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Organização Administrativa da União

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DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE 
Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 207
AAUULLA A 5 5 
((2299//1122//22001111)) 
Prezado(a) aluno(a), 
Nessa aula serão abordadas as seguintes matérias: 
• Organização administrativa da União: administração direta e 
indireta 
Considerando-se que essa nossa aula é a última desse ano, aproveito 
a oportunidade para desejar-lhe um ano de 2012 repleto de 
conquistas!!!! 
Tenha a convicção de que tudo que vem sendo plantado na sua 
preparação rumo ao serviço público será colhido. 
Algumas plantas demoram mais do que outras, mas no seu tempo 
florescem!!! Basta irrigar, cuidar, tratar com carinho. 
Essa é a visão que devemos ter de nossa preparação em concurso 
público. A sua hora vai chegar!!! Estou certo que você já ouviu ou leu 
essa frase diversas vezes, mas ela deve ser repetida por traduzir uma 
verdade. Se você plantar vai colher, e só colhemos aquilo que 
plantamos! 
Plante dedicação, disciplina, garra, vontade de vencer, que 
certamente tudo isso se traduzirá numa vitória inesquecível: a sua 
aprovação em concurso público. 
Eu plantei e colhi, e é tamanha a minha realização pessoal e 
profissional que faço questão de incentivar a todos a seguirem o 
mesmo caminho. Passe no concurso para ver como é bom demais!!! 
Grande abraço e excelente passagem de ano!!! 
Armando Mercadante 
mercadante@pontodosconcursos.com.br 
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OORRGGAANNIIZZAAÇÇÃÃO O AADDMMIINNIISSTTRRAATTIIVVA A DDA A UUNNIIÃÃOO 
AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃO O DDIIRREETTA A E E IINNDDIIRREETTAA 
Quando União, Estados, DF e Municípios, exercem suas atividades 
diretamente, ou seja, por meio de seus órgãos e de seus 
agentes públicos, temos a chamada centralização. 
Portanto, a atuação do TCU, que é órgão da União, corresponde à 
centralização administrativa, o mesmo ocorrendo com o 
Departamento da Polícia Federal ou a Receita Federal do Brasil, 
ambos também órgãos federais. 
Diferentemente, quando União, Estados, DF e Municípios transferem
para outras pessoas competência para execução de suas atividades, 
temos a chamada descentralização administrativa. 
Dessa forma, a atuação do INSS, que é autarquia federal integrante 
da administração indireta, bem como das concessionárias e das 
permissionárias de serviços públicos, que são pessoas jurídicas de 
direito privado não integrantes da administração indireta, 
correspondem à descentralização administrativa. 
Em resumo... 
Centralização ocorre quando a atividade é desempenhada 
diretamente pela administração direta. É o serviço executado, 
por exemplo, pelo Departamento da Polícia Federal (órgão da União) 
ou pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (órgão do Estado de 
Minas Gerais). 
Descentralização ocorre quando a atividade é transferida pela 
administração direta para entidades da administração indireta 
(autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de 
economia mista) ou para concessionários e permissionários de 
serviços públicos. É o serviço executado, por exemplo, pelo INSS 
(autarquia federal), pelas concessionárias de telefonia (OI, VIVO ...) 
ou pelas permissionárias de transporte municipal (provavelmente na 
sua cidade o transporte urbano é realizado por empresas 
permissionárias). 
Prosseguindo... 
Porém, há duas formas de descentralização administrativa: 
descentralização legal e descentralização negocial. 
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Em seu estudo vincule descentralização legal à administração 
indireta e descentralização negocial às concessionárias e às 
permissionárias de serviços públicos. 
A descentralização legal, também denominada de 
descentralização por serviço, descentralização funcional, 
descentralização técnica ou outorga (guarde principalmente esse 
nome), ocorre quando o ente federativo atribui a titularidade e a 
execução de determinada atividade para as pessoas jurídicas por ele 
criadas (autarquias e fundações públicas de direito público) ou 
cuja criação foi por ele autorizada (fundações públicas de direito 
privado, empresas públicas e sociedades de economia mista). 
Importante destacar que também integram a administração indireta 
as agências reguladoras (são autarquias ou fundações públicas 
com regime especial), agências executivas (autarquias ou 
fundações públicas que formalizam contrato de gestão com o Poder 
Público) e associações públicas (autarquias). 
Para ficar mais fácil o entendimento, pense que na 
descentralização legal o ente federado transfere a titularidade 
e a execução de determinada atividade para entidade 
integrante da administração indireta. 
Dessa forma, o INSS, que é uma autarquia, exerce as atividades que 
recebeu da União como titular, uma vez que a descentralização legal 
implica na transferência da titularidade e da execução da 
atividade. 
Analisaremos agora a descentralização negocial, que também é 
denominada de descentralização por colaboração ou delegação
(atenção para essa última expressão). 
Diferentemente do que ocorre na descentralização legal, na 
descentralização negocial a pessoa política (União, Estados, DF e 
Municípios) não transfere a titularidade do serviço, mas tão 
somente a sua execução para concessionárias ou 
permissionárias de serviços públicos. Essa transferência da 
execução é formalizada por meio de contrato. 
Dessa forma, concessionárias e permissionárias recebem 
competência para a execução de serviços públicos, porém, a 
titularidade permanece com o ente público concedente. 
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Todas as vezes que você pensar em descentralização deve pensar em 
duas pessoas. Um ente federado transferindo competências para 
outra pessoa integrante da administração indireta ou para 
concessionárias/permissionárias de serviços públicos. 
Aqui é preciso chamar sua atenção para o fato de que todas as 
entidades da administração indireta são pessoas jurídicas. Da 
mesma forma, as concessionárias obrigatoriamente são pessoas 
jurídicas. Já as permissionárias podem ser pessoas jurídicas ou 
pessoas físicas. 
Creio que a essa altura você já está firme na distinção entre 
centralização e descentralização. 
Vamos então estudar a desconcentração administrativa... 
Se descentralização envolve a transferência de competência entre 
pessoas, a desconcentração consiste na distribuição interna de 
competências dentre os vários órgãos que integram as 
pessoas jurídicas. 
Dessa forma, adotando-se como referência a pessoa jurídica INSS, a 
distribuição de competências entre seus órgãos - Gerências 
Executivas, Postos de Atendimento, Corregedoria, Diretorias e etc – 
corresponde à desconcentração administrativa. 
AAddmmiinniissttrraaççããoo DDiirreettaa ee IInnddiirreettaa 
CCoonnssiiddeerraaççõõeess iinniicciiaaiiss 
O Decreto-lei nº 200/67 que dentre outras providências dispôs sobre 
a organização da Administração Federal e estabeleceu diretrizes para 
a Reforma Administrativa, em seu art. 4º assim dividiu a 
Administração Federal: 
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados 
na estrutura administrativa da Presidência da República e dos 
Ministérios. 
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes 
categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: 
a) Autarquias; 
b) Empresas Públicas; 
c) Sociedades de Economia Mista; e 
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d) Fundações públicas1. 
É certo que o referido decreto-lei tem aplicação restrita à 
Administração Pública federal, o que não significa que as entidades 
acima citadas não integrem também a administração indireta dos 
Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Desta forma, existem autarquias, empresas públicas, sociedades de 
economia mista e fundações públicas no âmbito da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
O quadro abaixo indica a composição das Administrações Direta e 
Indireta: 
ADMINISTRAÇÃO 
DIRETA 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Órgãos da União Autarquias 
Órgãos dos Estados Fundações públicas de direito 
público 
Órgãos do Distrito Federal Fundações públicas de direito 
privado 
Órgãos dos Municípios Empresas públicas 
Sociedades de economia mista 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios são chamados de entes 
federados ou pessoas políticas, ao passo que as pessoas jurídicas 
integrantes da Administração Indireta são denominadas de 
entidades administrativas. 
Todos os componentes da Administração Direta, as autarquias e as 
fundações públicas de direito público são pessoas jurídicas de 
direito público, enquanto as fundações públicas de direito privado, 
empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas 
jurídicas de direito privado. 
Além desses nomes listados como componentes da Administração 
Indireta, outras pessoas jurídicas também a integram, mas não com 
natureza jurídica diferente das apresentadas, pois serão espécies de 
autarquias e/ou de fundações públicas, dependendo do caso. São as 
seguintes entidades: agências reguladoras, agências executivas 
e associações públicas. 
1 Relativamente às fundações públicas, é interessante destacar desde já que atualmente prevalece a 
posição que admite a existência de duas espécies: fundação pública de direito público e fundação 
pública de direito privado. 
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As agências reguladoras até então foram criadas no Brasil com a 
natureza de autarquias em regime especial (o que não impede que 
possam ser criadas com outra natureza jurídica, como fundações 
públicas, por exemplo), enquanto as executivas podem ser autarquias 
ou fundações públicas que firme com o Poder Público contrato de 
gestão e possuam plano estratégico. Já as associações públicas são 
constituídas com a forma jurídica de autarquias. 
Importante frisar, apesar de não ser objeto de estudo desse curso, 
que as pessoas jurídicas componentes do terceiro setor, as 
chamadas paraestatais, não integram a Administração Pública. 
São elas: organizações sociais, entidades de apoio, sociedades 
civis de interesse privado e serviços sociais autônomos. 
A administração indireta está presente em todos os três Poderes 
(Executivo, Legislativo e Judiciário), conforme se depreende do caput 
do art. 37 da CF: “a administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios...”. 
As entidades da Administração Indireta estão vinculadas ao Ministério 
em cuja área de competência estiver enquadrada a sua principal 
atividade. Por exemplo, a autarquia Instituto Nacional do Seguro 
Social – INSS está vinculada ao Ministério da Previdência Social. Esta 
vinculação é denominada supervisão ministerial, tutela ou 
controle finalístico. 
Dessa forma, o controle das pessoas administrativas caberá ao 
ministério a que estiverem vinculadas e se materializará sob a forma 
de supervisão, sem prejuízo da utilização de outros instrumentos de 
controle previstos na CF 88. 
Apesar da previsão deste controle, é preciso destacar que não há 
hierarquia entre as pessoas integrantes da administração direta e as 
da administração indireta. A hierarquia não se faz presente na 
descentralização, mas sim na desconcentração, institutos que já 
foram objeto de estudos. 
Além disso, vale ressaltar que as pessoas administrativas não 
integram a estrutura orgânica da Administração Direta. Assim sendo, 
a Caixa Econômica Federal (pessoa administrativa), que é uma 
empresa pública federal, não integra a estrutura orgânica da União. 
Diferentemente, a Receita Federal do Brasil, que é um órgão federal, 
é integrante da estrutura orgânica da União. A expressão estrutura 
orgânica está associada a órgãos e não a pessoas jurídicas. 
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Por fim, cumpre informar que nem toda sociedade em que o Estado 
tenha participação acionária integra a administração indireta, 
significando dizer que o Estado de Minas Gerais pode adquirir ações 
de empresas, sem que estas passem a integrar a administração 
indireta mineira. 
EEnnttiiddaaddeess ddaa aaddmmiinniissttrraaççããoo iinnddiirreettaa 
A partir desse ponto, iremos estudar cada um das entidades 
integrantes da administração indireta. 
-- AAUUTTAARRQQUUIIAASS 
1) Exemplos: 
INSS, INCRA, CADE, CVM, IBAMA, Banco Central do Brasil, ANATEL, 
CVI e Conselhos de Fiscalização de profissões regulamentadas, como 
Conselho de Medicina, Conselho de Odontologia etc. (exceto OAB, 
conforme entendimento do STF - ADI nº 1.717-DF) 
2) Natureza jurídica: 
Possuem personalidade jurídica de direito público interno (art. 
41, IV, Código Civil), podendo ser federais, estaduais, distritais ou 
municipais. 
3) Criação: 
Criada por lei específica, nos termos do art. 37, XIX, CF. 
4) Momento da aquisição da personalidade jurídica: 
A regra prevista no art. 45 do Código Civil de que a existência legal 
das pessoas jurídicas tem início com a inscrição no registro próprio de 
seus atos constitutivos não se aplica às autarquias, pois essa norma 
se restringe às pessoas de direito privado. 
O momento de criação da autarquia coincide com o de 
vigência da lei específica que a instituiu, motivo pelo qual não é 
necessário o registro de seus atos constitutivos no Cartório. 
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5) Extinção: 
Pelo princípio da simetria ou paralelismo das formas jurídicas, pelo 
qual a forma de nascimento dos institutos jurídicos deve ser a mesma 
de sua extinção, será lei específica o instrumento legislativo idôneo 
para extinção das autarquias, de competência privativa do Chefe do 
Executivo. 
6) Iniciativa do projeto de lei de instituição/extinção: 
Competência privativa do Chefe do Poder Executivo (Presidente 
da República, Governadores e Prefeitos), conforme art. 61 da CF: 
Art. 61. ( ... ) 
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as 
leis que: 
( ... ) 
II - disponham sobre: 
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da 
administração pública, observado o disposto no art. 84, 
VI; 
Portanto, é o Chefe do Poder Executivo quem apresenta o projeto de 
lei de criação de uma autarquia. 
A CF/88 refere-se ao Presidente da República, devendo tal regra pelo 
princípio da simetria constitucional ser aplicada também aos Estados 
(governadores), Distrito Federal (governador) e Municípios (prefeitos) 
com as devidas adaptações. 
Apenas para fins de esclarecimento, a palavra “órgão” nesse 
dispositivo constitucional foi utilizada de forma imprecisa, pois a 
Constituição atribuiu-lhe um sentido amplo, abrangendo os 
órgãos propriamente ditos e entidades da administração 
indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e 
sociedades de economia mista). 
7) Organização: 
É reservada ao Chefe do Poder Executivo a competência para 
editar decretos aprovando o regulamento ou estatuto da autarquia. 
É o que determina o art. 84, VI, “a”, da CF/88: 
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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
( ... ) 
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, 
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou 
extinção de órgãos públicos. 
8) Conceito: 
Do decreto-lei nº 200/67 (art. 5º, I): “o serviço autônomo, criado 
por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita 
próprios, para executar atividades típicas da Administração 
Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, 
gestão administrativa e financeira descentralizada”. 
Como muitos alunos acham esse conceito complexo, segue outra 
definição: pessoa jurídica de direito público, de natureza 
administrativa, integrante da Administração Indireta, com 
patrimônio próprio exclusivamente público, criada por lei 
específica para execução de funções típicas do Estado. 
9) Objetivos sociais: 
Serviços públicos (saúde, educação, previdência social etc) ou 
desempenho de atividades administrativas (Banco Central 
fiscalizando atividades desenvolvidas pelas instituições financeiras). 
Estão excluídas do seu objeto atividades de cunho econômico 
e mercantil. As autarquias não visam lucros. 
10) Autonomia administrativa: 
Todas as entidades integrantes da Administração Indireta possuem 
essa característica. 
11) Supervisão ministerial: 
Entre a autarquia e a pessoa política instituidora não há 
hierárquica, mas apenas vinculação (tutela ou controle 
finalístico), por meio da qual a administração direta fiscaliza se a 
autarquia está desempenhando as funções que lhe foram atribuídas. 
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12) Patrimônio: 
O patrimônio é próprio e público, de acordo com o art. 982 do 
Código Civil. 
Os bens das autarquias, por serem públicos, possuem as seguintes 
características: 
• impenhorabilidade: não podem ser penhorados. 
• imprescritibilidade: os bens públicos são imprescritíveis, não 
estando sujeitos à usucapião. 
• não sujeição a ônus: sobre um bem público não incide 
gravames (ônus), como exemplos, uma hipoteca ou um penhor. 
• alienação condicionada: o bem público poderá ser alienado3, 
desde que observados alguns requisitos previstos em lei
(art. 17 da Lei 8.666/93). 
13) Pagamento de débitos decorrentes de sentença judicial: 
Os débitos das pessoas jurídicas de direito público decorrentes de 
sentença judicial são pagos por meio de precatório, nos termos do 
art. 100 da CF, ou por meio de Requisição de Pequeno Valor -
RPV, quando de pequeno valor (no âmbito federal, até 60 salários 
mínimos). 
Quanto a esse item eu chamo a sua atenção para o fato de que os 
débitos das pessoas públicas, não decorrentes de sentença 
judicial, não são pagos por precatório ou por RPV, mas sim 
administrativamente. 
Dessa forma, se a União desapropriar um imóvel e o proprietário 
concordar com a indenização proposta, o valor será pago 
administrativamente, e não por meio de precatório ou de RPV, pois o 
débito não decorreu de sentença judicial. 
2 Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito 
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. 
3 A expressão alienação nesse contexto significa transferência da titularidade de determinado bem (“trocar 
o dono”). Alienar não se resume à venda, pois existem outros meios de mudança de proprietário, como 
ocorre na doação, na permuta e na dação em pagamento. 
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14) Nomeação dos dirigentes e aprovação prévia do 
Legislativo: 
Atualmente, mudando sua posição originária, o STF considera 
constitucional a exigência de que a nomeação pelo Chefe do 
Executivo de dirigentes de autarquias, que são ocupantes de 
cargos em comissão, esteja condicionada à prévia aprovação 
pelo Poder Legislativo (ADI nº 1.281-PA). 
Inclusive, o art. 84, XIV, da CF, condiciona a nomeação do presidente 
e dos diretores do Banco Central à aprovação pelo Senado Federal, 
bem como de outros servidores, quando determinado em lei: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
(...) 
XIV - Nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros 
do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os 
Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o 
presidente e os diretores do banco central e outros 
servidores, quando determinado em lei. 
15) Regime de trabalho: 
A Emenda Constitucional nº 19/98, alterando o caput do art. 39 da 
CF, pôs fim à obrigatoriedade das pessoas jurídicas de direito público 
adotarem regime jurídico único para os seus servidores, 
possibilitando às autarquias a adoção do regime de pessoal 
estatutário (por ex., Lei 8.112/90 para as autarquias federais) 
ou celetista (CLT), de acordo com o que estabelecesse a lei. 
Passou a ser possível determinado ente federado ser estatutário e as 
suas autarquias celetistas. Conforme eu disse, a EC 19/98 pôs fim 
ao regime jurídico único, passando a conviver dois regimes 
distintos: estatutário, que se baseia num estatuto, e celetista. 
O regime estatutário é reservado para os ocupantes de cargos 
públicos, enquanto o regime celetista para os ocupantes de emprego 
público. 
Inclusive, no âmbito federal foi editada a Lei 9.962/00 para disciplinar 
o regime de emprego público do pessoal da Administração federal 
direta, autárquica e fundacional. 
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Porém, depois de aproximadamente 10 anos da promulgação da EC 
19/98, olha o que acontece... 
Identificaram um vício na votação do seu projeto, e por conta desse 
vício foi proposta uma ação direta de inconstitucionalidade no STF 
(ADI 2135). Não deu outra: o STF, em 02/08/07, deferiu 
parcialmente medida cautelar para suspender com efeitos ex 
nunc (daquele momento para frente) a eficácia do indigitado 
art. 39, caput, com a redação da EC nº 19/98. 
Se a EC 19/98 pôs fim ao regime jurídico único ao alterar o art. 39 da 
CF, com a suspensão de sua aplicação volta a ser aplicado o art. 39 
com sua redação anterior, ou seja, fica restabelecido o regime 
jurídico único. 
Com essa decisão, o regime jurídico a ser adotado obrigatoriamente 
pelas pessoas jurídicas de direito público volta a ser o estatutário
(posição que prevalece na doutrina e na jurisprudência). 
Mas e os entes federados que adotaram o regime de emprego público 
após a EC 19/98? Como a decisão do STF teve efeitos ex nunc, só 
produzindo efeitos a partir daquele momento, essas situações 
permanecerão inalteradas, aplicando-se, contudo, o regime jurídico 
único para as nomeações posteriores à decisão do STF. 
Elaborei um quadro para facilitar seu estudo: 
Entre CF/88 e 
EC 19/98 
Entre a EC 19/98 
e a publicação da 
cautelar na ADI 
2.135 
A partir da publicação da 
cautelar na ADI 2.135 
Regime jurídico 
único: 
estatutário 
Regime jurídico 
estatutário ou 
celetista 
Regime jurídico único: 
estatutário. Porém, será 
mantido o regime celetista 
para os empregados 
contratados entre a EC 
19/98 e a ADI 2.135, pois a 
decisão teve efeitos ex 
nunc. 
16) Prerrogativas: 
As autarquias gozam das mesmas prerrogativas e privilégios 
assegurados à Fazenda Pública (União, Estados, DF e Municípios): 
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• imunidade tributária (art. 150, §2º,CF/88), que veda a 
instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços das 
autarquias, desde que estes sejam vinculados a suas finalidades 
essenciais; 
• impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas; 
• imprescritibilidade de seus bens (não podem ser adquiridos por 
terceiros via usucapião); 
• prescrição qüinqüenal, significando que as dívidas e direitos de 
terceiros contra as autarquias prescrevem em cinco anos, salvo 
exceções legais; 
• créditos sujeitos à execução fiscal; 
• os débitos decorrentes de condenação em sentença judicial são 
pagos por meio de precatórios ou de RPV (requisição de 
pequeno valor). 
• prazos processuais dilatados, conforme art. 188 do CPC: 
“computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro 
para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério 
Público”. 
17) Foro dos litígios: 
De início, faça a seguinte divisão: 
• ações que envolvam discussões sobre relação laboral (sobre 
relação de trabalho, como exemplo, ações pleiteando pagamento 
de férias, 13º, horas extras etc...) 
• demais ações (ações de dano moral, de ressarcimento etc...). 
Destaco que todo o meu raciocínio será desenvolvido levando-se em 
conta autarquias federais... 
- Ações que envolvam discussões sobre relação laboral
Se o regime de trabalho da autarquia for celetista (lembre-se que 
durante um período conviveram os regimes celetista e estatutário), 
as ações trabalhistas serão julgadas na Justiça do Trabalho. 
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Portanto, um empregado de uma autarquia celetista deve propor uma 
ação na Justiça do Trabalho para pleitear horas extras não pagas. 
Agora, se o regime for estatutário, as ações que envolvam relação 
laboral serão julgadas na Justiça Federal. 
Dessa forma, se determinado servidor do INSS pretender pleitear 
diferenças em suas remunerações, deverá propor a ação na Justiça 
Federal. 
Será também da Justiça Federal, e não da Justiça do Trabalho, a 
competência para julgamento das ações envolvendo servidores 
temporários e autarquias federais, conforme decidiu o STF na 
Reclamação nº 5.171. 
Demais ações
Quanto às demais ações (dano moral, ressarcimento...), a 
competência será da Justiça Federal, conforme art. 109, I, da CF, 
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à 
Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. 
18) Agências reguladoras e agências executivas
De forma resumida ... 
 
- Agências reguladoras
No Brasil estão sendo criadas como autarquias em regime especial 
para regular e/ou fiscalizar as atividades de determinados setores 
que desempenham atividades econômicas no país (ex: ANATEL, 
ANVISA, ANS etc). 
Nada impede que sejam criadas com outra forma jurídica, como 
fundações públicas, por exemplo. 
- Agências Executivas
Poderão ser qualificadas como agências executivas as autarquias
e as fundações públicas que celebrem com o Poder Público 
contrato de gestão, com o objetivo de obterem maior autonomia 
administrativa e financeira. 
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Em contraprestação, assumem o compromisso de alcançar 
determinadas metas de desempenho. 
19) Associações Públicas: 
A Lei 11.107/05 institui a possibilidade de a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios reunirem-se para a realização de 
objetivos de interesse comum por meio de consórcios públicos. 
Dessa reunião constituir-se-á pessoa jurídica de direito privado ou 
pessoa jurídica de direito público. Neste último caso, será 
denominada de associação pública, que nos termos do art. 41, IV, 
do Código Civil, tem natureza jurídica de autarquia. 
20) Conselho de profissões regulamentadas: 
Você deve estar se perguntando: por que o Armando considera 
importante tratar de conselhos de fiscalização nessa aula? 
A resposta é simples: porque são autarquias em regime especial, 
matéria abrangida pelo tema administração indireta, presente em 
diversos concursos públicos. 
Você não precisar conhecer o funcionamento do Conselho Federal de 
Medicina ou do Conselho Federal de Engenharia, que são exemplos de 
conselhos de profissões regulamentadas, mas tem que saber que 
esses conselhos são enquadrados como autarquias, exceto a 
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. 
Portanto, se a banca afirmar numa prova que todos os 
conselhos de profissões são classificados como autarquias, 
essa assertiva estará errada, pois a OAB, em que pese ser 
conselho de profissão, não é considerada pelo STF como autarquia. 
Os demais conselhos são autarquias. 
De acordo com o STF, a OAB é uma pessoa jurídica de direito 
público, porém não se enquadra como autarquia, não sendo 
obrigada a realizar concursos públicos nem a prestar contas ao TCU 
(ADI 3026/DF). 
Dessa forma, para fazer o ponto na prova: os conselhos de 
profissão são autarquias, exceto a OAB4. 
4 Ressaltou-se a diferença entre a OAB e os demais conselhos profissionais a justificar o seu tratamento 
diferenciado, uma vez que aquela não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas, mas 
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Você deve aplicar aos conselhos de profissões regulamentadas todas 
as características e as prerrogativas das autarquias que a seguir 
serão revisadas, ressalvando-se apenas uma particularidade: os 
servidores dos conselhos de profissões federais não são 
regidos pela Lei 8.112/90, mas sim pelo regime trabalhista 
(CLT), de acordo com a Lei 9.649/98 (ADI 1.717-DF). 
Atenção para esse último detalhe (regime trabalhista dos conselhos), 
pois se a banca afirmar que todas as autarquias federais são regidas 
pela Lei 8.112/90, essa assertiva está equivocada, pois os conselhos 
profissionais não são, além de outras autarquias cujo respectivo ente 
público optou pelo regime celetista, conforme será estudado 
oportunamente. 
-- FFUUNNDDAAÇÇÕÕEESS PPÚÚBBLLIICCAASS 
No início da aula, demonstrei para você que na administração pública 
existem duas fundações: fundação pública de direito público e 
fundação pública de direito privado. 
Na verdade, muitos alunos ficam com dúvidas quanto à existência 
dessas duas fundações quando fazem a leitura do art. 37, XIX, CF: 
“somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a 
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de 
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as 
áreas de sua atuação”. 
Observe que o legislador constituinte faz menção à autorização para 
criação de fundação, o que conduz o aluno a entender que só existe a 
fundação pública de direito privado, pois para ser pública deveria ser 
criada por lei específica. 
Ocorre que doutrina e jurisprudência majoritárias admitem a 
existência de duas fundações: uma criada por lei específica 
(fundação pública de direito público) e outra cuja criação é 
autorizada por lei específica (fundação pública de direito 
privado). 
Relativamente à fundação pública de direito público, sua semelhança 
com as autarquias é enorme, tanto que alguns doutrinadores a 
denominam de fundações autárquicas. 
também a defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos 
humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e 
pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas. 
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Dessa forma, o que eu disse nas questões relacionadas às 
autarquiasserá aplicável a essas fundações, cujos exemplos 
são FUNAI e FUNASA. 
Nas provas, as bancas identificam e exploram duas diferenças 
indicadas pela doutrina entre as autarquias e as fundações 
autárquicas: 
I) Enquanto a fundação pública é uma universalidade de bens 
personificada (personalizada), a autarquia é serviço público 
personificado. 
II) As autarquias são criadas para o exercício de funções típicas
do Estado, enquanto as fundações autárquicas exercem funções 
típicas e atípicas. 
Portanto, como você já conhece as principais características das 
autarquias e das fundações públicas de direito público, a partir desse 
momento iniciaremos um breve estudo das fundações públicas de 
direito privado. 
- FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PRIVADO 
O conceito apresentado pelo Decreto-lei 200/67, em seu art. 5º, IV, é 
o seguinte: “entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de 
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades 
que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito 
público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio 
gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento 
custeado por recursos da União e de outras fontes”. 
Agora, um conceito mais simples: pessoa jurídica de direito 
privado, de natureza administrativa, integrante da 
Administração Indireta, cuja criação é autorizada por lei 
específica, com patrimônio destinado para a execução de 
atividades de caráter social. 
Vamos então às principais características: 
1) Personalidade jurídica: pessoa jurídica de direito privado. 
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2) Criação, extinção e organização: a lei específica, de 
iniciativa do Chefe do Poder Executivo, autorizará a sua 
criação e a sua extinção, cabendo ao decreto também do Chefe 
do Executivo definir a sua organização. 
É interessante reiterar que as pessoas jurídicas de direito público, 
como as autarquias e as fundações autárquicas, adquirem 
personalidade jurídica (“nascem”) no momento de vigência da lei 
instituidora. 
Já as pessoas jurídicas de direito privado, que é o caso das fundações 
públicas de direito privado, adquirem personalidade jurídica com 
a inscrição de seus atos constitutivos (estatuto) no registro 
próprio (cartórios de pessoas jurídicas). 
3) Patrimônio: bens privados, sendo impenhoráveis aqueles 
destinados às suas finalidades. 
4) Objetivos: assistência social, assistência médica e hospitalar, 
educação, ensino, pesquisa e atividades culturais. Destacando que 
fundações não exercem atividades econômicas. 
Nos termos da parte final do art. 37, XIX, CF, caberá à lei 
complementar definir as áreas de atuação dessas fundações. 
Essa LC ainda não foi aprovada (há projeto em tramitação). 
5) Regime de trabalho: celetista. 
6) Prerrogativas: em regra não possui privilégios. Uma prerrogativa 
garantida consta do art. 150, §2º, da CF, que lhe confere a 
imunidade tributária relativamente a impostos sobre patrimônio, 
renda ou serviços, desde que vinculadas às suas atividades 
essenciais. Isso por que a CF, nesse ponto, não faz qualquer ressalva 
relativamente às fundações públicas de direito público e às de direito 
privado, apenas se referindo a fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público. Outro privilégio diz respeito à impenhorabilidade de 
bens informada acima. 
7) Regime jurídico: o regime jurídico será de direito privado, 
com incidência de regras de direito público (por ex: 
obrigatoriedade de realizar concurso público e licitação). Daí dizer-se 
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que seu regime jurídico é híbrido, como ocorre com as sociedades de 
economia mista e as empresas públicas. 
Concluindo, as fundações instituídas pelo Estado com 
personalidade jurídica de direito privado não se sujeitam 
inteiramente a esse ramo do direito, pois também haverá 
incidência de normas de direito público. 
-- EEMMPPRREESSAA PPÚÚBBLLIICCAA EE SSOOCCIIEEDDAADDEE DDEE EECCOONNOOMMIIAA MMIISSTTAA 
Até o momento, estudamos as principais características das 
autarquias, das fundações autarquias e das fundações públicas de 
direito privado. Restam agora duas entidades: empresas públicas
(Caixa Econômica Federal e CORREIOS) e sociedades de economia 
mista (Petrobrás e Banco do Brasil). 
Em virtude das semelhanças entre essas duas pessoas jurídicas 
integrantes da administração indireta, será possível estudá-las em 
conjunto. 
Para facilitar o seu estudo, unifiquei abaixo as características dessas 
entidades: 
1) Personalidade jurídica: pessoa jurídica de direito privado. 
2) Criação, extinção e organização: a lei específica, de iniciativa 
do Chefe do Poder Executivo, autorizará a criação e a extinção, 
cabendo ao decreto, também do Chefe do Executivo, definir a 
organização. 
Sendo pessoas jurídicas de direito privado, a aquisição da 
personalidade jurídica (“nascimento”) ocorrerá, após a 
autorização legislativa, com o registro dos atos constitutivos 
no órgão competente (Cartório ou Junta Comercial). 
3) Patrimônio: os bens são privados, conforme art. 98 do Código 
Civil reproduzido na questão nº 16. 
Quanto à possibilidade de penhora desses bens, raciocine da seguinte 
maneira na prova: os bens das empresas públicas e das sociedades 
de economia mista exploradoras de atividades econômicas são 
penhoráveis; já os bens das prestadoras de serviços públicos 
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vinculados à prestação do serviço público serão 
impenhoráveis. Essa é a posição que predomina no STF e no STJ. 
4) Objetivos: prestação de serviços públicos e exploração de 
atividades econômicas (nos casos de segurança nacional ou 
relevante interesse público). 
Enquanto as autarquias e as fundações públicas (seja de 
direito público ou de direito privado) não podem exercer 
atividades econômicas, empresas públicas e sociedades de 
economia mista podem. É por meio dessas entidades que o Estado 
explora as atividades econômicas. Leia com atenção o art. 173 da CF 
abaixo reproduzido: 
“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só 
será permitida quando necessária aos imperativos da segurança 
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos 
em lei”. 
Dessa forma, de acordo com referido dispositivo constitucional, a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado, que se dá por 
intermédio dessas entidades, será permitida em duas situações: 
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a 
relevante interesse coletivo. 
Ocorre que empresas públicas e sociedades de economia mista, em 
regra, são criadas para a prestação de serviços públicos. 
Portanto, dois são os objetivos dessas entidades: prestação de
serviço público e exploração de atividade econômica. 
5) Regime de trabalho: celetista (seus empregados ocupam 
emprego público). 
6) Falência: não estão sujeitas à falência, seja prestadora de serviço 
público ou exploradora de atividade econômica. Na verdade, 
nenhuma entidade integrante da administração indireta está 
sujeita à falência. 
7) Prerrogativas: as exploradoras de atividades econômicas
não possuem qualquer privilégio. Tanto é assim que a CF no já 
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citado art. 173, 1º, II, sujeita-as ao regime jurídico próprio das 
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, 
comerciais, trabalhistase tributários. 
Na mesma linha, preceitua o §2º do art. 173 da CF/88 que tais 
entidades não poderão gozar de privilégios fiscais não 
extensivos ao setor privado. 
Quanto a essa última frase muito cuidado! A CF não diz que elas não 
podem gozar de privilégios fiscais! Elas poderão sim gozar destes 
benefícios desde que sejam estendidos às demais empresas do 
setor privado. 
Diferentemente é a situação das prestadoras de serviços 
públicos, às quais não se aplica o conteúdo do art. 173 da CF, mas 
sim o do art. 175. 
Essas são regidas predominantemente pelo regime jurídico de 
direito público, motivo pelo qual fazem jus a algumas 
prerrogativas, conforme inclusive vem reiteradamente decidindo o 
STF. 
Foi assim, por exemplo, no julgamento do RE 407099/RS, em que o 
STF estendeu para os Correios, que é empresa pública federal 
prestadora de serviços públicos, a imunidade tributária recíproca de 
que trata o art. 150, VI, “a”, CF, c/c o §2º do mesmo artigo 
(imunidade de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, desde 
que vinculados às suas atividades essenciais). 
8) Regime jurídico: o regime jurídico será híbrido (direito 
privado + direito público). Quando prestadoras de serviços públicos, 
predominam as normas de direito público; quando exploradoras de 
atividades econômicas, predomínio das normas de direito privado. 
Dependendo do objetivo social escolhido haverá mudança no regime 
jurídico. 
As autarquias e as fundações públicas de direito público são regidas 
pelo regime jurídico administrativo (ou regime jurídico de direito 
público). 
Já o regime jurídico das fundações públicas de direito privado, das 
empresas públicas e das sociedades de economia mista será híbrido
(normas de direito público + normas de direito privado). 
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Basta você pensar na Caixa Econômica Federal, empresa pública 
federal, que apesar de ser regida por normas de direito privado, pois 
sua personalidade jurídica é de direito privado, submete-se a 
algumas normas de direito público, como, por exemplo, 
obrigatoriedade de realizar concursos públicos e licitações. 
Quanto ao regime jurídico das empresas públicas e das sociedades de 
economia mista é preciso ainda distinguir se prestadoras de 
serviços públicos ou exploradoras de atividades econômicas. 
Em ambos os casos o regime jurídico será híbrido (público + 
privado). 
Contudo, se prestadoras de serviços públicos, serão 
enquadradas no art. 175 da CF, sendo suas atividades regidas 
predominantemente por normas de direito público. Se 
exploradoras de atividades econômicas, enquadram-se no art. 
173 da CF, com predominância das normas de direito privado. 
A propósito, veja a redação desse art. 173 da CF: 
“A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública e 
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que 
explorem atividade econômica de produção ou 
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo 
sobre: 
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela 
sociedade; 
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas 
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, 
comerciais, trabalhistas e tributários; 
III – licitação e contração de obras, serviços, compras e 
alienações, observados os princípios da administração pública; 
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de 
administração e fiscal, com a participação de acionistas 
minoritários. 
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a 
responsabilidade dos administradores. 
O estatuto dessas entidades exploradoras de atividade econômica 
ainda não foi criado. Conforme consta do art. 173, a sua criação 
depende da aprovação de uma lei, que ainda não existe. 
É muito importante que você grave que esse art. 173 só se aplica 
às exploradoras de atividade econômica. 
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9) Diferenças: 
Existem diferenças entre empresa pública e sociedade de economia 
mista envolvendo composição do capital, forma jurídica e foro 
dos litígios. 
Vamos analisar cada uma dessas diferenças: 
9.1) Composição do capital: 
Para entender essa parte da matéria eu peço para meus alunos 
pensarem na empresa pública Caixa Econômica Federal e na 
sociedade de economia mista Banco do Brasil. 
Pergunto: você pode comprar ações da CEF? E do Banco do Brasil? 
Você não poderá adquirir ações da CEF, mas poderá comprar as do 
BB, justamente em função da composição do capital dessas 
entidades. A sociedade de economia mista é formada 
obrigatoriamente pela conjugação do capital privado com o 
público. Já o capital da empresa pública é inteiramente público 
(pertencente a integrantes da administração publica). 
Por isso, é comum encontrar a afirmação de que o capital da 
empresa pública é exclusivamente público, significando que sua 
origem é exclusivamente de entidades integrantes da administração 
pública (entes federados: União, Estados, DF e Municípios; e pessoas 
administrativas: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e 
sociedades de economia mista). 
O capital votante majoritário da empresa pública será 
obrigatoriamente da pessoa política instituidora, podendo o 
capital remanescente pertencer a outra(s) pessoa(s) política(s) e/ou 
a quaisquer entidades da administração indireta. Quando houver 
capital de mais de uma entidade a empresa pública será 
pluripessoal. 
Quanto a essa última informação, há uma particularidade 
interessante nas empresas públicas: elas podem ser unipessoais, 
quando o capital pertencer exclusivamente à pessoa política 
instituidora. Tome como exemplo os CORREIOS. A única “dona” dos 
CORREIOS é a União. O mesmo acontece com a CEF, cujas quotas 
pertencem na integralidade à União. 
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No caso das sociedades de economia mista, conforme já dito, 
haverá conjugação de capital público com o da iniciativa privada, 
devendo o capital votante majoritário permanecer nas mãos 
da pessoa política instituidora ou de pessoa administrativa 
integrante de sua administração indireta. 
9.2) Forma jurídica: 
Enquanto as sociedades de economia mista só podem ser 
criadas como sociedades anônimas, as empresas públicas 
podem ser instituídas sob qualquer forma admitida no 
ordenamento jurídico, inclusive sociedade anônima. 
Inclusive, quanto às empresas públicas federais, como é da 
competência da União legislar sobre direito civil e comercial (art. 22, 
I, CF), é possível a sua criação sob novas formas jurídicas. 
9.3) Foro dos litígios: 
A terceira diferença entre essas entidades diz respeito ao foro dos 
litígios, ou seja, em que juízo deve ser ajuizada uma ação em que 
uma dessas pessoas jurídicas seja parte. 
Vou ressaltar que todo o meu raciocínio a partir de agora será 
desenvolvido adotando como referência pessoas jurídicas da 
administração federal, pois é o que vai interessar para seu concurso. 
Não sei se na sua cidade tem Fórum. Se existir, você poderá afirmar 
que no seu município tem Justiça Estadual. 
Agora, em muito menos cidades existe a Justiça Federal. O que eu 
posso lhe afirmar é que existe em todas as capitais. 
Uma terceira “Justiça” será interessante para nosso estudo: a Justiça 
do Trabalho. 
Portanto, nas questões de provas envolvendo administração pública e 
foro processual, pense nessas três “Justiças” que será suficiente. 
Nesse ponto do nosso estudo, não me limitarei apenas às empresas 
públicas e sociedades de economia mista, mas também trarei para 
análise as demais entidades da administração indireta, pois as bancas 
exploram bem esse tema.DIREITO ADMINISTRATIVO – INSS (TÉCNICO E ANALISTA) 
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De início, faça a seguinte divisão: ações que envolvam discussões 
sobre relação laboral (sobre relação de trabalho, como exemplo, 
ações pleiteando pagamento de férias, 13º, horas extras, etc...) e 
demais ações (ações de dano moral, de ressarcimento, etc...). 
Vou buscar facilitar ao máximo o entendimento... 
Se o regime de trabalho da entidade for celetista, as ações 
trabalhistas serão julgadas na Justiça do Trabalho. Portanto, um 
empregado da Caixa Econômica Federal (empresa pública), deve 
propor uma ação na Justiça do Trabalho para pleitear horas extras 
não pagas. 
Aqui você deve lembrar que todas as pessoas jurídicas de direito 
privado integrantes da administração indireta são celetistas
(fundações públicas de direito privado, empresa públicas e sociedades 
de economia mista). 
Portanto, quanto às ações trabalhistas, não há diferença entre 
empresa pública e sociedade de economia mista. 
Agora, se o regime for estatutário (somente pessoas jurídicas de 
direito público), as ações que envolvam relação laboral serão julgadas 
na Justiça Federal. Lembrando aqui que apenas estou considerando 
entidades da administração pública federal. Portanto, se 
determinado Polícia Federal pretender pleitear diferenças em suas 
remunerações, deverá propor a ação na Justiça Federal. Serão 
estatutários, em regra, os servidores das autarquias e das fundações 
autárquicas (sem contar nos servidores das pessoas políticas). 
Será também da Justiça Federal a competência para julgamento das 
ações envolvendo temporários e União, autarquias e fundações 
autárquicas federais. 
Até aqui sem problemas? Qualquer dúvida, tente buscar a solução 
com novas leituras do texto. Se não conseguir, estarei à disposição 
no fórum do site. 
Vamos agora esquecer as ações trabalhistas e pensar nas demais 
ações. Nesse ponto surgirá a diferença entre empresa pública e 
sociedade de economia mista federais. 
Veja o que diz o art. 109 da CF: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
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I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa 
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes 
de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do 
Trabalho; 
Observe que o constituinte não fez referência às sociedades de 
economia mista. Enquanto as empresas públicas, juntamente 
com a União e as autarquias (aqui podemos incluir também as 
fundações públicas de direito público), serão julgadas pela 
Justiça Federal, as sociedades de economia mista serão 
julgadas pela Justiça Estadual (“Fórum”). 
Segue um quadro resumo de diferenças: 
Empresas 
Públicas 
Soc. de Economia Mista
Capital público público + privado 
Forma jurídica qualquer forma 
jurídica 
sociedade anônima 
Foro dos litígios 
Ações 
trabalhistas 
Justiça do Trabalho Justiça do Trabalho 
Demais ações Justiça Federal Justiça Estadual 
EEXXEERRCCÍÍCCIIOOS S DDE E FFIIXXAAÇÇÃÃOO 
01) A personalidade jurídica do Estado brasileiro pode ser de direito público 
ou de direito privado, caso atue, respectivamente, no campo do Direito 
Público ou no do Direito Privado, pois a teoria da dupla personalidade do 
Estado é adotada no Brasil. 
02) A União possui personalidade jurídica de direito público externo. 
03) Os Territórios Federais, apesar de possuírem personalidade jurídica de 
direito público, nos termos do art. 41, II, do CC, não integram a Federação 
brasileira. 
04) A Administração Centralizada é denominada de Direta e a 
Descentralizada de Indireta. 
05) Através da centralização, o Estado atua diretamente executando suas 
tarefas por meio de seus órgãos e agentes; já na descentralização, o Estado 
outorga ou delega a atividade a outras entidades, atuando de forma 
indireta. 
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06) Na desconcentração, ocorre a distribuição, em uma mesma entidade, de 
atribuições para outros órgãos. 
07) Há hierarquia na descentralização, ao passo que controle finalístico na 
desconcentração. 
08) Sendo as autarquias serviços públicos descentralizados, personalizados 
e autônomos, acham-se integradas na estrutura orgânica do Executivo. 
09) A espécie organizacional da Administração Pública Indireta que deve 
ter sua área de atuação definida em lei complementar é autarquia. 
10) Os contratos celebrados pelas fundações públicas devem ser precedidos 
de licitação, exceto, se possuírem natureza de direito privado. 
11) Após a Emenda Constitucional 19/98, ficou vedado ao Poder Público 
criar fundações sob regime de direito privado. 
12) Autarquias são criadas por lei específica. 
13) Autarquias são pessoas jurídicas de direito privado. 
14) Autarquias são pessoas administrativas integrantes da administração 
descentralizada. 
15) Os bens das autarquias são públicos, portanto, impenhoráveis. 
16) Os bens das autarquias estão sujeitos à prescrição. 
17) As autarquias possuem autonomia financeira e administrativa, mas não 
política. 
18) As fundações governamentais têm sua área de atuação definida por lei 
específica. 
19) As agências reguladoras só podem ser constituída sob a forma de 
autarquias. 
20) As fundações instituídas pelo poder público, tanto as que têm 
personalidade jurídica de direito público quanto as de direito privado, são 
criadas para a persecução interesses coletivos. 
21) As agências reguladoras são autarquias sob regime especial. 
22) No contexto da Administração Pública Federal, o que distingue e/ou 
assemelha os órgãos da Administração Direta em relação às entidades da 
Administração Indireta, é que os primeiros integram a estrutura orgânica da 
União e as outras não. 
23) A qualificação como agência executiva pode recair tanto sobre entidade 
autárquica como fundacional, integrante da Administração Pública. 
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24) Entre União e o Banco do Brasil, que é uma sociedade de economia 
mista federal, há hierarquia. 
25) Autarquias são entes administrativos autônomos, criados por lei 
específica, com personalidade jurídica de Direito Público externo, patrimônio 
próprio e atribuições estatais específicas. 
26) As autarquias são entes autônomos, mas não são autonomias. 
Inconfundível é autonomia com autarquia: aquela legisla para si; esta 
administra-se a si própria, segundo as leis editadas pela entidade que a 
criou. 
27) O conceito de autarquia é meramente administrativo; o de autonomia é 
precipuamente político. 
28) A autarquia é forma de descentralização administrativa, através da 
personificação de um serviço retirado da Administração centralizada. 
29) À autarquia pode ser outorgado serviço público típico e atividades 
industriais ou econômicas, desde que de interesse coletivo. 
30) Sendo a autarquia um ente autônomo, não há subordinação hierárquica 
para com a entidade estatal a que pertence, mas sim mera vinculação à 
entidade-matriz, que, por isso, passa a exercer um controle legal, expresso 
no poder de correção finalística do serviço autárquico. 
 
31) A autarquia, sendo um prolongamento do Poder Público, uma longa 
manus do Estado, deve executar serviços próprios do Estado, em condições 
idênticas às do Estado, com os mesmos privilégios da Administração-matriz 
e passíveis dos mesmos controles dos atos administrativos. 
32) O que diversifica a autarquia doEstado são os métodos operacionais de 
seus serviços, mais especializados e mais flexíveis que os da Administração 
centralizada. 
33) A instituição das autarquias, ou seja, sua criação, faz-se por lei 
complementar específica. 
34) A organização das autarquias se opera por decreto, que aprova o 
regulamento ou estatuto da entidade, e daí por diante sua implantação se 
completa por atos da diretoria, na forma regulamentar ou estatutária, 
independentemente de quaisquer registros públicos. 
35) O patrimônio inicial das autarquias é formado com a transferência de 
bens móveis e imóveis da entidade matriz, os quais se incorporam ao ativo 
da nova pessoa jurídica. 
36) Os atos dos dirigentes das autarquias não são considerados atos 
administrativos. 
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37) Os contratos das autarquias estão sujeitos à licitação. 
38) O controle das autarquias realiza-se na tríplice linha política, 
administrativa e financeira, mas todos esses controles adstritos aos termos 
da lei que os estabelece. 
39) Em função da autonomia administrativa das autarquias, não é possível 
a nomeação de seus dirigentes pelo Executivo. 
40) As agências executivas são autarquias em regime especial. 
41) O controle financeiro opera nos moldes da Administração direta, 
inclusive através da prestação de contas ao tribunal competente, por 
expressa determinação constitucional. 
 
42) As fundações públicas são "universalidades de bens personalizadas, em 
atenção ao fim, que lhe dá unidade". 
 
43) As fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público integram a 
administração indireta, podendo ter personalidade jurídica de direito público 
ou de direito privado. 
44) As fundações públicas prestam-se à realização de atividades não 
lucrativas e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, como a 
educação, cultura, pesquisa, sempre merecedoras do amparo estatal. 
 
45) Todas as fundações do Poder Público são criadas por lei específica da 
entidade matriz e estruturadas por decreto, independentemente de 
qualquer registro. 
46) Empresas públicas e sociedades de economia mista têm, 
exclusivamente, como objeto institucional atividades relativas a serviços 
públicos. 
47) As empresas públicas são criadas por lei específica. 
48) As empresas públicas possuem capital exclusivamente público. 
49) As empresas públicas podem ser constituídas sob a forma de sociedade 
anônima. 
50) As empresas públicas têm como objeto a exploração de atividades 
econômicas ou a prestação de serviços públicos. 
51) As empresas públicas que explorem atividades econômicas não estão 
obrigadas a licitar. 
52) As empresas públicas não podem gozar de privilégios fiscais. 
53) As sociedades de economia mista integram a administração indireta, 
podendo ser federais, estaduais, municipais ou distritais. 
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54) As sociedades de economia mista são constituídas na forma de 
sociedade anônima. 
55) Considerando que, por disposição constitucional, compete ao MP a 
tutela de interesses públicos, é indispensável a fiscalização do órgão sobre 
todos os atos das fundações criadas pelo Governo, segundo reconhecem os 
estudiosos. 
56) A entidade pública que instituiu a sociedade de economia mista 
responde, solidariamente, pelas suas obrigações. 
57) Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado cuja criação 
é autorizada por lei específica, com capital exclusivamente público, para 
realizar atividades de interesse da Administração instituidora nos moldes da 
iniciativa particular, revestindo-se da forma de sociedade anônima (S/A). 
 
58) As empresas públicas assemelham-se às sociedades de economia mista 
por admitirem a participação do capital particular. 
59) As empresas públicas e as sociedades de economia mista sujeitam-se 
ao regime jurídico próprio das empresas privadas, exceto quanto às 
obrigações trabalhistas e tributárias. 
 
60) Quanto à contratação de obras, serviços e compras, bem como à 
alienação de seus bens, a empresa pública fica sujeita a licitação nos 
termos da Lei 8.666/93, enquanto não promulgada lei que confira o 
tratamento especial previsto na CF/88. 
61) Os atos dos dirigentes de empresas públicas, no que concerne às 
funções outorgadas ou delegadas pelo Poder Público, são equiparados a 
atos de autoridade para fins de mandado de segurança, e, quando lesivos 
do patrimônio da entidade, sujeitam-se à anulação por ação popular. 
62) As empresas públicas não possuem, por natureza, qualquer privilégio 
administrativo, tributário ou processual, só auferindo aqueles que a lei 
instituidora ou norma especial expressamente lhes conceder. 
63) As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito 
Público, com participação do Poder Público e de particulares no seu capital e 
na sua administração, para a realização de atividade econômica ou serviço 
de interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. 
64) As sociedades de economia mista revestem-se da forma das empresas 
particulares, porém, por integram a Administração Pública, não admitem 
lucro. 
65) A doutrina é pacífica ao afirmar que toda participação estatal converte o 
empreendimento particular em sociedade de economia mista. 
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66) O regime de pessoal das entidades integrantes da Administração 
Indireta é o dos empregados de empresas privadas, sujeitos à CLT; não 
obstante, ficam sujeitos a concurso público, salvo para os cargos ou funções 
de confiança. 
67) O objeto da sociedade de economia mista tanto pode ser um serviço 
público ou de utilidade pública como uma atividade econômica empresarial. 
68) A sociedade de economia mista adquire personalidade jurídica com a 
entrada em vigor da lei que autorizou sua instituição. 
69) A sociedade de economia mista exploradora de atividade econômica 
está sujeita à falência. 
70) O capital da empresa pública é exclusivamente público, mas pode 
pertencer a uma ou mais entidades. 
71) Em relação ao capital da empresa pública federal, não há mais 
obrigatoriedade de que ele pertença exclusivamente à União; outras 
pessoas jurídicas de direito público interno, bem como entidades da 
Administração Indireta da própria União, dos Estados, do DF e dos 
Municípios dele podem participar, desde que a maioria do capital votante 
permaneça com a União. 
72) As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão 
gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privados. 
73) A Justiça Federal é competente para apreciar as causas em que as 
empresas públicas e sociedades de economia mista da União forem 
interessadas 
74) A Justiça Federal é competente para apreciar todas as causas em que 
as empresas públicas da União forem interessadas. 
75) Os litígios trabalhistas envolvendo os empregados e empresa pública da 
União serão decididos pela Justiça Federal. 
76) A Constituição Federal prevê a edição do estatuto jurídico da empresa 
pública e da sociedade de economia mista que explorem atividade 
econômica. No conteúdo da referida norma jurídica, conforme o texto 
constitucional, não está previsto dispor sobre forma de distribuição de seus 
resultados, inclusive para os acionistas minoritários. 
77) As empresas públicas e sociedades de economia mista, no contexto da 
Administração Pública Federal, detêm alguns aspectos e pontos em comum, 
juridicamente, mas entre os que lhes são diferentes destaca-se o foro de 
controle jurisdicional. 
78) O regime jurídico dos servidores de empresas públicas poderá ser 
trabalhistaou estatutário. 
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79) Somente por lei específica pode ser autorizada a criação de empresa 
pública e de sociedade de economia mista, mas a criação de suas 
subsidiárias prescinde de autorização legislativa; 
80) A participação da sociedade de economia mista em empresa privada 
prescinde de autorização legislativa. 
81) Conforme a norma constitucional, as empresas públicas e as sociedades 
de economia mista exploradoras de atividade econômica terão um 
tratamento diferenciado quanto às regras de licitação. 
82) Admite-se, na esfera federal, uma empresa pública, sob a forma de 
sociedade anônima, com um único titular do capital. 
GABARITO: 01) F, 02) F, 03) C, 04) C, 05) C, 06) C, 07) F, 08) F, 09) F, 10) F, 
11) F, 12) C, 13) F, 14) C, 15) C, 16) F, 17) C, 18) F, 19) F, 20) C, 21) C, 22) C, 
23) C, 24) F, 25) F, 26) C, 27) C, 28) C, 29) F, 30) C, 31) C, 32) C, 33) F, 34) C, 
35) C, 36) F, 37) V, 38) C, 39) F, 40) F, 41) C, 42) C, 43) C, 44) C, 45) F, 46) F, 
47) F, 48) V, 49) V, 50) V, 51) F, 52) F, 53) V, 54) V, 55) F, 56) F, 57) F, 58) F, 
59) F, 60) F, 61) V, 62) V, 63) F, 64) F, 65) F, 66) F, 67) V, 68) F, 69) F, 70) V, 
71) V, 72) F, 73) F, 74) F, 75) F, 76) V, 77) V, 78) F, 79) F, 80) F, 81) V, 82) V. 
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 
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Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto 
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Gabarito comentado 
01) Errada - A personalidade jurídica do Estado brasileiro pode ser de direito 
público ou de direito privado, caso atue, respectivamente, no campo do Direito 
Público ou no do Direito Privado, pois a teoria da dupla personalidade do 
Estado é adotada no Brasil. (O Estado brasileiro – a República Federativa do 
Brasil – possui apenas uma personalidade jurídica: pessoa jurídica de direito 
público) 
02) Errada - A União possui personalidade jurídica de direito público externo. 
(Pessoa jurídica de direito público interno. O Brasil é que é pessoa jurídica de 
direito público externo) 
03) Correta - Os Territórios Federais, apesar de possuírem personalidade jurídica 
de direito público, nos termos do art. 41, II, do CC, não integram a Federação 
brasileira. (uma vez que não possuem autonomia. A Federação é composta por 
União, Estados, DF e Municípios) 
04) Correta - A Administração Centralizada é denominada de Direta e a 
Descentralizada de Indireta. (A Direta integrada pelos órgãos da União, dos 
Estados, do DF e dos Municípios e a Indireta pelas autarquias, fundações públicas, 
empresas públicas e sociedades de economia mista) 
05) Correta - Através da centralização, o Estado atua diretamente executando suas 
tarefas por meio de seus órgãos e agentes; já na descentralização, o Estado 
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outorga ou delega a atividade a outras entidades, atuando de forma indireta. (Na 
descentralização o Estado pode outorgar poderes para a administração indireta – 
descentralização legal – ou delegar para as concessionários e permissionárias – 
descentralização negocial). 
06) Correta - Na desconcentração, ocorre a distribuição, em uma mesma entidade, 
de atribuições para outros órgãos. (lembrar que na desconcentração a distribuição 
de competências ocorre dentro da mesma pessoa jurídica; ao passo que na 
descentralização ocorre entre pessoas jurídicas) 
07) Errada - Há hierarquia na descentralização, ao passo que controle finalístico 
na desconcentração. (estão invertidos.... a hierarquia está presente na 
desconcentração, enquanto o controle finalístico na descentralização) 
08) Errada - Sendo as autarquias serviços públicos descentralizados, personalizados 
e autônomos, acham-se integradas na estrutura orgânica do Executivo. (quem 
está integrado na estrutura orgânica dos Poderes são os órgãos; autarquias são 
pessoas jurídicas de direito público interno) 
09) Errada - A espécie organizacional da Administração Pública Indireta que deve 
ter sua área de atuação definida em lei complementar é autarquia. (são as 
fundações públicas de direito privado, conforme se extrai do art. 37, XIX, da CF) 
10) Errada - Os contratos celebrados pelas fundações públicas devem ser 
precedidos de licitação, exceto, se possuírem natureza de direito privado. 
(independentemente da natureza dos contratos, a licitação, em regra, é obrigatória 
para todas as entidades integrantes da administração pública) 
11) Errada - Após a Emenda Constitucional 19/98, ficou vedado ao Poder Público 
criar fundações sob regime de direito privado. (pode criar tanto fundações públicas 
de direito privado como fundações públicas de direito público) 
12) Correta - Autarquias são criadas por lei específica. (conforme art. 37, XIX, CF) 
13) Errada - Autarquias são pessoas jurídicas de direito privado. (são pessoas 
jurídicas de direito público) 
14) Correta - Autarquias são pessoas administrativas integrantes da administração 
descentralizada. (as entidades integrantes da administração indireta são 
denominadas de pessoas administrativas; ao passo que União, Estados, DF e 
Municípios, de pessoas políticas) 
15) Correta - Os bens das autarquias são públicos, portanto, impenhoráveis. (sendo 
públicos, os bens serão impenhoráveis, imprescritíveis, insuscetíveis a ônus e terão 
a alienação condicionada) 
16) Errada - Os bens das autarquias estão sujeitos à prescrição. (conforme dito 
acima, são imprescritíveis, não sendo sujeitos a usucapião) 
17) Correta - As autarquias possuem autonomia financeira e administrativa, mas 
não política. (somente as pessoas federadas possuem autonomia política: União, 
Estados, DF e Municípios) 
18) Errada - As fundações governamentais têm sua área de atuação definida por lei 
específica. (as fundações governamentais são as fundações pública. A área de 
atuação, das fundações públicas de direito privado, será definido por lei 
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complementar, conforme art. 37, XIX, CF) 
19) Errada - As agências reguladoras só podem ser constituída sob a forma de 
autarquias. (não necessariamente) 
20) Correta - As fundações instituídas pelo poder público, tanto as que têm 
personalidade jurídica de direito público quanto as de direito privado, são criadas 
para a persecução interesses coletivos. (tendo como objeto a execução de 
atividades administrativas ou a prestação de serviços públicos) 
21) Correta - As agências reguladoras são autarquias sob regime especial. (em 
regra, no Brasil, estão sendo criadas com esse formato) 
22) Correta - No contexto da Administração Pública Federal, o que distingue e/ou 
assemelha os órgãos da Administração Direta em relação às entidades da 
Administração Indireta, é que os primeiros integram a estrutura orgânica da União 
e as outras não. (órgãos federais integram a estrutura orgânica da União, ao passo 
que as entidades da administração indireta não são órgãos, mas sim pessoas 
jurídicas, portanto, não integrantes de estrutura de órgãos) 
23) Correta - A qualificação como agência executiva pode recair tanto sobre 
entidade autárquica como fundacional, integrante da Administração Pública. (desde 
que a autarquia ou fundação firmem com o Poder Público um contrato de gestão) 
 
24) Errada - Entre União e o Banco do Brasil, que é uma sociedade de economia 
mista federal, há hierarquia. (já vimos que na descentralização não existe 
hierarquia) 
25) Errada - Autarquias são entes administrativos autônomos, criados por lei 
específica, com personalidade jurídica deDireito Público externo, patrimônio 
próprio e atribuições estatais específicas. (de direito público interno) 
26) Correta - As autarquias são entes autônomos, mas não são autonomias. 
Inconfundível é autonomia com autarquia: aquela legisla para si; esta administra-
se a si própria, segundo as leis editadas pela entidade que a criou. (a doutrina 
considera autonomias os entes federados: União, Estados, DF e Municípios) 
27) Correta - O conceito de autarquia é meramente administrativo; o de autonomia 
é precipuamente político. (envolvendo a autonomia administrativa das entidades 
que integram a administração indireta e a autonomia políticas das integrantes da 
administração direta) 
28) Correta - A autarquia é forma de descentralização administrativa, através da 
personificação de um serviço retirado da Administração centralizada. (falou em 
personificação de serviço, pense em autarquia; falou em personificação de bens, 
pense em fundações) 
29) Errada - À autarquia pode ser outorgado serviço público típico e atividades 
industriais ou econômicas, desde que de interesse coletivo. (autarquias não 
exercem atividades industriais ou econômicas) 
30) Correta - Sendo a autarquia um ente autônomo, não há subordinação 
hierárquica para com a entidade estatal a que pertence, mas sim mera vinculação à 
entidade-matriz, que, por isso, passa a exercer um controle legal, expresso no 
poder de correção finalística do serviço autárquico. (lembrar que subordinação 
hierárquica só existe entre órgãos) 
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31) Correta - A autarquia, sendo um prolongamento do Poder Público, uma longa 
manus do Estado, deve executar serviços próprios do Estado, em condições 
idênticas às do Estado, com os mesmos privilégios da Administração-matriz e 
passíveis dos mesmos controles dos atos administrativos. (lembrando que as 
autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno) 
32) Correta - O que diversifica a autarquia do Estado são os métodos operacionais 
de seus serviços, mais especializados e mais flexíveis que os da Administração 
centralizada. (essa é a proposta da criação das entidades da administração 
indireta: especialização) 
33) Errada - A instituição das autarquias, ou seja, sua criação, faz-se por lei 
complementar específica. (lei ordniária específica) 
34) Correta - A organização das autarquias se opera por decreto, que aprova o 
regulamento ou estatuto da entidade, e daí por diante sua implantação se completa 
por atos da diretoria, na forma regulamentar ou estatutária, independentemente de 
quaisquer registros públicos. (característica das pessoas jurídicas de direito público)
35) Correta - O patrimônio inicial das autarquias é formado com a transferência de 
bens móveis e imóveis da entidade matriz, os quais se incorporam ao ativo da nova 
pessoa jurídica. (por exemplo, os bens do INSS foram transferidos inicialmente pela 
União, que é a entidade matriz) 
36) Errada - Os atos dos dirigentes das autarquias não são considerados atos 
administrativos. (são considerados atos administrativos, inclusive passíveis de 
mandado de segurança) 
37) Correta - Os contratos das autarquias estão sujeitos à licitação. (de todas as 
entidades da administração indireta) 
38) Correta - O controle das autarquias realiza-se na tríplice linha política, 
administrativa e financeira, mas todos esses controles adstritos aos termos da lei 
que os estabelece. (é a essência da vinculação administrativa) 
39) Errada - Em função da autonomia administrativa das autarquias, não é 
possível a nomeação de seus dirigentes pelo Executivo. (basta pensar que o Banco 
Central é uma autarquia e seu Presidente é nomeado pelo Presidente da República) 
40) Errada - As agências executivas são autarquias em regime especial. (agência 
executiva é qualificação atribuída também às fundações públicas) 
41) Correta - O controle financeiro opera nos moldes da Administração direta, 
inclusive através da prestação de contas ao tribunal competente, por expressa 
determinação constitucional. (todas as entidades integrantes da administração 
indireta devem prestar contas ao tribunal de contas) 
 
42) Correta - As fundações públicas são "universalidades de bens personalizadas, 
em atenção ao fim, que lhe dá unidade". (conforme dito linhas acima, falou em 
personificação de bens pensou em fundações) 
 
43) Correta - As fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público integram a 
administração indireta, podendo ter personalidade jurídica de direito público ou de 
direito privado. (se pessoa jurídica de direito público, serão criadas por lei 
específica; se pessoa jurídica de direito privado, a criação será autorizada por lei 
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específica) 
44) Correta - As fundações públicas prestam-se à realização de atividades não 
lucrativas e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, como a educação, 
cultura, pesquisa, sempre merecedoras do amparo estatal. (lembrando que 
fundações a autarquias não podem exercer atividades econômicas) 
 
45) Errada - Todas as fundações do Poder Público são criadas por lei específica da 
entidade matriz e estruturadas por decreto, independentemente de qualquer 
registro. (a frase não se aplica às fundações públicas de direito privado) 
46) Errada - Empresas públicas e sociedades de economia mista têm, 
exclusivamente, como objeto institucional atividades relativas a serviços públicos. 
(podem também prestar serviços públicos) 
47) Errada - As empresas públicas são criadas por lei específica. (a lei específica 
autoriza a criação, que se dará quando do registro do ato constitutivo no órgão 
competente) 
48) Correta - As empresas públicas possuem capital exclusivamente público. (todo 
o capital da empresa pública advém da administração pública) 
49) Correta - As empresas públicas podem ser constituídas sob a forma de 
sociedade anônima. (podem adotar qualquer forma jurídica) 
50) Correta - As empresas públicas têm como objeto a exploração de atividades 
econômicas ou a prestação de serviços públicos. (da mesma forma que as 
sociedades de economia mista) 
51) Errada - As empresas públicas que explorem atividades econômicas não estão 
obrigadas a licitar. (a regra de licitar aplica-se tanto às exploradoras de 
atividades econômicas como às prestadoras de serviços públicos) 
52) Errada - As empresas públicas não podem gozar de privilégios fiscais. (se 
prestadoras de serviços públicos, podem gozar de certos privilégios; se 
exploradoras de atividades econômicas, o privilégio deverá ser estendido às demais 
empresas do setor privado: art. 173, §1º, CF) 
53) Correta - As sociedades de economia mista integram a administração indireta, 
podendo ser federais, estaduais, municipais ou distritais. (o mesmo raciocínio vale 
para autarquias, fundações públicas e empresas públicas) 
54) Correta - As sociedades de economia mista são constituídas na forma de 
sociedade anônima. (diferentemente das empresas públicas, que podem adotar 
qualquer forma jurídica) 
55) Errada - Considerando que, por disposição constitucional, compete ao MP a 
tutela de interesses públicos, é indispensável a fiscalização do órgão sobre todos 
os atos das fundações criadas pelo Governo, segundo reconhecem os estudiosos. 
(como já há fiscalização pela administração direta, torna-se desnecessária a 
atuação do MP, o que não impede que o mesmo fiscalize. Não há obrigatoriedade, 
porém não há proibição de fiscalização) 
56) Errada - A entidade pública que instituiu a sociedade de economia mista 
responde, solidariamente, pelas suas obrigações. (a responsabilidade será 
subsidiária) 
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