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A primeira entrevistada tem 37 anos, é formada em Serviço Social a 4 anos, é assistente social da CT O Bom Samaritano em Americana a 8 meses, em que trabalha por contrato, sendo seu primeiro emprego na área. Nossa segunda entrevistada tem 52 anos, é formada em Serviço social a 27 anos e já trabalhou na Pastoral da Criança em Piracicaba e Rio Claro, na Pastoral da Sobriedade e FEPASA em Santa Barbara D`Oeste e atualmente esta na CT Vida e Sobriedade também em Santa Barbara D`Oeste da qual foi membro fundadora e trabalha de maneira voluntaria. 
Referente a quantidade de pessoas atendidas pelas CTs, a de Americana atende 36 homens na faixa etária de 18 a 59 anos enquanto a de Santa Barbara D`Oeste atende 15 homens na faixa etária de 19 a 70 anos. Ambas atendem apenas pessoas que querem se tratar por iniciativa própria, mas existem casos em que a internação compulsória pode ocorrer por determinação judicial porem mesmo não havendo situações assim no momento em ambas. As substâncias que mais demandam as internações são o álcool e a cocaína embora as duas CTs atendam todo tipo de dependentes químicos, inclusive de substâncias lícitas como remédios. 
 	Na CT O Bom Samaritano em Americana o acolhimento é feito com a equipe técnica, psicóloga ou Assistente Social, fazendo o acolhimento ao ter o primeiro contato, com uma entrevista se preenche uma ficha e é esclarecido o programa, e as normas do regime interno da Comunidade Terapêutica e como acontecem os atendimentos com os demais profissionais da equipe. O Assistente Social faz um atendimento para escutar esse acolhido, ver o que é necessário de imediato e qual a situação de documentos de identificação, as questões de encaminhamentos a saúde e se existe algum tipo de processo judicial contra esse indivíduo. 
Já na CT Vida e Sobriedade os novos usuários passam por uma triagem para que sua situação seja avaliada e para que os devidos encaminhamentos sejam realizados; “psicólogo/ psiquiatra” - avaliação médica e psiquiátrica para a identificação de possíveis comorbidades. A família precisa providenciar um pequeno enxoval para a estadia do usuário na instituição e é realizado uma avalição socioeconômica com ela para que se defina um auxílio financeiro, para a manutenção da estadia do usuário na CT. Por fim é passado ao paciente todas as informações pertinentes a respeito de sua internação como, tempo mínimo de estadia, funcionamento e regras da instituição.
Sobre o tempo de permanência dos usuários na instituição, na CT O Bom Samaritano o usuário pode permanecer por no máximo 6 meses na instituição, porém o tempo médio de estadia destes é de 2 meses, enquanto na CT Vida e sobriedade os usuários podem permanecer no máximo 1 ano, contudo o tempo médio de estadia é de 6 meses, o necessário para que o corpo consiga se desintoxicar por completo da substancia utilizada.
Em ambas CTs existe um enorme trabalho para que o usuário volte ao convívio social fazendo com que em sua grande maioria, quase que por completo, todos os usuários consigam ser reinseridos na sociedade com sucesso porem muitas questões subjetivas de cada usuário influenciam na continuidade desse sucesso ou no regresso para a instituição como, por exemplo, o apoio familiar, a mudança de hábitos e a força de vontade individual de cada um o que faz com que exista um alto índice de reinternações como apreendido na entrevista com as duas assistentes sociais.
Mais especificamente sobre o papel do Serviço Social nesta demanda a assistente social da CT O Bom Samaritano explica
O nosso papel como Assistente Social é garantir os direitos desse cidadão institucionalizado. Nós fazemos o acolhimento preenchemos a ficha social e coletamos algumas informações, fazendo assim uma investigação minuciosa. Com os dados coletados encaminhamos para qual demanda seja necessária como, escolarização Seeja, realidade social e econômica desse indivíduo, as demandas judicias, encaminhamentos clínicos, odontológicos, encaminhamento para o mercado de trabalho, Cadastro Único, referenciamento nas redes Cras, Creas, encaminhamento para o CAPS, UBS, PSA e o fortalecimento de vinculo familiar. O nosso papel é sermos propositivos, pensar sempre na proposição daquele indivíduo para que ele saia daquela realidade onde se encontra. O Assistente Social tem que lidar com a singularidade desse acolhido porque esse sujeito tem muitas demandas, eles necessitam ser assistidos e o processo todo ser visibilizado. (entrevistada A)
A assistente social da CT Vida e Sobriedade ao ser indagada sobre essa mesma questão respondeu resumidamente que todo o processo que envolve a triagem, os encaminhamentos dos usuários e a reinserção na sociedade é de responsabilidade do Serviço Social.
Concernente aos projetos desenvolvidos na instituição a CT O Bom Samaritano trabalha em parceria com o Fundo Social da cidade de Americana e com a escola CEEJA, oferecendo dessa forma diversos cursos profissionalizantes, onlines e presenciais. Já a CT Vida e Sobriedade não têm nem um tipo de convenio ou parceria com qualquer órgão público, porem mesmo assim desenvolve inúmeros projetos como, a horta comunitária, o artesanato e a padaria da instituição onde os próprios usuários trabalham e aprendem uma profissão, além disso os usuários também participam de atividades de lazer e socioeducativas como, esportes e conversas em grupo.
Nas CTs as assistentes sociais referentes a esses projetos ficam encarregadas por administrar, coordenar e operacionalizar cada atividade desenvolvidas nas instituições, inclusive em muitas dessas ocasiões as famílias são convidadas a participar no intuito de fortalecer vínculos e mostrar a importância no tratamento. Em ambas CTs a família dos usuários participam de atividades em grupo mediadas pelo Serviço Social como, alcoólicos / narcóticos anônimos porem na CT O bom Samaritano é desenvolvido um encontro com as famílias intitulado Amor Exigente também no intuito de fortalecer vínculos familiares e na CT Vida e Sobriedade existem encontros parecidos com o mesmo objetivo, em que mesmo depois de estar fora da instituição ainda pode recorrer a esse como auxilio.
A respeito de como as CTs interagem com a política de saúde as assistentes sociais tanto da CT O Bom Samaritano quanto da CT Vida e Sobriedade explanaram que sua interação se dá nos encaminhamentos dos usuários para os atendimentos de saúde ao entrarem na instituição e no decorrer de sua estadia conforme os usuários necessitam de consultas e exames médicos. Já sobre a política de assistência social em ambas CTs é mínima essa interação, porem a CT Vida e Sobriedade destaca que mesmo não tendo vínculos com a prefeitura recebe periodicamente encaminhamentos vindos de CRAS e CREAS.
Quando perguntadas sobre quais as dificuldades e facilidades encontradas em seu trabalho na instituição a assistente social da CT O Bom Samaritano verbalizou que o maior problema encontrado é a resistência quando se fala em mudanças e o facilitador é o apoio da coordenação que sempre traz boas ideias , já a assistente social da CT Vida e Sobriedade relatou que sua maior dificuldade está relacionada ao financeiro pois como já mencionado não é conveniada a prefeitura e por consequência não recebe nem um tipo de auxílio, e seu facilitador é autonomia obtida na instituição permitindo que seu trabalho seja desenvolvido de acordo com as normas e técnicas do Serviço social sem intromissões.
Por fim ambas as profissionais explanaram o que mais lhes motivava a continuar trabalhando com essa demanda e sobre isso a assistente social da CT O Bom Samaritano relatou que:
 É saber que através de informações que são passadas aos sujeitos de direitos surgem efeitos.
Ver esses cidadãos voltarem ao convívio familiar, convívio social, são inseridos no mercado de trabalho, planejar um projeto de vida e ter seus sonhos realizados. Esses sujeitos vão para seus espaços, sua vida está se ressignificando, se tornando um agente de transformação social, eu tenho que pensar no mais vulnerável seja ele quem for.
Que eu possa crer em diasmelhores, em um país que o mínimo necessário seja garantido para todos esses cidadãos e não somente para uma minoria. (entrevista A)
Já a assistente social da CT Vida e Sobriedade explanou que:
Acreditar no ser humano e confiar em Deus, saber que todo ser humano tem uma chance de se restaurar. Amor à causa e vontade de fazer a diferença quanto ao uso abusivo de drogas. (entrevista B)
Pudemos observar que nossa primeira hipótese relacionada a importância fundamental das ações realizadas pelas assistentes sociais no processo de tratamento de pessoas dependentes do uso de substancias psicoativas foi confirmada, pois ambas as entrevistadas demostraram desempenhar atividades que somente um profissional de Serviço Social é capacitado e preparado para tal, como, por exemplo, a interlocução e encaminhamentos para as redes de saúde e assistencial e ao elaborar e executar atividades socioeducativas para o fortalecimento de vínculos familiares e conscientização da dependência química. 
Notamos que o trabalho do assistente social nesta demanda vai muito mais além, já que o mesmo é responsável por desenvolver estudos sócio econômicos e apurar a realidade do contexto familiar para entender as vulnerabilidades e possíveis causas da dependência, tornando-o essencial para trabalhar ações que de fato impliquem resultado no tratamento do usuário levando em conta a conjuntura em que está inserido.
Infelizmente devido os infortúnios gerados em decorrência da pandemia ( COVID- 19) nossa segunda hipótese não pode ser confirmada pois não nos foi permitido entrevistar os usuários afim de apurar se de fato adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social realmente estão mais predispostos ao uso de substancias psicoativas. Embora, vale ressaltar que em nossas conversas com as entrevistadas, ao fugirmos um pouco do rodeiro de entrevista ambas relataram que em sua maioria os usuários foram expostos e tiveram o primeiro contato com substâncias psicoativas na adolescência devido a estarem inseridos em um contexto regrado de vulnerabilidades e violações de direitos.

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