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www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 CONTRIBUIÇÕES Contribuições Sociais Gerais Dentre os objetivos sociais que admitem a instituição de Contribuições Sociais Gerais estão a promoção da edu- cação, da cultura, do desporto, da ciência, da família e dos índios, conforme preconizam os artigos da Constitui- ção Federal, abaixo transcritos: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colabo- ração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (…) Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um, obser- vados: (…) Art. 218.O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)(…) Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (…) Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direi- tos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. Há três Contribuições Sociais Gerais instituídas pela União, quais sejam: i) a Contribuição “Salário-Educação”, ii) a Contribuição do FGTS regulamentada pela LC n. 110/2001 e iii) Contribuições dos Serviços Sociais Autônomos. A Contribuição “Salário-Educação”, prevista no artigo 212, § 5º, da CF, será exigida das empresas para ser apli- cada diretamente no ensino fundamental de seus empregados e dependentes, in verbis: (...) “§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei”. Essa contribuição está regulamentada, ainda, nas Leis Federais n. 9.424/96 e 9.766/98. O STF, ao julgar a ADC n. 3, entendeu constitucional a instituição da contribuição pela Lei n. 9.424/96, sem necessidade de Lei Comple- mentar, por existir expressa previsão na Constituição Federal sobre essa espécie tributária sem essa exigência: A matéria encontra-se inclusive sumulada no STF: “Súmula n. 732. É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei n. 9.424/96”. A Contribuição “Salário-Educação” apresenta como Sujeito Passivo a empresa que, segundo o artigo 15, I, da Lei n. 8.212/91, está compreendida no conceito de qualquer firma individual ou sociedade que assume o risco de ati- vidade econômica, urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como empresas e demais entidades públicas ou privadas, vinculadas à seguridade social. FGTS - A LC n. 110/2001, por sua vez, criou uma nova Contribuição devida pelos empregadores em caso de des- pedida de empregado sem justa causa (a título de multa), com alíquota de 10% sobre o montante de todos os depósitos devidos referentes ao Fundo, durante a vigência do contrato de trabalho, acrescido das remunerações aplicáveis às contas vinculadas, a partir de 29 de setembro de 2001. www.cers.com.br 3 Também foi criada contribuição à alíquota de 0,5% sobre a remuneração devida, passando de 8% para 8,5% pelo prazo de 60 meses, até novembro de 2006. As Contribuições de Serviços Sociais Autônomos, conhecidas também como Contribuições do Sistema “S”, isso porque a maioria dos serviços sociais autônomos iniciavam com a letra “s”, tais como: SESI Serviço Social da Indústria; SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial; SESC Serviço Social do Comércio; SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio; SEST Serviço Social de Transporte; SENAT Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte; SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural; As Contribuições de Serviços Sociais Autônomos estão fundamentadas no artigo 240 da CF, como se pode ob- servar: “Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical”. Em regra, as Contribuições ao Sistema “S” são devidas pelas empresas e incidem sobre as remunerações pagas a seus empregados (folha de salário). Súmula n. 499. As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às contribuições ao SESC e Senac, salvo se integradas noutro serviço social”. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ESPECIAIS As Contribuições Sociais previstas no artigo 195 da CF têm como finalidade precípua custear a seguridade social e apresentam como característica marcante a solidariedade, uma vez que será exigida não de determinado grupo de pessoas, mas de toda a sociedade. CIDE As contribuições interventivas são instrumentos destinados a propiciar ou facilitar a intervenção, por parte da Uni- ão, no domínio econômico. Como as demais contribuições especiais, são tributos teleológicos, vocacionados à promoção de fins determinados. Requisitos Fundamentais à Instituição das CIDES Observância das limitações constitucionais gerais ao poder de tributar Existência de competência impositiva; Busca da finalidade especificada pela norma atributiva de competência; Necessidade; Referibilidade é o liame entre a finalidade a ser realizada com a contribuição e as atividades e interesses de certo grupo, é requisito de validade de todas as contribuições especiais e, por consequência, das contribuições de intervenção no domínio econômico. www.cers.com.br 4 OBS: A doutrina majoritária entende que os sujeitos passivos têm de ser escolhidos dentre os agentes que atuam no segmento econômico objeto de intervenção. Porém, o STF ao julgar o RE nº 401.823 entendeu que as CIDES são constitucionalmente destinadas a finalidades não diretamente referidas ao sujeito passivo, o qual não neces- sariamente é beneficiado com a atuação estatal e nem a ela dá causa. Ressalta-se que a partir da reforma trabalhista, a contribuição sindical tornou-se facultativa, nos termos do art. 579 da CLT, sendo descontada dos funcionários mediante autorização prévia e por escrito dos mesmos.
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