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Resenha de trechos do texto O caminho da servidão de Friedrich Hayek

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Universidade Federal da Bahia
Data: 05 de Outubro de 2019 
Aluno: Arilson Silva da Silva
Professor: Antônio Oliveira
Disciplina: Liberalismo e Estado
Resenha de trechos do texto “O caminho da servidão” de Friedrich Hayek
 O pensamento liberal possuí diversos teóricos conhecidos e renomados por seus trabalhos em diversas áreas do conhecimento e a cerca de diversos temas. Dentre essas temáticas, tem o capitalismo, que é defendido por um rol específico de liberais, que ver nele um sistema eficaz na redução de misérias. O texto que se segue, discutirá as idéias de Friedrich Hayek a respeito do capitalismo e do seu concorrente (socialismo), buscando elucidar a argumentação que o mesmo faz no livro “o caminho da servidão”.
 Inicialmente é importante deixar claro que Hayek defende veementemente a liberdade econômica presente no capitalismo, pois para ele, ela é um pré-requisito importante para que as liberdades políticas e sociais sejam asseguradas. Ele argumenta que a liberdade econômica e individual trouxe para consigo diversos benefícios para a sociedade ocidental, como: o conforto material e o avanço da ciência. Porém, mesmo com esses benefícios e tantos outros, ele via que a sociedade ocidental se direcionava cada vez mais a abandonar o caminho da liberdade, para justificar isso ele vai ao longo do livro argumentar no sentido de demonstrar os motivos pelos quais em sua época idéias contrárias a liberdade econômica vinham ganhando destaque.
 O primeiro motivo da decadência que o capitalismo vinha sofrendo no ocidente que ele dá logo no primeiro capítulo tem como propulsor o próprio capitalismo, ao proporcionar a sociedade um grau de progresso econômico jamais visto na humanidade ele tornou o homem ambicioso, e essa ambição mudou a própria perspectiva do homem com relação ao progresso realizado pelo capitalismo, passando a ver o mesmo como um progresso lento. Dessa forma, os múltiplos benefícios até então gerados pela liberdade individual e econômica presente no capitalismo e defendidas pelos liberais passou a ser consideradas definitivas, e os benefícios que eles não tinham conseguido ainda gerar ou que não poderiam ser gerados por eles, passaram a ser vistos com prioridade. Essa mudança de percepção levou a se considerar um pensamento totalmente diferente do liberal, e este seria o pensamento alemão, o qual passou a ganhar influência por conta do sucesso material a que Alemanha vinha tendo na época, e por causa do prestígio que os cientistas alemães conseguiram no século XIX. Dessa forma, o individualismo que é o centro do pensamento liberal passou a entrar em descrédito e a ser entendido como egoísmo, ganhando dessa forma uma conotação negativa.
 Diante dessa mudança de percepção do ocidente a cerca das idéias liberais e do progresso que elas juntamente com o capitalismo trouxe para a sociedade, o segundo motivo do agravamento dessa “revolução no pensamento ocidental” está no “roubo” que os socialistas realizaram da palavra “liberdade”. Eles conseguiram imputar no pensamento da época que a liberdade no socialismo seria a verdadeira liberdade, pois ela libertaria o sujeito do despotismo material e das restrições decorrentes do sistema econômico capitalista. Com isso Hayek argumenta que essa “nova liberdade” pregada pelos socialistas, era na verdade a velha reivindicação por uma distribuição equitativa da riqueza e que com isso o socialismo estaria na verdade em confronto com a liberdade, e para constatar isso bastava consultar os relatos de sujeitos que tiveram contanto com a experiência socialista russa, onde não havia espaço para a liberdade política presente nas democracias liberais do ocidente, revelando assim a contradição entre a democracia (liberal) e o socialismo.
 Através dessas táticas e da mudança de percepção dos sujeitos os socialistas vinham ganhando cada vez mais terreno no debate público no ocidente (principalmente na Inglaterra). A partir daí Hayek passa a discutir a metodologia que seria adotada para que ocorra a mudança do sistema econômico capitalista, para o socialismo, e através dessa explicação ele demonstra o viés totalitário presente na metodologia a ser aplicada para se chegar ao socialismo, e o quão ela tolhe a liberdade individual tão defendida pelos liberais.
 Para desvendar o totalitarismo presente no pensamento coletivista, o qual é composto principalmente pelo: socialismo, nazismo e fascismo, os quais são diferentes quanto aos seus fins, mas são semelhantes quanto aos seus meios, pois para que se garanta com certeza a igualdade entre todos os sujeitos da sociedade é necessário se impor uma economia planificada, ou seja, um planejamento geral de toda atividade econômica existente na sociedade. Assim como, para se garantir com certeza a superioridade de uma raça perante outra, é necessário também um planejamento geral de toda atividade econômica existente na sociedade para se ter a certeza que nenhum “não ariano” terá sucesso econômico e será superior a um “ariano” qualquer (exemplo).
 Hayek argumenta que um pré-requisito para a elaboração e realização de um planejamento geral, é se criar uma idéia de “bem-comum”, e para se criar uma idéia de bem-comum, é necessário a criação e a adoção de um código de ética comum a todos. Diante desses desafios, os coletivistas visando pôr em prática os seus objetivos eles defendem que a criação e a realização do planejamento geral e todos os seus pré-requisitos devem ser uma tarefa realizada por planejadores especialista, os quais iriam ter o poder de dá coerência aos objetivos e finalidades conflitantes presentes na sociedade. Com isso, Hayek argumenta que o poder dado a esses planejadores seria um poder jamais antes visto, pois eles no limite irão definir a ética a ser adotada na sociedade, levando a eles decidirem, e na maioria das vezes de forma arbitrária, o que é certo e o que é errado, o que deve ser valorizado, e o que deve ser valorizado, ou seja, buscando ter uma régua moral para toda sociedade os planejadores cercearam toda liberdade dos indivíduos que não concordarem com a ética imposta. Em suma, a metodologia do planejamento geral centralizado defendida pelos coletivistas que necessita para ser imposto, de uma escala de valores unitária para ser imposto, leva todos os indivíduos da sociedade à servidão aos planejadores, dessa forma, Hayek argumenta que a metodologia do planejamento geral centralizador para ser imposta necessariamente precisa que se instale um regime totalitário ditatorial perdendo de vista qualquer possibilidade da democracia existir.
 Para Hayek todo esse caminho para a servidão se dá seguindo alguns passos, parte desses passos nós já discutimos aqui, que seria a mudança de percepção do ocidente diante do progresso proporcionado pela liberdade individual e econômica levando a decadência do individualismo, e a propaganda e argumentação dos socialistas em torno da “nova liberdade”. O passo que ainda falta discutirmos aqui seria o da valorização do ideal de segurança em detrimento da liberdade. 
 Hayek constata que cada vez mais na Inglaterra tem se cobrado do Estado que ele garanta a segurança econômica de pelo menos parte de seus cidadãos, e na medida em que o mesmo concede essa segurança para algumas categorias de profissionais outras categorias que não gozam dessa segurança sentem-se prejudicadas e também pedem por segurança, dessa forma, pode-se notar que esse movimento na busca pela segurança de renda torna-se mais forte na medida em que o Estado concede mais segurança, porém não se nota, que para se dá segurança salarial é necessário que se faça uso do planejamento, e na medida em que essa segurança se torna um clamor imperativo da sociedade se faz necessário o uso do planejamento geral o qual levaria a destruição das liberdades (conforme demonstrado anteriormente), ou seja, quando o valor da segurança torna-se prioridade máxima na sociedade, o mesmo só pode se concretizar através da destruição da liberdade.
 Diante de todo esse cenário, Hayek elencaalguns motivos pelo quais uma sociedade que escolheu pelo coletivismo em vez do liberalismo “os piores chegam ao poder”. O primeiro motivo está relacionado com a criação de uma escala de valores única fator decisivo para o planejamento geral, como sujeitos de mais elevada educação tendem a diferenciar muito em gostos e opiniões, dificilmente os mesmo chegariam ao poder em uma sociedade coletivista. O segundo motivo está relacionado com a característica que seria importante de se encontra naqueles que comporia o segundo e terceiro escalões de poder em uma sociedade coletivista, e essa característica seria a da docilidade, a falta de convicção, pois sendo dóceis aceitariam facilmente um sistema de valores previamente elaborado. O terceiro motivo estaria relacionado com o fator que conectaria os sujeitos em prol de um mesmo objetivo, e segundo Hayek, é muito mais fácil os homens concordarem naquilo que odeiam ou inveja do que em torno de algo positivo. Dessa forma, fica evidente então as características que seriam desejadas para formar o grupo de homens e mulheres que teriam o poder em uma sociedade coletivista, e também aquelas características que seriam indesejadas para um sujeito ocupar o lugar no centro do poder.
 Diante de tudo que foi dito, fica claro assim o caminho argumentativo que Hayek toma no sentido de demonstrar os motivos pelos quais o ocidente em sua época estava deixando o caminho da prosperidade proporcionado pela liberdade individual e econômica presentes no capitalismo, e estava tomando o rumo do caminho da servidão proporcionado pelo planejamento geral presente no pensamento no pensamento coletivista, além de demonstrar as razões pelas quais as idéias coletivistas levam a destruição das liberdades e a promoção do totalitarismo e da ditadura.

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