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Uma breve história do ensino de arte no Brasil

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25Educação, Batatais, v. 1, n. 1, p. 25-36, jan./dez. 2011
Uma breve história do ensino de arte no Brasil
Janaína Antônia Ponciano Bernardes 1
Lucia Oliveira Olivério 2
Resumo: O ensino de arte no Brasil passou por diversas mudanças conceituais, desde sua 
inserção no currículo escolar pela Lei de Diretrizes e Bases 5692/71, até a elaboração dos 
Parâmetros Curriculares Nacionais, em 1996. Antes disso, o ensino de arte passou por 
um processo de mudança em seus conceitos e expectativas até chegar à configuração atu-
al, onde podemos ver o conceito de arte-educação já disseminado no meio educacional. 
Contudo, é possível perceber – não só pelo constante desenvolvimento de materiais de 
apoio pedagógico, mas pela própria vivencia escolar – que este conceito não está ainda 
intrínseco à disciplina. Assim, com o objetivo de contribuir com a reflexão, ainda que 
breve, acerca do ensino de arte em seu âmbito histórico e conceitual, desenvolvemos esta 
pesquisa com base em referencial bibliográfico específico em arte-educação, que vai des-
de sua conceituação teórica até mesmo embasamento legal.
Palavras-chave: Arte-educação. Educação artística. Proposta Triangular. PCN. LDB.
1 Graduada em Artes pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais (SP). Pós-Graduanda em Arte e 
Educação pela mesma instituição. E-mail: <janabibli@gmail.com>. 
2 Graduada em Artes pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais (SP). E-mail: <luluzinha_artes@
hotmail.com>.
 26 Educação, Batatais, v. 1, n. 1, p. 25-36, jan./dez. 2011
1. INTRODUÇÃO
Dentre as diversas mudanças ocorridas na educação devido a im-
plantação de políticas educacionais, destacamos neste trabalho, especifi-
camente, as transformações ocorridas dentro do currículo da disciplina 
de arte.
Para abordar tal assunto, pontuaremos as questões relacionadas ao en-
sino de arte si, desde sua inserção no currículo básico pela LDB 5692/71, 
passando pela contraposição entre educação artística e arte-educação. 
Além disso, por ser a atual expectativa para o ensino de arte, apontaremos 
a relação entre arte-educação e o desenvolvimento da Proposta Triangular 
para o ensino de arte.
Como último ponto a ser tratado, trouxemos à reflexão o ensino de 
arte hoje e as diretrizes estabelecidas pelos Parâmetros Curriculares Na-
cionais, juntamente com a visão de arte-educação proposta pelo Referen-
cial de expectativas para o Desenvolvimento da Competência Leitora e 
Escritora no Ciclo II do Ensino Fundamental, da Secretaria Municipal de 
Educação de São Paulo.
O objetivo desse trabalho é contribuir com a reflexão, ainda que bre-
ve, acerca do ensino de arte em seu âmbito histórico e conceitual. Para 
tanto, desenvolvemos esta pesquisa com base em referencial bibliográfico 
específico em arte-educação, que vai desde sua conceituação teórica até 
mesmo embasamento legal.
2. O ENSINO DE ARTE
A arte na educação surge no Brasil no início da década de 1970, en-
tretanto, desde o século XIX já se buscava no Brasil tornar a arte discipli-
na obrigatória nos currículos e, ainda na década de 1920, houve diversas 
tentativas de sua implantação na escola (BARBOSA, 1986).
No Brasil, no início do século XX, houve uma remodelação do pro-
jeto educacional vigente a fim de adequá-lo à nova política nacional e à 
 27Educação, Batatais, v. 1, n. 1, p. 25-36, jan./dez. 2011
modernização cultural que despontava em função da crescente demanda 
pela industrialização. Com esse novo modelo de ensino, predominou uma 
concepção utilitarista da arte: os professores trabalhavam, basicamente, 
exercícios e modelos convencionais selecionados em manuais e livros di-
dáticos, voltando-se essencialmente para o domínio de técnicas.
Portanto, em seus primórdios, o ensino de arte no Brasil esteve per-
meado por equívocos, fugindo da natureza do objeto de seu estudo, pois 
se preocupava com o produto e não com os processos artísticos.
A LDB 5692/71, publicada em 11 de agosto de 1971 durante o regi-
me militar pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, atendia a um Brasil 
que se encontrava inserido em um cenário permeado por políticas públi-
cas que visavam sua expansão econômica – embora vivesse um período 
ditatorial – sendo fortemente influenciado por tendências neoliberais e 
padrões tecnicistas.
Neste mesmo ano, 1971, a arte é incluída no currículo escolar por 
obrigatoriedade da LDB 5692/71, que visando a incorporação “[...] de 
atividades artísticas com ênfase no processo expressivo e criativo dos alu-
nos” (FUSARI; FERRAZ, 2001, p. 20). Nesse momento, a arte incorpora 
o cenário educacional como uma “atividade educativa”, e não disciplina.
Contudo, a obrigatoriedade do ensino de arte proporcionado pela 
lei, não garante que, de fato, os indivíduos que freqüentem as escolas da 
época tenham acesso a ela, uma vez que o próprio contexto e a falta de 
profissionais preparados para atender a demanda de seu ensino não per-
mitiram o desenvolvimento, neste momento, de uma educação em arte 
propriamente dita, ou seja, o contexto não permitia um aprofundamento 
do sentido artístico e estético envolvidos na área.
2.1 A Educação artística
Com um currículo mínimo para ser estudado em dois anos, surgem, 
em 1973, os primeiros cursos de Licenciatura em Educação Artística. 
Essas licenciaturas tinham por desafio habilitar os futuros professores 
 28 Educação, Batatais, v. 1, n. 1, p. 25-36, jan./dez. 2011
de Educação Artística em música, teatro, artes plásticas e dança, como 
se dois anos fossem suficientes para formar um profissional que além de 
“dominar” as quatro linguagens ainda fosse capaz de compreender todo 
o processo criativo e expressivo por trás dessas linguagens. Os resultados 
obtidos com a polivalência, como eram de se esperar, mostrar-se-iam in-
suficientes, uma vez que não prepararia nenhum profissional que fosse ca-
paz de aturar significativamente nas quatro áreas, pois não conseguiria se 
aprofundar em nenhuma delas. Como aos professores faltava formação 
suficiente, a conseqüência mais imediata foi a adoção de livros didáticos, 
reproduzindo conteúdos em atividades soltas, crentes — o que é pior — 
de que estavam contemplando todas as áreas da Arte.
Com isso, o princípio que norteou a Educação Artística visava apenas 
desenvolver o talento e criatividade do aluno, preocupando-se somente com 
“[...] a expressividade individual, com técnicas, mostrando-se, por outro 
lado, insuficiente no aprofundamento da arte, de sua história e das lingua-
gens artísticas propriamente ditas” (FUSARI; FERRAZ, 2001, p. 21).
A partir da inclusão da educação artística no currículo escolar, mui-
tos equívocos aconteceram acerca do ensino de arte. A princípio, a arte 
era utilizada como uma ferramenta para desenvolver determinadas habi-
lidades artísticas – como a criatividade, por exemplo – disseminando a 
idéia de que apenas crianças “talentosas” poderiam desenvolver trabalhos 
artísticos de forma apropriada.
2.2 Arte-educação
Nos anos 80 surge a Arte-Educação, movimento que ajudaria a re-
solver um problema crucial na vida do professor de arte: o problema de 
identidade, pois não estava claro o que fazia um professor de arte. Diante 
de tantas incertezas e desconfortos o termo Arte-Educação normatizaria a 
área do conhecimento que lida especificamente com as questões voltadas 
ao ensino da arte. Os envolvidos diretamente nessa nova concepção deno-
minar-se-iam Arte-Educadores. Porém, se por um lado a Arte-Educação 
 29Educação, Batatais, v. 1, n. 1, p. 25-36, jan./dez. 2011
ajudaria a resolver o problema de identidade, por outro lado poria em xe-
que toda a prática dos professores. 
A Arte-Educação mobilizou vários educadores, pois: 
[...] permitiu que se ampliassem as discussões sobre o compromis-
so, a valorização e o aprimoramento do professor, e se multiplicas-
sem no país as novas idéias, tais como mudanças deconcepções de 
atuação com arte, que foram difundidas por meio de encontros e 
eventos promovidos por universidades, associações de arte-educa-
dores, entidades públicas e particulares. (BRASIL, 1998a, p. 28).
Com a Arte-Educação o encaminhamento pedagógico do ensino de 
arte retoma a integração do fazer artístico, a apreciação da obra de arte e 
sua contextualização histórica, muito próximo da proposta da Arte-Edu-
cação como Disciplina. As idéias de integração entre o fazer, a apreciação 
e a contextualização artística são oriundas da Proposta Triangular para o 
Ensino de Arte, desenvolvida por Ana Mae Barbosa3.
Assim como a Arte-Educação como Disciplina, a experiência bra-
sileira também voltou-se para os problemas da livre-expressão. A livre-
expressão caracterizava-se pelo princípio da manifestação espontânea e 
auto-expressiva, visando a sensibilização para expressão artística do aluno. 
Como nos aponta o próprio PCN-Arte (BRASIL, 1998a, p. 21), os prin-
cípios da livre-expressão
[...] trouxeram uma contribuição inegável para a valorização da 
produção criadora da criança e do jovem, o que não ocorria na es-
cola tradicional. Mas o princípio revolucionário que advogava a 
todos, independentemente de talentos especiais, a necessidade e a 
capacidade da expressão artística, foi aos poucos sendo enquadra-
do em palavras de ordem, como “o que importa é o processo cria-
dor da criança e não o produto que realiza” e “aprender a fazer, 
fazendo”. Esses e muitos outros lemas foram aplicados mecanica-
3 Primeira brasileira a obter o título de doutora em Arte-Educação, num tempo em que, no Brasil, não 
havia cursos de pós-graduação nessa área.
 30 Educação, Batatais, v. 1, n. 1, p. 25-36, jan./dez. 2011
mente nas escolas, gerando deformações e simplificações na idéia 
original, o que redundou na banalização do “deixar fazer” — ou 
seja, deixar o aluno fazer arte, sem nenhum tipo de intervenção.
2.3 Proposta triangular
Com a “Proposta Triangular”, idealizada por Ana Mae Barbosa, a 
Arte-Educação iria redirecionar o ensino da arte de modo tão profundo 
que dificilmente haveria volta.
Totalmente contraria à livre-expressão, ao “deixar fazer”, que carac-
terizou o ensino de arte durante o modernismo no Brasil, Barbosa buscou 
uma abordagem que tornasse a arte não só um instrumento do desenvolvi-
mento das crianças, mas principalmente um componente de sua herança 
cultural (BARBOSA, 2009). 
Assim, Barbosa encontrou na apreciação da arte, na história e no 
fazer artísticos os elementos de integração para compressão estética e en-
riquecimento cultural, que se encerra no ensino de arte, ou seja, na arte-
educação propriamente dita.
O conhecimento da história da arte faz-se necessário haja vista que 
o professor precisa escolher o que ensinar em sala de aula, de modo que 
essa escolha leve a compreensão da arte não como um evento isolado, mas 
relacionado com uma determinada época e local.
É através das escolhas feitas pelo professor que os alunos percebe-
rão as qualidades das formas artísticas, ou seja, o aluno desenvolverá sua 
percepção estética. A apreciação da arte propõe a compreensão de “uma 
gramática visual”, o que amplia o repertório cognitivo visual do aluno, 
uma vez que conhecer a história reforça a herança artística e estética dos 
alunos, levando em consideração seu meio ambiente. 
Assim, a Proposta Triangular possibilita que o fazer artístico chegue 
ao aluno como uma possibilidade de auto-expressão, refletindo sua cultu-
ra, uma vez que o aluno já está de posse dos fatores históricos e estéticos 
que envolvem a produção artística (BARBOSA, 1989).
 31Educação, Batatais, v. 1, n. 1, p. 25-36, jan./dez. 2011
3. ENSINO DE ARTE HOJE
Atualmente, o ensino de arte está pautado por diversos estudos que 
estabelecem suas diretrizes e a melhor forma de seu desenvolvimento. 
Uma dessas diretrizes estabelecidas idealiza-se, entre outros documentos, 
nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), como veremos a seguir.
3.1 PCN – Arte
Elaborados pelo Governo Federal em 1996, os Parâmetros Curricu-
lares Nacionais (PCN) são referenciais de qualidade que visam a estru-
turação e reestruturação dos currículos escolares no Brasil. Essa política 
de estruturação/reestruturação do currículo escolar através do PCN está 
objetivada na padronização do ensino no país, estabelecendo conceitos 
básicos que orientam o sistema educacional em todo Brasil. 
Contudo, segundo o então Ministro da Educação e do Desporto, 
Paulo Renato de Souza4, as diretrizes estabelecidas através do PCN 
podem ser adequadas às diversas realidades regionais e culturais do 
nosso país:
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados procu-
rando, de um lado, respeitar diversidades regionais, culturais, po-
líticas existentes no país e, de outro, considerar a necessidade de 
construir referências nacionais comuns ao processo educativo em 
todas as regiões brasileiras. Com isso, pretende-se criar condições, 
nas escolas, que permitam aos nossos jovens ter acesso ao con-
junto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos 
como necessários ao exercício da cidadania. (SOUZA, 1998, p. 5).
4 Paulo Renato de Souza foi Ministro da Educação e do Desporto no período de 1995 a 2002, durante o 
governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso.
 32 Educação, Batatais, v. 1, n. 1, p. 25-36, jan./dez. 2011
Embora seja válido em todo território nacional e seja possível sua 
adequação as diferentes realidades, o PCN tem caráter obrigatório apenas 
na rede pública de ensino, sendo opcional na rede privada. Assim, a ho-
mogeneização do ensino se dá, a principio, apenas no ensino público, uma 
vez que as instituições privadas podem seguir suas diretrizes próprias.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (PCN-Arte) foram 
desenvolvidos procurando evidenciar e expor princípios e orientações 
para os professores, tanto no que se refere ao ensino e à aprendizagem, 
como também à compreensão da arte como manifestação humana.
O PCN-Arte é constituído a partir de estudos que buscam desen-
volver no meio escolar aspectos básicos da área de conhecimento da arte, 
como a natureza e a abrangência da arte-educação e as práticas educativas 
e estéticas (BRASIL, 1998).
Visando “[...] oferecer aos educadores um material sistematizado 
para as suas ações e subsídios para que possam trabalhar com a mesma 
competência exigida para todas as áreas do projeto curricular” (BRASIL, 
1998, p. 15), o PCN-Arte se divide em duas partes: a primeira propõe o 
histórico da arte no âmbito educacional e suas correlações com a produ-
ção cultural, subsidiando assim o professor no conhecimento da área em 
que atua tanto pedagógica quanto historicamente.
A segunda parte do documento divide a disciplina de arte em quatro 
linguagens: artes-visuais, dança, música e teatro. Essa divisão preocupa-se 
com a especificidade de cada linguagem artística na proposição de seus 
objetivos gerais, conteúdos e critérios de avaliação em continuidade aos 
ciclos anteriores já estudados pelos alunos.
Dessa forma, o PCN-Arte pode ser considerado o “manual” que rege 
o ensino de arte no Brasil, caracterizando a área:
[...] em suas dimensões de criação, apreciação, comunicação, consti-
tuindo-se em um espaço de reflexão e diálogo, e possibilitando aos 
alunos entender e posicionar-se diante dos conteúdos artísticos, es-
téticos e culturais incluindo as questões sociais presentes nos temas 
transversais. A proposição sobre aprender e ensinar arte tem por fina-
lidade apresentar ao professor uma visão global dos objetivos, crité-
 33Educação, Batatais, v. 1, n. 1, p. 25-36, jan./dez. 2011
rios de seleção e organização dos conteúdos e orientações didáticas e 
de avaliação da aprendizagem de arte para todo o ensino fundamen-
tal. (BRASIL, 1998, p. 15).
Um exemplo de que o PCN-Arte pode se adequaràs necessidades 
educacionais locais é o “Referencial de expectativas para o Desenvolvi-
mento da Competência Leitora e Escritora no Ciclo II do Ensino Funda-
mental”, que consiste em um documento interdisciplinar elaborado pela 
Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo. Esse documen-
to propõe a arte como um eixo a ser estudado em desenvolvimento da 
competência leitora do aluno, ou seja, neste caso, propõe-se a leitura de 
imagens (BARBOSA, 2009).
A elaboração deste material teve como princípio a aproximação dos 
textos que mais aparecem em cada área do conhecimento dos alunos lei-
tores, no caso da arte, o texto a ser lido será a própria imagem através da 
elaboração de “[...] seqüências didáticas que sejam mais significativas aos 
alunos e que abram possibilidades de adequar o ensino a suas necessidades 
de aprendizagem” (SÃO PAULO, 2006, p. 7).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É notório que ao longo dos anos, principalmente a partir da década 
de 1970, as políticas educacionais vêm ocupando um espaço de constan-
tes mudanças no cenário nacional. Tais mudanças não poderiam ocorrer 
de maneira diferente no âmbito da arte, uma vez que ela se encontra inse-
rida no sistema de ensino como componente curricular.
Embora o conceito de arte-educação já esteja disseminado no meio 
educacional, é possível perceber – não só pelo constante desenvolvimento 
de materiais de apoio pedagógico, mas pela própria vivencia escolar – que 
este conceito não está ainda intrínseco à disciplina.
A elaboração de leis e outros documentos que ditam as diretrizes para o 
ensino de arte está amparada por Referenciais que buscam não só o desenvol-
vimento da área, mas também a garantia de que os conceitos não se percam.
 34 Educação, Batatais, v. 1, n. 1, p. 25-36, jan./dez. 2011
Como pudemos notar, apenas a LDB 5692/71 não foi suficiente 
para assegurar o ensino de arte na escola, uma vez que o próprio conceito 
de arte estava deturpado pelo ambiente político e sociocultural da época.
Tendo o ensino de arte se estabelecido no conceito de arte-educação, 
ainda assim se fez necessário a elaboração de propostas que sustentassem 
teoricamente professores e alunos – podemos notar essa necessidade na 
disseminação, por exemplo, da Proposta Tringular de Ana Mae e, sobre-
tudo, no desenvolvimento do PCN-Arte.
A adoção do PCN-Arte pelas escolas veio subsidiar não somente as 
necessidades pedagógicas em arte-educação, mas também a defasagem 
conceitual que se implantou nas escolas desde os primórdios do ensino de 
arte, antes mesmo da década de 1970.
O enfoque específico no ensino de arte ainda é recente se conside-
rarmos toda história política da educação, o que possivelmente justifique 
ainda a necessidade de elaboração de materiais e políticas que a subsidiem 
conceitualmente.
REFERÊNCIAS 
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva, 2009.
______. Arte educação no Brasil: realidade hoje e expectativas futuras. In: Estudos 
Avançados. v. 3, n. 7, 1989, p. 170-182. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/
v3n7/v3n7a10.pdf >. Acesso em: 21 set. 2010.
______. História da arte-educação: a experiência de Brasília. São Paulo: Max Limo-
nad, 1986, p. 10
BRASIL. Lei n° 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educa-
ção Nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 14 dez. 1962. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4024.htm>. Acesso 
em: 12 set. 2010.
 35Educação, Batatais, v. 1, n. 1, p. 25-36, jan./dez. 2011
______. Lei n° 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1° 
e 2º graus, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 
Brasília, 12 ago 1971. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/
L5692.htm>. Acesso em: 12 set. 2010.
______. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 23 
dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.
htm#art92>. Acesso em: 12 set. 2010. 
______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais – 
arte. Brasília: MEC/SEF. v. 6, 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/
arquivos/pdf/arte.pdf>. Acesso em: 18 fev. 2010.
FUSARI, Maria Felisminda de Resende e; FERRAZ, Maria Heloísa Corrêa de Toledo. 
Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 2001.
SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Re-
ferencial de expectativas para o desenvolvimento da competência leitora e escritora 
no ciclo II: caderno de orientação didática de artes. Secretaria Municipal de Educação, 
São Paulo: SME/DOT, 2006.
SOUZA, Paulo Renato de. Carta ao professor. In: BRASIL. Secretaria de Educação 
Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais – terceiro e quarto ciclos do ensino 
fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 
1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/introducao.pdf>. 
Acesso em: 27 fev. 2010. 
VARELA, Noêmia. A formação do arte-educador no Brasil. In: BARBOSA, Ana Mae 
(org). História da arte-educação – a experiência de Brasília. I Simpósio Internacional 
de História da Arte-educação – ECA-USP. São Paulo: Max Limonad, 1986.
 36 Educação, Batatais, v. 1, n. 1, p. 25-36, jan./dez. 2011
Title: A brief history of Art teaching in Brazil.
Authors: Janaína Antônia Ponciano Bernardes; Luciana Oliveira Olivério.
ABSTRACT: The teaching of art in Brazil has undergone many conceptual changes 
since its introduction in the school curriculum by the Law of Directives and Bases for 
5692/71 up to the creation of the National Curriculum in 1996. Before that, the tea-
ching of art has undergone a process of change in its concepts and expectations to reach 
the current configuration, where we see the concept of art education has spread in the 
educational environment. However, you can see - not only by the constant development 
of materials to support teaching, but by the school experiences - that this concept is 
still not intrinsic to the discipline. Thus, in order to contribute to the discussion, albeit 
briefly, about the teaching of art in its historical and conceptual framework, we develo-
ped this search based on specific theoretical background in art education, ranging from 
theoretical concept even your basement cool.
Keywords: Art education. Arts education. Triangular Proposal. PCN. LDB.

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