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Curso completo Conselhos dos Direitos da Pessoa Idosa

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|1	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
CURSO	
  TEMÁTICO	
  
PARA	
  O	
  CONSELHO	
  DA	
  PESSOA	
  IDOSA	
  
	
  
	
   	
  
	
   |2	
  	
  
SUMÁRIO	
  
	
  
SUMÁRIO	
  ...........................................................................................................................................................	
  2	
  
APRESENTAÇÃO	
  ..............................................................................................................................................	
  5	
  
	
  
PRIMEIRO	
  EIXO:	
  LINHA	
  DO	
  TEMPO	
  DOS	
  DIREITOS	
  DA	
  PESSOA	
  IDOSA	
  
	
  
Módulo	
  1:	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1988	
  ................................................................................................................	
  9	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
  1	
  .................................................................................................................................................	
  9	
  
INTRODUÇÃO	
  ........................................................................................................................................................................	
  9	
  
I.	
  DISPOSITIVOS	
  CONSTITUCIONAIS	
  RELEVANTES	
  .............................................................................................	
  9	
  
MATERIAIS	
  AUXILIARES	
  ...............................................................................................................................................	
  10	
  
	
  
Módulo	
  2:	
  Política	
  Nacional	
  do	
  Idoso	
  -­‐	
  PNI	
  ..........................................................................................................	
  11	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
   2	
  .............................................................................................................................................	
  11	
  
INTRODUÇÃO	
  .....................................................................................................................................................................	
  11	
  
I.	
  POLÍTICA	
  NACIONAL	
  DO	
  IDOSO	
  ............................................................................................................................	
  11	
  
II.	
  PRINCÍPIOS	
  ....................................................................................................................................................................	
  12	
  
MATERIAIS	
  AUXILIARES	
  ...............................................................................................................................................	
  14	
  
	
  
Módulo	
  3:	
  Estatuto	
  do	
  Idoso	
  .....................................................................................................................................	
  15	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
   3	
  .............................................................................................................................................	
  15	
  
INTRODUÇÃO	
  .....................................................................................................................................................................	
  15	
  
I.	
  O	
  ESTATUTO	
  FACE	
  AOS	
  DIREITOS	
  FUNDAMENTAIS	
  ...................................................................................	
  15	
  
II.	
  O	
  ESTATUTO	
  FACE	
  ÀS	
  POLÍTICAS	
  SOCIAIS	
  .....................................................................................................	
  16	
  
III.	
  O	
  ESTATUTO	
  FACE	
  ÀS	
  MEDIDAS	
  DE	
  PROTEÇÃO	
  ........................................................................................	
  19	
  
IV.	
  O	
  ESTATUTO	
  FACE	
  À	
  DEFESA	
  DE	
  DIREITOS	
  .................................................................................................	
  21	
  
V.	
  ENTIDADES	
  DE	
  ATENDIMENTO	
  AO	
  IDOSO	
  .....................................................................................................	
  22	
  
MATERIAIS	
  AUXILIARES	
  ...............................................................................................................................................	
  26	
  
	
  
Módulo	
  4:	
  Fundo	
  Nacional	
  do	
  Idoso	
  .......................................................................................................................	
  27	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
   4	
  .............................................................................................................................................	
  27	
  
INTRODUÇÃO	
  .....................................................................................................................................................................	
  27	
  
I.	
  GESTÃO	
  DAS	
  APLICAÇÕES	
  ........................................................................................................................................	
  28	
  
MATERIAIS	
  AUXILIARES	
  ...............................................................................................................................................	
  32	
  
	
   |3	
  	
  
	
  
SEGUNDO	
  EIXO:	
  A	
  INTERVENÇÃO	
  DAS	
  POLÍTICAS	
  SOCIAIS	
  COMPROMETIDAS	
  COM	
  A	
  
PESSOA	
  IDOSA	
  
Módulo	
  1:	
  A	
  Atenção	
  Integral	
  à	
  Saúde	
  da	
  Pessoa	
  Idosa	
  ...................................................................................	
  34	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
  1	
  ..............................................................................................................................................	
  34	
  
INTRODUÇÃO	
  .....................................................................................................................................................................	
  34	
  
I.	
  O	
  MODELO	
  DE	
  ATENÇÃO	
  INTEGRAL	
  À	
  SAÚDE	
  DA	
  PESSOA	
  IDOSA	
  ........................................................	
  34	
  
II.	
  CARACTERÍSTICAS	
  .....................................................................................................................................................	
  34	
  
III.	
  O	
  MODELO	
  NA	
  PRÁTICA	
  .........................................................................................................................................	
  35	
  
IV.	
  TESTANDO	
  O	
  MODELO	
  ............................................................................................................................................	
  36	
  
V.	
  APRENDIZAGEM	
  ..........................................................................................................................................................	
  36	
  
VI.	
  ATENÇÃO	
  DOMICILIAR	
  E	
  O	
  ENFRENTAMENTO	
  DA	
  VIOLÊNCIA	
  AOS	
  IDOSOS	
  ...............................	
  37	
  
VII.	
  ASPECTO	
  PREVENTIVO	
  .........................................................................................................................................	
  38	
  
VIII.	
  ASPECTO	
  PALIATIVO	
  ............................................................................................................................................	
  39	
  
MATERIAIS	
  AUXILIARES	
  ...............................................................................................................................................	
  40	
  
	
  
Módulo	
  2:	
  A	
  Pessoa	
  Idosa	
  na	
  ótica	
  dos	
  serviços	
  e	
  benefícios	
  socioassistenciais	
  ....................................	
  41	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
  2	
  ..............................................................................................................................................	
  41	
  
INTRODUÇÃO	
  .....................................................................................................................................................................	
  41I.	
  AS	
  UNIDADES	
  DE	
  ATENDIMENTO	
  ........................................................................................................................	
  42	
  
II.	
  PROTEÇÃO	
  SOCIAL	
  BÁSICA	
  ....................................................................................................................................	
  43	
  
III.	
  PROTEÇÃO	
  SOCIAL	
  ESPECIAL	
  DE	
  MÉDIA	
  COMPLEXIDADE	
  ...................................................................	
  44	
  
IV.	
  PROTEÇÃO	
  SOCIAL	
  ESPECIAL	
  DE	
  ALTA	
  COMPLEXIDADE	
  ......................................................................	
  45	
  
V.	
  OBSERVAÇÕES	
  SOBRE	
  O	
  SERVIÇO	
  DE	
  ACOLHIMENTO	
  DE	
  PESSOAS	
  IDOSAS	
  .................................	
  46	
  
MATERIAIS	
  AUXILIARES	
  ...............................................................................................................................................	
  46	
  
	
  
TERCEIRO	
  EIXO:	
  TEMAS	
  TRANSVERSAIS	
  
	
  
Módulo	
  1:	
  Sobre	
  o	
  envelhecimento	
  ....................................................................................................................	
  48	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
  1	
  ..............................................................................................................................................	
  48	
  
INTRODUÇÃO	
  .....................................................................................................................................................................	
  48	
  
I.	
  O	
  ENVELHECIMENTO	
  ATIVO	
  E	
  SAUDÁVEL	
  .......................................................................................................	
  49	
  
II.	
  O	
  CONTEXTO	
  DE	
  ENVELHECIMENTO	
  NO	
  BRASIL	
  ........................................................................................	
  50	
  
MATERIAIS	
  AUXILIARES	
  ...............................................................................................................................................	
  54	
  
	
  
	
  
	
   |4	
  	
  
Módulo	
  2:	
  A	
  Pessoa	
  Idosa	
  e	
  o	
  Direito	
  à	
  Convivência	
  Familiar	
  e	
  Comunitária	
  ..........................................	
  55	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
  2	
  ..............................................................................................................................................	
  55	
  
INTRODUÇÃO	
  .....................................................................................................................................................................	
  55	
  
I.	
  ASPECTOS	
  DO	
  DIREITO	
  À	
  CONVIVÊNCIA	
  FAMILIAR	
  ....................................................................................	
  55	
  
II.	
  ASPECTOS	
  DO	
  DIREITO	
  À	
  CONVIVÊNCIA	
  COMUNITÁRIA	
  ........................................................................	
  57	
  
MATERIAIS	
  AUXILIARES	
  ...............................................................................................................................................	
  57	
  
	
  
Módulo	
  3:	
  Violência	
  à	
  Pessoa	
  Idosa	
  ........................................................................................................................	
  58	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
  3	
  ..............................................................................................................................................	
  58	
  
INTRODUÇÃO	
  .....................................................................................................................................................................	
  58	
  
I.	
  AMPLIANDO	
  A	
  DEFINIÇÃO	
  DE	
  VIOLÊNCIA	
  À	
  PESSOA	
  IDOSA	
  ...................................................................	
  58	
  
II.	
  IDENTIFICAÇÃO	
  DAS	
  FORMAS	
  DE	
  VIOLÊNCIA	
  À	
  PESSOA	
  IDOSA	
  ..........................................................	
  59	
  
III.	
  IDENTIFICAÇÃO	
  DE	
  TIPOS	
  DE	
  VIOLÊNCIA	
  À	
  PESSOA	
  IDOSA	
  ................................................................	
  60	
  
IV.	
  MEIOS	
  DE	
  ENFRENTAMENTO	
  À	
  VIOLÊNCIA	
  À	
  PESSOA	
  IDOSA	
  .............................................................	
  62	
  
MATERIAIS	
  AUXILIARES	
  ...............................................................................................................................................	
  65	
  
	
  
Módulo	
  Complementar	
  ...............................................................................................................................................	
  66	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
  COMPLEMENTAR	
  ...........................................................................................................	
  66	
  
INTRODUÇÃO	
  .....................................................................................................................................................................	
  66	
  
I.	
  INFORMAÇÕES	
  BÁSICAS	
  E	
  QUESTIONÁRIO	
  .....................................................................................................	
  67	
  
	
  
Referências	
  Bibliográficas	
  .........................................................................................................................................	
  76	
  
	
   	
  
	
   |5	
  	
  
APRESENTAÇÃO	
  
	
  
Este	
  curso	
  foi	
  elaborado	
  para	
  proporcionar	
  a	
  divulgação	
  e	
  expansão	
  de	
  informações	
  
na	
  área	
  de	
  atuação	
  dos	
  Conselhos	
  dos	
  Direitos	
  da	
  Pessoa	
  Idosa.	
  É	
  voltado	
  para	
  	
  diferentes	
  	
  
públicos,	
   	
   desde	
   	
   iniciantes	
   	
   até	
   	
   os	
   que	
   têm	
   mais	
   proximidade	
   com	
   a	
   área.	
   Destina-­‐se	
  
especialmente	
  aos	
  integrantes	
  das	
  comissões	
  dos	
  conselhos	
  municipais,	
  estaduais,	
  distrital	
  	
  
e	
   	
  nacional;	
   	
  para	
   	
  outros	
  servidores	
  públicos	
  de	
  diferentes	
  esferas	
  do	
  governo	
  que	
  atuam	
  
intersetorialmente	
   com	
   os	
   conselhos;	
   e	
   participantes	
   de	
   organizações	
   da	
   sociedade	
  
civil.	
  
Cada	
  módulo	
  disponibiliza	
  as	
  leis	
  pertinentes	
  para	
  assegurar	
  a	
  proteção,	
  promoção	
  	
  
e	
  garantia	
   	
   	
  dos	
   	
  direitos	
   	
  dos	
   	
   idosos	
   	
   referentes	
   	
   	
  à	
   	
  matéria	
   	
  abordada.	
  Com	
   isso,	
   tem	
  o	
  
intuito	
  de	
  possibilitar	
  um	
  senso	
  reflexivo	
  e	
  a	
  possibilidade	
  de	
  desenvolver	
  	
  a	
  	
  compreensão	
  	
  
do	
  	
  real	
  	
  contexto	
  	
  no	
  	
  qual	
  	
  se	
  	
  encontram	
  	
   envolvidos.	
  
Por	
   ser	
   um	
   curso	
   de	
   caráter	
   introdutório,	
   apresenta	
   a	
   ótica	
   de	
   outros	
   ramos	
   do	
  
conhecimento	
   que	
   contribuem	
   com	
   seus	
   estudos	
   e	
   pesquisas	
   para	
   a	
   magnitude	
   dos	
  
fenômenos	
   concernentes	
   a	
   esta	
   fase	
   da	
   vida,	
   sem	
   ter	
   a	
   pretensão	
   de	
   finitude	
   sobre	
   as	
  
questões	
  discutidas.	
  Sempre	
  no	
  final	
  de	
  cada	
  módulo	
  há	
  uma	
  listagem	
  constituída	
  de	
  livros,	
  
revistas,	
  sites	
  da	
  internet,	
  e	
  vídeos	
  que	
  foram	
  as	
  fontes	
  de	
  consulta	
  utilizadas	
  para	
  a	
  redação	
  
do	
   texto.	
   Ficam	
   como	
   sugestão	
   para	
   quem	
  pretende	
   conhecer	
  mais	
   sobre	
  o	
   assunto.	
  Não	
  
existe	
  nenhuma	
  exigência	
  de	
  leitura	
  da	
  bibliografia	
  de	
  suporte	
  para	
  o	
  acompanhamento	
  das	
  
atividades	
  do	
  curso.	
  Apenas,	
  fica	
  no	
  ar	
  a	
  expectativa	
  de	
  que	
  continuem	
  a	
  ler	
  e	
  que	
  adquiram	
  
cada	
  vez	
  mais,	
  conhecimento.	
  
Pensando	
  emcontribuir	
  com	
  o	
  enriquecimento	
  de	
  	
  cada	
  	
  um	
  	
  e	
  	
  com	
  	
  a	
  	
  expansão	
  da	
  
informação,	
  as	
  avaliações	
  dos	
  módulos	
  foram	
  formuladas.	
  Estão	
  organizadas	
  por	
  questões	
  
de	
  múltipla	
  escolha	
  e	
  têm	
  correspondência	
  com	
  	
  os	
   	
  tópicos	
  abordados.	
  E,	
   	
  quiçá	
   	
  possam	
  	
  
fazer	
  	
  associações	
  	
  com	
  	
  as	
  	
  experiências	
  	
  que	
  	
  a	
  	
   vida,	
  	
   o	
  	
   desempenho	
  	
   das	
  	
   atividades	
  	
   e	
  	
  
a	
  	
   rotina	
  	
   de	
  	
   trabalho	
  	
   favoreceram.	
   	
  
Ao	
   finalizar	
   compartilho	
   palavras	
   atribuídas	
   a	
   Cora	
   Coralina:	
   “Convoco	
   os	
   velhos	
  
como	
  eu,	
   ou	
  mais	
  velhos	
  que	
  eu,	
  para	
  exercerem	
  seus	
  direitos”	
  Parafraseando-­‐a,	
   convoco	
  
todos	
  vocês,	
  velhos	
  como	
  eu,	
  ou	
  mais	
  velhos	
  que	
  eu,	
  ou	
  mais	
  jovens	
  para	
  conhecer	
  e	
  exercer	
  
seus	
   direitos,	
   e	
   com	
   o	
   nosso	
   esforço,	
   possamos	
   alcançar	
   todos	
   àqueles	
   que	
   precisam	
  
urgentemente	
  de	
  nossas	
  ações	
  em	
  prol	
  de	
  uma	
  vida	
  mais	
  digna	
  e	
  mais	
   justa.	
  Sejam	
  bem-­‐
vindos	
  e	
  sintam-­‐se	
  convidadíssimos	
  a	
  participar	
  do	
  nosso	
  curso,	
  vamos	
  começar?!	
  
O	
  Curso	
  Temático	
  para	
  o	
  Conselho	
  dos	
  	
  Direitos	
  	
  da	
  	
  Pessoa	
  	
  Idosa	
  	
  foi	
  	
  desenhado	
  	
  a	
  	
  
	
   |6	
  	
  
partir	
  	
  de	
  	
  três	
  	
  	
  eixos:	
  	
  	
  Linha	
  	
  	
  do	
  	
  	
  Tempo	
  	
  	
  dos	
  	
  	
  Direitos	
  	
  	
  da	
  	
  	
  Pessoa	
  	
  Idosa,	
  	
  A	
  	
  intervenção	
  	
  
das	
  	
  Políticas	
  	
  Sociais	
  	
  comprometidas	
  	
  com	
  	
  a	
  	
  Pessoa	
  	
  	
  	
   Idosa,	
  	
  	
  	
   e	
  	
  	
  	
   Temas	
  	
  	
  	
   transversais	
  	
  	
  	
  
que	
  	
  	
  	
   eclodem	
  	
  	
  	
   na	
  	
  	
  	
   população	
  	
  	
  	
   idosa.	
  
O	
  primeiro	
  eixo	
  é	
  dedicado	
  a	
  traçar	
  a	
  Linha	
  do	
  Tempo	
  dos	
  Direitos	
  da	
  Pessoa	
  Idosa.	
  
Começamos	
   com	
   o	
  Módulo	
   1	
   -­‐	
   Constituição	
   Federal	
   de	
   1988,	
   identificando	
   os	
   principais	
  
artigos	
  que	
  propiciam	
  uma	
  nova	
  dinâmica	
  aos	
  direitos	
  do	
  idoso.	
  Em	
  seguida	
  o	
  Módulo	
  2	
  -­‐	
  
Política	
   Nacional	
   do	
   Idoso,	
   como	
   a	
   era	
   que	
   oferece	
   os	
   princípios	
   que	
   integram	
   o	
   novo	
  
paradigma	
  na	
  política	
  pública	
  para	
  a	
  pessoa	
  idosa.	
  Estudamos	
  as	
  ações	
  setoriais	
  nas	
  áreas	
  
de	
  promoção	
  e	
  assistência	
  social;	
  saúde;	
  educação;	
  trabalho	
  e	
  previdência	
  social,	
  habitação	
  
e	
   urbanismo;	
   justiça;	
   cultura,	
   esporte	
   e	
   lazer.	
   Aqui	
   também	
   existe	
   o	
   ganho	
   do	
  milênio:	
   a	
  
criação	
  dos	
  conselhos	
  para	
  a	
  pessoa	
  idosa.	
  Paramos	
  o	
  Tempo	
  dos	
  Direitos	
  da	
  Pessoa	
  ao	
  nos	
  
depararmos	
   com	
  o	
  Módulo	
   3	
   -­‐	
   Estatuto	
   do	
   Idoso	
   que	
  marca	
   um	
  momento	
   especial,	
   pois	
  
propõe	
  medidas	
  que	
  permitem	
  a	
  constituição	
  do	
  Sistema	
  de	
  Garantia	
  de	
  Direitos	
  da	
  Pessoa	
  
Idosa.	
  Fazemos	
  a	
  colheita	
  da	
  estação,	
  representadas	
  pelas	
  medidas	
  de	
  proteção	
  e	
  de	
  defesa,	
  
e	
   a	
   especificação	
  dos	
   regimes	
  e	
  os	
   critérios	
   estabelecidos	
  para	
  o	
   atendimento	
  dos	
   idosos	
  
que	
   tiveram	
   os	
   seus	
   direitos	
   violados.	
   Visitamos	
   as	
   políticas	
   sociais	
   preconizadas	
   no	
  
Estatuto	
  com	
  a	
  intenção	
  de	
  conhecer	
  cada	
  um	
  dos	
  direitos	
  relacionados	
  com:	
  a	
  alimentação;	
  
saúde;	
   educação,	
   lazer	
   e	
   esporte;	
   profissionalização	
   e	
   trabalho,	
   previdência	
   e	
   assistência	
  
social;	
   habitação;	
   e,	
   transporte.	
   Destacamos	
   a	
   importância	
   desse	
   órgão	
   para	
   a	
   defesa	
   e	
  
garantia	
  dos	
  direitos,	
  e	
  o	
  Módulo	
  4	
  -­‐	
  Fundo	
  Nacional	
  do	
  	
   Idoso	
   o	
   seu	
  papel	
   para	
   o	
   avanço	
  
das	
  políticas	
  destinadas	
   a	
   esta	
   faixa	
   etária.	
  
O	
  segundo	
  eixo	
  denominado:	
  A	
  intervenção	
  das	
  Políticas	
  Sociais	
  	
  com-­‐	
  	
  prometidas	
  	
  	
  	
  
com	
  	
  	
  	
  a	
  	
  	
  	
  Pessoa	
  	
  	
  	
  Idosa	
  	
  	
  	
  possibilita	
  	
  	
  	
  que	
  	
  	
  	
  a	
  	
  	
  	
  trajetória	
  	
  continue:	
  
Por	
  meio	
  do	
  Módulo	
  1	
  –	
  A	
  Atenção	
  Integral	
  à	
  Saúde	
  da	
  Pessoa	
  Idosa	
  é	
  possível	
  entender	
  o	
  
que	
   é	
   atenção	
   integral.	
   Quais	
   ações	
   estão	
   disponíveis?	
   Onde	
   se	
   localizam?	
   Existem	
  
dificuldades	
  no	
  atendimento?	
  O	
  que	
  significa	
  aspecto	
  preventivo?	
  E	
  aspecto	
  paliativo?	
  
Ou	
   pela	
   via	
   do	
   Módulo	
   2	
   -­‐	
   A	
   Pessoa	
   Idosa	
   na	
   ótica	
   dos	
   serviços	
   e	
   benefícios	
  
socioassistenciais.	
   Enfocamos	
   o	
   direito	
   aos	
   benefícios,	
   serviços,	
   programas	
   e	
   projetos	
  
socioassistenciais	
  para	
  o	
  enfrentamento	
  da	
  situação	
  de	
  vulnerabilidade	
  social.	
  Conhecemos	
  
as	
  ações	
  específicas	
  para	
  a	
  pessoa	
  ido	
  Ou	
  pela	
  via	
  do	
  Módulo	
  2	
  -­‐	
  A	
  Pessoa	
  Idosa	
  na	
  ótica	
  dos	
  
serviços	
   e	
   benefícios	
   socioassistenciais.	
   Enfocamos	
   o	
   direito	
   aos	
   benefícios,	
   serviços,	
  
programas	
   e	
   projetos	
   socioassistenciais	
   para	
   o	
   enfrentamento	
   da	
   situação	
   de	
  
vulnerabilidade	
  social.	
  Conhecemos	
  as	
  ações	
  específicas	
  para	
  a	
  pessoa	
  idosa	
  realizadas	
  no	
  
CRAS	
  e	
  no	
  CREAS.	
  Vamos	
  falar	
  de	
  Proteção	
  Social	
  Básica;	
  Proteção	
  Social	
  Especial	
  de	
  Média	
  
Complexidade	
  e	
  de	
  Proteção	
  Social	
  Especial	
  de	
  Alta	
  Complexidade.	
  Por	
  fim	
  apresentamos	
  
	
   |7	
  	
  
algumas	
   observações	
   sobre	
   o	
   serviço	
   de	
   acolhimento	
   direcionado	
   às	
   pessoas	
   idosas.	
   O	
  
terceiro	
  eixo	
  destaca:	
  Temas	
  transversais	
  que	
  eclodem	
  na	
  população	
  idosa.	
  	
  
O	
  Módulo	
  1	
  -­‐	
  É	
  o	
  momento	
  para	
  refletirmos	
  sobre	
  o	
  envelhecimento.	
  Vamos	
  começar	
  
pelo	
   conceito	
   e,	
   depois	
   saber	
   o	
   que	
   significa	
   o	
   envelhecimento	
   ativo	
   e	
   saudável	
   e,	
  
finalmente	
  como	
  é	
  envelhecer	
  no	
  Brasil.	
  
Em	
   seguida,	
   no	
   Módulo	
   2	
   -­‐	
   A	
   pessoa	
   idosa	
   e	
   o	
   direito	
   à	
   convivência	
   familiar	
   e	
  
comunitária	
  -­‐	
  abordaremos	
  os	
  aspectos	
  do	
  direito	
  à	
  convivência	
  familiar:	
  definindo	
  o	
  que	
  é	
  
família,	
  comentando	
  sobre	
  os	
  modelos	
  de	
  formação	
  familiar	
  e,	
  ainda	
  os	
  impactos	
  existentes	
  
na	
   convivência	
   do	
   idoso	
   com	
   a	
   família.	
   Vamos	
   também	
   definir	
   os	
  	
  aspectos	
   do	
   direito	
   à	
  
convivência	
  comunitária.	
  
Vamos	
  ao	
  Módulo	
  3	
  -­‐	
  Tratar	
  da	
  Violência	
  à	
  pessoa	
  idosa.	
  Logo	
  no	
  início,	
  definindo-­‐a.	
  
Em	
   seguida	
   ampliando	
   a	
   definição	
   de	
   violência	
   à	
   pessoa	
   idosa	
   na	
   tentativa	
   de	
   melhor	
  
estudá-­‐la.	
  Identificaremos	
  as	
  formas	
  e	
  os	
  tipos	
  de	
  violência	
  à	
  pessoa	
  idosa.	
  De	
  que	
  maneirapodemos	
  enfrentar	
  a	
  violência	
  à	
  pessoa	
   idosa?	
  Enfim,	
  conhecer	
  os	
  canais	
  de	
  denúncia,	
  as	
  
Ouvidorias	
  e	
  as	
  Delegacias.	
  
Por	
  último,	
  inserimos	
  mais	
  um	
  módulo,	
  denominado	
  de	
  Módulo	
  Complementar	
  com	
  
a	
  pretensão	
  de	
   ter	
   um	
  espaço	
  para	
  discussão	
   e	
   aprender	
   com	
  quem	
  está	
   enfrentando	
  as	
  
demandas	
   da	
   população	
   idosa.	
   Utilizamos	
   como	
   metodologia,	
   a	
   técnica	
   de	
   entrevista	
  
estruturada	
  e,	
  através	
  de	
  questões	
  previamente	
  formuladas,	
  adentramos	
  por	
  meio	
  da	
  nossa	
  
amostra	
  o	
  cotidiano	
  dos	
  Conselhos	
  dos	
  Direitos	
  do	
  Idoso.	
  A	
  interlocução	
  foi	
  com	
  o	
  Conselho	
  
dos	
  Direitos	
  do	
  Idoso	
  do	
  Distrito	
  Federal	
  -­‐	
  CDI/	
  DF.	
  O	
  nosso	
  agradecimento	
  a	
  toda	
  equipe	
  
que	
  se	
  desdobrou	
  para	
  nos	
  atender	
  da	
  melhor	
  forma	
  possível.	
  
	
   	
  
	
   |8	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
PRIMEIRO	
  EIXO	
  
LINHA	
   DO	
   TEMPO	
   DOS	
   DIREITOS	
   DA	
   PESSOA	
  
IDOSA	
  
	
   	
  
	
   |9	
  	
  
Módulo	
  1	
  
Constituição	
  Federal	
  de	
  1988	
  
	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
  1	
  
Identificar	
   os	
   principais	
   artigos	
   que	
   propiciam	
   uma	
   nova	
   dinâmica	
   aos	
   direitos	
   do	
  
idoso.	
  
	
  
INTRODUÇÃO	
  
A	
  Constituição	
  da	
  República	
  Federativa	
  do	
  Brasil	
  de	
  1988,	
  ou	
  Constituição	
  de	
  1988	
  
foi	
   elaborada	
  por	
  uma	
  Assembleia	
  Constituinte	
   composta	
  por	
  559	
  parlamentares,	
   contou	
  
com	
  a	
  participação	
  popular.	
  
Instituiu	
   inúmeros	
  preceitos	
  progressistas	
   e	
   traz	
  um	
  novo	
  paradigma	
   legal	
   para	
   a	
  
pessoa	
  idosa.	
  Presente,	
  enfaticamente,	
  nos	
  capítulos	
  da	
  previdência	
  e	
  da	
  assistência	
  social,	
  
e	
  da	
  família.	
  
Salientamos	
  os	
  artigos	
  que	
  propiciam	
  uma	
  nova	
  dinâmica	
  na	
  temática	
  dos	
  direitos	
  
da	
   pessoa	
   idosa	
   de-­‐	
   correntes	
   da	
   reciprocidade,	
   do	
   atendimento	
   das	
   necessidades	
   e	
   na	
  
defesa	
  da	
  dignidade	
  da	
  pessoa	
  idosa.	
  
	
  
I.	
  DISPOSITIVOS	
  CONSTITUCIONAIS	
  RELEVANTES	
  	
  
A	
  previdência	
  social	
  deve	
  dar	
  cobertura	
  aos	
  eventos	
  de	
  doença,	
   invalidez,	
  morte	
  e	
  
idade	
  avançada.	
  Para	
  ter	
  o	
  direito	
  a	
  aposentadoria,	
  é	
  necessário	
  combinar	
  dois	
  requisitos,	
  a	
  
idade	
  e	
  o	
  tempo	
  de	
  contribuição	
  ao	
  INSS	
  (Instituto	
  Nacional	
  do	
  Seguro	
  Social).	
  As	
  mulheres	
  
precisam	
  completar	
  60	
  anos,	
   e	
   os	
  homens,	
  65.	
  O	
   tempo	
  de	
   contribuição	
  mínimo	
   é	
   de	
  15	
  
anos,	
   o	
   equivalente	
   a	
   180	
   contribuições.	
   O	
   fator	
   previdenciário	
   leva	
   em	
   consideração	
   a	
  
longevidade	
  da	
  população.	
  O	
  benefício	
  pode	
  ser	
  reduzido	
  conforme	
  a	
  idade	
  no	
  momento	
  da	
  
aposentadoria.	
   A	
   equação	
   é:	
   quanto	
  menor	
   a	
   idade	
   da	
   aposentadoria	
  menor	
   o	
   benefício.	
  
Importante	
  ressaltar	
  o	
  uso	
  da	
  expressão	
  idade	
  avançada	
  cujo	
  sentido	
  figurado	
  é:	
  que	
  tende	
  a	
  
durar	
  muito	
  tempo;	
  duradouro,	
  e	
  tem	
  o	
  significado	
  de:	
  longevo,	
  velho.	
  (Art.	
  201)	
  
Garante	
   a	
   assistência	
   social	
   à	
   pessoa	
   idosa	
   que	
  necessitar,	
   independentemente	
  de	
  
contribuição	
  à	
  seguridade	
  social,	
  desde	
  que	
  haja	
  a	
  comprovação	
  de	
  ausência	
  de	
  meios	
  para	
  
	
   |10	
  	
  
prover	
  a	
  sua	
  manutenção	
  ou	
  de	
  tê-­‐la	
  provida	
  por	
  sua	
  família.	
  Estipula	
  o	
  valor	
  de	
  um	
  salário	
  
mínimo.	
  (Art.	
  203)	
  
Observa-­‐se,	
   a	
   instalação	
   de	
   uma	
   forma	
   de	
   organização	
   política	
   que	
   engendra	
   o	
  
federalismo,	
  o	
  municipalismo	
  e,	
  inclui	
  a	
  pessoa	
  idosa	
  como	
  protagonista	
  por	
  meio	
  de	
  suas	
  
“organizações	
   representativas	
   na	
   formulação	
   das	
   políticas	
   e	
   no	
   controle	
   das	
   ações	
   em	
  
todos	
  os	
  níveis”.	
  (Art.	
  204)	
  
Expressa	
  claramente	
  o	
  princípio	
  de	
  reciprocidade	
  entre	
  pais	
  e	
  filhos:	
   os	
  pais	
  têm	
  o	
  
dever	
  de	
  assistir,	
  criar	
  e	
  educar	
  os	
  filhos	
  menores,	
  e	
  os	
  filhos	
  maiores	
  têm	
  o	
  dever	
  de	
  ajudar	
  e	
  
amparar	
  os	
  pais	
  na	
  velhice,	
  carência	
  ou	
  enfermidade”.	
  (Art.	
  229)	
  
Estipula	
  que	
  a	
   família,	
   a	
   sociedade	
   e	
  o	
  Estado	
  devem	
   “amparar	
   as	
  pessoas	
   idosas,	
  
assegurando	
   sua	
   participação	
   na	
   comunidade,	
   defendendo	
   sua	
   dignidade	
   e	
   bem-­‐estar	
   e	
  
garantindo-­‐lhes	
  o	
  direito	
  à	
  vida”.	
  (Art.	
  230)	
  
Salienta	
   que	
   os	
   “programas	
   de	
   amparo	
   aos	
   idosos	
   serão	
   executados	
  
preferencialmente	
  em	
  seus	
  lares”.	
  (Art.	
  230,	
  §	
  1º)	
  
	
  
MATERIAIS	
  AUXILIARES	
  
• 	
  Link	
  para	
  consulta	
  à	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1988:	
  
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm	
  
• 	
  Vídeo	
  “Antes	
  e	
  depois	
  da	
   lei:	
  direito	
  dos	
   idosos”:	
  Apresenta	
  a	
   importância	
  da	
   legislação	
  
para	
  a	
  pessoa	
  idosa	
  na	
  transição	
  dos	
  conceitos	
  de	
  velho	
  para	
  idoso.	
  
https://www.youtube.com/watch?v=_EgTmrIgiKE	
  
	
   	
  
	
   |11	
  	
  
Módulo	
  2	
  
Política	
  Nacional	
  do	
  Idoso	
  -­‐	
  PNI	
  
	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
   2	
  
Conhecer	
   os	
   princípios	
   que	
   integram	
   o	
   novo	
   paradigma	
   na	
   política	
   pública	
   para	
   a	
  
pessoa	
  idosa	
  
	
  
INTRODUÇÃO	
  
A	
  Constituição	
  Brasileira	
  de	
  1988	
  e	
  o	
  Princípio	
  das	
  Nações	
  Unidas	
  (ONU)	
  em	
  Favor	
  
das	
  Pessoas	
   Idosas,	
   adotado	
  pela	
  Assembleia	
  da	
  ONU	
  em	
  1991,	
   	
   apresentam	
  princípios	
   e	
  
diretrizes	
   voltados	
   à	
   pessoa	
   idosa,	
   incrementam	
   os	
   debates	
   sobre	
   a	
   questão	
   do	
  
envelhecimento	
  e	
  favorecem	
  o	
  surgimento	
  da	
  Lei	
  Nº	
  8.842/1994	
  que	
  dispõe	
  sobre	
  a	
  Política	
  
Nacional	
  do	
  Idoso	
  e	
  a	
  criação	
  do	
  Conselho	
  Nacional	
  do	
  Idoso.	
  
	
  
I.	
  POLÍTICA	
  NACIONAL	
  DO	
  IDOSO	
  
A	
   Política	
   Nacional	
   do	
   Idoso	
   aprovada	
   em	
   1994	
   (regulamentada	
   posteriormente	
  
pelo	
  Decreto	
  Nº	
  1948/1996)	
  convoca	
  a	
  Sociedade	
  e	
  o	
  Estado	
  em	
  seu	
  Art.	
  3º	
  à	
  garantia	
  dos	
  
direitos,	
   à	
   cobertura	
   das	
   necessidades,	
   à	
   dignidade,	
   à	
   proteção	
   e	
   ao	
   protagonismo,	
  
conforme	
  indicado	
  abaixo:	
  
	
   I	
   –	
   a	
   família,	
   a	
   sociedade	
  e	
  o	
  Estado	
   têm	
  o	
  dever	
  de	
  assegurar	
  ao	
   idoso	
   todos	
  os	
  
direitos	
   da	
   cidadania,	
   garantindo	
   sua	
   participação	
   na	
   comunidade,	
   defendendo	
   sua	
  
dignidade,	
  bem-­‐estar	
  e	
  o	
  direito	
  à	
  vida;	
  
	
   II	
   -­‐	
  o	
  processo	
  de	
  envelhecimento	
  diz	
  respeito	
  à	
  sociedade	
  em	
  geral,	
  devendo	
  ser	
  
objeto	
  de	
  conhecimento	
  e	
  informação	
  para	
  todos;	
  
	
   III	
  -­‐	
  o	
  idoso	
  não	
  deve	
  sofrer	
  discriminação	
  dequalquer	
  natureza;	
  
	
   IV	
   -­‐	
   o	
   idoso	
   deve	
   ser	
   o	
   principal	
   agente	
   e	
   o	
   destinatário	
   das	
   transformações	
   a	
  
serem	
  efetivadas	
  por	
  meio	
  desta	
  política;	
  
	
   V	
  -­‐	
  as	
  diferenças	
  econômicas,	
  sociais,	
  regionais	
  e,	
  particularmente,	
  as	
  contradições	
  
entre	
  o	
  meio	
  rural	
  e	
  o	
  urbano	
  do	
  Brasil	
  deverão	
  ser	
  observadas	
  pelos	
  poderes	
  públicos	
  e	
  
pela	
  sociedade	
  em	
  geral,	
  na	
  aplicação	
  desta	
  lei.	
  
	
   |12	
  	
  
	
  
II.	
  PRINCÍPIOS	
  
Estes	
   princípios	
   integram	
   um	
   novo	
   paradigma	
   na	
   política	
   pública	
   para	
   a	
   pessoa	
  
idosa.	
  Foram	
  apontadas	
  as	
  seguintes	
  ações	
  setoriais.	
  
	
  
• 	
  Promoção	
  e	
  Assistência	
  Social	
  
-­‐	
   Prestar	
   serviços	
   e	
   desenvolver	
   ações	
   voltadas	
   para	
   o	
   atendimento	
   das	
   necessidades	
  
básicas	
   do	
   idoso,	
   mediante	
   a	
   participação	
   das	
   famílias,	
   da	
   sociedade	
   e	
   de	
   entidades	
  
governamentais	
  e	
  não-­‐governamentais;	
  
-­‐	
  Estimular	
  a	
  criação	
  de	
  incentivos	
  e	
  de	
  alternativas	
  de	
  atendimento	
  ao	
  idoso,	
  como	
  centros	
  
de	
   convivência,	
   centros	
   de	
   cuidados	
   diurnos,	
   casas-­‐lares,	
   oficinas	
   abrigadas	
   de	
   trabalho,	
  
atendimentos	
  domiciliares	
  e	
  outros;	
  
-­‐	
  Promover	
  simpósios,	
  seminários	
  e	
  encontros	
  específicos;	
  
-­‐	
   Planejar,	
   coordenar,	
   supervisionar	
   e	
   financiar	
   estudos,	
   levantamentos,	
   pesquisas	
   e	
  
publicações	
  sobre	
  a	
  situação	
  social	
  do	
  idoso;	
  e	
  
-­‐	
  Promover	
  a	
  capacitação	
  de	
  recursos	
  para	
  atendimento	
  ao	
  idoso.	
  
	
  
• 	
  Saúde	
  
-­‐	
  Garantir	
   ao	
   idoso	
  a	
  assistência	
  à	
   saúde,	
  nos	
  diversos	
  níveis	
  de	
  atendimento	
  do	
  Sistema	
  
Único	
  de	
  Saúde;	
  	
  
-­‐	
   Prevenir,	
   promover,	
   proteger	
   e	
   recuperar	
   a	
   saúde	
   do	
   idoso,	
   mediante	
   programas	
   e	
  
medidas	
  profiláticas;	
  
-­‐	
   Adotar	
   e	
   aplicar	
   normas	
   de	
   funcionamento	
   às	
   instituições	
   geriátricas	
   e	
   similares,	
   com	
  
fiscalização	
  pelos	
  gestores	
  do	
  Sistema	
  Único	
  de	
  Saúde;	
  
-­‐	
  Elaborar	
  normas	
  de	
  serviços	
  geriátricos	
  hospitalares;	
  
-­‐	
  Desenvolver	
  formas	
  de	
  cooperação	
  entre	
  as	
  Secretarias	
  de	
  Saúde	
  dos	
  Estados,	
  do	
  Distrito	
  
Federal,	
   e	
   dos	
  Municípios	
   e	
   entre	
   os	
   Centros	
   de	
   Referência	
   em	
   Geriatria	
   e	
   Gerontologia	
  
para	
  treinamento	
  de	
  equipes	
  interprofissionais;	
  
-­‐	
  Incluir	
  a	
  Geriatria	
  como	
  especialidade	
  clínica,	
  para	
  efeito	
  de	
  concursos	
  públicos	
  federais,	
  
estaduais,	
  do	
  Distrito	
  Federal	
  e	
  municipais;	
  
-­‐	
   Realizar	
   estudos	
   para	
   detectar	
   o	
   caráter	
   epidemiológico	
   de	
   determinadas	
   doenças	
   do	
  
idoso,	
  com	
  vistas	
  à	
  prevenção,	
  tratamento	
  e	
  reabilitação;	
  e	
  criar	
  serviços	
  alternativos	
  para	
  
o	
  idoso.	
  
	
   |13	
  	
  
	
  
• 	
  Educação	
  
-­‐	
   Adequar	
   currículos,	
   metodologias	
   e	
   material	
   didático	
   aos	
   programas	
   educacionais	
  
destinados	
  ao	
  idoso;	
  
-­‐	
  Inserir	
  nos	
  currículos	
  mínimos,	
  nos	
  diversos	
  níveis	
  do	
  ensino	
  formal,	
  conteúdos	
  voltados	
  
para	
   o	
   processo	
   de	
   envelhecimento,	
   de	
   forma	
   a	
   eliminar	
   preconceitos	
   e	
   a	
   produzir	
  
conhecimentos	
  sobre	
  o	
  assunto;	
  
-­‐	
   Adequar	
   currículos,	
   metodologias	
   e	
   material	
   didático	
   aos	
   programas	
   educacionais	
  
destinados	
  ao	
  idoso;	
  
-­‐	
  Inserir	
  nos	
  currículos	
  mínimos,	
  nos	
  diversos	
  níveis	
  do	
  ensino	
  formal,	
  conteúdos	
  voltados	
  
para	
   o	
   processo	
   de	
   envelhecimento,	
   de	
   forma	
   a	
   eliminar	
   preconceitos	
   e	
   a	
   produzir	
  
conhecimentos	
   sobre	
   o	
   assunto;	
   Incluir	
   a	
   Gerontologia	
   e	
   a	
   Geriatria	
   como	
   disciplinas	
  
curriculares	
  nos	
  cursos	
  superiores;	
  
-­‐	
  Desenvolver	
  programas	
   educativos,	
   especialmente	
  nos	
  meios	
  de	
   comunicação,	
   a	
   fim	
  de	
  
informar	
  a	
  população	
  sobre	
  o	
  processo	
  de	
  envelhecimento;	
  
-­‐	
   Desenvolver	
   programas	
   que	
   adotem	
  modalidades	
   de	
   ensino	
   à	
   distância,	
   adequados	
   às	
  
condições	
  do	
  idoso;	
  e	
  
-­‐	
  Apoiar	
  a	
  criação	
  de	
  universidade	
  aberta	
  para	
  a	
  terceira	
  idade,	
  como	
  meio	
  de	
  universalizar	
  
o	
  acesso	
  às	
  diferentes	
  formas	
  do	
  saber.	
  
	
  
•Trabalho	
  e	
  previdência	
  social	
  
-­‐	
  Garantir	
  mecanismos	
  que	
  impeçam	
  a	
  discriminação	
  do	
  idoso	
  quanto	
  a	
  sua	
  participação	
  no	
  
mercado	
  de	
  trabalho,	
  no	
  setor	
  público	
  e	
  privado;	
  
-­‐	
  Priorizar	
  o	
  atendimento	
  do	
  idoso	
  nos	
  benefícios	
  previdenciários;	
  e	
  
-­‐	
   Criar	
   e	
   estimular	
   a	
   manutenção	
   de	
   programas	
   de	
   preparação	
   para	
   aposentadoria	
   nos	
  
setores	
  público	
  e	
  privado	
  com	
  antecedência	
  mínima	
  de	
  dois	
  anos	
  antes	
  do	
  afastamento.	
  
	
  
• 	
  Habitação	
  e	
  urbanismo	
  
-­‐	
   Destinar,	
   nos	
   programas	
   habitacionais,	
   unidades	
   em	
   regime	
   de	
   comodato	
   ao	
   idoso,	
   na	
  
modalidade	
  de	
  casas-­‐lares;	
  
-­‐	
   Incluir	
   nos	
   programas	
   de	
   assistência	
   ao	
   idoso,	
   formas	
   de	
   melhoria	
   de	
   condições	
   de	
  
habitabilidade	
  e	
  adaptação	
  de	
  moradia,	
  considerando	
  seu	
  estado	
  físico	
  e	
  sua	
  independência	
  
de	
  locomoção;	
  
	
   |14	
  	
  
-­‐	
  Elaborar	
  critérios	
  que	
  garantam	
  o	
  acesso	
  da	
  pessoa	
  idosa	
  à	
  habitação	
  popular;	
  e	
  Diminuir	
  
barreiras	
  arquitetônicas	
  e	
  urbanas.	
  
	
  
• 	
  Justiça	
  
-­‐	
  Promover	
  e	
  defender	
  os	
  direitos	
  da	
  pessoa	
  idosa;	
  e	
  
-­‐	
  Zelar	
  pela	
  aplicação	
  das	
  normas	
  sobre	
  o	
  idoso	
  determinando	
  ações	
  para	
  evitar	
  abusos	
  e	
  
lesões	
  a	
  seus	
  direitos.	
  
	
  
• 	
  Cultura,	
  esporte	
  e	
  lazer	
  
-­‐	
  Garantir	
  ao	
  idoso	
  a	
  participação	
  no	
  processo	
  de	
  produção,	
  reelaboração	
  e	
  fruição	
  dos	
  bens	
  
culturais;	
  	
  
-­‐	
  Propiciar	
  ao	
  idoso	
  o	
  acesso	
  aos	
  locais	
  e	
  eventos	
  culturais,	
  mediante	
  preços	
  reduzidos,	
  em	
  
âmbito	
  nacional;	
  	
  
-­‐	
  Incentivar	
  os	
  movimentos	
  de	
  idosos	
  a	
  desenvolver	
  atividades	
  culturais;	
  
-­‐	
  Valorizar	
  o	
  registro	
  da	
  memória	
  e	
  a	
   transmissão	
  de	
   informações	
  e	
  habilidades	
  do	
   idoso	
  
aos	
  mais	
  jovens,	
  como	
  meio	
  de	
  garantir	
  a	
  continuidade	
  e	
  a	
  identidade	
  cultural;	
  e	
  
-­‐	
   Incentivar	
   e	
   criar	
   programas	
   de	
   lazer,	
   esporte	
   e	
   atividades	
   físicas	
   que	
   proporcionem	
   a	
  
melhoria	
  da	
  qualidade	
  de	
  vida	
  do	
  idoso	
  e	
  estimulem	
  sua	
  participação	
  na	
  comunidade.	
  
	
  
MATERIAIS	
  AUXILIARES	
  
• 	
  Conselho	
  Nacional	
  dos	
  Direitos	
  da	
  Pessoa	
  Idosa	
  
Uma	
   grande	
   contribuição	
   da	
   PNI	
   foi	
   a	
   proposição	
   do	
   Conselho	
   Nacional	
   do	
   Idoso.	
   Essecolegiado	
   é	
   composto	
   por	
   representantes	
   do	
   governo	
   e	
   da	
   sociedade	
   civil,	
   que	
   decidem	
  
conjuntamente	
  sobre	
  as	
  políticas	
  e	
  o	
  direcionamento	
  dos	
  recursos	
  públicos.	
  
Entre	
   as	
   competências	
  do	
  CNDI	
  estão:	
   a	
   supervisão,	
   o	
   acompanhamento,	
   a	
   fiscalização,	
   a	
  
avaliação	
   da	
   Política	
   Nacional	
   do	
   Idoso,	
   e	
   a	
   proposição	
   das	
  modificações	
   nas	
   estruturas	
  
públicas	
  e	
  privadas	
  de	
  atendimento	
  à	
  pessoa	
  idosa.	
  
	
  
• 	
   Link	
   para	
   consulta	
   à	
   Política	
   Nacional	
   do	
   Idoso:	
  
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/LEIS/L8842.htm	
  
 
 
	
   |15	
  	
  
Módulo	
  3	
  
Estatuto	
  do	
  Idoso	
  	
  
	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
   3	
  
Estudar	
  as	
  medidas	
  que	
  permitem	
  a	
  constituição	
  do	
  Sistema	
  de	
  Garantia	
  de	
  Direitos	
  da	
  
Pessoa	
  Idosa	
  
	
  
INTRODUÇÃO	
  
De	
   iniciativa	
  do	
  Projeto	
  de	
  Lei	
  Nº	
  10.741,	
  de	
  1	
  de	
  outubro	
  de	
  2003,	
   estabelece	
  os	
  
direitos	
   da	
   pessoa	
   idosa	
   por	
  meio	
   de	
   118	
   artigos,	
   organizados	
   em	
   sete	
   títulos,	
   promove	
  
uma	
  legislação	
  que:	
  
-­‐	
  Regula	
  a	
   idade	
   igual	
  ou	
  superior	
  a	
  60	
  (sessenta)	
  anos	
  para	
  a	
   faixa	
  etária	
  compreendida	
  
como	
  idosa,	
  a	
  ter	
  os	
  seus	
  direitos	
  assegurados	
  pelo	
  Estatuto.	
  
-­‐	
   Afirma	
   ao	
   idoso	
   a	
   garantia	
   dos	
   direitos	
   fundamentais	
   à	
   pessoa	
   humana;	
   à	
   proteção	
  
integral;	
   o	
   direito	
   a	
   preservação	
   da	
   saúde	
   física	
   e	
   mental;	
   o	
   direito	
   ao	
   aperfeiçoamento	
  
moral,	
  intelectual,	
  espiritual	
  e	
  social;	
  e	
  o	
  direito	
  à	
  liberdade	
  e	
  à	
  dignidade.	
  
-­‐	
  Atribui	
  a	
  Família,	
  a	
  Sociedade	
  e	
  ao	
  Estado	
  a	
  obrigação	
  de	
  assegurar	
  ao	
  idoso	
  à	
  cobertura	
  
das	
  necessidades,	
  à	
  garantia	
  dos	
  direitos,	
  à	
  dignidade,	
  à	
  proteção,	
  ao	
  respeito	
  e	
  à	
  convivência	
  
familiar	
  e	
  comunitária.	
  
	
  
I.	
  O	
  ESTATUTO	
  FACE	
  AOS	
  DIREITOS	
  FUNDAMENTAIS	
  
• 	
  Direito	
  à	
  vida	
  
-­‐	
   Preconiza	
   que	
   o	
   envelhecimento	
   é	
   um	
   direito	
   personalíssimo	
   e	
   a	
   sua	
   proteção	
   é	
   um	
  
direito	
  social;	
  
-­‐	
  Atribui	
  ao	
  Estado	
  a	
  obrigação	
  de	
  garantir	
  à	
  pessoa	
  idosa	
  a	
  proteção	
  à	
  vida	
  e	
  à	
  saúde,	
  por	
  
meio	
   de	
   políticas	
   sociais	
   públicas	
   que	
   proporcionem	
   um	
   envelhecimento	
   saudável	
   e	
   em	
  
condições	
  de	
  dignidade.	
  
	
  
• 	
  Direito	
  à	
  liberdade	
  
-­‐	
  O	
  Estado	
  e	
  a	
  Sociedade	
  devem	
  assegurar	
  à	
  pessoa	
  idosa	
  a	
  liberdade	
  de:	
  o	
  ir,	
  o	
  vir	
  e	
  estar	
  
	
   |16	
  	
  
nos	
  logradouros	
  públicos	
  e	
  espaços	
  comunitários,	
  ressalvadas	
  as	
  restrições	
  legais;	
  	
  
-­‐	
  Opinião	
  e	
  expressão;	
  	
  
-­‐	
  Crença	
  e	
  culto	
  religioso;	
  	
  
-­‐	
  Prática	
  de	
  esportes	
  e	
  de	
  diversões;	
  	
  
-­‐	
  Participação	
  na	
  vida	
  familiar	
  e	
  comunitária;	
  	
  
-­‐	
  Participação	
  na	
  vida	
  política,	
  na	
  forma	
  da	
  lei;	
  e	
  	
  
-­‐	
  A	
  faculdade	
  de	
  buscar	
  refúgio,	
  auxílio	
  e	
  orientação.	
  
	
  
• 	
  Direito	
  ao	
  respeito	
  
-­‐	
   Consiste	
   na	
   inviolabilidade	
   da	
   integridade	
   física,	
   psíquica	
   e	
   moral,	
   abrangendo	
   a	
  
preservação	
   da	
   imagem,	
   da	
   identidade,	
   da	
   autonomia,	
   de	
   valores,	
   ideias	
   e	
   crenças,	
   dos	
  
espaços	
  e	
  dos	
  objetos	
  pessoais.	
  
	
  
• 	
  Direito	
  a	
  dignidade	
  
-­‐	
   É	
   dever	
   de	
   todos	
   zelar	
   pela	
   dignidade	
   do	
   idoso,	
   colocando-­‐o	
   a	
   salvo	
   de	
   qualquer	
  
tratamento	
  desumano,	
  violento,	
  aterrorizante,	
  vexatório	
  ou	
  constrangedor.	
  
	
  
II.	
  O	
  ESTATUTO	
  FACE	
  ÀS	
  POLÍTICAS	
  SOCIAIS	
  
• 	
  Dos	
  alimentos	
  
-­‐	
  Determina	
  que	
  o	
  Poder	
  Público,	
  na	
  área	
  da	
  Assistência	
  Social,	
  assuma	
  a	
  responsabilidade	
  
de	
   prover	
   o	
   sustento	
   do	
   idoso	
   desde	
   que	
   este	
   e	
   sua	
   família	
   não	
   possuam	
   condições	
  
econômicas.	
  
	
  
• 	
  Do	
  direito	
  à	
  saúde	
  
-­‐	
  O	
  idoso	
  tem	
  atendimento	
  preferencial	
  no	
  Sistema	
  Único	
  de	
  Saúde	
  (SUS),	
  incluindo	
  atenção	
  
especial	
  às	
  doenças	
  que	
  afetam	
  preferencialmente	
  os	
  idosos	
  (Art.15);	
  
-­‐	
  Atendimento	
  geriátrico	
  e	
  gerontológico	
  em	
  ambulatórios,	
  com	
  pessoas	
  especializadas	
  nas	
  
áreas	
  de	
  geriatria	
  e	
  gerontologia	
  social.	
  (Art.15	
  §	
  1º	
  III);	
  
-­‐	
   A	
   distribuição	
   de	
   remédios	
   aos	
   idosos,	
   principalmente	
   os	
   de	
   uso	
   continuado,	
   deve	
   ser	
  
gratuita,	
   assim	
   como	
   a	
   de	
   próteses	
   e	
   órteses	
   e	
   outros	
   recursos	
   relativos	
   ao	
   tratamento,	
  
habilitação	
  ou	
  reabilitação	
  (Art.	
  15	
  §	
  2º);	
  
-­‐	
  Os	
  planos	
  de	
  saúde	
  não	
  podem	
  reajustar	
  as	
  mensalidades	
  de	
  acordo	
  com	
  o	
  critério	
  idade	
  
	
   |17	
  	
  
(Art.15	
  V	
  §	
  3º);	
  
-­‐	
   O	
   idoso	
   internado	
   ou	
   em	
   observação	
   em	
   qualquer	
   unidade	
   de	
   saúde	
   tem	
   direito	
   a	
  
acompanhante,	
   pelo	
   tempo	
   determinado	
   pelo	
   profissional	
   de	
   saúde	
   responsável	
   pelo	
  
tratamento	
   conceder	
   autorização	
   para	
   o	
   acompanhamento	
   do	
   idoso	
   ou,	
   no	
   caso	
   de	
  
impossibilidade,	
  justificá-­‐la	
  por	
  escrito(Art.16);	
  e	
  
-­‐	
  O	
  idoso	
  que	
  estiver	
  no	
  domínio	
  das	
  suas	
  faculdades	
  mentais	
  pode	
  optar	
  pelo	
  tratamento	
  de	
  
saúde	
  que	
  lhe	
  for	
  considerado	
  mais	
  favorável	
  (Art.17).	
  
	
  
• 	
  Da	
  educação,	
  cultura,	
  esporte	
  e	
  lazer	
  
-­‐	
  O	
  idoso	
  tem	
  direito	
  à	
  educação,	
  cultura,	
  lazer,	
  diversões,	
  espetáculos,	
  produtos	
  e	
  serviços	
  
que	
  respeitem	
  sua	
  peculiar	
  condição	
  de	
  idade.(Art.20);	
  
-­‐	
  O	
  idoso	
  tem	
  direito	
  de	
  pelo	
  menos	
  50%	
  (cinquenta	
  por	
  cento)	
  de	
  desconto	
  nos	
  ingressos	
  
para	
  eventos	
  artísticos,	
  culturais,	
  esportivos	
  e	
  de	
   lazer,	
  assim	
  como	
  o	
  acesso	
  preferencial	
  
nesses	
  locais	
  (Art.	
  23);	
  
-­‐	
   	
   Os	
   meios	
   de	
   comunicação	
   deverão	
   reservar	
   espaços	
   ou	
   horários	
   especiais	
   para	
  
programação	
  informativa	
  voltada	
  ao	
  idoso	
  (Art.24);	
  e	
  
-­‐	
  O	
  Poder	
  Público	
  deverá	
  apoiar	
  a	
  criação	
  de	
  universidade	
  aberta	
  para	
  as	
  pessoas	
  idosas	
  e	
  
incentivar	
  a	
  publicação	
  de	
  livros	
  e	
  periódicos,	
  de	
  conteúdo	
  e	
  padrão	
  editorial	
  adequados	
  ao	
  
idoso,	
  que	
  facilitem	
  a	
  leitura,considerada	
  a	
  natural	
  redução	
  da	
  capacidade	
  visual	
  (Art.	
  25).	
  
	
  
• 	
  Da	
  profissionalização	
  e	
  trabalho	
  
-­‐	
  O	
  idoso	
  tem	
  direito	
  de	
  exercer	
  o	
  seu	
  trabalho	
  respeitadas	
  suas	
  condições	
  físicas,	
  intelectuais	
  e	
  
psíquicas	
  (Art.	
  26);	
  
-­‐	
   É	
   proibida	
   a	
   discriminação	
   por	
   idade	
   e	
   a	
   fixação	
   de	
   limite	
   máximo	
   na	
   contrataçãode	
  
empregados	
   idosos.	
   O	
   primeiro	
   critério	
   de	
   desempate	
   em	
   concurso	
   é	
   o	
   da	
   idade,	
   com	
  
preferência	
  para	
  os	
  concorrentes	
  com	
  idade	
  mais	
  avançada	
  (Art.	
  27);	
  
-­‐	
  O	
  Poder	
  Público	
  criará	
  e	
  estimulará	
  programas	
  de	
  profissionalização	
  especializada	
  para	
  os	
  
idosos,	
   aproveitando	
   seus	
   potenciais	
   e	
   habilidades	
   para	
   atividades	
   regulares	
   e	
  
remuneradas:	
  
Deve,	
   também,	
   fazer	
   a	
   preparação	
   dos	
   trabalhadores	
   para	
   a	
   aposentadoria,	
   com	
  
antecedência	
   mínima	
   de	
   1(um)	
   ano,	
   por	
   meio	
   de	
   estímulo	
   a	
   novos	
   projetos	
   sociais,	
  
conforme	
  os	
  seus	
  interesses,	
  e	
  de	
  esclarecimento	
  sobre	
  os	
  direitos	
  sociais	
  e	
  de	
  cidadania;	
  e	
  
Estimular	
  às	
  empresas	
  privadas	
  para	
  admissão	
  de	
  idosos	
  ao	
  trabalho.	
  (Art.	
  28)	
  
	
   |18	
  	
  
	
  
• 	
  Da	
  previdência	
  social	
  
-­‐	
  Os	
  benefícios	
  de	
  aposentadoria	
  e	
  pensão	
  do	
  Regime	
  Geral	
  da	
  Previdência	
  Social,	
  para	
  serem	
  
concedidos,	
   deverão	
   obedecer	
   aos	
   critérios	
   de	
   cálculos	
   que	
   preservem	
   o	
   valor	
   real	
   dos	
  
salários	
  sobre	
  os	
  quais	
  incidiram	
  contribuição,	
  nos	
  termos	
  da	
  legislação	
  vigente	
  (Art.	
  29);	
  
-­‐	
  Os	
  valores	
  dos	
  benefícios	
  em	
  manutenção	
  serão	
  reajustados	
  na	
  mesma	
  data	
  de	
  reajuste	
  do	
  
salário	
   mínimo,	
   de	
   acordo	
   com	
   suas	
   respectivas	
   datas	
   de	
   início	
   ou	
   do	
   seu	
   último	
  
reajustamento,	
   com	
   base	
   em	
   percentual	
   definido	
   em	
   regulamento	
   (Art.	
   29,	
   parágrafo	
  
único);	
  
-­‐	
  A	
  perda	
  da	
  condição	
  de	
  segurado	
  não	
  será	
  considerada	
  para	
  a	
  concessão	
  da	
  aposentadoria	
  
por	
   idade,	
   desde	
   que	
   a	
   pessoa	
   conte	
   com,	
   no	
   mínimo,	
   o	
   tempo	
   de	
   contribuição	
  
correspondente	
   ao	
   exigido	
  para	
   efeito	
  de	
   carência	
  na	
  data	
  de	
   requerimento	
  do	
  benefício	
  
(Art.	
  30);	
  e,	
  
-­‐	
  O	
  pagamento	
  de	
  parcelas	
  relativas	
  a	
  benefícios,	
  efetuado	
  com	
  atraso	
  por	
  responsabilidade	
  
da	
  Previdência	
  Social,	
  será	
  atualizado	
  pelo	
  mesmo	
  índice	
  utilizado	
  para	
  os	
  reajustamentos	
  
dos	
  benefícios	
  do	
  Regime	
  Geral	
  de	
  Previdência	
  Social	
  (Art.	
  31).	
  
	
  
• 	
  Da	
  assistência	
  social	
  
-­‐	
  A	
  assistência	
  social	
  aos	
  idosos	
  será	
  prestada,	
  de	
  forma	
  articulada,	
  conforme	
  os	
  princípios	
  
e	
  diretrizes	
  previstos	
  na	
  Lei	
  Orgânica	
  da	
  Assistência	
  Social,	
  na	
  Política	
  Nacional	
  do	
  Idoso,	
  no	
  
Sistema	
  Único	
  de	
  Saúde	
  e	
  demais	
  normas	
  pertinentes	
  (Art.	
  33);	
  
-­‐	
  Aos	
  idosos,	
  a	
  partir	
  de	
  65	
  (sessenta	
  e	
  cinco)	
  anos,	
  que	
  não	
  possuam	
  meios	
  para	
  prover	
  sua	
  
subsistência,	
  nem	
  de	
   tê-­‐la	
  provida	
  por	
   sua	
   família,	
   é	
   assegurado	
  o	
  benefício	
  mensal	
  de	
  1	
  
(um)	
  salário-­‐mínimo,	
  nos	
  termos	
  da	
  Lei	
  Orgânica	
  da	
  Assistência	
  Social	
  (Art.	
  34);	
  
-­‐	
  Todas	
  as	
  entidades	
  de	
  longa	
  permanência,	
  ou	
  casalar,	
  são	
  obrigadas	
  a	
  firmar	
  contrato	
  de	
  
prestação	
  de	
  serviços	
  com	
  a	
  pessoa	
  idosa	
  abrigada;	
  e,	
  
-­‐	
  No	
  caso	
  de	
  entidades	
  filantrópicas,	
  ou	
  casa-­‐lar,	
  é	
  permitida	
  a	
  cobrança	
  de	
  participação	
  do	
  
idoso	
   no	
   custeio	
   da	
   entidade,	
   o	
   que	
   não	
   poderá	
   exceder	
   a	
   70%	
   (setenta	
   por	
   cento)	
   de	
  
qualquer	
   benéfico	
   previdenciário	
   ou	
   de	
   assistências	
   social	
   recebido	
   pelo	
   idoso.	
   (Art.	
   35,	
  
parágrafo	
  único)	
  
	
  
• 	
  Da	
  habitação	
  
-­‐	
  Todo	
  idoso	
  tem	
  o	
  direito	
  a	
  uma	
  moradia	
  digna,	
  no	
  seio	
  da	
  família	
  natural	
  ou	
  substituta,	
  ou	
  
	
   |19	
  	
  
desacompanhado	
  de	
  seus	
  familiares,	
  quando	
  assim	
  o	
  desejar,	
  ou	
  em	
  instituição	
  pública	
  ou	
  
privada.	
  (Art.	
  37);	
  
-­‐	
  As	
  instituições	
  que	
  abrigarem	
  idosos	
  precisam	
  ter	
  padrões	
  de	
  acordo	
  com	
  as	
  necessidades	
  
deles,	
   oferecer	
   alimentação	
   e	
   higiene	
   adequadas.	
   Assim	
   como	
   pro	
   ver	
   o	
   idoso	
   com	
  
alimentação	
  regular	
  e	
  higiene,	
  indispensáveis	
  às	
  normas	
  sanitárias	
  (Art.	
  37,	
  §	
  3º);	
  
-­‐	
   Nos	
   programas	
   habitacionais,	
   públicos	
   ou	
   subsidiados	
   com	
   recursos	
   públicos,	
   o	
   idoso	
  
goza	
  de	
  prioridade	
  na	
  aquisição	
  de	
  imóvel	
  para	
  moradia	
  própria,	
  observando-­‐se	
  o	
  seguinte:	
  
Reserva	
   de	
   3%	
   (três	
   por	
   cento)	
   das	
   unidades	
   residenciais	
   para	
   atendimento	
   aos	
   idosos	
  
(Art.	
  38,	
  I);	
  e	
  
-­‐	
   O	
   idoso	
   tem	
   direito	
   a	
   critérios	
   de	
   financiamento	
   compatíveis	
   com	
   os	
   rendimentos	
   de	
  
aposentadoria	
  e	
  pensão.	
  (Art.	
  38,	
  IV)	
  
	
  
• 	
  Do	
  transporte	
  
Transportes	
  coletivos	
  urbanos	
  
-­‐	
  Os	
  idosos	
  maiores	
  de	
  65	
  anos	
  têm	
  garantido	
  o	
  acesso	
  gratuito	
  (Art.	
  39);	
  
-­‐	
  A	
  comprovação	
  é	
  feita	
  através	
  de	
  qualquer	
  documento	
  pessoal	
  que	
  ateste	
  sua	
  idade;	
  (Art.	
  
39	
  §	
  1º)	
  e,	
  Fica	
  reservado	
  nos	
  transportes	
  coletivos	
  10%	
  (dez	
  por	
  cento)	
  dos	
  assentos	
  para	
  
idosos,	
  com	
  aviso	
  legível.	
  (Art.	
  39	
  §	
  2º)	
  
Transportes	
  coletivos	
  interestaduais	
  e	
  intermunicipais	
  
-­‐	
  Garante	
  a	
  reserva	
  de	
  duas	
  vagas	
  gratuitas	
  em	
  cada	
  veículo	
  para	
  idosos	
  com	
  renda	
  igual	
  ou	
  
inferior	
  a	
  2	
  salários	
  mínimos	
  (Art.	
  40	
  I);	
  e,	
  
-­‐	
   Se	
  o	
  número	
  de	
  idosos	
  exceder	
  o	
  previsto,	
  eles	
  devem	
  ter	
  50%	
  de	
  desconto	
  no	
  valor	
  da	
  
passagem	
  de	
  acordo	
  com	
  a	
  renda	
  igual	
  ou	
  inferior	
  a	
  dois	
  salários	
  mínimos.	
  (Art.	
  40,	
  II)	
  
Reserva	
  para	
  os	
  idosos	
  
-­‐	
  A	
  lei	
  assegura	
  5%	
  (cinco	
  por	
  cento)	
  das	
  vagas	
  nos	
  estacionamentos	
  públicos	
  e	
  privados,	
  as	
  
quais	
  deverão	
   ser	
  posicionadas	
  de	
   forma	
  a	
  garantir	
   a	
  melhor	
   comodidade	
  ao	
   idoso.	
   (Art.	
  
41)	
  
Embarque	
  e	
  desembarque	
  nos	
  transportes	
  coletivos	
  
-­‐	
  São	
  asseguradas	
  a	
  prioridade	
  e	
  a	
  segurança	
  do	
  idoso.	
  (Art.	
  42)	
  
	
  
III.	
  O	
  ESTATUTO	
  FACE	
  ÀS	
  MEDIDAS	
  DE	
  PROTEÇÃO	
  
	
  
	
   |20	
  	
  
A	
  essência	
  do	
  Estatuto	
  se	
  encontra	
  neste	
  título	
  que	
  trata	
  das	
  medidas	
  de	
  proteção	
  ao	
  
idoso.	
  Além	
  de	
  explicitar	
  os	
  direitos	
  quando	
  os	
  idosos	
  são	
  ameaçados	
  ou	
  violados	
  por	
  ação	
  
ou	
  omissão	
  da	
  sociedade	
  ou	
  do	
  Estado;	
  por	
  falta,	
  omissão	
  ou	
  abuso	
  da	
  família,	
  curador	
  ou	
  
entidade	
  de	
  atendimento;	
  e	
  em	
  razão	
  de	
  sua	
  condição	
  pessoal.	
  
Propõe	
   uma	
   nova	
   gestão	
   desses	
   direitos	
   através	
   da	
   elaboração	
   de	
   um	
   sistema	
   de	
  
garantias	
   de	
   direitos	
   da	
   pessoa	
   idosa.	
   Apresentauma	
   articulação	
   de	
   espaços	
   públicos:	
  
Conselhos	
  do	
   Idoso,	
   Sistema	
  Único	
  de	
   Saúde	
   -­‐	
   SUS,	
   Sistema	
  Único	
  de	
  Assistência	
   Social	
   -­‐	
  
SUAS,	
   Vigilância	
   em	
   Saúde	
   -­‐	
   ANVISA,	
   Poder	
   Judiciário,	
   Defensoria	
   Pública,	
   Ministério	
  
Público	
  e	
  Polícia	
  Civil.	
  Com	
  seus	
  mecanismos	
  e	
  instrumentos	
  próprios	
  a	
  serem	
  mobilizados	
  
para	
   o	
   atendimento,	
   vigilância	
   e	
   responsabilização.	
   Vamos	
   a	
   um	
   exemplo:	
   as	
   entidades	
  
governamentais	
   e	
   não-­‐governamentais	
   fazem	
   o	
   atendimento	
   ao	
   idoso,	
   entretanto	
   os	
  
Conselhos	
  dos	
   Idosos,	
   o	
  Ministério	
  Público	
   e	
   à	
  Vigilância	
   Sanitária	
   têm	
  a	
   atribuição	
  para	
  
fiscalizá-­‐las.	
  
	
  
GRÁFICO	
   1.	
   SISTEMA	
   DE	
   GARANTIA	
   DE	
   DIREITOS	
   DAS	
   PESSOAS	
   IDOSAS	
   E	
  
EFETIVAÇÃO	
  DE	
  DIREITOS	
  SOCIAIS	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Conselho	
  do	
  
Idoso	
  
Sistema	
  Único	
  
de	
  Saúde	
  e	
  de	
  
Assistência	
  
Social	
  
Vigilância	
  em	
  
Saúde	
  
Poder	
  
Judiciário	
  
Ministério	
  
Público	
  
Defensoria	
  
Pública	
  
Polícia	
  Civil	
  
	
   |21	
  	
  
	
  
IV.	
  O	
  ESTATUTO	
  FACE	
  À	
  DEFESA	
  DE	
  DIREITOS	
  
Na	
  temática	
  da	
  Defesa	
  compreende-­‐se	
  a	
  responsabilização	
  do	
  Estado,	
  da	
  Sociedade	
  e	
  
da	
  família,	
  pelo	
  não	
  atendimento,	
  atendimento	
  irregular	
  ou	
  violação	
  dos	
  direitos	
  dos	
  idosos.	
  
O	
  Estatuto	
  autoriza	
  a	
  criação	
  de	
  varas	
  especializadas	
  exclusivamente	
  para	
  os	
  idosos	
  
(Art.	
   70).	
   Atualmente	
   os	
   casos	
   que	
   envolvem	
   crimes	
   contra	
   idosos	
   tramitam,	
  
preferencialmente,	
  nas	
  179	
  varas	
  com	
  competência	
  para	
  julgar	
  este	
  tipo	
  de	
  processo,	
  que	
  
também	
  julgam	
  causas	
  de	
  violência	
  doméstica,	
  família,	
  infância	
  e	
  juventude.	
  
No	
   acesso	
   a	
   Justiça	
   é	
   assegurada	
   a	
   prioridade	
   na	
   tramitação	
   dos	
   processos	
   e	
  
procedimentos,	
   na	
   execução	
   dos	
   atos	
   e	
   diligências	
   judiciais	
   nas	
   quais	
   o	
   idoso	
   esteja	
  
envolvido,	
  em	
  qualquer	
  instância.	
  (Art.	
  71).	
  
Em	
  2007,	
  o	
  Conselho	
  Nacional	
  de	
  Justiça	
  -­‐	
  CNJ	
  aprovou	
  a	
  Recomendação	
  n.	
  14	
  para	
  
que	
  os	
  tribunais	
  de	
  todo	
  o	
  país	
  adotem	
  como	
  prioridade	
  os	
  processos	
  e	
  procedimentos	
  que	
  
tenham	
  pessoas	
  idosas	
  como	
  par-­‐	
  te,	
  em	
  qualquer	
  instância	
  da	
  Justiça.	
  A	
  norma	
  recomenda,	
  
ainda,	
  que	
  os	
  tribunais	
  promovam	
  seminários,	
   criem	
  grupos	
  de	
  estudos	
  ou	
  medidas	
  afins	
  
com	
   o	
   objetivo	
   de	
   apontar	
   soluções	
   para	
   o	
   efetivo	
   cumprimento	
   do	
   Estatuto	
   do	
   Idoso,	
  
especialmente	
  quanto	
  à	
  celeridade	
  dos	
  processos.	
  
De	
  acordo	
  com	
  o	
  banco	
  de	
  dados	
  do	
  Relatório	
  Justiça	
  em	
  Números	
  -­‐	
  CNJ,	
  no	
  período	
  
2015	
  a	
  2017,	
  ingressaram	
  no	
  Poder	
  Judiciário	
  28.965	
  processos	
  de	
  crimes	
  enquadrados	
  nos	
  
art.	
   96	
   a	
   108	
   do	
   Estatuto	
   do	
   Idoso,	
   se	
   destacam	
   “abandonar	
   o	
   idoso	
   em	
   hospitais”,	
  
“discriminar	
   pessoa	
   idosa”,	
   e	
   “apropriar-­‐se	
   de	
   ou	
   desviar	
   bens,	
   proventos,	
   pensão	
   ou	
  
qualquer	
  outro	
  rendimento	
  do	
  idoso”.	
  
Medidas	
   de	
   proteção	
   inspiradas	
   no	
   Estatuto	
   vêm	
   sendo	
   aplicadas	
   à	
   pessoa	
   idosa.	
  
Por	
  exemplo,	
  o	
  afastamento	
  de	
  membro	
  da	
  família	
  ou	
  cuidador	
  após	
  a	
  prática	
  de	
  violência	
  
física,	
  psicológica	
  ou	
  financeira	
  ao	
  idoso	
  no	
  lar,	
  e	
  determinação	
  de	
  avaliação	
  de	
  saúde	
  física	
  
e	
  mental	
  do	
  idoso	
  para	
  a	
  indicação	
  de	
  procedi-­‐	
  mento	
  a	
  ser	
  adotado.	
  Tais	
  medidas	
  têm	
  sido	
  
aplicadas	
  pelo	
  Poder	
  Judiciário,	
  quando	
  o	
  Ministério	
  Público	
  não	
  consegue	
  implementá-­‐las	
  
administrativamente.	
  
O	
  idoso	
  tem	
  direito	
  também	
  ao	
  atendimento	
  preferencial	
  junto	
  à	
  Defensoria	
  Publica	
  
da	
   União,	
   dos	
   Estados	
   e	
   do	
   Distrito	
   Federal	
   em	
   relação	
   aos	
   Serviços	
   de	
   Assistência	
  
Judiciária.	
  (Art.	
  71	
  §	
  3o)	
  
Tal	
   como	
   aconteceu	
   com	
   o	
   judiciário,	
   o	
  Ministério	
   Público	
   e	
   a	
   Defensoria	
   Pública	
  
também	
   se	
  mobilizaram	
   e	
   instalaram	
   núcleos	
   ou	
   grupos	
   de	
   execução	
   específicos	
   para	
   a	
  
	
   |22	
  	
  
população	
  idosa,	
  visando	
  uma	
  melhor	
  assistência	
  judiciária.	
  
Dessa	
  forma	
  os	
  promotores	
  de	
  justiça	
  e	
  defensores	
  públicos	
  têm	
  a	
  possibilidade	
  de	
  
ajustar	
  condutas	
  ou	
  celebrar	
  acordos	
  extrajudiciais	
  para	
  sanar	
  conflitos	
  e	
  demandas.	
  Esse	
  
procedimento	
  resulta	
  na	
  garantia	
  de	
  direitos	
  sem	
  que	
  a	
  pessoa	
  idosa	
  precise	
  ajuizar	
  uma	
  
ação	
   judicial,	
   nos	
   casos	
   de:	
   garantia	
   de	
   pensão	
   alimentícia,	
   acolhimento	
   de	
   idosos	
   sem	
  
núcleo	
  familiar,	
  solução	
  de	
  conflitos	
  familiares,	
  e	
  etc.	
  
O	
   Estatuto	
   possibilita	
   ao	
   idoso	
   usufruir	
   dos	
   direitos	
   fundamentais	
   inerentes	
   à	
  
pessoa	
   humana,	
   assegurando-­‐lhe	
   por	
   lei	
   ou	
   por	
   outros	
  meios,	
   todas	
   as	
   oportunidades	
   e	
  
facilidades,	
   para	
   preservação	
   de	
   sua	
   saúde	
   física	
   e	
  mental	
   e	
   seu	
   aperfeiçoamento	
  moral,	
  
intelectual,	
  espiritual	
  e	
  social,	
  em	
  condições	
  de	
  liberdade	
  e	
  dignidade	
  (Art.	
  20).	
  
Essa	
  disposição	
  permite	
  que	
  o	
  Ministério	
  Público	
  ou	
  o	
  Poder	
   Judiciário	
  determine,	
  
“entre	
   outras	
   medidas:	
   encaminhamento	
   à	
   família	
   ou	
   ao	
   curador,	
   mediante	
   termo	
   de	
  
responsabilidade;	
   orientação,	
   apoio	
   e	
   acompanhamento	
   temporários;	
   requisição	
   de	
  
tratamento	
   médico,	
   odontológico,	
   psicológico	
   ou	
   psiquiátrico,	
   em	
   regime	
   ambulatorial,	
  
hospitalar	
   ou	
   domiciliar;	
   inclusão	
   em	
   programa	
   oficial	
   ou	
   comunitário	
   de	
   auxílio,	
  
orientação	
  e	
  tratamento	
  a	
  alcoólatras	
  e	
  toxicômanos,	
  ao	
  próprio	
  idoso	
  ou	
  à	
  pessoa	
  de	
  sua	
  
convivência	
  que	
   lhe	
   cause	
  perturbação;	
   abrigo	
  em	
  entidade.	
   Isso,	
   sempre	
  que	
  os	
  direitos	
  
reconhecidos	
  no	
  Estatuto	
   forem	
  ameaçados	
  ou	
  violados,	
   por	
   ação	
  ou	
  omissão	
  do	
  Estado;	
  
por	
   falta,	
   omissão	
   ou	
   abuso	
   da	
   família,	
   do	
   curador	
   ou	
   de	
   entidade	
   de	
   atendimento.	
   O	
  
Estatuto	
  do	
   Idoso	
   traz	
  um	
  rol	
  de	
  crimes	
  específicos	
  praticados	
  contra	
  os	
   idosos,	
  os	
  quais	
  
não	
  eram	
  previstos	
  em	
  nenhuma	
  outra	
   legislação,	
   como	
  a	
  discriminação,	
  que	
  passa	
  a	
   ter	
  
pena	
   de	
   seis	
  meses	
   a	
   um	
   ano	
   de	
   reclusão	
   e	
   o	
   abandono	
   de	
   idoso,	
   que	
   será	
   punido	
   com	
  
detenção	
  de	
   seis	
  meses	
   a	
   três	
   anos,	
   além	
  de	
  multa,por	
   exemplo.	
   É	
   importante	
   ressaltar,	
  
ainda,	
   que	
   todos	
   os	
   crimes	
   previstos	
   no	
   Estatuto	
   do	
   Idoso	
   são	
   de	
   Ação	
   Pública	
  
Incondicionada,	
  o	
  que	
  significa	
  que	
  o	
  Ministério	
  Público	
  pode	
  apresentar	
  denúncia,	
  mesmo	
  
que	
  o	
  idoso,	
  vítima,	
  não	
  queira	
  representar	
  contra	
  o	
  seu	
  agressor.”	
  (JULIÃO,	
  2004)	
  
	
  
V.	
  ENTIDADES	
  DE	
  ATENDIMENTO	
  AO	
  IDOSO	
  
• 	
  Entidades	
  Governamentais	
  e	
  Não	
  Governamentais	
  de	
  Assistência	
  ao	
  Idoso	
  
Ficam	
   sujeitas	
   à	
   inscrição	
   de	
   seus	
   programas,	
   junto	
   ao	
   órgão	
   competente	
   da	
  
Vigilância	
   Sanitária	
   e	
   Conselho	
   Municipal	
   da	
   Pessoa	
   Idosa,	
   em	
   sua	
   falta	
   ao	
   Conselho	
  
Estadual	
   ou	
   Nacional	
   da	
   Pessoa	
   Idosa,	
   especificando	
   os	
   regimes	
   de	
   atendimento	
   e	
  
observando	
  os	
  seguintes	
  requisitos:	
  
	
   |23	
  	
  
-­‐	
   Instalações	
   físicas	
   em	
   condições	
   adequadas	
   de	
   habitabilidade,	
   higiene,	
   salubridade	
   e	
  
segurança;	
  -­‐	
  Estar	
  regularmente	
  constituída	
  e	
  demonstrar	
  a	
  idoneidade	
  de	
  seus	
  dirigentes	
  
(Art.	
  48);	
  e	
  
-­‐	
   O	
   dirigente	
   de	
   instituição	
   prestadora	
   de	
   atendimento	
   ao	
   idoso	
   responderá	
   civil	
   e	
  
criminalmente	
  pelos	
  atos	
  que	
  praticar	
  em	
  detrimento	
  do	
   idoso,	
  sem	
  prejuízo	
  das	
  sanções	
  
administrativas	
  (Art.	
  49,	
  parágrafo	
  único).	
  
	
  
• 	
  Entidades	
  de	
  Atendimento	
  ao	
  Idoso	
  com	
  Programas	
  de	
  Institucionalização	
  de	
  
Longa	
  Permanência	
  
Têm	
  dentre	
  outras	
  obrigações:	
  
-­‐	
  Preservação	
  dos	
  vínculos	
  familiares;	
  
-­‐	
  Atendimento	
  personalizado	
  e	
  em	
  pequenos	
  grupos;	
  -­‐	
  Observância	
  dos	
  direitos	
  e	
  garantias	
  
dos	
  idosos;	
  e	
  
-­‐	
  Preservação	
  da	
  identidade	
  do	
  idoso	
  e	
  oferecimento	
  de	
  ambiente	
  de	
  respeito	
  e	
  dignidade.	
  
(Art.	
  49,	
  I-­‐II-­‐IV	
  e	
  V)	
  
	
  
• 	
  Entidades	
  de	
  Atendimento	
  ao	
  Idoso	
  
Têm	
  obrigações	
  a	
  serem	
  cumpridas:	
  (Art.	
  50,	
  I	
  ao	
  XVII):	
  
-­‐	
  Celebração	
  de	
  contrato	
  escrito	
  de	
  prestação	
  de	
  serviço	
  com	
  o	
  idoso,	
  especificando	
  o	
  tipo	
  de	
  
atendimento,	
   as	
   obrigações	
   da	
   entidade	
   e	
   prestações	
   decorrentes	
   do	
   contrato,	
   com	
   os	
  
respectivos	
  preços,	
  se	
  for	
  o	
  caso;	
  
-­‐	
  Observar	
  os	
  direitos	
  e	
  as	
  garantias	
  de	
  que	
  são	
  titulares	
  os	
  idosos;	
  	
  
-­‐	
  Fornecer	
  vestuário	
  adequado	
  se	
  for	
  pública,	
  e	
  alimentação	
  suficiente;	
  	
  
-­‐	
  Oferecer	
  instalações	
  físicas	
  em	
  condições	
  adequadas	
  de	
  habitabilidade;	
  	
  
-­‐	
  Oferecer	
  atendimento	
  personalizado;	
  
-­‐	
  Diligenciar	
  no	
  sentido	
  da	
  preservação	
  dos	
  vínculos	
  familiares;	
  
-­‐	
   Oferecer	
   acomodações	
   apropriadas	
   para	
   recebimento	
   de	
   visitas;	
   Promover	
   atividades	
   -­‐	
  
educacionais,	
   esportivas,	
   culturais	
   e	
  de	
   lazer;	
  Proceder	
   a	
   estudo	
   social	
   e	
  pessoal	
  de	
   cada	
  
caso;	
  
-­‐	
  Proporcionar	
   cuidados	
  à	
   saúde,	
   conforme	
  a	
  necessidade	
  do	
   idoso;	
  Promover	
  atividades	
  
educacionais,	
  esportivas,	
  culturais	
  e	
  de	
  lazer;	
  
-­‐	
  Propiciar	
  assistência	
  religiosa	
  àqueles	
  que	
  desejarem,	
  de	
  acordo	
  com	
  suas	
  crenças;	
  
-­‐	
  Proceder	
  a	
  estudo	
  social	
  e	
  pessoal	
  de	
  cada	
  caso;	
  
	
   |24	
  	
  
-­‐	
   Comunicar	
   à	
   autoridade	
   competente	
   de	
   saúde	
   toda	
   ocorrência	
   de	
   idoso	
   portador	
   de	
  
doenças	
  infectocontagiosas;	
  
-­‐	
  Providenciar	
  ou	
  solicitar	
  que	
  o	
  Ministério	
  Público	
  requisite	
  os	
  documentos	
  necessários	
  ao	
  
exercício	
  da	
  cidadania	
  àqueles	
  que	
  não	
  os	
  tiverem,	
  na	
  forma	
  da	
  lei;	
  
-­‐	
  Fornecer	
  comprovante	
  de	
  depósito	
  dos	
  bens	
  móveis	
  que	
  receberem	
  dos	
  idosos;	
  
-­‐	
  Manter	
  arquivo	
  de	
  anotações	
  onde	
  constem	
  data	
  e	
  circunstâncias	
  do	
  atendimento,	
  nome	
  
do	
  idoso,	
  responsável,	
  parentes,	
  endereços,	
  cidade,	
  relação	
  de	
  seus	
  pertences,	
  bem	
  como	
  o	
  
valor	
  de	
  contribuições,	
  	
  	
  e	
  suas	
  alterações,	
  se	
  houver,	
  e	
  demais	
  dados	
  que	
  possibilitem	
  sua	
  
identificação	
  e	
  a	
  individualização	
  do	
  atendimento;	
  
-­‐	
  Comunicar	
  ao	
  Ministério	
  Público,	
  para	
  as	
  providências	
  cabíveis,	
  a	
  situação	
  de	
  abandono	
  
moral	
  ou	
  material	
  por	
  parte	
  dos	
  familiares;	
  
-­‐	
  Manter	
  no	
  quadro	
  de	
  pessoal,	
  profissionais	
  com	
  formação	
  específica;	
  
-­‐	
  As	
  instituições	
  filantrópicas	
  ou	
  sem	
  fins	
  lucrativos	
  prestadoras	
  de	
  serviço	
  ao	
  idoso	
  terão	
  
direito	
  à	
  assistência	
  judiciária	
  gratuita;	
  (Art.	
  51)	
  e	
  
-­‐	
   Toda	
   entidade	
   de	
   atendimento	
   ao	
   idoso	
   deve	
   ser	
   fiscalizada	
   pelo	
   Conselho	
   do	
   Idoso,	
  
Ministério	
  Público,	
  Vigilância	
  Sanitária	
  e	
  outros	
  previstos	
  em	
  Lei.	
  (Art.	
  52)	
  
	
  
• 	
  Delegacias	
  
A	
   Delegacia	
   do	
   Idoso	
   é	
   órgão	
   estadual	
   subordinado	
   à	
   Polícia	
   Civil	
   que	
   tem	
   a	
  
responsabilidade,	
   conferida	
   pelo	
   Estatuto	
   do	
   Idoso	
   -­‐	
   Art.	
   19,	
   de	
   receber	
   as	
   notificações	
  
feitas	
  pelos	
  profissionais	
  da	
  área	
  de	
  saúde	
  e	
  pelo	
  atendimento	
  à	
  comunidade,	
  no	
  relato	
  de	
  
casos	
  de	
  suspeita	
  ou	
  confirmação	
  de	
  maus-­‐tratos	
  à	
  pessoa	
  idosa.	
  
Diante	
  dos	
  questionamentos	
  sobre	
  a	
  necessidade	
  ou	
  qual	
  a	
  vantagem	
  do	
   idoso	
  ser	
  
atendido	
  em	
  uma	
  delegacia	
  especializada?	
  
Cito	
  a	
  nota	
  técnica	
  sobre	
  a	
  Delegacia	
  do	
  Idoso	
  no	
  Âmbito	
  da	
  Segurança	
  Pública,	
  da	
  
Consultoria	
  Legislativa	
  A	
  Delegacia	
  do	
   Idoso	
  é	
  órgão	
  estadual	
   subordinado	
  à	
  Polícia	
  Civil	
  
que	
   tem	
   a	
   responsabilidade,	
   conferida	
   pelo	
   Estatuto	
   do	
   Idoso	
   -­‐	
   Art.	
   19,	
   de	
   receber	
   as	
  
notificações	
  feitas	
  pelos	
  profissionais	
  da	
  área	
  de	
  saúde	
  e	
  pelo	
  atendimento	
  à	
  comunidade,	
  
no	
  relato	
  de	
  casos	
  de	
  suspeita	
  ou	
  confirmação	
  de	
  maus-­‐tratos	
  à	
  pessoa	
  idosa.	
  
A	
   maioria	
   dos	
   atendimentos	
   refere-­‐se	
   à	
   ocorrência	
   de	
   delitos	
   de	
   lesão	
   corporal,	
  
furtos	
  de	
  pequenos	
  valores,	
  maus-­‐tratos	
  e	
  injúria.	
  Também	
  são	
  registradas	
  ocorrências	
  não	
  
criminosas	
  de	
  extravio	
  de	
  documentos	
  e	
  malversação	
  de	
  bens	
  dos	
  idosos	
  por	
  seus	
  familiares.	
  
Outros	
   tipos	
  de	
  queixas	
  comuns	
  estão	
  relacionados	
   ao	
   abandono	
  praticado	
  por	
  parentes,	
  
sobre	
   o	
   descuido	
   que	
   acontece	
   nos	
   transportes	
   públicos,	
   principal-­‐	
   mente	
   ônibus,	
   e	
   os	
  
	
   |25	
  	
  
maus-­‐tratos	
  nas	
  agências	
  bancárias	
  e	
  no	
  comércio.	
  
	
  
Citamos	
   o	
   procedimento	
   adotado	
   no	
   caso	
   de	
   violência	
   à	
   pessoa	
   idosa	
   em	
   um	
  
delegacia	
   de	
   Mogi	
   dasCruzes,	
   publicado	
   na	
   internet,	
   para	
   ilustrar	
   o	
   trabalho	
   de	
  
enfrentamento	
  à	
  violência	
  que	
  é	
  feito	
  em	
  articulação	
  com	
  o	
  Sistema	
  de	
  Garantia	
  dos	
  Direitos	
  
da	
   Pessoa	
   Idosa.	
   Observa-­‐se	
   que	
   a	
   delegacia	
   foi	
   a	
   porta	
   de	
   entrada	
   e	
   os	
   papéis	
  
desempenhados	
   pelos	
   outros	
   órgãos,	
   presentes	
   no	
  município.	
   De	
   acordo	
   com	
   o	
   rela-­‐	
   to,	
  
entre	
   os	
   crimes	
  mais	
   comuns	
   cometidos,	
   neste	
  município,	
   estão	
   ameaça,	
   discriminação	
   e	
  
estelionato.	
  A	
  Polícia	
  aponta	
  que,	
  geralmente,	
  os	
  autores	
  são	
  parentes	
  das	
  vítimas.	
  
	
  
Estudo	
  de	
  caso	
  
O	
  aumento	
  no	
  número	
  de	
  casos	
  que	
  procura	
  a	
  Delegacia	
  de	
  Proteção	
  ao	
  Idoso,	
  segundo	
  a	
  
delegada	
  se	
  deve	
  a	
  conscientização	
  do	
  idoso	
  em	
  relação	
  a	
  esse	
  tipo	
  de	
  prática.	
  A	
  polícia	
  
é	
  o	
  último	
  recurso	
  que	
  ele	
  dispõe	
  e,	
  esperam	
  que	
  as	
  autoridades	
  orientem	
  os	
  parentes	
  e	
  
acabem	
  com	
  o	
  abuso.	
  A	
  experiência	
  da	
  delegada	
  mostra	
  que	
  os	
  crimes	
  contra	
  o	
   idoso	
  
acontecem	
   geralmente	
   no	
   âmbito	
   familiar	
   com	
   a	
   participação	
   de	
   filhos	
   de	
   ambos	
   os	
  
sexos,	
   sobrinhos	
  e	
  netos	
  da	
  vítima.	
  É	
  comum	
  o	
   idoso	
  sofrer	
  maus-­‐tratos	
  por	
  parte	
  da	
  
família,	
  como	
  negligência	
  nos	
  cuidados	
  diários	
  e	
  também	
  ofensas	
  verbais	
  e	
  humilhações.	
  
-­‐	
  Rede	
  de	
  Apoio	
  existente	
  no	
  município	
  
Além	
  da	
  delegacia,	
  o	
  idoso	
  também	
  pode	
  encontrar	
  ajuda	
  em	
  outros	
  órgãos	
  que	
  cuidam	
  
para	
  que	
  as	
  determinações	
  do	
  Estatuto	
  do	
  Idoso	
  sejam	
  cumpridas.	
  Em	
  Mogi	
  das	
  Cruzes,	
  
o	
   Conselho	
   Municipal	
   do	
   Idoso	
   acompanha	
   de	
   perto	
   as	
   denúncias	
   que	
   chegam	
   até	
   a	
  
entidade.	
   “Quando	
   recebemos	
   uma	
   denúncia,	
   nós	
   a	
   encaminhamos	
   para	
   o	
   Centro	
   de	
  
Referência	
   do	
   Idoso	
   (Cerim).	
   O	
   centro	
   tem	
   uma	
   equipe	
   que	
   vai	
   poder	
   auxiliar	
   esse	
  
idoso.	
   Eles	
   mandam	
   a	
   assistência	
   social	
   até	
   a	
   casa	
   do	
   idoso.	
   Se	
   ele	
   realmente	
   sofre	
  
maus-­‐tratos,	
  a	
   família	
  é	
  orientada	
  que	
  pode	
  sofrer	
  processo	
  e	
  vir	
  até	
  a	
  ser	
  presa.	
   Isso	
  
está	
  previsto	
  no	
  Estatuto	
  do	
  Idoso.	
  
Caso	
   a	
   orientação	
  não	
   resolva	
  ou	
  dependendo	
  da	
   gravidade	
  do	
   caso,	
   o	
   conselho	
   abre	
  
um	
   processo	
   no	
   Ministério	
   Público	
   que	
   passa	
   a	
   investigar	
   a	
   denúncia”,	
   explica	
   uma	
  
conselheira,	
  do	
  Conselho	
  do	
  Idoso.	
  
Indica	
  ainda	
  outra	
  ferramenta	
  para	
  a	
  denúncia	
  de	
  maus-­‐tratos	
  contra	
  o	
  idoso:	
  o	
  Disque	
  
100,	
   que	
   funciona	
   em	
   Brasília	
   (DF).	
   “Apesar	
   de	
   estar	
   longe	
   do	
   nosso	
   município,	
   o	
  
serviço	
   funciona	
  bem.	
  Assim	
  que	
  recebem	
  a	
  denúncia,	
  eles	
  a	
  enviam	
  para	
  a	
  Secretaria	
  
Municipal	
  de	
  Assistência	
  Social,	
  Ministério	
  Público	
  e	
  Conselho	
  do	
  Idoso.	
  Não	
  é	
  preciso	
  
que	
  o	
  denunciante	
  se	
  identifique.”	
  
Fonte:   http://g1.globo.com/sp/mogi-­‐das-­‐cruzes-­‐suzano/noticia/2014/06/aumenta-­‐
procura-­‐pela-­‐delegacia-­‐de-­‐protecao-­‐ao-­‐idoso-­‐de-­‐mogi.html  
	
  
O	
  art.	
  19.	
  do	
  Estatuto	
  do	
  Idoso	
  (Lei	
  No	
  10.741/2003,	
  alterada	
  pela	
  Lei	
  nº	
  12.461,	
  de	
  
2011)	
  prevê	
  que	
  os	
  casos	
  de	
  suspeita	
  ou	
  confirmação	
  de	
  violência	
  praticada	
  contra	
  idosos	
  
serão	
   objeto	
   de	
   notificação	
   compulsória	
   pelos	
   serviços	
   de	
   saúde	
   públicos	
   e	
   privados	
   à	
  
autoridade	
  sanitária.	
  
Nos	
  casos	
  de	
  confirmação	
  da	
  situação	
  de	
  violência	
  ou	
  de	
  persistência	
  a	
  suspeita,	
  a	
  
questão	
   pode	
   ser	
   comunicada	
   ao	
   Conselho	
   do	
   Idoso,	
  Ministério	
   Público	
   ou	
   Delegacia	
   de	
  
	
   |26	
  	
  
Polícia.	
   São	
   estes	
   os	
   órgãos	
   que	
   desencadeiam	
   as	
   medidas	
   protetivas	
   e	
   de	
  
responsabilização.	
  Na	
  suspeita	
  de	
  violência,	
  quando	
  possível,	
  deve-­‐se	
  conversar	
  com	
  o	
  idoso	
  
e	
  acolher	
  a	
  situação	
  como	
  questão	
  de	
  saúde.	
  
Nos	
   serviços	
   de	
   saúde	
   será	
   realizada	
   a	
   notificação	
   compulsória	
   da	
   violência	
   e	
  
acionada	
  a	
  rede	
  de	
  atenção	
  e	
  proteção	
  para	
  o	
  acompanhamento	
  do	
  caso.	
  A	
  notificação	
  na	
  
ocorrência	
   ou	
   na	
   suspeita	
   da	
   violência	
   é	
   obrigatória	
   aos	
   profissionais	
   de	
   saúde.	
   A	
  
notificação	
  de	
  violência	
  também	
  tem	
  como	
  objetivo,	
  gerar	
  informações	
  para	
  a	
  compreensão	
  
desse	
  agravo	
  e	
  apoiar	
  a	
  organização	
  de	
  serviços,	
  a	
  formação	
  e	
  o	
  fortalecimento	
  das	
  redes	
  
intra	
  e	
  intersetoriais.	
  
A	
   Vigilância	
   deve,	
   por	
   meio	
   da	
   notificação	
   e	
   de	
   outras	
   informações	
   de	
   saúde,	
  
propiciar	
  e	
  disparar	
  processos	
  necessários	
  à	
  assistência	
  individual	
  e	
  às	
  ações	
  coletivas	
  de	
  
apoio	
  à	
  articulação	
  das	
  redes	
  de	
  proteção,	
  produção	
  e	
  de	
  promoção	
  da	
  saúde.	
  A	
  notificação	
  
compulsória	
  é	
  registrada	
  no	
  Sistema	
  de	
  Informação	
  de	
  Agravos	
  de	
  Notificação	
  (SINAN)	
  do	
  
Ministério	
  da	
  Saúde.	
  
	
  
MATERIAIS	
  AUXILIARES	
  
• 	
   Link	
   para	
   consulta	
   ao	
   Estatuto	
   do	
   Idoso:	
  
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm	
  
•	
  O	
  Estatuto	
  faz	
  15	
  anos	
  e	
  com	
  as	
  transformações	
  sociais	
  atuais	
  é	
  necessário	
  fazer	
  alguns	
  
ajustes.	
   No	
   vídeo	
   indicado	
   no	
   link	
   abaixo,	
   Ana	
   Camarano	
   comenta	
   algumas	
   questões	
  
importantes,	
  observadas	
  durante	
  a	
  aplicação	
  do	
  Estatuto	
  neste	
  período.	
  
https://drive.google.com/drive/folders/1SMX1Y_cY4T0SmgyuLL01400Wb_KzBBU	
  
	
   	
  
	
   |27	
  	
  
Módulo	
  4	
  
Fundo	
  Nacional	
  do	
  Idoso	
  	
  
	
  
OBJETIVO	
  DO	
  MÓDULO	
   4	
  
Entender	
  o	
  papel	
  do	
  Fundo	
  Nacional	
  do	
  Idoso	
  para	
  o	
  avanço	
  das	
  políticas	
  destinadas	
  a	
  
esta	
  faixa	
  etária.	
  
	
  
INTRODUÇÃO	
  
Com	
   o	
   intuito	
   de	
   financiar	
   programas	
   e	
   ações,	
   criar	
   condições,	
   promover	
   a	
  
autonomia,	
   integração	
  e	
  participação	
  efetiva	
  da	
  sociedade	
  foi	
   instituído	
  o	
  Fundo	
  Nacional	
  
do	
  Idoso,	
  pela	
  Lei	
  12.213/2010	
  que	
  entrou	
  em	
  vigor	
  em	
  janeiro	
  de	
  2011.	
  
A	
  receita	
  dos	
  Fundos	
  dos	
  Direitos	
  do	
  Idoso	
  é	
  composta	
  basicamente	
  de:	
  
-­‐ Recursos	
  públicos	
  que	
  lhes	
  forem	
  destinados,	
  consignados	
  no	
  Orçamento	
  da	
  União,	
  
dos	
  estados,	
  dos	
  municípios	
  e	
  do	
  Distrito	
  Federal;	
  
-­‐ Contribuições	
  de	
  governos	
  e	
  organismos	
  internacionais;	
  e	
  
-­‐ Doações	
  de	
  pessoas	
  físicas	
  e	
  jurídicas,	
  dedutíveis	
  do	
  imposto	
  de	
  renda,	
  nos	
  termos	
  
do	
   artigo	
   nº	
   260	
   da	
   Lei	
   nº	
   8.069/90,	
   alterada

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