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Auditoria e controles internos W B A 0 19 8 _ V 1. 1 2/218 Auditoria e controles internos Autoria: Frederico Otávio Sirotheau Cavalcante Como citar este documento: CAVALCANTE, Frederico O. S. Auditoria e controles internos. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: Importância e conceito de controle interno 05 Assista a suas aulas 23 Unidade 2: Princípios de controle interno contábil 31 Assista a suas aulas 49 Unidade 3: Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos? 57 Assista a suas aulas 80 Unidade 4: Detecção e prevenção de fraudes 89 Assista a suas aulas 104 2/201 3/2183 Unidade 5: Controles: contas a pagar, tributos e estoques 112 Assista a suas aulas 136 Unidade 6: Papéis de trabalho: conceitos e definições 146 Assista a suas aulas 162 Unidade 7: Planejamento de auditoria 170 Assista a suas aulas 183 Unidade 8: Metodologias de emprego da auditoria 191 Assista a suas aulas 211 Sumário Auditoria e controles internos Autoria: Frederico Otávio Sirotheau Cavalcante Como citar este documento: CAVALCANTE, Frederico O. S. Auditoria e controles internos. Valinhos: 2017. 4/218 Apresentação da Disciplina A complexidade da atividade empresarial exige que os gestores tenham segurança nas informações para a tomada de decisão e para que as ações planejadas e aprovadas sejam executadas adequadamente. O novo contexto econômico e tecnológico, a busca por melhoria contínua, o cumpri- mento dos objetivos e o comprometimento da alta administração, exige dos gestores, que têm uma visão multidisciplinar, a inicia- tiva de uma correta implantação, execução e monitoramento das atividades empre- sariais, que permita dispor de informações seguras e fidedignas, assegurando a toma- da de decisão com redução de riscos, alo- cação adequada de recursos, preservação do patrimônio com garantia de confiança e transparência nas transações. Nesse cená- rio, surge a auditoria e o controle interno, que são ferramentas capazes de assegurar que as boas práticas contábeis e adminis- trativas estão sendo executadas pela em- presa. Esta disciplina tem o objetivo demonstrar como a auditoria e o controle interno po- dem contribuir para a otimização do resul- tado global das empresas, apresentando e discutindo os conceitos pertinentes aos te- mas. 5/218 Unidade 1 Importância e conceito de controle interno Objetivos 1. Explicitar a importância do controle interno. 2. Discutir e aplicar os principais conceitos, normas e procedimentos do processo de controle interno. 3. Apresentar aspectos de controles internos para atendimento ao fisco. Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno6/218 Introdução Com o aumento das atividades empresa- riais, fez-se necessária a implantação de novas ferramentas gerenciais que permi- tissem aos sócios verificar se os gestores da empresa estavam maximizando a riqueza da empresa ou, em outras palavras, se es- tavam gerindo satisfatoriamente os negó- cios e recursos que lhes foram confiados. Neste contexto, destaca-se a importância do controle interno que tem como um dos objetivos acompanhar as rotinas da empre- sa, se estão seguindo o que foi planejado e mostrando eventuais desvios e fraudes que eventualmente surgirão. 1. Importância do Controle In- terno Os controles internos adequados garan- tem as empresas qualidade e exatidão das informações, o que assegura aos gestores embasamentos seguros dentro do proces- so de decisão. Eles também permitem mini- mizar riscos legais, como operações fiscais, relações com clientes (consumidores), civil entre outros. Outro ponto em que os controles internos contribuem é com melhoria de processos produtivos, analisando possíveis gargalos e restrições, garantindo redução de custos, que interferem diretamente no resultado (lucro) das empresas. E entre todos os pon- tos positivos dos controles internos, eles Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno7/218 ainda ajudam a detectar possíveis fraudes ou erros. As empresas que possuem controle interno adequado podem ter, com exatidão, as informações necessárias para uma melhor gestão, amparando os administradores no aperfeiçoamento das operações em busca da conquista de objetivos, aprimorando a eficiência dos processos produ- tivos com redução de custos e melhoria na qualidade dos produtos e serviços, além de detectar possíveis falhas, erros ou fraudes (ATTIE, 2007) Link Recomenda-se a leitura do artigo indicado neste link para demonstrar a relevância do controle in- terno nas demonstrações contábeis, sendo proporcionado o entendimento dos usuários e a agili- dade nos processos. BORDIN, P.; SARAIVA, C. J. O controle interno como ferramenta fundamental para a fidedignidade das informações contábeis. 2005. Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno8/218 “Em uma organização, o controle interno representa os procedimentos ou rotinas afim de res- guardar os ativos, gerar dados contábeis confiáveis e auxiliar na condução ordenada dos negó- cios da empresa, representando os controles contábeis e administrativos de modo explícito e prático” (CREPALDI, 2004, p. 249). Para saber mais As diretrizes básicas sobre controle interno de qualidade para auditores independentes são apresen- tadas pelo IBRACON NPA nº 10, sendo identificados os objetivos, itens relacionados ao planejamento e organização das revisões, entre outros. Pondera-se que os controles internos apresentam sustentação na área administrativa, conforme menciona Crepaldi (2009, p. 359): Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno9/218 O controle interno gira em torno dos aspectos administrativos, que in- fluenciam diretamente sobre os aspectos contábeis, assim é preciso consi- derá-los conjuntamente para determinar um aspecto de controle interno adequado. Pode-se analisar e entender controle inter- no do ponto de vista administrativo e con- tábil. No administrativo, o controle interno tem o papel de assegurar que o manual de procedimentos existe e está sendo cumpri- do e executado. Já do ponto de vista contá- bil, assegura que todas as informações con- tábeis financeiras estão sendo registradas na contabilidade. O controle interno está profundamente en- volvido na busca da eficácia organizacional. O bom controle interno deve buscar sempre a eficiência, eficácia e economicidade. Também temos que considerar o tamanho das companhias e as necessidades exigi- das para a implementação dos controles internos. Grandes companhias, que muitas vezes são listadas em bolsa de valores, de- vem possuir sofisticados controles internos, garantindo um respaldo entre a ligação das Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno10/218 informações que circulam entre adminis- trativo x financeiro x contabilidade de custo x contabilidade financeira x sistemas orça- mentários, culminando em maior seguran- ça no processo decisório. Como resultado, as companhias garantem governança cor- porativa que, para aos olhos dos investi- dores, reflete em segurança, confiança e, sobretudo, transparência nas informações financeiras. Todo este controle gera um custo a fim de operacionalizar a criação, implementar e monitorar os controles internos. Sendo as- sim, quando pensamos em empresas de médio e pequeno porte, nas quais seus re- cursos muitas vezes não são abundantes, a criação de controles internos deverá ser adequada ao seu nível de exigência, basea- do sempre na capacidade operacional. Criar controles internos apenas para tê-los, sem que traga nenhum benefício relevante para a operação das pequenas companhias, po- derá dificultar o processo operacional, que afetará na eficiência de entrega de seus objetivosdo negócio, podendo, assim, des- gastar o relacionamento com seus clientes e, consequentemente, a geração de receita. Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno11/218 2. Controles Internos 2.1. Conceitos de Controles Segundo Almeida (1996, p. 50), “o contro- le interno representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os ati- vos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na conclusão orde- nada dos negócios da empresa”. O Instituto de Auditores Internos do Brasil, Audibra (1992, p. 48), registra que: [...] controles internos devem ser entendidos como qualquer ação tomada pela administração (assim compreendida tanto a Alta Admi- nistração como os níveis geren- ciais apropriados) para aumentar a probabilidade de que os objetivos e metas estabelecidas sejam atin- gidos. A Alta Administração e a ge- rência planejam, organizam, diri- gem e controlam o desempenho de maneira a possibilitar uma razoável certeza de realização. Controle interno não é, somente, um com- plexo sistema de rotinas e procedimentos Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno12/218 burocráticos que necessitam ser integral- mente implementados em conformidade com os livros e normas para que funcionem satisfatoriamente. O administrador deter- minará a capacidade de implantar sistemas de controle que possuem qualidades favo- ráveis para a empresa de acordo com suas particularidades. Para saber mais O controle interno e a auditoria, ramos da conta- bilidade, surgiram da necessidade das empresas controlarem seus ativos, passivos, despesas e re- ceitas. Através do controle interno começou-se a ter controle do que de fato ganhava-se e gasta- va-se. Segundo Chiavenato (1993, p. 262), exis- tem três significados para a palavra contro- le, que são: a. Controle como função restritiva e coercitiva: serve para coibir ou limitar certos tipos de desvios in- desejáveis ou de comportamento não aceitos. É também chamado de controle social, pois inibe o individualismo e a liberdade das pessoas, neste sentido apresenta um caráter negativo e limitativo; b. Controle como sistema automá- tico de regulação: tem como ob- jetivo manter um grau de fluxo Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno13/218 ou funcionamento de um siste- ma. Dentro deste mecanismo de controle se detectam possíveis desvios ou irregularidades e pro- porcionam automaticamente a regulação necessária para voltar à normalidade; c. Controle como função adminis- trativa: é o controle como parte do processo administrativo, as- sim como o planejamento, orga- nização e a direção fazem parte. controle pode ser visualizado como um sis- tema que forneça feedback e não simples- mente como uma questão de estabeleci- mento de padrões, mensuração de desem- penho e correção de desvios. Como exemplo de controle interno em uma empresa comercial, sugere-se a segregação de funções, ou seja, um funcionário faz o pedido de compra e outro autoriza, aprova e confere. Dessa forma, evita-se fraudes e desfalques, melhorando os índices de resul- tado da empresa. O controle está relacionado diretamente com funções do processo administrativo pertinentes ao planejamento, organização e direção. Propicia a mensuração e a avalia- ção dos resultados da ação empresarial. O Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno14/218 2.2. Controles Internos para Atender ao Fisco Com o desenvolvimento das tecnologias de informações, o fisco nacional, estadu- al e municipal passou a criar projetos para integrar as informações fiscais, contábeis, Link Síntese dos estudos relacionados ao controle in- terno numa década de publicação de artigos. SOUZA, E. X. F. et al. Controle interno: um estudo bibliométrico (2004-2010) comparativo da pro- dução científica no Brasil através de publicações da Associação Nacional de Pós-graduação e Pes- quisa em Administração. Para saber mais O marco histórico relacionado aos controles in- ternos refere-se ao surgimento da lei americana: Sarbanes&OxleyAct. DANTA, W. R. H. Importân- cia dos Controles internos nas empresas an- tes e depois do advento da Sarbanes-OxleyAct. 2006. “Controles Internos abarcam os controles administrativos e contábeis, os quais po- dem ser implementados pela administração de uma organização com o intuito de salva- guardar seus ativos, produzir dados contá- beis confiáveis e assessorar na condução coordenada dos negócios” (ALMEIDA, 2003, p. 63). Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno15/218 financeira e de departamento pessoal das companhias. O projeto do Sistema Público de Escrituração DIGITAL (SPED) abarca uma série de recursos tecnológicos, na qual a companhia como contribuinte dos tributos passa a enviar mensalmente e em alguns casos anualmente informações de todas as operações. As companhias emitem notas fiscais de forma eletrônica, enviam as apu- rações dos impostos diretos devidos men- salmente, enviam os impostos indiretos, in- formações sobre a folha de pagamento dos colaboradores e também o balanço patri- monial a cada exercício social. Para muitos o fisco instituiu o SPED, po- rém as informações já eram enviadas em outras obrigações acessórias, que mesmo centralizadas e mais completas no SPED, ainda não deixaram de serem obrigatórias. Sendo assim, as companhias possuem um custo a mais para atender a estas novas re- gras, obrigando também a criação de novos controles internos, que possam controlar a geração das informações de forma asserti- va, para rastrear todas as informações ne- cessárias a serem enviadas ao fisco. A Fi- gura 1 apresenta aspectos do SPED, que é o “instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e au- tenticação de livros e documentos que in- tegram a escrituração contábil e fiscal dos empresários e das pessoas jurídicas” (POR- TALDECONTALIBIDADE, s.d., s.p.). Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno16/218 Figura 1 | Controles internos: o SPED Fonte: adaptado de: SPEDPR (s.d). Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno17/218 Para saber mais A Receita Federal do Brasil disponibiliza um site exclusivo para tratar todos os projetos SPED, em que po- deremos encontrar links que ajudam a esclarecer as principais necessidades dos SPED, manual de consulta de usurários e desenvolvedores de sistema, guia de pergunta e resposta e até mesmo baixar os programas de validação dos arquivos para transmissão. Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno18/218 Glossário Fraudes: erro intencional, má fé para se obter vantagens pessoais. Crime ou ato ilegal. Métodos: caminho ou comportamento a ser seguido. Programação estruturada. Feedback: resposta que alguém recebe de outrem referente a um pedido ou acontecimento. Avalia o resultado de alguma transmissão. Questão reflexão ? para 19/218 As empresas são típicos exemplos de sistemas, uma vez que são formadas por um conjunto de departamentos e estes por setores que interagem entre si e com o meio onde atuam (exterior). Existem riscos internos (ex.: cola- boradores, capacidade produtiva, maquinários) e exter- nos (ex.: fornecedores, clientes, concorrentes, governo) que podem afetar o objetivo desse sistema. Reflita sobre a forma com que o controle interno pode minimizar es- tes riscos. 20/218 Considerações Finais Diante do exposto, verifica-se que os objetivos de uma empresa só serão ple- namente alcançados se possuir um ótimo controle interno. O controle interno ajuda a evitar fraudes, erros e ineficiência. Para que ele sejaexequível, mister se faz contar com a colaboração dos funcionários em todas as etapas dos proces- sos. Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno21/218 Referências ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1996. ______. Auditoria: um curso completo. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. ATTIE, William. Auditoria interna. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2007. AUDIBRA. Instituto dos Auditores Internos do Brasil. Normas brasileiras para o exercício da au- ditoria interna. 2. ed. São Paulo: Audibra, 1992. BORDIN, P.; SARAIVA, C. J. O controle interno como ferramenta fundamental para a fidedigni- dade das informações contábeis. 2005. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/index.php/ contabilidade/article/view/200/3725>. Acesso em: 17 fev. 2017. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1993. COAD. Entenda o que são os controles internos. Disponível em: <http://coad.jusbrasil.com.br/ noticias/2131059/entenda-o-que-sao-os-controles-internos>. Acesso em: 17 fev. 2017. CREPALDI, S. A. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004. ______. Auditoria contábil: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Unidade 1 • Importância e conceito de controle interno22/218 DANTA, W. R. H. Importância dos Controles internos nas empresas antes e depois do adven- to da Sarbanes-OxleyAct. 2006. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/hand- le/10183/11496/000615887.pdf?sequence=1>. Acesso em: 17 fev. 2017. OLIVEIRA, L. M.; PEREZ JUNIOR, J. H.; SILVA, C. A. S. Controladoria estratégica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. PORTALDECONTABILIDADE. s.d. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/noti- cias/sped.htm>. Acesso em: 17 maio 2017. SOUZA, E. X. F. et al. Controle interno: um estudo bibliométrico (2004-2010) comparativo da produção científica no Brasil através de publicações da Associação Nacional de Pós-gradua- ção e Pesquisa em Administração. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/arquivos/arti- gos11/48414829.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2017. SPEDPR. Disponível em: <http://sped.rfb.gov.br/>. Acesso em: 17 maio 2017. PORTAL IBRACON s.d. Disponível em <http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/detPubli- cacao.php?cod=123>. Acesso em: 23 jun. 2017. Referências 23/218 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: Importância e Conceito de Con- trole Interno. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 9df30ec4995956c9f57b243cee979f09>. Aula 1 - Tema: Importância e Conceito de Con- trole Interno. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 28d5a4566242c7f761797464c806f2f8>. 24/201 1. O controle interno está diretamente ligado à avaliação de resultados quan- to à eficiência e à eficácia da gestão. Eficiência está para redução de custos, assim como eficácia está para resultados. Baseado nas duas frases, assinale a alternativa correta. a) As duas afirmações são incorretas. b) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. c) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. d) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. e) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. Questão 1 25/201 2. Controles internos mal elaborados, com falhas ou vícios, não são de responsabilidade do auditor. Os responsáveis pelos controles internos são os gestores da empresa. Baseado nas duas frases, assinale a alternativa correta. a) As duas afirmações são incorretas. b) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. c) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. d) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. e) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. Questão 2 26/201 3. Levando-se em conta que os controles internos podem ser entendidos e analisados do ponto de vista administrativo e contábil, assinale a alter- nativa que reflete um controle interno contábil. a) Controle operacional. b) Rotinas de RH. c) Análise da lucratividade. d) Conciliação bancária. e) Análise de tempos e movimentos. Questão 3 27/201 4. Dos controles apresentados, levando-se em conta que podem ser detecti- vos (projetados para detectar erros) ou preventivos (projetados com a finali- dade de evitar a ocorrência de erros), identifique os de natureza preventiva. I- Segregação de funções. II- Limites e alçadas. III- Autorizações. IV- Conciliações. V- Revisões de desempenho. São exemplos de controles preventivos APENAS os apresentados em: a) I, II e III. b) II, III e IV. c) III, IV e V. d) I, II, III e V. e) ) I, II, IV e V. Questão 4 28/201 5. Assinale a alternativa que representa limitações do controle interno. a) Alto volume de transações e distância entre filiais. b) Conluio de funcionários na apropriação de bens da empresa e grande volume de transações. c) Distância entre filiais e clima organizacional. d) Negligência dos funcionários, conluio de funcionários na apropriação de bens da empresa e falta de instrução a respeito das normas internas. e) Distância entre filiais e conluio de funcionários na apropriação de bens da empresa. Questão 5 29/201 Gabarito 1. Resposta: D. A questão só requer o conhecimento da de- finição de eficiência (atingimento do resul- tado com melhor custo-benefício) e efetivi- dade (atingir o resultado). 2. Resposta: D. A função básica da auditoria interna, de as- segurar o sistema de controle interno eficaz, não desobriga os executivos das responsa- bilidades de verificação e controle nos seus respectivos setores. 3. Resposta: D. Os controles contábeis compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos diretamente relacionados com a salvaguarda do patrimônio e a fide- dignidade dos registros contábeis. Que são: 1) Sistema de autorização e aprovação; 2) Separação das funções de escrituração ela- boração dos relatórios contábeis dos fatos ligados às operações ou custódia dos valo- res; 3) Controles físicos. 4. Resposta: A. A conciliação e revisão de desempenho não são preventivos e sim corretivos. 30/201 5. Resposta: D. Segundo Marcelo Cavalcanti Almeida (1996), as principais limitações do controle interno são: negligência dos funcionários; conluio de funcionários na apropriação de bens da empresa e falta de instrução a res- peito das normas internas. Gabarito 31/218 Unidade 2 Princípios de controle interno contábil Objetivos 1. Apresentar os princípios de controle interno contábil. 2. Aplicar os princípios de controle interno contábil. Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil32/218 Introdução Princípios são normas ou padronização de técnicas que fundamentam uma seção de conhecimento. Seguir os princípios esta- belecidos por uma determinada matéria significa redução de risco de erros e, neste caso, redução de falhas do controle interno da empresa. Importante destacar que ainda assim podem ocorrer falhas. Concomitante com os princípios, deve-se implementar bons sistemas de informação que auxiliarão nas rotinas da empresa, emi- tindo relatórios com fidedignidade. Para saber mais Crepaldi (2007) cita algumas medidas a serem observadas na avaliação do controle interno, sen- do necessário considerar os procedimentos para prevenir ou detectar erros e irregularidades e de- terminar se os métodos estão sendo seguidos sa- tisfatoriamente. Para saber mais Como preceito constitucional, o controle interno aparece pela primeira vez na Constituição Federal de 1967:“Art. 71 - A fiscalização financeira e or- çamentária da União será exercida pelo Congres- so Nacional através de controle externo, e dos sistemas de controle interno do Poder Executivo, instituídos por lei” (BRASIL, 1967). Várias são as regras e os princípios que de- vem ser seguidos pela empresa, objetivan- Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil33/218 do a preservação de seu patrimônio e a maximização do lucro. No item a seguir, se- rão apresentados os princípios de controle interno, segundo o Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo. Link Existem algumas regras para preservar o patri- mônio das entidades. É claro que a obediência a elas não exclui a possibilidade de ocorrência de irregularidades, afinal, um controle ótimo é ide- alismo. Acesse o link indicado que explicita esses conceitos. TIBURCIO, C. P. Princípios do controle interno. 2012. 1. Princípios De Controle Inter- no Contábil Segundo o Conselho Regional de Contabi- lidade São Paulo (1994, p. 61), os princípios do controle interno são: a. a autoridade deve ser determina- da, de acordo com a orientação da administração. Caso não haja esta delegação de autoridade, o controle será ineficiente; A autoridade deve ser determinada para assegurar que todos os procedimentos de controle sejam executados. Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil34/218 Link O controle interno difere-se do administrativo em variados aspectos. Faça a leitura do artigo indica- do para verificá-los. BORDIN, P.; SARAIVA, C. J. O controle interno como ferramenta fundamen- tal para a fidedignidade das informações con- tábeis. 2005. Exemplos de funções que devem ser segre- gadas: • Quem aprova a compra deve ser dife- rente da pessoa que paga; • O responsável pela contabilidade deve ser diferente da pessoa que tem a cus- tódia dos bens. b. a contabilização e as operações pro- priamente ditas devem ser segrega- das. Um colaborador ou um depar- tamento não deve ocupar uma posi- ção em que tenha ao mesmo tempo o controle das transações e de seus registros contábeis. Mesmo em am- bientes altamente informatizados, onde a introdução dos dados no sistema de informação é feita pelo departamento que efetua as transa- ções, o controle do registro contá- bil é de responsabilidade do depar- tamento contábil, que deve deter o controle final da contabilização des- ta transação (CRCSP, 1994, p. 61); Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil35/218 Todas as transações devem estar especifi- cadas em manuais. c. todas as transações da empresa de- vem ser realizadas mediante autori- zação prévia. “A autoridade máxima em uma organização pertence aos acionistas ou controladores e é de- legada à administração. Esta estabe- lece as condições nas quais devem ser executadas as transações espe- cíficas” (CRCSP, 1994, p. 61); d. é preciso utilizar provas indepen- dentes para comprovar que as ope- rações e a contabilidade estão regis- tradas de forma exata e adequadas. As transações registradas na con- tabilidade devem coincidir com as existentes nos demais sistemas ope- racionais da empresa e devem estar documentadas (CRCSP, 1994, p. 61); Para confirmar as transações, os auditores valem-se da circularização. Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil36/218 Segmentando-se o ciclo de uma transação, evita-se que surjam os vícios laborativos, intencionais ou não.e. nenhum colaborador da organiza- ção deve ter, sob controle, a res- ponsabilidade de todo o ciclo de uma transação comercial. As ope- rações devem ser planejadas de forma que mais de uma pessoa ou departamento participe de cada transação. Desta forma, o trabalho de um torna-se a prova do outro. A segregação de funções contribui para a eficiência das operações e detecta mais rapidamente erros ou fraudes (CRCSP, 1994, p. 61); f. a rotação de colaboradores na execu- ção dos trabalhos é fundamental, já que esta atitude minimiza as opor- tunidades de ocorrência de frau- des, estimula inovações e aumenta a qualificação técnica e profissional dos colaboradores. Além do mais, a adoção deste princípio, reduz signi- ficativamente a dependência pelos “especialistas” e resulta em novas ideias sobre sistemas, métodos e processos (CRCSP, 1994, p. 61); Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil37/218 A JobRotation atualmente é uma prática bastante utilizada por grandes empresas. Conceder férias, além de ser um direito trabalhista, permite que outros funcionários verifiquem e vivenciem a rotina daquele departamento, identificando seus pontos fortes e fracos. g. é de fundamental importância que todos os colaboradores da empresa saiam de férias. O descanso colabora para a “reposição de energias” e é um direito trabalhista. O acumulo de férias ou seu abono pode estar criando, dentro da empresa, os chamados “especialistas” e constituindo passivos trabalhistas potenciais, isto porque, ao desligarem-se da empresa, poderão acioná-la ju- dicialmente, reivindicando as férias não gozadas. Possuir funcionários que não gozem férias significa, também, manter encobertas fraudes e erros que porventura existam (CRCSP, 1994, p. 61); Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil38/218 Todo processo deve ser explicado a todos os envolvidos nele. h. é importante que a instituição organize e distribua a seus colaboradores um manual de controle interno, onde conste as instruções operacionais, nor- mas e procedimentos adotados pela empresa. Esta adoção colabora para a coibição de erros de execução e também garante a qualidade dos processos (CRCSP, 1994, p. 61); i. todos os colaboradores, em especial os envolvidos com as atividades de con- trole, devem ser cuidadosamente selecionados e treinados. É saudável a vida pregressa e as referências apresentadas pelos candidatos ao emprego. O treinamento familiariza os colaboradores com as novas tarefas e os situa dentro do contexto e normas da empresa. As compreender o que dele se espera, o funcionário contribui para o aumento da eficiência operacional e a redução de custos; Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil39/218 j. os responsáveis pela custódia de numerários e outros ativos da empresa de- vem ter seguro-fidelidade, permitindo proteger os ativos em caso de pos- síveis fraudes, contribuindo também como inibidor de ações danosas con- tra seu patrimônio. Os colaboradores devem estar cientes de que a compa- nhia seguradora só indenizará a empresa dos prejuízos, quando registrar-se ocorrências dessa natureza às autoridades policiais e os responsáveis forem devidamente conhecidos (CRCSP, 1994, p. 61); Situações de desfalques temporários, em que o funcionário se apodera do dinheiro recebido de clientes, provenientes de vendas a prazo, antes do registro contábil do recebimento, não são cobertos pelo seguro. k. é recomendável a utilização de meios eletrônicos para o registro automáti- co das transações. O avanço tecnológico e o barateamento dos recursos de informática permitem o desenvolvimento de sistemas que aumentam con- sideravelmente a eficiência do controle, possibilitando realizar e registrar simultaneamente as transações; Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil40/218 Com o advento do Sped, todas as informa- ções são confrontadas praticamente em tempo real. A empresa deverá analisar a aplicabilidade dos princípios apresentados, de acordo com sua cultura organizacional. O sistema de controle interno é considera- do bom quando proporciona que uma tran- sação realizada na empresa seja registradatempestivamente e de forma correta, não permitindo que a transação não seja regis- trada ou que seja registrada de forma inde- vida. 2. O Controle Interno e a Audito- ria Independente A função da auditoria independente é ex- pressar uma opinião acerca das demonstra- ções contábeis. Para que o auditor indepen- dente exerça bem sua função, deve obter razoável segurança de que as demonstra- ções contábeis estão livres de erros, fraudes ou vícios. Nesse contexto surge a função do controle interno, sendo de fundamental importân- cia para a auditoria independente. A função do controle interno para a auditoria inde- pendente é proporcionar segurança de que erros, fraudes ou vícios possam ser desco- bertos com razoável tempestividade. A con- Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil41/218 fiança nos controles internos determinará a extensão e a profundidade dos testes de auditoria. Quanto melhor for avaliado pelo auditor o controle interno, menor será a ex- tensão dos testes de auditoria, intensifican- do os testes nas áreas com maiores fraque- zas. 3. O Controle Interno e a Audito- ria Interna A função da auditoria interna é assessorar a alta administração, fornecendo informa- ções, como índices, análise e recomenda- ções. Deve avaliar a eficácia e a adequação do sistema de controle interno, verifican- do se os objetivos da empresa estão sendo cumpridos como planejados. Enquanto a auditoria independente se pre- ocupa com o controle interno quanto à con- fiabilidade das transações registradas e o impacto no parecer de auditoria, o auditor interno avalia o controle interno sob a ótica do que ele representa para a empresa. 4. Aplicabilidade dos Princípios de Controle Interno Contábil Apresentar-se-á a seguir, algumas situa- ções que farão com que os controles inter- nos tenham eficiência e eficácia. • Conhecimento por parte dos colabo- radores acerca do controle interno: em uma organização, como já estu- dado, os controles internos são todos os procedimentos, descritos em ma- Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil42/218 nuais, que objetivam que as empresas alcancem suas metas estabelecidas. Dessa forma, é de extrema importân- cia que os colaboradores conheçam os controles internos adotados pela empresa. • Delegações de funções: com o cres- cimento e expansão da empresa, fica inviabilizada a gestão dos diversos departamentos da empresa por um único gestor. Daí a importância da de- legação de funções, que juntamente com um bom sistema de controle in- terno, trará ao gestor segurança nas tomadas de decisões. • Análise de fornecedores: o controle Interno junto a fornecedores é benéfi- co, por exemplo, na redução de custos, permitindo que sejam feitas cotações indicando o fornecedor com menor preço e com a qualidade desejada. • Estocagem: o controle interno deve apontar a quantidade a ser comprada, buscando sempre a redução no pra- zo médio de rotatividade do estoque. Quantidade de estoque desnecessá- ria impacta problemas no fluxo de cai- xa da empresa, além de poder causar, dependendo do ramo da empresa, pe- recividade e obsoletismo no estoque. • Projeções de venda: as previsões de venda são de suma importância em uma empresa, pois ajudarão a em- presa a saber quais produtos são mais procurados e adquiridos e em quais períodos do ano isso ocorre. É de ex- Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil43/218 trema importância a integração do departamento de venda com todos os demais departamentos da empre- sa, uma vez que as vendas garantem a continuidade da empresa. • Conferência, aprovação e autoriza- ção de mercadorias no ato da entre- ga: a empresa deve ter, em suas roti- nas, sistemas que confiram se as mer- cadorias entregues condizem com o que foi comprado, se estão dentro do prazo de validade, embaladas e sem avaria. Todos os produtos/mercado- rias recebidas devem ser imediata- mente cadastrados. • Relatórios gerenciais: para o proces- so de tomadas de decisão, a empre- sa necessita de relatórios financeiros, contábeis, fiscais com periodicidade a ser definida pela empresa. • Organograma: é necessário que a empresa defina a função de cada pes- soa em sua estrutura, as relações de autoridade e autonomia e o responsá- vel pela custódia de bens e direitos. Tal segregação é de extrema importância para evitar fraudes e desfalques, uma vez que a pessoa que detém a guar- da não pode ser a mesma responsável pelos registros das transações. Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil44/218 Glossário Circularização: a circularização, ou confirmação externa, é uma prova de auditoria obtida como resposta direta que o revisor/auditor recolhe de uma terceira entidade, sob forma de papel, ele- trônica ou por qualquer outro meio. Sped: Sistema Público de Escrituração Digital faz parte do Programa de Aceleração do Cresci- mento do Governo Federal (PAC 2007-2010) e constitui-se em mais um avanço na informatiza- ção da relação entre o fisco e os contribuintes. JobRotation: neste processo, o colaborador passa por diversas áreas da empresa, a fim de co- nhecer todos os processos, atividades e especificidades de cada área. Questão reflexão ? para 45/218 São vários os princípios de controle interno contábil que irão auxiliar as empresas a funcionarem adequadamen- te. Como deve ocorrer a implementação desses princí- pios em uma organização? 46/218 Considerações Finais Neste tópico foram abordados alguns dos princípios de controle interno contábil. É importante ressaltar que de nada vale possuir um controle interno de procedimentos e processos sem manter colaboradores com- prometidos e integrados com as finalidades da empresa. A parte essen- cial para controles efetivamente corretos está em sua implementação com excelência, evitando surpresas no instante em que as informações são transmitidas para a contabilidade. Na contabilidade é possível ve- rificar se os controles internos adotados estão retratando com legiti- midade as mutações patrimoniais, assim como a verificação de erros e fraudes ocorridos em algum instante do processo. Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil47/218 Referências ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 5. ed., São Paulo: Atlas, 1996. ______. Auditoria: um curso completo. 6. ed., São Paulo: Atlas, 2003. AUDIBRA. Instituto dos Auditores Internos do Brasil. Normas brasileiras para o exercício da au- ditoria interna. 2. ed. São Paulo: Audibra, 1992. BORDIN, P.; SARAIVA, C. J. O controle interno como ferramenta fundamental para a fidedigni- dade das informações contábeis. 2005. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/index.php/ contabilidade/article/view/200/3725>. Acesso em: 17 fev. 2017. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1967. 1967. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao67.htm>. Acesso em: 26 jun. 2017. ______. Controladoria Geral da União. Instrução Normativa n. 01 do SFCI de 06 de julho de 2001. Disponível em: <http://www.cgu.gov.br/sobre/legislacao/arquivos/instrucoes-normativas/ in-01-06042001.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2017. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 4. ed., São Paulo: Makron Books, 1993. Unidade 2 • Princípios de controle interno contábil48/218 CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. ______. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 3. ed., São Paulo: Atlas, 2004. CRCSP. Conselho Regional de Contabilidade do Estado De São Paulo. Curso de contabilidade aplicada. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1994. OLIVEIRA, L. M.; PEREZ JUNIOR H.; SILVA, C. A. S. Controladoria estratégica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. TIBURCIO, C. P. Princípios docontrole interno. 2012. Disponível em: <http://www.contabilidade- -financeira.com/2012/03/principios-do-controle-interno.html>. Acesso em: 17 fev. 2017. Referências 49/218 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Princípios de Controle Interno Contábil. Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 1218dde90a5c38715aa248cb1fb5136c>. Aula 2 - Tema: Princípios de Controle Interno Contábil. Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ fd3e991cb85912c8f44e95006fa7d8db>. 50/201 1. Dentre as alternativas, qual não representa um princípio do controle inter- no? a) Segregação de funções. b) Unicidade no ciclo de uma transação. c) Rodízio de pessoal. d) Seleção adequada de pessoal. e) Elaboração de manuais operacionais, nos quais devem estar detalhadas as instruções rela- tivas de como devem ser executadas as funções referentes à atividade a ser desempenhada na administração. Questão 1 51/201 2. Os sistemas de controles internos apresentam indicadores que podem aferir a eficiência, a eficácia e a economicidade da gestão. A economicidade significa a operacionalidade ao mínimo custo possível, a administração cor- reta dos bens, boa distribuição do tempo, economia de trabalho, tempo e dinheiro, redução dos gastos num orçamento etc. Com relação ao exposto, assinale a alternativa correta. Questão 2 a) As duas afirmações são incorretas. b) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. c) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. d) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. e) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 52/201 3. É sabido que os controles internos devem ser implementados pela gestão da empresa. Ao auditor independente cabe avaliar a qualidade dos controles internos, mas não a relação entre seus custos e os respectivos benefícios. Com relação ao exposto, assinale a alternativa correta. Questão 3 a) As duas afirmações são incorretas. b) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. c) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. d) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. e) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 53/201 4. Dependendo da qualidade do controle interno, o auditor externo deve executar procedimentos mínimos de auditoria. Assinale a alternativa que apresenta uma limitação do controle interno. Questão 4 a) O maior grau de delegação de autoridade adotado pela administração. b) O maior nível de competição entre os funcionários. c) A existência de controles cruzados na organização. d) A falta de instrução suficiente aos funcionários quanto às normas internas. e) O rodízio mais frequente entre os funcionários. 54/201 5. Um dos princípios do controle interno é a segregação de funções. Este princípio preceitua que a mesma pessoa ou entidade não pode ser simulta- neamente responsável pelos ativos e pelos registros contábeis. Com relação ao exposto, assinale a alternativa correta. Questão 5 a) As duas afirmações são incorretas. b) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. c) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. d) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. e) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 55/201 Gabarito 1. Resposta: B. Unicidade no ciclo de uma transação preco- niza que apenas uma pessoa deva realizar todas as fases de uma transação, para fa- cilitar o subsequente trabalho de auditoria. Isso fere os princípios do controle interno. 2. Resposta: D. As duas afirmativas refletem conceitos téc- nicos corretos. 3. Resposta: E. Um dos princípios de controle interno ad- ministrativo elencados pela IN 01: “2.2.2 - Princípios de controle interno administrativo. Os princípios de controle interno admi- nistrativo constituem-se no conjunto de regras, diretrizes e sistemas que visam ao atingimento de objetivos específicos, tais como: I. relação custo/benefício - consis- te na avaliação do custo de um controle em relação aos benefícios que ele possa proporcionar;” 4. Resposta: D. A falta de instrução suficiente aos funcioná- rios servidores quanto às normas internas é uma limitação do controle interno. 56/201 5. Resposta: D. Deve haver segregação de funções, pois se a mesma pessoa é responsável por ativos e registros contábeis, teremos a possibilidade de desfalques permanentes, no qual o fun- cionário conseguirá furtar algo e realizar o ajuste contábil para que ninguém perceba. Gabarito 57/218 Unidade 3 Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos? Objetivos 1. Apresentar as finalidades da auditoria interna. 2. Aplicar os objetivos da auditoria interna. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?58/218 Introdução A complexidade da estrutura da empre- sa relaciona-se diretamente com sua ex- posição a riscos, erros e desperdícios. Fa- z-se mister que as entidades invistam em desenvolvimento tecnológico, aprimorem seus controles, reduzam custos, de forma que seus produtos se tornem mais compe- titivos. Nesse sentido, a auditoria interna auxilia a alta gestão das empresas, evitando desperdícios, salvaguardando o patrimônio empresarial, portanto, apresenta-se como uma excelente ferramenta de controle ad- ministrativo. Também temos a questão da compliance tributária, na qual as auditorias internas e externas trabalham para reduzir os riscos para as companhias. O Brasil possui uma elevada carga tributária, bem como uma complexa forma de informação das apura- ções dos tributos e das suas operações. Os riscos tributários intrínsecos nas operações das companhias podem ser danosos ao cai- xa e até mesmo reduzir o lucro de atividades com o recebimento de multas e penaliza- ções por erros ou por simples falta de con- trole das operações. Portanto, os controles internos criados para controlar as opera- ções que envolvem questões tributárias devem fazer parte dos procedimentos das auditorias internas e externas. Muitos au- tores que tratam de controles internos indi- cam que todas as operações das empresas (compra, venda, trocas de mercadorias, de- voluções de vendas, importações e expor- tações de produtos etc.), principalmente as novas, devem passar pela avaliação das au- Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?59/218 ditorias, criando um fluxo de liberação das operações antes que elas se iniciem. 1. Auditoria Interna: Para Quê? Segundo Franco (1996, p. 19), “desde o seu aparecimento, a contabilidade tornou-se um conjunto ordenado de conhecimentos, com objetivos e finalidades definidas, tem sido considerada como uma arte, como técnica ou como ciência de acordo com a orientação seguida”. A contabilidade, fazendo parte das ciências sociais, tem como objeto de estudo o patri- mônio e como finalidade fornecer informa- ções para tomada de decisões para qual- quer empresa, independentemente do seu porte. Attie (1992) menciona que a contabilidade é a ciência que estuda, informa, retrata e demonstra aos seus usuários, investidores, clientes, proprietários, financiadoras etc., a situação patrimonial da empresa. A auditoria é um ramo, uma especializa- ção da contabilidade, que surge em decor- rência do crescimento das empresas e que tem como objetivo verificar se os registros contábeis estão de acordo com as Normas Contábeis e reflete a posição financeiro-e- conômica da entidade de acordo com os controles internos. A auditoria pode ser classificadaem: audi- toria externa e auditoria interna, cujas ca- racterísticas podem ser visualizadas na Ta- bela 1. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?60/218 Tabela 1 | Comparativo entre auditoria interna e auditoria externa Informação Auditoria Interna Auditoria Externa Quem realiza a auditoria? Funcionário da empresa. Contratação de um profissional in- dependente. Qual é o objetivo? Atender às necessidades da admi- nistração. Atender às necessidades de tercei- ros no que diz respeito à fidedigni- dade das informações financeiras. Qual a finalidade da revisão das operações e do controle? Desenvolver aperfeiçoamento e induzir ao cumprimento de políti- cas e normas, sem estar restrito a assuntos financeiros. Determinar, principalmente, a ex- tensão do exame e a fidedignidade das demonstrações financeiras. Como é a subdivisão do trabalho? Em relação às áreas operacionais e linhas de responsabilidade admi- nistrativa. Em relação às contas do balanço patrimonial e da demonstração do resultado. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?61/218 Posicionamento do auditor? O auditor diretamente se preocu- pa com a detecção e prevenção de fraude. O auditor incidentalmente se pre- ocupa com a detecção e preven- ção de fraudes, a não ser que haja possibilidade de substancialmente afetar as demonstrações financei- ras. Características do auditor? Deve ser independente em relação às pessoas cujo trabalho ele exa- mina. Porém, subordinado às ne- cessidades e desejos da alta admi- nistração. Deve ser independente em relação à administração, de fato e de atitu- de mental. Frequência das atividades? A revisão das atividades da empre- sa é contínua. O exame das informações compro- batórias das demonstrações finan- ceiras é periódico, geralmente, se- mestral ou anual. Fonte: Adaptado de: Portal de auditoria (s.d.). De acordo com as informações mencionadas na Tabela 1, o auditor externo não apresenta vín- culos empregatícios com a empresa, por outro lado, o auditor interno possui, não deve estar Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?62/218 Para saber mais A primeira empresa de auditoria que se instalou no Brasil foi a Mc-Auliffe Davis Vell&Co, no ano de 1909. Uma breve revisão relacionada ao histórico da auditoria pode ser encontrada no artigo “Evo- lução histórica da auditoria no Brasil e no mundo e as tendências em âmbito nacional”. O auditor interno tem o dever de fiscalizar os processos e as rotinas organizacionais, sendo responsável pela análise dos proce- dimentos por meio de estudos e testes, ve- rificação se o sistema analisado é o que está sendo seguido na prática, avaliação de er- ros e possibilidades para determinar quais são mais adequados e produtivos às áreas analisadas. Auditoria Interna cumpre um papel funda- mental nas organizações, ela é considerada um controle gerencial que funciona atra- vés de medições e avaliações da eficiência e eficácia de outros controles; auxilia o ad- ministrador com dados e informações tec- nicamente elaborados relativos às ativida- des para acompanhamentos e supervisões mediante o exame da adequação dos con- subordinado às pessoas cujos trabalhos examina, deve ser independente e propor- cionar conhecimentos apenas aos gestores que o destinaram ao trabalho. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?63/218 troles, integridade e confiabilidade das in- formações e registros; estabelece sistemas para assegurar a observância das políticas, metas, planos, procedimentos, leis, normas e regulamentos, economicidade do desem- penho e da utilização dos recursos, compa- tibilidade das operações e programas com os objetivos, planos e meios de execução estabelecidos. O auditor interno deve ter acesso a todas as áreas e quanto mais informações úteis e oportunas o auditor interno fornecer, maior credibilidade será dada ao seu papel fun- cional dentro da organização. A finalidade da auditoria interna resume-se a auxiliar os membros da organização no desempenho de suas atividades, proporcio- nando-lhes análises, avaliações, recomen- dações, assessoria e informação relativas às atividades revisadas. O auditor interno tem o objetivo e a respon- sabilidade de tornar possível a harmonia de todas as ações praticadas pela organização, fazendo com que as consequências dessa harmonia sejam levadas ao conhecimen- to a todos os setores da empresa e a todos os interessados nos seus serviços. Uma ca- racterística importante deste profissional é a necessidade de senso ético e moral, pois manuseia informações altamente confi- denciais e necessita contato direto com seus superiores, facilitando o fluxo das in- formações. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?64/218 2. Auditoria Interna: Quais seus Objetivos? O trabalho da auditoria interna é perma- nente na organização. Tem como objetivo garantir a “saúde” da empresa. Não adianta a empresa implantar um excelente sistema de controle interno, sem que seja verificado periodicamente se está sendo cumprido o que foi determinado, ou quais ajustes de- vem ser feitos para que se adapte às novas circunstâncias. Em linhas gerais, a auditoria interna dentro de uma empresa é constituída por um de- partamento interno, que estabelece os con- troles internos e também visa assegurar que eles estão sendo aplicados de forma corre- ta. O ponto de verificação é feito por testes, que de certa forma são os mesmos aplica- dos pela auditoria externa, porém atuan- te de uma forma mais aprofundada. Estas análises feitas garantem que os controles internos estão sendo aplicados de forma adequada, porém cabe à auditoria interna detectar possíveis “gaps” ou até adaptar os controles às novas exigências legais ou em decorrência da operação da empresa, por exemplo, vendas para um novo cliente ou compra de mercadorias de novos fornece- dores. A importância da auditoria interna pode ser verificada a partir da aplicabilidade junto aos estoques da empresa. Segundo o CPC 16 (R1) – Estoques (correlacionado ao IAS 2 – Inventories), os estoques são ativos: Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?65/218 • Mantidos para venda no curso normal dos negócios e das operações. • Em processo de produção para venda. • Na forma de materiais ou suprimen- tos, a serem consumidos ou transfor- mados no processo de produção ou na prestação de serviços. De acordo com Almeida (2012, p. 5), os prin- cipais objetivos da auditoria de estoques são os seguintes: • Verificar se as quantidades de bens declarados realmente existem; • Verificar se os bens foram custeados e avaliados de acordo com as Normas Contábeis e a consistência dos proce- dimentos em relação ao exercício an- terior. Cabe destacar que o controle dos estoques deve ser feito pelo método Média Ponde- rada ou PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), também conhecido como FIFO (do inglês First In, First Out), que são os únicos métodos de controle permanente de esto- que aceitos pelo fisco. Existe um terceiro Link O CPC 16 – Estoque está no site do Comitê de Pro- nunciamentos Contábeis. 2009. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?66/218 método de controle que seria o UEPS (último que entra, primeiro que sai), também conhecido como LIFO (do inglês Last In, Last Out). Para demonstrar de forma prática o controle permanente de estoque de um produto de determinado mês, suponhamos a movimentação a seguir: 1. Saldo inicial 20 unidades a $ 20,00. 2. Compra de 10 unidades a $ 30,00 cada. 3. Venda de 10 unidades. 4. Venda de 15 unidades. 5. Comprade 20 unidades a $ 35,00 cada. 6. Venda de 5 unidades. Também, para este exemplo, vamos supor que os produtos vendidos geraram uma receita de $ 1.325,00. Nas figuras a seguir, verifique como ficariam o lucro, considerando apenas a receita e o custo (CMV) para cada método. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?67/218 Figura 2 | Controle permanente de estoque: (PEPS) Fonte: elaborada pelo autor. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?68/218 Figura 3 | Controle permanente de estoque: (UEPS) Fonte: elaborada pelo autor. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?69/218 Figura 4 | Movimentação de Estoques - Médio Fonte: elaborada pelo autor. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?70/218 Figura 5 | Comparação entre os métodos. Fonte: elaborada pelo autor. Ainda de acordo com o CPC 16 – Estoque (2017), a mensuração do estoque deve ser pelo custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. Entenda-se por valor realizável líquido o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua con- clusão e dos gastos estimados necessários para concretizar a venda. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?71/218 Para saber mais Em relação aos estoques, os créditos referentes aos tributos recuperáveis não compõem o custo de aqui- sição, conforme tratado no item 13.6 da NBC TG 1000, aprovada pela Resolução CFC nº1.255/09, e no item 11 da NBC TG 16, aprovada pela Resolução CFC nº 1.170/09. Link As normas brasileiras de contabilidade relativas às pequenas e médias empresas, na contextualização, demonstração de fluxos de caixa, notas explicativas às demonstrações, provisões, passivos e ativos con- tingentes, dentre outros estão dispostas na NBC TG 1000. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?72/218 Quanto à metodologia de estudo de contro- le interno, em que o auditor busca a execu- ção da auditoria dentro do tempo esperado, segurança nas informações e alcance dos objetivos a que se propôs, deve considerar o seguinte: • Documentação do controle Inter- no: o controle interno e seu funcio- namento devem ser documentados em papéis de trabalho, registrando, entre outros, as operações de forma sequencial, os documentos emitidos e a forma de arquivamento e contro- le e os cargos e pessoas responsáveis pelos departamentos. • Conhecimento: o conhecimento do controle interno é a fase em que o au- ditor irá familiarizar-se com os diver- sos aspectos empresariais, entre eles, o administrativo e o contábil. Esta fa- miliarização preliminar é de extrema importância para a avaliação e con- fiança no controle interno e deverá ser feita mediante entrevistas com responsáveis de setores, leitura de manuais, organogramas, fluxogramas etc. • Registro: segundo Attie (2011, p. 292), são três os métodos de registros dos procedimentos de controle inter- no: 1. Método descritivo: busca des- crever o sistema estudado, por exemplo, dados pré-existentes, procedimentos, registros, arqui- Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?73/218 vos e função dos colaboradores. Esse método é recomendado em trabalhos de pequena escala. 2. Método de fluxogramas: os pro- cedimentos e rotinas do contro- le interno são representados por meio de fluxograma de forma lógica e ordenada, identificando facilmente deficiências de con- trole interno, como duplicidade de trabalhos ou trabalhos des- necessários. 3. Método de questionários: os auditores utilizam-se de per- guntas referentes ao controle interno, permitindo que o audi- tor faça uma avaliação dos sis- temas de controle interno. Os questionários devem ser elabo- rados de acordo com os diversos departamentos empresariais e suas respostas podem ser do tipo abertas ou fechadas. Devi- do seu baixo custo, é bastante utilizado pelos auditores inclu- sive para avaliar o controle in- terno de pequenas empresas. Nesta fase de registro e conhecimento dos sistemas de controle interno, cabe ao audi- tor, dependendo das circunstâncias, identi- ficar qual ou quais métodos serão utilizados. • Revisão: para que o auditor se certifi- que de que os controles internos são eficientes e confiáveis, deve selecio- nar uma pequena amostra de tran- sações e seguir os caminhos previs- Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?74/218 tos nos fluxogramas, identificando se são de fato os executados. Caso sejam identificadas inconsistências, o audi- tor deve analisar quais procedimentos de auditoria deverão ser aplicados. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?75/218 Glossário Auditoria interna: serviço ou departamento interno de uma entidade incumbido pela direção de efetuar verificações e avaliar os sistemas e procedimentos da entidade com vista a minimizar as probabilidades de fraudes, erros ou práticas ineficazes. A auditoria interna deve ser indepen- dente no seio da organização e reportar diretamente à direção. Âmbito da auditoria (escopo da auditoria): tendo sido definido o campo da auditoria, o âm- bito da auditoria tem por finalidade determinar a amplitude e a exaustão dos processos de au- ditoria preconizados, o que inclui uma limitação racional dos trabalhos a executar, de modo a tornar aceitável para o auditor o risco de serem errôneas as suas conclusões de auditoria. Auditor: profissional idôneo, dotado de capacidades e conhecimentos técnicos específicos, que realiza o seu trabalho com observância de princípios, métodos e técnicas geralmente aceitos. Questão reflexão ? para 76/218 De acordo com as finalidades e objetivos da auditoria interna apresentados anteriormente, confronte audito- ria interna com auditoria externa em uma determinada empresa de seu interesse, destacando as funções e di- ferenças. 77/218 Considerações Finais Neste módulo, foram levantadas informações acerca da auditoria, diferen- ciando-a entre interna e externa, tal que a primeira apresenta as seguintes características: • Auxilia o administrador com dados/informações e permite avaliar o proces- so de gestão. • Meio de identificação dos processos internos e políticas conforme critérios estabelecidos. • A inexistência de controles adequados expõe a vulnerabilidades, falhas e desperdícios, sendo, portanto, necessário realizar um acompanhamento sistemático. • Compreende o setor de estoque, que apresenta como composição bens para fabricação ou venda, com o intuito de gerar lucro para uma determinada empresa. Unidade 3 • Auditoria Interna: para quê? Quais seus objetivos?78/218 Referências ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 8. ed., São Paulo: Atlas, 2012. ______. Auditoria: um curso completo. 6. ed., São Paulo: Atlas, 2003. ATTIE, W. Auditoria Interna. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1987. ______. Auditoria Interna. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1992. AUDIBRA. Instituto dos Auditores Internos do Brasil. Normas brasileiras para o exercício da au- ditoria interna. 2. ed. São Paulo: Audibra, 1992. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1993. CREPALDI, S. A. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004. FRANCO, H. Contabilidade geral. 23. ed. São Paulo: Atlas, 1996 OLIVEIRA, L. M.; PEREZ JUNIOR H.; SILVA, C. A. S. Controladoria estratégica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. PORTALDEAUDITORIA. Diferenças básicas entre a auditoria interna e a auditoria externa. Dis- ponível em: <http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/auditoriainterna_diferencasbasica- sentreauditoria.htm>. Acesso em: 20 fev. 2017. Unidade 3 • Auditoria Interna: paraquê? Quais seus objetivos?79/218 CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Do- cumentos-Emitidos/Pronunciamentos>. Acesso em: 23 jun. 2017. Referências 80/218 Assista a suas aulas Aula 3 - Tema: Auditoria Interna: para que e Quais seus Objetivos? Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 51f5a4a3a9359e90d2d4083c3f036a40>. Aula 3 - Tema: Auditoria Interna: para que e Quais seus Objetivos? Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ cb6faac6cd56e22423690bfac4f70224>. 81/201 1. Sobre a auditoria interna, assinale a alternativa correta. a) Tem maior autonomia em relação à auditoria externa. b) Elabora os controles internos. c) Está subordinada à auditoria externa. d) Emite parecer, que será publicado com as demonstrações contábeis. e) Efetua a revisão e o aperfeiçoamento dos controles internos. Questão 1 82/201 2. Entre as alternativas, identifique qual NÃO corresponde a uma atividade da auditoria interna. a) O monitoramento do controle interno. b) O exame das informações contábeis e operacionais. c) A aprovação do relatório de auditoria externa. d) A avaliação do processo de governança. e) A gestão de risco. Questão 2 83/201 3. Considerando a auditoria interna, analise os itens a seguir: I- É uma atividade de avaliação independente dentro da empresa, que se destina a revisar as operações como um serviço prestado à administração. II- É executada por um profissional ligado à empresa, ou por uma seção própria para tal fim, sempre em linha de independência da direção da empresa. III- O auditor é uma pessoa de confiança dos dirigentes que não se vincula à empresa por contrato trabalhista, pois desenvolve trabalho temporário e sua intervenção é ajustada em contrato de serviço. IV- Constitui um controle gerencial que funciona por meio de análise e avaliação da eficiência de outros controles. Está correto o que se afirma em: Questão 3 a) I, II e III. b) II. c) II e III. d) I. e) I e IV. 84/201 4. Na auditoria interna, referente aos procedimentos e informações contá- beis, todas as informações ali registradas devem ser adequadas. Informação adequada é aquela confiável. Baseado nessas orações, assinale a alternativa correta. a) As duas afirmações são incorretas. b) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. c) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. d) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. e) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. Questão 4 85/201 5. Assinale a assertiva correta em relação ao profissional de auditoria interna. a) Não precisa acompanhar as normas brasileiras de contabilidade. b) A amplitude do seu trabalho e sua responsabilidade estão limitadas à sua área de atuação. c) Trabalha de forma isolada, não interagindo com os demais setores da empresa. d) Deve manter o sigilo profissional, não colaborando com o auditor externo. e) Trabalha totalmente independente, respeitando as normas e políticas de sigilo interno. Questão 5 86/201 Gabarito 1. Resposta: E. Com relação à alternativa A, o trabalho da auditoria interna tem menor independên- cia que o de auditoria externa. A alternativa B está incorreta, pois os auditores internos examinam e contribuem para a eficácia do sistema de controle interno através de suas avaliações e recomendações, mas não pos- suem responsabilidade primária pelo pla- nejamento, implantação e manutenção do processo. Igualmente, a letra C não está correta, pois o trabalho da auditoria interna deve estar subordinado à alta administração da empresa, para assegurar a sua indepen- dência das demais áreas da empresa. Com relação à D, a auditoria interna não emite parecer sobre as demonstrações contábeis, pois é papel da auditoria externa. 2. Resposta: C. Auditoria interna não aprova o Relatório do auditor independente (da auditoria ex- terna), pois a contratação de uma firma de auditoria para emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis se dá justamente pela necessidade de independência, o que não ocorreria caso essa opinião tivesse que ser “aprovada” pela auditoria interna. Res- salta-se que o item A3 da NBC TA 610 esta- belece que as funções de auditoria interna podem incluir os itens: - Monitoramento do controle interno; - Exame das informações contábeis e operacionais; - Revisão das ati- vidades operacionais; - Revisão da confor- midade com leis e regulamentos; - Gestão 87/201 de Risco; - Avaliação do processo de gover- nança. 3. Resposta: E. O auditor interno é um empregado da em- presa, e dentro de uma organização ele não deve estar subordinado aqueles cujo traba- lho examina. Além disso, não deve desen- volver atividades que ele possa vir um dia a examinar, para que não interfira na sua independência. Os auditores internos são colaboradores da organização. Eles de fato se posicionam entre o pessoal do departa- mento de contabilidade e de administração para certificar a esta que aquele está fun- cionado como deveria, e que seus relatórios são corretos. São empregados da empresa, e dentro de uma organização ele não deve estar subordinado aqueles cujo trabalho examina. 4. Resposta: D. Em conformidade com Resolução CFC Nº 986/03 e NBC TI 01 – Da Auditoria Interna. 5. Resposta: B. De acordo com a NBC P3, sendo que a alter- nativa A está incorreta, pois o profissional da auditoria interna deve manter o seu ní- vel de competência profissional. Igualmen- te, a alternativa C está errada, pois o auditor interno pode realizar trabalhos de forma compartilhada com profissionais de outras áreas, situação em que a equipe fará a divi- são de tarefas segundo a habilitação técni- ca e legal dos seus participantes. A alterna- Gabarito 88/201 tiva D está incorreta, pois o auditor interno, quando previamente estabelecido com a administração de entidade em que atua, e, no âmbito de planejamento conjunto de trabalho a realizar, deve apresentar os seus papéis de trabalho ao auditor independente e entregar-lhe cópias, quando este enten- der necessário. Gabarito 89/218 Unidade 4 Detecção e prevenção de fraudes Objetivos 1. Apresentar conceitos de detecção e prevenção de fraudes. 2. Discutir e aplicar os aspectos envolvidos na detecção e prevenção de fraudes. Unidade 4 • Detecção e prevenção de fraudes90/218 Introdução O principal objetivo da auditoria é verifi- car se as demonstrações contábeis estão de acordo com as normas societárias e se os controles internos estão sendo efetivos. Dentro do escopo da contabilidade, ela tem uma visão privilegiada para observar e de- tectar fraudes que mereçam ser investiga- das. Uma vez detectadas fraudes ou erros, o auditor deve aprofundar suas averiguações para depois emitir seu relatório e, se for o caso, sugerir correções e ações que as pre- vinam. O auditor possui função social relevante, uma vez que por meio do seu trabalho for- talece a confiança das relações entre as em- presas e a sociedade em geral. A auditoria começou a ter notoriedade após a crise econômica de 1929, em que foi veri- ficado que os balanços das companhias não possuíam um rigor de apuração, tampouco transparência na divulgação das informa- ções financeiras, ocasionando um conside- rável prejuízo a nível mundial. Alguns auto- Para saber mais Um caso importante e difundido referente à audi- toria procedeu-se com a Master Blenders, desta- cando a prática de “antecipação de venda”. LEAL, A. L. Auditoria revela fraude de R$ 200 milhões nocafé Pilão. 2012. Unidade 4 • Detecção e prevenção de fraudes91/218 res apontam este episódio como o primeiro problema em escala globalizada, pois uma crise gerada na bolsa de Nova Iorque afetou vários países. Após o final da II Guerra Mundial, muitas empresas, principalmente as estaduniden- ses, expandiram seus negócios, abrindo subsidiárias em vários países, fortalecendo o trabalho das empresas de auditorias ex- ternas, que passaram a checar os balanços das filiais das companhias multinacionais. Outro ponto de impacto foram os escân- dalos de grandes empresas, como é o caso da ENRON, cuja falência acarretou severos prejuízos a milhares de empresas e pessoas que possuíam ações do grupo. Assim, verifi- cou-se que as regras para empresas de au- ditorias deveriam passar por uma transfor- mação, tornando-as mais rígidas e criando mecanismos para que ações do tipo da EN- RON fossem evitadas. Link Existem vários vídeos, documentários e entrevis- tas sobre o caso ENRON. Recomendamos assistir ao documentário “Os mais espertos da sala”. 1. Detecção E Prevenção De Fraudes A NBC T 11 – Normas de Auditoria Indepen- dente das Demonstrações Contábeis (2017) Unidade 4 • Detecção e prevenção de fraudes92/218 – define fraude e erro: Fraude: o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de docu- mentos, registros e demonstrações contábeis; Erro: o ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis. Link As responsabilidades do auditor nas fraudes e erros nos trabalhos de auditoria estão dispostas no site “portaldecontabilidade”, confira o link sugerido para verificar os aspectos da NBC T 11 – Fraude e Erro. Na fraude, tem-se a intenção de prejudicar interesses alheios, omitindo, por exemplo, receitas e despesas e alterando resultados contábeis (lucro ou prejuízo). Os erros, por sua vez, surgem em decorrên- cia, por exemplo, de desatenção, erros arit- méticos (ao invés de digitar 150.000, erro- neamente digitou-se 510.000), entre ou- tros. Unidade 4 • Detecção e prevenção de fraudes93/218 De acordo com o ilustre mestre Lopes de Sá (1998, p. 52): Os erros por fraudes ou intencionais podem ser cometidos para: subtrair mercado- rias, matérias-primas, produtos e resíduos; subtrair dinheiro; subtrair títulos; iludir o fisco, evitando o pagamento de impostos; dissimular atos sujeitos a penalidades; encobrir faltas de terceiros; alterar resultados para usufruir maiores percentagens em lucros; simular ocorrências; iludir a opinião de acionistas e autoridades mone- tárias etc.” (SÁ, 1998, p. 52). 2. Detecção e Prevenção de Frau- des X Ativo Imobilizado Como procedimento normal de auditoria, todas as contas relacionadas com o Ativo Imobilizado devem ser consideradas por ocasião de sua auditoria. Para saber mais Sendo esta a primeira auditoria, o trabalho preci- sará abarcar o imobilizado na plenitude e verifi- cação do controle interno paralelamente ao con- tábil. Posteriormente, pode-se realizar por amos- tragem. Unidade 4 • Detecção e prevenção de fraudes94/218 Os Ativos Imobilizados são bens de per- manência longa, não destinados à venda e utilizados na manutenção das atividades da empresa. Seu custo deve ser analisado considerando todos os gastos da empresa, até que esteja disponível para uso, quando então inicia-se a depreciação. Importante salientar que de acordo com a nova legis- lação societária, deve-se também ativar a estimativa para desmontagem do bem. Uma vez ativado o bem, a empresa precisa definir o seu valor residual, que de acordo com a NBC T 19.5 (2017), é o montante lí- quido que a entidade espera, com razoável segurança, obter por um ativo no final de sua vida útil, deduzidos os custos esperados para sua venda. Definido o custo e seu valor residual, a em- presa precisa definir a vida útil do ativo que, ainda de acordo com a NBC T 19.5, o perío- do de utilização e volume de produção re- presentam: a. o período durante o qual se espera que o ativo seja usado pela entidade; ou b. quantidade de produção que se espe- ra obter com o uso do ativo pela enti- Para saber mais Quando a empresa perde um bem do seu Ativo Imobilizado em efeito de sinistro, o valor corres- pondente será considerado como ganho ou perda de capital, de acordo com a apuração do valor lí- quido contábil do bem, seja negativo ou positivo. Unidade 4 • Detecção e prevenção de fraudes95/218 dade. Além dos itens apresentados, a empresa deve manter um ótimo controle interno dos seguintes itens: • Despesa de depreciação. • Despesa de manutenção e reparos. • Valor da venda de bens do ativo imo- bilizado. • Valor depreciável. • Valor contábil de bens do ativo imo- bilizado baixado, entre outros. Como exemplo de fraude envolvendo imo- bilizado, podemos citar o seguinte caso: um funcionário é responsável pela custódia dos bens e pela elaboração de lançamentos contábeis. Ele rouba um imobilizado e baixa o bem correspondente para despesa (débi- to na conta de despesas diversas e crédito na conta do imobilizado). Link Definições, objetivo, alcance, reconhecimento e mensuração relacionados ao Ativo Imobilizado podem ser vistos no CPC 27. Busque informações para maior aprofundamento no assunto. Unidade 4 • Detecção e prevenção de fraudes96/218 3. Resultado da Avaliação do Controle Interno Para Attie (2011, p. 297), os sistemas de controle interno podem ter as seguintes avaliações: • Sistema de controle interno ade- quado: o controle interno receberá esta avaliação se o auditor julgar que ele contém todos os aspectos funda- mentais, procedimentos e práticas compatíveis, de forma a possibilitar alcançar os objetivos a que se propõe. Nesta situação, cabe ao auditor fazer os testes confirmatórios de que, na prática, os procedimentos instituídos encontram-se efetivados. • Sistema de controle interno adequa- do, porém, aprimorável: neste tipo de avaliação, o sistema de controle inter- no, regra geral, enquadra-se na ava- liação descrita, com destaque de que poderia ser aprimorado em alguma situação. Para exemplificar, um siste- ma de controle interno é adequado, porém, algumas informações são in- seridas de forma manual, o que pode- ria, em algum momento, conter erros. Para eliminar esses eventuais erros, o ideal seria que todas as informações fossem inseridas de forma eletrônica. • Sistema de controle interno ade- quado com fraquezas: neste tipo de avaliação, o auditor, durante sua ava- liação do sistema de controle inter- Unidade 4 • Detecção e prevenção de fraudes97/218 no, identificou alguma inconsistência que afeta o fluxograma das atividades como um todo. Uma vez identificada tal fraqueza, o auditor deverá acom- panhá-la mais de perto para identifi- car a extensão do seu efeito sobre de- terminada operação, dentro daquele controle interno estudado. Exemplifi- cando: determinada empresa possui créditos a receber, porém, eventual- mente deixa de efetuar a aprovação de crédito anterior a venda. Este tipo de fraqueza, pode fazer com que a empresa não receba ou tenha dificul- dade no recebimento de suas vendas. Nesse caso, o auditor deverá fazer uma análise com maior profundidade dos créditos a receber, visando ajus- tar a contas “ajuste para crédito de li- quidação duvidosa” na contabilidade, comunicando tal situação à adminis- tração e recomendando uma solução para sanar tal problema, aprimorando os controles internos existentes. • Sistema de controle interno inade- quado: neste tipo de avaliação, o au- ditor considera que o sistema de con- trole externo está vulnerável a ano- malias, fraudes e atos dolosos contra
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