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A ERA DOS DIREITOS

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A ERA DOS DIREITOS
Para o autor Noberto Bobbio que vê o futuro da humanidade de forma positiva, entende que os debates na maioria contínuos entre líderes e formadores do ponto de vista, espalhados pelo mundo em seminário e conferências à respeito dos direitos do homem será pela gradativa construção de um futuro mais harmonioso entre os povos.
Autor também expõe que os problemas acima da proteção dos direitos do homem de acontecimento nascem com os jus naturalistas e após com as constituições dos Estados Liberais. Mas é à partir da segunda guerra mundial que o debate ultrapassou a esfera dos Estados Nacionais para o âmbito internacional. 
Para um melhor compreendermos esse assunto, direitos do homem, segundo o autor Noberto Bobbio, deverá ser visto á partir de uma perspectiva da Filosofia da História, embora diz ele ainda diz que, “sei que a filosofia da história está hoje desacreditada, particularmente no ambiente cultural italiano, depois que Benedetto Croce lhe decretou a morte”. Segundo o consenso entre os especialistas, à concepção da filosofia da história parte do pressuposto que os eventos da história estão dispostos em linha finalística orientada para um determinado fim. “Para quem se situa desse ponto de vista, os eventos deixam de ser dados de fato a descrever, a narrar, a alinhar no tempo, mas se tornam sinais ou indícios reveladores de um processo”. A questão abordada pelo Autor sobre a polêmica perspectiva da filosofia da história que concebe uma concepção finalística (ou teleológica) da história (e isso vale não apenas para a história humana, mas também para a história natural).
O próprio autor questiona: “como pode um historiador do Ancien Regime não se deixar influenciar quando narra os eventos do seu desenlace final na Grande Revolução?” Em outras palavras, Noberto Bobbio sugere que ao analisar os eventos da história não devemos incorrer no riso de isolar os eventos de tal modo como um cientista o tenta fazer com os seus objetos de estudo em uma caixa hermeticamente fechada e isolada dos demais eventos. Não há como desvencilhar, por exemplo, das revoluções burguesas dos séculos XVII e XVIII da queda do Antigo Regime (idade das trevas) dentro de um estudo histórico. Não precisaríamos esclarecer sobre as consequências óbvias do fim da idade média e as revoluções posteriores.
O italiano então confirma que o homem é um ser teleológico, que atua geralmente em função de finalidades projetadas no futuro. Logo, dentro dessa perspectiva a análise dos fatos da história assume uma postura profética diante do que poderá acontecer. Bobbio mais, uma vez recorre ao Kant para justificar a perspectiva da filosofia da história que por sua vez dizia que a Revolução Francesa foi um evento que despertara certo otimismo na opinião pública da época, e que desse modo, poderíamos deduzir os efeitos futuros de tal evento na história da humanidade.
Concluindo, ao justificar a concepção da filosofia da história em Kant (embora não seja um defensor cego e dogmático do progresso irresistível da humanidade), Bobbio afirma com segurança que esses debates cada vez mais intensos e assíduos à respeito dos direitos do homem no âmbito internacional podem ser entendidos como um “sinal premonitório”, isto é, um indicativo do progresso moral da humanidade. 
Sabemos que os progressos da técnica e da ciência são indubitáveis, isto é, são certos e não entram em discussão. Entretanto, o problema está em afirmar sobre um progresso moral; por duas razões: primeiro por causa do conceito problemático que temos sobre moral; e segundo, por mais que a humanidade estivesse concorde sobre o que é moral, segundo Bobbio, ninguém até agora encontrou indicadores ou instrumentos hábeis para medir tal progresso. 
Destarte, embora não tendo a pretensão de explicação ou justificação seja por argumentos teológicos ou por argumentos puramente racionais, Bobbio afirma que o lado obscuro da história é bem maior que lado claro da humanidade. Mesmo sendo o mais pessimista de todos os historiadores, é possível enxergar pequenos feixes de luzes como um progresso moral: a abolição da escravatura, da pena de morte e das torturas, por exemplo, são avanços ou traços do que poderíamos entender como lado claro da humanidade. 
Ao longo da história, obviamente não faltaram instrumentos ou técnicas para a contenção do mundo hostil elaborado por Hobbes “o homem é lobo do próprio homem”, da mesma forma que não nos faltou habilidades técnicas para a invenção de instrumentos que nos fornecessem controle sobre a hostilidade do mundo da natureza. Os dez mandamentos, O Código de Hamurábi e a Lei das Doze Tábuas, de acordo com Bobbio, foram sem dúvidas remédios aos males conseqüentes do convívio social; isto é, instrumentos de controle moral. 
Ao longo desses séculos de controle e invenção dos códigos morais, o homem só tratou do problema da moral na perspectiva da sociedade, isto é, em função da sociedade: “o problema da moral devia ser considerado não mais do ponto de vista apenas da sociedade, mas também daquele do indivíduo”. Direitos e deveres, são o verso e o reverso da mesma moeda, explica por metáforas o italiano, que durante muito tempo a humanidade só tratou do problema da moral com apenas um dos lados moeda, o lado dos deveres, ou seja, da expectativa de comportamento em face à sociedade. 
Nesse ponto, reafirma o Autor que a doutrina filosófica responsável pela reviravolta na perspectiva da leitura dos direitos e dos deveres, ou melhor, fez do individuo, e não mais da sociedade, o ponto de partida para a construção de uma doutrina moral e do direito foi o jusnaturalismo; considerado por muito também como a secularização da ética cristã. Ainda que de forma demorada a perspectiva do poder político considerado apenas pelo ângulo dos governantes só viria a ser substituída então com a perspectiva diametralmente oposta a esta: a concepção individualista inaugurada pelos filósofos jus naturalistas. Ao contrário do que foi aceito e convencionado sobre a perspectiva individualista (taxada com negativa) ao longo dos tempos, Bobbio assegura que “o individualismo é a base filosófica da democracia: uma cabeça, um voto”. 
Logo em seguida, complementa Bobbio definindo três formas típicas de Estado dentro da dinâmica relacional entre direitos e deveres dos súditos e dos soberanos: Estado despótico, no qual os indivíduos singulares só têm deveres e não direitos; Estado Absoluto, no qual os indivíduos possuem, em relação ao soberano, direitos privados; e por fim o Estado de Direito, no qual o indivíduo tem em face do Estado, não só direito privados, mas também direitos públicos. No estado de direito, o indivíduo tem, em face do estado, não só direitos positivos, mas também direitos públicos. O estado de direito é o Estado dos cidadãos. O Autor ainda cita que fez sua analise, com base nos estudos de Kant, situando ainda que para Kant o “o progresso não era necessário”.

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