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1 Conteúdo: Definição de Fluido de Perfuração Funções do Fluido Tipos de Fluido Fluidos Aquosos Fluidos Não-Aquosos 2 O fluido de perfuração é constituído de um veículo ou base e aditivos: O veículo é o líquido ou gás que será o principal componente do fluido e servirá de meio de transporte para os demais aditivos. Ele é o principal constituinte do fluido. Existem diversas bases possíveis para um fluido e ele normalmente é classificado em função dela. Os aditivos são sólidos ou líquidos que são misturados ou dissolvidos ao veículo para modificar suas propriedades. A unidade utilizada para medir a concentração de aditivos é a libra por barril (lb/bbl). Existem aditivos colocados em quantidades tão pequenas quanto 0,1 lb/bbl até aditivos colocados às dezenas de libras por barril. 3 Remover cascalhos Fluidos de perfuração carreiam os fragmentos de rocha escavados pela brocaFluidos de perfuração carreiam os fragmentos de rocha escavados pela broca até a superfície. A quantidade, tamanho e forma dos cascalhos são determinados pelo tipo de broca e pela velocidade de perfuração. Um carreamento eficiente depende do fluido e dos cascalhos. Cascalhos menores e em menor quantidade são carreados com mais facilidade. A vazão e a viscosidade do fluido também são parâmetros importantes nesse carreamento. Fluidos mais viscosos e circulados a vazões mais altas carreiam melhor. Entretanto, aumentar a vazão e a viscosidade significa aumentar a perda de carga associada ao bombeio e, portanto, as pressões no fundo do poço. Deve- se buscar um equilíbrio entre esses fatores. Embora a densidade do fluido também afete a velocidade de sedimentação dos cascalhos, já que afeta o empuxo, ela afeta muito mais a pressão no fundo do poço. Por isso, nunca se aumenta o peso do fluido no intuito de melhorar a limpeza do poço. Alta rotação da coluna de perfuração introduz um componente circular no movimento do fluido dentro do anular. Aumentar a rotação da coluna é um dos melhores métodos de incrementar a limpeza em poços horizontais ou de grande ângulo. 4 Sustentar cascalhos Os fluidos de perfuração são tixotrópicos, ou seja, eles gelificam quando emOs fluidos de perfuração são tixotrópicos, ou seja, eles gelificam quando em condição estática. Essa característica mantém os cascalhos suspensos quando o fluido não está circulando, como em uma manobra. Da mesma forma, o fluido deve perder a condição de gel rapidamente quando voltar a ser bombeado. Essa suspensão de cascalhos deve acontecer no amplo espectro de condições de pressão e temperatura a que o fluido vai estar exposto. Cascalhos que se precipitem podem entupir o anular, causando prisão da coluna e perda da possibilidade de circular o fluido. Além disso, a precipitação dos cascalhos gera uma variação na densidade do fluido no anular, o que pode gerar mudanças de pressão perigosas no fundo do poço. Essa precipitação ocorre mais comumente em poços de alta temperatura ou grandes inclinações. Uma alta concentração de sólidos é prejudicial para a eficiência da perfuração, pois causa o aumento do peso e viscosidade da lama, o que precisa ser tratado com diluição e adição de aditivos. Também diminui a taxa de penetração (Rate of Penetration - ROP), já que aumenta a potência necessária para fazer a lama circular. 5 Controlar as pressões das formações O fluido é a primeira barreira de segurança do poço. É ele que controla aO fluido é a primeira barreira de segurança do poço. É ele que controla a pressão das formações, impedindo o fluxo de fluidos e o fechamento do poço. À medida que o poço fica mais fundo, as pressões envolvidas aumentam e o mesmo deve acontecer com o peso do fluido. Por outro lado, um fluido pesado demais pode fluir para a formação ou mesmo fraturá-la. Esse assunto será trabalhado com mais detalhes quando se estudar tópicos de Hidráulica de Poço e Reologia. Selar formações permeáveis Para evitar a infiltração de fluido quando se está perfurando formações permeáveis, o fluido conta com materiais “inibidores de filtrado”. Esses materiais são sólidos inertes e polímeros que se acumulam na parede do poço à medida que o fluido invade a formação, rapidamente bloqueando a perda de fluido. O fluido é desenhado para depositar um reboco (filter cake) fino e de baixa permeabilidade, para limitar a invasão sem prejudicar a perfuração. Se um reboco espesso demais é formado, podem acontecer problemas desde dificuldade de se realizar a perfilagem até perda de circulação e prisão de coluna. Em alguns casos, quando a perda é muito severa, podem ser usados agentes obturantes, que são partículas maiores, com o objetivo de fechar poros muito largos. Quando se trata de uma formação de interesse, se busca utilizar obturantes removíveis, como o calcário, que pode ser destruído com o uso de ácido. 6 Manter a estabilidade do poço A composição química e as propriedades físicas do fluido agem em conjuntoA composição química e as propriedades físicas do fluido agem em conjunto para proporcionar estabilidade ao poço. Enquanto o peso da lama é necessário para equilibrar as forças mecânicas, polímeros inibidores e sais são utilizados para evitar a dissolução de formações salinas e o inchamento e dispersão de argilas. A variação do diâmetro do poço (cáliper) pode gerar topadas de revestimento, falhas na perfilagem e problemas de limpeza, além de prisão de coluna. Em fluidos não-aquosos, a própria fase orgânica é estável quimicamente, tornando a função de manter a estabilidade química do poço mais fácil. Minimizar o dano à formação Dano é qualquer diminuição da produção de uma formação para um mesmo diferencial de pressão. Os danos mais comuns são causados pela invasão de sólidos finos nos poros formação, inchamento de argilas presentes na própria formação devido à infiltração da parte aquosa do fluido, precipitação de sais insolúveis devido o contato entre a lama e os fluidos da formação e formação de emulsão entre o filtrado e os fluidos da formação. Fluidos drill-in são utilizados na perfuração de reservatórios e planejados para minimizar ao máximo o dano às formações. 7 Resfriar a broca e a coluna de perfuraçãoResfriar a broca e a coluna de perfuração O atrito da broca com o fundo do poço e da coluna de perfuração (drill-string) com as paredes gera calor. Esse calor precisa ser dissipado para manter os equipamentos de fundo em operação e aumentar a vida útil da broca. Por isso, uma das funções do fluido de perfuração é resfriar a broca, bem como a coluna de perfuração. Lubrificar e suportar a coluna de perfuração A lubricidade também é um fator importante para diminuir o desgaste da coluna por atrito, sobretudo em poços com inclinação. A lubricidade do fluido depende da composição química do sistema e da quantidade de sólidos adicionada a ele. Quanto maior a quantidade de cascalhos e de sólidos adensantes, menos lubrificante é o fluido. Uma lubrificação ruim gera torque e drag mais altos, embora esses problemas possam ter outras causas. Além dessas funções, o fluido também suporta parte do peso da coluna (ou do revestimento durante a cimentação) através do empuxo. Isso permite a sustentação de colunas muito longas por guinchos mais fracos. 8 Transmitir energia hidráulicaTransmitir energia hidráulica A energia hidráulica do fluido pode ser usada para impulsionar um motor de fundo de deslocamento positivo que permite girar a broca sem o giro da coluna. Esse tipo de motor é fundamental para poços horizontais. A energia hidráulica também permite o funcionamento de equipamentos como o MWD (measurement while drilling) e o LWD (logging while drilling). Além disso, o jateamento de fluido é usado para perfurar as fases iniciais de poços submarinos. Fluidos com poucos sólidos são mais eficientes na transmissão de energia hidráulica. 9 Garantir avaliação adequada da formação Uma das funções mais importantes de um poço é conseguir informaçõesUma das funções mais importantes de um poço é conseguir informações geológicas sobre uma localidade. As propriedadesdo fluido de perfuração devem ser tais que garantam uma correta avaliação da formação. O fluido, além de não dever interferir nas amostras de calha e na perfilagem (logging), também não deve dispersar os cascalhos. Ele também não deve mascarar traços de óleo ou gás provenientes da formação. Transmitir informações O fluido pode ser visto como um meio de transporte de informações, uma vez que transporta tanto os cascalhos, que possibilitam a avaliação das formações perfuradas, quanto pulsos de pressão provenientes de equipamentos como PWD, MWD e LWD, que permitem obter diversas informações a respeito do fundo do poço. Controlar a corrosão Como a coluna de perfuração e o revestimento estão em contato direto com o fluido, eles estão sujeitos à corrosão. Isso é ainda mais grave devido às altas temperaturas que se pode ter no fundo do poço. O que causa a corrosão não é o fluido em si, já que este costuma ter pH neutro ou básico, mas a presença de gases (como O2, H2S ou mesmo o CO2). Esse problema é especialmente grave, portanto, em fluidos aerados e em poços onde é possível a produção de H2S ou CO2. 10 Facilitar a cimentação e a completação A cimentação é a operação de se isolar o interior do poço de suas paredes comA cimentação é a operação de se isolar o interior do poço de suas paredes com o uso de revestimentos cimentados às paredes do poço. Essa operação garante o isolamento de áreas mais frágeis ou desinteressantes. Durante a descida do revestimento (casing) a lama deve permanecer fluida, com baixa viscosidade e um limite máximo para a gelificação, de forma a minimizar os aumentos de pressão no fundo (surges) que podem fraturar a formação e induzir perdas. O fluido deve possuir um reboco fino liso e não deve apresentar cascalhos. Um reboco muito grosso poderia gerar diferenciais de pressão que prenderiam o revestimento. Minimizar o impacto ambiental Mesmo o fluido mais ecologicamente correto é tóxico. A Petrobras, entretanto, busca sempre o uso de aditivos com um mínimo de impacto ambiental para a vida marinha. Com o uso de aditivos menos agressivos e em quantidades melhor planejadas é possível diminuir significativamente o custo ambiental gerado por seu uso. Um correto manuseio e estocagem, embora tenha custos altos, é fundamental para uma perfuração ecologicamente viável. Saiba mais em: http://www.offshore-enviroment.com/wasteenvimpact.html 11 Embora tenham sido citadas diversas funções do fluido de perfuração, é natural que algumas delas sejam mais importantes do que outras.que algumas delas sejam mais importantes do que outras. Enquanto algumas funções podem ser vistas mais como consequências benéficas das propriedades do fluido, outras são a própria “razão de ser” do fluido, e não se pode perfurar sem que elas sejam desempenhadas. As funções fundamentais do fluido de perfuração são três: remover cascalhos , manter a estabilidade do poço (química e mecânica) e controlar as pressões das formações (exercer contra-pressão suficiente para matar o poço). Pode-se dizer que se essas três funções não forem desempenhadas, não se pode perfurar. 12 Existem 3 categorias principais de fluidos de perfuração: •Fluidos de base aquosa; •Fluidos de base não-aquosa ou orgânica; •Fluidos gasosos, ou de base gasosa. Os fluidos aquosos e não-aquosos são ambos utilizados em larga escala pela Petrobras, enquanto que os fluidos de base gasosa são muito pouco utilizados, restringindo-se a cenários muito específicos. 13 Os cenários de uso de fluidos gasosos na perfuração são: • Zonas com perdas de circulação severas; • Formações produtoras depletadas e/ou muito sensíveis a dano; • Formações muito duras, como basalto, diabásio, etc; • Regiões com escassez de água; • Regiões glaciais com camada de gelo espessa. A perfuração com ar utiliza apenas ar comprimido seco como fluido. É utilizada em formações muito duras quando se quer aumentar a taxa de perfuração. Não pode ser usada em formações que produzam água ou óleo em quantidades elevadas. A perfuração com névoa utiliza uma dispersão de água em ar. É utilizada em formações que produzam água em quantidade ou formações que produzam gás, tornando o uso de ar inviável. A espuma é uma dispersão de ar em líquido com uso de tensoativos como estabilizantes. Apresenta maior viscosidade, sendo usada quando é necessário um carreamento de sólidos mais eficiente. Fluidos aerados são utilizados quando se deseja um gradiente de pressão intermediário entre os fluidos comuns e os gasosos. É indicado para regiões de perda severa. 14 Existe uma infinidade de fluidos de base água. Os tipos de fluido aquoso mais comuns são:comuns são: Nativo: Esse fluido é simplesmente água industrial (doce) ou do mar. É o fluido mais simples e barato, mas só pode ser utilizado nas fases iniciais do poço, em trechos relativamente curtos, pois não inibe o inchamento de argilas. Em poços marítimas pode ser descartado para o ambiente sem prejuízos. Convencional: É um fluido composto somente de água industrial, argila e soda cáustica. É utilizado nas fases iniciais de poços terrestres ou marítimos. É utilizado na forma de tampões viscosos (viscous pills) de limpeza e para o preenchimento do poço antes da descida do revestimento. Salgado Tratado com Amido: É um fluido tratado com sais e amido. Os sais servem para inibir o inchamento de argila e o amido, para reduzir o filtrado. Dependendo da concentração de sais utilizada, pode ser descartado para o meio ambiente. É utilizado em fases curtas de formações argilosas pouco reativas. Pode ser utilizado em substituição ao convencional para o preenchimento do poço antes da descida do revestimento. Salgado Tratado com Polímeros: São fluidos que utilizam sais e polímeros como aditivos para inibir o inchamento de argilas. São indicados para a perfuração de folhelhos de alta reatividade. Em geral, podem ser descartados no meio ambiente, pois os polímeros são biodegradáveis. 15 Drill-in Fluids: São fluidos específicos para a perfuração de reservatórios. Exemplos de formulação incluem o THIXCARB e o BR-DRILL. Esses fluidos sãoExemplos de formulação incluem o THIXCARB e o BR-DRILL. Esses fluidos são muito mais caros que os demais, mas têm um potencial de dano muito pequeno, além de contar com alto poder de carreamento de sólidos e boa lubricidade, características importantes em poços horizontais. Essa lista passa longe de incluir todas as composições de fluido aquoso existentes. A intenção é apenas citar alguns mais comuns para se ter uma noção da extensa variedade de composições desse tipo de fluido e conhecer algumas propriedades dos que serão mais encontrados no campo. 16 Se a variedade de composição dos fluidos aquosos se dá pelos aditivos, para os fluidos não-aquosos a maior diferença se dá no veículo. Além das emulsões defluidos não-aquosos a maior diferença se dá no veículo. Além das emulsões de água em parafina, se incluem nessa classe diversos novos tipos de fluido, como fluidos de base éster ou olefinas, e fluidos mais grosseiros utilizados anteriormente, como fluidos cuja base era óleo diesel. O principal fluido de base orgânica utilizado na Petrobras é o BR-MUL, uma emulsão de água salgada em parafina. 17 Os fluidos de base água em geral são mais baratos , possuem descarte mais fácil e podem ser fabricados na própria sonda . Além disso, a água éfácil e podem ser fabricados na própria sonda . Além disso, a água é praticamente incompressível, de forma que o fluido é menos sensível a efeitos de pressão e temperatura . Os fluidos orgânicos são mais caros, precisam ser fabricados em terra e, em geral, não podem ser descartados para o meio ambiente. Em compensação, possuem excelente lubricidade , baixíssima taxas de corrosão , amplo intervalo de pesos específicos (de 7 a 20 lb/gal), baixíssima solubilidade de sais (importante para o cenário do pré-sal) e alto grau de inibição de argilas, resistente a temperaturas de até 500 o F (260o C). Entretanto, eles possuem desvantagens: dificuldade de detecção de gás ou óleo, menores taxas de penetração , maior risco de poluição e durante o manuseio, corrosão dos elastômeros dos equipamentos, além de poder formar géis intensos a baixas temperaturas . Os fluidos não-aquosos são indicados para poços com alta inclinação, HTHP, folhelhos excepcionalmente reativos, zonas salinas, arenitos produtores danificáveis por fluido aquoso, poços com baixa pressão de poros ou baixo gradiente de fratura. 18 Conteúdo: Sistema de Fluidos Bombas Capacidade Eficiência de Bomba Tempo de Retorno Conexões importantes Equipamentos de Superfície Poço Extratores Tanque de Manobra 19 O sistema de fluidos é composto pelo fluido e por todos os equipamentos que trabalham para o seu bombeio ou contenção. O próprio poço pode sertrabalham para o seu bombeio ou contenção. O próprio poço pode ser considerado parte do sistema de fluidos, já que o fluido circula em contato constante com as paredes do poço. O sistema de tanques varia muito de sonda para sonda. Entretanto deve ser sempre capaz de armazenar um volume da mesma escala do volume do poço. O sistema de tanques costuma ser um limitante de operações importante e deve ser bem conhecido, sobretudo em operações na qual o fluido não pode ser descartado, ou em que a falta de fluido pode ser perigosa. Usualmente, além dos tanques para a fabricação e armazenamento do fluido, há um tanque menor, chamado slug. O objetivo deste tanque é permitir o preparo de tampões de fluido, ou seja, pequenos volumes de fluido com propriedades especiais. 20 O caminho usual do fluido de perfuração em uma sonda durante a perfuração será explicado brevemente a seguir, e será visto com mais profundidade aoserá explicado brevemente a seguir, e será visto com mais profundidade ao longo deste capítulo. O fluido é succionado do tanque ativo, sendo bombeado pelas bombas de lama em direção ao stand pipe manifold, em que é direcionado ao stand pipe e então passa pela mangueira de lama e pelo swivel, entrando na coluna de perfuração. No caso de sondas em que se tem top drive, o swivel se encontra dentro da carcaça do top drive, acima do motor. No caso de perfuração com kelly, o swivel é visível acima do kelly, e então o fluido passa por dentro do kelly para então entrar na coluna de perfuração. O fluido passa então pelo interior da coluna de pefuração, saindo pelos jatos da broca para o espaço anular formado entre a coluna de perfuração e o poço aberto, o revestimento da fase anterior ou o riser. 21 No caso de poços com completação seca, não se tem riser, de modo que o fluido sai do anular entre a coluna e o último revestimento diretamente para afluido sai do anular entre a coluna e o último revestimento diretamente para a sonda. No caso de poços de mar com completação molhada, nas primeiras duas fases ainda não se posicionou BOP e riser no fundo do mar, de modo que não se tem retorno de fluido para a sonda, e todo o fluido que sai do anular vai diretamente para o fundo do mar. Os alargadores também têm jatos, semelhantes aos das brocas, de modo que quando há alargadores, uma parte da vazão passa do interior da coluna para o anular por estes e o restante pela broca. O fluido sobe então pelo espaço anular em direção à superfície, emergindo do poço pela flow line, ou linha de retorno, de onde é direcionado para o sistema de controle de sólidos, e daí para o sistema de tratamento do fluido, de onde volta para o tanque ativo. Outros trajetos de circulação também são possíveis, tal como retorno pelas linhas de kill e/ou choke, ou então a circulação reversa, em que se injeta pelas linhas de kill e/ou choke com retorno pelo interior da coluna. 22 23 24 25 26 27 28 29 As bombas são os equipamentos utilizados para a circulação doAs bombas são os equipamentos utilizados para a circulação do fluido na sonda e desta para o poço. As bombas de lama tratam-se de bombas de deslocamento positivo movidas a pistão. Essas bombas são preferidas em relação a bombas centrífugas porque permitem melhor controle de volume bombeado, além de melhor capacidade para bombear às altas pressões comuns das operações de perfuração. As bombas mais comuns são as chamadas de triplex, que recebem este nome por possuírem três pistões horizontais, embora também haja bombas duplex (possuem dois pistões, que geralmente bombeiam nos dois cursos do pistão), quintuplex (cinco pistões) e hex (seis pistões na vertical). As bombas duplex já foram comuns há muito tempo, mas hoje já foram quase que totalmente substituídas. As bombas hex, por outro lado, estão se tornando cada vez mais populares, por ocuparem menor área por unidade de HHP instalada, permitirem maiores vazões e pressões para a mesma área, ocasionarem menores oscilações na pressão, entre outras vantagens. 30 Uma diferenciação importante entre as bombas triplex e duplexUma diferenciação importante entre as bombas triplex e duplex usualmente encontradas é que as primeiras bombeiam apenas em um sentido de deslocamento do pistão, enquanto que as segundas bombeiam nos dois sentidos (quando o pistão vai e quando o pistão volta), fato que precisa ser considerado nos cálculos. Essas bombas podem ser movidas a diesel, com partida pneumática ou a eletricidade. O motor impulsiona pistões cilíndricos, gerando a pressão que movimenta o fluido através do sistema. O controle do caminho do fluido é feito por diversos manifolds e válvulas distribuídos através da sonda. As bombas de lama são utilizadas para a circulação do fluido pelo interior do poço. Devem ter capacidade suficiente para a vazão de trabalho requerida. 31 32 A bomba de mistura é utilizada para se passar fluido de um tanqueA bomba de mistura é utilizada para se passar fluido de um tanque para outro, bem como na adição de produtos ao fluido. Essa se dá através de funis: com o fluido circulando a alta velocidade por um tubo estreito se permite que o aditivo se distribua de forma igualitária pelo fluido. A bomba booster só é utilizada em poços submarinos. Nestes poços há tubos formando uma extensão do poço do fundo do mar até a sonda, chamados risers. Devido ao maior diâmetro desse equipamento, a velocidade do fluido é diminuída e se faz necessária uma bomba extra para auxiliar o transporte dos cascalhos. Usualmente, uma das bombas de lama é utilizada como booster. 33 34 35 36 A capacidade é uma medida de volume por comprimento. Nada mais é que a área da seção transversal, em unidades convenientes, uma vez que as unidadesárea da seção transversal, em unidades convenientes, uma vez que as unidades de volume e de comprimento não precisam fazer parte do mesmo sistema de unidades. Uma vez que geralmente na engenharia de poços de petróleo se utilizam comprimentos em metros (na Petrobras), diâmetros em polegadas (in) e volumes em barris (bbl), é interessante deduzirmos uma equação em que a capacidade seja dada em barris por metro (bbl/m), para que, quando multiplicada pelo comprimento, resulte um volume em barris. Uma vez que 1in=0,0254m e 1bbl=0,159m3, tem-se: Resultando: 37 A fórmula utilizada acima não é a única. Ela é apenas uma fórmula convenientemente ajustada para as unidades mais usadas no campo e com umaconvenientemente ajustada para as unidades mais usadas no campo e com uma constante mais fácil de se lembrar. Algumas formas desse cálculo pode ser encontradas abaixo: (mais útil para poço) (mais útil para bombas) É comum utilizar o termo “deslocamento” para se referir à capacidade do aço de uma coluna, uma vez que é o volume de aço que “desloca” o fluido. 38 Respostas dos exercícios: 1 – DP’s: 0,02139 bbl/m. BHA:0,17516 bbl/m 2 – 37 bbl Nota importante: Normalmente no campo se faz referência APENAS ao diâmetro externo dos tubos, também conhecido como diâmetro nominal. Os valores de diâmetro interno devem ser conseguidos em tabelas específicas, como no Petroguia (http://petroguia.petrobras.com.br), a partir do diâmetro nominal e peso nominal. 39 Respostas dos exercícios: 3 – 2,1 m. 4 – 38,1 bbl. Notas importantes: Normalmenteno campo se faz referência APENAS ao diâmetro externo dos tubos, também conhecido como diâmetro nominal. Os valores de diâmetro interno devem ser conseguidos em tabelas específicas, como no Petroguia (http://petroguia.petrobras.com.br), a partir do diâmetro nominal e peso nominal. Manobra “com banho” é uma manobra em que jorra fluido no rig floor quando se quebra a conexão, porque o fluido não sai da coluna por baixo, o que pode ocorrer por diversos motivos, entre eles entupimento dos jatos da broca, viscosidade ou gel excessivo do fluido, impedindo que o mesmo escoe pelos jatos da broca, desbalanceio hidrostático devido a fluido mais pesado no anular (caso em que o fluido jorra mesmo que não se quebre a conexão, até que o nível de fluido no anular caia o suficiente para que a coluna hidrostática dentro da coluna se iguale à do anular). 40 A vazão real é medida circulando-se um volume conhecido de umA vazão real é medida circulando-se um volume conhecido de um tanque para o poço ou entre dois tanques e medindo o tempo decorrido. Dessa forma não é necessário parar a perfuração para realizar o teste. Com a vazão real medida, pode-se calcular a vazão teórica e a eficiência. Já para medir a eficiência da bomba de mistura, a transferência pode ser de qualquer tanque para qualquer tanque, respeitadas as propriedades dos fluidos. Normalmente as bombas são referidas pelo seu tipo, diâmetro da camisa e curso do pistão. Ex.: bomba triplex 5” x 14”. Isso significa que a bomba tem 3 cilindros (triplex), cada um com um diâmetro de 5” e um comprimento de 14”. Se diz curso e não comprimento do pistão porque na realidade esse comprimento é apenas virtual: corresponde à diferença entre o ponto de preenchimento máximo por fluido e o de preenchimento mínimo. Ao chegar no ponto de preenchimento máximo a bomba volta a comprimir o pistão, esvaziando-o. A divisão da vazão real pela teórica dá o valor da eficiência, que é sempre menor que um. 41 As bombas duplex usuais funcionam de forma diferente das triplex:As bombas duplex usuais funcionam de forma diferente das triplex: bombeiam na ida e na volta do pistão. Quando o pistão se desloca em um sentido, o volume preenchido é o volume do cilindro formado pela área circular do pistão multiplicada pelo curso do pistão, e quando se o pistão se desloca no sentido contrário o volume preenchido é o do espaço anular formado entre o pistão e o braço do êmbolo. Note-se que o cálculo da vazão teórica é levemente diferente das bombas triplex. O valor “N” que aparece nas equações acima é o número de ciclos por unidade de tempo da bomba, geralmente referidos em strokes por minuto (stk/min, ou spm). Um stroke é um ciclo da bomba, ou uma rotação do virabrequim que move os pistões, de modo que em um stroke todos os cilindros são bombeados uma vez (no caso de bombas duplex, na ida e na volta). O stroke por minuto é a unidade padrão de medida de velocidade de bombeio em sondas, em que usualmente se usa o termo vulgar “strokagem” para se referir à velocidade de bombeio. Usa-se também o mesmo termo para se referir à quantidade total de fluido bombeado. 42 1 – 0,02832 bbl/stk 2 – 8min12s. 3 – 0,85 4 – 273 bbl 43 Em todas as operações, deve-se ter em mente o tempo de retorno. O tempo de retorno é muito importante para a geologia, uma vez que étempo de retorno é muito importante para a geologia, uma vez que é uma estimativa grosseira do tempo mínimo necessário para uma amostra de rocha chegar à superfície. Quando se detectam variações na taxa de perfuração, por exemplo, estas podem ser decorrentes de vários motivos, entre eles de uma mudança da formação geológica perfurada. Entretanto, só é possível ter certeza dessa mudança quando os cascalhos chegarem à superfície, o que leva aproximadamente um tempo de meia circulação. Além disso, antes de uma parada mais longa na perfuração, é necessário se circular o fluido do poço para se remover os cascalhos, de forma que eles não se precipitem de volta ao fundo do poço, o que poderia prender a coluna ou danificar equipamentos, como o BOP (Blowout Preventer). Por segurança, se costuma circular o poço por um tempo mínimo de um tempo de retorno e meio, o que é chamado de tempo de limpeza mínimo, após o qual se questiona o Técnico Químico de Petróleo (TQP) se o fluido está sem cascalhos. A saída de cascalhos pode ser observada nos extratores de sólidos. 44 Resposta do exercício: 93 minResposta do exercício: 93 min Nota importante: a altura de mesa rotativa, usualmente indicada por MR ou hMR, é um dado muito importante de uma sonda, em especial quando um poço é perfurado por uma determinada sonda e depois completado por outra. Em sondas flutuantes, corresponde à altura desde o nível do mar até a altura da mesa rotativa da sonda. Em sondas de terra, é a altura desde o nível do solo até a mesa rotativa da sonda. Note-se que quando se faz uma intervenção com uma sonda com altura de mesa rotativa diferente daquela que perfurou o poço, é importante levar em conta essa diferença quando se calculam as profundidades. A lâmina d’água (LDA) é apenas a profundidade de água, ou a altura desde o nível do mar (sea line) até o fundo do mar (mud line). Note- se que ela não inclui a mesa rotativa, de modo que a profundidade inicial de um poço é igual à LDA mais a MR. 45 Neste texto eu chamo de conexões todas as linhas, válvulas e manifolds que ligam cada um dos elementos de sistema de fluidos.ligam cada um dos elementos de sistema de fluidos. Os principais itens desses sistemas de superfície são: o stand pipe, a mangueira de lama e o swivel. Embora os trechos de linha destacados sempre existam, é importante lembrar que cada sonda em particular possui um conjunto próprio de linhas e válvulas, que pode ser limitante para algumas operações. Algumas sondas não permitem a transferência direta de um tanque a outro, sendo necessária a passagem por um terceiro, por exemplo. A forma com que esses elementos serão utilizados é de responsabilidade dos TQPs (Técnicos Químicos de Petróleo) e dos torristas a ele designados. Entretanto, todas as modificações intencionadas por eles, sobretudo no que diz respeito a mudanças de vazão nas bombas de lama e booster, devem ser discutidas com o fiscal da sonda, uma vez que podem impactar em outras atividades, como as análises da geologia, o Logging While Drilling (LWD) ou os equipamentos direcionais do poço. Cabe ao fiscal coordenar as atividades, gerenciando as necessidades dos diferentes grupos e tendo em vista os objetivos do poço. 46 Cabe aqui fazer um parêntesis para explicar um pouco sobre a hierarquia do sistema de fluidos na perfuração. O contato direto do fiscal é o TQP. É ele osistema de fluidos na perfuração. O contato direto do fiscal é o TQP. É ele o responsável na sonda por qualquer modificação que deva ser feita ao fluido, bem como a fabricação e análise do mesmo. Também é responsável pelo controle da entrada e saída de materiais da sonda que dizem respeito ao fluido, como aditivos, reagentes de laboratório e equipamentos associados ao sistema. O TQP possui um contato em terra, geralmente um Químico de Petróleo, que coordena o seu trabalho e divide com ele as responsabilidades. Respondendo ao TQP existem os torristas. As funções dos torristas incluem fazer a transferência de fluidos entre os tanques, incluir aditivos nos fluidos, organizar os materiais na sacaria e medir o peso específico e a viscosidade Marsh do fluido. Os torristas também são responsáveis pela quebra da coluna durante as manobras, em sondas sem iron roughneck. 47 Voltando aos equipamentos: O tubo bengala (stand pipe) é um tuboVoltando aos equipamentos: O tubo bengala (stand pipe) é um tubo de metal grosso localizado no deque principal (rig floor) e que suporta a mangueira de lama (rotary hose). A maior importância do stand pipe está no manômetro acoplado a ele. O acompanhamento contínuo da pressão de entrada do fluido é fundamental para acompanhar seu desempenho e prever diversos problemas de poços. Através dele tambémse controla a operação de eliminação de influxos de fluido da formação durante a perfuração, os kicks. A principal função da mangueira de lama (rotary hose) é permitir flexibilidade de movimentação. Durante as operações, a coluna desce à medida que o poço vai sendo perfurado, portanto o ponto de entrada do fluido precisa acompanhar esse movimento. Ela também precisa ser suficientemente resistente para lidar com as altas pressões de bombeio, afinal, a pressão mínima deve ser suficiente para compensar todas as perdas de carga no interior do poço, que não são poucas. 48 Swivel é o nome da peça que conecta o sistema de fluidos aoSwivel é o nome da peça que conecta o sistema de fluidos ao sistema mecânico, permitindo que a coluna gire sem perder vedação. Ele também serve de suporte para a coluna de perfuração. O swivel, além de fazer parte do sistema de fluidos, também faz parte do sistema de movimentação de cargas da sonda, já que permite a rotação e sustentação da coluna. Ele se encontra localizado acima do top drive ou do kelly, conforme o método de rotação da coluna utilizado. 49 Todas as linhas e manifolds anteriores à entrada do fluido no poço são genericamente chamados de “equipamentos de superfície”. A eles é atribuído umgenericamente chamados de “equipamentos de superfície”. A eles é atribuído um valor de perda de carga aproximado, sem se considerar pequenas perdas resultantes de cada circuito específico. Para se calcular a perda de carga dos equipamentos de superfície, compara-se a pressão nas bombas e no tubo bengala. A diferença é a perda de carga nos equipamentos de superfície. Note que a perda de carga na mangueira de lama e no swivel nunca é propriamente computada, uma vez que não são considerados equipamentos de superfície nem fazem parte da coluna. Entretanto, essa perda de carga é desprezível. A pressão necessária nas bombas pode ser calculada através das perdas de carga do fluido no seu caminho pelo poço. Essa perda de carga deve incluir os equipamentos de superfície. Entretanto, para todos os outros cálculos, é considerado como ponto zero sendo o stand pipe. Essa é considerada a pressão de entrada no poço e todos os cálculos envolvendo pressão são feitas a partir desse valor. Isso facilita muito os cálculos, já que elimina a necessidade de se considerar as perdas de carga decorrentes de mudanças no percurso do fluido nas linhas entre a bomba e o stand pipe. Entretanto, mesmo o percurso do fluido no interior do poço não é constante. Caso o caminho do fluido mude, deve-se lembrar que a perda de carga também mudará, e que a pressão de bombeio mudará para se ajustar aos novos valores. 50 A coluna de perfuração é o conduto que vai levar o fluido da superfície até o fundo do poço. Ao chegar ao fundo do poço o fluido atravessa pequenos furosfundo do poço. Ao chegar ao fundo do poço o fluido atravessa pequenos furos na broca, chamados de jatos (bit nozzles). São o ponto de maior perda de carga no poço em condições normais. É possível trocar os jatos da broca, permitindo o uso de jatos de vários diâmetros para uma mesma broca. O diâmetro desses jatos é da ordem de frações de polegada (geralmente indicados em 32 avos de polegada). Os alargadores também têm jatos, semelhantes aos das brocas, de modo que quando há alargadores, uma parte da vazão do fluido passa do interior da coluna para o anular por estes e o restante pela broca. Em seguida o fluido segue pelo espaço anular formado entre a parede do poço e a coluna de perfuração até chegar à superfície. Esse é o trecho em que o fluido desempenha suas principais funções, mantendo a estabilidade do poço, carreando sólidos e impedindo o fluxo da formação para o poço e vice-versa. 51 A coluna de perfuração é formada por drill pipes e BHA. A função dos drill pipes é apenas conduzir o fluido de perfuração até o fundo do poço. Já o BHA é maisé apenas conduzir o fluido de perfuração até o fundo do poço. Já o BHA é mais complexo. Ele inclui diversos elementos, tais como: tubos mais largos chamados comandos (drill collars), que diminuem a inclinação do poço e aplicam peso sobre a broca mantendo os demais elementos tracionados; elementos de perfilagem, que geram informações para avaliação geológica; elementos de direcional, que avaliam e mudam a inclinação e direção do poço; alargadores, estabilizadores, back reamers, jar, bumper, e diversos outros equipamentos, além da própria broca. As perdas de carga do BHA podem ser calculadas, mas normalmente são medidas através de um teste de circulação a uma pequena profundidade. Esse teste é chamado de shallow test. Como os componentes do BHA são quase sempre cilíndricos, o cálculo de volumetria pode ser realizado com facilidade com o uso da capacidade. 52 A circulação do fluido de perfuração pode ser direta ou reversa. A circulação direta pode ser feita tanto pela coluna quanto pelas linhas de kill e choke, com retorno pelo espaço anular ou pelas linhas auxiliares. A circulação reversa é aquela em que o fluido é injetado pelas linhas de kill e choke e retorna por dentro da coluna. Note-se que na circulação direta o anular faz parte do trajeto de retorno do fluido (desde seu ponto mais baixo, se a injeção for pela coluna, ou desde a base do riser, se a injeção for pelas linhas auxiliares). Na circulação reversa, o anular do poço faz parte do trajeto de ida do fluido, e o retorno é feito pelo interior da coluna. Existe uma diferença fundamental entre os poços de terra e os poços marítimos: o riser. O riser é a estrutura responsável por continuar o anular dos poços submarinos até o nível da sonda. Numa sonda marítima, o anular do poço com a coluna acaba no fundo do mar. Sem o uso do riser, o fluido bombeado para o interior do poço seria descartado para o mar. Para permitir que ele retorne para a sonda, é necessário o uso do riser. 53 Outra diferença importante é o comprimento das linhas de kill eOutra diferença importante é o comprimento das linhas de kill e choke, linhas de diâmetro menor utilizadas para acesso paralelo ao anular para operações especiais. Essas linhas servem para acessar o anular do poço mesmo com ele fechado pelo BOP. Como o BOP de poços submarinos com completação molhada se localiza no fundo do mar, as linhas kill e choke precisam ter um comprimento muito maior, gerando uma perda de carga considerável quando o poço precisa ser circulado por essas linhas. No cálculo da volumetria, um erro comum é não lembrar de somar as linhas de kill, choke e booster ao volume do poço. Outro erro frequente é não lembrar que o riser e suas linhas auxiliares acabam no nível do mar, tendo portanto o comprimento apenas da lâmina de água mais a altura da mesa rotativa da sonda. O volume entre o riser e os tanques é contado como volume da sonda, não do poço. 54 Ao retornar para a superfície, o fluido passa por diversos equipamentos antes de retornar para o tanque, como peneiras (shale shakers), desareadoresretornar para o tanque, como peneiras (shale shakers), desareadores (desanders e sand traps), dessiltadores (desilters) e desgaseificadores (degassers). Esses equipamentos serão abordados com mais profundidade futuramente. O principal objetivo destes extratores é evitar a mudança de propriedades do fluido, removendo o cascalho (shale) que vem do poço. Além disso, o desgaseificador é uma ferramenta de segurança importante, pois permite detectar influxos indesejados de gás vindos do poço (kicks). Os extratores eliminam do fluido o cascalho cortado pela broca. Isso é muito importante para evitar, entre outros fatores, que o peso específico do fluido aumente, o que aumentaria a pressão no fundo do poço. Outra função dos extratores de sólidos é gerar material para análise geológica. Através da análise dos cascalhos os geólogos podem determinar que formação está sendo perfurada, sua composição e propriedades. Esses dados ficam arquivados e servem de referência para outros poços a serem perfurados na mesma área. Em geral, uma das peneiras é reservada para a amostragem geológica.Essa peneira é preparada para recolher sólidos mais finos e não ter os cascalhos direcionados para o descarte. O correto dimensionamento dos extratores de sólidos é fundamental para a perfuração. Cada equipamento possui uma vazão ótima de trabalho, fora da qual pode haver perda de fluido ou falha na retirada dos contaminantes. Em casos extremos pode ser necessário se limitar a perfuração pela falta de extratores adequados. A análise da quantidade e qualidade dos extratores cabe ao TQP, mas a supervisão da encomenda e instalação cabe ao fiscal da sonda. 55 Anteriormente vimos os passos da circulação principal do fluido. Entretanto, esse não é o único caminho que o fluido pode percorrerEntretanto, esse não é o único caminho que o fluido pode percorrer na sonda. Durante uma manobra, ou seja, uma operação de subida ou descida de coluna, acontecem mudanças na pressão no fundo do poço que podem levar a um influxo da formação para o poço (kick) ou do poço para a formação (perda). Por isso, é muito importante se monitorar a quantidade de fluido nos tanques durante manobras. Para isso, existe o tanque de manobra, que nada mais é do que um pequeno tanque, com capacidade entre 10 e 15 bbl, com área da seção transversal menor e sensores de nível mais precisos. Enquanto se retiram seções de coluna do poço, o fluido do trip tank é drenado para o anular para ocupar o espaço dos tubos retirados, garantindo que o poço permanecerá cheio. Da mesma forma, ao se descer coluna o tanque recebe o fluido do poço. O tanque de manobra é um elemento de segurança imprescindível, sobretudo em poços ultra-profundos, em que se tem que trabalhar em um intervalo de pressões muito estreito. 56 O tanque de manobra também é usado para verificar o vazamento do 57 O tanque de manobra também é usado para verificar o vazamento do BOP em perfurações marítimas, durante um evento de controle de poço. Caso o volume no trip tank continue a aumentar mesmo com o BOP fechado, fica constatada a presença do vazamento. O trip tank não é utilizado durante a perfuração. Acima se encontra uma ilustração da aplicação do trip tank. Se o volume de fluido no poço permanecer constante, o nível do tanque também ficará. Como ele é bastante estreito, qualquer perda ou ganho resulta em uma alteração perceptível no nível do tanque. Caso a coluna esteja sendo retirada, o volume de aço removido do poço é reposto pelo fluido que está no tanque, mantendo o poço sempre cheio de fluido. Caso a coluna esteja sendo descida, o volume de fluido deslocado pelo de aço que entra no poço é direcionado para o tanque para que não ocorra transbordamento. Em ambos os casos, é feita uma relação entre o volume de aço que se movimentou no poço e a alteração de nível no tanque de manobra. A linha que traz o fluido do trip tank e alimenta o anular é chamada 58 A linha que traz o fluido do trip tank e alimenta o anular é chamada de linha de ataque , e em muitas sondas ela também pode ser alinhada com os tanques ativos de fluido e utilizada para completar o poço durante uma perfuração com perda completa de circulação. A linha que direciona o fluido que sai do anular para a gumble box ou para o trip tank é chamada de flowline, ou simplesmente linha de retorno de fluido. Obs.: gumble box é uma caixa de distribuição com diversas saídas com válvulas, que recebe o fluido que vem da flowline e o direciona para cada peneira ou equipamento, ou mesmo permite o by-pass do sistema de peneiras, direcionando o fluido que retorna do poço diretamente para os tanques ativos. O nome gumble box vem do fato de que essa caixa de distribuição foi criada com o intuito de se colocar uma grade para reter pelotas grosseiras de argila, chamadas gumble (ou gumbo), antes que as mesmas cheguem até as peneiras. Hoje nem todas as gumble box ainda têm essa grade, mas continuam a ser chamadas pelo mesmo nome.