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1 FACULDADE FIA DE ADMINISTRAÇÃO DE NEGÓCIOS Fundação Instituto de Administração Silvania Silva Freitas REMUNERAÇÃO EM VENDAS: os impactos gerados na motivação dos vendedores 2 São Paulo 2013 Silvania Silva Freitas REMUNERAÇÃO EM VENDAS: os impactos gerados na motivação dos vendedores. Trabalho de conclusão de curso apresentada à Faculdade FIA de Administração e Negócios mantida pela Fundação Instituto de Administração como requisito para obtenção do certificado de conclusão do curso de Pós-Graduação Lato Sensu – Gestão em Vendas e Negociação. Orientador: Profº. Adriano Costa Sá São Paulo 3 2013 Silvania Silva Freitas REMUNERAÇÃO EM VENDAS: os impactos gerados na motivação dos vendedores ___/___/___ Banca Examinadora: ___________________________ ___________________________ ___________________________ 4 Julgamento ________________________ Assinatura ___________________ RESUMO As organizações estão inseridas num cenário de constantes transformações e de alta competitividade. Para acompanhar as mudanças e se manterem competitivas, necessitam investir em seu capital humano, atualizando seus modelos de gestão e remuneração de forma a estimular seus funcionários cada vez mais, incentivando-os na busca de melhores resultados. A remuneração exerce um importante papel na motivação dos vendedores. Dessa forma, esta pesquisa tem como objetivo o estudo do uso dos sistemas de remuneração e seu fator motivacional no desempenho dos vendedores. Foi pesquisada uma empresa do setor de eletrônica. Para isso, discorreu-se sobre os tipos de remuneração mais utilizados, como: Remuneração fixa, remuneração variável e o sistema misto de fixo e variável. Esta pesquisa classifica-se quanto aos objetivos, como qualitativa. Quanto aos procedimentos técnicos utilizados foram pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Foi empregado questionário para coleta de dados, cujos dados foram analisados e comparados com a teoria. Concluiu-se, através da análise dos dados pesquisados, que a remuneração não é o fator motivador para seus vendedores realizar e ultrapassar suas metas e que o reconhecimento pelo trabalho realizado através de benefícios que visa o crescimento profissional detém boa parte da decisão e da motivação do vendedor para o alcance das metas individuais e organizacionais. Palavras Chaves: Remuneração, Motivação, Vendedor. 5 ABSTRACT The organizations are embedded in a scenario of constant change and high competitiveness. To follow the changes and remain competitive, they need to invest in their human capital, upgrading their management models and remuneration in order to stimulate their employees increasingly encouraging them in the pursuit of better results. The compensation plays an important role in motivation of sellers. Thus, this research aims to study the use of pay systems and their motivational factor in the performance of vendors. It was searched an electronic sector’s company. For this, spoke out about the most commonly used types of compensation, such as fixed compensation, variable compensation and the mixed system of fixed and variable. This research is classified as qualitative. Information was collected by literature and case study. Questionnaire was used for data collection, and data analyzed and compared with theory. It was concluded, by analyzing the surveyed data, that the pay is not the motivating factor to achieve and exceed their sales goals and recognition for their work through benefits aimed at professional growth holds much of the decision and motivation the seller to the extent of individual and organizational goals. Key words: Remuneration, Motivation, Seller 6 SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO 7 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA 8 1.2 OBJETIVOS 9 1.2.1OBJETIVO PRINCIPAL 9 1.2.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS 9 1.3 JUSTIFICATIVA 9 1.4 CASO ESTUDADO 10 2. REFERENCIAL TEÓRICO 11 2.2 A EVOLUÇÃO DO VENDEDOR 11 2.2.1 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 11 2.2.2 PÓS-REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 11 2.2.3 GRANDES GUERRAS E DA DEPRESSÃO 12 2.2.4 ERA MODERNA 12 2.3 PROFISSIONAL QUE FAZ A VENDA: O VENDEDOR 12 2.4 REMUNERAÇÃO DO VENDEDOR 14 2.5 MOTIVAÇÃO DO VENDEDOR 19 2.6 GERENCIAMENTO DOS VENDEDORES 24 3.METODOLOGIA 27 3.1 TIPO DE PESQUISA 27 3.1.2 AMOSTRA 27 3.1.3 COLETA DE DADOS 27 3.1.4 PERÍODO DA COLETA 27 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS 28 7 4.1 REMUNERAÇÃO 28 4.2 GESTÃO 33 4.3 MOTIVAÇÃO 35 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 41 REFERÊNCIAS 44 1.INTRODUÇÃO As políticas de remuneração e recompensas podem ser consideradas uma das maiores influências no comportamento das equipes de vendas. Por isso, as decisões que envolvem a gestão desses profissionais, principalmente no que se refere à remuneração, se torna importante para a motivação e o desempenho nos resultados. Com a rápida evolução no mundo dos negócios, o avanço da tecnologia e com os mercados globalizados, se tornou necessário à renovação constante dos sistemas de remuneração. A função do vendedor ao longo da história também vem sofrendo constantes transformações. Cobra (1994) relembra que no século X na Europa, existia uma classe de comerciantes profissionais formados na sua maioria por ladrões. Eram considerados marginais e desrespeitados, principalmente pela nobreza e pelo clero. O autor acredita que desde essa época a imagem do vendedor sofre preconceito por ser considerada oportunista. A fase pré-capitalista, que preparou as bases para a Revolução Industrial, contaram com a ascensão da burguesia comercial elevando o poder aquisitivo, com as novas técnicas de produção e com o avanço demográfico (COBRA, 1994). O autor complementa que a entrada da fase capitalista, que vai da Revolução Industrial até os dias de hoje, assumiria a responsabilidade de voltar a valorizar a função do vendedor, pois ele assumiria grande importância na venda dos excedentes de produção em massa. O comércio avançou as fronteiras deixando de atender somente o mercado local, que era atendido por mercadores, artesãos e outros que transformavam suas casas em oficinas e cuidavam desde a obtenção da matéria-prima até a sua venda. Dessa forma o número de 8 vendedores foi aumentando, principalmente para atender as necessidades dos novos consumidores espalhados em diversos mercados (COBRA, 1994). No Brasil o vendedor conhecido como mascate era quem sustentava a vida comercial brasileira nos períodos da Colônia e do Império. Esses vendedores ambulantes vendiam objetos manufaturados, joias, tecidos, miudezas, especiarias entre outros, em ruelas e estradas do país. Em 1850 com a economia agrária sendo influenciado pela industrialização e pela implantação das estradas de ferro, surge outro tipo de vendedor o caixeiro-viajante, que se destaca no cenário econômico, pois é dele a responsabilidadede distribuir as mercadorias de poucas fábricas surgidas com a Revolução e divulgar notícias das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo para o interior do País (COBRA, 1994). Na década de 90 a globalização dos mercados exigiu das empresas à busca pela competitividade, tornando-as mais eficazes, buscando redução de custos, rapidez nas tomadas de decisões e aumento de produtividade. Os sistemas de remuneração passaram a ter grande influência na contratação e retenção de bons profissionais de vendas, pois pode ser considerado um diferencial para uma empresa. Para Albuquerque (1999) os anos 90 reposicionaram as organizações para o atendimento aos grupos cujos interesses são voltados para a organização: acionistas, empregados, governo, consumidores e sociedade. A sustentabilidade também é atualmente uma das preocupações das empresas, por um lado a forte atuação dos concorrentes e por outro lado os clientes e consumidores cada vez mais conscientes e conhecedores do seu poder de influência. Para Gobe (2007) a força de vendas é a responsável por executar as estratégias de marketing, consequentemente pela satisfação dos clientes. Também exerce papel importante no que se refere à geração de receitas de uma empresa. Para executar suas tarefas, a equipe de vendas precisa estar motivada e com suas necessidades supridas, para que então busque os objetivos estipulados pelas empresas. Chiavenato (2005) confirma que o sistema de remuneração de vendas deve alinhar os objetivos das empresas e a satisfação individual dos vendedores. Para os gestores dessa área o trabalho é desafiador. Pois de um lado tem a empresa que necessita alcançar seus objetivos e manter-se num mercado global e competitivo, por outro lado esta a força de vendas que precisa estar satisfeita com sua remuneração para que se 9 empenhe alcance e ultrapasse os resultados. Unir e manter essas duas necessidades não é tarefa fácil. 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA O interesse pelo tema surgiu a partir da pergunta: o que estimula ou influencia os vendedores, que possuem metas mensais e são remunerados por um valor fixo mensal com bonificação semestral limitado até dois salários e participação nos lucros e resultados da empresa, a se motivarem na busca por resultado acima do estipulado ? 1.2 OBJETIVOS O presente trabalho tem por objetivo identificar, segundo a opinião dos vendedores da amostra consultada, o quanto a remuneração ofertada pela empresa citada nesse estudo de caso, exerce influência sobre a motivação e o desempenho dos vendedores. 1.2.1OBJETIVO PRINCIPAL Identificar pela visão dos vendedores, se a remuneração fixa e as bonificações semestrais e a Participação nos Lucros e Resultados da empresa estimulam ao ponto de motivá-los na busca por resultados acima do estipulado pela empresa. 1.2.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS Analisar as respostas obtidas pelo questionário, comparando-as com a teoria apresentada; Sugerir ações de melhorias para a gestão da área comercial; 10 1.3 JUSTIFICATIVA Este estudo irá mapear os fatores que influenciam os resultados da área comercial, em especial a remuneração, pois é um dos fatores que influência a contratação e retenção de bons profissionais, a motivação, o monitoramento e controle por parte dos gestores, o atendimento aos clientes e os resultados obtidos. O presente trabalho pretende sugerir contribuições para a melhoria das decisões relacionadas à gestão da força de vendas, em especial dos vendedores, que tem papel de destaque no mercado empresarial na execução dos objetivos organizacionais. 1.4 CASO ESTUDADO O foco desse estudo é a empresa SMS Tecnologia Eletrônica Ltda., especificamente na área comercial, onde sua equipe de vendedores é maioria composta por televendas e gerentes. As metas são mensais e anuais, a remuneração atual é integralmente fixa com incentivos de curto prazo que é estabelecida com foco em resultados e desempenho dentro de um período de um ano ou menos, como por exemplo, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e o bônus semestral. Esse último é atrelado aos resultados acima da meta estipulada, já a Participação nos Lucros e Resultados estipula um conjunto de metas para toda empresa. 11 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.2 A EVOLUÇÃO DO VENDEDOR A importância do papel do vendedor teve evolução conforme as transformações políticas, econômicas e culturais que o mundo sofreu e continua sofrendo, e que estão ligadas ao aumento das relações e da interdependência entre os países. A globalização manifesta-se por meio da redução das barreiras ao livre-comércio e ao livre fluxo de capitais entre as nações, tornando o profissional de vendas relevante no mundo dos negócios. 2.2.1 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Com a Revolução Industrial de 1929, a produção aumentou tornando impossível atender somente o mercado local, exigindo a expansão para outros mercados. O vendedor passou a ter grande importância no processo de vendas, pois para atender esses novos 12 mercados e captar novos compradores, necessita-se então do aumento do número de vendedores (COBRA, 1994). 2.2.2 PÓS-REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Para Cobra (1994) a venda pessoal, no início do século XIX, estava bem evidenciada na Inglaterra e iniciava no restante do mundo. No Brasil com a implantação das estradas de ferro, pois sua economia agrária estava sendo influenciado pela industrialização, e por sua comunicação ainda precária, o vendedor caixeiro-viajante fazia com que as informações espalhassem rapidamente entre as cidades. Para as empresas Matarazzo, um dos primeiros e principais grupos industriais do país, era o caixeiro-viajante quem divulgava as notícias de moda, da política e outros assuntos (COBRA, 1994). 2.2.3 GRANDES GUERRAS E DA DEPRESSÃO No período marcado pelas duas grandes guerras mundiais no período de 1915 a 1945, a atividade econômica ficou voltada para a guerra, não desenvolvendo novos métodos para vendas. Já na Depressão de 1929 as depurações de negócios fizeram que empresas com vendedores agressivos sobrevivessem a grande ascensão econômica (COBRA, 1994). 2.2.4 ERA MODERNA Para Cobra (1994) a partir da metade dos anos 40, a venda pessoal torna-se mais profissional. Os compradores tornam-se mais exigentes e desejam mais informações na venda, exigindo a profissionalização dos vendedores até então amadores. O mesmo autor acrescenta que com a crescente mudança ambiental, as tecnologias dos compradores se atualizam, exigindo melhor adequação do vendedor para suprir necessidades mais específicas de cada cliente. 13 O vendedor moderno além de apresentar informações de seus produtos e serviços, deve estar preparado para responder as diversas necessidades dos seus clientes (COBRA, 1994). 2.3 PROFISSIONAL QUE FAZ A VENDA: O VENDEDOR Para se desenvolver, um país depende da expansão de sua economia. O vendedor por sua vez estimula a necessidade de compra e divulga as inovaçõessob a forma de produtos, serviços e ideias. Com o conhecimento de mercado e das necessidades dos clientes, o vendedor pode sugerir ações que ajude nas estratégias para aumentar os negócios da empresa, proporcionando retorno aos investimentos e contribuindo de diversas maneiras à sociedade (COBRA, 1994). Por isso Gobe (2007) considera um dos cargos mais importantes dentro da equipe de vendas. Na concepção de Chiavenato (2005), as empresas ao se comunicar com seus clientes utilizam diversas formas padronizadas e indiretas, sendo considerada superficiais e impessoais como a propaganda, promoção de vendas e relações públicas. O autor defende que a forma de comunicação mais ampla e profunda entre as empresas e seus clientes ocorre por meio da força de vendas, proporcionando que essa relação cliente e empresa se tornem mais dinâmica e influente. Para Gobe (2007, p.34): “a equipe de vendas é um forte influenciador das mudanças que devem ser implantadas para que a empresa continue sobrevivendo”. Las Casas (2002) complementa que o contato entre cliente e vendedores, através da comunicação pessoal, auxilia na formação da imagem que a empresa deseja divulgar ao mercado. O autor ressalta a importância das atividades de vendas e como essas atividades contribuem para o desenvolvimento dos profissionais e da sociedade, como podemos verificar no quadro 1: Quadro 1: Importância da atividade de vendas Para a Economia A aquisição de produtos e serviços depende do trabalho de um vendedor. O aumento de vendas oferece aos consumidores opções de escolha, com isso a produção cresce oferecendo maior oferta de 14 emprego, necessitando de investimentos. Resumindo, as relações de troca são essenciais para a economia. Padrão de vida da sociedade As empresas precisam inovar com produtos e benefícios. Dessa forma o vendedor leva até o consumidor produtos com melhor desempenho, proporcionando maior conforto e aumento no padrão de vida da sociedade como um todo. Desenvolvimento de produtos Para ampliar o mercado, as empresas necessitam das informações dos vendedores, adquiridas através de seu contato com os clientes e do mercado. Essas informações surgem através de sugestões, elogios, até de reclamações e criticas, e podem ser utilizadas para aprimorar e desenvolver novos produtos. Existência da empresa Para ter continuidade das suas atividades, as empresas precisam obter recursos necessários para cobrir suas despesas e gerar receitas. Para isso a força de vendas precisa exercitar seu papel de vender. Aprimorar profissionais de alto nível Pelas atividades exercidas no dia-a-dia, o vendedor necessita ser flexível e auto administrador de seu tempo e tarefas, desenvolvendo profissionais para a execução de várias tarefas, característica que muitas vezes é exigida para a ocupação de cargos mais altos. Fonte: Elaborado pela autora a partir de LAS CASAS, 2002. 2.4 REMUNERAÇÃO DO VENDEDOR Chiavenato (2005, p.146) define a remuneração: A remuneração compreende o conjunto dos vencimentos que a pessoa percebe por sua prestação de serviços, incluindo aí o salário como parte principal. O salário é devido e pago pela empresa em função do cargo ocupado pela pessoa e o seu tempo à disposição da empresa. O salário, juntamente com os diversos adicionais como horas extras, comissões, gratificações formam a remuneração. Stanton e Spiro (2000) diz que a remuneração é a forma de motivação mais utilizada para a força de vendas. Para Cobra (1994) a remuneração precisa ser clara e correspondente aos objetivos dos vendedores. Além do controle e direcionamento, a remuneração adotada pelas empresas envolvem importantes decisões para as organizações, como a execução do plano de marketing, a 15 importância em termos de atração e retenção de pessoas e o impacto na motivação dos profissionais de vendas para o desempenho de bons resultados. A remuneração da força de vendas para Stanton (1984) é importante para direcionar e controlar as atividades dos vendedores, influenciar seu desempenho e contribuir para o crescimento no relacionamento com clientes. Para Cobra (1994), por mais objetivo e abrangente que seja o plano de remuneração e os incentivos atribuídos para os vendedores, não pode deixar de considerar os próprios aspectos motivacionais que os movem ao longo da carreira. Pelos efeitos que pode causar no plano de marketing, a remuneração da força de vendas exige da administração certa atenção. É recomendável que as atividades dos vendedores estejam em sintonia com o planejamento de marketing para que os esforços sejam direcionados no mesmo sentido. (LAS CASAS, 2002, 6 ed. p.130). Chiavenato (2005) acredita que um plano de remuneração além de premiar o excelente desempenho, deve servir para reforçar que este desempenho além de se manter seja melhorado durante o tempo. No quadro 2 o autor reforça que um bom sistema de remuneração possui algumas características que as empresas precisam levar em consideração. Quadro 2. Características de um bom sistema de remuneração Característica Descrição Estímulo aos vendedores Motivar e incentivar os vendedores a realizar esforços além do esperado. Segurança Ganho mínimo mesmo em épocas difíceis e situações que não dependem somente do vendedor. Flexibilidade Rápida adaptação às diferentes categorias de vendedores, produtos/serviços, territórios e situações de mercado não previstas pela empresa. Coerência Visar simultaneamente ao alcance dos objetivos da empresa e aos objetivos dos vendedores. Compreensão Fácil assimilação e compreensão por parte dos vendedores. Aplicação Facilidade no cálculo e pagamento. Fonte: Elaborado pela autora a partir de CHIAVENATO (2005). 16 No ponto de vista de Pink (2010), como todos querem ser bem remunerados, uma nova atitude em relação ao assunto é retirando o foco sobre a remuneração. O autor afirma que quanto mais existir salários diferenciados, privilégios e benefícios, maior será a inibição para criatividade apresentando um desempenho moderado. Para isso, o autor menciona que o ideal para as empresas é remunerar com quantias e formas que seus funcionários concentrem-se somente no trabalho, esquecendo a remuneração. Para isso o mais importante aspecto da remuneração é assegurar justiça quanto ao pagamento, proporcionalmente aos colegas e comparado ao mercado com aqueles que tenham trabalho semelhante. 2.4.1 TIPOS DE REMUNERAÇÃO EM VENDAS As condições e características do trabalho realizado pelo vendedor exige um sistema remuneratório diferente do que se aplica ao restante do pessoal da empresa (CHIAVENATO, 2005). Cobra (1994), Chiavenato (2005) e Las Casas (2002), concordam que existem basicamente três métodos de remuneração da força de vendas: o primeiro baseado em salário fixo; o segundo, pago através de comissões sobre as vendas realizadas, e o terceiro, chamado de misto, que constitui parte em salário fixo e parte em incentivos variáveis. O quadro 3 mostra a remuneração com base no salário fixo que corresponde um determinado período em que o profissional desempenhou suas obrigações, independentedo resultado das vendas obtida por esse profissional (BÁRBARA;SIMÕES(1981); STANTON;SPIRO(2000). Quadro 3. Salário Fixo Viabilidade Pontos Fortes Pontos Fracos Quando os vendedores são recém-contratados ou em treinamento, que ainda não podem ter uma renda satisfatória; Quando numa única negociação existir a Renda garantida ao vendedor independente de suas vendas, proporcionando segurança e estabilidade referente ao salário; Maior cooperação para executar outras atividades; Não estimula os vendedores a aumentar suas vendas; Exige maior controle da supervisão sobre os vendedores; Difícil retenção de bons funcionários, geralmente procurados pelo mercado; 17 participação de vários vendedores; Fechamento de vendas com grande duração para conclusão; Produtos com demanda reprimida ou de fácil venda. Igualdade no critério de ganhos com o restante dos funcionários da empresa; Facilidade para calcular o custo dos vendedores; Melhor aceitação dos vendedores nas politicas estabelecidas pela empresa; Para o vendedor não existe a preocupação de redução da remuneração caso o mercado não esteja comprador; Quando as vendas diminuem os custos dos vendedores aumentam proporcionalmente; Os salários podem ficar defasados se não houver ajustes com a frequência necessária; Vendedores não são motivados a vender além do esperado, ficam acomodados; Constantes acompanhamentos dos níveis salarias para evitar defasagem comparada ao mercado; Necessidade de motivação que não seja por recompensa financeira, para que o vendedor obtenha o maior número possível de vendas; O vendedor diminui sua agressividade de vender e obter melhores resultados; Os vendedores podem ter preferências aos interesses dos clientes do que da empresa, oferecendo vantagens nas negociações. Fonte: Elaborado pela autora a partir de CHIAVENATO (2005); COBRA (1994); LAS CASAS (2002); STANTON; SPIRO (2000); Chiavenato (2005) complementa que a remuneração fixa não motiva, pois se vender ou não o vendedor terá o mesmo peso para o vendedor e mesmo assim será recompensado pelo seu salário. Diferentemente do sistema de salário fixo, no quadro 4 veremos que o sistema que remunera por comissão leva em consideração o resultado das vendas de cada vendedor, onde é aplicado um percentual sobre as vendas líquidas ou recebidas (CHIAVENATO, 2005). Quadro 4. Comissões Viabilidade Pontos Fortes Pontos Fracos 18 - representantes comerciais e funcionários sem vínculos empregatícios; - vendas que não exijam muito trabalho missionário ou prestação de serviços; - atuação em novos territórios; - pequenas e médias empresas com baixo volume de vendas. - ganhos ilimitados proporcionando maior motivação; - maior empenho dos vendedores; -elimina vendedores ineficientes; - controle menos rígido da supervisão, o vendedor tem mais liberdade de trabalhar; - custos de vendas relacionadas às vendas; - grande incentivo para obter vendas adequadas; -custo dos vendedores depende das vendas realizadas. - ganhos irregulares dos vendedores; - poucos ganhos nos períodos de férias ou possível ausência; - vendas dos itens mais fáceis ou que lhe dê maior porcentagem de comissão; - vendas para clientes maus pagadores, aumentando a inadimplência; - excesso de estoque nos clientes; - menos prospecção de clientes novos; - não estimula o vendedor em períodos sazonais de baixas vendas; - excesso de agressividade dos vendedores, comprometendo a imagem da empresa; - dificuldade em obter a execução de outras tarefas dos vendedores que não seja vender; Fonte: Elaborado pela autora a partir de CHIAVENATO (2005); COBRA (1994); LAS CASAS (2002). Carvalho (1989) afirma que grande parte dos profissionais de vendas recebem por sistema de remuneração mista, combinando um salário fixo acrescido de algum incentivo como comissão, abono, prêmios, participações e outros, como podemos observar no quadro 5. Quadro 5. Salário misto (fixo + comissão) Viabilidade Pontos Fortes Pontos Fracos Aproveitar as vantagens de cada tipo de remuneração e reduzir as desvantagens. - maior controle das atividades dos vendedores, devido o ganho fixo e a possibilidade de aumentar a renda com as vendas comissionadas; - os vendedores podem ficar satisfeitos somente com o salário fixo e não façam esforços para aumentar esse ganho com as comissões. 19 - o vendedor poderá ter uma remuneração maior que praticada no mercado. Fonte: Elaborado pela autora a partir de CHIAVENATO (2005); GOBE (2007); LAS CASAS (2002). Para Kotler (1990) os sistemas mistos são os mais frequentes nas indústrias, devido ao grande número de fatores que influenciam a composição da remuneração, o que apontaria para diversas combinações entre salário fixo e variável. A Participação nos Lucros da empresa leva em consideração o desempenho da empresa como um todo e não somente o resultado de vendas. É utilizada quando é necessário envolvimento de todos na busca da qualidade, otimização dos recursos e solução compartilhada dos problemas (GOBE, 2007). O autor complementa que essa forma tende a integrar ainda mais os departamentos. Stanton e Spiro (2000) complementa que além da remuneração financeira existe a remuneração não financeira que inclui oportunidades para evoluir na empresa, obter reconhecimento do seu trabalho tanto na empresa quanto no mercado e ter o prazer em trabalhar. Para Gobe (2007) também existe o prêmio que pode ser direcionado ao vendedor que ultrapassou suas metas ou o desempenho da equipe como um todo. Além do valor monetário o prêmio pode vir como, por exemplo, viagens, eletrodomésticos e outros. 2.4.2 REMUNERAÇÃO: PERSPECTIVA DA EMPRESA E DO VENDEDOR. Para funcionar o sistema de remuneração dos vendedores precisa unir o alcance dos objetivos da empresa e a satisfação individual dos vendedores, além disso, serve de estímulo para que os vendedores aumentem continuamente suas vendas (CHIAVENATO, 2005). O autor considera que a satisfação de ambas as partes é tarefa difícil de ser atingida, pois nem sempre as expectativas da empresa e as dos vendedores são compatíveis. 20 O plano de remuneração de uma força de vendas possui perspectivas tanto por parte da empresa como do vendedor, como demonstrado no quadro 6. Quadro 6. Perspectivas sobre a remuneração Perspectiva da empresa Perspectiva do Vendedor Motivação: estimular os vendedores a ultrapassarem suas metas. Renda Segura: valor mínimo de recebimento. Controle: a remuneração pode funcionar como um supervisor invisível, possibilitando o controle das atividades pelos gestores. Renda Regular: proporcionar um incentivo para obter um desempenho acima do mínimo. Muitas pessoas trabalham melhor quando recebem uma recompensa por desempenho especifico. Atendimento aos clientes: tratar os clientes adequadamente, objetivando a satisfação do cliente. Simplicidade: pronto entendimento por parte dos vendedores, tendo a noção de quanto será sua renda. Menos que três medidas combinadas para calcular a remuneração total. Atrair e reter talentos: ter uma equipe de bons profissionais. Justiça: tratar os vendedores com igualdade, sem deixar que o vendedorconsidere a remuneração injusta. Economia: manter as despesas da sua força de vendas alinhadas com a concorrência. Flexível e estável: para atender às necessidades de territórios individuais, produtos e vendedores. Esforços e Resultados: relacionar os esforços e resultados com as recompensas oferecidas. Fonte: Elaborado pela autora a partir de STANTON; SPIRO (2000). 2.5 MOTIVAÇÃO DO VENDEDOR Para Stanton e Spiro (2000) todo comportamento se inicia pelo surgimento ou estímulo de uma necessidade, iniciando de dentro da pessoa ou estimuladas por algo externo. Depois que a necessidade surge você desejará realizar uma ação. Para Las Casas (2002) a motivação dos vendedores é um impulso que leva os profissionais a trabalhar com entusiasmo, vontade e garra. Essas condições são imprescindíveis para o sucesso em vendas, por isso se os vendedores não estiverem sempre motivados, será difícil obter bons resultados. 21 Para toda organização a motivação de seus funcionários é importante para manter um bom ambiente organizacional, a interação entre as pessoas, execução das tarefas e melhorar a produtividade. No caso dos vendedores, esses precisam estar constantemente motivados, pois convivem diariamente com um cenário de trabalho dinâmico e incerto, com cobrança para resultados e frustações por perdas de negociações ou clientes para a concorrência. Bárbara e Simões (1981) considera que o ser humano nunca se satisfaz plenamente, pois assim que uma necessidade é satisfeita logo surge outra necessidade. É necessário motivar o ser humano à realização de todas as necessidades. Para Cobra (1994) os caminhos para motivar o pessoal de vendas a grandes desempenhos variam entre os próprios vendedores, pois é decorrência de comportamentos distintos gerados na expressão de necessidades próprias e da posição que ocupam dentro do ciclo de carreira na empresa. Stanton e Spiro (2000) afirmam que a motivação vem da própria pessoa, que não pode ser motivada a menos que o queira, por isso o desafio de uma gestão é identificar, compreender e canalizar a motivação dos seus vendedores para além de proporcionar o estímulo para sua motivação ofereça as recompensas necessárias para continuarem motivados. Na concepção de Chiavenato (2005) para despertar o interesse e o entusiasmo por alguma atividade, é preciso conhecer as necessidades humanas básicas de cada vendedor. Complementando, Gobe (2007) afirma que para motivar primeiro é necessário conhecer como as pessoas reagem aos estímulos externos. Vale ressaltar aqui a Pirâmide de Maslow , onde o homem tende a satisfazer suas 1 necessidades primárias, como alimentar-se, beber, vestir-se. Satisfeitas essas necessidades, começa a ascensão ao próximo degrau da pirâmide, conforme veremos na figura 1. Figura1: Pirâmide de Maslow 1 Pirâmide de Maslow – Conhecida como a pirâmide das necessidades básicas humana 22 Fonte: Adaptado pela autora de Maslow apud Stanton e Spiro (2000, p. 214). Para Maslow apud Cobra (1994) existem cinco necessidades primárias em uma ordem ascendente de prioridades, são elas: a) Necessidades Fisiológicas: compõe as necessidades básicas de qualquer pessoa, como alimentação, abrigo, vestuário, assistência médica e outros. Para Cobra (1994) o vendedor teria seus esforços voltados para satisfazer o mínimo para sua sobrevivência. Para Stanton e Spiro (2000) as ações gerenciais deveriam fornecer remuneração e benefícios adequados. b) Necessidade de Segurança: compõe a necessidade de se sentir salvo e seguro. Se o vendedor não tiver um ambiente de trabalho seguro e não ter recursos financeiros indispensáveis para sua manutenção, sentirá inseguro (COBRA, 1994). Stanton e Spiro (2000) afirmam que proporcionar segurança tanto no trabalho como na forma de remunerar é uma das formas de suprir essa necessidade, como por exemplo, estabelecer padrões de desempenho junto com os vendedores. 23 c) Necessidades Sociais: Para Cobra (1994, p. 415), “A necessidade social inclui o desejo de pertencer, de receber atenção ou ser aceito pelos grupos de companheiros.” O autor complementa que estimular os vendedores a pertencer a um grupo seleto de vendedores que superam suas metas é uma forma de suprir essa necessidade. Vendas em equipes e eventos sociais são, por exemplo, uma das formas de ação dos gestores (STANTON;SPIRO, 2000). d) Necessidades de estima: são necessidades relacionadas ao desejo dos indivíduos. Cobra (1994) afirma que esta necessidade é extremamente difícil de ser satisfeita, pois diz respeito à satisfação do ego, do eu. É necessário reconhecer as realizações dos vendedores através de elogios e publicamente por mudanças de cargos (STANTON; SPIRO, 2000). e) Necessidades de auto realização: são necessidades de auto desenvolvimento e satisfação. O vendedor busca auto satisfação quando, por exemplo, consegue dizer a si mesmo que conseguiu vencer desafios como bater uma meta (COBRA, 1994). Para Stanton e Spirro (2000) oferecer treinamentos avançados e responsabilidades é uma forma de suprir essas necessidades. Estas necessidades tanto podem ser satisfeitas pelas recompensas extrínsecas como intrínsecas. Nas recompensas extrínsecas, como o pagamento e o reconhecimento, são fornecidos por terceiros, já nas recompensas intrínsecas provém do resultado das próprias tarefas. Para exemplificar essa explicação, quando um vendedor realiza algo para conquistar um grande cliente se refere á uma recompensa intrínseca e o bônus recebido por esta conquista é uma recompensa extrínseca (STANTON; SPIRO, 2000). Importante citar outra teoria da motivação, desenvolvida por Frederick Hertzberg, onde as necessidades são atendidas pelo comportamento das pessoas. Essa teoria se divide em: fatores de higiene e fatores de motivação. Os fatores de higiene correspondem às necessidades de baixa intensidade de Maslow, como por exemplo, as políticas da empresa, supervisão e condições de trabalho. Já os fatores de motivação correspondem às necessidades mais elevada da pirâmide de Maslow, como o reconhecimento, a responsabilidade, o desafio e as oportunidades de crescimento 24 (HERTZBERG, apud STANTON; SPIRO, 2000). Para o autor a remuneração pode estar nas duas situações: enquanto os níveis salariais adequados e competitivos, que fazem parte das condições do trabalho são fatores de higiene, as comissões e aumentos salariais que estão vinculados ao desempenho do profissional e interpretados como forma de reconhecimento, são fatores de motivação. Para Carvalho (1989, p.54): “principalmente na área comercial, o salário é imprescindível como fator de motivação para o trabalho.” O autor complementa que o salário influência no status desses profissionais, pois ganhos maiores motivam a aprimorar sua qualificação. Para Stanton e Spiro (2000) acredita que a remuneração é o método de motivação mais utilizado para profissionais da área comercial. Além da remuneração, alguns autores defendem outros fatores de motivação. Chiavenato (2005) cita os seguintes fatores: a) Trabalho interessante, variado e desafiador;b) Oportunidade de crescimento e desenvolvimento; c) Projeção e prestígio social; d) Reconhecimento do superior e colegas de trabalho. Para Doyle e Shapiro (1981, apud Las Casas,2002), os fatores que impulsionam os profissionais de vendas cm vontade e garra são: a) Tarefas: o autor afirma que as pessoas gostam de trabalhar em empresas que estabelecem claramente o que se espera dela referente ao trabalho executado e aos resultados. b) Realização: segundo o autor vendedores mais motivados estabelece objetivos para alcançar o mais alto degrau de sucesso. c) Administração: uma boa administração que exerce liderança e utiliza critérios adequados de recompensa. Chiavenato (2005), Doyle e Shapiro (1981, apud Las Casas,2002), ambos concordam que a remuneração por incentivo é um fator motivacional muito relevante, pois cria forte ligação entre recompensa e esforço despendido para o vendedor. No quadro 7, Gobe (2007) apresenta diversos fatores que estão ligados ao descontentamento com a empresa e a desmotivação dos profissionais de vendas: 25 Quadro 7: Fatores que desmotivam Promoção Ausência de parâmetros para promoção Protecionismo Os gestores beneficia alguém da equipe com melhor remuneração, ou na distribuição de responsabilidade e carga de trabalho. Transparência Falta objetividade e clareza nas definições de metas e premiações. Apoio Quando os vendedores não tem apoio as suas necessidades ou dificuldades. Desafios Quando não é proposto novos desafios aos vendedores. Reconhecimento Os gestores não reconhecem os esforços e o resultado apresentado pelo vendedor. Confiança O vendedor não confia na gestão e na administração dos supervisores e gerentes Recursos Quando as condições de trabalho oferecidas são precárias. Fonte: Elaborado pela autora a partir de GOBE (2007). A Gerência deve desenvolver um mix motivacional que agrade a todo um grupo, mas que também seja flexível para as diversas necessidades individuais (STANTON; SPIRO, 2000). 2.6 GERENCIAMENTO DOS VENDEDORES Os vendedores precisam ser liderados e supervisionados por profissionais experientes e qualificados. Complementando, Gobe (2007, p.344) define o papel do líder: “O principal papel do líder é saber identificar as necessidades das pessoas as quais está liderando e, a partir desse conhecimento, saber tomar a decisão correta sobre quais caminhos devem ser seguidos”. 2.6.1 SUPERVISOR DE VENDAS Segundo Chiavenato (2005) o supervisor de vendas desempenha a função administrativa relacionada com a direção fornecida aos vendedores. Ele atua no nível operacional, onde as vendas são executadas. Gobe (2007) complementa que as principais 26 atribuições desse profissional é planejar, organizar, direcionar e controlar as atividades de venda dos vendedores. O supervisor precisa ter habilidade e talento para ser um comunicador, um líder e um motivador da equipe de vendas (CHIAVENATO, 2005). Para Gobe (2007) é este profissional que precisa diagnosticar as dificuldades da sua equipe, treinando os profissionais que tenham dificuldades na execução das suas tarefas, por outro lado reconhecer o desempenho e propor promoções para sua equipe. 2.6.2 GERENTE DE VENDAS Para os gestores da área de vendas, de um lado existe a empresa que necessita alcançar seus objetivos e manter-se num mercado global e competitivo, por outro lado está a força de vendas que precisa estar satisfeito com sua remuneração para que se empenhe e alcance os resultados. Unir e manter essas duas necessidades não é tarefa fácil. Segundo Chiavenato (2005, p. 142): “Liderança é a capacidade de influenciar as pessoas. O líder influencia o comportamento dos subordinados, dando-lhes a direção adequada”. O autor complementa que o líder necessita ter fatores fundamentais para exercer a liderança: ocupar posição hierárquica dentro da empresa, ter competência profissional decorrente dos seus conhecimentos e habilidades, possuir características e traços pessoais que proporcionem facilidade no relacionamento com as pessoas. Quanto maior o cargo, a competência profissional e a personalidade maior serão à força de liderança. O jeito de lidar com os subordinados e compartilhar com eles as decisões a serem tomadas provêm do estilo de liderança. Na figura 2, Chiavenato (2005) apresenta três estilos de liderança: 27 Figura 2: Estilo de Liderança Fonte: Elaborado pela autora a partir de Chiavenato (2005, p. 143). A natureza do cargo de vendas, a individualidade dos vendedores, a diversidade das metas da empresa e as contínuas mutações do mercado tornam a produtividade dos profissionais de vendas uma tarefa difícil, embora relevante. O desafio dos gestores de vendas é identificar, compreender e canalizar a motivação de seus vendedores (STANTON; SPIRO, 2000). 3.METODOLOGIA 3.1 TIPO DE PESQUISA 28 A pesquisa utilizada foi qualitativa através de estudo de caso, pois segundo Yin (2007) trata-se de fazer um estudo de um objeto de pesquisa restrito buscando aprofundar as suas caraterísticas, permitindo maior detalhamento do assunto abordado e proporcionando maior conhecimento. 3.1.2 AMOSTRA A população da pesquisa será constituída pelos vendedores da empresa SMS Tecnologia Eletrônica Ltda., compreendendo somente aqueles com mais de 01(um) ano na empresa. A amostra foi selecionada pelo critério de acessibilidade e conveniência, sendo constituída por 25 (vinte e cinco) profissionais. 3.1.3 COLETA DE DADOS O questionário foi composto por 13 (treze) perguntas fechadas e semiabertas, aplicado eletronicamente, contendo alternativas de respostas pré-fixadas e a possibilidade dos entrevistados manifestarem outro tipo de alternativa. 3.1.4 PERÍODO DA COLETA A coleta de dados se dará eletronicamente no período de 10 à 13 do mês de Dezembro 2012. 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1 REMUNERAÇÃO 29 No gráfico 1, podemos verificar que 40% dos entrevistados não chegam em suas metas com frequência e próximo desse percentual temos 32% que não alcançam nunca suas metas. Para Stanton e Spiro (2000, p.217): “Os vendedores geralmente atribuem seus sucessos e fracassos a um ou mais dos seguintes motivos: habilidade, esforço, estratégia (ou tática), sorte ou a dificuldade da tarefa”. Para o autor os gestores devem auxiliar seus vendedores a descobrir quais atividades produzem melhor desempenho e ajudar através de treinamento e orientações diárias. Gráfico 1. Alcance das metas. Fonte: FREITAS, Silvania (2012). Conforme apresentado no gráfico 2, 68% dos entrevistados afirmam que a remuneração e os benefícios não são colocados de forma clara e objetiva. 30 Vale ressaltar que a justificativa se refere principalmente em relação a bonificação semestral, pois ocorrem alterações nas regras no decorrer do semestre e não oferece um sistema simples de cálculo Esta falta de entendimento, como afirma Stanton e Spiro (2000) não condiz com a perspectiva do vendedor quanto à remuneração oferecida pela empresa. O profissional deseja um sistemasimples, que possa entender e mostrar o quanto será o valor recebido. Para Chiavenato (2005) uma das características de um bom sistema de remuneração é a facilidade no cálculo e pagamento. Gráfico 2. Transparência da Remuneração Fonte: FREITAS, Silvania (2012). No gráfico 3, 64% dos entrevistados justificaram a falta de estímulos para ultrapassarem suas metas, por motivo de achar que as metas estipuladas não são atingíveis e 31 desproporcionais entre os mesmos cargos ocupados entre os vendedores. Segundo Dutra e Hipólito(2012) o estabelecimento de metas deve ser: específica, mensurável, atingível, relevante e limitado no tempo. Gráfico 3. Estímulo através da remuneração. Fonte: FREITAS, Silvania (2012). 32 Os vendedores ao serem questionados sobre o que gostariam de incluir na sua remuneração, optaram por benefícios como, por exemplo, bolsa de estudos e cursos de idiomas. Como mostra o gráfico 4 a comissão foi a segunda opção mais escolhida já que a remuneração oferecida pela empresa é somente de salário fixo e bonificações. Para Hertzberg, apud Stanton e Spiro (2000) a inclusão desse benefício corresponde aos fatores de motivação, pois correspondem às necessidades mais elevada da pirâmide de Maslow, como o reconhecimento, a responsabilidade, o desafio e as oportunidades de crescimento. Na segunda escolha, a comissão, também é considerada como fator de motivação, pois esta vinculada ao desempenho que o profissional apresenta e a comissão é uma forma de reconhecimento. Gráfico 4. Inclusão na remuneração Fonte: FREITAS, Silvania (2012). 33 Na questão 5, os vendedores mostraram que sua forma de vender mudaria caso fosse alterado sua remuneração, negociaria melhor os atributos dos produtos e serviços, evitando oferecer de pronto todos os descontos e as maiores formas de pagamentos, conforme mostra o gráfico 5. Por um lado evitaria grande esforço de supervisão, conforme Stanton e Spiro (2000) que afirmam que uma boa remuneração pode servir para o vendedor se auto supervisionar suas ações e motivá-los a manter um esforço de vendas equilibrado. Gráfico 5. Mudança na forma de negociar Fonte. FREITAS, Silvania (2012). 34 4.2 GESTÃO A forma de atuação dos gestores é muito importante para o desempenho dos vendedores. Por isso na questão 8, os vendedores definiram com 60% que os gestores expõe os objetivos e orienta como alcança-los e permitem que os vendedores expõe suas ideias e opiniões, conforme observamos no gráfico 6. A importância de ouvir ideias e opiniões dos vendedores é confirmada por Las Casas (2002) que afirma que são os vendedores que através do contato com seus clientes ajuda a divulgar a imagem da empresa para o mercado. Também influência fortemente nas mudanças realizadas pelas empresas (GOBE, 2007). Tendo liberdade de expressão o vendedor também pode sugerir ações que ajude nas estratégias para aumentar os negócios da empresa, devido seus conhecimentos de mercado e das necessidades dos clientes (COBRA, 1994). Gráfico 6. Atuação do gestor 35 Fonte: FREITAS, Silvania (2012). No gráfico 7 ,segundo 52% dos vendedores alegam que falta poder de decisão para os gestores, ficando toda responsabilidade em poder da diretoria. Sobre tomar decisões na opinião de Cobra (1994, p.203): “o gerente de vendas, como homem de linha, deve estar preparado e habilitado a fazê-lo”. Gráfico 7. Competência para o gestor Fonte: FREITAS, Silvania (2012). 36 4.3 MOTIVAÇÃO Complementando a pergunta 1 do gráfico 4, veremos que no gráfico 8 com a inclusão de outros fatores na remuneração, o vendedor teria um maior desempenho para ultrapassar as metas estipuladas pela empresa. Em seguida escolheram buscar um cargo superior com todas as responsabilidades. Complementando Stanton e Spiro (2000), diz que o esforço motivacional refere-se à escolha de determinadas ações pelo vendedor para realizar tarefas, a intensidade no qual o vendedor emprega um determinado esforço para executar tarefa e por fim a persistência relacionada ao tempo em que vendedor mantém o esforço para chegar ao objetivo. Gráfico 8. Alteração no comportamento. Fonte: FREITAS, Silvania (2012). 37 Na questão 4 apresentada no gráfico 9 , a remuneração é o maior motivo porque esses vendedores continuam a trabalhar nesta empresa, seguidos da escolha dos benefícios. A gestão é o último atrativo escolhido pelos entrevistados. O resultado dessa pergunta comprova o que na teoria é afirmado por Gobe (2007), onde a remuneração é o método de motivação mais utilizado pelos vendedores. Gráfico 9. Atributos para continuar trabalhando Fonte. FREITAS, Silvania (2012) 38 O gráfico 10 mostra que os 3 fatores que mais motivam os vendedores, 35% dos entrevistados optaram pelo crescimento e desenvolvimento profissional, seguido de 20% ambas escolhas por um trabalho que proporcione desafios e remuneração proporcional ao esforço e dedicação. Auto desenvolvimento e satisfação é uma das necessidades de auto realização, demonstradas na pirâmide das necessidades humanas básicas (MASLOW, apud STANTON; SPIRO, 2000). Gráfico 10. Estímulo para motivação. Fonte: FREITAS, Silvania (2012). 39 Ao apontar os 4 motivos que desmotivam, os vendedores, conforme demonstrado no gráfico 11, escolheram com 24% ambas respostas a falta de orientação e clareza para promoção e a desigualdade na forma de remuneração entre os vendedores. Representando 13% dos entrevistados outro ponto importante é à falta de reconhecimento dos gestores. Gobe (2007) aponta que esses fatores estão ligados ao descontentamento com a política da empresa e a desmotivação da equipe de vendas. Gráfico 11. Fatores que desmotivam Fonte: FREITAS, Silvania (2012). 40 No gráfico 12 a motivação para o bônus e a participação no lucro e resultados corresponde a 52% dos entrevistados, sendo que somente 20% considera alto sua motivação para o alcance dessa remuneração. A justificativa foi o longo tempo para o recebimento do benefício, muitas vezes só dando importância quando estava perto da apuração dos resultados. Gráfico 12. Bônus e Participação nos Lucros e Resultados. Fonte: FREITAS, Silvania (2012). 41 A maioria dos entrevistados considera que o clima organizacional é desmotivador devido à elevada pressão para alcance de resultados, burocracias e tarefas não pertinentes ao vendedor. Gráfico 13. Clima Organizacional Fonte. FREITAS, Silvania (2012). 42 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base no questionário respondido pelos vendedores, conclui-se que a remuneração dos vendedores, que inclui salário fixo acompanhado de bônus semestral e Participação dos Lucros (PLR) anual, não estimula os vendedores a se motivarem na busca por resultado acima do esperado. Para se chegar a esta conclusão, foi analisado todas respostasdos vendedores. O gestor precisa estimular sua equipe para alcançar os objetivos da empresa, conforme foi relatado o gestor explica os objetivos a serem alcançados, auxilia seus vendedores e ouve suas opiniões e sugestões, mas não tem poder de decisão. Segundo Cobra (1994), o gerente de vendas obtém resultados através do trabalho dos seus vendedores, conduzindo planos estratégicos e táticos e estabelecendo critérios de trabalho. Os vendedores apontaram que a pressão por resultados, burocracias e outras tarefas deixam o clima organizacional desmotivador. Para Gobe (2007) um dos principais aspectos que influencia a motivação da equipe de vendas está ligado ao ambiente organizacional. Outro ponto revelado pelos entrevistados é que a meta estipulada pela empresa é considerada muito alta devido alto crescimento proposto pela empresa e desproporcional entre os mesmos cargos ocupados entre os vendedores. Esta afirmação é confirmada pela pouca frequência com que os vendedores fecham sua meta mensal. Para Cobra (1994) o vendedor perderá sua motivação quando o grau de dificuldade de alcançar sua meta for muito difícil de ser atingida. Com base nos dados apurados percebemos que os vendedores, quando falamos da remuneração direta que diz respeito ao total de dinheiro recebido referente o trabalho realizado (DUTRA;HIPÓLITO, 2012), é considerado como fator principal para permanência desses profissionais na empresa. Mas a remuneração, para os vendedores, não foi apontada como estimulo para buscar resultados acima do estipulado. 43 Porém é mencionado que o estímulo para sua motivação poderia vir através do crescimento e desenvolvimento profissional, trabalhos desafiadores e remuneração proporcional ao desempenho, que os autores Stanton e Spiro (2000) classificam como remuneração não financeira. Outra escolha dos entrevistados foi a remuneração relacionada ao desempenho um dos itens apontado como desmotivador, pois existe a desigualdade na forma de remuneração e responsabilidades entre os vendedores. Nota-se também que os entrevistados na escolha de algum fator para inclusão em sua remuneração, optaram por remuneração indireta que conforme Dutra e Hipólito (2012) é a remuneração na forma de benefícios entregue pela empresa ao funcionário. O autor complementa que a educação é uma das necessidades básicas dos empregados e essencial para que possam acompanhar o crescimento empresa/mercado, não ficando excluídos socialmente. Isso explica o motivo que os entrevistados escolheram a inclusão de bolsa de estudos e cursos de idiomas em sua remuneração, considerando suprir as necessidades de auto realização, conforme a hierarquia das necessidades de Maslow. Além da remuneração indireta, os vendedores também apontaram a comissão como uma inclusão em sua remuneração. Neste caso, os vendedores até mudariam sua forma de negociação para negociar os atributos dos produtos e serviços em vez de oferecer maiores descontos e formas de pagamento., pois conforme a pergunta. Isto ocorre porque os vendedores com a remuneração fixa sentem estabilidade e segurança com a renda garantida independente das suas vendas, da forma de negociar e se o mercado está comprador ou não. Outro fator apontado pelos vendedores é que a bonificação semestral não é clara e objetiva, pois os parâmetros mudam no decorrer do processo. Para Lawler III(1981 apud Dutra e Hipólito, 2012) o uso do bônus funciona como estímulo ao desempenho. Se não houver objetividade e transparência nas metas estipuladas e na premiação, o vendedor não dará importância a esse fator. Para conseguir o bônus semestral é necessário a busca por resultados acima do estipulado. Para Dutra e Hipólito (2012) como é considerada uma remuneração para pagamento futuro, é duvidoso o poder de mobilização que exerce sobre as pessoas em função do tempo entre o esforço despendido e a recompensa recebida. Já a participação nos lucros e resultado depende de várias metas estipuladas para todos os colaboradores, não sendo somente de metas monetárias. 44 Maximiano (2000) afirma que se a recompensa não for atraente, a motivação para o esforço será irrelevante. Tal afirmação é comprovada quando os entrevistados aponta que se fosse inclusa determinada remuneração seus resultados superariam as metas estipuladas. Para que os vendedores tenham mais motivação na busca por resultados acima do esperado, apresento as seguintes sugestões: a) Poder de decisão aos gestores, principalmente no que se refere à remuneração e promoção de cargos da equipe; b) Inclusão da comissão na remuneração. Essa inclusão permite que o vendedor faça as vendas com qualidade. Também ativará a busca mensal de resultados acima da média e não semestralmente como era feito pelo bônus, que gerava certo “esquecimento” na busca do resultado; c) Inclusão de benefícios não financeiros, como bolsas de estudos em faculdades e cursos técnicos e cursos de idiomas na própria empresa. Como critério para usufruir desses benefícios ter no mínimo suas metas alcançadas; d) Os gestores devem esclarecer os parâmetros para as metas estipuladas com os vendedores, esclarecendo possíveis dúvidas; e) Estabelecer metas que possam desafiadoras sem perder a características de ser atingiveis, mensuradas e específicas. f) Concursos que levem os vendedores a uma competição saudável, mas competitivas, divulgando os destaques e premiando com brindes. g) Revisões periódicas da remuneração ofertada. Analisar como ela está estimulando sua equipe de vendas. h) Clima organizacional motivador, estimulando os vendedores na busca de resultados oferecendo ferramentas como treinamentos de técnicas de vendas, conhecimento do mercado atuante e outros; i) Pesquisar com os vendedores qual a dificuldade em alcançar as metas estipuladas. Utilizar para reformular novas metas, treinamentos ou definir demissões e contratações de novos profissionais. A formulação do melhor programa de remuneração de vendas deve contemplar as necessidades do negócio,os estímulos que a gestão quer passar aos profissionais e a consistência do programa com um pacote de recompensas ( Dutra e Hipóllito, 2012). 45 A limitação encontrada para execução deste trabalho foi a falta de literatura nacional ou traduzida direcionado ao tema Remuneração em Vendas. Este trabalho pretende dar subsídios á estudos futuros, para reunir conhecimentos que auxiliem gestores na tomada de decisão quanto à estratégia de remuneração da sua força de vendas. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, L.G. Estratégias de Recursos Humanos e Competitividade. In VIEIRA, M.M.F. & OLIVEIRA, L.M.B (org.). Administração Contemporânea: Perspectivas Estratégicas. São Paulo. Editora Atlas, 1999. BÁRBARA, Hani Ricardo; SIMÕES, Roberto. Administração de Vendas: um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas, 1981. CARVALHO, Antonio Vieira de. Administração da Força de Vendas. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda., 1989. CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Vendas: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. COBRA,Marcos. Administração de Vendas. São Paulo: Atlas, 4.ed., 1994. DUTRA, Joel Souza; HIPÓLITO, José Antônio Monteiro. Remuneração e recompensas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 46 GOBE, Antônio Carlos... et al.; coordenação Júlio César Tavares Moreira. Administração de Vendas. São Paulo: Saraiva, 2.ed., 2007. KOTLER, P. Marketing. São Paulo: Atlas, 1990. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Administração de Vendas. São Paulo: Atlas, 6.ed., 2002. MANRUBIA. Zornoff Kleber. Normas da Biblioteca FIA para Padronização de Trabalhos Acadêmicos. Disponível em: http://www1.fia.com.br/portalfia/Repositorio/992/Programa%20de%20Normas%20da%20Bib lioteca%20FIA%20para%20Padronização%20de%20Trabalhos%20Acadêmicos%202012.pdf Acesso em 14 Janeiro 2013. MAXIMIANO, A.C.A. Teoria Geral da Administração: da escola científica à competitividade na economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2 ed., 2000. PINK, Daniel/tradução Bruno Alexander. Motivação 3.0: os novos fatores motivacionais que buscam tanto a realização pessoal quanto profissional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. STANTON, W.J. Administração de Vendas. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1984. _____________; SPIRO, Rosann. Administração de vendas. 10 ed. Rio de Janeiro: JC Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 2000. YIN, R.K, Estudo de Caso: Planejamento e Método. 3° ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. http://www1.fia.com.br/portalfia/Repositorio/992/Programa%20de%20Normas%20da%20Biblioteca%20FIA%20para%20Padroniza%C3%A7%C3%A3o%20de%20Trabalhos%20Acad%C3%AAmicos%202012.pdf http://www1.fia.com.br/portalfia/Repositorio/992/Programa%20de%20Normas%20da%20Biblioteca%20FIA%20para%20Padroniza%C3%A7%C3%A3o%20de%20Trabalhos%20Acad%C3%AAmicos%202012.pdf 47
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