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Respostas Todos os Mod Curso Enfretamento a violencia sexual contra crianças e adolescentes

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Prévia do material em texto

1DIREITOS HUMANOS 
DE CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES:
Contexto 
histórico e 
fundamentos 
Leila Paiva
enfrentamento à
violência sexual contra
crianças e adolescentes
NOSSA VOZ. NOSSA FORTALEZA.
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA
João Dummar Neto
Presidente
André Avelino de Azevedo
Diretor Administrativo-Financeiro
Raymundo Netto
Gerente Editorial e de Projetos
Emanuela Fernandes
Aurelino Freitas
Analistas de Projetos
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (Uane)
Viviane Pereira
Gerente Pedagógica
Marisa Ferreira
Coordenadora de Cursos
Joel Bruno
Designer Instrucional
CURSO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Valéria Xavier
Concepção e Coordenadora Geral
Leila Paiva
Coordenadora de Conteúdo
Amaurício Cortez
Editor de Design e Projeto Gráfico
Miqueias Mesquita
Designer/Diagramador
Rafael Limaverde
Ilustrador
Gilvana Marques
Coordenadora de Produção
Beth Lopes
Produtora 
Patrícia Alencar
Analista de Marketing
Copyright © 2019 by Fundação Demócrito Rocha
Este fascículo é parte integrante do Programa de Combate à Exploração Sexual 
de Crianças e Adolescentes, em decorrência do Termo de Fomento celebrado entre 
a Fundação Demócrito Rocha e a Câmara Municipal de Fortaleza, sob o nº 001/2019.
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
fdr.org.br 
fundacao@fdr.org.br
E47 
Enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes [coleção] / 
vários autores; coordenação de conteúdo: Leila Paiva; ilustrações: Rafael Limaverde. 
– Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 2019.
192p.: il. color. (curso em 12 fascículos)
ISBN 978-85-7529-936-4 (Coleção)
ISBN 978-85-7529-937-1 (Fascículo 1)
1. Direitos Humanos. 2. Direitos das crianças. 3. Direitos dos adolescentes. I. 
Paiva, Leila. II. Limaverde, Rafael. III. Título.
CDD 341.48
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Elaborado por Edvander Pires (CRB-3/1212)
SUMÁRIO
1. Direitos Humanos: Aspectos conceituais ...............................4
2. O que são e quantos são os Direitos Humanos? ....................7
3. Origem e construção do conceito de Direito 
Humanos de Crianças e Adolescentes no Brasil ..............9
4. Tratados internacionais e documentos referenciais ...........10
5. Direitos Humanos,infância e adolescência ..........................12
6. Mecanismos internacionais de proteção 
 dos Direitos Humanos ....................................................13
Referências ..........................................................................................15
Perfis da autora e do ilustrador ........................................................16
Direitos 
Humanos: 
ASPECTOS 
CONCEITUAIS
A conceituação dos Direitos Humanos 
adotada por estados, pesquisadores, for-
madores e movimentos sociais, no pla-
no internacional, pode ser traduzida em 
“uma sequência normatizada de direi-
tos e liberdades básicas de todos os se-
res humanos, englobando, sobretudo, o 
direito à livre expressão de pensamen-
to, à igualdade perante a lei e o acesso a 
esses direitos”. 
O termo “Direitos Humanos” surge 
com intensidade em todos os países e, 
como regra internacional, no período pos-
terior ao das duas grandes guerras mun-
diais. Adota-se, portanto, a concepção 
da Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (DUDH), de 1948, ratificada, e 
da Declaração dos Direitos Humanos de 
Viena (DDHV), de 1993. 
Assim, pode-se dizer que a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos (DUDH) 
estabeleceu uma mudança de paradigma 
implementada que demarcou uma nova 
concepção dos Direitos Humanos como 
universais e indivisíveis, ou seja: são 
indivisíveis porque considera-se que um 
direito não se efetiva sem o outro. Eles se 
fortalecem e contemplam o conjunto de 
direitos que as pessoas têm, e são univer-
sais no sentido de que aquilo que é consi-
derado um direito humano no Brasil tam-
bém deve ser em qualquer país do mundo, 
referindo-se a todos os Estados e a todas 
as pessoas que compõem aquele Estado. 
Oriundo desse novo olhar sobre os di-
reitos universais das pessoas, inicia-se o 
processo de desenvolvimento e dissemina-
ção do chamado Direito Internacional dos 
Direitos Humanos, com o foco na proteção 
das vítimas de violações dos Direitos Huma-
nos em todo mundo, partindo de duas pre-
missas principais: (a) os Direitos Humanos 
são inerentes ao ser humano, e como tais 
antecedem a todas as formas de organiza-
ção política; e (b) sua proteção não se esgota 
– não pode se esgotar – na ação do Estado.
É importante destacar que quando se 
iniciou esse debate sobre a necessidade 
de reconhecer os Direitos Humanos era 
um momento em que surgia a urgência 
de garantir posturas mínimas para os Es-
tados, de internacionalizar posturas, es-
pecialmente perante o ser humano, com 
a intenção de desenvolver um sistema 
universalmente respeitado. Isso por conta 
das grandes violações vividas durante as 
duas guerras mundiais. 
4 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
CARTA DO TRABALHO – 1919
• Em 1919, a Organização Internacional 
do Trabalho foi criada, trazendo na 
Carta do Trabalho, do mesmo ano, 
documento que regeria a atuação da 
OIT, explicitamente na alínea “f” a 
“abolição do trabalho Infantil”.
DECLARAÇÃO SOBRE 
OS DIREITOS DA CRIANÇA – 1924
• Em 1924, A Liga ou Sociedade das 
Nações, considerada a antecessora 
da ONU, publicou a Declaração 
sobre os Direitos da Criança, 
composta por um preâmbulo e cinco 
princípios. Esse documento serviu 
de base, em 1959, para a Declaração 
Universal dos Direitos da Criança.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS 
DIREITOS HUMANOS (DUDH) – 1948
• Doutrinadores apontam a DUDH 
como o marco do surgimento do 
direito internacional dos Direitos 
Humanos, de 1948, com a criação da 
Organização das Nações Unidas.
• A DUDH traz nos artigos 25 e 26 
dispositivos que tratam da infância 
de forma específica.
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS 
DA CRIANÇA –1959
• Após a Segunda Guerra surge o 
Fundo de Emergência das Nações 
Unidas para as Crianças – UNICEF 
– United Nations International 
Children’s Emergency Fund criado 
para auxiliar as crianças dos países 
assolados pela guerra. Em 1953, 
foi transformada em agência 
permanente e especializada para a 
assistência à infância dos países em 
desenvolvimento.
• Com a criação das Nações Unidas 
surgiram inúmeros documentos. 
Declarações, Resoluções e Tratados 
internacionais passaram a se 
ocupar da proteção da criança no 
âmbito global, aliados a sistemas 
regionais de direitos humanos. Um 
desses, e de importância ímpar, foi a 
Declaração Universal dos Direitos da 
Criança de 1959.
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS 
DA CRIANÇA – 1989
• A Convenção sobre os Direitos 
da Criança, promulgada em 
1989 e implantada no Brasil 
pelo Decreto nº 99.710, de 21 de 
novembro de 1990, foi concebida 
tendo em vista a necessidade de 
garantir a proteção e cuidados 
especiais à criança, incluindo 
proteção jurídica apropriada, 
levando em consideração que 
em todos os países do mundo 
existem crianças vivendo em 
condições extremamente adversas 
e necessitando de proteção 
especial. Em 20 de novembro de 
1989, trigésimo aniversário da 
Declaração dos Direitos da Criança, 
a Assembleia Geral das Nações 
Unidas aprovou por unanimidade 
a Convenção sobre os Direitos da 
Criança UNICEF – CDC.
• A importância da CDC está, 
sobretudo, no erigir como direitos 
humanos positivados, ou seja, 
como direitos constitucionais 
fundamentais, a maior parte das 
normas principiológicas do Estatuto 
da Criança e do Adolescente, que a 
precedeu em termos formais, meses 
antes, em 1990. 
2000• O Primeiro Protocolo Facultativo para 
a Convenção sobre os Direitos da 
Criança sobre a venda de crianças, 
prostituição e pornografia infantis.
2000
• O Segundo Protocolo Facultativo 
para a Convenção sobre os Direitos 
da Criança sobre o envolvimento de 
crianças em conflitos armados.
2011
• O Terceiro Protocolo Facultativo 
para a Convenção sobre os Direitos 
da Criança sobre procedimentos 
de comunicação protege 
expressamente o direito de meninas 
e meninos a buscar reparação para 
as violações de seus direitos.
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 5
LINHA DO Tempo
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 5
4. Inviolabilidade: nenhuma lei cons-
titucional nem nenhuma autori-
dade pode desrespeitar os direitos 
fundamentais de outrem;
5. Irrenunciabilidade: nenhum ser 
humano pode abrir mão da existên-
cia desses direitos;
6. Universalidade: devem ser respei-
tados e reconhecidos no universo 
dos seres humanos;
7. Limitabilidade: não há nenhuma 
hipótese de direito humano absolu-
to, eis que todos podem ser ponde-
rados com os demais;
8. Complementaridade: os Direitos 
Humanos fundamentais não devem 
ser interpretados isoladamente, 
mas sim de forma conjunta, com a 
finalidade da sua plena realização.
Observa-se que as necessidades, em 
todo o mundo, foram as responsáveis pela 
formatação dos Direitos Humanos enquan-
to norma internacional, já que os Direitos 
Humanos precisam responder às reali-
dades e necessidades sociais embasados 
pelos princípios trazidos pelos documen-
tos internacionais que os positivam. Daí a 
constatação de que, se seres humanos não 
nascem iguais e livres do ponto de vista do 
exercício de direitos, como afirma o artigo 
1º da Declaração Universal dos Direitos 
Humanos da ONU, é preciso que a coleti-
vidade a que se pertence afirme esses di-
reitos, isto é, seu território afirme esse di-
reito. É essa decisão conjunta, formalizada 
nas normas internacionais, que efetiva os 
direitos e garante a todos direitos iguais. 
Assim, é essencial debruçar-se sobre o 
tema, para situar o conceito de violência 
sexual como uma das violações aos Direi-
tos Humanos de crianças e adolescentes 
e, principalmente, entender que crianças 
e adolescentes têm direito à proteção con-
tra qualquer tipo de violência, reconheci-
do nos documentos internacionais e assu-
mido pelo Brasil.
Desse modo, a DUDH surge para tentar 
mobilizar os Estados para criarem meca-
nismos que pudessem coibir ou reparar 
ações contra pessoas ou grupos, produzi-
das, muitas vezes, por eles mesmos. O do-
cumento advém do sentimento de que, se 
naquele momento houvesse uma norma-
tiva internacional sobre o tema, o mundo 
não teria vivido os horrores do nazismo, 
conforme ressaltam jornalistas e defenso-
res de direitos.
Como se pode perceber, os Direitos Hu-
manos são aqueles que possuem caracte-
rísticas afirmadas nos dois documentos 
mundiais já citados. Em síntese:
1. Historicidade: são históricos, ou 
seja, são reconhecidos a partir de um 
processo histórico. Não nascem, são 
construídos por uma coletividade;
2. Inalienabilidade: são direitos in-
transferíveis e inegociáveis; 
3. Imprescritibilidade: não deixam de 
ser exigíveis em razão do não uso;
6 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste6 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
2.
O que são e 
quantos são os 
DIREITOS HUMANOS?
Como já foi dito, o conceito de Direitos Hu-
manos não tem um consenso, mas impor-
ta destacar as premissas para a definição 
do que são Direitos Humanos. 
Quando se fala em Direitos Humanos, 
refere-se, sobretudo, a direitos baseados 
no princípio de respeito ao indivíduo. 
Daí pode-se definir Direitos Humanos 
como aqueles direitos que todas as pesso-
as nascem merecendo, sem distinção por 
qualquer razão, apesar de que a dinâmica 
social tem negado esses direitos a deter-
minados grupos. 
No entanto, muitas pessoas, quando 
perguntadas sobre seus direitos, irão ci-
tar apenas a liberdade de expressão e de 
crença e até o direito de ter um banheiro 
digno ou de tomar banho todo os dias 
ou talvez mais um ou mais outro. Não há 
dúvida de que são direitos importantes, 
mas o propósito dos direitos humanos é 
muito mais amplo. Eles significam opção 
e oportunidade. Significam a liberdade de 
conseguir um emprego, seguir uma carrei-
ra, escolher um parceiro e criar seus filhos. 
Eles incluem o direito de viajar livremente 
e o direito ao trabalho remunerado, sem 
assédio, abuso ou ameaça de ser demitido 
de forma arbitrária. Eles abrangem, inclu-
sive, o direito ao lazer.
TÁ NA Lei
1 Direito à liberdade, igualdade 
e dignidade
2 Direito à não discriminação
3 Direito à vida, à liberdade 
e à segurança pessoal
4 Direito de não ser mantido 
em escravidão ou servidão
5 Direito a não ser submetido 
à tortura ou castigo cruel
6 Direito de ser reconhecida 
com pessoa perante a lei
7 Direito à igualdade perante 
a lei sem qualquer distinção
8 Direito à garantia legal 
dos Direitos Humanos
9 Direito a não ser arbitrariamente 
preso, detido ou exilado
10 Direito a julgamento justo e público
11 Direito à presunção de inocência 
e sanção compatível
12 Direito à privacidade
13 Direito à liberdade de locomoção 
e residência dentro e fora do país
14 Direito de procurar asilo 
se for vítima de perseguição
15 Direito a uma nacionalidade
16 Direito de contrair matrimônio 
e fundar uma família
17 Direito à propriedade
18 Direito à liberdade de pensamento, 
consciência e religião
19 Direito à liberdade 
de opinião e expressão
20 Direito à liberdade de reunião 
e associações pacíficas
21 Direito de tomar parte no governo 
direta ou indiretamente e ter acesso 
ao serviço público de seu país
22 Direito de acesso aos direitos 
sociais e culturais
23 Direito ao trabalho remunerado 
e demais proteções
24 Direito a repouso e ao lazer
25 Direito a um padrão de vida capaz 
de assegurar a si e a sua família 
saúde e bem-estar
26 Direito à educação
27 Direito de participar livremente 
da vida cultural da comunidade 
e à proteção dos direitos autorais
28 Direito de exercer seus direitos 
reconhecendo o respeito ao outro
29 Direitos não podem contrariar 
os princípios da Declaração
30 Não poderá haver nenhuma 
interpretação, do direito de 
exercer qualquer atividade ou 
praticar qualquer ato destinado 
à destruição de quaisquer 
dos direitos e liberdades 
aqui estabelecidos 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - 1948
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 7
De acordo com a Declaração Univer-
sal dos Direitos Humanos, estes são 30 
(trinta) direitos, construídos a partir da di-
versidade de demandas no mundo. 
Destaca-se que no Brasil essa concepção 
toma maior importância, uma vez que tais 
direitos estão alçados ao grau de direitos 
constitucionais, por força da Emenda Cons-
titucional n° 45, de 8 de dezembro de 2004.
Para fins didáticos, alguns teóricos clas-
sificam os Direitos Humanos. Alguns classi-
ficam em Gerações de Direito Humanos e 
outros em Dimensões de Direitos Humanos. 
Entende-se que a classificação que melhor 
reconhece o fato desses direitos serem com-
plementares é a classificação dos Direitos 
Humanos por dimensões. Vejamos:
 • Direitos Humanos de Primeira Di-
mensão: Direitos civis e políticos, que 
englobam os direitos à vida, à liberda-
de, à propriedade, à igualdade formal, 
às liberdades de expressão coletiva, 
os direitos de participação política e 
ainda algumas garantias processuais. 
 • Direitos Humanos de Segunda Di-
mensão: Direitos sociais, econômi-
cos e culturais. 
 • Direitos Humanos de Terceira Dimen-
são: Direitos dos povos, da solidarieda-de, fraternidade e do desenvolvimento.
 • Direitos Humanos de Quarta Di-
mensão: Direito à democracia, como 
valor e princípio.
 • Direitos Humanos de Quinta Di-
mensão: Direito à Paz. 
TÁ NA Lei
Emenda Constitucional n° 45, de 8 de 
dezembro de 2004, que inseriu o §3° 
do art. 5° na Constituição Federal: 
“Os tratados e convenções 
internacionais sobre Direitos 
Humanos que forem aprovados 
em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por 3/5 
votos dos respectivos membros, 
serão equivalentes às emendas 
constitucionais” (BRASIL, 1988).
Para fixar o conteúdo e saber 
mais, assista ao vídeo “O que são 
Direitos Humanos?”. Disponível em:
www.unidospelosdireitos 
humanos.org.br/what-are-human-
rights/videos/no-one-can-take-
your-rights.html.
#FICAADICA 
8 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
3. 
Origem e 
construção
DO CONCEITO DE 
DIREITO HUMANOS 
DE CRIANÇAS 
E ADOLESCENTES 
NO BRASIL
LINHA DO Tempo
Você sabia que a criança recebe 
o estatuto de “criança” instituído 
através de políticas sociais 
introduzidas pelo Estado apenas a 
partir do século XVIII? 
Essa infantilização da criança 
não é natural nem generalizável 
a todas as sociedades. Relata-
se que até o início da época 
moderna, a criança passava a 
ser independente, cuidar de si 
mesma e a frequentar o mundo dos 
adultos como uma igual por volta 
dos sete anos.
O processo de infantilização inicia-se 
a partir de um interesse acentuado pela 
educação da criança desenvolvido pelo 
Estado, com objetivos de assegurar uma 
população adulta saudável, adaptada e 
produtiva. Essa política aguça o interesse 
dos religiosos e higienistas, que se apre-
sentavam, antes de tudo, como moralis-
tas. A família deixa de ser capacitada a 
educar os filhos e estes passam a ser edu-
cados sob a tutela da escola. 
Apenas no século XIX a criança foi ob-
jeto da primeira norma legal de prote-
ção que estabelecia o limite mínimo de 
idade para o trabalho nas minas de car-
vão. Com a criação da Organização In-
ternacional do Trabalho (OIT), em 1919, 
surge a necessidade de criação de meca-
nismos jurídicos de proteção da criança 
no ambiente de trabalho.
A ideia de proteção à infância surgiu 
apenas ao final do século XIX e início do 
século XX, porém como aplicação dos di-
reitos do homem à infância, somente nos 
últimos vinte anos do século XX.
O século XVIII ainda enxergava as crian-
ças como “menores” que precisariam de 
alguma proteção do Estado, por meio de 
um sistema disciplinador, até consegui-
rem alcançar condições para ingressarem 
no modo de produção econômica. 
Em 1919, com a criação da OIT, sua 
Carta do Trabalho, do mesmo ano, docu-
mento que regeria a atuação da OIT, expli-
citamente prevê na alínea “f” a “abolição 
do trabalho infantil”.
Em 1924, A Liga ou Sociedade das Na-
ções, considerada a antecessora da Or-
ganização das Nações Unidas (ONU), pu-
blicou a Declaração sobre os Direitos da 
Criança, composta por um preâmbulo e 
cinco princípios. Esse documento serviu 
de base para a Declaração Universal dos 
Direitos da Criança, em 1959. 
No pós-Segunda Guerra, surge o Fundo 
de Emergência das Nações Unidas para 
as Crianças (Unicef), criado para auxi-
liar as crianças dos países assolados pela 
guerra. Em 1953, o Fundo foi transforma-
do em agência permanente e especializa-
da da ONU para a assistência à infância 
dos países em desenvolvimento.
Com a criação das Nações Unidas sur-
giram inúmeros documentos referenciais 
atinentes à infância. Declarações, resolu-
ções e tratados internacionais passaram a 
se ocupar da proteção da criança no âmbi-
to global, aliados a sistemas regionais de 
direitos humanos. 
Dois vídeos interessantes 
para você assistir:
A invenção da Infância:
www.youtube.com/
watch?v=c0L82N1C7AQ.
TV Escola: 25 anos do Estatuto da 
Criança e do Adolescente:
www.youtube.com/
watch?v=tO0q1b7ygb4.
#FICAADICA 
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 9
4.
Tratados 
internacionais 
E DOCUMENTOS 
REFERENCIAIS
A Declaração Universal dos Direitos Hu-
manos (DUDH) de 1948 marcou uma nova 
etapa do sistema de valores no âmbito 
internacional, transcendendo questões 
ideológicas, culturais ou religiosas, e se 
apresentou como universal, pois era dire-
cionada a todos os seres humanos, sem 
distinção, além de situá-los no mesmo 
plano dos direitos civis, políticos, econô-
micos, sociais e culturais. 
A DUDH tornou-se referência e funda-
mentação de todas as declarações e tra-
tados internacionais de Direitos Humanos 
que lhe seguiram. Em relação às crianças, a 
Declaração de 1948 faz expressa menção ao 
direito e a cuidados especiais para a mater-
nidade e à infância, tema que foi retomado 
posteriormente na Declaração dos Direitos 
da Criança, de 1959, e na Convenção sobre 
os Direitos da Criança (CDC), de 1989.
A partir da Declaração dos Direitos da 
Criança, a realidade da infância sofre alte-
ração, ainda numa perspectiva simbólica 
muito mais normativa do que com reais 
participações sociais ou políticas. Porém, 
a alteração da norma internacional impôs 
uma evolução hoje bastante sentida, so-
bretudo no Brasil, que elaborou uma nor-
ma muito avançada do ponto de vista da 
garantia dos direitos da criança.
Essa evolução tem imposto novos de-
bates sobre reais práticas de efetivação 
dos direitos protagonizados na Conven-
ção sobre os Direitos da Criança e no Es-
tatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A Convenção sobre os Direitos da Crian-
ça, promulgada em 1989, e implantada no 
Brasil pelo Decreto nº 99.710, de 21 de no-
vembro de 1990, foi concebida tendo em 
vista a necessidade de garantir a proteção 
e cuidados especiais à criança, incluindo 
proteção jurídica apropriada, levando em 
consideração que, em todos os países do 
mundo, existem crianças vivendo em con-
dições extremamente adversas e necessi-
tando de proteção especial. 
Os artigos 19 e 34 abordam medidas 
voltadas à proteção de crianças contra a 
violência sexual.
Documentos 
REFERENCIAIS
INTERNACIONAIS
 • Declaração Universal 
dos Direitos Humanos;
 • Convenção sobre os Direitos 
da Criança e Protocolos 
Facultativos;
 • Acordos e Tratados 
Internacionais (Gênero, 
Sexualidade);
 • Convenção 182 da OIT;
 • Diretrizes dos Congressos 
mundiais de Estocolmo (1996), 
Yokohama (2001) e Rio de 
Janeiro (2008).
NACIONAIS (BR):
 • Plano Nacional de Enfrentamento 
da Violência Sexual Infantojuvenil 
(2000);
 • Plano Nacional dos Direitos 
Humanos (PNDH 3);
 • Plano Nacional de 
Enfrentamento ao Tráfico de 
Pessoas;
 • Plano Nacional de 
Enfrentamento da Violência 
Sexual contra Crianças e 
Adolescentes 2013.
10 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA
Artigo 19 
1. Os Estados-Partes adotarão 
todas as medidas legislativas, 
administrativas, sociais e 
educacionais apropriadas para 
proteger a criança contra todas as 
formas de violência física ou mental, 
abuso ou tratamento negligente, 
maus tratos ou exploração, inclusive 
abuso sexual, enquanto a criança 
estiver sob a custódia dos pais, do 
representante legal ou de qualquer 
outra pessoa responsável por ela. 
2. Essas medidas de proteção 
deveriam incluir, conforme apropriado, 
procedimentos eficazes para a 
elaboração de programas sociais 
capazes de proporcionar uma 
assistência adequada à criança e às 
pessoas encarregadas de seu cuidado, 
bem como para outras formas de 
prevenção, para a identificação, 
notificação, transferência a uma 
instituição, investigação, tratamento e 
acompanhamento posterior dos casos 
acima mencionados de maus tratos 
à criança e, conforme o caso, para a 
intervenção judiciária.
Artigo 34 
Os Estados-Partes se comprometem a 
protegera criança contra todas as formas 
de exploração e abuso sexual (ONU, 1989).
TÁ NA Lei
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 11
5.
Direitos 
Humanos,
INFÂNCIA E 
ADOLESCÊNCIA
Para o debate sobre o enfrentamento da 
violência sexual contra crianças e adoles-
centes, a garantia dos Direitos Humanos, 
prevista na norma pátria, assume especial 
relevância. Em face da nova concepção 
trazida pela normatização internacional 
dos direitos, observou-se a disseminação 
de um processo de internacionalização da 
abordagem em torno de tais direitos e foi 
alterado o foco da proteção, retirando a 
centralidade da discussão do próprio Es-
tado e se inclinando para as vítimas. 
Porém, é oportuno o debate sobre a 
contemporaneidade das relações dos Di-
reitos Humanos com os demais ramos do 
Direito e com as outras Ciências Sociais e 
a importância da transversalidade com 
temas como gênero, raça, etnia, econo-
mia e geração, por exemplo. 
Um questionamento que tem sido feito 
é o quanto tem sido efetiva a normatiza-
ção dos Direitos Humanos, considerando 
aqui os Direitos Humanos de crianças e 
adolescentes para a sua real efetividade. 
No Brasil, temos o Estatuto da Criança 
e do Adolescente (ECA – Lei nº. 8.069/1990) 
com direitos garantidos, desde 1990, e ain-
da assim temos muitos desafios e assisti-
do até a desrespeitos absurdos à dignida-
de humana da infância e da adolescência 
no Brasil. Essa realidade também pode ser 
observada em outros países. Por óbvio, o 
caso brasileiro ainda apresenta maiores 
nuances diante da diversidade apresenta-
da, tanto do ponto de vista regional, quan-
to territorial, étnico, econômico e social. 
A questão da violência sexual tem uma 
inegável importância, seja na esfera social, 
política ou jurídica, pois, na medida em 
que constitui uma agressão à sexualidade 
dos indivíduos, representa um verdadeiro 
crime contra a pessoa humana e, como 
tal, necessita ter a sua análise ampliada. 
Embora o debate esteja longe de encon-
trar consensos ou certezas, conforme já en-
fatizado, é de suma importância entender 
os conceitos de violência sexual a partir da 
perspectiva dos Direitos Humanos, caso 
contrário será impossível elaborar políti-
cas de caráter preventivo, de atendimento 
às vítimas ou repressivas, sobretudo em se 
tratando de crianças e adolescentes. E esse 
foi o maior objetivo desse artigo.
O Brasil teve um longo caminho para 
reconhecer à existência jurídica (ter no or-
denamento jurídico o reconhecimento de 
que pessoas com menos de dezoito anos 
são sujeitos de direitos) de sua infância e 
adolescência, e ainda persegue o objetivo 
de concretizar o reconhecimento de meni-
nos e meninas como sujeitos de direitos, 
apesar do necessário destaque para os 
avanços na legislação.
A partir dos documentos internacionais, 
que são discutidos sempre de forma sistê-
mica com os documentos que tratam dos 
demais temas, é preciso pensar a aborda-
gem dos Direitos Humanos de forma ampla, 
alinhando a pauta aos outros movimentos, 
entendendo a violência sexual como mais 
um delito com forte componente de gêne-
ro, raça, etnia, classe e territorialidade. 
Ademais, enfrentar o fato de que o Bra-
sil é um país que legitima esse tipo de prá-
tica quando reforça o machismo e o sexis-
mo cotidiano nas relações sociais, o que 
pode contribuir para tornar mais transpa-
rente a realidade de impunidade que ain-
da reina em torno do assunto.
12 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
6.
Mecanismos 
internacionais 
DE PROTEÇÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS
Os sistemas internacionais de proteção 
dos Direitos Humanos são o conjunto das 
normas e estruturas que vão desde órgãos 
e mecanismos internacionais surgidos a 
partir de 1945 com o intuito de promover 
a proteção desses direitos. Na atualidade, 
existem 3 sistemas regionais de prote-
ção (interamericano, europeu e africano) 
e 1 sistema universal (Nações Unidas). 
A partir da criação desses mecanismos 
foi possível fazer gestão do cumprimento 
dos acordos internacionais, tratados, proto-
colos e convenções por parte dos Estados.
Links 
IMPORTANTES
OS SISTEMAS INTERNACIONAIS 
DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS
Sistema Interamericano de 
Proteção dos Direitos Humanos
O Sistema Interamericano de 
Proteção dos Direitos Humanos 
é o sistema regional aplicável ao 
Estado brasileiro e é composto 
pela Comissão Interamericana 
de Direitos Humanos e pela 
Corte Interamericana de 
Direitos Humanos, órgãos de 
monitoramento da Organização dos 
Estados Americanos (OEA).
Sistema de Proteção dos Direitos 
Humanos das Nações Unidas
A promoção e proteção dos Direitos 
Humanos é um dos principais 
objetivos da Nações Unidas. Com 
a adoção da Declaração Universal 
de Direitos Humanos, em 10 de 
dezembro de 1948, a ONU começou 
a desenvolver diversos padrões e 
normas internacionais de Direitos 
Humanos, bem como mecanismos 
para promover e proteger 
esses direitos.
CORTE INTERAMERICANA 
DE DIREITOS HUMANOS: 
http://www.corteidh.or.cr/index.cfm.
Comissão Interamericana de 
Direitos Humanos: 
http://www.cidh.org/Default.htm.
Organização dos 
Estados Americanos:
http://www.oas.org/pt/.
Alto Comissariado das Nações 
Unidas para os Direitos Humanos: 
http://www.ohchr.org/EN/Pages/
WelcomePage.aspx.
Conselho de Direitos 
Humanos das Nações Unidas: 
http://www.dhnet.org.br/abc/onu/
conselhos_dh.htm.
Mecanismo de Revisão Periódica 
Universal das Nações Unidas:
http://www.ohchr.org/EN/HRBodies/
UPR/Pages/UPRMain.aspx.
Revisão Periódica Universal: 
http://rpubrasil.org/.
#FICAADICA 
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 13
#FICAADICA 
Uma pesquisa da Anistia 
Internacional, nos EUA, concluiu que 
os estudantes LGBT são ofendidos, em 
média, 26 vezes por dia. 80% deles são 
isolados socialmente. Mais da metade 
ouve comentários desagradáveis 
por parte de professores/as e da 
administração. Se a evasão de alunos/
as heterossexuais chega a 11%, quase 
três em 10 estudantes homossexuais 
abandonam a escola e 19% são 
agredidos fisicamente na escola. 
Segundo a mesma fonte, na grande 
maioria dos casos, o corpo docente 
não intercede em relação a essa forma 
de violência, e se os/as professores/as 
forem LGBT, podem ser demitidos/as 
em 40 estados.
Para ilustrar, em Fortaleza, a 
pesquisa do Programa de Ações 
Integradas e Referenciais, promovida 
pela Secretaria de Direitos Humanos 
da Presidência da República e 
coordenada pela professora Glória 
Diógenes, tem um caso emblemático 
de evasão escolar decorrente do 
bullying homofóbico, por meio de 
um depoimento de um garoto com 
17 anos para a pesquisa: “Mulher, 
é maravilhoso estudar. Lá onde eu 
estudava era tudo. Mas só, mulher, que 
eu não tenho paciência mais. Todo dia 
eu ficava aguentando aquele mesmo ó, 
todo mundo falando pêi gay, pêi gay... 
(G., Castelão, masculino, 17 anos). 
DIÓGENES, G. Os sete sentimentos 
capitais: exploração sexual comercial de 
crianças e adolescentes (2008, p. 202.)
Você acha que chamar a atenção 
para a dimensão do preconceito e 
da intolerância podem ajudar na 
proteção de crianças e adolescentes 
vítimas de violência sexual? 
novo paradigma sobre a infância: o da 
proteção integral dos direitos da crian-
ça e do adolescente.
Temas como preconceito de gênero, 
classe, raça, território e geração não se 
relacionam necessariamente com a orien-
tação sexual e/ou identidade de gênero 
das pessoas, mas com traços físicos e/
ou comportamentos que lembrem o sexo 
oposto. Diz respeito à aparência, à imagem 
das pessoas. Afirmar o direito de acesso 
aos Direitos Humanos é de fato promo-
ver a proteção dos direitos de crianças e 
adolescentes no Brasil e no mundo. 
Assim, entender o contexto em que 
foi necessárioe como se dá a responsa-
bilidade do Estado para a efetivação dos 
Direitos Humanos é condição para enten-
der, prevenir e enfrentar a violência sexual 
contra crianças e adolescentes.
Como parte da história de lutas por ga-
rantias de direitos, nascem as primeiras 
reivindicações sobre os direitos reprodu-
tivos e direitos sexuais, que passaram a 
fazer parte das pautas internacionais pela 
garantia dos Direitos Humanos, logo após 
as mulheres conquistarem seus direitos à 
educação e ao voto.
A partir disso, várias conferências e 
eventos pautaram o tema dos direitos se-
xuais e reprodutivos em suas discussões, 
auxiliando na conquista de muitos direitos.
O processo de reconhecimento dos 
direitos sexuais de crianças e adolescen-
tes mantém alguns paralelos com esta 
trajetória, mesmo que com certo lapso 
temporal. O processo de reconhecimento 
de direitos de cidadania no Brasil aconte-
ce ao mesmo tempo em que, no mundo, 
avança-se para o estabelecimento de um 
14 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
BRASIL. Constituição da República 
Federativa do Brasil. Brasília: Casa Civil, 
1988. Disponível em: http://www4.
planalto.gov.br/legislacao. Acesso em: 
16 jul. 2016.
BRASIL. Estatuto da Criança e do 
Adolescente (Lei nº 8069 de 13 julho de 
1990). Brasília: Casa Civil, 1990. Disponível 
em: http://www4.planalto.gov.br/
legislacao. Acesso em:16 jul. 2016.
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L. R. P. (Orgs.). Anais do III Congresso 
Mundial de Enfrentamento da Exploração 
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Rio de Janeiro: SDH/PR, 2008. Disponível 
em: http://pair.ledes.net/gestor/titan.
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CARVALHO, F. L.; PAIVA, L.; ROSENO, R. 
Estudo Proteger e Responsabilizar. O 
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sexual é criança ou adolescente. Brasília: 
Comitê Nacional de Enfrentamento 
da Violência Sexual contra Crianças e 
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Herrera FLORES, J. Direitos Humanos, 
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Instituto Interamericano Del Niño, la Niña 
y Adolescente (IIN). Violencia y Explotación 
Sexual contra niños y niñas en América 
Latina y el Caribe. Montevidéu: INN, 2000.
LEAL, M. L. P. A Mobilização das ONGS 
o Enfrentamento à Exploração Sexual 
Comercial de Crianças e Adolescentes no 
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Brasília, 2014.
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Disponível em: http://www.unicef.pt/docs/
pdf_publicacoes/convencao_direitos_
crianca2004.pdf. Acesso em: 30 jan. 2016.
PAIVA, Leila. Violência Sexual Contra 
Crianças e Adolescentes como Violação 
dos Direitos Humanos: Construções 
Históricas e Conceituais. Violência 
Sexual Contra Crianças e Adolescentes: 
cenários amazônicos, rede de proteção 
e responsabilidade empresarial. Rio de 
Janeiro: Lumen Juris, 2017. v. 1. pp. 77-106.
SANTOS, B. S. Os Direitos Humanos na Pós 
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www.ces.uc.pt/publicacoes/oficina/
ficheiros/10.pdf. Acesso em: 10 jan. 2016.
TRINDADE, A. A. C. Tratado de Direito 
Internacional dos Direitos Humanos. Porto 
Alegre: Sérgio Fabris Editor, 1997.
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 15
LEILA PAIVA (autora)
Advogada, mestra em Direito pela Universidade Católica de Brasília (UCB), especialista em 
Direito Público e Processo Penal pela Universidade de Fortaleza, professora de Direitos Hu-
manos e Direitos da Criança, pesquisadora do Núcleo de Estudos Especializados em Terceiro 
Setor (NEPATS) da UCB. É membro da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão Especial 
dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB - CE. Compôs a equipe de elaboração do 
Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3) e a equipe de sistematização e revisão do 
Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. Foi 
coordenadora do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças 
e Adolescentes da SDH/Presidência da República e do Serviço Disque 100, e coordenou a 
Secretaria Executiva do III Congresso Mundial contra a Exploração Sexual de Crianças e Ado-
lescentes, em 2008.
RAFAEL LIMAVERDE (ilustrador)
É ilustrador, chargista e cartunista (premiado internacionalmente) e xilogravurista. Formado em 
Artes Visuais pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Ceará (IFCE). Escreve 
e possui livros ilustrados nas principais editoras do Ceará e em editoras paulistas.
Realização
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