", DE ACORDO COM CRENÇAS RELIGIOSAS EGÍPCIAS FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f5/ Egyptbookdead3.jpg?uselang=pt-br>. Acesso em: 4 jan. 2017. UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE 30 UNI O papiro (papel fino, feito de uma planta da família das ciperáceas cujo nome científico é Cyperuspapyrus) foi instituído em rolo. Era ilustrado com cenas muito vivas, que eram acompanhadas de textos. Podemos destacar o Livro dos mortos, que era posto no sarcófago com os cadáveres, e que podia ajudar na sua viagem eterna. Ainda hoje existem muitos mistérios que rondam a história do Egito, principalmente com relação à organização e à estrutura empregadas na construção de pirâmides e seus labirintos. Graças a pesquisas semióticas sobre as pinturas e objetos encontrados, por meio da utilização de instrumentos tecnológicos foi possível aprofundar os estudos, contribuindo com um maior conhecimento sobre esta civilização. 31 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico você viu que: • O Egito dividiu-se em monarquias: Antiga, Média e Nova. • Na Monarquia Antiga destacam-se as pirâmides do Egito. As esculturas eram acopladas principalmente nas portas dos templos e apresentavam uma pintura com cenas do seu cotidiano. • Na Monarquia Média, diferentemente da Monarquia Antiga, as esculturas tiveram maior destaque, pois acompanhavam o faraó após sua morte. Neste período surgiu a pintura sobre o sarcófago. • Na Monarquia Nova, os sarcófagos eram esculturas, que apresentavam uma verdadeira obra de arte, pois era usado ouro para mostrar o poder que o faraó exercia sobre seu povo. As pinturas ficaram mais ricas, sendo usados em outros elementos como vasos, objetos e também com hieróglifos. 32 1 Complete as lacunas do texto a seguir que descreve a arte egípcia: No Egito antigo, a arte era representada por meio da ____________________, da escultura e da arquitetura, ligadas à temática ___________________________. Assinale a sequência que corresponde ao texto acima: ( ) pintura; religiosa. ( ) decoração; política. ( ) decoração; social. ( ) pintura; tecnológica. 2 A pirâmide no Egito precisava ser grandiosa,pois quanto maior ela era, maior seu poder e glória. Por este motivo, os faraós se preocupavam com a grandeza destas construções. De acordo com as construções de pirâmides no Egito, assinale V para verdadeiro e F para falso: ( ) A pirâmide tinha a função de abrigar e proteger a múmia do faraó e toda a sua fortuna e pertences em joias, objetos pessoais e materiais, da ação dos saqueadores de túmulos. ( ) As pirâmides eram construídas rapidamente, sem muito planejamento, em lugares de fácil acesso. ( ) As pirâmides foram construídas de acordo com fórmulas que eram fruto de longos estudos e pesquisas de diferentes áreas do conhecimento, como: matemática, geometria e demais técnicas ainda desconhecidas. ( ) As pirâmides eram construções que exerciam uma função de proteção e de realizações de momentos festivos do povo egípcio. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a) ( ) V – F – V – F. b) ( ) F – V – F – V. c) ( ) V – F – F – V. d) ( ) F – V – V – F. 3 As pirâmides são monumentos arquitetônicos conhecidos mundialmente por sua beleza e grandiosidade. No entanto, a sua construção teve um significado aos egípcios, pois tinham a função de: ( ) Enterrar peças sagradas junto ao corpo, seja do escravo ou do faraó, pois em se tratando de cultura do povo egípcio, cabe a todas as classes sociais. ( ) Abrigar e proteger o corpo do faraó mumificado e seus pertences dos saqueadores de túmulos. AUTOATIVIDADE 33 ( ) Ser centros de referência onde aconteciam os rituais de mumificação para elevar o espírito do corpo. ( ) Proteger e conservar o corpo mumificado, principalmente do faraó, para que fique intacto para toda a eternidade. Assista ao vídeo de resolução da questão 3 34 35 TÓPICO 3 ARTE DO ORIENTE: SUMÉRIOS, ASSÍRIOS E PERSAS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Nesse tópico será analisada a arte no Oriente, observando as especificidades artísticas criadas pelos povos sumérios, assírios e pelos persas. Abordaremos o contexto artístico desenvolvido na região da Mesopotâmia, que está rodeada pelos rios Tigre e Eufrates e povoada por diferentes povos. Nessa geografia vamos olhar o legado da arte dos sumérios, assírios e persas. Segundo Baumgart (1999), em meio a esta diversidade, as formas artísticas conservam certa hegemonia devido à herança dos sumérios, que foram os primeiros a habitar a região e que, através de suas descobertas, deixaram um legado aos que vieram depois. 2 ARTE DOS SUMÉRIOS O povo sumério se desenvolveu ao sul da Mesopotâmia, no atual Iraque. Seu registro está centrado nas construções arquitetônicas, sendo que as imagens concretizadas em estátuas presentes nas edificações atuavam de forma significativa na produção artística desse povo. Representavam seus deuses e, às vezes, faziam uma fusão com figuras de animais, destacando os olhos. Um dos grandes legados dos sumérios foi a escrita cuneiforme, representada com símbolos específicos. Conseguiam transmitir suas ideias e representavam objetos variados, sempre ligados aos fenômenos de seu cotidiano, contemplando assuntos administrativos, políticos e econômicos. Foi por meio dos registros realizados em placas de argila que foi possível conhecer um pouco da vida dos sumérios. Janson (2001, p. 103) esclarece que “o que sabemos dessa civilização provém, na maior parte, de restos trazidos à luz por acaso das escavações, incluindo inúmeros textos gravados em placas de argila”. UNI A escrita cuneiforme é um sistema que provavelmente teve origem na Suméria. Consta de 600 caracteres, cada um dos quais representa palavras ou sílabas escritas em tábuas de argila ou de pedra. 36 UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE Espalhados em cidades-estados, a arquitetura suméria foi desenvolvida em prol da religião, realizando a construção de grandes templos dedicados a seus deuses e, também como espaço de armazenamento dos grãos necessários à sua alimentação. Nestas construções destacam-se os zigurates, que são torres em degraus que completavam as construções gigantescas, assemelhando-se à construção das pirâmides egípcias. Pode-se afirmar que a arte dos sumérios era fundamentada em suas crenças religiosas, por isso foram construídos grandes templos destinados ao louvor de seus deuses. UNI Zigurates eram grandes escadarias que completavam as construções em formato de pirâmides e serviam como locais de armazenagem de produtos agrícolas e também como templos religiosos. Um famoso zigurate é a Torre de Babel, referenciada na Bíblia Sagrada. FIGURA 23 - ZIGURATE FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/99/Choqa_ Zanbil_4.jpg?uselang=pt-br>. Acesso em: 4 jan. 2017. Infelizmente, o tempo não poupou as construções dos sumérios. Construídas com tijolos, foram destruídas, e o que restou foram ruínas ou parte das construções. Na organização de suas cidades, a força da religião é representada pela organização de suas construções, de modo que as casas eram construídas ao redor dos templos gigantescos. Para Janson (2001, p. 103), o povo sumério apresenta uma explicação para as construções, baseada em uma crença na qual TÓPICO 3 | A ARTE DO ORIENTE: SUMÉRIOS, ASSÍRIOS E PERSAS 37 “nas planícies da Suméria, o homem sentiu que só estes montes erguidos por suas mãos eram residência própria para as divindades”. Na escultura dos sumérios, os materiais utilizados eram a pedra e a madeira, associando alguns elementos essenciais coloridos, conferindo um resultado surpreendente. Além disso, agregavam materiais como o ouro, o cobre e a prata. Segundo Janson (2001, p. 104), “os olhos e as sobrancelhas eram inicialmente de materiais coloridos incrustados, e a cabeça coberta por uma cabeleira de ouro e cobre. O resto da figura, que devia ter quase o tamanho natural, era, provavelmente, de madeira”. Os olhos eram considerados a parte mais importante da representação escultórica, chamados de “janelas da alma”. O restante da escultura, inclusive os traços do rosto, não tinha grande semelhança, apenas representação sucinta, onde formas geométricas foram utilizadas, como cone e cilindro na representação do corpo, como podemos ver na figura a seguir. FIGURA 24 - CABEÇA FEMININA, URUK. MÁRMORE, ALT. 0,20M. 3500-3000 A.C. MUSEU DO IRAQUE, BAGDÁ FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/ wikipedia/commons/6/6e/UrukHead.jpg?uselang=pt- br>. Acesso em: 4 jan. 2017. Em resumo, as esculturas dos sumérios eram rígidas, como se estivessem em pose de oração e pouco realistas. Além da sua marca, que são os olhos, havia diferença nos trajes. As figuras masculinas vestiam saias com franjas, enquanto as mulheres tinham vestimenta ao longo de todo o corpo, como mostra a figura a seguir: 38 UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE FIGURA 25 - FIGURAS MASCULINA E FEMININA DO TEMPLO DE ABU FONTE: Disponível em: <https://piramidal.net/category/ tecnologia-antiga/page/2/>. Acesso em: 4 jan. 2017. O legado dos sumérios revelou ainda descobertas arqueológicas das placas de argila gravadas por meio da escrita cuneiforme, onde seu cotidiano, suas crenças e realizações foram registrados. A arquitetura grandiosa era destinada aos deuses e as esculturas os representavam. Essas manifestações artísticas influenciaram também os demais povos, que reconheceram na arte suméria importante fonte de inspiração, como foi o caso dos povos assírios. 3 ARTE ASSÍRIA Em comum com os sumérios, o povo assírio também tinha como pano de fundo de sua sobrevivência, e de sua arte, a região geográfica da Mesopotâmia, bem como os rios Tigre e Eufrates. No entanto, os assírios são conhecidos pela sua ativa participação em guerras, voltados à conquista de territórios de outros povos. Os deuses eram fonte de inspiração da arte assíria, com a inovaçãode esculpir em pequenos suportes, resultando em miniaturas. A representação de animais é bastante significativa, e o marfim foi um elemento bastante utilizado. Deuses e animais foram os temas esculpidos por esse povo da guerra, configurando assim a representação de temas religiosos de forma severa compartilhando a representação realista. Para Janson (2001, p. 114), na arquitetura: TÓPICO 3 | A ARTE DO ORIENTE: SUMÉRIOS, ASSÍRIOS E PERSAS 39 Os assírios apresentaram clara influência dos sumérios. Diz-se que os assírios foram em relação aos sumérios o mesmo que os romanos em relação aos gregos. A civilização assíria inspirou-se nas realizações do sul, mas reinterpretando-as e dando-lhes caráter próprio. Assim, construíram templos e zigurates inspirados em modelos sumerianos e os palácios atingiram dimensões e magnificência sem precedentes. Essas construções em reverência aos seus reis e suas batalhas estão exemplificadas em gigantescos painéis que, em baixo relevo, representavam cenas de caça e cenas militares. UNI Você sabe o que significa baixo e alto relevo? No alto relevo as figuras sobressaem sobre o plano de fundo, e são nítidas aos nossos olhos, pois o volume é significativo e faz com que a figura se destaque em relação à base. Já no baixo relevo, as figuras se sobressaem muito pouco sobre sua base, pois o pouco volume se torna quase imperceptível aos olhos, causando a impressão de um desenho, apenas. Esses painéis assumiram a função de narração das atividades desenvolvidas pelos assírios, atuando também de forma didática, como podemos ver a seguir: FIGURAS 26 - ARTE GUERREIRA DOS ASSÍRIOS FIGURA 27 - ARTE GUERREIRA DOS ASSÍRIOS FONTE: Disponível em: <http://historiadomundo.uol.com.br/assiria/origens-assirios.htm>. Acesso em: 4 jan. 2017. Os animais mitológicos e as aventuras da caça eram temas eleitos nos baixos relevos do povo assírio. Janson (2001, p. 116) descreve que [...] “de magnífica força e coragem, o animal ferido parece encarnar toda a emoção dramática que falta às descrições picturais da guerra”. Podemos observar uma figura de baixo relevo, a seguir: 40 UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE FIGURA 28 - RELEVO DE UM LEÃO SENDO FERIDO FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/32/ Assyrian_royal_lion_hunt.jpg?uselang=pt-br>. Acesso em: 4 jan. 2017. O legado dos assírios, através de sua arte, confere importante registro de um povo que teve a sobrevivência e a conquista de territórios como fonte principal de sua atuação. A influência da arte suméria é visível, no entanto, os assírios conferem sua identidade na apropriação das formas de representação artística como a escultura, e principalmente a arquitetura. Sua herança foi assumida pelo Império dos Persas. 4 ARTE PERSA A arte persa foi percebida na pintura e na escultura, mas foi na arquitetura que teve maior destaque, com obras mais significativas. Na escultura, a representação de animais e homens em seres mitológicos, ordenava a crença em sua força guerreira de conquistar territórios. Utilizavam argila e mármore para esculpir suas figuras. TÓPICO 3 | A ARTE DO ORIENTE: SUMÉRIOS, ASSÍRIOS E PERSAS 41 FIGURA 29 - ARTE PERSA FONTE: Disponível em: <http://www.revistazunai.com/traducoes/ poesia_persa_introducao.htm>. Acesso em: 4 jan. 2017. Foi na civilização persa que surgiram as famosas tapeçarias, que cobriram as paredes dos palácios, tendo como tema animais, vegetais e cenas de caça. Foi neste momento que também surgiu o uso da seda. Atualmente, a tapeçaria é valorizada como representativa da arte persa. Os tapetes persas eram fabricados com lã de carneiro, cabras e camelos, que eram os animais que faziam parte da vida deles. Eles são um legado importante, além de decorarem paredes em ocasiões especiais. Vejamos um tapete persa, na figura a seguir: 42 UNIDADE 1 | A ARTE NA ANTIGUIDADE FIGURA 30 - TAPETES QUE MOSTRAM A REPRODUÇÃO DE FIGURAS HUMANAS. LEGADO DA ARTE PERSA FONTE: Disponível em: <http://www.lusotufo.pt/index.php?id=64>. Acesso em: 4 jan. 2017. Na tentativa de conhecer as particularidades da arte persa, podemos citar as características peculiares que são valorizadas até os dias atuais. Para Janson (2001): • A figura humana vai ser representada de forma significativa na tapeçaria e na pintura. • Abundância na pintura de afrescos e uso dos manuscritos com miniatura. • O retrato será importante forma de representação da figura humana. • A arte têxtil tem importância até hoje. • O metal é um elemento importante nas artes decorativas. Como já foi dito anteriormente, de todas as manifestações artísticas do povo persa, a arquitetura foi a de maior representatividade, pois sofreu modificações representadas em pequenas construções de tijolos e argamassa, enquanto os palácios vão conservar a grandiosidade da estrutura monumental, que foi uma criação dos reis para mostrar o seu poder de forma material. A escultura e a pintura complementam a arquitetura persa, como podemos observar na escultura em baixo relevo na figura a seguir: TÓPICO 3 | A ARTE DO ORIENTE: SUMÉRIOS, ASSÍRIOS E PERSAS 43 FIGURA 31 - CIDADE DE PERSÉPOLIS FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/ce/ Persepolis_24.11.2009_11-45-28.jpg?Uselang=pt-br>. Acesso em: 4 jan. 2017. A civilização da Mesopotâmia tem a arquitetura como legado maior deste povo. Apesar da ação do tempo sobre suas construções, ainda assim os registros revelam parte da sua produção artística, uma arte simbólica de registros de crenças e valores, demonstrando a grandeza desta civilização. 44 RESUMO DO TÓPICO 3 • A arte do Oriente foi representada pelos sumérios, assírios e persas. Em suas particularidades, cada civilização nos deixou sua marca por meio da sua arte. • Os sumérios se destacaram na arquitetura e as esculturas eram inspiradas em seus deuses. Outro legado importante dos sumérios foi a escrita cuneiforme. • Os assírios eram uma civilização guerreira, conquistando vasto território. Suas esculturas eram em miniaturas representando seus deuses, utilizando também esculturas em baixo relevo. Na arquitetura dos assírios houve a presença dos zigurates. • A civilização persa foi marcada também pelas requintadas tapeçarias. Na arquitetura e na escultura ocorreu o uso de argila e mármore, sendo a arquitetura a manifestação de maior representação para este povo. 45 1 A Arte do Oriente, por meio dos povos sumérios, assírios e persas, representou conhecimento para as civilizações atuais. Suas manifestações artísticas foram consagradas na pintura, na escultura e na arquitetura, e por meio da arte e de seus registros é possível perceber como estes povos viviam. Neste sentido, leia as afirmativas a seguir: I – Na arte suméria o aspecto dominante da arquitetura das grandes cidades era o templo-torre, identificado como zigurate. II – Na arte persa, as sedas e tapeçarias foram idealizadas como cultura popular. III – Os assírios foram um povo guerreiro e na arte se dedicaram a glorificar seus reis e exércitos. IV – O povo sumério criou a escrita mais primitiva da humanidade, conhecida como cuneiforme. De acordo com as alternativas, é CORRETO afirmar que: ( ) Apenas a alternativa I está correta. ( ) As alternativas I, III e IV estão corretas. ( ) As alternativas II e III estão corretas. ( ) Apenas a alternativa II está correta. 2 Na história da arte persa, as manifestações artísticas de maior representatividade se deram por meio da: ( ) Pintura. ( ) Escultura. ( ) Arquitetura. ( ) Gravura. AUTOATIVIDADE 46 47 TÓPICO 4 ARTE GREGA E ROMANA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Neste tópico será estudado a arte grega, que teve um delineamento para a escultura esbelta e a arquitetura com
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